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A CONVERGENCIA DA
CONTABILIDADE APLICADA
AO SETOR PÚBLICO ÀS
NORMAS INTERNACIONAIS
NOV/2010
Prof. Lino Martins da Silva
Professor voluntário do Programa de Mestrado em
Ciências Contábeis da UERJ
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PORQUE CONVERGIR: um pouco de
história
José da Silva Lisboa, Visconde de Cairu formado em Coimbra em 1779 tratou das seguintes questões:
– valor de custo,
– valor de uso,
– e valor venal.
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Porque convergir?
Alvará de 28 de junho de 1808 baixado por D. João VI,criando o erário régio e o Conselho da Fazenda.
– Ordeno que a escrituração seja a mercantil por partidas
dobradas, por ser a única seguida pelasnações mais civilizadas, assim pela sua
brevidade para o manejo de grandes somas, como porser a mais clara e a que menos lugar dá erros esubterfúgios onde se esconde a malícia e a fraude dosprevaricadores.
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PORQUE CONVERGIR?
1956
AUTOR: CAETANO LÉGLISE DA CRUZ
VIDAL
“Desde que, em data ainda recente, a
contabilidade começou a despertar de
longa modorra em que, durante
séculos, vivera mergulhada e desde
que as suas possibilidades foram
redescobertas pelos poderes públicos
e pela moderna investigação
econômica, já alguns autores – bem
poucos, por sinal – diligenciaram
prepará-la para enfrentar
satisfatoriamente as novas tarefas que
lhe vem sendo propostas.”
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ALGUMAS DAS 66 CONCLUSÕES DE CRUZ VIDAL
RESTRIÇÕES LEVANTADAS POR CRUZ VIDAL:
– insuficientemente estudado, indevidamente elaborado, ou inconvenientemente aplicado, tal planejamento podia transformar-se em peso morto, gerador de esforços inúteis e, portanto, de desperdícios nefastos
O PLANEJAMENTO DEVE COMPREENDER:
– a fixação de uma terminologia uniforme;
– o estabelecimento de uma classificação devidamente articulada das contas a utilizar;
– a escolha eventual de uma codificação numérica dessas mesmas contas;
– a preparação de sistemas uniformes para o cálculo dos custos;
– a enunciação de princípios concernentes a avaliações e depreciações;
– a elaboração de determinados modelos para a apresentação uniforme dos dados.
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PORQUE CONVERGIR?
“A contabilidade é em teoria a linguagem dos
negócios, mas existem na prática uma
imensidade de dialetos. O resultado é que as
demonstrações contábeis elaboradas num país
são frequentemente inintelegiveis para os
investidores de outros países. A eliminação
dessas barreiras estimularia o fluxo de capitais,
reduzindo o custo do capital em todo o mundo”
(The Financial Times, 1997)
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Causas das diferenças contábeis a nível internacional e seus efeitos.
DISCUSSÕES SOBRE A DIVERSIDADE CONTÁBIL
Teoria da livre cultura baseada em duas premissas:
– Nas necessidades dos usuários da informação, e
– No movimento para a harmonização internacional.
Teoria determinística ambiental
– Que sugere um relacionamento positivo entre a contabilidade e oseu ambiente
– Analisa as diferenças contábeis entre os diferentes países
– Relaciona fatores causais concretos de índole legal, financeiro,político e cultural.
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Causas das diferenças contábeis a nível internacional e seus efeitos.
PARA QUE SERVE A INFORMAÇÃO CONTÁBIL?
Para satisfazer a necessidade dos investidores ecredores e servir de instrumento útil para a tomadade decisões. (EUA)
Para gerar informação financeira e contábil comvistas à apuração correta do montante dos impostospelo Estado. (Brasil e países da AL)
Para ajudar a alcançar determinada políticamacroeconômica, como a obtenção de uma taxa decrescimento predefinida.(Países de influenciasocialista)
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Causas das diferenças contábeis a nível internacional e seus efeitos.
O sistema legal
A origem do financiamento
Organização e propriedade
A relação entre a contabilidade e o a administraçãotributária
Os vínculos políticos e econômicos com outrospaíses
A cultura.
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COMMON LAW DIREITO ROMANO (CODE LAW)
Usuário principal:
Usuário secundário:
Referencia conceitual
Investidor
Credor
Competência
Substância sobre a forma.
Baseada em Princípios.
