A Cobrança Ilegal de Taxas Pela Municipalidade

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Cobrança ilegal de taxas pela municipalidade.

Citation preview

A COBRANA ILEGAL DE TAXAS PELA MUNICIPALIDADE
TAXA DE LIMPEZA PBLICA E DE DRENAGEMINTRODUO A competncia dosMunicpios para a instituio das Taxas, est prevista no caput do artigo 145 da Constituio Federal de 1988, com a limitao expressa, tanto no inciso II, como no segundo, sendo que ecoa no Cdigo Tributrio Nacional, ao dispor nocaputdo artigo 77, queAs taxas cobradas pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies, tm como fato gerador o exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, deservio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio e ainda, no nico, queA taxano pode ter base de clculo ou fato gerador idnticos aos que correspondam a imposto, nem ser calculada em funo do capital das empresas. Contudo, Prefeituras e Autarquias Municipais tm adotado a prtica de impor ao contribuinte a obrigatoriedade no pagamento mensal de duas taxas, cuja instituio no se enquadra na limitaolegal acima disposta, sendo a primeira, sob a denominao de TAXA DE DRENAGEM e a segunda, sob a denominao de TAXA DE LIMPEZA PBLICA, lanando uma e outra, quer seja juntamente com a cobrana do IPTU, quer seja juntamente com a cobrana da TAXA DE CONSUMO DE GUA E ESGOTO. Vemos de modo geral, tanto no texto da legislao que as instituiu, como nas informaes veiculadas pelos prprios entes pblicos municipais que: a cobrana da primeira (TAXA DE DRENAGEM), cujo clculo leva em conta o tamanho da rea coberta (impermeabilizada) do imvel,objetiva remunerar os custos com a manuteno dos servios pblicos de limpeza de bocas-de-lobo, galerias, limpeza e desassoreamento de crregos, manuteno dos piscines existentes na cidade, etc.; a cobrana da segunda (TAXA DE LIMPEZA PBLICA), utilizando critrios de clculo semelhantes ao IPTU, com base nas dimenses do terreno e rea construda,tem por objeto o custeio dos servios pblicos de coleta seletiva de lixo, coleta de resduos infectantes, varrio manual e mecanizada das via pblicas, manuteno e limpeza de terrenos pblicos, alm da administrao do Aterro Sanitrio. No entanto, o fato que as administraes municipais esto amargando decises contrrias sua prtica ilegal em todas as jurisdies, por meio de entendimentos j pacificados pelo TJ/SP, STJ e STF.AUSNCIA DA DIVISIBILIDADE E ESPECIFICIDADE
NACOBRANA DAS TAXAS Considerando o fato de no serem dotadas dos requisitos legais previstos pela legislao em vigor, a imposio quanto ao pagamento das TAXAS DE DRENAGEM E LIMPEZA PBLICA, se apresenta como sendo umaCOBRANA INDEVIDA.

O Cdigo Tributrio Nacional, define o conceito de servio pblico especfico e divisvel, assim dispondo: Art. 79. Os servios pblicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:II - especficos, quando possam ser destacados em unidades autnomas de interveno, de unidade, ou de necessidades pblicas; III - divisveis, quando suscetveis de utilizao, separadamente, por parte de cada um dos seus usurios. O doutrinadorHely Lopes Meirelles(MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 33 edio atualizada. So Paulo: Editora Malheiros, 2007.p. 314), leciona definindo o servio especfico e divisvel, ouServios uti singli ou individuais: (...) so os que tm usurios determinados e utilizao particular e mensurvel para cada destinatrio, como ocorre com o telefone, a gua e a energia eltrica domiciliares. Esses servios desde que implantados, geram direito subjetivo sua obteno para todos os administrados que se encontrem na rea de sua prestao ou fornecimento e satisfaam as exigncias regulamentares.So sempre servios de utilizao individual, facultativa e mensurvel, pelo que devem ser remunerados portaxa (tributo)ou tarifa (preo pblico), e no por imposto.(...) Quanto aos servios gerais, ouuti universi,ele os define como sendo : (...) os servios gerais ou uti universi , ... aqueles que a Administrao presta sem ter usurios determinados, para atender coletividade no seu todo, como os de polcia, iluminao pblica, calamento e outros dessa espcie. Esses servios satisfazem indiscriminadamente a populao, sem que seerijam em direito subjetivo de qualquer administrado sua obteno para seu domiclio, para sua rua ou para seu bairro. Estes servios so indivisveis, isto , no mensurveis na sua utilizao. Da por que, normalmente, os servios uti universi devem ser mantidos por impostos (tributo geral), e no por taxa ou tarifa, que remunerao mensurvel e proporcional ao uso individual do servio. (...) Aliomar