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DISSERTAÇÃODEMESTRADO
ACONVERGÊNCIADOSCANAISDEDISTRIBUIÇÃOEASUAINFLUÊNCIANASEXPERIÊNCIASDECONSUMO.
Autor:PedroSousa
Orientadora:ProfessoraDoutoraMafaldaFerreira
ESCOLASUPERIORDEPORTO,JULHODE2018
PedroMiguelSousadeAlmeida
2
AGRADECIMENTOS
A realização desta dissertação não seria possível sem a participação e o contributo de
vários intervenientes. De maneira geral, foram varias as pessoas que tornaram esta etapa da
minha vida académica mais divertida e bastante prazerosa.
Assim, numa primeira fase, à minha orientadora, a Prof.ª Doutora Mafalda Ferreira,
deixo um enorme e profundo agradecimento pela dedicação, paciência e perseverança. Mais
importante que isso, agradeço pela motivação constante e pelo entusiasmo contagiante que
impulsou este trabalho. Obrigado por a cada sessão de orientação me dar uma injeção de
confiança e acima de tudo por, em certos momentos, acreditar neste trabalho tanto ou mais
que eu.
Aos meus pais agradeço pelo apoio e suporte constante. Sem vocês provavelmente
não teria a oportunidade de ter uma formação a este nível. Sei que não existiram dúvidas
quanto à minha prestação, mas mesmo assim é sempre um gosto não vos desapontar.
Também à minha restante família deixo um agradecimento pela preocupação e
motivação constante.
Aos meus colegas de mestrado que partilharam comigo momentos altos e baixos,
sem vocês esta etapa tinha sido muito menos divertida. Obrigado pelo apoio, pela ajuda e
por todos os momentos.
Aos participantes dos Grupos de discussão deixo um especial agradecimento, vocês
não só me ajudaram, mas também contribuíram para este resultado.
A todos estes obrigado por tornarem este caminho tão emocionante.
PedroMiguelSousadeAlmeida
3
RESUMO
Asociedadeestáemconstantemutaçãoe,noanopresente,épossívelvivenciar
umarevoluçãomundialimpulsionadapelasinovaçõesdesenvolvidaspeloser-humano.
O que anteriormente era apenas um sonho é agora banal, e o ser-humano já se
conformoucomasuaprópriainconformidade.
Oconsumotambémestaasofrerumarevolução.Omercadoonlineestáaganhar
cadavezmaisterrenoemrelaçãoàslojasfísicas,mashácoisasdequeosconsumidores
nãoestãodispostosaabdicarduranteestatransição.
Nestadissertaçãoéapresentadaumaanálisedaevoluçãodocomportamento
dos consumidores com o propósito de detetar alterações significativas.
Posteriormente, é feita uma seleção das variáveis que estes consideram mais
importantes nas suas experiências de consumo. Esta investigação é efetivada nos
canais online e offline de forma a perceber qual será o impacto no consumidor da
convergênciadeambososcanaisdedistribuição.
Nofinalsãoapresentadososresultadosesugeridasmelhoriasnaformulaçãode
experiênciasdeconsumopotenciadaspelaconvergênciadoscanaisdedistribuição.
Os resultados obtidos nesta investigação contribuem para que as empresas
formulem experiências de consumo mais enriquecedoras e apelativas para os
consumidoresaproveitando-senãosódasmaisvaliasdoscanaisdedistribuição,mas
tambémdosrecursoseinovaçõestecnológicasquetêmaoseudispor.
Palavras Chave: Experiência de consumo, Consumidor, Convergência, Canais de
distribuição.
PedroMiguelSousadeAlmeida
4
ABSTRACT
Society is constantly changing and, in the present year, it is possible to
experience a world revolution driven by the innovations developed by the human
being.Now,whatwasonceonlyadreamiscommonplaceandthehumanbeinghas
alreadysettledforitsownnonconformity.
Consumption is also undergoing a revolution. The online market is gaining
groundmorethanphysicalstoresbuttherearethingsthatconsumersarenotwilling
togiveupduringthistransition.
In this dissertation an analysis of the evolution of the consumer behavior is
madeinordertodetectsignificantchanges.Subsequently,ispresentedaselectionof
variablesthatareconsideredmostimportantintheirconsumptionexperiences.This
researchiscarriedoutinonlineandofflinechannelsinordertounderstandtheimpact
oftheconvergenceofbothdistributionchannelsontheconsumer.
At the end, the results are presented and suggested improvements in the
formulation of consumer experiences promoted by the convergence of distribution
channels.
The results obtained in this research contribute to companies formulating
consumer experiences that aremore enriching and appealing to consumers, taking
advantage not only of the added value of the distribution channels, but also of the
technologicalresourcesandinnovationsthatareavailabletothem.
Keywords:Consumerexperience,Consumer,Convergence,Distributionchannels.
PedroMiguelSousadeAlmeida
5
ÍNDICE
ÍndicedeFiguras............................................................................................................................................7ÍndicedeTabelas...........................................................................................................................................7Introdução........................................................................................................................................................8
1. RevisãoBibliográfica1.1 Comportamentodoconsumidor.............................................................................................12
1.1.1 Processodetomadadedecisãodecompra........................................................131.1.2 Fatoresinternosexplicativosdocomportamentodoconsumido............15
1.1.2.1 Perceção,necessidadesemotivações.....................................................151.1.2.2 Atitudes................................................................................................................17
1.1.3 Fatoresexternosexplicativosdocomportamentodoconsumidor.........191.1.3.1 FatoresCulturais................................................................................................191.1.3.2 FatoresSociais.....................................................................................................19
1.2 Comportamentodoconsumidoronline...............................................................................211.2.1 Variáveisexplicativasdocomportamentodoconsumidoronline...........22
1.2.1.1 Oambientedosite.............................................................................................221.2.1.2 Confiança,ControloeRiscopercebido.....................................................24
1.3 ExperiênciadeConsumoOffline.............................................................................................271.4 ExperiênciadeConsumoOnline.............................................................................................301.5 Atecnologia.....................................................................................................................................341.6 CanaisdeDistribuição.................................................................................................................35
1.6.1 MulticanaleOmnicanal...............................................................................................361.6.2 RetalhoOnlife..................................................................................................................40
2. Metodologia........................................................................................................................................442.1 Objetivogeraleobjetivosespecíficos...................................................................................44
2.1.1 Objetivogeral..................................................................................................................442.1.2 Objetivosespecíficos....................................................................................................44
2.2 Metodologiaadotada....................................................................................................................452.3 Técnicasderecolhaeanálisededados................................................................................45
2.3.1 Entrevista..........................................................................................................................462.3.2 FocusGroup.....................................................................................................................47
3. Apresentaçãodedados..................................................................................................................49
4. Análiseediscussãoderesultados..............................................................................................63
4.1.Aexperiênciadeconsumo....................................................................................................634.1.1 Oambientesocial...........................................................................................................644.1.2 Interfacedoserviço.......................................................................................................654.1.3 Aatmosferadeloja........................................................................................................664.1.4 Osprodutos.......................................................................................................................674.1.5. Opreço................................................................................................................................69
PedroMiguelSousadeAlmeida
6
4.1.6. Experiênciasdeconsumoemcanaisalternativos...........................................704.1.7. Amarca...............................................................................................................................714.1.8. Experiênciasanteriores..............................................................................................724.1.9. Expectativasdoconsumidoremrelaçãoaofuturodas
experiênciasdeconsumoemlojafísica.................................................................734.2. Experiênciadeconsumoonline.......................................................................................74
4.2.1.Confiança,controlopercebidoeriscopercebido..............................................744.2.2.Processamentodeinformação,facilidadepercebidaeutilidade
percebida...........................................................................................................................774.2.3. Expectativasdoconsumidoremrelaçãoaofuturodasexperiênciasdeconsumoemlojaonline............................................................79
4.3. Ocomportamentodoconsumidor................................................................................804.4. Ocomportamentodoconsumidoronline..................................................................824.5. Atecnologia.............................................................................................................................834.6. Convergênciadecanais......................................................................................................84
5. Contribuiçõesteóricas..................................................................................................................85
5.1.Objetivosdeinvestigação........................................................................................................85
5.1.1.Identificarospontosmaisvalorizadosnumaexperiênciadeconsumonumcontextoonlineeoffline........................................................................855.1.2. Compreenderoimpactodasalteraçõesdocomportamentodoconsumidornasexperiênciasdeconsumonoscanaisonlineeoffline............86
5.1.3. Identificarmelhoriasnasexperiênciasdeconsumopotenciadaspelaconvergênciadoscanaisonlineeoffline.............................................................................88
5.1.3.1. Sugestõesdemelhorianasexperiênciasdeconsumopotenciadaspelaconvergênciadoscanaisonlineeofflineparaasempresas...................................................................................................................89
6. Reflexõesfinais................................................................................................................................94
7. Limitaçõesepistasdeinvestigaçãofutura..........................................................................978. Bibliografia........................................................................................................................................989. Netgrafia..........................................................................................................................................107
PedroMiguelSousadeAlmeida
7
ÍNDICEDEFIGURAS
Figura1-Modelodoprocessodetomadadedecisãodecompra...........................................14
Figura2-Modelodoprocessodeinterpretaçãodeestímulos.................................................16
Figura3-ModelodahierarquiadasnecessidadesdeMaslow.................................................17
Figura4-Modeloconceptualdeformaçãodeumaexperiênciadeconsumooffline....28
Figura5-Modeloconceptualdeformaçãodeumaexperiênciadeconsumoonline....31
Figura6-Combinaçõesdecanaisonlineeoffline.........................................................................39
ÍndicedeTabelasTabela1-Principaisdiferençasentreumaexperiênciadeconsumoofflineeonline....30
Tabela2-Caracterizaçãodosparticipantes...................................................................................50
Tabela3-Aspetosmaissignificantesnumaexperiênciadeconsumo................................51
Tabela4-Papeldasnovastecnologiasnasexperiênciasdeconsumo...............................52
Tabela5-Relaçãocomacompradeprodutoseserviçosnocanalonline........................53
Tabela6-Preferênciaemrelaçãoaotipodeloja.........................................................................54
Tabela7-Aspetosmaisvalorizadosnaslojasfísicas.................................................................54
Tabela8-Aspetosmaisvalorizadosnaslojasonline.................................................................54
Tabela9-Aspetosmenospositivosdaslojasfísicas..................................................................55
Tabela10-Aspetosmenospositivosdaslojasonline...............................................................55
Tabela11-Alteraçõessignificantesnocomportamentodosconsumidores...................56
Tabela12-Relaçãocomaconvergênciadecanais.....................................................................57
Tabela13-Alteraçõesexpectáveispeloconsumidornaslojasfísicas...............................58
Tabela14-Alteraçõesexpectáveispeloconsumidornaslojasonline...............................59
Tabela15-Variáveismaisrelevantesnumaexperiênciadeconsumo
nalojaJosefinas...........................................................................................................................................60
Tabela16-LacunasdaexperiênciadeconsumodalojadaJosefinas.................................61
Tabela17-VantagensdasexperiênciasmulticanaldaempresaJosefinas......................62
PedroMiguelSousadeAlmeida
8
INTRODUÇÃO
Nosúltimosanos,oconsumotemvindoasofrerumaconstanteeabismalrevolução
impulsionadapelainternetepeloconstantedesenvolvimentodatecnologia.
NoiníciodaúltimadécadadoseculoXXfoicriadooprimeironavegadorweb,o
WorldWideWeb,maistarde,em1994,foirealizadaaprimeiravendaonline,umapizza
de cogumelos epepperoni comextraqueijo vendidano sitedaPizzaHut e, umano
depois,em1995,nasceramdoisdosmaioresplayersdomercadoonline,aAmazoneo
eBay(EstratégiaDigital,2015).Duranteesteperíodo,ocanalonlinefoicompletamente
inundado por novos negócios oriundos dos quatro cantos do planeta que se
estabeleceram no mercado online sem qualquer ponto de contacto físico com o
consumidor.Estasempresasaproveitaramofactodequeaoestaremexclusivamente
presentesno canal online, não teriamde suportaros custos inerentes aumespaço
físico, conseguindo, ao mesmo tempo, alcançar uma quantidade de consumidores
exponencialmentemaiselevada.Ocanalonlinepareceassimserofuturodoretalho,
masoeclipsedalojafísicapodeestarcadavezmaispróximo.
A lojaderoupadecamade luxoBoll&Branch’s,emNovaJersey,representa
umamarcaquesurgiunomercadoatravésdocanalonline,em2013,equeentrouno
retalhotradicionalem2017(Digiday,2017).Paraalémdeserumaonlinepureplayer
deroupadecamadeluxo,aBoll&Branch’sinstalou-senoretalhotradicionaldeuma
formadisruptiva.Osclientesquevisitamamajestosalojafísicanãosaemcomsacosde
comprasnamão,poisomodelodelojafazpartedeumnovoconceitoderetalhoonde
oscanaisonlineeofflineconvergem,epermitemqueoconsumidortenhacontactocom
oprodutoemboraefetueacompraonline.Assim,nesteespaçooconsumidoradiciona
ositensaoseucarrinhodecompraseestassãoentreguesdiretamenteemsuacasa.
Assim como a Boll & Branch’s existem muitos outros exemplos como por
exemploaAllbirds,Away,ModClothemuitasoutraslojasonline,queexpandiramos
seus negócios para a loja física. Esta tendência surgiu na última década sendo que
apenasfoialvodeapreciaçãoquandogigantesmundiaiscomoaAmazoneaFarfetch
percorreramumcaminhoidêntico(Digiday,2017).
PedroMiguelSousadeAlmeida
9
Em2015,agiganteAmazon,inaugurouaprimeiralivrariafísicacomonomeda
marcaemSeattle,alivrariadisponibilizaosexemplaresmaisvendidosepopularesda
lojaonlinecompreçosiguais(socialmediaweek,2017).Osortidodisponibilizadona
lojafísicadependeinteiramentedalojaonlineeaúnicavantagemqueoconsumidor
pareceterépoderteremmãoolivroadquiridonahora.Em2017,aAmazon,abriu
maisuma livrarianocoraçãodeManhattan,esta foia7ª loja física inauguradapela
empresaemaisumadúziadelojasseesperamabrirnopróximoano(socialmediaweek,
2017).Paraalémdisso,aindanofinalde2016,aempresalançououtromodeloque
abalouomercado,aAmazonGo.Oprimeirosupermercadofísiconoqualosclientes
podemfazercomprassempassarpornenhumafilaouserematendidosporqualquer
funcionário(socialmediaweek,2017).Oconsumidorsimplesmenteentranaloja,pega
nosprodutosesai.Atecnologiafazoresto.
EmAbrilde2017tambémaFarfetch,líderdemercadoonlinedemodadeluxo,
abriuaprimeiralojafísicaemLondres,aStoreofthefuture.ÀsemelhançadaAmazon
Go, a Store of the future demonstra ao consumidor que a tecnologia pode ser
perfeitamente introduzida na experiência de consumo. Assim a loja do futuro da
Farfetch é vista como uma solução de retalho aumentada que conjuga a realidade
online e offline e que, munida de uma panóplia de dados trabalhados, promete
aprimorar a experiência de consumo (Bloomberg Technology, 2017). A primeira
empresaunicórnioportuguesaprevêexpandiroconceitoaoutraslocalizaçõesnoano
de2018.
Mais recentemente, em janeiro de 2018, a Zara inaugurou um projeto
temporárionoReinoUnidoqueprometecolocaràprovaoshábitosdeconsumodo
mundo inteiro (Marketeer, 2018). O novo espaço permite aos clientes que possam
comprarpeçasatravésdaaplicaçãoenquantopasseiampelaloja,paraalémdissoos
clientespodempagarnaaplicaçãoeescolhersequeremreceberosprodutosemcasa
no mesmo dia ou no dia seguinte (Marketeer, 2018). O espaço dominado pela
tecnologia conta ainda com espelhos instalados nos provadores que fazem
recomendaçõesdepeçasquecombinamcomoquetemvestido(Marketeer,2018).
PedroMiguelSousadeAlmeida
10
O retalho atravessa momentos de grandes dificuldades devido à crise
económicaeadigitalizaçãodasociedade,mas,atualmente,aslojassimplesmentenão
conseguemacompanharasalteraçõesdocomportamentodosconsumidoresqueestão
constantementeconectados(Jongen,2017).Poroutrolado,tambémofimdomercado
onlinepareceestarparabreveeresultaránosurgimentodeumanovaeconomiacom
umretalhoconstantementeconectado(Hero,2017).Assimestesplayersdaeradigital,
mencionadosanteriormente,estãoagoraaapostarnalojafísicapoisperceberamque
oconsumidorcontinuaaquerersentir,tocar,vereexperimentarosprodutoseestãoa
proporcionarissoaosseusclientesdeumaformaextremamenteinovadora.Estegrupo
jáconsideráveldeempresasmostrouqueaslojasfísicasnãoestãoamorrereestãonão
sóasublinharasuaimprescindibilidade,comoaindaadescortinarofactodequeestas
serãoopróximopontoderevoluçãonomercado(Hero,2017).
