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Atas do Evento Os Estágios Supervisionados de Ciências e Biologia em Debate II
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A CONSTRUÇÃO CONCEITUAL SOBRE FUNGOS E DECOMPOSIÇÃO EM AULAS TEÓRICO - PRÁTICAS NO ENSINO
MÉDIO
Dulcinéia Gonçalves Ribeiro1 Michelle Paulina Cataneo2
Fernanda Ap. Meglhioratti3
INTRODUÇÃO
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 2000a,
p.14) “a Biologia é a ciência que estuda o fenômeno da vida em toda a sua
diversidade de manifestações”. Portanto, a Biologia estuda as diversas
manifestações dos seres vivos e é dividida em vários campos de atuação, dentre os
quais podemos citar a Botânica, a Zoologia, a Genética e a Microbiologia. Estes
campos, apesar de suas especificidades se interligam e permitem uma visão
integrada do conhecimento biológico.
Um dos campos de estudo da Biologia é a microbiologia, Pelczar (1980, p.3)
define este campo como o estudo dos microorganismos (bactérias, arqueas, fungos,
protozoários e vírus). Os fungos e as bactérias realizam o processo de
decomposição da matéria orgânica do meio, que de acordo com Odum (2004, p. 42-
43), “é absolutamente vital para que os nutrientes não fiquem encerrados em corpos
mortos”, mantendo assim as condições de vida na Terra sustentáveis. Além disso,
eles participam de vários ciclos biogeoquímicos. Os fungos além de estabelecerem
relações mutualísticas, apresentam notável importância ecológica e econômica:
atuando na produção de alimentos, bebidas e medicamentos, sendo parasitas e
provocando doenças nos animais e nos vegetais, reciclando a matéria orgânica
juntamente com as bactérias. Assim, ao estudar o conteúdo sobre microorganismos,
1 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas – Licenciatura. Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). E-mail: [email protected] 2 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas – Licenciatura. Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). E-mail: [email protected]
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Docente do Curso de Ciências Biológicas – Licenciatura. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde,
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). E-mail: [email protected]
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é necessário fazer uma ligação entre o assunto chave (microorganismos) com as
formas de organização dos diferentes seres vivos, com a fisiologia e metabolismo de
suas células, o processo evolutivo destes organismos e relacionar isso com os
benefícios e malefícios que podem trazer para os seres humanos. Entretanto,
apesar de todo desenvolvimento da Ciência, ainda hoje, poucas pessoas se dão
conta do quanto intimamente nossa vida está ligada aos microorganismos,
especificamente dos fungos.
Tendo em vista a importância dos fungos no meio ambiente e para nós
seres humanos, este trabalho terá como objetivos: 1) Compreender os
conhecimentos prévios de alunos do segundo ano do Ensino Médio mediante um
questionário inicial sobre o processo de decomposição, a participação dos fungos e
o reconhecimento de alguns exemplares do grupo; 2) Verificar se o uso de práticas
investigativas sobre os fungos e sua ação decompositora, permite aos alunos
modificar ou ampliar suas concepções iniciais sobre decomposição e fungos,
reconhecendo a importância alimentar, industrial, agrícola e médica dos fungos e
relacionando os fungos com o cotidiano.
1. A CONSTRUÇÃO CONCEITUAL E OS PROCESSOS DE ENSINO E
APRENDIZAGEM
O objeto de estudo desse trabalho é a compreensão da construção conceitual
realizada por alunos do segundo ano do Ensino Médio sobre fungos e sua ação
decompositora. Desse modo, faremos nesse tópico uma discussão sobre o processo
de construção conceitual e os processos de ensino e aprendizagem de ciências.
Zompero (2009, p. 31), afirma que o aluno traz para sala de aula de Ciências
e de Biologia as suas concepções, “geralmente distantes dos conceitos científicos,
construídas em seu meio social e com as quais explica os fatos e fenômenos
naturais que se defronta no dia-a-dia”. Portanto, é importante que os professores
iniciem os conteúdos por questões familiares aos alunos e ao mesmo tempo
interessantes, que os instiguem a observar o meio que os cerca, que os levem a
formular hipóteses e respostas para as perguntas iniciais (LARSEN, 2004). No
entanto, as salas de aula na sua maioria, fundamentam-se na “mera transmissão de
informações, sendo a transcrição do livro didático na lousa um recurso ainda
predominante na prática de muitos professores dessa disciplina” (OVIGLI & SILVA,
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2009, p.397). Assim, o estudo de Ciências pode deixar uma lacuna na formação dos
estudantes sem fazer a interação dos fenômenos naturais ou tecnológicos.