Baleeiro(In Direito TributrioBrasileiro, ed. Forense, pg. 324),de maneira sucinta,conceitua taxa como sendo(...) o tributo cobrado de algum que se utiliza de servio pblico especial e divisvel, de carter administrativo ou judicial, ou tem a sua disposio, e, ainda quando provoca em seu benefcio, ou por ato seu, despesa especial dos cofres pblicos. (...). A imposio legal clara ao proibir que sejam institudas e cobradas Taxas fora de tais requisitos. A Lei no parecer ser malevel a ponto de permitir que o servio pblico a ser custeado, seja genrico, ou mesmo contenha em sua base de clculo, quer seja integralmente, quer seja parcialmente, o mesmo critrio utilizado na base de clculo de qualquer imposto, mesmo porque, isto implicaria em uma duplicidade ! Em que pese se possa reconhecer que, conforme jurisprudncia, existam entes pblicos municipais que atendam os requisitos acima mencionados e portanto, obtenham o reconhecimento da legalidade na cobrana da Taxa de Coleta de Lixo, h de se considerar que, na maioria absoluta dos casos, os requisitos legais no esto sendo observados !

Vejamos lio ministrada por Alexandre de Moraes (Direito Constitucional. 23. Ed. pg. 847 So Paulo : Atlas, 2008.): Diferentemente dos impostos, a caracterstica essencial das taxas a existncia de uma atividade estatal especfica e divisvel, ou seja, h a necessidade de o servio realizado trazer, em tese, benefcio potencial e determinado ao contribuinte que dever pag-lo, mesmo que no o utilize. (...) Observe-se ainda que, por expressa vedao constitucional, as taxas no podero ter base de clculo prpria de impostos, como, porexemplo, para servios pblicos de segurana e defesa da cidadania, por serem, como proclamou o Supremo Tribunal Federal, dever do Estado e direito de todos, a serem exercidos para a preservao da ordem pblica e a incolumidade das pessoas e do patrimnio. A maneira como ocorre dentro do Municpio a coleta de lixo nas residncias, bem como, a varrio e conservao das vias e logradouros pblicos e ainda, os servios de drenagem, taiscomo, limpeza de bocas-de-lobo e etc, se consubstanciam em servios que no possibilitam uma contraprestao mensurvel e de certo modo, vantajosa para um contribuinte determinado.BASE DE CLCULO NA COBRANA DA TAXA
segundo, artigo 145 da CF/88 - nico, artigo 77 do CTN O preceito constitucional disposto no segundo do artigo 145 da CF/88, no sentido de queAs taxas no podero ter base de clculo prpria de impostos,enfatizado no nico, do artigo 77 do Cdigo Tributrio Nacional, ao reafirmar queA taxa no pode ter base de clculo ou fato gerador idnticos aos que correspondam a imposto,tem sido clara e objetivamente afrontado pelas administraes municipais. Mensalmente, na CONTA DE GUA E ESGOTO, ou anualmente, junto ao IPTU, o ente municipal lana indevidamente a cobrana de valores a ttulo de referidas TAXAS DE DRENAGEM E LIMPEZA PBLICA,fazendo uso dos mesmos critrios que so utilizados na base de clculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), principalmente, no que refere rea construda, rea total do imvel e as suas dimenses lineares, ou testada. Jos Jayme de Macdo(In Cdigo Tributrio Nacional: Comentrios Doutrina Jurisprudncia, editora Saraiva, 1998, p. 189),leciona que:(...) Tais parmetros, que emergem do sistema constitucional vigente, devem balizar o legislador no momento de definir a base de clculo do tributo taxa, a qual no pode ser a mesma dos impostos. Mas bvio que no pode (mesmo que no houvesse tal norma constitucional e complementar), porque, se a base de clculo de imposto elemento inerente ao seu fato gerador, qualquer outra espcie tributria que a adotasse estaria incorrendo em bis in idem, ou verdadeiramente, constituindo imposto travestido de taxa. Veja-se: taxa de lixo calculada sobre o valor do imvel no taxa, imposto predial disfarado de taxa, logo inconstitucional. (...) Tomando-se por base, exclusivamente, o quanto dispe a Lei e as lies dos doutrinadores acima colacionadas, possvelconcluir-se, sem sombra de dvidas que, quer seja pelo fato de possurem como base de clculo os mesmos elementos componentes do Imposto Sobre a Propriedade Territorial e Predial Urbana, quer seja, por no apresentarem qualquer correspondncia com o servio pblico especfico e divisvel prestado ao contribuinte, ou colocado disposio deste e finalmente, quer seja pelo fato de as TAXAS se constituem em uma clara e ntida afronta ao preceituado no artigo 145, 2, inciso II, da Constituio Federal e regra insculpida no artigo 77 caput e pargrafo nico do Cdigo Tributrio Nacional,a sua cobrana indevida !

