41
UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão Financeira e Contábil Andréia da Silva Pereira Cláudia Issako Sagava João Paulo Siolari de Oliveira A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE PARA OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO LINS-SP 2010

A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

  • Upload
    ngolien

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

1

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão

Financeira e Contábil

Andréia da Silva Pereira

Cláudia Issako Sagava

João Paulo Siolari de Oliveira

A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE

ESTOQUE PARA OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO

DE PRODUÇÃO

LINS-SP

2010

Page 2: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

2

ANDRÉIA DA SILVA PEREIRA

CLÁUDIA ISSAKO SAGAVA

JOÃO PAULO SIOLARI DE OLIVEIRA

A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE PARA

OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em MBA em Gestão Financeira e Contábil sob orientação dos Professores M.Sc. André Ricardo Ponce dos Santos e M.Sc. Heloísa Helena Rovery da Silva.

Lins – SP

2010

Page 3: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

3

Pereira, Andréia da Silva; Sagava, Cláudia Issako; Oliveira, João Paulo Siolari

A contribuição do gerenciamento de estoque para otimização do processo de produção / Andréia da Silva Pereira; Cláudia Issako Sagava; João Paulo Siolari de Oliveira. – – Lins, 2010.

41p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão Financeira e Contábil, 2010

Orientadores: Andre Ricardo Ponce dos Santos; Heloisa Helena Rovery da Silva.

1. Estoque. 2. Qualidade. 3. Processos. I Título

CDU 657

P489c

Page 4: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

4

ANDRÉIA DA SILVA PEREIRA

CLÁUDIA ISSAKO SAGAVA

JOÃO PAULO SIOLARI DE OLIVEIRA

A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE PARA

OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de especialista em MBA em Gestão Financeira e

Contábil.

Aprovada em:____/____/____

Banca Examinadora:

Prof. M.Sc. André Ricardo Ponce dos Santos

Mestre em Administração pela UNIMEP

_______________________________________________________________

Prof. M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva

Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG

_______________________________________________________________

LINS – SP

2010

Page 5: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

5

AGRADECIMENTOS

A Deus,

Aos nossos pais, toda nossa família que, com muito carinho e apoio, não

mediram esforços para que chegássemos até esta etapa de nossas vidas.

A todos os professores que foram tão importantes na nossa formação

acadêmica e no desenvolvimento desta monografia.

Aos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constantes, que

deixarão saudade.

Page 6: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

6

RESUMO

As empresas estão em busca de processos de gerenciamento de estoque cada vez mais eficazes, a cada momento o mercado exige aprimoramento de seus processos produtivos, a cada instante a concorrência está acirrada, portanto, para as empresas se sobressaírem é preciso buscar métodos precisos em sua linha de produção. Este trabalho descreve os conceitos básicos sobre a gestão de estoque. A gestão de estoques é um assunto muito importante e, freqüentemente, absorve parte substancial do orçamento operacional de uma organização. Como eles não agregam valores aos produtos, quanto menor o nível de estoques com que um sistema produtivo conseguir trabalhar, mais eficiente será. A eficiência na sua administração poderá criar a diferença com os concorrentes, melhorando a qualidade, reduzindo os tempos, diminuindo os custos entre outros fatores, oferecendo, assim, uma vantagem competitiva para a própria empresa. É fundamental que as empresas diminuam, ao mínimo, a quantidade de estoques na cadeia de suprimentos, a fim de obter uma racionalização nos custos de armazenagem e respectiva manutenção. O gerenciamento eficaz do estoque é considerando hoje um importante diferencial competitivo. É uma estratégia que visa à resolução de vários problemas, como a aquisição, seleção e alocação dos estoques e entrega à linha de produção em tempo hábil, passando cada vez mais a contribuir para o aumento produtivo e eficiência e eliminar os desperdícios e melhorar a qualidade dos produtos. O tema da pesquisa procura mostrar a relevância de informações precisas no controle dos estoques dentro de uma empresa no seu processo produtivo, proporcionando diversas alternativas para melhor gestão de seus processos de produção com informações precisas buscando sempre ótimos resultados e redução de gastos desnecessários através de adequado planejamento de seus estoques. Palavras-chave: Estoque. Qualidade. Processos.

Page 7: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

7

ABSTRACT

Companies are looking for management processes stock increasingly effective, each time the market requires improvement of its processes, at every moment the competition is fierce, therefore, for companies to excel you have to look in his precise methods line. This paper describes the basics of inventory management. The inventory management is a very important and often absorbs a substantial part of the operating budget of an organization. Because they do not add value to products, the lower the level of stocks with a production system able to work, the more efficient. The efficient administration can create the difference with the competition, improving quality, reducing time, reducing costs and other factors, thus providing a competitive advantage for the company. It is essential that companies reduce to the minimum, the amount of inventory in the supply chain in order to obtain a rationalization of the costs of storage and maintenance. The effective management of the stock is now considering an important competitive advantage. It is a strategy that aims at solving several problems, such as acquisition, selection and allocation of inventory and delivery to the production line on time, spending more and more to help increase production and efficiency and eliminate waste and improve quality products. The research theme seeks to show the importance of accurate control of inventory within a company in their production process, providing plenty of options to better manage their production processes with accurate information always looking for good results and reduce unnecessary spending through appropriate planning of their stocks.

Keywords: Inventory. Quality. Processes.

Page 8: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

8

LISTA DE SIGLAS

ABC: Activity Based Costing

FIFO: Firs-In-Firs-Out

JIT: Just-In-Time

LEC: Lote Econômico de Compra

LIFO: Last-In-First-Out

MRP: Material Requeriment Planning

PEPS: Primeiro que Entra, Primeiro que Sai

RP: Requerimentos Planning

TOC: Theory of Constraints

TOC: Theory of Constraints

TQM: Total Quality Management

TQM: Total Quality Management

UEPS: Última que Entra, Primeiro que Sai

Page 9: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

9

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 11

CAPÍTULO I - GESTÃO DE ESTOQUE .......................................................... 13

1 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES ..................................................... 13

1.1 Características dos estoques ................................................................ 14

1.2 Tipos de estoque................................................................................... 16

1.2.1 Estoque de produtos em processo........................................................ 16

1.2.2 Estoque de matéria-prima e materiais auxiliares................................... 16

1.2.3 Estoque operacional.............................................................................. 17

1.2.4 Estoque de produtos acabados............................................................. 17

1.2.5 Estoque de materiais administrativos .................................................... 17

1.2.6 Estoque de segurança ou mínimo......................................................... 18

1.3 PEPS..................................................................................................... 18

1.4 UEPS..................................................................................................... 19

1.5 Média ponderável móvel ....................................................................... 20

CAPÍTULO II - ESTOQUE COMO FERRAMENTA DE INVESTIMENTO ....... 21

2 TÉCNICAS PARA A ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES ................... 21

2.1 O Sistema ABC ..................................................................................... 21

2.2 Modelo de lote econômico de compra (LEC) ........................................ 22

2.3 Sistema MRP (Material Requerimentos Planning) - cálculo das

necessidades de materiais............................................................................... 23

