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5/13/2018 AContribuioTeutaFormaodaNaoBrasileira-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/a-contribuicao-teuta-a-formacao-da-nacao-brasileira A Contribuição Teuta à Formação da Nação Brasileira  O Todo é mais do que a Soma das Partes (Tradução de um artigo de Dieter Böhnke, publicado no semanário Brasil-Post, de São Paulo, em 20.07.2001. Tradutor: Georg K.A.Fuchs, Belo Horizonte)  Fazendo um relato sobre a contribuição alemã para a formação da nação brasileira, fica bem claro, rapidamente, ao pesquisar publicações, o quanto já tem sido escrito, nos últimos decênios, a este respeito. Sob a expressão de ´alemãoµ, por obséquio, deve ser entendido tudo o que diz respeito às regiões de fala alemã na Europa. É interessante que evidentemente somente bem pouco disso que se refere aos fatos relevantes e determinantes, de natureza histórica, econômica, cultural e sociológica, conseguiu fixar-se na consciência de um público maior, tanto naquele do Brasil como no dos países de fala alemã. Aqueles que estão interessados em assuntos de relacionamento brasileiro-alemão ou nas contribuições alemãs para a formação da nação brasileira inteira possuem tal conhecimento, portanto apenas um círculo restrito. Tudo de qualquer jeito não pode ser memorizado; portanto qual seria o motivo de escrever mais uma vez acerca disso? A gente não se transformaria num certo tipo meio esquisito? Isso no ambiente próprio profissional e particular, tratando de algo que ´oficialmenteµ nem está despertando grande reconhecimento?  A resposta poderá ser dada por cada um dos leitores; neste tempo de velocidade de vida, de superficialidade, e, da parte oficial, tantas vezes sem indicação de valores, de orientação. E no qual apenas uma coisa parece ter importância: o dinheiro, o rendimento; tudo o mais, aquilo que não pode ser enquadrado nesta categoria, ou que pode ser transformado em valores monetários, parece ser supérfluo, segundo os critérios amplamente difundidos em nosso tempo. Mas aqueles que fazem reflexões sobre as raízes de sua história, sobre o tempo presente e futuro, estes compatriotas com certeza estão interessados naquilo que certa parte da história brasileira multicultural, a saber a participação teuta, lhes poderá transmitir também nos tempos de hoje, justamente por encontrar na grande mídia internacional tão pouco interesse. Portanto também publicações como este jornal, o Brasil-Post, têm tanta importância. São vozes num mundo de publicidade cada vez mais sincronizado e uniformizado que clamam muitas vezes de forma crítica, interrogativa e admoestadora, e em nosso caso específico ainda num momento que enriquece a realidade teuto-brasileira. Como brasileiros de descendência alemã, como alemães radicados há muito tempo no Brasil, ou como alemães interessados neste tema, tanto na Europa como em outra parte do mundo, muita gente está à procura duma parte da sua identidade. Também referente à identidade criada por alemães e seus descendentes produzida na Brasil, pode-se contar com um legado bem rico. Um grande poeta alemão, certa vez, criou a sentença, dizendo que aquilo que foi herdado dos antepassados deve ser adquirido, para ser propriedade pessoal. Nada é estático, tudo está em transformação, cada um deve se auto-examinar e desafiar. Orgulho próprio equivale à vaidade. Os dois são qualidades bem graves. Não vamos falar nem de uma e nem de outra nas considerações que seguem. Elas querem ressaltar coisas essenciais, tentando intermediar impulsos de pensamento para a dominação das tarefas futuras tão enormes que nos aguardam. Prestaremos atenção ao destaque do aspecto de formação da nação brasileira, destacando a contribuição dos teutos no maior país latino-americano, exatamente no sentido do eminente e inesquecível historiador Karl Heinz Oberacker Jr. Nisso não queremos esquecer a data de 25 de julho de 1824, a qual vale como ponto inicial importante da imigração de gente de fala alemã organizada durante décadas, desde inícios do século 19. Porém a presença alemã no Brasil começa bem mais cedo. Vamos adentrar a época do descobrimento, fazendo então uma curva ou volta até o tempo presente. A ´viagemµ pode começar.  A Contribuição Teuta à Formação da Nação Brasileira  (Continuação) y Já desde 1489 existia em Lisboa, no Portugal, uma guarnição militar permanente com 35 artilheiros alemães, ou ´atiradores de carabinaµ, os quais possuíam privilégios especiais e participavam de todas as viagens grandes de descobrimento dos portugueses. Tais alemães atingiram o Brasil com a frota de Cabral. Mas eles não foram as únicas pessoas da Alemanha que desembarcaram em 22 de abril de 1500 com Pedro Álvares Cabral na baía de Porto Seguro, na Bahia. O conselheiro, náutico e médico mestre Johann (de sobrenome provavelmente Emenelaus ou Emmerich) estava junto lá, bem como o cozinheiro alemão de Cabral. Mestre Johann ou João escreveu em 28 de maio de 1500, dias antes de Pero Vaz de Caminha, uma carta ao Rei Emanuel I, na qual ele descreveu, entre outras coisas, o ´Cruzeiro do Sulµ, explicando-o de modo científico. Assim o relatam os historiadores portugueses Frazão de Vasconcellos e Pedro Calmon. y Os primeiros alemães que se radicaram de modo planejado no Brasil, chegaram já em 1532 com Martim Afonso de Sousa até São Vicente. Segundo registro no livro de bordo eles eram enumerados em primeiro lugar, ao lado de italianos e de franceses. Assim eles participaram, entre outros, da fundação da primeira colônia agrícola do Brasil.  y Nunca esquecido é o Hans Stade n, o qual nos deixou em 1557 os primeiros documentos sobre a fauna e a flora, bem como sobre os povos indígenas que viviam na primeira metade do século