De acordo com os PCNs (BRASIL, 2000b), o desenvolvimento do
conhecimento deve ter caráter transdisciplinar e matricial, “de forma que as marcas
das linguagens, das ciências, das tecnologias e, ainda, dos conhecimentos
históricos, sociológicos e filosóficos, estejam presentes em todos os momentos da
prática escolar” (BRASIL, 2000b, p.19). Desta maneira, o ensino de Ciências e
Biologia podem contribuir na formação de cidadãos, ao tornar possível o acesso de
informações que levem os estudantes a formar uma opinião crítica e prepará-los
para enfrentar problemas relacionados à saúde, a economia, a sociedade e ao meio
ambiente como um todo.
Ao estudar microorganismos, em particular os fungos, objeto desse
trabalho, deve-se considerar que os alunos já trazem algumas construções mentais
sobre os processos de decomposição, fungos e microorganismos. Essas
concepções construídas nas relações do cotidiano influenciam os processos de
ensino e aprendizagem destes conceitos no ambiente escolar. Desse modo, a seguir
buscamos conceituar fungos e suas implicações ambientais, industriais e médicas e
em seguida, discutimos a percepção desses conceitos em alunos do segundo ano
do Ensino Médio.
2. OS FUNGOS: IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS, INDUSTRIAIS E MÉDICA
Segundo Manfio (2003, p. 21), citado por Donato (2008), os microrganismos
são “grupos variados de organismos unicelulares microscópicos, que vivem na
natureza como células isoladas ou em agregados celulares. Esta definição congrega
os grupos bactérias, arqueas, fungos, protozoários e vírus”. Os fungos e as bactérias
atuam de forma ativa na manutenção dos ecossistemas, uma vez que realizam o
processo de decomposição da matéria orgânica do meio. “Esta é uma função
absolutamente vital porque, caso não ocorresse, os nutrientes não tardariam a estar
todos encerrados em corpos mortos” (ODUM, 2004, p. 42-43). Desta forma, sem a
atuação desses microorganismos as condições de vida na Terra seriam logo
insustentáveis.
Microorganismos, mais precisamente fungos e bactérias, participam de
vários ciclos biogeoquímicos entre eles o Ciclo do Carbono, onde “devolvem ao
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ambiente, num curto período de tempo o carbono incorporado nas substâncias
orgânicas dos seres vivos que morreram” (LARSEN, 2004, p.9-10). No ciclo do
nitrogênio, fungos e bactérias decompõem os compostos orgânicos nitrogenados,
devolvendo ao ambiente a amônia, que por ação de outros seres decompositores
transforma-se em nitrito ou nitrato, que podem se decompor em nitrogênio ou
novamente ser absorvidos pelas raízes das plantas (TRIVELATTO, 1995, apud
LARSEN, 2004).
Segundo Peclzar (1980), os fungos são microorganismos eucarióticos
(possuem membrana nuclear), são heterótrofos (não produzem seu próprio
alimento), alguns são saprófitos (decompositores), outros são parasitas e ainda
existem espécies que vivem em mutualismo com outros seres como por exemplos
os liquens e as micorrizas, não possuem pigmento fotossintetizante (clorofila), a
maioria se reproduz por esporos (reprodução assexuada). Apresenta parede celular
constituída por quitina, polissacarídeo também presente em alguns artrópodes como
os insetos. Podem ser encontrados, preferencialmente em lugares úmidos, pouco
iluminados e ricos em matéria orgânica.
Os fungos já foram considerados plantas “primitivas ou degeneradas”, que
perderam a clorofila e a capacidade de realizar fotossíntese. Hoje, fungos e plantas
possuem em comum a forma de crescimento multicelular. Contudo, com o avanço
da ciência e da tecnologia os fungos foram considerados mais aparentados com os
animais do que com as plantas (RAVEN, et. al., 2001). “Apesar de muitas estruturas
fúngicas serem similares às dos animais, com os quais o Reino está mais
relacionado filogeneticamente, outras apresentam variações e outras ainda, são
exclusivas dos fungos” (MOORE & FRAZER, 2002; BURNETT, 2003, apud, LEITE
et. al., 2006, p.18), constituindo, portanto, um grupo a parte, o Reino Fungi.
Os fungos podem ser parasitas de plantas, animais e outros fungos e, ainda
há espécies que vivem em associações mutualísticas. Dentre essas associações
benéficas entre fungos e outros seres vivos podemos citar as micorrizas e os
liquens. As micorrizas são associações entre os micélios de fungos com as raízes
vivas das plantas. Os fungos propiciam as plantas hospedeiras o aumento da
capacidade de absorver água e nutrientes essenciais, além de fornecer proteção
contra ataque de invasores. Em troca, os fungos recebem uma parte do produto
fotossintético da planta (RAVEN, et. al., 2001). Os liquens são associações entre
fungos na maioria ascomicetos e algas específicas (na maioria unicelulares) ou
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cianobactérias. Os fungos fornecem proteção contra a desidratação e repassam
nutrientes (água e sais minerais) as algas. Em troca, as algas realizam o processo
de fotossíntese e, transferem carboidratos e compostos nitrogenados para os fungos
(RAVEN, et. al., 2001).