2.4 Sistema just-in-time ............................................................................... 24

2.5 Sistema just-in-case .............................................................................. 25

2.6 Método Kanban ..................................................................................... 25

2.7 Gestão da Qualidade Total (TQM - Total Quality Management) ........... 26

2.8 Teoria das restrições (TOC – Theory of Constraints) ............................ 27

2.9 Acuracidade dos estoques .................................................................... 30

2.9.1 Problemas com acuracidade de estoques............................................. 31

Page 10: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

10

CAPÍTULO III - CUSTO DOS ESTOQUES...................................................... 33

3 TIPOS DE CUSTOS DE ESTOQUE ..................................................... 33

3.1 Custo de pedido .................................................................................... 33

3.2 Custo de manutenção do estoque......................................................... 34

3.3 Custo por falta de estoque .................................................................... 35

3.4 Custos de descontos de preço .............................................................. 36

3.5 Custos de capital de giro ....................................................................... 36

3.6 Custos de armazenagem ...................................................................... 36

3.7 Custos de obsolência ............................................................................ 36

CONCLUSÃO .................................................................................................. 38

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 39

Page 11: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

11

INTRODUÇÃO

Segundo Ballou (1993), deve-se sempre ter o produto de que necessita,

mas nunca se pode ser pego com algum estoque. É uma frase que descreve

bem o dilema da descrição de estoques. O controle de estoques é parte vital do

composto logístico, pois estes podem absorver de 25% a 40% dos custos

totais, representando uma porção substancial do capital da empresa. Portanto,

é importante a correta compreensão do seu papel e de como devem ser

gerenciados.

Atualmente, o controle de estoque é um grande desafio para os

administradores de materiais, isso por causa das mudanças de fatores que

influenciam nos custos referente, a busca contínua por soluções, visando uma

redução dos custos e a eficiência dos controles, e para isso criam-se

adaptações de métodos que satisfaçam as políticas atuais da empresa. Dessa

forma nenhuma organização pode planejar detalhadamente todos os aspectos

de suas ações atuais ou futuras, entretanto, podem e devem ter uma visão

estratégica de todo o complexo produtivo.

A política de estoque preocupa-se essencialmente com a necessidade de investimentos de capital em estoque e com as quantidades de materiais para atendimento à produção. O seu objetivo básico e não deixar faltar material para a fabricação e consumo, o que, se ocorrer, implica perdas financeiras irrecuperáveis. Para atingir esse objetivo o Almoxarifado acompanha o planejamento de vendas e o processo de produção, flexibilizando o estoque e observando as constantes mudanças de mercado. (ROSA, 2003, p.165)

E diante dessas ocorrências precisam constituir algumas políticas para

uma boa administração de materiais, buscando parcerias, mantendo a

qualidade dos produtos, bem como um bom atendimento a seus clientes. E

para que se mantenha essa qualidade é que foram criados alguns métodos,

para uma melhor produção e qualidade deste. Alguns métodos foram objetos

de estudo no decorrer do presente trabalho.

O objetivo da pesquisa foi demonstrar a importância da informação

precisa no processo de gerenciamento do estoque dentro da empresa.

Durante a pesquisa, surgiu o questionamento: até que ponto o

gerenciamento de estoque contribui para otimização do processo de produção?

Page 12: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

12

Em resposta procurou-se conhecer as ferramentas e técnicas no

gerenciamento de estoque; conhecer os controles gerenciais do estoque dentro

da empresa e demonstrar a importância de informações precisas no

gerenciamento do estoque na tomada de decisões.

O estudo foi realizado através de revisão bibliográfica que abrangeu o

período de 1985 a 2009.

O trabalho foi dividido nos seguintes capítulos:

Capítulo I: descreve a gestão de estoque, sua administração,

característica e tipos de estoques existentes.

Capítulo II: fala sobre o estoque como ferramenta de investimento e as

técnicas para administração de estoques.

Capítulo III: descreve o custo do estoque, desde o pedido à

armazenagem.

E por fim, a conclusão.

Page 13: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

13

CAPÍTULO I

GESTÃO DE ESTOQUE

1 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES

Os estoques são bens destinados à venda ou produção, ligados com os

objetivos e atividades da empresa. Representam um dos ativos mais

importantes do capital circulante e da posição financeira da maioria das

companhias industriais e comerciais.

A gestão de estoques é um conceito que está presente em praticamente todo o tipo de empresas, assim como na vida cotidiana das pessoas. Desde o início da sua história que a humanidade tem usado estoques de variados recursos, de modo a suportar o seu desenvolvimento e sobrevivência, tais como ferramentas e alimentos. (GARCIA et al, 2006, p.9)

Estoques, segundo a Lei das S.A. (GARCIA et al., 2006), são direitos

que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia,

assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado.

Os estoques merecem uma atenção especial por parte do auditor fiscal, pois a

sua avaliação no início e no fim do período contábil, reflete diretamente na

apuração do Lucro Líquido de cada exercício, pois terá efeito no custo das

mercadorias ou produtos vendidos. O elenco de contas que representam os

estoques, variam de empresa para empresa, e normalmente estão

classificados nas seguintes categorias:

a) mercadorias para revenda: que é composta por todos os materiais

adquiridos de terceiros para a revenda;

b) produtos acabados: representam os produtos prontos produzidos na

própria empresa e disponíveis para revenda;

c) produtos em elaboração: compostos pelos bens já requisitados que

estão em processo de transformação e todos os custos diretos e

indiretos relativos à produção ainda não concluída no encerramento

do balanço;

d) matérias-primas: representadas pelos materiais que irão ser

Page 14: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

14

aplicados na produção;

e) materiais auxiliares: composto por todos os itens destinados a

manutenção das atividades da produção e de consumo geral;

f) material de embalagem: composto pelos itens destinados a

embalagem ou acondicionamento dos produtos acabados;

g) importações em andamento: engloba todos os custos já incorridos

referentes a importação em andamento realizadas pela empresa;

h) almoxarifado: a conta Almoxarifado varia muito de uma empresa para

outra, em função das peculiaridades e necessidades. No entanto,

engloba todos os itens de estoques de consumo em geral, podendo

incluir produtos de alimentação do pessoal, materiais de escritório,

peças em geral e uma variedade de itens. Muitas empresas, por

questão de controle, adotam a prática de, para fins contábeis, já

lançar tais estoques como despesas no momento da compra,

somente mantendo controle quantitativo, pois muitas vezes

representam uma quantidade muito grande de itens, mas de

pequeno valor total, não afetando os resultados;

i) provisão para redução ao valor de mercado: esta conta destina-se a

registrar o valor dos itens de estoques, quando estiverem a um custo

superior ao valor de mercado, sendo por sua vez, de natureza

credora, é portanto uma conta redutora do grupo de estoques.

1.1 Características dos estoques

Podem-se citar algumas características principais do estoque ou de

armazém conforme abaixo:

a) movimentação: após o recebimento, a carga é deslocada para o local

onde ficará armazenada. A carga que já está armazenada também

pode ser movimentada para outro local para ser embarcada. Este

deslocamento interno é a chamada movimentação. Para se

conseguir e manter a eficiência de um sistema de movimentação de

materiais existe ainda certas leis, que devem ser observadas dentro

das possibilidades, como a obediência ao fluxo de operações

Page 15: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

15

dispondo a trajetória dos materiais na seqüência das operações;

b) armazenagem: sistema de armazenagem é a perfeita disposição das

partes de um todo, coordenadas entre si e que devem funcionar

como estrutura organizada.