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A Contribuição Teuta à Formação da Nação Brasileira 

O Todo é mais do que a Soma das Partes (Tradução de um artigo de Dieter Böhnke, publicado no semanário Brasil-Post,

de São Paulo, em 20.07.2001. Tradutor: Georg K.A.Fuchs, Belo Horizonte)  Fazendo um relato sobre a contribuição alemã para a formação da nação brasileira, fica bem claro,rapidamente, ao pesquisar publicações, o quanto já tem sido escrito, nos últimos decênios, a esterespeito. Sob a expressão de ´alemãoµ, por obséquio, deve ser entendido tudo o que diz respeito às

regiões de fala alemã na Europa. É interessante que evidentemente somente bem pouco disso que serefere aos fatos relevantes e determinantes, de natureza histórica, econômica, cultural e sociológica,conseguiu fixar-se na consciência de um público maior, tanto naquele do Brasil como no dos países defala alemã. Aqueles que estão interessados em assuntos de relacionamento brasileiro-alemão ou nascontribuições alemãs para a formação da nação brasileira inteira possuem tal conhecimento, portantoapenas um círculo restrito. Tudo de qualquer jeito não pode ser memorizado; portanto qual seria omotivo de escrever mais uma vez acerca disso? A gente não se transformaria num certo tipo meioesquisito? Isso no ambiente próprio profissional e particular, tratando de algo que ´oficialmenteµ nemestá despertando grande reconhecimento? A resposta poderá ser dada por cada um dos leitores; neste tempo de velocidade de vida, desuperficialidade, e, da parte oficial, tantas vezes sem indicação de valores, de orientação. E no qualapenas uma coisa parece ter importância: o dinheiro, o rendimento; tudo o mais, aquilo que não podeser enquadrado nesta categoria, ou que pode ser transformado em valores monetários, parece sersupérfluo, segundo os critérios amplamente difundidos em nosso tempo. Mas aqueles que fazemreflexões sobre as raízes de sua história, sobre o tempo presente e futuro, estes compatriotas comcerteza estão interessados naquilo que certa parte da história brasileira multicultural, a saber a

participação teuta, lhes poderá transmitir também nos tempos de hoje, justamente por encontrar nagrande mídia internacional tão pouco interesse. Portanto também publicações como este jornal, oBrasil-Post, têm tanta importância. São vozes num mundo de publicidade cada vez mais sincronizado euniformizado que clamam muitas vezes de forma crítica, interrogativa e admoestadora, e em nosso casoespecífico ainda num momento que enriquece a realidade teuto-brasileira. Como brasileiros dedescendência alemã, como alemães radicados há muito tempo no Brasil, ou como alemães interessadosneste tema, tanto na Europa como em outra parte do mundo, muita gente está à procura duma parte dasua identidade. Também referente à identidade criada por alemães e seus descendentes produzida naBrasil, pode-se contar com um legado bem rico. Um grande poeta alemão, certa vez, criou a sentença,dizendo que aquilo que foi herdado dos antepassados deve ser adquirido, para ser propriedade pessoal.Nada é estático, tudo está em transformação, cada um deve se auto-examinar e desafiar. Orgulhopróprio equivale à vaidade. Os dois são qualidades bem graves. Não vamos falar nem de uma e nem deoutra nas considerações que seguem. Elas querem ressaltar coisas essenciais, tentando intermediarimpulsos de pensamento para a dominação das tarefas futuras tão enormes que nos aguardam.Prestaremos atenção ao destaque do aspecto de formação da nação brasileira, destacando a

contribuição dos teutos no maior país latino-americano, exatamente no sentido do eminente einesquecível historiador Karl Heinz Oberacker Jr. Nisso não queremos esquecer a data de 25 de julho de1824, a qual vale como ponto inicial importante da imigração de gente de fala alemã organizadadurante décadas, desde inícios do século 19.Porém a presença alemã no Brasil começa bem mais cedo. Vamos adentrar a época do descobrimento,fazendo então uma curva ou volta até o tempo presente. A ´viagemµ pode começar.  