Os fungos além de estabelecerem relações mutualísticas, apresentam
notável importância ecológica e econômica: atuando na produção de alimentos,
bebidas e medicamentos; sendo parasitas e provocando doenças nos animais e nos
vegetais; e reciclando a matéria orgânica juntamente com as bactérias.
Em relação à utilização na alimentação, alguns fungos, como cogumelos
são ricos em vitaminas e apresentam baixos teores de carboidratos e de gorduras,
dezenas deles são utilizados na alimentação humana, e alguns são cultivados
comercialmente como exemplo, pode-se ser citado o Agaricus campestris
(champignon) e o Lentinus edodes (shitake). Também a levedura unicelular
Saccharomyces cerevisae, é empregada na fabricação de pão e bebidas alcoólicas.
Durante a fabricação do pão, na fermentação, o gás carbônico é liberado pelo
levedo na massa, contribuindo para tornar o pão leve e macio. Já na produção de
bebidas, os fungos do gênero Saccharomyces realizam fermentação alcoólica ao
converter o açúcar em álcool etílico (RAVEN, et. al., 2001). Alguns fungos são
utilizados durante a produção de queijos, sendo responsáveis pelos sabores
característicos de queijos como o roquefort e o camembert, onde são empregados
os fungos Penicillium roquefortii e Penicillium camembertii, respectivamente.
Em relação a questões médicas, alguns fungos são utilizados pela indústria
farmacêutica na produção de antibióticos, como a penicilina, extraída primeiramente
por Alexander Fleming, do fungo Penicillium notatum, na década de 1920. Existem
muitos fungos de interesse médico, que atuam como agentes de doenças nos seres
humanos. Por exemplo, algumas micoses como o sapinho (candidíase), causada
pelo Cândida albicans, são comuns nas crianças, e mais recentemente em pessoas
portadoras do vírus HIV, sendo chamado de infecções oportunistas. Também
existem dermatomicoses, micoses que se manifestam na pele, como a frieira
causada pelo fungo Tinea pedis, entre outras doenças relacionadas a fungos.
Apesar das implicações econômicas associadas à medicina e a produção
de alimentos industrializados, uma das maiores implicações dos fungos é ambiental,
uma vez que muitos fungos participam no processo de decomposição da matéria
orgânica. O processo de decomposição permite a transformação de elementos
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presentes nos organismos de maneira cíclica, sendo essencial para a manutenção
da vida. Desta forma, a decomposição da matéria orgânica é um processo longo e
complexo, e controla várias funções importantes no ecossistema, tais como:
reciclagem de nutrientes através da mineralização da matéria orgânica morta;
produção de alimentos para uma seqüência de organismos na cadeia alimentar de
detritos; produção de metabólicos secundários que podem ser inibidores ou
estimuladores e que são, muitas vezes, reguladores; modificação de materiais
inertes da superfície terrestre, produzindo, o complexo característico da terra que é o
solo; manutenção de uma atmosfera que permita a vida de aeróbios de grande
biomassa (ODUM, 1988, p. 27).
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
Considerando a importância do estudo dos fungos e suas implicações
ambientais, econômicas e médicas, buscou-se investigar os conhecimentos prévios
de alunos do segundo ano do Ensino Médio mediante um questionário inicial sobre o
processo de decomposição, a participação dos fungos e o reconhecimento de
alguns exemplares do grupo; e verificar se o uso de práticas investigativas sobre os
fungos e sua ação decompositora, permite aos alunos modificar ou ampliar suas
concepções iniciais sobre decomposição e fungos, reconhecendo a importância
alimentar, industrial, agrícola e médica dos fungos e relacionando os fungos com o
cotidiano.
Neste trabalho foi utilizada a abordagem qualitativa que de acordo com
Neves (1996) não busca apenas enumerar ou medir eventos. Os dados são
apresentados em geral de maneira descritiva e obtidos com contato direto e
interativo do pesquisador com o objeto de estudo (NEVES, 1996).
O projeto foi desenvolvido com duas turmas do segundo ano do Ensino
Médio de uma escola pública do Paraná. Os instrumentos de coleta utilizados foram:
questionário inicial; investigação e observação de aulas práticas realizadas com as
turmas de alunos do segundo ano do Ensino Médio; questionário final.
3.1. Questionário Inicial
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As concepções prévias de 48 alunos do 2º ano do Ensino Médio de uma
escola pública do Paraná foram investigadas mediante a utilização de um
questionário inicial, que contou com as questões apresentadas no quadro 1.