Para Amaral (apud ROSS et al., 1995), caracterizar um sistema de

armazenagem é necessária uma perfeita integração entre estrutura metálica,

equipamento de movimentação, prédio/armazém, produtos a serem estocados,

etc. Tudo isso para que se satisfaçam as necessidades de cada organização.

Ainda complementa:

A importância da armazenagem na logística é que ela leva soluções

para os problemas de estocagem de materiais que possibilitam uma melhor

integração entre: suprimento - produção - distribuição. (AMARAL apud ROSS

et al., 1995)

Dentre tudo isso visto acima, tem-se que ter a percepção que se deve

ter uma integração total da função de armazenagem com o sistema logístico,

pois é uma ligação muito importante no equilíbrio do fluxo de materiais.

Para o desenvolvimento de uma estratégia empresarial efetiva, um

princípio importante é compreender como criar ou agregar valor para os

clientes. Especialmente, quando esse valor é agregado através

posicionamentos competitivos que são selecionados para apoiar a determinada

estratégia.

Transferência de Informação: é um dos pontos importante no estoque,

como é a relação de comunicação entre estoque e produção a nível da própria

empresa e também do subsistema com o meio externo (sistema de transporte,

clientes, fábricas, depósitos, etc.).

Picking: os armazéns de produtos acabados com a finalidade de estocar

mercadorias estão dando lugar ao CD (centro de distribuição), cujo foco

principal e atividade de PICKING que considera a coleta e separação dos

pedidos, segundo a necessidade de cada cliente.

Normalmente os CD’s deixam o nível zero de seus porta pallets para

estas atividades otimizando a movimentação dentro do armazém. Os clientes

enviam seus pedidos para o armazém que fazem a localização das

mercadorias e já posicionam nas áreas de picking onde fica aguardando o

momento da expedição.

Page 16: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

16

Nos dias de hoje as empresas tentam trabalhar com menores níveis de

estoque para reduzir o custo, além da freqüência e prazo de entrega das

mercadorias interferirem na escolha do fornecedor.

1.2 Tipos de estoque

Podem existir vários tipos de estoques. Necessariamente, uma empresa

deve considerar dois tipos: um físico, onde estão estocadas as mercadorias, e

outro de valor monetário, onde se conhece o custo de cada item e do próprio

montante investido pela empresa nos estoques.

1.2.1 Estoque de produtos em processo

“Este tipo de estoques baseia-se essencialmente em todos os artigos

solicitados necessários à fabricação ou montagem do produto final, que se

encontram nas várias fases de produção”. (SEVERO FILHO, 2006, p. 63)

São todos os materiais que estão sendo usado no processo fabril,

parcialmente acabados, que adquiri outras características no fim do processo

produtivo. Um estoque maior de produtos em processo acarreta maiores

custos, pois o capital da empresa está empatado durante um período de tempo

mais longo. (SILVA, 1995)

1.2.2 Estoque de matéria-prima e materiais auxiliares

“Nestes estoques encontra-se materiais secundários, como

componentes que irão integrar o produto final. São usualmente compostos por

materiais brutos destinados à transformação”. (SEVERO FILHO, 2006, p. 62)

São todos os materiais que são agregados ao produto acabado. Toda

empresa tem um estoque de matéria prima de algum tipo. O volume real de

cada matéria prima depende do tempo de reposição que a empresa leva para

Page 17: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

17

receber seus pedidos, da freqüência do uso, do investimento exigido e das

características físicas do estoque. (SILVA, 1995)

1.2.3 Estoque operacional

Segundo Severo Filho (2006), é um tipo de estoque destinado a evitar

possíveis interrupções na produção por defeito ou quebra de algum

equipamento. É constituído por lubrificantes ou quaisquer materiais destinados

à manutenção, substituição ou reparos tais como componentes ou peças

sobressalentes.

1.2.4 Estoque de produtos acabados

É o estoque composto pelo produto que teve seu processo de fabricação

finalizado. Em empresas comerciais é chamado de estoque de mercadorias.

“Usualmente são materiais que se encontram em depósitos próprios

para expedição. São formados por materiais ou produtos em condições de

serem vendidos”. (SEVERO FILHO, 2006, p. 63)

São itens que já foram produzidos, mas não foram vendidos. As

empresas que produzem por encomenda mantém um estoque baixo de

produtos acabados, ou quase zero, pois virtualmente todos os itens já foram

vendidos antes mesmo de serem produzidos. Para as empresas que produzem

para estoque, ocorre exatamente o contrario, os produtos são fabricados antes

da venda. O nível de produtos acaba determinado na maioria das vezes pela

previsão de vendas, pelo processo e pelo investimento exigido em produtos

acabados. (SILVA, 1995)

1.2.5 Estoque de materiais administrativos

“É formado de materiais destinados ao desenvolvimento das actividades

da empresa e utilizados nas áreas administrativas da mesmas, tais como,

Page 18: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

18

impressos, papel, formulários, etc.” (SEVERO FILHO, 2006, p. 63)

1.2.6 Estoque de segurança ou mínimo

“São as quantidades guardadas para garantir o andamento do processo

produtivo caso ocorram aumento na demanda do item por parte do processo ou

atraso no abastecimento futuro”. (CABRAL, 1998, p. 265).

Os estoques de segurança impedem que ocorram problemas inesperados em alguma fase produtiva interrompendo as actividades sucessivas de atendimento da demanda. A existência de estoques de segurança em uma unidade fabril, evita que o processo produtivo pare em caso de uma avaria, alimentando as máquinas subsequentes durante a reparação. São ainda utilizados para salvaguardar uma empresa de incertezas nas suas operações logísticas. Lead-times (tempo entre colocar e receber um pedido), procura dos clientes, e quantidades recebidas são exemplos de factores que podem apresentar variações não esperadas. (GARCIA et al., 2006, p.14)

1.3 PEPS

É um sistema ligado a administração de materiais, especificamente ao

controle de estoque e significa: o primeiro que entre é o primeiro que sai,

gerando assim a rotatividade do estoque que por fim diminui a incidência dos

produtos estarem vencidos ou danificados.

PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), também é conhecido por

FIFO (firs-in-firs-out). Isso significa dizer que a prioridade de saída será das

mercadorias mais antigas no estoque. Se houver uma nova compra antes do

estoque acabar, este deve ser separado e somente ser vendido após a venda

dos produtos mais antigos. (MARTINS, 2002)

Com base nesse critério, se dá baixa pelo custo de aquisição, da

seguinte maneira: o primeiro que entra é o primeiro que sai (PEPS ou FIFO –

first-in-first-out). À medida que ocorrem as vendas ou o consumo, vai-se dando

baixa, a partir das primeiras compras, o que equivale ao seguinte raciocínio:

vendem-se ou consomem-se antes as primeiras mercadorias compradas.

Page 19: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

19

As vantagens de utilização deste método, de acordo com Ferreira

(2007), são:

a) o movimento estabelecido para os materiais, de forma ordenada e

contínua, simboliza uma condição necessária para um perfeito

controlo dos materiais, principalmente quando os mesmos estão

sujeitos a mudança de qualidade, decomposição, deterioração, etc.;

b) o resultado conseguido reflecte o custo real dos artigos específicos

utilizados nas saídas;

c) os artigos utilizados são retirados do estoque e a baixa dos mesmos

é dada de uma maneira sistemática e lógica.