A Contribuição Teuta à Formação da Nação Brasileira  (Continuação)

y  Já desde 1489 existia em Lisboa, no Portugal, uma guarnição militar permanente com 35artilheiros alemães, ou ´atiradores de carabinaµ, os quais possuíam privilégios especiais eparticipavam de todas as viagens grandes de descobrimento dos portugueses. Tais alemãesatingiram o Brasil com a frota de Cabral. Mas eles não foram as únicas pessoas da Alemanhaque desembarcaram em 22 de abril de 1500 com Pedro Álvares Cabral na baía de Porto Seguro,

na Bahia. O conselheiro, náutico e médico mestre Johann (de sobrenome provavelmenteEmenelaus ou Emmerich) estava junto lá, bem como o cozinheiro alemão de Cabral. MestreJohann ou João escreveu em 28 de maio de 1500, dias antes de Pero Vaz de Caminha, umacarta ao Rei Emanuel I, na qual ele descreveu, entre outras coisas, o ´Cruzeiro do Sulµ,explicando-o de modo científico. Assim o relatam os historiadores portugueses Frazão deVasconcellos e Pedro Calmon. 

y  Os primeiros alemães que se radicaram de modo planejado no Brasil, chegaram já em 1532 comMartim Afonso de Sousa até São Vicente. Segundo registro no livro de bordo eles eramenumerados em primeiro lugar, ao lado de italianos e de franceses. Assim eles participaram,entre outros, da fundação da primeira colônia agrícola do Brasil.  

y  Nunca esquecido é o Hans Staden, o qual nos deixou em 1557 os primeiros documentos sobre afauna e a flora, bem como sobre os povos indígenas que viviam na primeira metade do século

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16 no Brasil. As primeiras imagens e o primeiro livro sobre o Brasil e seus aborígines são destesoldado mercenário de Homberg, na margem do rio Efze, província de Hessen. No filmeproduzido faz algum tempo por Luis Alberto Pereira, com o nome de ´Hans Stadenµ é chamadaa atenção, de forma impressionante, sobre a vida do mesmo no Brasil, naquela época histórica.

y  Ulrich Schmiedel de Straubing, Baviera, prestou igualmente uma colaboração valiosa à históriainicial do Brasil; ele tem importância igual para os paises do Rio da Prata como Hans Stadenpara o Brasil. O livro editado em 1567 em Frankfurt/Meno ´História verdadeira e agradável dealgumas paisagens nobres e indígenasµ possui um valor elevado como obra sobre as origens e

condições da época colonial primitiva no Brasil.y  Heliodoro Eobano Hesse deve ser considerado co-conquistador e co-fundador do Rio de Janeiro.

Ele tinha sido em São Vicente gerente comercial da filial de Adorno, tendo ali conhecidotambém o Hans Staden. Como aliado de Estácio de Sá ele participou dos combates contra osfranceses no Rio de Janeiro, nos quais Estácio de Sá foi morto. Porém Hesse se tornou, depoisda vitória em 20 de janeiro de 1567, co-fundador da segunda São Sebastião do Rio de Janeiro.  

y  A partir de 1535 aconteceu a imigração de famílias alemãs de comerciantes e armadores denavios ao Brasil, Assim chegou Arnual von Holland, patriarca da família Holanda, ele se tornouplantador de cana de açúcar e proprietário de engenhos próximos de Olinda, no Pernambuco.Em 1545 encontra-se Seebald Lins no Brasil, o patriarca da família Lins. Operou como armadorde navios e comerciante de exportação de açúcar, madeira de pau brasil e de algodão, dePernambuco. A família comerciante dos Hutter também emigrou naquele tempo para o Brasil.O seu sobrenome traduzido para o português transformou-se em ´Dutraµ.  

y  Por volta de 1600 aconteceu a primeira expedição bandeirante ao interior de São Paulo. Em1601 ocorreu uma expedição sob o comando do alemão Jost ten Glimmer e do bandeirante

alemão Pedro Taques.y  Moritz Graf von Nassau-Siegen-Dillenburg desembarcou em 1637 no Recife, Pernambuco,

enviado pela Companhia Holandesa da Índia Ocidental. Então foi hasteada também a bandeirado Império Sacro Romano da Nação Alemã, do qual os Paises Baixos ainda faziam parte,formalmente, até 1648. Foi ele que transformou o Recife na cidade mais moderna de toda aAmérica; os cientistas e pesquisadores alemães que ele trouxe consigo forneceram à Europa asprimeiras informações científicas sobre o Brasil e sua população. A nação brasileira deve aosmesmos a primeira contribuição básica para o seu desenvolvimento espiritual/científico, e comisso uma auto-estima nacional. As características de Mauricio de Nassau foram tolerânciapolítica, étnica e religiosa (também a primeira sinagoga de toda a América, recentementeredescoberta, fora construída naquele tempo em Recife). Houve incentivo á ciência e arte,começou uma ´época douradaµ para o nordeste brasileiro. Isso até a volta dele à sua pátriaalemã, em 1644. 

y  Em 1648 o Georg Markgraf, o primeiro estudioso das ciências naturais, do séqüito de Moritz v.Nassau, publicou a sua obra ´História Naturalisµ.

y  Em 1660 chegou o monge beneditino Richard von Pilar ao Rio de Janeiro. Ele é considerado ofundador da arte de pintura brasileira. Peritos de arte encontram nas obras dele ´um leve traçoda antiga grande escola de pintura de Colôniaµ.

y  O primeiro navio brasileiro, uma fragata, foi construído em 1668 no Maranhão, no estaleiro doKasper Werneck e Simão Ferreira Coimbra. 

y  Eleodor Ebano, um neto de Heliodor Eoban Hesse, estará fundando Nossa Senhora da Luz, maistarde Curitiba, elevado em 1668 à categoria de vila. Ele é tido como conquistador do Paraná.

y  Em 1684 a população de São Luiz, Maranhão, revoltou-se pela primeira vez contra a opressãoportuguesa; ela foi chefiada pelo plantador e vereador alemão Emanuel Beckmann (ManuelBequimão). 