1. O que é decomposição? 2. O que acontece quando deixamos vários dias alimentos fora da
geladeira? 3. De exemplo de um benefício e de um malefício dos fungos. 4. A que grupo pertence: (a) Cogumelo:
( ) Planta ( ) Animal ( ) Fungo ( ) Protozoário ( ) Bactéria
(b) Orelha-de-pau: ( ) Planta ( ) Animal ( ) Fungo ( ) Protozoário ( ) Bactéria
(c) Bolor: ( ) Planta ( ) Animal ( ) Fungo ( ) Protozoário ( ) Bactéria
(d) Liquens: ( ) Planta ( ) Animal ( ) Fungo ( ) Protozoário ( ) Bactéria
Quadro 1: questionário inicial
3.2. Investigações e observações de situações de ensino e aprendizagem
Foram ministradas aulas pelas pesquisadoras do projeto, enfatizando as
discussões sobre os fungos, a visualização de alguns exemplares do grupo e aulas
práticas investigativas. As atividades realizadas em sala de aula foram: 1) Primeira
atividade prática: montagem de recipientes individuais para o cultivo de fungos sobre
matéria orgânica, na qual ficaram em repouso sem qualquer tipo de tampa, dentro
do laboratório de Biologia, em local pouco iluminado. Os alunos trouxeram os
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alimentos que acharem interessantes; 2) Segunda atividade prática: experimento do
mingau com o objetivo de verificar a existência de fungos no ambiente atmosférico e
a importância da conservação adequada dos alimentos. Esta prática foi retirada do
site: <http://www.chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2003/134/com-o-
prazo-de-validade-vencido/algumas-praticas-de-conservacao-de-alimentos/fungos-
em-crescimento>. (ANEXO 1).
3.3. Questionário Final
Ao final das atividades realizadas foi aplicado um questionário final com o
objetivo de verificar o aprendizado de 48 alunos no decorrer do projeto. As questões
finais estão indicadas no quadro 2.
1. Explique o processo de decomposição. Quais são os seres vivos que participam deste processo? 2. O que são fungos para você? 3. Cite a importância e a utilidade dos fungos. 4. O que acontece quando deixamos alimentos destampados por muito tempo?
Quadro 2: questionário final
3.4. Análise dos dados
De acordo com Lüdke & André (1986, p. 45), analisar os dados significa
“trabalhar todo o material obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos de
observação, as transcrições de entrevista, as análises de documentos e as demais
informações disponíveis.” Para os autores, “o primeiro passo desta análise é a
construção de um conjunto de categorias descritivas.” Essas categorias são
formuladas através do referencial teórico do estudo e da análise do próprio discurso
dos sujeitos investigados, classificando os dados coletados em classes de
codificação. Desse modo, na análise dos questionários foram construídas categorias
mediante um estudo sistemático das respostas dos sujeitos e análise de trabalhos
sobre a temática de interesse. Para a identificação dos sujeitos colocamos as
numerações em ordem crescente (aluno 1, aluno 2,... aluno 14), assim a numeração
é única.
Atas do Evento Os Estágios Supervisionados de Ciências e Biologia em Debate II
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Concepções dos alunos no questionário inicial
Em relação ao questionário inicial, na pergunta “O que é decomposição?”,
as respostas que mais apareceram foram: Reciclagem da matéria orgânica morta
em matéria inorgânica simples em 12 questionários, decompor em 11, morte de um
ser vivo em 8 e apodrecimento em 7 (Ver tabela 1). Em relação a quem realiza o
processo de decomposição, alguns alunos ainda no questionário inicial,
responderam que a decomposição é uma ação dos fungos (3 alunos) e de bactérias
(3 alunos). Percebemos, assim, que os alunos possuíam um conhecimento
adequado do que é decomposição, contudo, não relacionavam o processo de
decomposição com o que acontece com os alimentos quando são mal conservados,
e sim com a morte dos seres vivos. Segue abaixo algumas respostas sobre o que é
decomposição:
Aluno 1: Um animal quando morre, ai morre as células e ele se decompõe. Aluno 2: Quando, por exemplo, um animal morre e entra em deterioração. Também acontece com as plantas, caem, morrem e fertilizam a terra.
O que é decomposição?
Morte de um ser vivo 8
Separação das partes 3
Decompor 11
Ação dos fungos 3
Estragar 3
Ação das bactérias 3
Adubação 3
Desmanchar 2
Apodrecimento 7
Tipo de alimentação 1
Deterioração 3
Potrificação 1
Reciclagem da matéria orgânica morta em matéria inorgânica simples 12
Não respondeu 2
Tabela 1
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Já na segunda questão, “O que acontece quando deixamos vários dias
alimentos fora da geladeira ou destampados por muito tempo?”, verificamos que os
alunos já relacionavam a ação de fungos e bactérias com o estragar dos alimentos
(Ver tabela 2), aspectos não contemplados na primeira questão, o que demonstra
que os alunos em geral não associam em um primeiro momento o processo de
decomposição com o fato de alimentos estragarem, mesmo sabendo que são ações
realizadas pelos fungos. Entretanto, ao questionar diretamente sobre os alimentos,
essa associação fica mais evidente. Ainda apareceram as categorias: apodrecer (5),
azedar (5), mofar (5), bolor (9), decompor (7) e mau cheiro com 5 (Ver tabela 4).