Estenovoconceitodelojasfísicasmaisconhecidoporshowroomscontemplam
umauniãodoscanaisonlineeofflinedemodoaproporcionaraoconsumidorumnovo
conceito de experiência de consumo.Nestes espaços, a utilização do canal online e
offlineemsimultâneo,duranteaexperiênciadeconsumo,éimprescindívelepermite
que,tantoosconsumidorescomoasempresas,tirempartidodasvantagensdecada
um dos canais. Esta convergência de canais parece assim ser a ferramenta que irá
revolucionaroespaçofísicoderetalhoequetransformaráaexperiênciadeconsumo
talcomoaconhecemos.
Assim sendo, o objetivo desta dissertação é analisar a convergência dos
canais online e offline e determinar o seu impacto para a experiência de
consumo.Paratalseráfundamentalperceberessaunificaçãodecanais,peloqueos
objetivosespecíficosdestadissertaçãosão:
• Identificar os pontos mais valorizados numa experiência de consumo num
contextoonlineeoffline.
• Compreenderoimpactodasalteraçõesdocomportamentodoconsumidornas
experiênciasdeconsumonoscanaisonlineeoffline.
PedroMiguelSousadeAlmeida
11
• Identificaroportunidadesdemelhoriadeexperiênciasdeconsumopotenciadas
pelaconvergênciadoscanaisonlineeoffline
Oestudodaconvergênciadoscanaisdedistribuiçãoébastantepertinente,pois
osresultadosaquiobtidosvalidarãoumnovomodeloderetalhoquerejuvenescerá
tantoalojafísica,comooretalhotalcomooconhecemos.
Assim,estadissertaçãodivide-seemquatrocapítulosrepartidosporsecções:O
primeirocapítuloenquadra,anível teórico,a temáticaemestudo,nomeadamenteo
comportamentodoconsumidor,aexperiênciadeconsumonosdiferentescanaiseas
diferentesabordagensdegestãodecanais.
O segundo capitulo apresenta a metodologia de investigação utilizada na
dissertação e são apresentados os objetivos gerais e específicos devidamente
justificadosemrelaçãoapertinênciadaadoçãodametodologiaqualitativa.
Oterceirocapituloapresentatodaaanaliserealizadaearespetivadiscussão
dosresultadosobtidos.
No último capítulo são apresentadas as conclusões do estudo, contribuições
práticaseacadémicaseaslimitaçõeserecomendaçõesparainvestigaçõesfuturas.
PedroMiguelSousadeAlmeida
12
1. RevisãodeLiteratura1.1. Comportamentodoconsumidor
Neste primeiro tópico é analisado o comportamento do consumidor. Este
conceito será fundamentalparaque sepercebadeque formaageo consumidorno
momentodeconsumoassim,oestudodesteconceitodeformaholísticaservirádebase
introdutóriaparaotemaseguinte,aexperiênciadeconsumo.
Aevoluçãodaconcorrêncianosmercadoscontinuafrenéticamasumacoisase
mantemintacta,oconsumidorcontinuaaserdetentordopoderdeescolhae,assim
sendo,percebercomosecomportamosconsumidoreséfundamentalparaasempresas
(Solomon, Bamossy, Askegaard, & Hogg, 2012). Um dos objetivos principais do
marketingésatisfazerosconsumidoreseaúnicamaneiradeo fazeréperceber os
indivíduosouorganizaçõesqueusamosprodutoseserviçosoferecidospelaempresa
deformaaqueestasejacapazdeossatisfazermelhordoqueosseusconcorrentes
(Solomonetal.,2012).
KotlereKeller (2007)namesmaordemde ideiasafirmamqueosucessodo
marketingsóépossívelquandoasempresasconhecemosseusclientespoissóassim
uma empresa pode assegurar que vende os produtos certos aos clientes certos da
formacerta.
Éimportantetambémperceberqueoestudodocomportamentodoconsumidor
éumterrenointerdisciplinarbastanteexploradoecomimensasperspetivasdistintas
de abordagem. Schiffman e Kanuk (1997), por exemplo, entendem que o
comportamentodoconsumidoréoestudodaformacomoosindivíduosgastamosseus
recursos,nomeadamenteoseutempo,dinheiroeoesforçoenvolvidosnoconsumode
bens ou serviços. Os autores referem ainda que, só isso não será suficiente pois o
comportamentodoconsumidordeveserdetalformaprofundoqueestudaoqueos
indivíduoscompram,porquecompram,quandocompram,ondecompramecomque
frequênciacomprameusam(Schiffman&Kanuk,1997).
PedroMiguelSousadeAlmeida
13
Churchill ePeter (2000), acrescentamumanovadimensão afirmandoqueo
estudo do comportamento do consumidor engloba não só os pensamentos,
sentimentos e ações dos consumidores, como também todas as influências a que o
individuo é sujeito. Engel, Blackwell e Miniard (2001) acrescentam ainda que o
comportamentodoconsumidorcompreendeasatividadesdiretamenteenvolvidasna
obtenção, no consumo e na rejeição de produtos e serviços, incluindo-se ainda os
processospréepóscompra.
Solomon,Bamossy,AskegaardeHogg(2012),namesmaordemdeideias,apresentam
um conceito mais abrangente, segundo estes o estudo do comportamento do
consumidorimplicaoestudodosprocessosenvolvidosquandoumindividuoouum
grupo,compram,usamoudispõemdeprodutos, serviços, ideiasouexperienciasde
formaasatisfazeremassuasnecessidadesoudesejos.Osautoresexplicamquenuma
fase embrionária o conceito de comportamento do consumidor surgiu a partir do
comportamentodecompraquesecingiaapenasaomomentodacompra,atualmente
sãoconsideradasmaisdoismomentos,ummomentoprévioàcompraeoutroposterior
sendoquetodosestesmomentosenglobamumconjuntodeaspetosqueinfluenciamo
consumidor(Solomonetal.,2012).
De qualquer forma, para se perceber o comportamento do consumidor é
importantepercebercomoécompostooprocessodetomadadedecisãodecomprado
consumidor.
1.1.1. Processodetomadadedecisãodecompra
SegundoKotler (2006)asdecisõesdecomprarelacionam-sede formadireta
com as caraterísticas do comprador, com os estímulos a que esta sujeito e com os
processosdedecisão.
DeacordocomSolomon(2014),asdecisõesdecompravariamdeconsumidor
paraconsumidor,poisa relevânciaeovalorqueestesdãoadeterminadosaspetos
diferem. O processo de tomada de decisão de compra tem, tradicionalmente, cinco
passosdesenvolvidosporEngel,KollateBlackwell(1973citinSolomonet.al2012)
quesãousadosporKotlerekeller(2007)eilustradosnaFigura1.
PedroMiguelSousadeAlmeida
14
Fonte:AdaptadodeSolomonet.al2012
Numa primeira fase o processo de decisão de compra começa quando o
consumidor se depara com uma necessidade, normalmente essa é despertada por
impulsos internos ou externos ao consumidor (Kotler&Keller, 2007).Os impulsos
internosreferem-seanecessidadesbásicasdoindividuo,comoafome,eosimpulsos
externos dizem respeito necessidades ou desejos despertados por exemplo por
anúnciospublicitáriosquedesencadeiama vontadede comprar.Na segunda faseo
consumidor procura informações, ou seja, depois de reconhecer que tem uma
necessidade, o consumidor pesquisa várias alternativas que a possam satisfazer
(Kotler&Keller,2007).
Depoisdeencontrarváriasalternativasoconsumidorcomparatodasasopções
que encontrou, nesta faseo consumidor reflete todas as suas crenças e atitudesna
avaliação que fará do produto. (Kotler & Keller, 2007). A decisão sobre a melhor
alternativateráaindaemcontaoutrosfatorescomoosbenefíciosprioritáriosparao
individuo que podem ser a economia, a segurança, a confiabilidade, entre outros
(Kotler & Keller, 2007). Os autores carimbam ainda a influência dos 4 P’s (Preço,
Produto,ComunicaçãoeDistribuição)nestafasedoprocesso(Kotler&Keller,2007).
Depoisdoconsumidorefetivaracomprasurgeaultima fase,ocomportamentopós
compra,nesteestágiooconsumidoravaliaasuacompraerefleteseosbenefíciose
característicascumpriramassuasexpectativas(Kotler&Keller,2007).
Segundoosautores,ocomportamentodecadaconsumidoréinfluenciadodesde
asuagéneseporváriosfatoresinternoseexternosaoindividuo(Kotler&Keller,2007).
Lindon,Lenrevie,Lévy,DionísioeRodrigues(2004)dividemestesfatoresemfatores
explicativosinternoseexternosdocomportamentodoconsumidor.
Figura1-Modelodoprocessodetomadadedecisãodecompra
PedroMiguelSousadeAlmeida
15
Deacordocomosautores,aanálisedocomportamentodoconsumidorpodeser
feita com base em diversos modelos e teorias que embora distintas são
complementares, os autores promovem assim que se contemplem três destas
abordagens:(1)aabordagemaoníveldasperceções,necessidadesemotivações;(2)a
abordagem ao nível das atitudes e (3) a abordagem ao nível das características
psicológicasdoindividuo(Lindonetal.,2004).
1.1.2. Fatoresinternosexplicativosdocomportamentodoconsumidor 1.1.2.1 Perceção,necessidadesemotivações
O cérebro humano é bombardeado constantemente com impressões
provenientesdosseussentidos,estasperceçõessão filtradaspelocérebrode forma
consciente ou inconsciente, assim aperceção deve ser entendida comoo processo
atravésdoqualoindividuoseleciona,organizaeinterpretaassensaçõesaqueésujeito
(Lindonetal.,2004).Moutinho(2007)apresentaumadefiniçãosemelhantemas,por
outro lado, entende que as impressõesmencionadas anteriormente são inputs que
podemassumirváriasformas.Naopiniãodoautor,estesinputsestãorelacionadoscom
o sistema sensorial do individuo que é sensível a estímulos externos de diferentes
formatoscomoosom,otato,avisão,osaboreoolfatoe,quandoestetipodeinputs
são transmitidos, a reação do individuo depende não só da natureza intrínseca do
objeto, mas também pelo seu próprio sistema de valores, necessidades e contexto
social(Moutinho,2007).
Assimsendo,quandoumindivíduotomaumadecisãodecompra,estánãosóa
responder a todas estas influências, como ainda está a responder às suas próprias
interpretações dos estímulos a que é sujeito (Solomon et al., 2012). O processo de
interpretaçãodeestímulospodeserrepartidoportrês fases:aexposição,atençãoe
interpretação(Solomonetal.,2012).Estafasesestãorepresentadasnafigura2que
proporcionaumavisãogeraldoprocessopercetual.
PedroMiguelSousadeAlmeida
16
Figura2-Modelodoprocessodeinterpretaçãodeestímulos
Fonte:AdaptadodeSolomonetal.(2012)
O processo percetivo começa assim numa categorização primária onde o
indivíduoisolaascaracterísticasbásicasdoestímulo,numasegundafaseoindividuo
procura isolareanalisarascaracterísticasdoestímulode formaaquesejapossível
enquadrá-lo num esquema e, por último, após o enquadramento do estímulo no
esquemaoindivíduotomaumadecisãoemrelaçãoaoestímulo(ignoraroucomprar
umprodutoporexemplo)(Solomonetal.,2012).
A publicidade utiliza a perceção para reforçar a atenção dos consumidores
sobreassuasmensagensecausarconsequentementeumaação,essaaçãoimplicaque
o individuo gaste energia numadeterminada direção, sendo que esta energia varia
consoanteaintensidadedassuascarênciasounecessidades(Lindonetal.,2004).Estas
necessidades podem ser de vários tipos, Maslow (1943 cit in Lindon et al., 2004)
concebeuummodeloondedistingueascincoprincipaiscategoriasdenecessidades:as
necessidades fisiológicas básicas, de segurança, sociais, de autoestima e de
autorrealização.Apirâmideéilustradanafigura3.
PedroMiguelSousadeAlmeida
17
Figura3-ModelodahierarquiadasnecessidadesdeMaslow
Fonte:AdaptadodeLindonetal.(2004)
Segundo Lindon et al. (2004) as necessidades de autorrealização estão
relacionadas com o crescimento pessoal do indivíduo e com a exploração do
intelectual,asnecessidadesdeautoestimadizemrespeitoànecessidadederespeito
dosoutros,conquistadeobjetivoseconfiança.Asnecessidadessociaisreferem-seao
sentimentodepertençaàsociedadeenquantoqueasnecessidadesdesegurançasão
necessidadesdeproteçãodoindividuo(Lindonetal.,2004).Porfim,asnecessidades
fisiológicas básicas são as necessidades primárias do individuo associadas à sua
própriasobrevivênciacomoaágua,arecomida,oautorsublinhaque,àmedidaque
estas vão sendo atendidas os consumidores vão aumentando os gastos nas partes
superioresdapirâmideindivíduo(Lindonetal.,2004).
Por último, é importante perceber o papel das motivações neste processo.
SegundoLindonetal.(2004)asmotivaçõesreferem-seaumacondiçãoouestadode
um indivíduoqueo incentiva a terdeterminado comportamentopara atingir o seu
objetivo e, estas ocorrem normalmente quando o indivíduo se depara com
determinadoproblemaounecessidade.
1.1.2.2Atitudes
Bearden,IngrameLaForge(2004)acreditamqueacompreensãodasatitudes
dos consumidores é de extrema importância, numa primeira instância, porque as
atitudes são baseadas em crenças dos consumidores sobre os atributos ou
Autor-realização
Autoestima
Necessidadessociais
Necessidadesdesegurança
Necessidadesfisiológicasbásicas
PedroMiguelSousadeAlmeida
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característicasdosprodutosqueavaliame,numasegundafase,porqueasatitudessão
ascausasprimáriasdocomportamentodosconsumidores,ouseja, compreenderas
atitudesdoconsumidornãoénadamaisdoqueperceberoporquêdeumindivíduo
comprarounãodeterminadoprodutoouserviço.
Segundo os autores a formação das atitudes está relacionada com a fase de
avaliação do processo de decisão do consumidor. As atitudes são predisposições
intrínsecas ao consumidor que geram respostas favoráveis ou desfavoráveis a
determinadoprodutooumarca(Bearden,Ingram&LaForge,2004).
As atitudes, segundo a grande maioria da literatura, são divididas em três
componentes:cognitivas,afetivasecomportamentais(Solomonetal.,2012).Segundo
osautores,acomponentecognitivarefere-seaoconjuntodecrençaseconhecimentos
que o individuo tem à cerca de determinado produto ou serviço, as componentes
afetivasestãorelacionadascomossentimentospositivosounegativosdoindivíduoem
relação a determinado objeto e, por último, a componente comportamental é
relacionada como as intenções de comportamento do consumidor em relação a
determinadoobjetoouproduto(Solomonetal.,2012).
Comosepodeperceber,aconsistênciacognitivaéumadascomponentesdas
atitudese,segundoestateoria,osindivíduosvalorizamaharmoniaemrelaçãoaosseus
pensamentos, sentimentos ou comportamentos, estando assimmotivados amanter
essa uniformidade de elementos (Solomon et al., 2012). Uma das teorias mais
relevantessobreasatitudesdosconsumidoreséateoriadadissonânciacognitivade
Festinger(1957citinSolomonetal.,2012),segundooautor,quandooindivíduose
depara com uma inconsistência entre dois elementos cognitivos, este sente
desconforto e tende a tentar reduzir esse estado através da eliminação, adição ou
alteraçãodosestadoscognitivos.
Para além de todos estes elementos, existem outros fatores que devem ser
considerados.Estesfatoresexplicativosdocomportamentodoconsumidorexternos
comoaenvolventesocial,aculturaouafamíliasãovariáveisdegrandepesoquando
seprocuraperceberocomportamentodoconsumidor.Estesfatoresserãoabordados
nopontoseguinte.
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1.1.3Fatoresexternosexplicativosdocomportamentodoconsumidor
Solomonetal.(2012)sublinhaainfluênciadefatoresexternosaoconsumidor
no seu comportamento,dentrodestes fatoresoautordestacaos fatores culturais e
sociais.
1.1.3.1FatoresCulturais
Asdecisõesdeconsumonãopodemserdevidamenteentendidassemquesejam
consideradasnocontextoculturalemquesãofeitas(Solomonetal.,2012).Oconceito
deculturaéimportanteparaomarketingporduasrazões,porquedeterminaosvalores
básicosqueinfluenciamdeterminadospadrõesdecomportamentosdosconsumidores
e porque podem ser usados para distinguir subculturas que representem novos
segmentosdemercado(Beardenetal.,2004).
Para Solomon et al. (2012) a cultura é a acumulação e partilha de
conhecimentos,rituais,normasetradiçõesatravésdosmembrosdeumaorganização
ousociedade.
Oconceitodeculturaestáassimrelacionadocomosvalores,ideias,atitudes,e
símbolos que os indivíduos adotam para comunicar, interpretar, e interagir com a
sociedade(Beardenetal.,2004).Deumaformageralaculturapodeservistacomoo
mododevidadedeterminadasociedadesendoque,essemodo(cultura)étransmitido
de umas gerações para as seguintes e incluem elementosmateriais e/ou abstratos
(Beardenetal.,2004).