y  Em 1685 o trabalho jesuíta na Brasil atingiu o seu apogeu, jesuítas alemães erigiram o ´Estadodo Maynaµ no Rio Amazonas superior. Em 1690 Johann Philipp Bettendorf publicou sua´Crônicaµ a respeito do ´Estado Maynaµ. Em 1696 apareceu a descrição da viagem de AntonSepp von und zu Rechegg aos índios Guaranis no trilátero dos países Brasil-Paraguai eArgentina.

y  O padre Eusebius Nierenberg publicou a primeira obra na língua guarani; em 1705 ele construiunas Missões riograndenses, em São Miguel, a primeira impressora, imprimindo ali o primeirolivro em solo brasileiro. Mais ou menos a metade dos religiosos jesuítas que atuavam em solosul-americano até a proibição desta ordem, tinha origem na região de fala alemã.

y  Em 1707 o padre Samuel Fritz, de Trautenau, nos Sudetos, confeccionou o primeiro mapa doAmazonas. Esta obra do jesuíta alemão foi aproveitada ainda até o início do século 20 porcausa de sua exatidão insuperável.

y  Em 1676 Johann Friedrich Böhm tornou-se o comandante supremo de todas as tropas no´Estado do Brasilµ. Foi introduzida a maneira prussiana de exército. Ele fora designado como´libertador do Rio Grande do Sulµ, pois como oficial ele defendeu o sul do Brasil com êxitocontra os espanhóis. Na Guerra dos Sete Anos ele havia conseguido as suas experiências

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militares sob o comando do Conde de Lippe, um aliado de Frederico o Grande, e taisexperiências lhe foram proveitosas agora na Brasil. Ele é considerado o f undador do exércitobrasileiro. 

y  Em 1808 a corte portuguesa fugiu diante de Napoleão ao Rio de Janeiro, no Brasil. Entre os15.000 funcionários e oficiais, cientistas e especialistas de todos os gêneros, inclusive artistas,também havia gente do espaço lingüístico alemão. A Academia Militar foi fundada em 1810 porWilhelm Ludwig Barão von Eschwege, e por Francisco Borja Garção Stockler. 

y  Von Eschwege inaugurou também em 1812 a ´Fábrica Patrióticaµ, a f orja siderúrgica de

Congonhas do Campo em Minas Gerais. Ele está sendo considerado o fundador da indústriapesada brasileira, e ainda como o empresário industrial mais importante no Brasil no começodo século 19. E ainda como ´Patriarca da Geologia Brasileiraµ. Em 1814 Daniel Peter Müllerconstruiu a primeira fábrica de armas no país em São Paulo.

y  Maximilian Príncipe de Wied-Neuwied (Max von Braunsberg) chegou em 1915 ao Brasil.Pesquisou animais e plantas, no interior de Minas Gerais, estudou as línguas, os usos e costumesdas tribos ali radicadas, editando a primeira monografia dum povo do Brasil, a saber a dosíndios botocudos.

y  Em 1816 veio Sigismund Ritter von Neukomm ao Brasil; ele está sendo considerado pioneiro das´modinhasµ brasileiras em concertos, exercendo grande influência como professor de música.

y  Com o casamento à distância da arquiduquesa Leopoldina de Habsburg com o príncipe herdeiroPedro de Bragança em 1817 iniciou-se capítulo novo na história brasileiro-alemã. O significadode Leopoldina, que se autodenominava ´princesa alemãµ, não pode ser avaliada a não ser nograu mais elevado. A nação brasileira deve a ela a sua independência de Portugal. Sob apresidência dela foi tomada a decisão unânime do Conselho de Estado; a missiva dela a Pedro I

determinava o último passo para a autonomia estatal do Brasil. Sem dúvida foi ela a figurafeminina mais destacada da história brasileira.

y  A bandeira brasileira é expressão da feliz união de duas dinastias. A cor verde procede da casados Bragança, de Dom Pedro. A amarela da casa Lothringen-Habsburg, da qual era procedente opai de Leopoldina, o imperador alemão Franz II, mais tarde imperador da Áustria Franz I. Comosímbolos da independência, alcançada pelos monarcas brasileiros, permanecem amarelo everde como as cores nacionais também na República. Por obséquio, em quais escolas do Brasilisto está sendo ensinado? 

y  Em 1819 foi fundada a cidade de Nova Friburgo por suíços-alemães, no estado do Rio deJaneiro. Com Friedrich Sauerbronn, primeiro pastor evangélico no Brasil, chegou até lá, em1824, um grupo de 300 alemães da província de Rheinhessen.

y  A colônia alemã ´São Leopoldoµ foi fundada em 25 de julho de 1824 no Rio Grande do Sul.Depois disso, com incentivo da coroa, foram radicados durante muitos decênios, pessoas dasregiões de fala alemã da Europa, principalmente nos estados sulinos brasileiros. Começa assimuma nova f orma de colonização, bem dif erente da maneira de economia dos latif úndios.

y  Em 1825 o médico, estudioso das ciências naturais, Georg Heinrich Duque de Langsdorffcomeçou a sua expedição pela mata virgem do Mato Grosso.