Ademais, em sua instituio, as prprias municipalidades afirmam fazer uso da rea edificada como critrio de repartio equnime do encargo tributrio, impondo ao mesmo contribuinte que j obrigado ao pagamento do IPTU, um novo tributo incidente sobre o tamanho do imvel de sua propriedade =bis in idem.DO ENTENDIMENTO J PACIFICADO PELOS TRIBUNAIS
SMULA VINCULANTE N 19 DO STF- NO ENQUADRAMENTO A fim de que no pairem dvidas, h de se reconhecer, especialmente considerando o quanto dispe a Smula Vinculante n 19 do STF, que no h qualquer ilegalidade noato praticado por um Municpio, ao instituir a cobrana de taxa visando exclusivamente o custeio da prestao dos servios pblicos de coleta, remoo e tratamento ou destinao de lixo ou resduos provenientes de imveis, competncia que lhe foi atribudano caput do artigo 145 da Constituio Federal de 1988. No entanto, ao institu-la, em obedincia aoprincpio da legalidade, o ente pblico municipal estar sempre obrigado, devido alimitao expressa contida tanto no inciso II, como no segundo do mesmo dispositivo constitucional, em restringir a cobrana da Taxa, ocorrncia dofato gerador imposto pelo legislador constitucional, qual seja, autilizao, efetiva ou potencial, deservios pblicos especficos e divisveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposio. O legislador, ainda, probe que as taxas a serem institudas, tenham base de clculo prpria de impostos. Devido aoprincpio da legalidade, o mesmo se aplica Taxa de Drenagem. O STJ tem reconhecido a legalidade da cobrana de referidas taxas,quando utilizadosos critrios de especificidade e divisibilidade, fazendo meno em certos julgados, a uma base de clculo contendo ... o custo da atividade estatal, repartido entre os proprietrios dos imveis, tendo como critrio a utilizao do imvel, se comercial ou residencial, em funo de sua localizao, rea edificada, tendo-se em conta, ainda, a subdiviso da zona urbana, com aplicao anual, por metro quadrado, de um percentual da unidade fiscal criada pelo municpio, obedecendo-se a um escalonamento previstoem lei. No entanto, tais parmetros no so apresentados pelas municipalidades, que se atm em cobrar os valores mensais do contribuinte, sem que demonstrem deforma aritmticaa origem domontante o qual tem sido cobrado ! Assim, existe a concluso lgica de que, o que contraria o princpio da legalidade no a cobrana da Taxa em si, masuma cobrana que no tenha como base o fato gerador previsto na Lei Magna: autilizao, efetiva ou potencial, de servios pblicos especficos e divisveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposio!