1.4 UEPS

UEPS (última que entra, primeiro que sai), também é conhecido por

LIFO (last-in-first-out). Isso significa dizer que a prioridade de saída será das

mercadorias de entrada mais recente no estoque. Acontecendo uma nova

compra, esta nova mercadoria será a primeira a ser revendida, para logo

depois iniciar a venda dos produtos mais antigos. (MARTINS, 2002)

As vantagens de utilização deste método, de acordo com Ferreira

(2007), são:

a) procura determinar se a empresa apurou ou não de forma correcta

os seus custos correntes, face à sua receita corrente. De acordo com

o este método, o estoque é avaliado em termos do nível de preço da

época em que o UEPS foi introduzido;

b) é uma forma de se custear os artigos consumidos de uma maneira

realista e sistemática;

c) numa temporada de alta de preços, os preços maiores das compras

mais recentes, são ajustados mais rapidamente às produções,

reduzindo o lucro;

d) o método tende a minimizar os lucros das operações, nas indústrias

sujeitas a oscilações de preços.

Page 20: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

20

1.5 Média ponderável móvel

Segundo Martins (2002), chama-se ponderada móvel, pois o valor médio

de cada unidade em estoque altera-se pela compra ou de outras unidades por

um preço diferente. Assim ele será calculado dividindo-se o custo total do

estoque pelas unidades existentes.

Page 21: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

21

CAPÍTULO II

ESTOQUE COMO FERRAMENTA DE INVESTIMENTO

2 TÉCNICAS PARA A ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES

A Contabilidade Gerencial experimentou a partir de 1980, uma mudança

bastante significativa em virtude das transformações sociais e tecnológicas,

principalmente pela implantação de programas de melhoria da qualidade,

dentre os quais, o sistema de estoques Just-in-time (JIT), a Gestão da

Qualidade Total (TQM - Total Quality Management), a Teoria das Restrições

(TOC – Theory of Constraints), todos estes visando fortalecimento da

qualidade, redução de custos, aumento da produção, com objetivo final de

maximização dos lucros. (MARTINS, 2002)

2.1 O Sistema ABC

O sistema de custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based

Costing) procura, igualmente, amenizar as distorções provocadas pelo uso do

rateio, necessários aos sistemas tratados anteriormente, principalmente no que

tange ao sistema de custeio por absorção.

Poderia ser tratado como uma evolução dos sistemas já discutidos, mas

sua relação direta com as atividades envolvidas no processo configura mero

aprofundamento do sistema de custeio por absorção.

“O custeio baseado em atividades é uma metodologia de custeio que

procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário

dos custos indiretos”. (MARTINS, 2002, p. 87)

Este sistema tem como fundamento básico a busca do princípio da

causação, ou seja, procura identificar de forma clara, por meio de

rastreamento, o agente causador do custo, para lhe imputar o valor.

A idéia básica é atribuir primeiramente os custos às atividades e

Page 22: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

22

posteriormente atribuir custos das atividades aos produtos. Sendo assim,

primeiramente faz-se o rastreamento dos custos que cada atividade causou,

atribuindo-lhes estes custos, e posteriormente verificam-se como os portadores

finais de custos consumiram serviços das atividades, atribuindo-lhes os custos

definidos.

“O custeio baseado em atividades parte da premissa de que as diversas

atividades desenvolvidas geram custos e que os produtos consomem essas

atividades”. (ELLER apud MARTINS 2002, p.82)

Segundo Martins (2002) para atribuir custos às atividades e aos

produtos utilizam-se de direcionadores. Há que se distinguir dois tipos de

direcionador: direcionador de custos de recursos, e os direcionadores de

custos de atividades.

O primeiro identifica a maneira como as atividades consomem recursos

e serve para custear as atividades. Martins (2002) afirma ainda que o segundo

identifica a maneira como os produtos consomem atividades e serve para

custear produtos.

Nakagawa (apud MARTINS, 2002) conceitua atividade como um

processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais,

métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos.

Assim para o estudo do método ABC deve-se ponderar sobre as

atividades envolvidas em cada processo de produção, seja de uma mercadoria

ou um serviço.

2.2 Modelo de lote econômico de compra (LEC)

Lote econômico é o pedido mínimo que se pode fazer de uma

determinada matéria prima.

O modelo do lote econômico de compra permite determinar uma

quantidade ótima de pedido de compra para um item do estoque, tendo em

vista minimizar os custos totais de estocagem (por isso a denominação de Lote

Econômico).

Page 23: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

23

2.3 Sistema MRP (Material Requerimentos Planning) - cálculo das

necessidades de materiais

A sigla MRP significa material requeriment planning, planejamento das

necessidades de materiais, são sistemas de planejamento baseados na

explosão da estrutura dos produtos, visando controlar as necessidades de

materiais com o uso do computador

Nos sistemas MRP, a gestão dá-se por meio de informações trocadas

entre planejador e sistema. Consiste em confrontar o planejado com o ocorrido

e administrar as exceções.

A gestão por exceção da seguinte forma: o planejador informa ao

sistema as ocorrências da realidade (apontamento), da visão de futuro, de

parametrização e de controle e o sistema, após os processamentos cabíveis,

disponibiliza informações ao planejador de modo a permitir a tomada de

decisão sobre o que, quanto, quando e com que recursos produzir e comprar.

Diante da grande quantidade de ocorrências, confrontando-se com as

planejadas (esperadas), em alguns casos a realidade pode está diferente do

planejado, exemplo, um recebimento esperado para segunda-feira chegou

incompleto, uma ordem de produção não ficou pronta, uma máquina quebrada

etc. Sobre estas é que o planejador terá de concentrar a maior parte de sua

atenção, observar as conseqüências da diferença identificada entre o planejado

e o realizado. São as chamadas mensagens de ação ou exceção que precisam

ser gerenciadas. (MARTINS, 2002)

O MRP é um sistema de controle de estoques que dá com precisão os

volumes a serem comprados para determinado período. A grande vantagem

desse sistema é que ele permite ver o impacto de qualquer replanejamento.

Dessa maneira é possível saber os itens que faltam e tomar medidas corretivas

alcançando níveis ótimos de estoques. O MRP integra as funções de

planejamento empresarial, previsão de vendas, planejamento de recursos

produtivos programa mestre de produção, planejamento das necessidades de

capacidade produtiva, controle e acompanhamento da fabricação, compras e

contabilização de custos.

O MRP baseia-se na emissão de ordens de uma demanda calculada a

partir do programa de montagens. É muito importante que o produto seja

Page 24: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

24

analisado observando-se como ele é produzido passo a passo demostrando

uma grande capacidade em reduzir estoques, pois as ordens de compra não

são emitidas para repor estoques e sim para atender as necessidades Esse

sistema só emitirá pedidos de acordo com os Lead Times registrados, fazendo

com que o material chegue na hora e quantidade corretos para produzir para

seus clientes.

Para atender a demanda nas datas planejadas deve-se alocar tempo

suficiente no programa de produção para permitir a entrega do s fornecedores e

a manufatura dos produtos.