y  Karl Friedrich Philipp von Martius publicou a partir de 1840 sua ´Flora Brasiliensisµ, a maisimportante obra botânica de todos os tempos. O seu companheiro e acompanhante fiel durantea permanência dele no Brasil, desde 1817, foi o zoólogo Johann Baptist von Spix. 

y  Em 1850 o farmacêutico alemão e maçom. da ordem superior de maçonaria, Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau fundou em Santa Catarina a cidade de Blumenau.

y  Em 1866 aconteceu durante a guerra do Paraguai a maior batalha, a das margens do Tuiuti,com a vitória dos aliados Brasil, Argentina e Uruguai, que foi alcançada especialmente atravésda ´bateria alemã de artilhariaµ. Anton Ludwig von Hoonholtz, barão de Tefé, ficou com adesignação ´Herói da Guerra do Paraguaiµ; a vitória definitiva foi conseguida em 1870 pelaatuação do marido, de descendência alemã, da Princesa Herdeira Isabel, Gaston von Orleans, oConde d·Eu. 

y  O brasão da República do Brasil, as chamadas armas do Brasil, é um esboço do engenheiroalemão Arthur Sauer. Ele o confeccionou em 1889, sob ordem de seu amigo, o marechalDeodoro da Fonseca, o primeiro presidente da República nova e também Grão-mestre demaçonaria do Grão-Oriente. Como é regra na heráldica, o brasão brasileiro é ao mesmo temposimples, mas de significado simbólico bem acentuado. E ainda hoje ele é um dos símbolosnacionais mais sagrados dos brasileiros.

É impossível relacionar a imensidão de personalidades e de fatos relevantes neste ensaiorelativamente bem resumido, os quais foram decisivos até a formação da República do Brasil.Esta relação por itens e pontos é finalizada de propósito com a ocorrência importante para ahistória moderna do país, pois é relativamente mais simples lembrar-se de fatos que datam deno máximo cem anos. Para dizer isso com as palavras de Karl Heinz Oberacker Jr: µPessoalalemão contribuiu assim de maneira destacada para a circunstância deste espaço, dentro doqual no decurso de séculos deveria surgir a nação brasileira, ser incluído na abrangência dos

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conhecimentos da Europa. A nação brasileira deve agradecer a tal abrangência, em última análise, a sua existência em geral. E a Europa, e não somente Portugal, f orneceu a esta nação as f undamentações básicas da vida, pois entre os primeiros colonizadores que seradicaram na América do Sul portuguesa, encontravam-se, ao lado de portugueses, aindamembros outros povos, e nem por último também alemães, os quais, no percurso de séculosaté os dias de hoje, tiveram um papel importante na história do paísµ.

A Contribuição Teuta à Formação da Nação Brasileira 

(Continuação)

Economia Ao contemplar a história brasileira, temos que mencionar neste lugar o papel da economia alemã. Comojá foi evidenciado em cada um dos itens, fatores econômicos e de industrialização contribuíram demaneira decisiva desde o começo para o desenvolvimento do país. Hoje, quando já passamos para onovo milênio, podemos encontrar 1200 empresas de origem alemã nessa terra, quase todas radicadasnas regiões do sudeste e do sul. São Paulo é, segundo o número de empresas de origem alemã aliestabelecidas, a maior cidade industrial alemã no mundo inteiro. Há 86 anos existem as câmaras decomércio e indústria, que possuem, em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, 900 firmas associadas.Elas estão se dedicando aos assuntos e às atividades da economia brasileiro-alemã; com pontospreferências para o comércio exterior, formação profissional e trabalhos de publicidade. Oferecem umasérie de serviços. As empresas de origem alemã apresentam investimentos diretos de US$ 16 bilhões.Tradicionalmente estão concentradas no ramo industrial, dando trabalho e emprego a 250.000colaboradores. Neste caso não estamos incluindo as atividades econômicas da Áustria e da Suíça noBrasil.Dr. Klaus Wilhelm Lege, vice-presidente na gerência da Câmara de Comércio Exterior São Paulo e editorda obra recém lançada; ´A história alemã brasileiraµ, está subdividindo a contribuição alemã àindustrialização brasileira no século 20 como segue:1.  Anos 40 ² Contribuição indireta da Alemanha para uma ignição inicial de um impulso autônomo deindustrialização (´aciariaµ)2.  Anos 50 ² Contribuição alemã como motor da industrialização (indústria automobilística).  3.  Anos 70 ² Contribuição alemã ao milagre econômico brasileiro, (empresas de porte médio).Empresas isoladas de alemães e de descendentes de alemães conquistaram, desde o fim do século 19,tanto o Brasil, como em parte também os mercados mundiais, entre eles Garoto (chocolate), Gerdau(aço), Hering (têxteis), Melhoramentos (fabricação de papel etc), Odebrecht (construção, química etc) eSchmidt (porcelana), o seu espaço. Depois da Segunda Guerra Mundial em 1949 a empresa Mannesmann conseguiu fazer o primeiro grandeinvestimento no Brasil. Em Belo Horizonte foram construídas uma aciaria e fábrica de tubos, queentraram em funcionamento no ano de 1954. Isso foi a base para o abastecimento de muitas indústrias.