1.1.3.2FatoresSociaisO ambiente social afeta diretamente as fontes de informação que os
consumidoresutilizamparadecidireavaliarprodutos,sendoqueasinfluênciassociais
mais importantes são as classes sociais e a família (Bearden et al., 2004). Um dos
principaisgruposdeinfluênciasãoasfamílias,sendoqueasnecessidadesegastosdas
famíliasvariamconsoanteosnumerodemembros,asidadesdosmembroseofactode
umoumaisadultosdafamíliaestaremempregadosounão(Solomonetal.,2012).
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SegundoLindonetal.(2004)ociclodevidadafamíliainfluênciabastanteaprocura
porcertostiposdeprodutospois,tendoemcontaaidade,ocasamentoeonúmerode
filhos,podem-seencontrarpadrõesdeconsumototalmentedistintos.
Asclassessociaissãodivisõeshomogéneasdentrodeumasociedadequesão
compostas por indivíduos com valores, necessidades, estilos de vida e
comportamentos semelhantes (Bearden et al., 2004). Segundo os autores a
identificação com uma classe social é influenciada principalmente pela educação e
ocupaçõesdosindivíduos,assimsendoasclassessociaisinfluenciamdrásticamenteo
tipodecomprasqueosconsumidoresfazem(Beardenetal.,2004).SegundoShiffman
eKanuk(2000)paraalémdetodosestes,osgruposdereferênciatambéminfluenciam
atitudesecomportamentosespecíficosdosindivíduos,estesgruposdereferênciasão
normalmentecompostosporamigosefamiliares.
Paraalémdetodosestesfatores,BiswaseRoy(2014)destacamoaumentoda
preocupação e envolvência do consumidor em questões ambientais. Segundo um
estudoquantitativorealizadopelosautores,feitocomrecursoaumquestionárioque
foi submetido a 600 consumidores, o consumidor tem vindo a moldar os seus
comportamentosdeconsumoemfunçãodequestõesambientaiscomooaquecimento
globaleaescassezderecursossendoque,asprincipaisrazõesapontadassãoaopinião
dospareseoreconhecimentosocial(Biswas&Roy,2014).Osautoresdescobriram
ainda que oword-of-mouth e as práticas socioculturais tambémdesempenhamum
papelinfluenciador.
Depois desta análise extensiva do comportamento de consumo é possível
concluirque,existemváriasinfluênciasintrínsecaseextrínsecasaoconsumidoreque,
emboraasbasesdocomportamentodoserhumanoassentemnosmesmopilares,estas
influênciaspodemmoldarcomportamentostotalmentedistintos.
Gensler, Verhoef e Böhm (2012) afirmam que a escolha do canal, mais
especificamente os atributos do canal escolhido, também influenciam as diferentes
fasesdoprocessodedecisãodecompraafetandoconsequentementeocomportamento
doconsumidor.Torrico,CabezudoeMartína(2017)aproveitaramapremissaanterior
erealizaramumestudoempíricobaseadonainformaçãorecolhidadeclientesdigitais
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deumaempresaderoupaespanhola,osautorespropuseramoquestionárioa1649
consumidores via email. No estudo, os autores, perceberam que os acessos a lojas
onlineatravésdotelemóvelsãomaispropensosacomprasporimpulsoedescobriram
que,osconsumidoresquepreferemtocareverosprodutossãomenospropensosa
realizarem compras através do telemóvel dando sempre preferência ao uso do
computador(Torricoetal.,2017).
Este estudo, carimba a importância do estudo do comportamento do
consumidornumambientecompletamentedistinto,ocanalonline.Nopróximoponto
éanalisadoocomportamentodoconsumidornocanalonline,nestepontoperceber-
se-ásenonovocanaldedistribuiçãoosconsumidoressãoinfluenciadosexatamente
pelosmesmosfatoresouse,poroutrolado,sãoinfluenciadosporvariáveistotalmente
distintas.
1.2. Comportamentodoconsumidoronline
As vendas das plataformas de e-commerce têm vindo a aumentar
consideravelmentegraçasaopoderdainternetparaeliminarrestriçõesdelocalização,
escalaefusohorário,epermitindoassimquepequenas,médiasegrandesempresas
expandamosseusnegóciosglobalmenteaumcustocadavezmaisbaixo(Mazaheri,
Richard, Laroche&Ueltschy, 2013).Depois de uma revisão exaustiva da literatura
existente é possível perceber que, muitos dos conceitos do comportamento do
consumidor são aplicáveis ao mercado online, ainda que devidamente
adaptados(Cheung,Zhu,Kwong,Chan&Limayem,2003).
O comportamento do consumidor online apresenta algumas distinções que,
segundo Pavlou e Chai (2002), se devem à distância e natureza impessoal das
plataformas,àfacilidadederegistoseprocessoseàincertezaimplícitadeusaruma
infraestrutura tecnológica como forma de pagamento. Hanekom, Barker e Barker
(2016) consideram todas as variáveis externas e internas explicativas do
comportamentodoconsumidorsupramencionadasaplicáveisaocomportamentodo
consumidor online, acrescentando-lhes uma nova dimensão composta por outras
variáveisquesetornamimportantesquandosetratadocanalonline.
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1.2.1 Variáveis explicativas do comportamento do consumidor online
A primeira variável considerada é o ambiente do site que segundo Hanekom
et al. (2016) tem uma profunda influência sobre a forma como o consumidor atua.
1.2.1.1 O ambiente do site
As plataformas de comércio online tornam-se cada vezmais importantes na
medidaemquemuitasvezessãooúnicopontodecontactoentreasempresaseosseus
clientes, tornando-se assim imperativo perceber o impacto destes ambientes de
compranocomportamentodoconsumidor(Demangeot&Broderick,2007).
Noretalhotradicionaloambienteeaatmosferadalojasãoosinputsdemarketingque
mais influenciamoconsumidornopontodevenda(Backer,Grewal&Parasuraman,
1994).Noretalhoonlineoambientedositedesempenhaumpapel fundamentalna
relação entre o consumidor e a marca, pois é o único ponto de contacto que o
consumidor tem disponível para formar impressões e tomar decisões sobre a sua
futurarelaçãocomamarca(Demangeot&Broderick,2007).
Na opinião de Mazaheri, Richard, Laroche e Ueltschy (2013) o modelo de
Stimulus-Organism-Response(SOR)desenvolvidoporMehrabianeRussell(1974)éo
paradigmateóricomaisadequadoparacompreenderestetipodecomportamentode
compra.Segundoestemodeloaatmosferadelojaincuteumestímuloaoconsumidor
através do ambiente da loja, o design e fatores sociais que serão posteriormente
recebidospeloconsumidor(perceção),todosestesestímulosserãoavaliadoscognitiva
eemocionalmenteeresultarãonumarespostaqueserádadaatravésdedeterminado
comportamento de compra (Mehrabian & Russell, 1974). Eroglu, Machleit e Davis
(2001)adaptaramestemodeloaoconsumidoronlineesugeremqueoambienteea
atmosferadalojaonlineinfluênciamocompradoratravésdeefeitosinterativosentre
estadosafetivosecognitivos.PoelseDewitte(2008)encontraramaindaumarelação
significanteentreaatmosferadositeeasemoções,osautoresadotaramtambéma
teoriadeMehrabianeRussell(1974)queapontatrêscaracterísticasdasemoçõesque
sepodemobservarquandoumindivíduoésujeitoaumestímulo:oprazer,aexcitação
eodomínio.Deacordocomosautores,numcontextoonline,oprazerdizrespeitoao
PedroMiguelSousadeAlmeida
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contentamento e satisfação que o site transmite ao consumidor (Poels & Dewitte,
2008). A excitação esta relacionada com o poder que o site tem de motivar o
consumidor a agir e o domínio diz respeito ao grau de liberdade ou autonomia do
consumidor,ou seja, o graude liberdadeparaagir, controlar e influenciar (Poels&
Dewitte,2008).
Mazaheri, Richard e Laroche (2011) também desenvolveram ummodelo de
comportamentode consumoonlinequedivideasvariáveisdoambientedo siteem
duascategorias,asemocionaiseascognitivas.Osautoresperceberamqueasemoções
do consumidor implícitas no estudo (prazer, excitação e domínio) são diretamente
influenciadaspelasperceçõesdoconsumidoremrelaçãoàatmosferadosite.
Zeithaml, Parasuraman e Malhortra (2002) acrescentam que a atmosfera do site
permitequeos consumidores façamsuposições sobreaqualidadedosprodutosou
serviços prestados. Por outro lado, Gevorgyan e Porter (2008) provaram que os
antecedentesculturaisdosconsumidoresinfluenciamaformacomoestespercebeme
interpretam o site. Na mesma ordem de ideias, Sia et al. (2009) apontam que a
personalizaçãodositeéindispensávelparaumaadaptaçãoculturaladequada.
A facilidade de uso é outra das variáveis que se considera ainda dentro do
ambiente do site. A perceção que o consumidor tem da facilidade de uso do site é
extensivamenterelacionadacomumaexperienciaonlinepositivaounegativa(Chen&
Dubinsky,2003).SegundoElliotteSpeck(2005)afacilidadedeusodeumsiteéafetada
pela organização lógica do site e pela facilidade de navegação que proporciona ao
utilizador.
O ambiente do site pode ainda ser relacionado com outra das principais
variáveis influenciadoras do comportamento do consumidor, a confiança. Segundo
Zeithaml, Parasuraman e Malhortra (2002), a atmosfera do site pode induzir o
consumidoratermaioroumenorconfiançanautilizaçãodositecombaseemalguns
aspetosdosite.Estaafirmaçãoabreasportasparaumadasvariáveisque,segundoa
literatura,desempenhaamaiorinfluênciasobocomportamentodeconsumoonline.
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1.2.1.2 Confiança, Controlo e Risco Percebido
SegundoPruit(2013)osambientesdenegócioonlinesãoúnicose,comotal,
envolvemproblemasúnicosassociadosàprivacidadeesegurançadosconsumidores
quenãoserefletemnosmercadosoffline.ParaBradacheEccles(1989)aconfiançaé
umaespéciedeexpectativaqueretrataomedodequeaoutraparteenvolvidahaja
oportunisticamente.Pruit(2013)consideraassimaconfiançacomoumpré-requisito
paraestabelecerrelaçõesdetrocaqueresultamemcoordenaçãoecolaboraçãoentre
aspartes.
Para Beatty (1996) a confiança é uma variável que aumenta as vendas pois
mantemointeressedosclientesatendendoàssuasnecessidadeseresolvendoosseus
problemascomhonestidade.Grandepartedosconsumidoressãosépticosemrelação
aváriosaspetosdocomércioeletrónicocomoosmecanismosfuncionais,osprocessos
e efeitos pouco transparentes e a qualidade dos produtos oferecidos (Grabner-
kraeuter,2002).SegundoEgger(2000)afaltadeconfiançadosconsumidoresfoidesde
sempreaprincipalbarreiraparaascomprasonline.Hoffman,NovakePeralta(1998)
acrescentamaindaqueos consumidores simplesmentenão confiamo suficientena
maioriadosvendedoresonlineparaseenvolvernumrelacionamentocomercial.
Osconsumidoresonlineestãonormalmenteconfortáveisemcederinformações
geraissobreassuaspreferências,gostosehobbiesmasquandosetratadeinformação
maissensível,comonúmerosdecartãodecrédito,omesmonãoacontece(Suh&Han,
2003). Este sentimento de incerteza não está apenas relacionado com a falta de
segurança da internet mas também com a disrupção do modelo de negócio, os
consumidores preocupam-se com os pagamentos on-line, com a fiabilidade das
empresasecomaslacunasexistentesnaspolíticasdeprivacidade(Suh&Han,2003).
ParaGrabner-kraeuter(2002)aconfiança,vistadeumaperspetivademercado
online, é um mecanismo coexistente que reduz a incerteza e a complexidade das
transações emmercados online. Segundo omesmo, a confiança não é um simples
problemadecurtoprazo,massimoproblemaalongoprazomaissignificativoparaas
empresas(Grabner-kraeuter,2002).
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Yoon(2002)afirmaqueaconfiançaonlineestárelacionadacomseisvariáveis
compesovariávelconsoanteoconsumidor:
• Garantia de segurança: relacionado com a capacidade de proporcionar uma
transaçãosegura;
• Marca: permite ao consumidor fazer previsões baseadas na reputação da
empresa;
• Procura:relacionadocomafacilidadeeconveniênciadoconsumidorencontrar
aquiloqueprocura;
• Satisfação:informaçõesprecisassobreoprocessamentodepedidoseresolução
deproblemas,
• Apresentação:Atributosdedesignassociadosàqualidadeetecnologia
• Tecnologia:Inovação
Outrodosfatoresquepodeinfluenciaraconfiançadoconsumidoréocontrolo.
Segundokoufaris(2002),quantomaiorocontrolopercebidopeloconsumidormaior
serão os níveis de confiança do mesmo. O controlo percebido pelo utilizador está
relacionadocomasensaçãodecontrolodeusodoindivíduoduranteoacesso,procura
e avaliação dos conteúdos do site (Rose, Hair, & Clark, 2011). Koufaris, Kambil e
LaBarbera(2002)entendemqueodesejodecontrolodo individuoderivade: (1)o
efeitointerativodoaumentosignificativodainformaçãoonline;(2)daslimitaçõesdo
processocognitivointernodoconsumidorparalidarcomainformação;(3)daredução
dotempodisponível.
SuheHan(2003)poroutrolado,consideramqueocontroloestárelacionado
comasegurançaeprivacidadequeositedisponibiliza,paraosautores,aautenticidade,
confidencialidade,proteçãodeprivacidadeeosmétodosdepagamentosãoexemplos
demétodosidentificadosquesuportamelevadosníveisdesegurançaecontrolodos
consumidores.Koufaris(2002)associouocontrolopercebidopeloconsumidorauma
diminuiçãodo riscopercebido e consequentemente aumaexperiênciade consumo
onlinemaisagradávelepositiva.
PedroMiguelSousadeAlmeida
26
Oriscopercebidoéograuemqueoconsumidorpercebequepodenãoatingir
oseuobjetivoepodevariardeacordocomacategoriadeprodutoouserviço(Eggert,
2006).Segundoomesmoautororiscopercebidovariabastanteentreosprodutose
serviços sendo que, devido à intangibilidade normalmente associada aos serviços,
estesgeramníveisdeincertezasuperioresfazendocomqueoconsumidorpercebaque
osserviçosenvolvemmaisriscosdoquecomprarbens(Eggert,2006).
Recentemente, Sunil (2015), procurou perceber quais as alterações no
comportamento do consumidor provocadas pela revolução tecnológica vivida nos
últimos anos, para tal, através de uma metodologia quantitativa, selecionou 875
consumidoresaleatoriamenteeapresentou-lhesumquestionário.Aanálisedosdados
realizadapeloautorprovouque:(1)osconsumidoressãoatraídosporpromoçõesnas
lojas de retalho online, (2) os consumidores online queremassegurar-se de que os
produtosoferecidossãodequalidade,(3)osconsumidoressãoatraídospelaslojasque
lhesproporcionammaisfacilidadedeseleção,comparaçãoecompradeprodutos.
Para além do comportamento do consumidor offline e online é importante
perceberque,cadavezmais,oconsumidortemaoseudisporumaelevadavariedade
deprodutossemelhantesaoseudisporsendoassim,atualmente,aexperiênciaporque
passam no momento de consumo um fator predominante para a escolha de
determinado produto ou serviço. Todas as variáveis supramencionadas, tanto no
contextoofflinecomonocontextoonline,alteramocomportamentodosconsumidor
influenciando as suas experiências de consumo. Assim, depois da abordagem ao
comportamentodoconsumidoredaanálisedetodasasvariáveisinfluenteséanalisada
aexperiênciadeconsumonoscontextosofflineeonline.
PedroMiguelSousadeAlmeida
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1.3. Experiênciadeconsumooffline
Abbott(1955citinHolbrook2006)percebeuqueoqueaspessoasrealmente
desejam não são simples produtos, mas sim experiências satisfatórias, ou seja, as
pessoasqueremprodutosporquequeremasexperiênciasaqueestesestãoassociados.
Assim é normal que, atualmente, um dos objetivos principais do retalho seja criar
experiênciasdeconsumorelevantesparaoconsumidor.(Verhoefetal.,2009).
Para Dewey (1963) uma experiência deve ser algo único que envolve uma
progressão temporal, uma antecipação, um envolvimento emocional e uma
singularidadequefazcomqueaatividadesedestaquedocomum.Namesmaordemde
ideias,PineeGilmore (1998),defendemqueumaexperiênciabemsucedidaocorre
quandoo cliente encontra algoúnico,memorável e sustentável ao longodo tempo.
Schmitt(1999),poroutrolado,apresentaumaperspetivamaishedónicaeacreditaque
as experiências devem proporcionar valores sensoriais, emocionais, cognitivos,
comportamentaiserelacionaisquesubstituamosvaloresfuncionais.