2.4 Sistema just-in-time

É preciso que haja um sistema integrado de planejamento de distribuição. É

assim que surge o justin time, que é derivado do sistema Kanban. De acordo

com Corrêa; Gianesi (apud MARTINS, 2002), a responsável pela implantação

do just in time foi a Toyota, criando esse sistema em 1970 e impondo-o para

quem quisesse trabalhar em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque,

passando a responsabilidade e o comprometimento de não parar sua produção

para seus terceirizados

O just in time visa o estoque zero. O objetivo principal é suprir produtos

para a linha de produção e clientes da empresa, somente quando for

necessário. Ao longo da cadeia logística, as relações entre as empresas -

inclusive com o emprego de recursos de comunicação e tecnologias de

informação devem ser garantidas de tal forma que os resultados, e, portanto, os

serviços prestados pela logística obedeçam exatamente às necessidades de

serviços expressas pelos clientes. É muito importante, portanto que haja uma

cooperação, um bom relacionamento entre a empresa e seus fornecedores

externos e internos. Um ponto muito favorável no just in time é que ele diminui a

probabilidade de que ocorram perdas de produtos.

O sistema just in time é vantajoso quando:

a) os produtos têm alto valor unitário;

b) as necessidades ou demandas são conhecidas com certeza;

c) os tempos de ressuprimento são pequenos e conhecidos;

Page 25: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

25

d) não há nenhuma vantagem em comprar grandes lotes para se manter

em estoque.

De acordo com Corrêa; Gianesi (apud MARTINS, 2002), para se

implementar esse sistema é necessário os seguintes requisitos: capacitação em

termos de qualidade, elevado grau de confiabilidade e custos reduzidos de

fabricação decorrente de técnicas de produção eficazes.

2.5 Sistema just-in-case

A gestão de um negócio pela ótica do just-in-case conduz a que se

produza segundo a máxima capacidade de produção dos recursos,

antecipando a demanda futura sob a forma de estoques. Não se desenvolvem

esforços nem para balancear as capacidades nem para eliminar as

variabilidades, pois o interesse é operar o tempo todo na máxima capacidade.

O ritmo de produção é ditado pela capacidade excessiva do primeiro processo,

que empurra a produção em direção aos processos sucessivos, resultando

inventário consideravelmente mais alto do que o necessário. (MECES, 2009)

2.6 Método Kanban

O Kanban especifica quanto será retirado do estoque do fornecedor,

quando acaba algum material um cartão Kanban é enviado ao fornecedor para

repôlo, especificando quanto será retirado do seu estoque O fluxo é regulado e

o estoque é mantido em um nível predefinido. É uma ferramenta usada para

regular o processo de produção. Regula o fluxo e mantém o inventário (estoque)

em um nível predefinido.

O Kanban fornece um controle visual de produtos de grande volume:

autorização para substituir exatamente o que já foi utilizado e produtos de

pequeno volume: autorização para enviar o seguinte a uma linha. Para que o

sistema seja eficiente é necessário que haja um planejamento da produção

layout de máquinas reduzindo o tempo de troca de ferramentas.

Segundo Corrêa; Gianes (apud MARTINS, 2002), os dois tipos mais

Page 26: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

26

importantes de Kanban são;

a) Kanban de produção: circula entre um centro de produção da fábrica

e seu posto de armazenagem respectivo, coordenando a produção de

um pequeno lote de peças;

b) Kanban de transporte: circula entre os postos de armazenagem de

dois centros de produção contíguos, coordena a movimentação do

material dentro da fábrica, do centro de produção que produz

determinado componente para centro de produção que consome esse

componente para dar continuidade à produção.

O Kanban agiliza as operações eliminando os elementos de burocracia

que geram o retardamento nas atividades de produção e abastecimento. Esse

sistema é importante, pois coordena toda a produção de acordo com a

demanda dos produtos finais, determina em que local e quando o produto deve

chegar ao cliente. O Kanban é completo de informações para controlar de

maneira eficiente os estoques e alcançar a produção Just in Time.

2.7 Gestão da Qualidade Total (TQM - Total Quality Management)

O termo qualidade total representa a busca da satisfação, não só do

cliente, mas de todos os stakeholders (entidades significativas na existência da

empresa) e também da excelência organizacional da empresa.

A gestão da qualidade total (Total Quality Management ou simplesmente

TQM) consiste numa estratégia de administração orientada a criar consciência

da qualidade em todos os processos organizacionais. Compõe-se de diversos

estágios, como por exemplo, o planejamento, a organização, o controle e a

liderança. (WIKIPEDIA, 2009)

Sob um ponto de vista mais amplo, a gestão da qualidade total não é

apenas uma coleção de atividades, procedimentos e eventos. É baseada em

uma política inabalável que requer o cumprimento de acordos com requisitos

claros para as transações, educação e treinamento contínuos, atenção aos

relacionamentos e envolvimento da gerência nas operações, seguindo a

filosofia da melhoria contínua.

Page 27: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

27

2.8 Teoria das restrições (TOC – Theory of Constraints)

Pode-se definir teoria das restrições, em seu conceito mais amplo, da

seguinte forma: uma filosofia global de gerenciamento empresarial, com o

propósito de promover a contínua otimização do desempenho esperado de

qualquer organização que tenha uma meta bem definida, através do enfoque

das ações gerenciais nos elementos que a restringem.

Esta filosofia global parte do princípio que toda organização

(excetuando-se as filantrópicas, sem fins lucrativos) possui um objetivo, a meta

principal que é a de ganhar dinheiro não só no presente, com também no

futuro, isto é, os acionistas investem dinheiro esperando ter este dinheiro de

volta e, de preferência, multiplicados por um fator maior que 1. Se o objetivo é

fazer dinheiro, devemos tomar ações que levam a empresa nesta direção e,

portanto, temos uma redefinição do que é produtividade. Ser produtivo é fazer

com que a empresa se aproxime cada vez mais de sua meta.

A TOC teve início na década de 70, quando o físico Israelense, Eliyahu

Goldratt, se envolveu com os problemas da logística de produção. (MARTINS,

2002)

Goldratt elaborou um método de administração da produção totalmente

novo, e ficou intrigado com o fato de os métodos da administração da produção

tradicionais não fazerem muito sentido lógico.

O método elaborado foi muito bem sucedido, e outras empresas se

interessaram em aprender a técnica. Goldratt então se dedicou a elaborar mais

o seu método e a disseminá-lo. No começo da década de 80 escreveu um livro

sobre sua teoria. O livro, A Meta, foi escrito na forma de um romance e mostra

a dificuldade de um gerente de fábrica em administrar sua empresa. No

desenrolar da história o gerente vai descobrindo os princípios da teoria de

Goldratt e a empresa recupera sua competitividade. O sucesso do livro foi, e

ainda é, enorme. Muitas empresas leram o livro e começaram a aplicar os

princípios da TOC o mais rápido possível. No livro, Goldratt critica os métodos

de administração tradicionais.