Depois da assinatura do tratado comercial de 1950, ficou evidente que a procura de maquinário e deimplementos, de produtos de aço e ferro e a de produtos químicos havia crescido em escala bem maiordo que a das matérias primas e dos gêneros alimentícios, exportados pelo Brasil. Por causa disso osconglomerados de ponta da economia alemã recomendaram montar tal produção no Brasil. Assim foramfundadas muitas empresas no Brasil, em 1953, entre elas Volkswagen do Brasil, Mercedes-Benz do Brasil,MWM, Degussa, Ferrostaal e outras. Com isso se deu início à ´Revolução Industrialµ do Brasil. té o finalde 1957 chegaram ainda mais 130 empresas e participações alemãs; entre as mesmas BASF e Henkel.Empresas pioneiras como Bayer, Hoechst e Siemens já estiveram desde o século 19 no Brasil, possuindoestabelecimentos em atividade aqui. Assim estabelecimentos brasileiros com capital alemão forammotor para a industrialização. Com o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira foi iniciada a partir de1955 a nova fase de desenvolvimento; ele procurou investimentos do exterior para aplicação no país,iniciando ainda a construção de Brasília. A produção industrial do país cresceu entre 1955 e 1960 370%.As bases para a indústria brasileira de bens de capital foram criadas. No ano de 1964 aconteceramdistúrbios políticos com greves; os militares assumiram o poder. O regime militar instalou umareestruturação profunda da economia. Foram abolidas as determinações que afugentavam o capital doexterior, herdadas de governos anteriores. O almirante, de origem germânica, Augusto HamannRademaker Grünewald incentivou tal política de amizade econômica. Em 1969 ele foi, de maneirapassageira, presidente do estado brasileiro, e mais tarde seu vice-presidente. O descendente dealemães, Ernesto Geisel, foi presidente da República de 1974 até 1979. O intercâmbio de mercadorias entre o Brasil e a Alemanha duplicou entre 1960 e 1970. Em 1971 foiorganizada em São Paulo a até agora maior exposição industrial alemã. Aumentaram bastante osinvestimentos das empresas de médio porte, especialmente com vistas à política oficial de substituiçãodas importações. Personalidades da vida econômica brasileiro-alemã como Ernst Günther Lipkau eWolfgang Sauer laboravam naquela época como executivos e consultores. Apesar da crise mundial doóleo de 1973 perdurou a confiança estrangeira no Brasil, acontecendo continuamente mais e maioresinvestimentos. Entre 1975 e 1991 a hidrelétrica do Itaipu se tornou a maior obra de construção domundo inteiro, com participação decisiva de empresas alemãs como Siemens e Voith.

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Mesmo sendo as décadas dos anos 80 e 90 consideradas como ´décadas perdidasµ, elas trouxeramconsigo, apesar disso, uma estabilização das estruturas democráticas, com consolidação doparlamentarismo. O presidente, de origem alemã, Fernando Collor, neto do primeiro ministro brasileirodo trabalho, Lindolf Leopold Koller-Boeckel, introduziu em seu curto período de mandato (1990 ² 1992)a modernização da estrutura econômica. Nisso podemos enumerar o alívio no atendimento do capitalestrangeiro investido, melhor manipulação das marcas e dos patentes estrangeiros, bem como o fim dasreservas de mercado, especialmente as de informática. Com isso muitos empresários brasileirosconseguiram tornar-se competitivos também internacionalmente. Brasileiro-alemães construíram nos

últimos tempos também filiais de empresas originalmente teuto-brasileiras na Alemanha. Entre estestemos Theodor Wille, Aliança, Citrosuco, Hering, Mangels, Odebrecht, Tupy, Varig e outros.Como podemos ver, a história teuto-brasileira está cheia de fatos impressionantes. A terra de imigração,o Brasil, estendeu e estende a mão a todos aqueles que pretendem contribuir positivamente para o seudesenvolvimento. De modo algum podemos compreender, qual seria o motivo pelo qual a maioria dosbrasileiros ainda hoje nada ou quase nada está sabendo a respeito da contribuição de seus concidadãosalemães ou de descendência alemã para a construção de seu país. Mesmo descendentes de alemãesmuitas vezes nada estão sabendo sobre a presença importante de seus antepassados na históriaprimitiva do Brasil. Nas escolas e mesmo nas universidades o ensino a tal respeito se limita a coisasrudimentares. Em geral a transmissão de conhecimentos está se limitando à presença de elementosgermânicos no sul brasileiro, a partir do começo do século 19. A historiografia brasileira estácostumeiramente orientada puramente para o lado luso. Poderia ser interessante, com toda certeza,para entidades culturais e representações diplomáticas, chamar a atenção de repartições públicasbrasileiras de ensino, para que seja feita a inclusão da participação alemã na construção do país, noslivros didáticos de história das escolas. Reconhecimento e compreensão despertam simpatia, comefeitos inclusive no campo econômico. Depois de Karl Heinz Oberacker Jr. ter elaborado em suas obrasbásicas os fundamentos para este tema, são as iniciativas como as de Ernst Günther Lipkau com sua obra´Ponte entre o Brasil e a Alemanhaµ (editado por ocasião dos 75 anos de existência da Câmara deComércio Exterior São Paulo) e de Dr. Lege com seu livro ´A Historia Alemã do Brasilµ, elaborado combase no manuscrito de Manfred Buschny, que podem dar novos impulsos de meditação aos brasileiros eestudiosos de qualquer origem, bem como aos demais interessados em geral.Os milhares de alunos em escolas de ensino alemão poderão no futuro, ao lado de estudantesuniversitários, ser engajados em trabalhos de pesquisa para o tema ´Brasil-Alemanhaµ. Bem comoestudantes interessados nos paises de língua alemã na Europa. Para isso deveriam ser oferecidosanualmente prêmios específicos nos campos de cultura e de economia. Uma comissão superior sobpresidência do encarregado principal de cultura brasileiro-alemã poderia ocupar-se disso. Na juventudereside o futuro, vale conquistá-la para estas tarefas.Desde Hans Staden até Hans Donner, de Moritz von Nassau, passando por Samuel Fritz, Leopoldine vonHabsburg, Gisele Bündchen e Gustavo Kürten ² o Brasil indicou para muita gente os caminhos, vias quesão únicas e que até conseguiram ser assumidas pela história universal. A formação do Brasil ainda nãoacabou, a dinâmica do país exige constantemente adaptação e ajuste, empreendimento e coragem.