Respostas dos alunos:
Aluno 3: Ele é alvo de bactérias e fungos que realizam o processo de decomposição, e os fungos se instalam vivem e se reproduzem. Aluno 4: Estraga azeda, fica embolorado.
O que acontece quando deixamos vários dias alimentos fora da geladeira?
Azedar 5
Estragar 34
Provocar doenças 1
Ação de fungos 14
Ação de bactérias 2
Bolor 9
Apodrecer 5
Decompõe 7
Mal-cheiro 5
Mofar 5
Potrificação 1
Ficar murcho 1
Tabela 2
Na terceira questão: “Quais são os benefícios e malefícios dos fungos?”
Notamos que os alunos já tinham uma concepção prévia dos benefícios e malefícios
dos fungos, pois muitos alunos responderam à questão dizendo que os fungos são
importantes na alimentação (7), na fabricação de fermentos (4), remédios (2),
bebidas (1), e ainda teve alunos que colocaram a decomposição como um benefício
dos fungos (Ver tabela 3). Em relação aos malefícios os alunos responderam
malefícios à saúde em 9 questionários e o apodrecimento em 3 como os maiores
males dos fungos (Ver tabela 4). Respostas dos alunos:
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Aluno 5: Os fungos são usados na culinária, no fermento, por exemplo, o malefício é que eles podem estragar os alimentos. Aluno 6: Dependendo do fungo faz bem, como alguns cogumelos ou faz mal tipo os fungos que estragam a laranja, o pão, etc.
Benefícios dos fungos
Fermento 4
Fabricar alimentos 5
Usados como alimentos 2
Fabricar remédios 2
Decompositores 6
Agentes biológicos 1
Fabricar bebidas 1
Fabricar álcool etílico 1
Não respondeu 2
Tabela 3
Malefícios dos fungos
Apodrecimento 3
Estragar 2
Malefícios a saúde 9
Mal-cheiro 1
Bolor 2
Não respondeu 2
Tabela 4
A fim de saber dos alunos se estes já sabiam que fungos não eram plantas
e nem animais e sim seres pertencentes ao Reino Fungi, mostramos alguns
exemplares deste reino e pedimos aos estudantes “a que grupo pertencia cada
exemplar”. Grande parte dos estudantes já sabia dizer que aqueles seres vivos eram
representantes do Reino Fungi, no entanto, também foram encontrados outros tipos
de respostas:
A que grupo pertencem estes exemplares?
Categorias Cogumelo Orelha-de pau Bolor Liquens
Planta 9 1 0 19
Animal 0 0 0 0
Fungo 35 38 40 18
Atas do Evento Os Estágios Supervisionados de Ciências e Biologia em Debate II
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Protozoário 2 3 0 4
Bactéria 0 3 0 1
Planta e fungo 0 0 4 5
Não respondeu 2 3 4 1
Tabela 5
4.2. A construção conceitual dos alunos nas situações de ensino e
aprendizagem
Nas semanas seguintes a aplicação do questionário, realizamos a prática de
decomposição dos alimentos, onde a cada semana os alunos verificavam a
mudança no alimento, o processo de decomposição e a ação dos microorganismos
sobre ele. Já na prática do mingau, os alunos notavam a cada semana a diferença
do mingau em cada copo, e anotavam as diferenças e o porquê delas no relatório da
prática.
Verificando a bibliografia existente, descobrimos que outras pessoas
também realizaram atividades sobre fungos. Silva, et. al (2009), fez uma aula
expositiva em um primeiro momento, depois mostrou exemplares de fungos e por
último realizou uma experimentação sobre o fermento (metabolismo dos fungos).
Ovigli & Silva (2009) realizaram palestras e mini-cursos em relação ao tema
microorganismos, e algumas atividades como: mãos limpas e estragando o mingau,
esta última é semelhante a que nós realizamos. Comparando o nosso trabalho com
o de Ovigli & Silva (2009), verificamos que na prática do mingau, o segundo estudo
aponta que alguns diziam que se o copo fosse deixado destampado não iria
acontecer nada com o mingau, outros diziam que iria estragar muito (OVIGLI &
SILVA, 2009, p. 408). No nosso caso, após uma semana que o alimento tinha sido
deixado destampado, os alunos já conseguiam associar aquilo que estavam vendo
com a ação dos fungos. Seguem abaixo algumas respostas dos alunos:
-Por não estar protegido, os fungos agiram como um todo. Está totalmente embolorado. - Está em processo de decomposição, pois ficou em contato com o ar; há mais fungos do que mingau.