Gupta e Vajic (2000) destacam que uma experiência acontece quando o
consumidor tem a sensação de que adquiriu algum conhecimento resultante da
interação comosdiferentes elementos criadospela empresa.Gentile, Spiller eNoci
(2007) afirmam que a experiência de consumo é originada por um conjunto de
interaçõesentreoconsumidor,umproduto,empresa,oupartedeumaorganização,
que provocam uma reação no consumidor. Estas experiências são estritamente
pessoais e implicam o envolvimento do consumidor a nível racional, emocional,
sensorial,físicoeespiritual(Gentile,Spiller&Noci,2007).Namesmaordemdeideias,
MeyereSchwager(2007)afirmamqueaexperiênciadoconsumidoréumaresposta
internaesubjetivadoconsumidoraqualquer interaçãodiretaou indiretacomuma
empresa.(McColl-Kennedyetal.,2015)
Verhoefetal.(2009)consideraramtodasasprespetivasemrelaçãoaotemae
conceptualizaramoconceitodeexperiênciadoconsumidorcomosendodenatureza
holísticaeenvolvendoasrespostascognitivas,afetivas,emocionais,sociaisefísicasdo
consumidor.Osautoresafirmamaindaqueestasexperiênciassãoproporcionadasnão
só por elementos contoláveis pela empresa (por exemplo a atmosfera de loja ou o
PedroMiguelSousadeAlmeida
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preço)mastambémporelementosnãocontroláveis(porexemploasensibilidadedo
consumidoraopreçoouasinflûenciasdosgrupos)(Verhoefetal.,2009).Alémdisto,
osautoresdefendemqueaexperiênciadoconsumidordeveservistadeumaforma
abrangenteincluindoosmomentosdepesquisapeloproduto,acompra,eopós-venda,
sendoaindaqueaexperiênciapodeenvolvervárioscanaisdistintos (Verhoefetal.,
2009).
NaFigura4éilustradoomodeloconceptualdacriaçãodeumaexperiênciade
consumoadotadoepropostapelosautoresondesãocontempladastodasasvariáveis
consideradasimportantesparaaformaçãoamesma.
Figura4-Modeloconceptualdeformaçãodeumaexperiênciadeconsumooffline
Fonte: Adaptado de Verhoef et al. (2009)
PedroMiguelSousadeAlmeida
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No modelo são incluídas as variáveis controláveis e não controláveis pela
empresaesãoaindaconsideradasasrespostascognitivas,afetivas,sociaisefísicasàs
variáveis. Segundo os autores a experiência de consumo atual (t) é afetada por
experiênciasdeconsumopassadas(t-1)epelosobjetivosdoconsumidor(Verhoefet
al., 2009). Para Suh e Han (2003) as experiências anteriores estão intimamente
relacionadascomaconfiança,osautoresafirmamqueoscomportamentosanteriores
da empresa funcionam como uma espécie de padrão de comportamento que lhes
permite estabelecer espectativas que foram préviamente cumpridas. Verhoef et al.
(2009)destacamaindaainfluênciadoambientesocial, deacordocomosautoresa
experiênciadeconsumodeumindividionumalojaéafetadatambémpelapresençade
outrosconsumidores.SegundoMartin(1996)as interacçõesentreosconsumidores
têmefeitosprofundosnaexperiênciadeconsumo.
Fitzsimons,ChartrandeFitzsimons(2008)descobriramqueotipodemarcae
asperceçõesdosconsumidoressobreamarcapodemafetaroseucomportamentoe
consequentemente a sua experiência de consumo. Destaca-se ainda o facto de o
ambientemulti-canalterrepercussõesnaexperiênciadeconsumonamedidaemque
umaexperiêncianumcanal(porexemploumaloja)podeafetaraexperiêncianoutro
canaldistinto(porexemplonositedaempresa)(Konus,Verhoef&Neslin,2008).
PineeGilmore(1998)afirmamqueasempresassedevemfocarnaexperiência
dos consumidores argumentando que estratégias de diferenciação baseadas em
serviçoepreço jánão são suficientes.Assim,Verhoefet al. (2009)defendemquea
gestãodaexperiênciadoconsumidoréumaestratégiaquedevetercomoobjetivocriar
valorparaoclienteeparaaempresa.
SegundoumestudodaAccenture(2015)realizadoatravésdeumquestionário
proposto a 400 empresários escolhidos globalmente, melhorar a experiência de
consumoéaprincipalprioridadedosgestoresparaospróximosdozemeses.Kumare
Reinartz(2016)relembramofactodasempresasgeriremosseusclientescomofoco
decriaçãodevalorparaaempresaenãoparaocliente.Nestaordemdeideias,McColl-
Kennedyetal. (2015)sublinhaa importanciadacocriaçãodevaloreafirmaquea
experiência de consumo depende, não só daquilo que o consumidor pode e está
PedroMiguelSousadeAlmeida
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disposto a fazer, mas também da disposição da empresa para permitir que o
consumidorofaça.Verleye(2015)realizouumestudoquantitativoondeinquiriu180
alunosdeumauniversidadenosuldosestadosunidosepercebeuqueacocriaçãode
valortemumimpactopositivonaexperiênciadeconsumo.
De acordo com os autores supramencionados, é possível perceber que a
experiênciadeconsumodependedeumconjuntodevariaveisintrínsecaseexternas
ao consumidor. No próximo ponto, é analisada a experiência de consumo no canal
onlinecomoobjetivodeperceberseoprocedimentoésemelhanteesesemantêmas
variavéisinfuentes.
1.4. Experiênciadeconsumoonline
Oaparecimentodainternetcomoumcanaldedistribuiçãoedecomunicação
possibilitou uma variedade de oportunidades de interação entre as empresas e os
consumidores(Roseetal.,2011).Paraalémdainternet,oconstantedesenvolvimento
da tecnologia criou novas oportunidades de compra online pois, nestemomento, o
consumidorpodeinteragircomaempresaquando,comoeondequiser(Roseetal.,
2011).LeeeBenbasat(2003)afirmamqueosconsumidorespodemenriquecercada
vezmaisassuasexperiênciasdecompraaproveitandoosúltimosdesenvolvimentos
datecnologia.
Paraseperceberanaturezadasexperiênciasdeconsumoonlineéimportante,
numaprimeirafase,compreenderasdiferençasentreestaseasexperiênciasoffline.
Assim, Rose, Hair e Clark (2011), esquematizam as principais diferenças entre a
experiênciadeconsumoonlineeofflinequesãorepresentadasnatabela1.
Tabela1-Principaisdiferençasentreumaexperiênciadeconsumoofflineeonline
Fonte:AdaptadodeHaireClark(2011)
OFFLINE ONLINECONTACTOPESSOAL Médio/Alto BaixoFORNECIMENTODEINFORMAÇÃO Variaconsoanteaforma IntensivoPERIODODEINTERAÇÃO Ditadopelaempresa DitadopeloclienteAPRESENTAÇÃODAMARCA Objetostangíveis Audiovisual
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Aprincipaldiferençaentreaexperiênciadoconsumidoronlineeofflineéograu
de contactopessoalquepodevariarde intensivo (numasituaçãooffline)paranulo
(numasituaçãooffline)(Roseetal.,2011).Existemtambémgrandesdiferençasquanto
à forma como a informação é fornecida pois num contexto online a oferta de
informação é imensa e o tempo que o consumidor despende a adquirir a mesma
dependedesi,enquantoque,numcontextoofflinepodeserlimitadaeotempogasto
paraadquirir amesmapodedependerdoassistentede loja (Roseet al., 2011).Em
último lugar a forma como a marca é apresentada num contexto online é
predominantementesobaformadeaudiovisualnãoexistindograndesoportunidades
paraqueaempresasedêaexperienciarenquantoque,numcontextooffline,istopode
ocorrer através de fatores como a apresentação da loja, o staff, o edifício e as
instalaçõesemuitosoutroselementostangíveis(Roseetal.,2011).
Roseetal.(2011)vãomaislongeepropõeummodeloconcetualdaexperiência
do consumidor online (figura 5) onde são considerados os antecedentes, as
consequências e os efeitos da mesma. Este modelo apresenta todas as dimensões
consideradas relevantesna literaturaeassimsendoseráutilizadocomobasedeste
tópico.
Figura5-Modeloconceptualdeformaçãodeumaexperiênciadeconsumo
online
Fonte:AdaptadodeRoseetal.(2011)
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Omodelo começa por identificar os antecedentes à experiência de consumo
onlinesendoque,oprocessamentodeinformaçãoéoprimeiro.Oprocessamentode
informaçãoestárelacionadocomaformacomoosindivíduosusamosseussentidose
osseusprocessosmentaisparadaremsentidoaquiloqueosrodeia(Eysenck,2001).
ZengeReinartz(2003)destacamaimportânciadasexperiênciaseconhecimentodo
indivíduoduranteoprocessamentoeavaliaçãodainformaçãoonline.Parasuramane
Zinkhan (2002) descobriram que os consumidores avaliam continuamente as suas
experiências online com base em perceções de recursos do site como a forma de
pagamento,ascondiçõesdeentrega,riscoenvolvidoentreoutras.
A facilidade de uso do site e a utilidade percebida são duas variáveis que
influenciamacompraonline(Geffen,2003).CheneDubinsky(2003)perceberamque
a facilidade de uso de um site está diretamente relacionada com uma experiência
onlinepositiva.Cao,ZhangeSeydel(2005)desenvolveramummodeloparaavaliarum
siteonderelacionama facilidadedeusoeautilidadepercebidacoma facilidadede
pesquisa,acapacidadederespostadositeeaprecisãoerelevânciadainformação.
A perícia esta relacionada com a habilidade do individuo utilizar o site
convenientemente (Klein e Ford, 2002). SegundoRose,Hair e Clark (2011) quanto
maioraperíciamaisprofundaseráaexperiênciaonlinedoindivíduo.
Ocontrolopercebidoestárelacionadocomaperceçãodecontrolodoindivíduosobre
oseuacesso,procuraeavaliaçãodosconteúdosdosite(Roseetal.,2011).SuheHan
(2003) consideram a autenticidade, confidencialidade, proteção de privacidade e
segurançadepagamentocomoalgumasdasprincipaisvariáveisrelacionadascomos
sentimentosdesegurançaecontrolodosconsumidoresonline.
Osbenefíciospercebidoseoprazersãovariáveisrelacionadascomexperiências
deconsumoonlinepositivas(Corner,Thompson,Dillon&Doolin,2005).Wolfinbarger
eGilly(2001)sugeremqueumaexperiênciaonlinedivertidaeagradáveldespertao
sentimentodecontrolodoconsumidoroque,porsuavez,tornapositivaaexperiencia
deconsumoonline.
PedroMiguelSousadeAlmeida
33
O risco percebido e a confiança são variáveis que foram previamente
consideradas no comportamento do consumidor online assim, não será de todo
novidadequeinfluenciamaexperiênciadeconsumoonline.JinePark(2006)afirmam
queaconfiançaéresultantedacombinaçãodevariasvariáveisdoambientedecompra
online. O risco percebido é uma variável bastante importante pois esta
intrinsecamente relacionada comadisposiçãodos indivíduos realizarem interações
online,maisparticularmentecomprasonline(Lim,2003).
Omodelosugereaindaqueasconsequênciasdeumaexperiênciadeconsumo
onlinedivergememduasdireções,asatisfaçãodoconsumidoreconsequentementea
intenção de recompra. Janda e Ybarra (2005) evidenciaram a relação entre uma
experienciaonlinepositivaeasatisfaçãodoconsumidor.Asatisfaçãodoconsumidoré
uma consequênciados estadospositivos emocionais e cognitivosda experiencia de
consumo online (Rose et al., 2011). Pra Khalifa e Liu (2007) o efeito final da
experiênciadeconsumoonlineéarecompra,sendoestavistacomoousorepetidodo
canal online para comprar produtos. Segundo os autores existe uma relação direta
entreasatisfaçãodoconsumidorearecompranocanalsendoque,estaultima,évista
comoumaconsequêncialógicadasatisfaçãodoconsumidor(Khalifa&Liu,2007).
Estemodeloapresentadofoialvodeváriosestudos.Exemplodissoéumestudo
realizadoporPappas,Pateli,GiannakoseChrissikopoulos(2014)feitoseguindouma
metodologia quantitativa e conduzido pela entrega de 1000 questionários a
consumidores na Grécia . Os autores procuraram explorar os efeitomoderador da
expectativa de esforço, expectativa de desempenho, confiança e satisfação na
experiência de consumo bem como a relação entre a satisfação e a intenção de
recompra(Pappasetal.,2014).
Os resultadosvalidama teoriae indicamqueaexperiênciaémoderadapela
relaçãodedesempenhoesatisfaçãoassimcomo,validaarelaçãoentreasatisfaçãoea
intençãoderecompra(Pappasetal.,2014).Aconfiançafoiavariávelquemaisimpacto
tevenasatisfaçãodoconsumidor(Pappasetal.,2014).
PedroMiguelSousadeAlmeida
34
Martin, Mortimer Andrews (2015) também realizaram um estudo onde
relacionamafrequênciadecompraeaexperiênciadeconsumo.Oestudoseguiuuma
metodologiaquantitativaefoirealizadocombaseemdadosrecolhidosatravésdeum
questionário endereçado a mais de 6000 participantes (Martin et al., 2015). Na
pesquisaosautoresdestacamque:(1)afacilidadedeusoeacustomizaçãoampliama
sensação de controlo percebida pelo utilizador, (2) a atmosfera do site está
diretamente relacionada com uma experiência mais ou menos satisfatória e que a
satisfaçãoresultanarecompra,(3)aconfiançaéimpulsionadapeloriscopercebido.
Como podemos constatar, tanto o comportamento do consumidor, como a
experiênciadeconsumosãomoldadaspordiferentesvariáveisconsoanteoambiente
emqueoconsumidorseencontra,essasvariáveistêmvindoasermanipuladospor
inovações tecnológicas que estão a alterar por completo o paradigma atual. Assim
sendo, no próximo ponto é apresentada uma breve abordagem sobre o efeito das
tecnologiasnasexperiênciasdeconsumo.
1.5. Atecnologiaeaexperiênciadeconsumo
Achavedaexperiênciadeconsumoécriaraperceçãodevaloracrescentado
paraoconsumidor(Kerin,Jain&Howard,1992).SegundoKumareVenkatesan(2005),
a tecnologia pode criar ambientes atrativos e tornar as experiências de consumo
memoráveiseenvolventes.Paraalémdissoosautoresafirmamqueinovaçõescomoas
caixas automáticas de encomendas, Ipads e ecrãs interativos possibilitam às lojas
layouts inovadores e tornama compra de produtosmais acessíveis e convenientes
(Kumar&Venkatesan,2005).
Para Blázquez (2014), a tecnologia é a chave para criar uma experiência
integrada entre canais. Blázquez (2014) vai mais longe e afirma que a tecnologia
redefineaexperiênciaem lojaepossibilitanovos layoutsrecorrendoameioscomo
serviços de clique e coleta ou salas demontagem interativas que se conectam com
redessociais.Noentanto,oautor,chamaaatençãoparaaimportânciadasempresas
seconcentraremnaimplementaçãodetecnologiasrelevantesparaosconsumidorese
queacrescentemvaloràssuasexperiênciasdeconsumo(Blázquez,2014).
PedroMiguelSousadeAlmeida
35
Puccinellietal.(2009)fazemumaabordagemdatecnologianumavertentemais
voltada para o mercado online e sublinham a importância da tecnologia nestes
ambientes.Deacordocomosautores,ossitesutilizamaatmosferadelojadeforma
semelhante às lojas tradicionais e afirmam que as inovações tecnológicas tornam
possívelamanipulaçãodevariáveiscomocores,músicaeluzes(Puccinellietal.,2009).
De acordo com Eroglu, Machleit e Davis (2003) estas variáveis influenciam o
comportamentodosindivíduosnositeeaumentaosníveisdeprazerdosindivíduos.
Lee,KimeFiore(2010)afirmamqueestestiposdetecnologiasinterativastêm
como propósito aumentar os aspetos afetivos e diminuir o risco percebido pelo
consumidor.UmexemplodissoéoestudodaRetailWeek(2012),ondeseprovouque
provadores virtuais aumentam as vendas online e diminuem as devoluções.
Consequentemente, Merle, Senecal e St-Onge (2012), alertam para o facto destas
inovaçõestecnológicasestaremamancharoslimitesentreasexperiênciasemlojaeas
experiências online entregando aos consumidores experiências mais excitantes e
interativas.Estelimiteentreaexperiênciadeconsumoonlineeofflineenunciadapelo
autoréaquestãocentraldestadissertação,paratal,nopontoseguinteseráfeitoum
levantamento teórico em relação à evolução dos canais de distribuição e os novos
modelosdegestão.
1.6. Canaisdedistribuição
DeacordocomRousseau (2008)os canaisdedistribuição sãoo conjuntode
todas as entidades que, através de transações comerciais e operações logísticas,
colocamosprodutosouprestamserviços,acrescentando-lhevalor,nascondiçõesde
tempo,modo e lugar para satisfazer as necessidades do consumidor. Ratto (2008)
simplifica o conceito e defende que por canal de distribuição entende-se todo o
percurso que uma mercadoria faz desde a fase de produção até ao momento de
consumo.
Kotler(2011)esclarecequeoconceitodecanaldedistribuiçãonãoselimitaa
contemplar a distribuição física de bens, o autor relembra que os fornecedores de
serviçostambémtêmdecolocarasuaproduçãodisponíveleacessívelaoconsumidor.