Muitas empresas que implementavam a logística de produção de

Goldratt melhoravam tão significativamente a produção que problemas

começavam a aparecer em outras áreas da empresa. Goldratt elaborou

Page 28: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

28

soluções para outras áreas das empresas, como logística de distribuição e

gerenciamento de projetos. Porém ele sabia que as empresas precisavam de

algo mais fundamental que apenas soluções prontas: toda vez que uma

empresa aplicava as soluções que ele tinha criado ela dava um salto em

competitividade, mas depois estagnava. (MARTINS, 2002)

Para resolver esse problema ele então decidiu ensinar às pessoas o

raciocínio lógico que usava para resolver problemas. Para ele, as empresas

precisavam aprender a resolver seus próprios problemas para que pudessem

garantir o seu futuro, para que pudessem melhorar continuamente. Goldratt

explicitou as ferramentas de raciocínio lógico que usava intuitivamente e

passou a ensiná-las a partir de 1991.

Entretanto, poucas pessoas conseguiram usar sistematicamente os

processos de raciocínio para criar um processo de melhoria contínua nas

organizações. A frustração de Goldratt e das pessoas que trabalhavam com a

TOC continuava. Muitas empresas implementavam a TOC em algumas áreas

(produção, gerenciamento de projetos, etc.) e com isso melhoravam

consideravelmente seu desempenho naquela área, mas sem demora a

restrição mudava de lugar, isto é, a melhora no desempenho da área tinha um

impacto de curto prazo no desempenho da empresa mas para continuar a

melhorar era necessário melhorar outra parte da empresa. (MARTINS, 2002)

Na maioria dos casos as melhoras logísticas criadas com a

implementação das soluções da TOC criavam excelência na área operacional

da empresa, e com isso o problema quase sempre passava para a falta de

demanda pelos produtos/serviços da empresa. Por melhor que seja a logística

da empresa é necessário ter demanda pelos seus produtos. Quando não há

demanda suficiente pelos produtos/serviços da empresa a pressão é grande

para cortar custos. Na maioria das vezes estes cortes de custos (que nada

mais eram que despedir as pessoas que ajudaram a melhorar o desempenho

logístico) faziam com que o desempenho logístico piorasse.

Não era raro (e ainda não o é) encontrar empresas que implementaram

a logística TOC e com isso tiverem grandes resultados, e que depois de alguns

anos voltaram a ter um desempenho logístico medíocre. Há duas principais

explicações para este fenômeno, segundo Martins (2002):

Page 29: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

29

a) como foi dito acima, a falta de demanda gerou uma forte pressão

para redução de custos que acabou levando à reversão da

implementação da TOC. O maior problema não é que

implementações TOC aumentam os custos da empresa, é que

implementações TOC aumentam a capacidade do sistema, e com

isso, se não houver demanda suficiente, gera uma pressão por

demitir pessoas para aumentar os lucros. Estas demissões levam a

falta de motivação e descrédito da TOC;

b) os métodos TOC de logística (como explicado em outros textos deste

site) são contrários a muitas práticas comuns da administração

tradicional. Para implementar a TOC é necessário quebrar

paradigmas, coisa que não é fácil. O que foi verificado é que na

maioria dos casos as implementações bem sucedidas de TOC eram

feitas por líderes, pessoas que com o seu carisma conseguiam

mudar as práticas e políticas das empresas. Porém, raramente a

cultura TOC era absorvida pela empresa, e assim que o líder saía da

sua função, a tendência era a forma de se fazer as coisas voltar ao

que era no passado. A implementação da TOC era extremamente

dependente de alguns poucos administradores.

O fato de que muitas das implementações bem sucedidas da TOC

acabavam não sendo sustentáveis fez com que Goldratt se dedicasse a

encontrar uma solução. Desde o final da década de 90 ele se dedicou a criar

estratégias holísticas para as empresas, estratégias que envolviam todas as

áreas da empresa e cujo principal desafio era fazer com que todas as áreas

trabalhassem juntas para criar, capitalizar e sustentar uma vantagem

competitiva decisiva. Goldratt deu a essas estratégias o nome de Visão Viável.

O objetivo de uma Visão Viável é fazer com que a empresa tenha um

crescimento muito grande e sustentável. Com esse crescimento

impressionante ele também acredita que a cultura da empresa será mudada

para uma cultura que internalize um processo de melhoria contínua.

(MARTINS, 2002)

Apesar de todos estes desenvolvimentos, a TOC ainda é vista pela

maioria das pessoas como apenas aplicável à produção. O livro A Meta, que

até agora tem sido o maior divulgador da teoria, é baseado nos problemas de

Page 30: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

30

logística de produção, enquanto que os outros desenvolvimentos da TOC

vieram muito tempo depois e ainda não foram tão divulgados e implementados.

2.9 Acuracidade dos estoques

Acuracidade de estoque é, aleatoriamente por amostragem selecionar

um ou vários itens e conferir no estoque físico quantas unidades há e compará-

lo com o que há no relatório de estoque (conferir o físico com o sintético-

analítico).

Igualmente esta apuração de estoque poderá ser feita de todos os itens

em estoque. acuracidade de estoque também é chamada de auditoria de

estoque.

De acordo com Neves (2008a), problemas com a acuracidade de

estoques, normalmente têm origem na combinação de fatores relacionados a

pessoas, processos e tecnologia.

Pessoal desmotivado e mal treinado tende a cometer mais erros,

acidentalmente ou propositadamente. Processos mal desenhados ou

inexistentes encorajam as pessoas a cometer ainda mais erros. Tecnologia

pouco ou nada aderente ao processo dificulta a gestão dos estoques e a

realização de inventários, contribuindo também para o aumento das diferenças

entre os estoques físicos e contábeis.

Algumas importantes e simples dicas para se alcançar melhores

indicadores de acuracidade nos estoque em um curto prazo de tempo, obtendo

resultados visíveis em poucos meses, segundo Neves (2008a), são:

a) o primeiro passo é medir a acuracidade de estoques; se não medir,

não saberá o quanto é preciso melhorar;

b) o segundo passo é rever os processos relacionados à movimentação

física, como recebimento, endereçamento, estocagem, separação de

pedidos, expedição e logística reversa, especialmente as

devoluções. Envolva as pessoas-chave de sua equipe e identifique

medidas que impactem diretamente (e se possível

rapidamente) na acuracidade dos saldos em estoque. Em paralelo,

reveja os processos administrativos relacionados à administração

Page 31: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

31

dos estoques. Procure simplificar ao máximo e não tornar os

processos mais complexos;

c) o terceiro passo envolve o comprometimento da equipe, desde o

chão-de-armazém até o pessoal administrativo. Mantenha-os sempre

informados sobre os objetivos do programa, metas a serem atingidas

e a evolução do trabalho;

d) em seguida, no quarto passo, meça outros indicadores que direta e

indiretamente ajudarão a atingir os objetivos na acuracidade de

estoques;

e) no quinto passo, implante um sistema de inventário cíclico ou rotativo

para todos os itens, contando com maior freqüência os itens de maior

importância (pelo menos uma vez ao mês) e com menor freqüência

os itens de menor volume, giro ou popularidade (2 a 4 vezes ao ano);

f) por último, busque aprimorar a tecnologia existente. Agora já poderá,

com muito mais certeza, dizer se a ferramenta disponível poderá lhe

atender ou não, e quais as deficiências existentes.

g) se você ainda quiser ir além, implemente o indicador pedido perfeito

e monitore o pedido de seu Cliente desde a origem, na sua captação,

até o final, na entrega ao cliente. Dessa forma se poderá identificar

os gargalos existentes e o nível de desempenho da política de

estoques em cada elo da cadeia logística.