A falta de especificidade e divisibilidade fica ainda mais evidenciada, quando constatado que, dentre os servios custeados pela cobranada Taxa de Limpeza Pblica, se encontram inseridos, alm da coleta do lixo,a varrio manual e mecanizada das vias pblicas e a manuteno e limpeza de terrenos pblicos, situao na qualse torna impossvel a identificao dos usurios, por se tratarde um servio que beneficia a comunidade como um todo, genericamente, assim como acontece com a TAXA DE DRENAGEM. Ora, se a Taxa de Limpeza que tem sido cobrada engloba, alm do custeio dosservios pblicos de coleta, remoo ou destinao de lixo ou resduos provenientes de imveis, tambm o custeio dos servios devarrio manual e mecanizada das vias pblicas e a manuteno e limpeza de terrenos pblicos, no existindo contra-prova a este respeito, a cobrana em questo, no estar inserida no contesto da Smula Vinculante 19 do STF ! Ricardo Alexandre (Direito Tributrio Esquematizado 4. Ed. ; pg. 62 Rio de Janeiro:Forense; So Paulo : MTODO, 2010.), leciona que: Foi com base nesse raciocnio que o STF, analisando o que, de maneira exageradamente resumida, tem se chamado de taxa do lixo, editou a Smula Vinculante 19, cujo teor se encontra abaixo transcrito:STF - Smula Vinculante 19 A taxa cobrada exclusivamente em razo dos servios pblicos de coleta, remoo ou destinao de lixo ou resduos provenientes de imveis, no viola o artigo 145, II, da Constituio Federal.Ora, se o lixo proveniente de imveis, podem-se identificar como usurios do servio os proprietrios de tais bens. Por este motivo, a Corte tomou o cuidado de inserir a palavraexclusivamenteno enunciado sumular, pois existe manifesta inconstitucionalidade quando a taxa tambm destinada limpeza dos logradouros pblicos ou a qualquer outro servio de natureza indivisvel. (...) Pelo exposto, um servio rene as caractersticas da especificidade e da divisibilidade, podendo ser remunerado por taxa, quando para ele possvel, tanto ao Estado quanto ao contribuinte, a utilizao da frase: Eu te vejo e tu me vs. O contribuinte v o Estado prestando o servio, pois sabe exatamente por qual servio est pagando (especificidade atendida) e o Estado v o contribuinte, uma vezque consegue precisamente identificar os usurios (divisibilidade presente). Lamentavelmente, aps ver reconhecida a sua inconstitucionalidade pelo STF, alguns entes municipais tendem amaquiar o custeio com a prestao dos servios devarrio manual e mecanizada das vias pblicas e a manuteno e limpeza de terrenos pblicos, inserindo-o tambm sob a nomenclatura da TAXA DE LIMPEZA PBLICA, da o seu no enquadramento ao quanto dispe a referida Smula Vinculante 19 do STF !Ailegalidade na cobranadas TAXAS DE DRENAGEM E LIMPEZA PBLICA praticada, pelos mesmos fundamentos acima j expostos, j entendimento pacficoem nossos Tribunais, inclusive, no E. S.T.F. ! Vejamos abaixo, dentre tantos outros entendimentos j pacificados, a transcrio parcial de um entendimento ministrado em desfavor do SERVIO PBLICO MUNICIPAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL DE SANTO ANDR SEMASA, pelo ilustre Desembargador da 18 Cmara de Direito Pblico do Tribunal de Justia de SP Apelao n 908.121.5/0, Dr. Mrcio Marcondes Machado: (...) Os servios de limpeza urbana, manejo de resduos slidos e de drenagem e manejode guas pluviais no podem ser classificados como servios especficos e divisveis.
Em relao ao servio de limpeza urbana e manejo de resduos slidos, objeto do recurso, de se convir que impossvel mensurar pontualmente o quanto um contribuinteproduz de lixo ao ms.
Segundo se infere das razes de apelao, o custo despendido com a atividade de limpeza pblica dividido entre os contribuintes, utilizando-se como critrios de rateio a rea edificada, metragem linear e o volume de lixo coletado.
Tal no pode ocorrer, como salientado pelo Des. Yoshiaki Ichihara, no julgamento da Apelao Cvel n 482.105.5/4, que desatou questo anloga presente,verbis:"... Portanto, a base de clculo da taxa de servio s pode ser o valor do custo da prestao, no podendo tomar outros parmetros, tudo sob pena de desvirtuar a prpria natureza da taxa."Mais adiante, o eminente desembargador asseverou:"De outra parte, a taxa de servio pblico, nos termos do modelo constitucional, paga para remunerar o custo da prestao, estando a a base de clculo como limite a ser imposto ao legislador competente.
Com efeito, nem mesmo o servio de coleta de lixo de hospitais e estabelecimentos de sade pode ser destacado, ou, melhor dizendo, separado unitariamente: nopode ser mensurado o uso especfico de cada contribuinte. Em outras palavras, no se pode apurar a quantidade de lixo gerada pelos imveis ou estabelecimentos, individualmente. No tem o Poder Pblico, em verdade, qualquer possibilidade de fiscalizaressa utilizao individual, no podendo, destarte, cobrar de cada contribuinte uma taxa que seja condizente com o servio. (...) ...