PedroMiguelSousadeAlmeida
36
Dopontodevistadosprodutores,adistribuiçãoéoconjuntodemeiosquefacilitaa
entrega dos seus produtos ao consumidor, por outro lado, do ponto de vista dos
distribuidores, a distribuição é responsável por assegurar aos seus consumidores a
qualidade e a diversidade dos seus produtos (Rousseau, 2008). Os consumidores
reparamnadistribuiçãoapenasnofinaldacadeia,ouseja,paraestesadistribuiçãoé
responsável apenas por lhes colocar à disposição os seus produtos e serviços
(Rousseau,2008).
As compras através de diferentes canais foram bem aceites pelomercado e
resultaram num aumento das vendas, consequentemente as empresas adicionaram
cada vezmais novos canais à sua rede (Ansari et al., 2008). Estamultiplicidade de
canais utilizados pelamesma empresa aumentou consideravelmente o alcance das
empresasmas,poroutrolado,implicarammaisesforçosdegestãoecontrolo.Assim
surgiramnovosconceitoscomoomultieomnicanal.
1.6.1. MulticanaleOmnicanal
Naeradigitalemquevivemosoretalhomudoudrasticamente(Verhoef,Kannan
&Inman,2015).Aproliferaçãodesenfreadadoscanaisatravésdosquaisoconsumidor
podeinteragircomaempresafoiaprincipalrazãodestamudança(Neslinetal.,2006).
Osconsumidoresnãopensamemcanais, tudoaquiloqueelesquereméuma
respostaaosseusdesejosenecessidadesdeumaformaconveniente,divertidaeque
lhesoferecevalor,tantomonetáriocomotemporal(Cook,2014).Poroutrolado,gerir
estaproliferaçãode canaisde formaeficiente criou tantoumagrandepreocupação
para as empresas, como uma oportunidade para os académicos produzirem
conhecimentoparaajudarasempresasaenfrentartaisdesafios(Neslinetal.,2006).
Segundo Brynjolfsson, Hu e Rahman (2013) o surgimento de novos canais
rompeu por completo barreiras ao comércio como a geografia e a ignorância do
consumidor em relação aos produtos e serviços. Assim surgiu a necessidade de as
empresasadotaremestratégiasmulticanal,estasestratégiasenvolviamnoseucernea
escolhadoscanaisemqueaempresadeveriaestarpresentede formaacumpriras
necessidadesdomercado(Geyskens,Gielens&Dekimpe,2002).
PedroMiguelSousadeAlmeida
37
Neslin et al. (2006) definem a gestão do multicanal como o design,
desenvolvimento,coordenaçãoeavaliaçãodoscanaisdeformaaaumentarovalorpara
osclientesatravésdeumaaquisição,retençãoedesenvolvimentodosconsumidores
eficiente.Noentanto,oalcancedoretalhomulticanalfoibastantecriticadonamedida
emquenãoconsideravaagestãodosclientesatravésdoscanaiseaintegraçãodomix
deretalhoatravésdoscanais(Neslinetal.,2006).Assimomodelodemulticanalevolui
para um novo modelo. Antigamente, enquanto as lojas online tentavam angariar
clientes compreços baixos e, ratings e reviews de produtos, as lojas de brick-and-
mortarmantinham-se únicas namedida em que permitiam ao consumidor tocar e
sentirosprodutos(Brynjolfsson,Hu&Rahman,2013).
Oretalhoevoluiuparaumformatoemqueasdistinçõesentreoretalhofísicoe
onlineforamquaseextintas,oretalhoomnicanal(Brynjolfssonetal.,2013).Verhoefet
al.(2009)definemagestãoomnicanalcomoagestãosinergéticadetodososcanaise
pontos de contacto com o consumidor disponíveis com o objetivo de otimizar a
performance e a experiência do consumidor através dos canais. Numa experiência
omnicanalédeesperarqueoconsumidorentrenalojafísicabastantepreparado,que
saibaqueprodutosvaiencontrarequepreçovaipagar(Cook,2014).Segundooautor,
estestiposdeclientescomportam-sedemaneiradiferente,estessãomaisinformados,
tiramproveitodetodasasvantagensqueatecnologialhesofereceeexigemcadavez
maisdosretalhistasmas,poroutrolado,estesconsumidoressãotambémmaisleaise
lucrativos(Cook,2014).
OrtiseGasoli(2009)sugeremqueoconsumidoromnicanaléumaevoluçãodo
consumidormulticanalque,emvezdeusarvárioscanaisdeformaparalela,usavários
canaisdeformasimultânea.Rigby(2011)definiuoretalhoomnicanalcomosendouma
experiênciadevendasintegradaquecombinaasvantagensdeumalojafísicacoma
riquezadeinformaçãoquesepodeconseguirnumaexperiênciadeconsumoonline.
Mais tarde, Levy,Weitz e Grewald (2013) introduziram o conceito de omni
retalho como uma ofertamulticanal coordenada que proporciona uma experiência
semelhanteemqualquerumdoscanaisderetalhodaempresa.Assimpode-seconcluir
queautilizaçãodevárioscanaispelamesmaempresa(Multicanal)nãofoisuficiente
PedroMiguelSousadeAlmeida
38
paraoconsumidorobrigandoasempresasahomogeneizartodosessescanaisdeforma
aproporcionarexperiênciasdeconsumosemelhantesemtodoseles(Omnicanal).
Devidoaestadesenfreadaeconstanteinovaçãodesencadeadapelosprogressos
tecnológicosoretalhosofreualteraçõesprofundas(Pantano&Verteramo,2016).Os
avançostecnológicosmudaramintegralmenteopapeldaslojasfísicasnocenáriodo
retalho que deixaram de ser o único ponto de contacto entre a empresa e o
cliente(Pantano&Verteramo,2016).Estasmudançasalteraram,porumlado,aforma
de procura, comparação, escolha e compra de produtos na medida em que
possibilitaramnovasexperiênciasdecompramaisexcitanteseefetivase,poroutro
lado,asferramentasqueosretalhistasusamparasegmentar,compreendereabastecer
omercado(DemirkaneSphorer,2014).
Alojafísicatornou-seassim,numapeçafundamentaldopuzzledoomnicanal
sendoque,estetipodemodelo implicaumaotimizaçãodoformatoda lojaedoseu
papel no modelo de forma a cumprir com as exigências dos consumidores (Cook,
2014). Apesar da necessidade de percorrer vários canais, o consumidor continua a
quererver,sentir,tocareexperimentarprodutosassimcomosentiraatmosferadaloja
(Piotrowicz&Cuthbertson,2014).Segundoosautoresofuturodaslojasfísicasnãoé
claro e pode depender da categoria de produtos que vende e dos segmentos de
consumidoresquepretendeatingir(Piotrowicz&Cuthbertson,2014).SegundoBelle
Moreno (2016), os retalhistas são atraídos por estratégias omnicanal, porque a
capacidade dos canais online e offline diferem na forma como disponibilizam
informaçõessobreosprodutosenaformacomoosentregam.Paraosautoresestassão
asduasprincipaisfunçõesdoscanaisecomotalpropõeomodelopresentenafigura
6queequacionatodasascombinaçõespossíveisdestasfunções.
PedroMiguelSousadeAlmeida
39
Figura6-Combinaçõesdecanaisonlineeoffline
Fonte:AdaptadodeBelleMoreno(2016)
No quarto quadrante estão presentes as lojas de retalho tradicional com a
entrega de informação e a entrega de produto totalmente offline, enquanto que no
segundoquadranteestãocompreendidasasempresasderetalhoonlinequeentregam
a informação e os produtos apenas via online. O terceiro quadrante representa o
retalhoquetransmiteinformaçãoonlinemasquerealizaaentregadeprodutooffline,
estaéapelidadade“researchonline,pick-upin-store”,estetipopermiteaoconsumidor
acederaumafontedeinformaçãoimensaedetalhadaemesmoassimexperimentar,
sentiretestaroprodutoantesdeoadquirir.Estetipoderetalhoénormalmenteuma
variaçãológicadoretalhotradicionalondeasempresasoptamporcontinuarcomoseu
modelo de retalho tradicional e criar um novo canal online para disponibilizar
informação. Tal como o retalho tradicional, os “online pure-players” também
expandiramoseumodelodenegócioe,emboracontinuemafazeraentregadeproduto
online,optaramporcriarumapresençaofflineparapreencherumalacunanaentrega
deinformação(Bell&Moreno,2016).Osshowroomssãopontosfísicosdeentregade
informaçãotáticaaomercadosemqueasopçõesdeabastecimentodeprodutoonline
sejam afetadas, estes são lugares onde se realizam eventos e experiências para o
consumidorquesãoaltamenteampliadasatravésdosocialmediaequeserefletem
numgrandeimpactoparaamarca(Bell&Moreno,2016).
PedroMiguelSousadeAlmeida
40
Segundo os autores estes showrooms realizam vendas por si próprios,
canibalizam vendas para o canal online e são o canal mais eficaz de aquisição de
clientes(Bell&Moreno,2016).
SegundoRapp,Baker,Bachrach,OgilvieeBeitelspacher(2015)écadavezmais
banaloconsumidorprocurarinformaçãoemlojae,simultaneamente,consultaroseu
dispositivomóvelembuscadeinformaçãocomplementaredepreçosmaisatrativos.
Assimoshowroomingpodeserconsideradocomoumaformaespecificadeprocurade
informação onde o consumidor procura informação offline e consequentemente
realizaumacompraonline(Verhoefetal.,2015).
Esteconceitodeshowroomingéamaisrecenteinovaçãodomercadoeestáa
darasoàemergênciadenovosconceitosqueprometemrevolucionar,maisumavez,o
mercado.Nopontoseguinteéapresentadoumdessesconceitos.
1.6.2. RetalhoOnlife
Nestemomento,emergeumnovoparadigmaeconómico:oretalhoonlife,onde
oonlineeoofflineconvergemesetornamumsó(Jongen,2017).Estenovomodelode
retalhoébaseadoemquatrodesenvolvimentosrecentesemutualmentereforçados,
tendocadaumasuaprópriadinâmica:asmarteconomie,aCirculareconomie,asharing
economie e aglocal economie (Jongen,2017).Naopiniãodoautora sinergiadestes
conceitoscausaráalteraçõeseconómicasesociaisconsideráveis.
Asmarteconomieérelacionadacomonovoparadigmaeconómicocausadopela
dirupçãodigital,segundooautor,asmarteconomieéoresultadoumanovarevolução
industrialquealterouporcompletoomercado,estarevoluçãofoi impulsionadapor
variasinovaçõescomoaInternetdascoisas,oBigData,arealidadeaumentada,o3D,
osrobôs,ainteligênciaartificialeablockchain(Jongen,2017).
Ainternetdascoisaspermitequeoconsumidorcomuniquecomatecnologiae
queestacomuniqueentresifacilitandoassimavidaaoconsumidoretornandooseu
dia-a-diamaissimples.Obigdatamuneasempresasdeinformaçõesdetalhadassobre
osseusclientespermitindoqueestasdesenhemprodutos,serviçoseexperiênciascada
vezmaispersonalizadas.Arealidadevirtual,possibilitaaemergênciadeumnovotipo
PedroMiguelSousadeAlmeida
41
deexperiênciase,segundoJogen(2017),adistinçãoentreovirtualeorealserácada
vezmenosacentuada.Aimpressão3Dpermiteàsempresascriaremprodutosúnicose
elevará o conceito de personalização a níveis inimagináveis (Jogen, 2017). A
inteligênciaartificialeosrobotssurgemnestecampocomofacilitadoresdoconsumo
quepermitiremnãosóqueasempresasosusemnasfasesdeproduçãoeentregade
produtos e serviços, mas também que cada consumidor tenha ao seu dispor um
assistentepessoalqueoajudenodia-a-dia(Jogen,2017).ABlockchainalojarátodaa
informaçãoeasseguraráaconfiançaqueastransaçõesonlinesempreprocurarame
nunca tiveram (Jogen, 2017). Inovações como estas possibilitarão a conceção de
experiênciasdeconsumo,produtoseserviçossemprecedentesabrindoespaçopara
novosmodelosdenegócio.
Asharingeconomieoueconomiadepartilhaé,nasuaessência,caracterizada
pelapartilhatemporáriadebens,serviços,espaçosedinheiro.Estetipodeeconomia,
segundoJongen(2017),temcomofundamentos:
• Queosgovernossejamadotantesiniciaiseimpulsionadoresdapartilha.
• Queosnegóciossejammotivadospelolucro,masquesefoquemnapartilhae
reutilização.
• Que as pessoas sempre partilharam e reutilizarambens, tempo e talento e
nuncativeramproblemascomisso.
Hojeemdia, aeconomiadepartilha tomounovasproporções impulsionadas
pela tecnologia. Este modelo permite que consumidores e organizações partilhem
capacidades,coisas,espaços,produtoseserviços(Jogen,2017).Segundooautor,neste
momento, existemprodutos e serviçosque,devidoao seuvalor, não fazemsentido
serem adquiridos por umúnico consumidor (Jogen, 2017). A economia de partilha
facilitaavidaaoconsumidorpoispermitequeesteadquiratemporariamenteprodutos
e serviços que não utiliza com regularidade dividindo os custos com outros
utilizadores,exemplodissoéapartilhadeespaçosdetrabalho,partilhadehabitação,
partilhadeserviçosdetransportesemuitomais.
PedroMiguelSousadeAlmeida
42
A circular economie ou economia circular prevê que os retalhistas
desempenhemnovospapeisnaentregadeprodutose serviços, esta implicaqueos
retalhistas desenvolvam novos modelos de negócio e que não sejam simples
intermediários(Jongen,2017).Oautorafirmaqueatualmenteosretalhistasobtêmo
seu lucro através da venda de determinados produtos e serviços, mas que nos
próximos anos a tendência será que esse lucro seja determinado pela oferta de
determinados produtos e serviços complementares (Jongen, 2017). Jogen (2017)
acreditaqueaeconomiacircularevoluiparalelamentecomaeconomiasustentável,
segundooautor,areutilizaçãodebensnãosóabriráasportasparanovosmodelosde
negócio,comoaindaabordaráquestõesambientaisqueterãoumpesocadavezmaior
aolongodosanos.Oretalhocíclico,implicaassim,aconservaçãodovalordosbense
dosrecursosnecessáriosparaasuaeficiênciafacilitandoeestimuladoareutilização
(Jongen,2017).Segundooautor,aeconomiacíclicaresultaránumnovoconceitode
cadeia de valor onde será possível que consumidores se tornem produtores e que
produtoresasetornemretalhistas(Jogen,2017).
Jogen (2017) apresenta o exemplo da empresa Philips que oferece aos
consumidoresaoportunidadedearrendarlâmpadas,paraalémdissoaempresaaceita
adevoluçãodelâmpadasvelhasparalhesdarumanovavida.Segundooautoresteé
umexemploclarodeumaeconomiacíclicapoisnemaempresanemoconsumidor
reclamamapropriedadedosbens,osconsumidoressimplesmentepagampelousoe
não pela propriedade (Jogen, 2017) Segundo o autor, este exemplo ilustra ainda a
convergênciaentreaeconomiacíclicaeaeconomiadepartilha.
Porultimo,aglocaleconomyéopênduloquesemoveconstantementeentreo
mundoaumaescalaglobaleomundoàescalalocal(Jogen,2017).OBrexiteaeleição
deDonaldTrumpsãoexemplosclarosdadesglobalizaçãoqueclarificaopenduloentre
olocaleoglobalequeoriginaramdesafiossemprecedentesàformacomoosgovernos
eosretalhistasatuam(jongen,2017).Deacordocomoautor,gigantescomoaGoogle,
aAmazoneoFacebookdisponibilizamenumerasmaisvaliasparaoconsumidormas,
poroutrolado,oseupodersoberanodeempresasdeveráserabaladopelosgovernos
quedevemprocuraroequilíbrioentreomarcadoabertocomtrocalivreeaspoliticas
PedroMiguelSousadeAlmeida
43
protecionistasnacionalistasprevenindoassimqueessasgigantescriemmonopólios
inabaláveis.
Jongen(2017)acreditaqueestesquatroconceitosalienadosserãoosalicerces
da próxima revolução industrial e que esta, ao contrário das anteriores, não será
movidaporinovaçõesdesenvolvidaspeloserhumano,massimpelopróprio,ouseja,
as alterações de comportamento dos consumidores desencadeadas por estas
inovaçõesresultarãonarevoluçãodoretalho.Jogen(2017)apresentaummodelode
retalhocompletamentefuturistaondeoslimitesentreoonlineeoofflinedeixamde
existir abrindo espaço para um novomodelo de retalho onde estas semisturam e
proporcionam ao consumidor experiências exponencialmente desenvolvidas e com
uma componente tecnológica de ponta. O retalho Onlife surge como forma de
aproveitamentodetodasasinovaçõesdesenvolvidaspeloser-humanocomointuito
deentregaraoconsumidorexperiênciasdeconsumocomvaloracrescentado,masde
formamaissimples,conveniente,rápidaeeficaz.
Assim, o retalho onlife é um conceito basilar desta dissertação que não só
fundamenta a convergência dos canais de distribuição, como ainda a justifica. O
trabalhodeJogen(2017)ilustraclaramenteasalteraçõesdasociedadeeapontaum
caminhoiluminadoparaoretalho.
Todososconceitosapresentadosservemcomopanodefundodestadissertação
sendo que funcionam como referencial teórico para a investigação. No próximo
capítuloéapresentadaametodologiaadotadanainvestigação.