Usuário principal:
Usuário secundário:
Referencia conceitual
Credor
Fisco
Conservadorismo
Conformidade c/ a Lei
Baseada em Regras
Inglaterra França
Irlanda Itália
Estados Unidos Alemanha
Canadá Espanha
Austrália Holanda
Nova Zelândia Portugal
Brasil
SISTEMAS LEGAIS DE ALGUNS PAÍSES
Fonte: Nobes (1998)
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• A ORIGEM DO FINANCIAMENTO
• Sistemas baseados no mercado de capitais
• Sistemas baseados no crédito onde os bancos e as instituições financeiras são dominantes
• Sistema baseado no crédito do governo, onde os recursos são administrados pelo governo.
Causas das diferenças contábeis a nível internacional e seus
efeitos. seus efeitos.
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• ORGANIZAÇÃO E PROPRIEDADE
• Sociedades abertas
• Sociedades fechadas
• Sociedades pertencentes ao Estado.
Causas das diferenças contábeis a nível internacional e seus
efeitos. seus efeitos.
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• RELAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE E O FISCO
• Países com forte relação: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Itália, Portugal, Suécia, Suíça, Brasil etc.
• Países sem forte influencia do Fisco sobre a Contabilidade: Inglaterra, Irlanda, Austrália, Estados Unidos.
• VINCULOS POLÍTICOS E ECONOMICOS
• Canadá e México em relação aos Estados Unidos.
• Ex colônias inglesas como Austrália, Nova Zelândia, Paquistão, África do Sul etc.
Causas das diferenças contábeis a nível internacional e seus
efeitos. seus efeitos.
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• A INFLUENCIA CULTURAL
• Hofstede (1980) desenvolveu um modelo de cultura que inclui um conjunto de valores sociais que guiam o modelo institucional e a prática
• Stephen A. Zeff, da Rice University que em estudo intitulado “Some obstacles to global financial reporting comparability andconvergence at a high level of quality” apresenta questões interessantes e mesmo limitadoras da convergência.
Causas das diferenças contábeis a nível internacional e seus
efeitos. seus efeitos.
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CULTURA, SOCIEDADE E CONTABILIDADE
FATORES EXTERNOS:
Forças da natureza
Internacionalização
Investimentos estrangeiros
Influência colonial
INFLUÊNCIA AMBIENTAL:
Geografia
Economia
Demografia
História
Tecnologia
Urbanismo
Valores sociais
Valores contábeis
CONSEQUENCIAS
INSTITUCIONAIS-Sistema legal
- Participação na propriedade das
empresas.
- Mercado de capitais
- Associações profissionais
- Educação
- Religião
Sistemas contábeis
Fonte: Cerdá Aparecido, 1992
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Classificação dos sistemas contábeis
De acordo com a autoridade reguladora e o grau de aplicação
Controle Regulamentar
Profissionalismo
Flexibilidade Uniformidade
Ásia Colonial
AL menos desenvolvida
JapãoÁfrica
Ásia menos desenvolvida
Países nórdicos
Anglosaxônicos
Germânica
AL mais desenvolvida
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Classificação dos sistemas contábeis
De acordo com os critérios de avaliação e apresentação
Secretismo
Transparência
Otimismo Conservadorismo
Ásia Colonial
AL menos desenvolvida
Japão
África
Ásia menos desenvolvida
Países nórdicos
Anglosaxônicos
Germânicos
AL mais desenvolvida
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No Brasil
– Impropriedade no reconhecimento de ativos:
Reconheço a Divida Ativa Inscrita
Não reconheço o lançamento tributário de impostos.
Não reconheço depreciações, amortizações e exaustões
– Impropriedade no reconhecimento de passivos:
Omissão de passivos realizados sem a existência de crédito orçamentário.
Inclusão de passivos que não correspondem a qualquer implemento de condição:
– Restos a Pagar Não Processados
– Restos a “Fazer”.
PRINCIPAIS ÁREAS DE DIVERSIDADE NOS BALANÇOS DO
SETOR PÚBLICO
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No Brasil (setor público)
– Critérios para calculo das Receitas Correntes Liquidas:
Criatividade de alguns entes:
– Imposto de Renda Retido na Fonte de funcionários
– Apropriação de multas (receita inorgânica) como Receita Tributária (receita orgânica)
– Diferenciação entre Folha de Pagamento e Despesas com Pessoal.
Ganho do FUNDEB contabilizado em desacordo com a documentação de suporte.
PRINCIPAIS ÁREAS DE DIVERSIDADE NOS BALANÇOS
SOLUÇÃO:
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLICADAS AO SETOR PÚBLICO.
(CONVERGÊNCIA A NIVEL NACIONAL!