Já na segunda semana após iniciarmos a prática do mingau apareceram nas
respostas além dos conceitos científicos algumas características em relação ao
material observado:
Atas do Evento Os Estágios Supervisionados de Ciências e Biologia em Debate II
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- Há grande variedade e diversidade de fungos. Sem presença visível de líquido. - Está praticamente todo decomposto, por vários tipos de fungos diferenciados pela cor. - Continua todo embolorado e com cheiro forte.
4.3. Concepções dos alunos no questionário final
Após a realização das atividades aplicamos um novo questionário, com o
intuito de ver se houve ou não mudanças de conceitos em relação à decomposição.
Já na questão número um: “Explique o processo de decomposição”, verificamos que
os alunos já conseguiam fazer algumas associações: Reciclagem da matéria
orgânica morta em matéria inorgânica simples em 21 questionários, morte de um ser
vivo em 5, e categorias como apodrecimento (2), adubação (2), estragar e embolar
(1), e proliferação de fungos em 3. Entretanto, em relação ao primeiro questionário
subiu o número de alunos que não responderam a questão de 2 para 13, isso talvez
tenha acontecido por insegurança dos alunos em responder (Ver tabela 6). A seguir
algumas respostas dos alunos:
Aluno 7: É a reciclagem da matéria na natureza transformando a matéria orgânica morta em inorgânica simples que pode ser reaproveitada por outros seres vivos. Aluno 8: Quando os alimentos ficam sem ser conservados por muito tempo. As bactérias e fungos agem para facilitar a decomposição.
Explique o processo de decomposição
Reciclagem da matéria orgânica morta em matéria inorgânica simples 21
Morte de um ser vivo 5
Destruição de um ser vivo 4
Nutrientes que podem ser reaproveitados por outros seres 1
Quando os alimentos ficam sem conservação 1
Apodrecimento 2
Proliferação de fungos 3
Decompor em matéria pequena 1
Adubação 2
Estragar 1
Embolorar 1
Não respondeu 13
Tabela 6
Atas do Evento Os Estágios Supervisionados de Ciências e Biologia em Debate II
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Em relação à pergunta “Quem realiza o processo de decomposição?” houve
um progresso no número das respostas: fungos apareceram em 35 questionários,
bactérias em 14, e até as hifas dos fungos aparecem em 8 questionários:
Quem realiza a decomposição?
Fungos 35
Bactérias 14
Hifas 8
Microorganismos 1
Todos: alimentos, animais, até o ser humano 1
Não respondeu 10
Tabela 7
Na segunda questão do questionário perguntamos “O que são fungos?”
Apareceram várias categorias de respostas tais como: seres vivos e seres uni ou
pluricelulares com 13 respostas cada, organismos que fazem a decomposição em
10 e organismos sem pigmento de fotossíntese com 5 (Ver tabela 8). Percebemos
assim que muitos alunos através das atividades conseguiram desassociar fungos de
plantas com esta última categoria citada.
Aluno 9: São organismos uni ou pluricelulares, destituídos de pigmento de fotossíntese. Sua proliferação normalmente envolve esporos. Aluno 10: Fungos são organismos vivos capazes de fazer a decomposição.
O que são fungos para você?
Seres heterótrofos 4
Organismos que fazem à decomposição 10
Seres vivos 13
Microorganismos 3
Seres uni – pluricelulares 13
Organismos sem pigmento de fotossíntese 5
Parasitas 3
Representantes do Reino Fungi 1
Eucariontes 4
Manchas que saem na comida 2
Algo que estraga 2
Bolor 1
Mofo 1
Esporos 2
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15
Seres de reprodução assexuada ou sexuada 1
São bactérias 1
Não respondeu 3
Tabela 8
No questionário inicial perguntamos sobre os benefícios e os malefícios dos
fungos, já no questionário final solicitamos aos alunos que eles citassem “A
importância e utilidade dos fungos”. Verificamos que aumentou o número de
categorias de respostas: a decomposição apareceu em 22 questionários, na
alimentação em 22, a fabricação de fermentos em 16, de remédios em 14 e de
bebidas em 13. E os malefícios apontados pelos alunos são as parasitoses (5) (Ver
tabela 9).
Aluno 11: Serve para fazer pão, bolos, remédios, para transformar a matéria orgânica morta em matéria inorgânica simples. Aluno 12: Ação decompositora, ação parasita, ação fermentativa.