PedroMiguelSousadeAlmeida
44
2. METODOLOGIA
Concluída a revisão de literatura e conceptualizada a investigação surge a
necessidade de responder às questões propostas nos objetivos gerais e específicos
destadissertação.Assim,afundamentaçãometodológicaéumcapitulofundamental
parajustificareorientarotrabalhoempíricoarealizar.Duranteoestudobibliográfico
foipossívelobservar,queexisteumalacunarelativaaoconceitodaconvergênciade
canaispois,aocontráriodosconceitosdemulticanaleomnicanal,esteéumconceito
relativamenterecentee,comotal,nãofoiaindaalvodeanáliseediscussão.
Esta capítulo apresenta-se dividido em três secções: na primeira são
apresentados os objetivos gerais e específicos da dissertação. Na segunda secção é
apresentada e justificada ametodologia adotada seguindo-se, na terceira secção, a
apresentaçãoedefiniçãodastécnicasderecolhaeanálisededadosescolhidas.
2.1. Objetivogeraleobjetivosespecíficos
Neste ponto serão definidos os objetivos geral e específicos que conduzirão esta
investigação.
2.1.1. ObjetivogeralOobjetivogeraldestadissertaçãoé:Analisaraconvergênciadoscanaisonlinee
offlineedeterminaroseuimpactoparaaexperiênciadeconsumo.
2.1.2. ObjetivosespecíficosPara responder a este objetivo geral foi necessário desconstruí-lo em várias
questõesquetomaramaformadosseguintesobjetivosespecíficos:
• Identificar os pontos mais valorizados numa experiência de consumo num
contextoonlineeoffline.
• Compreenderoimpactodasalteraçõesdocomportamentodoconsumidornas
experiênciasdeconsumonoscanaisonlineeoffline.
• Identificaroportunidadesdemelhoriadeexperiênciasdeconsumopotenciadas
pelaconvergênciadoscanaisonlineeoffline.
PedroMiguelSousadeAlmeida
45
2.2. Metodologiaadotada
Nesta dissertação optou-se por umametodologia qualitativa. Para Strauss e
Corbin (1998) os métodos qualitativos devem ser usados de forma a descobrir e
compreenderfenómenospoucoexplorados,poispermitemaoinvestigadorconhecer
pormenores complexos sobre determinado fenómeno, que dificilmente seriam
descobertos commétodos quantitativos. Através de entrevistas ou focus groups, o
método qualitativo, permite explorar atitudes, comportamentos e experiências
(Dawson,2002).Estetipodedescobertasnãoimplicaocontactocomumgrupogrande
deindivíduos,massimumcontactomaislongoeprofundocomumgrupopequenoque
permitirá ao investigador recolher informação mais complexa do que usando um
métodoquantitativo(Dawson,2002).
Assim,sendoaconvergênciadecanaisumatendênciademercadoaindapouco
explorada,ametodologiaadotadanestadissertaçãoseráinteiramentequalitativaede
carácterexploratório.Será tambémadotadoummodelodepesquisadescritivaque,
segundoGil(2008),têmcomoobjetivodescreverdeterminadascaracterísticasdeuma
população, fenômeno ou experiência. As pesquisas descritivas estabelecem ainda
relaçõesentrevariáveispropõenovasvisõessobreumarealidade jáconhecida(Gil,
2008).
Nopróximopontoserãoidentificadasastécnicasderecolhaeanálisededados
escolhidasemconcordânciacomametodologiaadotada.
2.3. TécnicasdeRecolhaeAnálisedeDados
Autilizaçãodeváriasfontesdedadospermiteumaabordagemmaisamplaque
conduzirá a resultados mais credíveis (Yin, 2013). Assim, nesta dissertação, será
apresentadaumaentrevistaeserãorealizadosdoisfocusgroupsdeformaaquesejam
possíveisobterdadosdediversasfontesedediferentesformas.
PedroMiguelSousadeAlmeida
46
2.3.1. Entrevista
Existem muitas formas de fazer entrevistas, as formas mais comuns são
entrevistas não estruturadas, semiestruturadas e estruturadas (Dawson, 2002). As
entrevistasnãoestruturadassãomuitasvezesapelidadasdeentrevistasdehistóriade
vida,nestescasos,oentrevistadorprocuracompreenderdeformaholísticaopontode
vista dos entrevistados tentando que o individuo fale o máximo possível e sem
quaisquer entraves impostos pelo entrevistador (Dawson, 2002). As entrevistas
estruturadas são frequentemente utilizadas em estudos de mercado, estas são
extremamente organizadas e não abrem qualquer espaço para que o entrevistado
divague,normalmentearespostaéatécondicionadaaduasoumaisopções(Dawson,
2002).
Nesta dissertação é feita uma entrevista semiestruturada. Este tipo de
entrevistapermiteaoentrevistadorconhecerinformaçãoespecíficaecontrastá-lacom
informaçãodeoutrosentrevistados(Dawson,2002).Estetipodeentrevistaéomais
comumquandoseusammétodosqualitativospoisnãoéextremamentecondicionada
como uma entrevista estruturada, nem tão ambígua como as entrevistas não
estruturadas.
Estaentrevistatemcomoalvoumdiretorquetenhaaseucargoagestãodos
canaisdedistribuiçãodeumaempresa.Aempresaselecionadaestáexclusivamente
presentenocanalonlinemasjátevealgumasexperiênciaspontuaisemcanaisoffline.
Oobjetivodaentrevistaéconstatarainformaçãorecolhidacomosresultados
dosfocusgroupdeformaaquesepercebaseomercadoeosconsumidoresestãoa
caminharnomesmosentido.Aentrevistafoirealizadanodia13deMarçode2018eo
seuguiãoéapresentadonofinaldadissertaçãosobaformadeAnexoII.
PedroMiguelSousadeAlmeida
47
2.3.2.FocusGroup
Um focus group é também conhecido como grupodediscussão ou grupode
entrevistados(Dawson,2002).Umfocusgroupnãoénadamaisdoqueumareunião
deumgrupodeentrevistadosquesãocolocadosfrenteafrenteadiscutirdeterminado
fenómeno, estadiscussãoéorientadaporumentrevistadorque facilita emodera a
discussãocomperguntasespecíficasequenãodeixaogrupodivagarouafastar-sedo
tópico fulcral da discussão (Dawson, 2002). SegundoBarbour e Kitzinger (1998) o
focus group deve ter em conta um certo rigor cientifico de maneira a evitar a
manipulaçãodosresultados.Assim,autilizaçãodestatécnicaimplicaarealizaçãode
certasetapas.SegundoOliveiraeFreitas(2006)ofocusgroupdeveserdivididoem
trêsetapas:primeirodeveserfeitoumplaneamentodemaneiraagarantirosucesso
da investigação, segundo devem ser moderadas e transcritas as discussões e, por
último, deve ser realizado o tratamentodos dados recolhidos e a realizaçãode um
relatório.
Paraacriaçãodeumfocusgroupénecessárioanteverumconjuntodeaspetos
que permitam o rigor do método. Para tal, Krueger e Casey (2002) afirma que o
moderadordogrupodevedecidir antecipadamenteo localdadiscussão, reunirum
grupo pertinente com, entre 6 e 8, participantes. Para alémdisso, é fundamental a
criação de um guião, esta dissertação utiliza este método com uma tipologia de
questõespropostasporKruegereCasey(2002):
• Utilizardeperguntasabertas;
• Evitarousodeperguntasdicotómicas;
• Evitarousodo“porquê”substituindo-oporperguntasrelacionadascompontos
influentesparaotópico;
• Utilizarperguntasqueremetamoentrevistadoparaexperiênciasanteriores;
• Utilizarváriostiposdeperguntas:
-PerguntasIntrodutórias;
-Perguntasdeabertura;
-Perguntasdetransição;
PedroMiguelSousadeAlmeida
48
-Perguntaschave;
-Perguntasqueencerremumtema;
• Utilizardeperguntasqueenvolvamogrupo;
• Utilizarperguntascomumfoco;
• Utilizarperguntasondeseconsideremdiferentescenários;
Oguiãodofocusgrupodevetambémincluirtécnicaprojetivas,estastécnicassegundo
Malhorta(2012)sãodivididasemquatrogrupos:
• Técnicasassociativas-Éapresentadoumestimuloaoentrevistadoprocurando-
seobterumareaçãoimediata;
• Técnicascomplementares-Éapresentadaumasituaçãoincompletae,através
deumestimulodadopelomoderador,espera-sequeoentrevistadoacomplete;
• Técnicasconstrutivas-Oentrevistadodeveconstruirumahistoria,diálogoou
descrição;
• Técnicasexpressivas-Éapresentadaumasituaçãoaoentrevistadoesolicita-se
queesteexpressesensaçõeseatitudesdeoutraspessoasemrelaçãoàmesma.
Oobjetivodestesfocusgroupsseráperceberquaisospontosvalorizadospor
estes consumidores nos diferentes canais de distribuição (primeiro objetivo
específico),identificaralteraçõespercetíveispelosmesmosnoseucomportamentode
consumo(segundoobjetivoespecífico),eperceberquaisasexpectativasdemercado
paraospróximosanosdemodoaidentificaralgumasoportunidadesdaconvergência
decanais(terceiroobjetivoespecífico).
Ambos os focus group foram agendados para a noite, sendo que a grande
maioriadosparticipantestrabalhaduranteodia.Oprimeirofocusgroupfoirealizado
nodia 26deMarçode 2018 e o segundonodia 13deAbril de 2018 e o guião da
discussãoéapresentadonofinaldadissertaçãosobaformadeAnexoI.
Nocapituloseguintesãoapresentadososdadosrecolhidosdeformaorganizadae
sucintademodoafacilitaradiscussão.
PedroMiguelSousadeAlmeida
49
3. Apresentaçãodedados
Nestecapituloserãoapresentadossumariamenteosdadosrecolhidossegundo
astécnicasderecolhasupramencionadas.
Arecolhadedadosparaestadissertaçãoseguiuumaabordagemqualitativae
foiefetivadaatravésdedoisfocusgruposrealizadoscomdoisgruposdeconsumidores
distintoseumaentrevistafeitaaummembrodadireçãodaempresaonlineJosefinas.
Os dados foram transcritos e trabalhados com recurso ao programa
MAXQDA2018, este programa destina-se à análise de dados qualitativos e
quantitativosepermitiuqueosdadosfossemtratadoseextraídosdeformasucintae
concreta.
AanálisedeconteúdosfoifeitacombasenaconceptualizaçãodeBardin(1991)
que a organiza em três etapas: 1) a pré-análise, 2) a exploraçãodomaterial e 3) o
tratamentodosresultados,inferênciaeinterpretação.
De acordo com o autor na fase de pré-análise omaterial recolhido deve ser
organizado sistematizando-se as ideias (Bardin, 1991). O autor propõe que esta
organizaçãosejafeitaemquatroetapas:(a)aleituradosdocumentosrecolhidos,(b)a
seleção dos documentos que consiste na seleção do que será analisado, (c) a
formulaçãodehipóteseseobjetivose(d)adeterminaçãodeindicadorespormeiode
recortedetextodotextoemanálise(Bardin,1991).
Aexploraçãodomaterialconsistenacodificação,classificaçãoecategorização
dosdadosrecolhidos.Segundooautortodoomaterialrecolhidodevesercodificadoe
classificado em diferentes categorias de forma a possibilitar a riqueza das
interpretações(Bardin,1991).
Aanálisedeconteúdosterminacomotratamentodosresultados,inferênciae
interpretação,nestaúltimafaseédestacadaainformaçãorelevanteparaanáliseesão
feitasinterpretações(Bardin,1991).Oautordestacaaimportânciadaanalisereflexiva
ecríticanestafase.
PedroMiguelSousadeAlmeida
50
Arecolhadedadoséposteriormente ilustradasoba formadetabelas,sendo
que,cadatabelacorrespondeaumaquestãoeenglobaasrespostasdosdoisgruposde
discussãoedaentrevista.
As tabelassãocompostasporcategoriasglobaisderespostaesubcategorias
maisespecíficas,paraalémdissosão incluídasunidadesdesignificânciademodoa
possibilitaraoleitorumaideiamaisrealistaemrelaçãoàsrespostase,incluiainda,a
frequênciaderespostaemcadasubcategoria.
Numa primeira fase é apresentada na tabela 2 a caracterização dos
participanteseposteriormentetodososdadosrecolhidos.
Tabela2-Caracterizaçãodosparticipantes
Participante FocusGroup Sexo Idade SituaçãoProfissional Área1 1 Masculino 24 Empregado Finanças2 1 Masculino 24 Estudante Direito3 1 Masculino 24 Estudante Comunicação4 1 Masculino 23 Estudante Comérciointernacional5 1 Feminino 28 Empregado Psicologia6 1 Feminino 22 Desempregado Comunicação7 2 Feminino 30 Empregado Comercial8 2 Feminino 25 Empregado Marketing9 2 Feminino 24 Estudante Marketing10 2 Feminino 26 Empregado Contabilidade11 2 Masculino 27 Empregado Merchendiser12 2 Masculino 27 Empregado Comercial13 2 Masculino 24 Estudante Marketing
Fonte:Elaboraçãoprópria
PedroMiguelSousadeAlmeida
51
Tabela3-Aspetosmaissignificantesnumaexperiênciadeconsumo
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Estímulos Valorizacontactocomestímulossensoriais
"Consideroqueaexperiênciadeconsumocompreendea
envolvênciadetodaaloja,ouseja,asluzes,oscheiros,amúsica(...)."
6
Funcionários
Valorizaapresençadefuncionáriosemloja
"Gostodefalarcomofuncionáriodalojaparaelemeajudar." 3
Nãovalorizaapresençadefuncionáriosemloja
"Nãogostodeserincomodadopelosfuncionáriosdeloja." 2
Online
Valorizaocanalonlineparaefetuaracompra
"Normalmentecomprotudoonline." 6
Valorizaocanalonlinepararecolherinformaçãoe
compararprodutos
"Gostodepesquisarecompararprodutosonline." 4
Nãovalorizaocanalonlineparaefetuaracompra
"(...)nessesentido,nãooptonuncapelacompraonline." 2
Nãovalorizaocanalonlinepararecolherinformaçãoe
compararprodutos
"Prefiroiràlojaporqueonlinenãoconsigosabersegostodotecido." 2
Contactocomproduto
Valorizacontactocomoproduto
"Gostodeiràlojaesentiroproduto" 2
Fonte:Elaboraçãoprópria
A tabela3éreferenteànoçãodeexperiênciadeconsumodosparticipantes
mas,comoagrandemaiorianãotinhacontactocomumadefiniçãoclaradoconceito
optaram, instintivamente, por enumerar alguns aspetos que consideravam mais
relevantes. Assim, num contexto offline, o contacto com estímulos sensoriais foi o
aspetomaissublinhadoenquantoque,numcontextoonline,começou-seapenaspor
estabelecerumaposiçãoemrelaçãoàutilizaçãodocanal.
PedroMiguelSousadeAlmeida
52
Tabela4:Papeldasnovastecnologiasnasexperiênciasdeconsumo
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Facilitação/Comodidade
Facilitaçãodoconsumo "Achoqueastecnologiasfacilitamimensooconsumo."
6
Facilitaçãodopagamento "Omomentodopagamentoéondenotoamaiortransição."
4
Fomentaçãodoconsumo"Euachoqueparaalémde
facilitaremastecnologiasacabamporfomentaroconsumo."
4
AcessibilidadeTornamoconsumomais
acessível"Hojetenhoacessoamuitosmaisprodutosemmuitosmaislugares." 2
Online
Aumentodeconfiançaemrelaçãoàscomprasonline
"Astecnologiasestãoatornaroonlinemaisacessíveleamigável." 2
Facilitaçãodascomprasonline
"Euachoqueascomprasonlineestãoaserimpulsionadaspelas
tecnologias."3
Nãovalorizaousodetecnologiasnascompras
online
"Euachoquesãousadaspormuitagentemasconsideroque,talcomo
eu,muitagentenãogosta."2
Impessoalidade Consideraqueastecnologiasimpessoais
"Achoqueastecnologiasdesumanizamaexperiênciade
consumo."2
Fonte:Elaboraçãoprópria
Natabela4estãoresumidasasopiniõesdosparticipantesemrelaçãoaopapel
dasnovastecnologiasnasexperiênciasdeconsumo.Aprimeiracategoria,facilitaçãoe
comodidade, engloba a maioria das opiniões recolhidas sendo assim atribuído às
tecnologiasumpapeldefacilitadoreatéfomentadordoconsumo.Paraalémdisso,a
maioracessibilidadeaosprodutoseserviçostambémfoiatribuída,emcertapartea
estas ferramentas. Por outro lado, alguns participantes consideraram que as
tecnologiastornamasexperiênciasdeconsumoimpessoais.
Instintivamente, os grupos realçaramque as tecnologias tambémestão a ter
impactonocontextoonlinesendoatribuídoaestasferramentasumpapelfacilitadore
fomentadornestecontexto.