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NIVEL INTERNACIONAL
– Áreas do Balanço
Critérios de Reconhecimento dos fatos e transações
Formas de Mensuração: quando e como se mede em unidades monetárias o valor a ser reconhecido
Apresentação das demonstrações
Divulgação e notas explicativas de teor qualitativo ou quantitativo.
– Áreas relacionados com o resultado
Reconhecimento de juros associados a vendas a prazo
Avaliação de ativos associados a uma locação financeira
Reconhecimento de despesas com pesquisas
Lainez e Callao (2001): Manual de Contabilidad Internacional, ediciones Piramide.
PRINCIPAIS ÁREAS DE DIVERSIDADE NOS BALANÇOS DO
SETOR PÚBLICO
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NIVEL INTERNACIONAL
– Outras áreas de informação
Reconhecimento das diferenças de cambio em moeda estrangeira (especialmente as positivas)
Conversão de balanço de filiais estrangeiras integradas
Tipologia dos planos de pensões, bem como reconhecimento de custo das pensões.
Reconhecimento de contratos de longo prazo.
Registro de rubricas provenientes de exercícios anteriores
Apresentação de informações segmentadas
PRINCIPAIS ÁREAS DE DIVERSIDADE NOS BALANÇOS DO
SETOR PÚBLICO
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http://www.oecd.org/home/
http://www.un.org/en/
http://www.wto.org/
ORGANISMOS REGIONAIS: União Europeia
ORGANISMOS DE SUPORTE:
– Associações Profissionais, Acadêmicos, Analistas financeiros, etc.
A PROCURA DA COMPARABILIDADE DAS INFORMAÇÕES:
1) ORGANISMOS DE PROJEÇÃO MUNDIAL E CARATER PÚBLICO.
1) OCDE – ONU - OMC
2) ORGANISMO DE PROJEÇÃO MUNDIAL E CARATER PRIVADO e
PROFISSIONAL.
1) IFAC - IASB
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Nos caminhos da convergência
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Aprovação do Cronograma do GTCP - Paraconvergência das NBCASP às IPSAS -International Public Sector AccountingStandard.
Institucionalização: Comitê Gestor deConvergência Brasil.
Publicação da Portaria 184 do Ministério daFazenda (26/08/08) - Adoção das NBASP eIPSAS no Governo Federal;
Ações indutoras
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Desafios para
implementação das normas e
da convergência
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Visão orientada para negócios com ênfase aos fins e não aos meios.
Aprimoramento das práticas operacionais de gestão e controles existentes.
Entender a necessidade de mudança no fluxo das informações:
– Dilema entre os fluxos atuais x fluxos necessários.
– Risco da informação não chegar na Contabilidade (ou chegar distorcida).
Transitar da administração patrimonialista e burocrática para a administração gerencial.
DESAFIOS DAS NORMAS E DA CONVERGENCIA
SERÁ UM ERRO CONSIDERAR QUE COM A EDIÇÃO DAS NORMAS DO CFC OU DOS MANUAIS DO TESOURO NACIONAL A QUESTÃO DO FLUXO DE INFORMAÇÕES ESTÁ RESOLVIDA.
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Estruturas funcionais mal definidas.
Carência de tecnologia.
Estratégia de automatização sem considerar a integração dos sistemas com a missão institucional.
Alto nível de rotação de dirigentes e funcionários.
Dilema entre comprometimento x teoria do pertencimento.
Valorização das formalidades antes da essência.
Base legal insuficiente (Lei nº 4.320/64).
DESAFIOS DAS NORMAS E DA CONVERGENCIA
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Diante de informações em regime de controvérsias, é licito procurar conhecer as suas origens porque não se pode admitir que existam diversos critérios para exprimir um mesmo fenômeno, a menos que se deseje iludir a opinião de terceiros. A verdade só tem uma face e ao regime contábil, como cientifico só a verdade interessa.
Lopes de Sá, (1998: 719)
O estudo dos sistemas contábeis no âmbito internacional fundamenta-se na sua utilidade para a análise da situação contábil internacional, materializada esta fundamentalmente na capacidade de síntese que aporta ao conhecimento das divergências existentes nos diferentes países.
Jarne, (1997: 11)
Manual de Contabilidade Internacional de Lucia Lima Rodrigues e Ana Alexandra Carla Pereira, Publisher Team.2004
DUAS OPINIÕES
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UM ESQUEMA SIMPLES DIZ-ME MAIS DO QUE UM LONGO RELATÓRIO!
Napoleão