E mais, seguem outros entendimentos idnticos do TJ/SP:AO ORDINRIA - Taxas de drenagem e de limpeza pblica, exerccios de novembro de 2001 a outubro de 2005 - Municpio de Santo Andr - Ausncia de especificidade e divisibilidade dos servios pblicos - Servios "uti universi" que devem ser mantidos por impostos - Incompatibilidade com os artigos 145, II, CF e art. 77 do CTN Matria preliminar rejeitada - RECURSO IMPROVIDO. (APEL.N0 752.005.5/0-00 - SANTO ANDR APTE. SERVIO MUNICIPAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL DE SANTO ANDR SEMASA; APDO. : ALFREDO GAROFALO JNIOR; REL. RODRIGUES DE AGUIAR)Ementa SANTO ANDR - TAXAS DE DRENAGEM E LIMPEXA PBLICA IMPOSSIBILIDADE. So inexigveis as taxas de drenagem e de limpeza pblica, institudas pelas Leis Municipais n 7 606/97 e n" 8 151/00 por ausncia de especificidade e divisibilidade dos servios pblicos. RECURSO PROVIDO EM PARTE. (Apelao com Reviso n. 915.660.5/6-00; Apelante: CONDOMNIO EDIFCIO AGUIAR (autor); Apelada: SERVIO MUNICIPAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL DE SANTO ANDR - SEMASA (r); Ao Declaratria; Rel. Carlos Alberto Glarusso Lopes Santos) Como reafirmou o Sr. Ministro Seplveda Pertence RE 247.563-7,a jurisprudncia do Egrgio Supremo Tribunal Federal pacfica, aodeclarar que a TAXA DE LIMPEZA PBLICA cobrada pelo Municpio de Santo Andr inexigvel, como tambm,a legislao municipal que a instituiu, inconstitucional. (VIDE ACRDO NA NTEGRA ANEXADO PETIO INICIAL):EMENTA: Municpio de Santo Andr: inconstitucionalidade da taxa de limpeza pblica, por ter corno fato gerador prestao de servio no especfico nem mensurvel, indivisvel e insusceptivel de ser referido a determinado contribuinte; legitimidade da taxa de segurana, exigida para cobrir despesas com manuteno dos servios de preveno e extino de incndios: precedente: RE 206.777, 25.02.1999, Pleno, Ilmar Galvo, DJ 30.4.99. RE provido, em parte.VIOLAO AO PRINCPIO DA LEGALIDADE
INCISO II, ARTIGO 5, DA CONSTITUIO FEDERAL A continuidade da cobrana, alm de ser uma medida contrria Jurisprudncia emanada pelo Egrgio Tribunal de Justia de So Paulo, implicar no fato de que, ao arrepio da Lei, ms a ms e durante vrios anos, o contribuinte continuar sofrendo constrio em seu patrimnio, sendo vitimado pela cobrana ilegal das referidas taxas, ilegalidade esta j confirmada em abundantes julgados, caracterizada por ser uma grave violao ao PRINCPIO DA LEGALIDADE, expresso no inciso II, do artigo 5 da Constituio Federal, que assim dispe: II ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei; A lei, por sua vez, limita expressamente a cobrana de TAXAS pelo entepblico, dispondo de forma expressa no artigo 145 da Constituio Federal, tanto no inciso II, como no segundo a sua limitao, a qual ecoa nocaputdo artigo 77, do Cdigo Tributrio Nacional que, ainda, nos incisos II e III, do Artigo 79, define o que so os servios pblicos divisveis e indivisveis, sendo certo que a cobrana das referidas taxas, segundo a definio legal, no se enquadra em nenhum deles !CONCLUSO Ao se analisar a questo, a concluso no sentido de que a(s) TAXA(S) DE LIMPEZA PBLICA E DRENAGEM cobrada(s) pela maioria das municipalidades, possuem comobase de clculoosmesmos elementos componentes do Imposto Sobre a Propriedade Territorial e Predial Urbana;no tm correspondncia comservio pblico especfico e divisvelprestado ao contribuinte, ou colocado disposio deste; mesmo que cobradas com base em Lei infra-constitucional, a sua cobrana se constitui em clara e ntidaafrontaao preceituado noartigo 145, 2, inciso II, da Constituio Federal, e regra insculpida noartigo 77 caput e pargrafo nico do Cdigo Tributrio Nacional, conforme entendimento j pacificado pelo E. STF e por tais motivos, buscar obter judicialmente a imediatacessao da sua cobrana e a devoluo dos valores j pagos, e sempre ser uma medida de direito e de justia.