PedroMiguelSousadeAlmeida
53
Tabela5-Relaçãocomacompradeprodutoseserviçosnocanalonline
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Comprasonline
Utilizacomprasonlineregularmente "Comproquasetudoonline." 2
Utilizacomprasonlinepontualmente
"Hácertotipodeprodutosquecomproonline." 6
Nãocompraonline "Nãooptonuncapelacompraonline." 4
Garantiasecondiçõesdedevolução
Consideraaexistênciadegarantiaseboascondiçõesdedevoluçãofundamentais
"Valorizomuitoofactodepodertrocarcomfacilidadeomeuprodutooudevolve-losemperdernada."
4
Experiênciasanteriores
Consideraqueasexperiênciasanterioresaumentamaconfiança
"Sejátivercompradonaloja,obviamentesinto-memais
confiante."3
Reviews
Consideraqueasreviewsdiminuemosriscos
percebidos
"Achoqueasreviewsmetranquilizam." 1
Consideraqueasreviewsaumentamaconfiança
"Precisodavalidaçãodosoutrosparafazeraminhacompra
descansado."3
Design
Valorizaodesignnaóticadafacilidadedouso
"Odesignéimportante,éimportanteserfácileintuitivo." 1
Valorizaarelaçãoentreodesigneaconfiança
transmitida
"Odesignémuitoimportanteporqueaumentaaminhaconfiança" 1
Fonte:Elaboraçãoprópria
Na tabela 5 estão representadas as posições de todos os participantes em
relação às compras online. Na tabela estão representadas as suas frequências de
compranestecanal.Paraalémdisso,osparticipantesenunciaramalgumasvariáveis
quevalorizamnestecanal,comoasgarantasecondiçõesdedevolução,existênciade
experiênciasanteriores,reviewseodesigndaslojasonline.
PedroMiguelSousadeAlmeida
54
Tabela6-Preferênciaemrelaçãoaotipodeloja
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Tipodeloja
Preferecompraremlojaonline
"Soumuitoimpulsivoacomprarefaço-oonline." 3
Preferecompraremlojafísica
"Nãotenhoproblemascomacompraonlinemasprefiroiràloja
física."6
Compraemambososcanaisdependendodotipo
deproduto
"Dependedoprodutomasutilizocomregularidadeosdoiscanais." 4
Fonte:Elaboraçãoprópria
Tabela7-Aspetosmaisvalorizadosnaslojasfísicas.
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Pontosmaisvalorizadosnumaexperiênciade
consumoemlojafísica
Valorizacontactocomoproduto
"Oquemaisvalorizoépoderver,tocareexperimentarosprodutos." 7
Valorizafacilidadedeobservartodasasopções
"Gostodeolhareverosprodutostodosdispostosàminhafrente." 2
Valorizacontactocomofuncionário
"Valorizoofactodeterumfuncionárioparameajudar." 3
Valorizateroprodutonahora
"Oquemaisvalorizoéteroprodutonahora." 1
Fonte:Elaboraçãoprópria
Tabela8-Aspetosmaisvalorizadosnaslojasonline
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Pontosmaisvalorizadosnumaexperiênciade
consumoemlojaonline
Valorizaadiversidadedeprodutosdisponíveis
"Oquemaisvalorizoéadisponibilidadedeartigose
tamanhos."4
Valorizaafacilidadeecomodidadedacompra
"Arapidezefacilidadedacompra,nemtenhodesairdecasa." 4
Valorizaospreçosmaisbaixosepromoções
especiais
"Teracessoapreçosmelhoresoupromoçõesquenãotenhoemloja
física."1
Valorizaasegurançaeasgarantias
"Asegurançadascompraseafacilidadedasdevoluções." 2
Fonte:Elaboraçãoprópria
PedroMiguelSousadeAlmeida
55
Nas tabelas 7 e 8 estão presentes os aspetos mais valorizados pelos
participantesnasexperiênciasdeconsumoemlojasfísicaseonline.Naslojasfísicaso
contacto com o produto foi o aspeto mais valorizado seguindo-se a facilidade e
comodidadedeobservartodasasalternativas,ocontactocomoprodutoeofactode
teroprodutonomomento.Naslojasonline,adiversidadedeprodutoseacomodidade
dacompraforamosaspetosmaisvalorizadosseguindo-seaspromoçõeseasegurança.
Tabela9-Aspetosmenospositivosdaslojasfísicas
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Lacunasnaexperiênciasdeconsumoemlojasfísicas
Confusão"Detestoaconfusãodaslojas,principalmenteemépocade
saldos."7
Funcionários "Oquemenosgostoédeserincomodadoporfuncionários." 3
Tempo"Odeiopassarumahoradentrodeumaloja,principalmentesefor
numafila."3
Fonte:Elaboraçãoprópria
Tabela10-Aspetosmenospositivosdaslojasonline
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Lacunasnaexperiênciasdeconsumoemlojasonline
Faltadecontactocomoproduto
"Oprincipalproblemaénãosaberoqueestouacomprar." 9
Processodepagamento
"Oquemenosgostoédaquelesprocessosdepagamento
demoradosequerequeremmuitainformação."
1
Tempodeentrega "Oquemenosgostoénãoteroprodutonomomento." 2
Publicidade
"Nãogostodecomprarumprodutoeduranteasemanaseguinteser
bombardeadocompublicidadeportodososlados."
1
Cedênciadedados"Nãogostodecedercertotipodedadose,poressamesmarazão,já
desistidealgumascompras."6
Fonte:Elaboraçãoprópria
PedroMiguelSousadeAlmeida
56
Nastabelas9e10estãoenumeradasaslacunasnasexperiênciasdeconsumo
nas lojas físicaseonlinenaopiniãodosparticipantes.Nas lojas físicasaconfusãoe
presençadeváriosindivíduosemlojafoioproblemamaissublinhadoseguindo-seas
interaçõescomfuncionárioseotempodespendido.
Nas lojas online, a esmagadora maioria apontou a falta de contacto com o
produtoeacedênciadedadossensíveis.Paraalémdisso,oprocessodepagamento,o
tempodeentregaeocontactoexageradocompublicidadeforamoutrosdosaspetos
apontados.
Tabela11-Alteraçõessignificantesnocomportamentodosconsumidores
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Alteraçõesnocomportamentodeconsumo
Tempo"(...)principalmenteafaltade
tempodosconsumidores,hojeemdia,tudoémaisrápidoefácil."
6
ROPO(ResearchOnline,Purchase
Offline)
"Achoqueomomentodaprécompraaumentou,perdemosmaistempoarecolherinformações
sobreprodutoseafazercomparaçõesonline."
5
Tipodeloja"Achoqueotipodelojaque
procuramosétotalmentediferentedosnossospais."
2
Alteraçõesnocomportamentodeconsumo
online
Aumentodoconsumoonline
"Aprincipaldiferençaéquecompromuitomaisonline." 5
Aumentodaconfiançaesegurançanaslojasonline
"Confiomaisnaslojasonline,achoquesãomuitomaissegura." 2
Fonte:Elaboraçãoprópria
Na tabela 11 estão enumeradas as alterações mais significantes no
comportamento dos intervenientes. Num contexto offline, a menor disposição de
tempofoioaspectomaisrelevanteseguindo-seumaumentodoROPOeotipodeloja.
Num contexto online, os participantes realçaram o aumento da confiança e da
segurançaemrelaçãoaestetipodelojaeconsequentementeumaumentodoconsumo.
PedroMiguelSousadeAlmeida
57
Tabela12-Relaçãocomaconvergênciadecanais
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Experiênciasdeconsumoem
canaisconvergentes
Valorizaconvergênciadecanais
"Achoqueseriamaispraticoepoupar-me-iaalgunsincómodos." 1
Valorizaconvergênciadecanaisdependendodamarcaemquestão
"Dependeriadaconfiançaquetenhocomamarca." 5
Valorizaconvergênciadecanaisdependendodaregularidadedecompra
"Dependeriadaregularidadedecompra,sefossenaZaraficaria
contentemassefosseumamarcaondecomprassepontualmentenão
gostava."
5
Nãovalorizaaconvergênciadecanais
"Sóofactodeterdecriarumacontaiafazercomqueprocurasse
outraloja."2
Fonte:Elaboraçãoprópria
Na tabela 12 estão presentes as posições dos participantes em relação à
convergênciadoscanaisdedistribuição.Amaioriadosparticipantesadmitiuvalorizar
aconvergênciadoscanaisdedistribuiçãoaindaque,namaioria,foiimpostaacondição
deseraceiteemfunçãodamarcaedaregularidadedecompra.
PedroMiguelSousadeAlmeida
58
Tabela13-Alteraçõesexpectáveispeloconsumidornaslojasfísicas
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Expectativasdoconsumidorem
relaçãoàexperiênciade
consumoemlojafísica
AumentodoShowrooming"Achoquealojafísicaserácadavezmaisdeexposiçãoeaslojasonline
vãoganharmaispoder."4
AumentodaConvergênciadecanais
"Achoquealojafísicaserácadavezmaisonline." 5
DiminuiçãodoTempoemloja
"Otempoemlojaserácadavezmenor." 5
DiminuiçãodocontactocomosFuncionários
"Achoqueosfuncionáriosserãocadavezmaisempregadosde
armazémqueapenasvãobuscarprodutosemfaltanaloja.O
contactoeinteraçãoserácadavezmenor."
5
DiminuiçãodotempodePagamento
"Achoqueasfilasparapagarvãoacabar." 6
Valorizaçãodaexperiênciadeconsumo
"Achoqueaexperiênciadeconsumoserácadavezmais
valorizada."3
Fonte:Elaboraçãoprópria
Natabela13estãopresentesasalteraçõesnaslojasfísicasexpectáveispelos
participantes.O aumentodemodelosde showrroming ede convergênciade canais
foramapontadoscomoprováveisenquantoque,consequentemente,éexpectáveluma
diminuição do tempo em loja, do tempo para o pagamento e do contacto com os
funcionáriosde loja.Aindaassim,osparticipantesassumemqueasexperiênciasde
consumopositivassejamcadavezmaisvalorizadas.
PedroMiguelSousadeAlmeida
59
Tabela14-Alteraçõesexpectáveispeloconsumidornaslojasonline
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância Frequência
Expectativasdoconsumidorem
relaçãoàexperiênciade
consumoemlojaonline
Diminuiçãodostemposdeentrega
"Achoqueostemposdeentregavãodiminuirdrasticamente.Alias
jáestáaacontecer."6
Aumentodarealidadedosprodutos
“Esperopodertercadavezmaisperceçãodarealidadedos
produtos,ouseja,semlhestocarpoderpercebercomosão."
5
Novasformasdepagamento
"Achoqueasformasdepagamentoaindavãosermais
simples."3
Aumentodoconteúdogeradopeloutilizador
(UserGeneratedContent)
"Achoqueosconteúdosgeradospelosconsumidoresvãoganhar
maispoder."2
Fonte:Elaboraçãoprópria
Emrelaçãoàslojasonline,osparticipantesesperamqueostemposdeentrega
diminuamdrasticamente.Paraalémdisso,esperamterumcontactocomosprodutos
cada vez mais aproximado do contacto físico. Os participantes esperam ainda que
surjam novas formas de pagamento mais simples e rápidas. Por último, os
consumidoresesperamqueoconteúdogeradoporconsumidoressejacadavezmais
valorizadoe,consequentemente,cadavezmaisutilizadopelasempresas.
Osdadosrecolhidosduranteaentrevistarealizadaaummembrodadireçãoda
Josefinasforamtrabalhadosdamesmaforma,sendoquenãoéincluídaafrequênciade
respostapoissóumapessoafoientrevistada.Osdadossãoapresentadosemseguida.
PedroMiguelSousadeAlmeida
60
Tabela15-VariáveismaisrelevantesnumaexperiênciadeconsumonalojaJosefinas
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância
Variáveismaisinfluentesnaexperiênciadeconsumoonline
Ambientedosite "Ositetemdeserbonito,temdeterboasfotos(...)"
Facilidadedeuso"Éimportanteeliminarruídosque
impeçamaconversão(...)temdeserintuitivo."
Confiança "Ositetemdetransmitirconfiançaaoutilizador."
Design "Odesignéumavariáveldequenãoprescindimos."
Adaptabilidadeaomobile
"Hoje50%dasnossasvisitassãofeitasatravésdomobileetemosdecomunicardamesmaforma(...)aexperiênciatemde
seradaptada."
Atendimentoaocliente
"(...)Atendemoschamadaserespondemosemailsatodaahora,assimdeixamososclientesmaisconfianteseconfortáveisparafazeracompra."
Fonte:Elaboraçãoprópria
Na tabela15estãopresentesasvariáveismais relevantesnaexperiênciade
consumonalojaonlinedaJosefinas.Segundoaentrevistadaasvariáveisambientedo
site, facilidade de uso e o design são de extrema importância para a marca e
fundamentaispara a confiançado consumidor eparaumaexperiênciade consumo
onlinepositiva.Paraalémdisso,umatendimentoaoclientedeexcelênciatambémfoi
apontado como um fator de extrema importância num contexto online. A
adaptabilidade do site ao mobile foi descrita como relevante na medida em que,
segundo a entrevistada, embora a maioria das compras seja realizada através de
desktop,maisde50%dasvisitasadvêmdomobilee,segundoesta,seaexperiênciado
consumidornomobilenãoforsatisfatória,asuatransiçãoparaodesktopserámuito
difícil.
PedroMiguelSousadeAlmeida
61
Tabela16-LacunasdaexperiênciadeconsumodalojadaJosefinas
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância
Medidasatenuantesdas
principaisdesvantagensexperiênciadeconsumoonline
Contactocomoproduto
"Afacilidadedeenvio,trocaedevoluçãopodeatenuaressavariável."
"Onossoserviçodeapoioaoclientetambémémuitopersonalizadoe,semprequepossível,nãotemos
problemasemirtercomoclienteouenviarmaisdoqueummodeloparaele
poderescolher."
Tempodeentrega
"Porumlado,asJosefinastêmtantomisticismo,têmtantamagiaeéum
produtotãocustomizadoqueasclientesnãoseimportamdeesperar4semanas
paraasreceber.""AsJosefinassãofeitasporencomenda,nãotemosstocks,masquandoestãoproduzidasconsigoenvia-lashojeparaParisouMilãoeaclienterecebe-as
amanhã."
Fonte:Elaboraçãoprópria
Natabela16sãoapontadasasprincipaislacunasdaexperiênciadeconsumo
nalojadaJosefinas,afaltadecontactocomoprodutoeostemposdeentrega.Poroutro
lado,aentrevistadaacompanhouaenumeraçãodas lacunascommedidasaplicadas
pelaempresaparaatenuarasmesmas.Assim,afacilidadedetrocaoudevoluçãoea
excelênciadoapoioaoclienteatenuama faltadecontactocomoprodutoenquanto
que,oprodutoeamarcajustificameatenuamostemposdeentrega.
PedroMiguelSousadeAlmeida
62
Tabela17-VantagensdasexperiênciasmulticanaldaempresaJosefinas
Categoria Subcategoria Unidadedesignificância
Pontosmaisvalorizadosnumaexperiênciade
consumoemlojaPop-up
PresençaMulticanal"Hojeemdiaédifícilserumamarca
100%onlineou100%offline,oscanaistêmdecoexistir."
Experimentação"Aspessoasqueremveroproduto,
queremexperimentareissonuncaserápossívelfazeronline."
Contactocomamarca
"Aspessoasqueremolharnosolhosdeoutraspessoas,queremconheceraspessoasportrásdamarca(...),nada
substituiocontactopessoal."
Fonte:Elaboraçãoprópria
Natabela17estápresneteaopiniãodaentrevistadaemrelaçãoàpresençada
marcaemlojasPop-up.Deacordocomamesma,apresençaemmaisdoqueumcanal
é fundamental hoje em dia e, experiências deste tipo conferem ao consumidor
vantagenscomoocontactofísicocomamarcaecomosprodutosquenãoépossível
atravésdalojaonline.
Findaassimaapresentaçãodetodososdadosrecolhidos.Nopróximocapítulo
éfeitaumaanálisedosdadoscombasenarevisãobibliográficaapresentada.
PedroMiguelSousadeAlmeida
63
4. AnáliseediscussãoderesultadosNestecapitulo,osdadosrecolhidoseapresentadosanteriormenteserão,numa
primeirafase,analisadosexaustivamentecomrecursoaumbalanceamentoentreestes
eosmodelosde formaçãodeexperiênciasde consumoapresentadosna revisãode
literatura. Na análise são incluídas ilustrações de pequenos trechos retirados das
entrevistasdeformaaaprofundaracompreensãodoleitor.
Numasegundafasedocapituloiniciar-se-áumadiscussãoemrelaçãoaosdados
recolhidostentando-seassimencontrarasrespostasaosobjetivospropostos.
4.1. Aexperiênciadeconsumo
Aexperiênciadeconsumoéumconceitobasilardestadissertaçãoeassimsendo
foipedidoaosparticipantesdofocusgroupqueexplicassemasuanoçãoemrelaçãoao
tema.Oobjetivofoisondarosparticipantesemrelaçãoaotópicoepercebercomque
tipo de variáveis tinham mais contacto e interação e quais passavam mais
despercebidas.
Alguns dos entrevistados começaram por apresentar uma ideia geral do
conceito tentando enumerar os vários momentos a que são sujeitos durante uma
experiênciadeconsumo.