2.9.1 Problemas com acuracidade de estoques

As maiorias das empresas acham que apenas implantar um sistema de

coleta de dados através de código de barras ou um sistema de inventário

cíclico ou rotativo para que os problemas sejam automaticamente resolvidos.

Embora sejam ferramentas muito boas, elas não garantem que os problemas

serão totalmente sanados.

O entendimento da natureza e causa dos erros é altamente crítica para

desenvolver e implantar as soluções mais adequadas para os erros

encontrados.

Page 32: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

32

Segundo Neves (2009b), dois tipos de erros podem ser identificados:

aqueles causados pela falta de conhecimento e os erros causados pela falta de

foco.

Alguns exemplos de erros causados pela falta de conhecimento,

segundo Neves (2009b):

a) desconhecimento das unidades de medida e de critérios para a

conversão da unidade de estocagem para a unidade de venda;

b) confusão com cores, tamanhos ou sabores;

c) confusão com itens e kits, dos quais os itens fazem parte.

Ainda segundo Neves (2009b), alguns exemplos de erros causados pela

falta de foco:

a) separação de quantidades incorretas;

b) coleta do item errado;

c) esquecimento de uma linha de itens ou de um pedido;

d) duplicidade de transações no registro de dados;

e) não registro de uma movimentação de entrada ou saída no

armazém.

Erros causados pela falta de conhecimento, embora mais complexos,

são mais fáceis de prevenir do que aqueles causados pela falta de foco.

Treinamento da equipe e ajustes nos processos operacionais, normalmente

resolvem erros causados pela falta de conhecimento.

Erros ocasionados pela falta de foco são mais difíceis de controlar, ainda

mais nos casos em que se constata dolo ou má-fé. Esses erros, quando não

propositais, são tratados como erros estúpidos, para os quais normalmente não

existem explicações racionais. (NEVES, 2009b)

Não importa os problemas que se tem, em qualquer caso, é necessário

primeiro se aprofundar nas causas possíveis, entender a sua dinâmica e a

partir daí, desenvolver e implantar respostas rápidas e efetivas.

Page 33: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

33

CAPÍTULO III

CUSTO DOS ESTOQUES

3 TIPOS DE CUSTOS DE ESTOQUE

A mais importante função do controle de estoque e dos materiais está

relacionada com a administração de níveis de estoques, e lógica e

racionalidade podem ser aplicadas com sucesso para a resolução dos

problemas de estoque.

A armazenagem de materiais compreende dois tipos de custos: custos

variáveis e custos fixos.

Custos variáveis: relacionados com os estoques são os custos de

operação e manutenção dos equipamentos, manutenção dos estoques,

materiais operacionais e instalações, obsolescência e deterioração e custos de

perdas.

Custos fixos: equipamentos de armazenagem e manutenção, seguros,

benefícios a funcionários e folha de pagamentos e utilização do imóvel e

mobiliário.

Quando a empresa mantém estoques que não são necessários, ocorre um desaproveitamento de estoque, o que vai significar uma perda de espaço físico assim como perdas de investimento. Quando existe a consciência que os estoques geram desperdício e quando se identificam as razões que indicam a necessidade de estoques, o propósito é usá-las de um forma eficiente. (PALMISANO et al, 2004, p. 51)

Devem-se utilizar os métodos analíticos na introdução de custos

importantes na formação dos estoques, pois são conhecidas várias espécies

de custos que se aplicam às situações de estoque.

Alguns métodos de custo que são freqüentemente utilizados, segundo

Martins; Assaf Neto (1985), serão citados a seguir.

3.1 Custo de pedido

Page 34: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

34

Custo de pedido são custos referentes a uma nova encomenda, podendo esses custos ser tanto variáveis como fixos. Os custos fixos associados a um pedido são, o envio da encomenda, receber essa mesma encomenda e inspeção. O exemplo principal de custo variável é o preço unitário de compra dos artigos encomendados. (GARCIA et al, 2006, p.15)

Toda vez que uma requisição ou um pedido é emitido, incorrem custos

fixos e variáveis referentes a esse processo. Os custos fixos são associados

aos salários do pessoal envolvido na emissão dos pedidos e não são afetados

pela política existente de estoque. Os custos variáveis consistem nas fichas de

pedidos e processos de enviar esses pedidos aos fornecedores, bem como,

todos os recursos necessários para tal procedimento. Portando, o custo de

pedido está diretamente determinado com base no volume das requisições ou

pedidos que ocorrem no período.

Cada operação de entrada de pedido para abastecimento de estoque

necessita de algumas atividades que geram estes custos, tarefas com o

preparo do pedido, associação da documentação, ajustes com a entrega,

arranjos com pagamentos a fornecedores e manutenção das informações para

novas tarefas.

3.2 Custo de manutenção do estoque

Custos de manutenção de estoques são custos proporcionais a quantidade armazenada e ao tempo que esta fica em estoque. Um dos custos mais importante é o custo de oportunidade do capital. Este representa a perda de receitas por ter o capital investido em estoques em vez de o ter investido noutra atividade económica. Uma interpretação comum é considerar o custo de manutenção de estoque de um produto como uma pequena parte do seu valor unitário. (GARCIA et al., 2006, p.15)

É óbvio que as empresas preferem manter os estoques mínimos, pois os

custos de manutenção de um estoque podem girar em torno de 25% do valor

médio de seus produtos.

Os custos de manutenção de estoques incorporam despesas de

armazenamento, tais como: altos volumes, demasiados controles, enormes

espaços físicos, sistemas de armazenamento e movimentação e pessoal

Page 35: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

35

alocado, equipamentos e sistemas de informações específicos. Além dos

custos de manutenção têm-se também os custos associados aos impostos e

aos seguros de incêndio e roubo decorrentes do material estocado. Além disso,

os itens ainda estão sujeitos a perdas, roubos e obsolescência, aumentando

ainda mais os custos de mantê-los em estoque. (MARTINS; ASSAF NETO,

1985)

Os custos de estoques são fatores fundamentais para a tomada de

decisão por parte da gerência de materiais, para melhor análise estudar os

mesmos por agrupamentos de modalidade.

3.3 Custo por falta de estoque

Custos de falta são custos derivados de quando não existe estoque suficiente para satisfazer a procura dos clientes em um dado período de tempo. Como exemplos temos: pagamento de multas contractuais, perdas de venda, deteorização de imagem da empresa, perda de market share, e utilização de planos de contingência. (GARCIA et al, 2006, p.16)

Os materiais imobilizados em estoque oneram drasticamente uma

empresa e têm custo elevado, em razão disso, as empresas buscam reduzir ao

máximo seus estoques. Essa redução no estoque pode ocasionar o não

cumprimento do prazo de entrega de seu produto, o que possivelmente irá

proporcionar-lhe uma multa por atraso ou, o que é pior, o cliente cancelar o

pedido. E se mesmo com o atraso o cliente resolver não cancelar o pedido, a

imagem da empresa estará desgastando-se e isso tem um custo elevado e

difícil de medir. Esse fato ocorre se a empresa não tiver um adequado

planejamento e controle do seu estoque.