Neste dia 25 de julho nos lembramos não somente daqueles que existiram antes de nós neste globoterrestre, mas olhamos para frente. O legado dos antepassados poderá ser para nós uma valiosaorientação. 

A Contribuição Teuta à Formação da Nação Brasileira  (Continuação)

Economia Ao contemplar a história brasileira, temos que mencionar neste lugar o papel da economia alemã. Comojá foi evidenciado em cada um dos itens, fatores econômicos e de industrialização contribuíram demaneira decisiva desde o começo para o desenvolvimento do país. Hoje, quando já passamos para onovo milênio, podemos encontrar 1200 empresas de origem alemã nessa terra, quase todas radicadasnas regiões do sudeste e do sul. São Paulo é, segundo o número de empresas de origem alemã aliestabelecidas, a maior cidade industrial alemã no mundo inteiro. Há 86 anos existem as câmaras decomércio e indústria, que possuem, em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, 900 firmas associadas.Elas estão se dedicando aos assuntos e às atividades da economia brasileiro-alemã; com pontos

preferências para o comércio exterior, formação profissional e trabalhos de publicidade. Oferecem umasérie de serviços. As empresas de origem alemã apresentam investimentos diretos de US$ 16 bilhões.Tradicionalmente estão concentradas no ramo industrial, dando trabalho e emprego a 250.000colaboradores. Neste caso não estamos incluindo as atividades econômicas da Áustria e da Suíça noBrasil.Dr. Klaus Wilhelm Lege, vice-presidente na gerência da Câmara de Comércio Exterior São Paulo e editorda obra recém lançada; ´A história alemã brasileiraµ, está subdividindo a contribuição alemã àindustrialização brasileira no século 20 como segue:1.  Anos 40 ² Contribuição indireta da Alemanha para uma ignição inicial de um impulso autônomo deindustrialização (´aciariaµ)2.  Anos 50 ² Contribuição alemã como motor da industrialização (indústria automobilística).  3.  Anos 70 ² Contribuição alemã ao milagre econômico brasileiro, (empresas de porte médio).

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Empresas isoladas de alemães e de descendentes de alemães conquistaram, desde o fim do século 19,tanto o Brasil, como em parte também os mercados mundiais, entre eles Garoto (chocolate), Gerdau(aço), Hering (têxteis), Melhoramentos (fabricação de papel etc), Odebrecht (construção, química etc) eSchmidt (porcelana), o seu espaço. Depois da Segunda Guerra Mundial em 1949 a empresa Mannesmann conseguiu fazer o primeiro grandeinvestimento no Brasil. Em Belo Horizonte foram construídas uma aciaria e fábrica de tubos, queentraram em funcionamento no ano de 1954. Isso foi a base para o abastecimento de muitas indústrias.Depois da assinatura do tratado comercial de 1950, ficou evidente que a procura de maquinário e de