Cite a importância e utilidade dos fungos
Adubação 4
Fabricar alimentos 19
Usados como alimento 3
Remédios 14
Decomposição 22
Fermento 16
Fabricar bebidas 13
Parasitoses 5
Agricultura 1
Utilização em pesquisas 1
Não respondeu 3
Tabela 9
No primeiro questionário perguntamos: “O que acontece com os alimentos
quando são deixados por muito tempo fora da geladeira?” Já no segundo
questionário, perguntamos: “O que acontece com os alimentos quando deixados
destampados por muito tempo?” As categorias que mais apareceram foram: bolor
em 17 respostas, decomposição em 15, apodrecimento em 12. Em relação a quem
provoca estas ações nos alimentos os alunos citaram os fungos em 26 questionários
e as bactérias em 9 (Ver tabela 10). Isso mostra que os alunos assimilaram bem as
atividades realizadas no decorrer do projeto. Algumas respostas dos alunos:
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Aluno 13: Emboloram... Porque tem fungos e bactérias no ar e pousam no alimento e vão tomando conta do alimento ai eles apodrecem. Aluno 14: Eles começam a mofar, ficam embolorados com mau cheiro.
O que acontece quando deixamos alimentos destampados por muito tempo?
Decomposição 15
Estragar 9
Bolor 17
Ação dos fungos 26
Apodrecimento 12
Hifas 4
Mofo 5
Ação das bactérias 9
Esporos 2
Azedar 1
Mal – cheiro 1
Não respondeu 2
Tabela 10
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio supervisionado em Biologia permite aos acadêmicos (futuros
professores) um contato mais próximo com os alunos do Ensino Médio. Desta forma,
ao trabalhar na regência assuntos como fungos o universitário pode fazer uso de
práticas problematizadoras, que de acordo com Macedo et. al. (2009, p.3), permitem
aos alunos se reconhecerem como “agentes atuantes no processo de ensino-
aprendizagem, permitindo que estes pensem, analisem, comparem uma situação
investigada”, contribuindo assim “para a formação de cidadãos críticos reflexivos,
capazes de relacionar os conteúdos numa perspectiva sistêmica e interdisciplinar e
complexa”.
Ao associar o que foi dito por Macedo et. al. acima, com o que os PCNs
(BRASIL, 2000a, p.14) afirmam a respeito do que é Biologia (“a Biologia é a ciência
que estuda o fenômeno da vida em toda a sua diversidade de manifestações”),
resolvemos trabalhar o Reino Fungi com atividades práticas.
Através do questionário inicial percebemos que os estudantes do Ensino
Médio já tinham uma concepção prévia do que eram e da importância dos fungos
para o meio ambiente. Contudo, muitos ainda não conseguiam associar os seres
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decompositores da cadeia alimentar com o processo de decomposição dos
alimentos. Outros ainda confundiam fungos com bactérias, ou achavam que eles
pertenciam ao Reino Plantae. Esta confusão nas respostas, talvez seja o resultado
de se estudar os fungos, ou antes, ou após as plantas, e até mesmo de haver livros
de botânica em que se trabalha o Reino Fungi.
Para desmistificar esta ideia de que fungos são plantas, ou são seres que
só trazem prejuízos aos seres humanos, utilizamos além das aulas teóricas
expositivo-dialogadas algumas aulas práticas. Os alunos observaram durante 3
semanas o que acontecia com os alimentos, o processo de decomposição e ação
dos fungos. Na primeira semana foram postos os alimentos nos potes e foi feito o
mingau que foi despejado em quatro copos diferentes. Na segunda semana foi
observado o processo de decomposição dos alimentos. Na última semana além dos
alimentos estarem em visível estado de decomposição, os alunos perceberam que
existiam diversas colorações nos alimentos, que estes tinham cheiro desagradável e
conseguiram associar isso com a ação dos fungos e bactérias decompositoras.
Apesar de nosso objetivo ser o enfoque do processo de decomposição e
ação dos fungos, não deixamos de trabalhar com os benefícios e malefícios dos
fungos para o ser humano. Desta maneira, ao aplicar o questionário final,
inicialmente achamos que não tinham acontecido mudanças de conceitos,
entretanto, ao elaborar as categorias de respostas, percebemos que estas
aumentaram em número e que a qualidade das respostas também melhorou, sendo
estas mais completas e claras. Assim, compreendemos que os estudantes
conseguiram associar as perguntas a mais de uma resposta possível e é por isso
que o número de categorias e respostas aumentou.
Os alunos participaram de cada passo no decorrer das aulas práticas e
foram atuantes durante todo o projeto. Concordamos desta forma, com Prado et. al.
(2004, p.129) quando este afirma que a aplicação de métodos alternativos no ensino
de microbiologia (no nosso caso de fungos), “pode ser utilizado como um
instrumento a mais para uma aprendizagem significativa dos conceitos básicos da
microbiologia abordada no ensino médio e fundamental”.