Tem-se, portanto, que dimensionar adequadamente as necessidades de

estoque em relação à demanda, às oscilações de mercado, às negociações

com os fornecedores e à satisfação do cliente, otimizando-se os recursos

disponíveis e minimizando os estoques e custos. (MARTINS; ASSAF NETO,

1985)

Se houver falhas na decisão de reposição do estoque, possivelmente se

fica sem estoque, o que poderá ocasionar paralisação de um processo

Page 36: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

36

produtivo, ou ainda se for o caso de atendimento externo podendo acarretar a

insatisfação do cliente, e em casos extremos a sua perda.

3.4 Custos de descontos de preço

Algumas indústrias oferecem descontos nas promoções para compactar

em grande quantidade, porém podem ocasionalmente colocar custos extras

para pequenos pedidos.

3.5 Custos de capital de giro

Em consequência das operações devido as vendas a consumidores e o

reabastecimento pelos fornecedores, deve-se ter um período de tempo em que

se mantém uma determinada quantidade de itens em estoque, o que

representará um custo no capital de giro.

3.6 Custos de armazenagem

Estes custos estão associados com os espaços físicos, os quais estes

estoques necessitam girar também através da obrigatoriedade, da

denominação, da climatização, da segurança entre outros.

3.7 Custos de obsolência

Devido a alta quantidade de itens em estoque, existirão alguns itens que

ficarão por um longo prazo ou até mesmo esquecidos, ocasionando assim a

deterioração ou a obsolência. Pode-se citar também que a obsolência pode

ocorrer devido a melhoria em um item, ou seja, o setor de engenharia após

estudos, desenvolve um novo modelo e que na maioria das alterações será

possível a sua reutilização.

Page 37: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

37

Pode-se citar duas variáveis que aumentam estes custos, a quantidade

em estoque e o tempo de permanência em estoque.

Neste momento da economia com muitas especulações, o planejamento

tem que estar em sintonia com o departamento de compras, o qual através de

seus contatos com os fornecedores pode indicar lotes econômicos de compra,

ou seja, informando que o fornecedor não reajustou o seu preço, ou então para

uma determinada quantidade pode manter o preço sem reajuste. Cabe ao

planejamento identificar itens específicos que possuam demanda constante

para realizar uma boa compra. O investimento é alto, mas de acordo com

políticas da empresa que podem ser diversas, é compensador o investimento

evitando assim lotes menores porém constantes e com reajuste. (MARTINS;

ASSAF NETO, 1985)

Caso não seja bem planejado um lote de compra, poderá permanecer

por um longo prazo no estoque, gerando assim um aumento considerável no

custo total dos itens estocados.

Page 38: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

38

CONCLUSÃO

Estoque é a composição de materiais que não é utilizada em

determinado momento na empresa, mas que precisa existir em função de

futuras necessidades.

Os estoques são bens adquiridos ou produzidos pela empresa com

objetivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas atividades,

sendo essencial para uma apuração adequada do lucro líquido do exercício.

Os estoques representam um dos ativos mais importantes do capital

circulante e da posição financeira da maioria das companhias industriais e

comerciais. A sua correta determinação no início e no fim do período contábil é

essencial para uma apuração adequada do lucro líquido do exercício.

O gerenciamento dos estoques nas empresas é fundamental para a

diminuição dos custos. Estoques elevados e precariamente administrados são

fatores que oneram o preço final dos produtos, bem como uma aplicação

indevida do capital de giro das empresas. A competitividade das empresas no

mundo globalizado exige uma correta manutenção desse ativo, sendo

fundamental manter apenas as quantidades necessárias para a produção.

A correta gestão de estoques na cadeia de suprimentos não pode ser

efetuada isoladamente, algumas medidas de controle de produção podem ser

implementadas pela empresa. Porém, é fundamental que a cadeia de

suprimentos esteja no mesmo nível de evolução e a relação cliente-fornecedor

tenha um sincronismo total.

Page 39: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

39

REFERÊNCIAS

BALLOU, R. H. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. CABRAL, J. S. Organização e gestão da manutenção: dos conceitos à prática. 3. ed. Lisboa: Lidel Edições Técnicas, 1998. DIAS, M. A. P. Administração de materiais, uma abordagem logística. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1990. ______. Administração de materiais. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995. FARIA, A. N. Introdução à administração. Rio de Janeiro: LTC, 1985. FERREIRA, J. Â. Custos industriais: uma ênfase gerencial. São Paulo: Editora STS, 2007. FIGUEIREDO, S; CAGGIANO, P. C. Controladoria: teoria e Prática – São Paulo: Atlas, 1992. GARCIA, E. S. et al. Gestão de estoques: otimizando a logística e a cadeia de suprimentos. Rio de Janeiro: E-papers Servicos Editoriais Ltda, 2006. HONG, Y. C. Gestão de estoques na cadeia logística integrada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1993. IBRACON. Princípios contábeis normas e procedimentos de auditoria. São Paulo: Atlas, 1988. KOBAYASHI, S. Renovação da logística: como definir estratégias de distribuição física global. São Paulo: Atlas, 2000. MARTINS, E.; ASSAF NETO, A. Administração financeira. São Paulo: Atlas, 1985. MARTINS, P. G. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2002.

Page 40: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

40

MECES, H. Just in case – just in time. Disponível em: <http://www.fem. unicamp.br/~sergio1/graduacao/EM335/Temas/JIC-JIT.htm>. Acesso em: 01 dez. 2009. MONKS, J. G. Administração da produção. São Paulo: McGraw-Hill, 1987. NEVES, M. A. O. Acuracidade de estoques. 30 ago. 2008a. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/acuracidade_de_estoques/24830/>Acesso em: 03 dez. 2009. ______. Entendendo os problemas com a acuracidade dos estoques. 30 ago. 2008b. Disponível em: <http://www.cgimoveis.com.br/logistica/entendendo -os-problemas-com-a-acuracidade-dos-estoques>. Acesso em: 03 dez. 2009. PALMISANO, Â. et al. Gestão da qualidade - tópicos avançados. Cengage Learning Editores, 2004. PROPOSTA de uma estrutura para o gerenciamento de ferramentas. ABEPRO, 2006. Disponível em: <www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP>. Acesso em: 24 set. 2008. ROSA, C. B. Gestão de almoxarifados. São Paulo: Atlas, 2003. ROSS, S. A. et al. Administração financeira. Tradução Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1995. SÁ, A. M.; SÁ, A. L. Dicionário de contabilidade. 9.ed. São Paulo: Atlas, 1994. SILVA, J. M. Guia IOB de contabilidade. São Paulo: IOB, 1995. SEVERO FILHO, J. Administração de logística integrada: materiais, PCP e marketing. Rio de Janeiro: E-papers Servicos Editoriais Ltda, 2006. SLACK, N. et. al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997. SLACK, N. Vantagem competitiva em manufatura. São Paulo: Atlas, 1993.

Page 41: A CONTRIBUIÇÃO DO GERENCIAMENTO DE ESTOQUE … · Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como ... custos de armazenagem

41

TUBINO, D. F. Manual de planejamento e controle da produção. São Paulo: Atlas, 2000. WIKIPEDIA. Gestão da qualidade total. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org /wiki/Gest%C3%A3o_da_qualidade_total>. Acesso em: 10 nov. 2009.