implementos, de produtos de aço e ferro e a de produtos químicos havia crescido em escala bem maiordo que a das matérias primas e dos gêneros alimentícios, exportados pelo Brasil. Por causa disso osconglomerados de ponta da economia alemã recomendaram montar tal produção no Brasil. Assim foramfundadas muitas empresas no Brasil, em 1953, entre elas Volkswagen do Brasil, Mercedes-Benz do Brasil,MWM, Degussa, Ferrostaal e outras. Com isso se deu início à ´Revolução Industrialµ do Brasil. té o finalde 1957 chegaram ainda mais 130 empresas e participações alemãs; entre as mesmas BASF e Henkel.Empresas pioneiras como Bayer, Hoechst e Siemens já estiveram desde o século 19 no Brasil, possuindoestabelecimentos em atividade aqui. Assim estabelecimentos brasileiros com capital alemão forammotor para a industrialização. Com o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira foi iniciada a partir de1955 a nova fase de desenvolvimento; ele procurou investimentos do exterior para aplicação no país,iniciando ainda a construção de Brasília. A produção industrial do país cresceu entre 1955 e 1960 370%.As bases para a indústria brasileira de bens de capital foram criadas. No ano de 1964 aconteceramdistúrbios políticos com greves; os militares assumiram o poder. O regime militar instalou umareestruturação profunda da economia. Foram abolidas as determinações que afugentavam o capital doexterior, herdadas de governos anteriores. O almirante, de origem germânica, Augusto HamannRademaker Grünewald incentivou tal política de amizade econômica. Em 1969 ele foi, de maneirapassageira, presidente do estado brasileiro, e mais tarde seu vice-presidente. O descendente dealemães, Ernesto Geisel, foi presidente da República de 1974 até 1979. O intercâmbio de mercadorias entre o Brasil e a Alemanha duplicou entre 1960 e 1970. Em 1971 foiorganizada em São Paulo a até agora maior exposição industrial alemã. Aumentaram bastante osinvestimentos das empresas de médio porte, especialmente com vistas à política oficial de substituiçãodas importações. Personalidades da vida econômica brasileiro-alemã como Ernst Günther Lipkau eWolfgang Sauer laboravam naquela época como executivos e consultores. Apesar da crise mundial doóleo de 1973 perdurou a confiança estrangeira no Brasil, acontecendo continuamente mais e maioresinvestimentos. Entre 1975 e 1991 a hidrelétrica do Itaipu se tornou a maior obra de construção domundo inteiro, com participação decisiva de empresas alemãs como Siemens e Voith.Mesmo sendo as décadas dos anos 80 e 90 consideradas como ´décadas perdidasµ, elas trouxeramconsigo, apesar disso, uma estabilização das estruturas democráticas, com consolidação doparlamentarismo. O presidente, de origem alemã, Fernando Collor, neto do primeiro ministro brasileirodo trabalho, Lindolf Leopold Koller-Boeckel, introduziu em seu curto período de mandato (1990 ² 1992)a modernização da estrutura econômica. Nisso podemos enumerar o alívio no atendimento do capital

estrangeiro investido, melhor manipulação das marcas e dos patentes estrangeiros, bem como o fim dasreservas de mercado, especialmente as de informática. Com isso muitos empresários brasileirosconseguiram tornar-se competitivos também internacionalmente. Brasileiro-alemães construíram nosúltimos tempos também filiais de empresas originalmente teuto-brasileiras na Alemanha. Entre estestemos Theodor Wille, Aliança, Citrosuco, Hering, Mangels, Odebrecht, Tupy, Varig e outros.Como podemos ver, a história teuto-brasileira está cheia de fatos impressionantes. A terra de imigração,o Brasil, estendeu e estende a mão a todos aqueles que pretendem contribuir positivamente para o seudesenvolvimento. De modo algum podemos compreender, qual seria o motivo pelo qual a maioria dosbrasileiros ainda hoje nada ou quase nada está sabendo a respeito da contribuição de seus concidadãosalemães ou de descendência alemã para a construção de seu país. Mesmo descendentes de alemãesmuitas vezes nada estão sabendo sobre a presença importante de seus antepassados na históriaprimitiva do Brasil. Nas escolas e mesmo nas universidades o ensino a tal respeito se limita a coisasrudimentares. Em geral a transmissão de conhecimentos está se limitando à presença de elementosgermânicos no sul brasileiro, a partir do começo do século 19. A historiografia brasileira estácostumeiramente orientada puramente para o lado luso. Poderia ser interessante, com toda certeza,para entidades culturais e representações diplomáticas, chamar a atenção de repartições públicasbrasileiras de ensino, para que seja feita a inclusão da participação alemã na construção do país, noslivros didáticos de história das escolas. Reconhecimento e compreensão despertam simpatia, comefeitos inclusive no campo econômico. Depois de Karl Heinz Oberacker Jr. ter elaborado em suas obrasbásicas os fundamentos para este tema, são as iniciativas como as de Ernst Günther Lipkau com sua obra´Ponte entre o Brasil e a Alemanhaµ (editado por ocasião dos 75 anos de existência da Câmara deComércio Exterior São Paulo) e de Dr. Lege com seu livro ´A Historia Alemã do Brasilµ, elaborado combase no manuscrito de Manfred Buschny, que podem dar novos impulsos de meditação aos brasileiros eestudiosos de qualquer origem, bem como aos demais interessados em geral.Os milhares de alunos em escolas de ensino alemão poderão no futuro, ao lado de estudantesuniversitários, ser engajados em trabalhos de pesquisa para o tema ´Brasil-Alemanhaµ. Bem comoestudantes interessados nos paises de língua alemã na Europa. Para isso deveriam ser oferecidosanualmente prêmios específicos nos campos de cultura e de economia. Uma comissão superior sob

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presidência do encarregado principal de cultura brasileiro-alemã poderia ocupar-se disso. Na juventudereside o futuro, vale conquistá-la para estas tarefas.Desde Hans Staden até Hans Donner, de Moritz von Nassau, passando por Samuel Fritz, Leopoldine vonHabsburg, Gisele Bündchen e Gustavo Kürten ² o Brasil indicou para muita gente os caminhos, vias quesão únicas e que até conseguiram ser assumidas pela história universal. A formação do Brasil ainda nãoacabou, a dinâmica do país exige constantemente adaptação e ajuste, empreendimento e coragem.Neste dia 25 de julho nos lembramos não somente daqueles que existiram antes de nós neste globoterrestre, mas olhamos para frente. O legado dos antepassados poderá ser para nós uma valiosa

orientação.