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REFERÊNCIAS BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio, Parte III – Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2000a. 58p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf>. Acesso em: 02 jul. 2010. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC, 2000b. 109p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>. Acesso em: 23 maio 2010. DONATO, A. Microbiologia do solo e o ensino de Biologia. Monografia (requisito para obtenção do título de Licenciada em Ciências Biológicas), Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Cascavel, 2008. LARSEN, I. O ensino de microbiologia e sua abordagem prática. Monografia (requisito parcial para obtenção do titulo de Licenciada em Ciências Biológicas), Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Cascavel, 2004. LEITE, C. L. et.al. A particularidade de ser um fungo – I. Constituintes celulares. In: Biotemas, junho de 2006, p. 17 – 27. LÜDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em Educação: Abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. 100 p. MACÊDO, P. B. de.; et. al. Reflexões sobre elementos que caracterizam um novo olhar para a prática de ensino de Ciências/Biologia. 2009. 3p. NEVES, J. L. Pesquisa Qualitativa – Características, usos e possibilidades. In: Caderno de Pesquisas em Administração. São Paulo, v.1, nº 3, 2º Sem. 1996. 5 p. disponível em: <http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/R1268-1.pdf>. Acesso em: 11 set. 2010. ODUM, E. P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. 434 p. ODUM, E. P. Fundamentos de Ecologia. Trad. Antônio Manuel de Azevedo Gomes. 7º Ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. 928 p. OVIGLI, D.F.B.; SILVA, E. B. da,. Microrganismos? Sim, na saúde e na doença! Aproximando universidade e escola pública. In: I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009. Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia – PPGECT. 2009. p. 396- 416. Disponível em: <http://www.pg.utfpr.edu.br/sinect/anais/artigos/4%20Ensinodebiologia/Ensinodebiologia_Artigo5.pdf>. Acesso em: 17 set. 2010. PELCZAR, M. J. Microbiologia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil. 1980. 566 p.
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PRADO, I. A. de C. do.; et. al. Metodologia de ensino de microbiologia para ensino fundamental e médio. In: VIII Encontro Latino Americano de Iniciação Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba. 2004. p.127 – 129. Disponível em: <http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2004/trabalhos/inic/pdf/IC2-11.pdf>. Acesso em: 11 set. 2010. RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. 6º ed. Rio de Janeiro: Guanabara, Koogan, 2001. 906 p. REVISTA CIÊNCIA HOJE. Fungos em crescimento. In: Revista Ciência Hoje das Crianças. Disponível em: <http://www.chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2003/134/com-o-prazo-de-validade-vencido/algumas-praticas-de-conservacao-de-alimentos/fungos-em-crescimento/?searchterm=FUNGOS >. (Adaptado). Acesso em: Abr. 2010. SILVA, J. C. da.; et. al. Estudando fungos a partir de uma prática problematizadora e dialógica: relato de uma experiência no Ensino Médio em uma escola pública. 2009. 3 p. Disponível em: <http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/R1273-1.pdf>. Acesso em: 11 set. 2010. ZOMPERO, A. de F. Concepções de alunos do Ensino Fundamental sobre microorganismos em aspectos que envolvem saúde: implicações para o ensino aprendizagem. In: Experiências em Ensino de Ciências, v.4, 2009. p 31-42. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/public/eenci/artigos/Artigo_ID87/v4_n3_a2009.pdf>. Acesso em: 11 set. 2010. ANEXO 1 Materiais:
4 copos plásticos descartáveis
1 colher de açúcar
2 colheres de amido de milho
1 copo de leite
1 colher para mexer
1 palito de dente Procedimento:
Primeiramente será feito o mingau, com o açúcar, o leite e o amido de milho, em uma panela, mexendo até engrossar. Depois disso, distribuir este mingau de forma igual em cada um dos copos, que deverão ser numerados de 1 a 4 seguindo as instruções:
No copo n° 1, colocar o mingau e mesmo ainda quente, tampar com plástico filme de modo que não tenha contato com o ar;
No copo n°2, colocar o mingau e deixar esfriar, e só depois tampar com o plástico filme;
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No copo n°3, colocar o mingau, deixar esfriar e depois tampar com o plástico fazendo pequenos furos com um palito de dente;
No copo n° 4, colocar o mingau e deixar destampado, em contato com o ambiente.
Experimento: Verificar a presença ou não de fungos no meio ambiente (laboratório de Biologia) (1) Anote o que pode ser observado nos diferentes copos, e nas diferentes situações que estes foram submetidos.
N° DO COPO
SITUAÇÃO 1° semana Dia:
2° semana Dia:
N°1 Tampado imediatamente com plástico
N°2 Tampado depois de frio com plástico
N°3 Tampado depois de frio com plástico com furos
N°4 Destampado
Quadro 3: Presença ou não de fungos nos copos em diferentes situações