Algunsdosparticipantesapresentaramumavisãomaisrestringidaaomomento
dacompradoprodutoouserviço,enquantoqueoutrosapresentaramumavisãomais
holística.Nodecorrerda conversa, foinotórioquealgunselementosdosgruposde
discussãotinhammaiorfamiliaridadecomoconceito,noentanto,aquelesquemenos
proximidade tinham optaram, instintivamente, por enumerar variáveis que
“Étodooatoqueenvolveacompra,desdequeentronaloja,(...),atéaomomentodopós-venda.”–FG2“Paramimoconsumoéumaexperiênciaquepassaporváriasfases,desdeomomentoemqueeusintoumanecessidadeatéaomomentoemqueeuconsumoefetivamente.(...)Oprocessodeconsumo(...)é,porsisó,sujeitoaváriasinfluências.”-FG2
PedroMiguelSousadeAlmeida
64
consideravam relevantes durante a suas próprias experiências de consumo. Parte
destasvariáveisestãopresentesnomodelodeformaçãodeexperiênciasdeconsumo
proposto por Verhoef et al. (2009). Nos pontos seguintes, estas variáveis serão
esmiuçadasdeformaaperceberasuarelevânciaepesonasexperiênciasdeconsumo
dosparticipantes.Aprimeiravariávelaseranalisadaéoambientesocial.
4.1.1. Oambientesocial
Oambientesocial incluiosgruposdereferênciaetribosaqueoconsumidor
pertenceoutemcontactoeestemostrouserumavariávelinfluentenasexperiências
deconsumodosparticipantes.
Esteexemplo ilustra,de formaexplícita,opapeldosgruposdereferênciana
vidadoconsumidor.Nestecaso,oparticipantereconheceuqueoseucomportamento
de compra é moldado pelo comportamento da sua mãe. Em relação à influência
provocada pelas tribos não foi recolhida nenhuma posiçãomas, embora estes dois
grupos de referência desempenhem um papel fundamental, Verhoef et al. (2009),
aprofundouaquestãoedestacouainfluênciadeoutrosindivíduospresentesemloja
na experiência de consumo. Surpreendentemente, os elementos destacaram
maioritariamente este fator em relação ao anterior. Estes mostraram-se
desconfortáveis com a presença de muitos indivíduos nas lojas evidenciando
alteraçõesnoseucomportamentodeconsumo,nomeadamenteumamenordisposição
detempoparapermaneceremloja.Osparticipantesdiscutiramtambémsobreotipo
declientesdedeterminadaloja,sendoqueapresentaramalgunsestereótiposcomos
quaisseidentificavammaisoumenos.
“Omeucomportamentodecompraéoreflexododaminhamãe”–FG2
“Não gosto quando as lojas estão cheias, detesto confusões, fujo sempre!” – FG2 “Normalmente, o tipo de clientes que visitam determinada loja partilha traços semelhantes.” - FG2 “Não gosto dos saldos por causa do numero de pessoas presentes em loja.” - FG1
PedroMiguelSousadeAlmeida
65
Assim, é possível confirmar que a experiência de consumo de um individuo
numalojaéafetadapelapresençadeoutrosconsumidores,talcomoafirmaVerhoefet
al.(2009).Noentanto,nãoépossívelconfirmaraexistênciaclaradeinfluêncianoque
tocaàsinteraçõesentreosmesmoscomosugereMartin(1996).Asinteraçõesentreos
consumidoresapenasmostraramserinfluentesnaexperiênciadeconsumoonline.
Nopróximoquadro,épossívelperceberqueasinteraçõesentreconsumidores
ganhampesonocanalonlinee,maisconcretamente,épossívelnotarqueaconfiançae
oriscopercebidonacompraonlinesãodrasticamenteafetadaspelasinteraçõesentre
consumidores.
Nos exemplos acima ilustrados é possível perceber que as opiniões de
consumidorestotalmentedesconhecidosinfluenciamacompradeprodutoseserviços.
Assim a interação entre consumidores parece ser uma variável importante,
principalmente no canal online. Este assunto será discutido mais à frente quando
abordadaaexperiênciadeconsumonestetipodecanal.
4.1.2. Interfacedoserviço
No interface do serviço são incluídas variáveis como o atendimento, a
tecnologia, a cocriaçãoe a customização.Relativamente a este, ambosos grupos se
focaram maioritariamente no atendimento. Os grupos mostraram dar grande
importância ao tipo de funcionários e ao tipo de atendimento a que eram sujeitos.
Notou-se, de forma generalizada, um descontentamento e desconforto perante
funcionáriosintrusivosecomdiscursosdevendas.Aindaassim,aimportânciadadana
discussão aos funcionários foi elevada sendo que alguns dos participantes os
consideraramcomoumavariávelfundamentaldassuasexperiênciasdeconsumo.
“Preciso da validação de outros consumidores para ficar descansado” - FG1 “(...) vejo sempre as reviews dos produtos, (...) não encomendei por causa das opiniões de clientes que li.” - FG2
PedroMiguelSousadeAlmeida
66
Adiscussãoemrelaçãoaosfuncionáriosfoimaisextensanosegundogrupode
discussãosendoqueocernedaquestãosefocouemperceberemquesituaçõesum
funcionárioeraconsideradointrusivoedequeformadeveriainteragircomosclientes.
Nofinal,amaioriadasopiniões(6dos7membros)convergiramnaideiadeque
osconsumidorespreferiamqueocontactoentreoclientee funcionáriopartissedo
cliente.Atecnologiamostrouserumavariávelinfluentenasexperiênciasdeconsumo
deambososcanaise,comotal,seráanalisadadeformaindividualnofimdocapítulo.
Acocriaçãooucustomizaçãonãofoimencionadapornenhumdospartícipes.
4.1.3. Aatmosferadeloja
Aatmosferadelojaestáamplamenterelacionadacomoambientedaloja.Esse
ambiente pode ser alterado conforme os estímulos que se pretende imputar aos
clientes.Nadiscussãofoipossívelobservarqueosparticipantestêmplenanoçãoda
existência e manipulação de estímulos e a maioria admitiu valorizar os estímulos
sensoriaissendoquealgunsmencionaramatésobreassuaspreferências.
Tambémdoumuitaimportânciaaosfuncionários.Nãogostodaquelesfuncionárioschatoseintrusivos.”-FG2“Valorizomuitoocontactopessoalemboranãogostedeserincomodadoporaqueleslojistasquemetentamvendercoisaàforça,prefirochama-losseprecisardeajuda.”–FG1“Gostodefalarcomofuncionárioparaelemeajudare,consequentemente,adecisãosermaisrápida”-FG2
“SoulojistadaDisneyequandofaçofrentedelojatenhodecumprimentartodososclientesquenosvisitam(...)éumaquestãodeboaeducação”-FG2“Eunãogostodisso,achoqueosimplesfactodeteralguémacumprimentar-mequandoentrojámecausaumacertapressão.”-FG2“Concordo,eugostoevalorizoocontactocomosfuncionáriosquandoelepartedemimenãoocontrário.”-FG2
PedroMiguelSousadeAlmeida
67
Assim,épossívelcomprovarquenãosóosconsumidoressãoinfluenciadospor
este tipo de estímulos, como ainda têm a perfeita noção disso. A última premissa
ilustrada no quadro é um exemplo claro domodelo de interpretação de estímulos
propostoporSolomonetal.(2012).
Amanipulaçãodoscincosentidosdoserhumanoéutilizadapelasempresas
desde sempre e continua a surtir efeitos consideráveis. Esta pode ser uma
oportunidade e um problema para as empresas pois embora estas tenham ao seu
disporestesestímulosparamelhorarecarimbaraexperiênciadeconsumonamente
do consumidor, omesmo estimulo é sujeito a interpretações distintas consoante o
sujeito sendo que, esta pode ser uma variável bastante difícil de controlar pelas
empresas.
4.1.4. Osprodutos
DeacordocomVerhoefetal.(2009),osprodutostambémdesempenhamum
papel determinante durante as experiências de consumo, mais concretamente a
variedade,singularidadeequalidadedosmesmos.
Osprodutos foram temade conversa em três circunstânciasdistintas.Numa
primeira fase a disposição e variedade de produtos apresentada foi uma variável
bastantevincadapelosgrupos.Ocernedadiscussãotevecomopilaradistinçãoentre
adisposiçãoevariedadedeprodutosnaslojasfísicasenaslojasonline.
“Étodooatoqueenvolveacompra,(...),ocheiro,asimagens,apartevisual,(...).”–FG2“Compreendetodaaenvolvênciaquealojamepermite,ouseja,aluz,ocheiro,amúsica,asluzes(...)–FG2“Emrelaçãoàcomidagostodecheirareserinfluenciadopeloaspetovisualdoalimento.”-FG1“Eudetestoquandoaslojastêmtemperaturasemúsicasmuitoaltas,saiologo(...)-FG1
PedroMiguelSousadeAlmeida
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Neste caso, chegou-se à conclusão que os participantes valorizamo facto de
teremvariedadedeprodutosnalojafísica.Paraalémdisso,foinotóriaapreferência
porescolheroprodutonumalojafísicapelosimplesmotivodequenositetêmdede
fazerumaanaliseprodutoaproduto.
A segunda parte da discussão centrou-se no facto de todos os participantes
valorizaremofactodeveroprodutoàsuafrente.
Por último, a singularidade e qualidade dos produtos foi uma variável
consideradaduranteaentrevista.Estavariávelfoiapresentadacomoumatenuadorde
umalacunadaexperiênciadeconsumonocanalonline,maisconcretamente,otempo
deentrega.
Assim, é possível confirmar que a qualidade e singularidade do produto
desempenhaumpapeltãoimportantenaexperiênciadeconsumoquepermiteatenuar
algunsaspetosmenosbonsdaexperiência,nestecasootempodeentregaassociadoa
umalojaonline.
“Emrelaçãoàmaiorpartedosprodutos(...)gostodeexperimentar”-FG1“Quandosetrataderoupastenhodeiràlojaexperimentar”-FG2“(...)souumapessoaquepreferecomprarnalojafísicapoispossoveroproduto,tocarnoprodutoeexperimentar.”-FG2
“Naslojasonlinetenhoumavariedademaiordoquenumalojafísica,(...),prefiroverosprodutostodosàminhafrentenalojafísica,sãomaisfáceisdeverecompararporquenaslojasonlinetenhodeverumaum”–FG1“Naslojasonline,muitasvezesencontroprodutosquenãoencontroemloja.”-FG2
“Oprodutotemtantomisticismo,tantamagiaeétãocustomizadoqueninguémseimportadeesperarquatrosemanasparaoreceber(...)transformamosalgonegativoemalgopositivo.”-E1
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4.1.5. Opreço
Opreço,segundoomodelodeVerhoefetal.(2009),influênciaasexperiências
deconsumoatravésdaspromoçõeseprogramasde fidelização.Esteúltimonão foi
abordado no desenrolar deste ponto em concreto, ainda assim esta variável foi
mencionada algumas vezes em duas circunstâncias distintas. Em primeiro lugar,
quandorelacionadacompromoções,maispropriamenteaspromoçõesnaslojasonline
e,emsegundolugar,quandorelacionadacomotipodeexperiênciaemfunçãodopreço
doprodutoouserviço.
Na ilustração acima presente, é possível verificar que os intervenientes
apontaramparaumadistinçãodeexperiênciasdeconsumoemfunçãodopreço/marca
em questão. Os participantes consideraram que lojas de marcas mais caras estão
relacionadascomexperiênciasdeconsumomaiscomplexasepersonalizadas.
Numasegundafase,apesardegrandepartedosparticipantespreferircomprar
em lojas físicas, alguns mostraram preferir as lojas online quando estas incluem
promoçõesrelevantesparaassuasnecessidades.
O preço de um produto parece conseguir influenciar o indivíduo quanto à
escolhadocanal,assimépossívelconfirmarquealgunsindivíduosestãodispostosa
compraremcanaisdedistribuiçãoalternativosquandoencontrampreçosmaisbaixos.
A compra num canal alternativo (Exemplo: Loja online) pode influenciar a compra
noutrocanal(Exemplo:Loja física)(Konus,Verhoef&Neslin,2008).Esta ideiaserá
abordadanopontoseguinte.
“Oquemaisvalorizonaslojasonlinesãoaspromoçõesqueencontro.”-FG1“Normalmente,sócomproonlineseencontrarvantagenseessasestãonormalmenterelacionadascompromoçõesoupreçosmaisbaixos.”-FG2
“Gostodeterumatendimentopersonalizado,masnãoopossoternumaZara(...)”-FG2“(...)étotalmentediferenteentrarnumalojadaZaraedaMango.”-FG2
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4.1.6. Experiênciasdeconsumoemcanaisalternativos
As experiências em canais alternativos foi um dos assuntos de destaque em
ambas as discussões. Quando questionados sobre a sua ideia de experiência de
consumo, váriosparticipantesdeambosos grupos começarampor fazeroparalelo
entreocanalonlineeoffline.
É claro que os participantes valorizam a existência de canais alternativos e,
comosepodevernostrechosilustrados,osconsumidoresutilizamocanalonlinecomo
um complemento. Assim é possível perceber que um dos canais é extremamente
valorizadoparaarecolhadeinformaçãoenquantoooutroparaaaquisiçãodoproduto
(ResearchOnline,PurchaseOffline).
Paraalémdissoalgunsdosparticipantesmenosrecetivosemaisdesconfiados
em relação à compra online assumiram realizar compras em canais alternativos
quando aconselhados na loja da marca ou quando se deparem com promoções
relevantescomoseviunopontoanterior.
Nesteexemplo,épossívelperceberqueosucessodeumacomprafeitano
canalprincipalconduziuàexperimentaçãodacompranumcanalalternativo.Ocanal
principaleliminouclaramenteoriscopercebidoeaumentouaconfiançadoindividuo
reticenteemrelaçãoàcompraonlineeconverteu-onumutilizadorcorrentedoseu
canalalternativo.Estaconversãofoifeitaconscientementepelafuncionáriadeloja,
massubconscientementepelopoderdamarca,eesteseráanalisadonoponto
seguinte.
“Normalmente, onde perco mais tempo é na pesquisa online, o resto é rápido.” - FG1 “Eu gosto de pesquisar online antes de ir à loja” - FG1 “O mais normal é pesquisar online e depois ir à loja” - FG1 “A primeira coisa que faço é pesquisar online e só depois vou à loja.” - FG2
“Eunãogostodefazercomprasonline,masjáfizumaveznaaplicaçãodaZaraporqueafuncionáriameaconselhouenãotiveproblemas.Atéjáfizmaiscompras”–FG1
PedroMiguelSousadeAlmeida
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4.1.7. Amarca
Emrelaçãoà influênciadamarcanaexperiênciadeconsumofoievidenciado
que o tipo de marca cria expectativas quanto ao tipo e forma de experiência de
consumo. Os participantes afirmaram que embora valorizem as experiências de
consumo têm noção que as lojas de produtos de massas oferecem experiências
distintasdasmarcasdenicho.
Noexemploéclaraapré-formulaçãodeespectativasemrelaçãoàexperiência
de consumoem funçãodamarca.Paraalémdasdistinçõesentremarcasépossível
observarqueopoderdamarcapode influenciaralgumas lacunasdaexperiênciade
consumo.Nocasodaslojasonline,otempodeentregaéumdosproblemascomoqual
oconsumidorsedepara.
Épossívelperceberque,consoanteamarca,aimportânciadadaacadaumadas
variáveissepodealterar,ouseja,umavariávelqueéimportantenamarcaXpodenão
serimportantenamarcaY.Paraalémdisso,oquenãoéaceitávelnamarcaXpodeser
aceitávelnamarcaY.Duranteaentrevistafoiclaroqueestaatenuaçãodevariáveisé
feitaconsoanteamarca.
“Gostodeterumatendimentopersonalizado,masnãoopossoternumaZara(...)”-FG2“(...)étotalmentediferenteentrarnumalojadaZaraedaMassimuDutti.”-FG2
“(...)asclientesJosefinasnãoseimportamdeesperar.Oprodutotemtantomisticismo,tantamagiaeétãocustomizadoqueninguémseimportadeesperarquatrosemanasparaoreceber(...)transformamosalgonegativoemalgopositivo.”-E1
“Nãosãosósapatos,nãoésóumprodutobom,émaisqualquercoisa.Épertenceraumaideologia,épertenceraumgrupodemulheresqueacreditamnamesmacoisa.”–E1
PedroMiguelSousadeAlmeida
72
Assim,aestratégiadaempresaéterumamarcatãoforteeumprodutotãobom
que todas as outras variáveis perdem significância quando comparadas a estas,
atenuandoassimalgumaslacunascomasquaisaempresasedepara.
Anteriormente foram também identificadas alterações de comportamento
derivadas de experiências anteriores, assim sendo esta variável será analisada no
pontoseguinte.
4.1.8. Experiênciasanteriores
Asexperiênciasdeconsumoatualsãoafetadaspelasexperiênciasdeconsumo
anteriores(Verhoefetal.,2009).Duranteaconversafoinotórioqueestasexperiências
passadasmoldamaopiniãodosindivíduos.
Os exemplos ilustrados anteriormente são exemplos claros de experiências
anteriores menos bem-sucedidas que moldaram comportamentos futuros. Nos
exemplos ilustrados é possível constatar que as experiências com a desarrumação,
confusãoe funcionários intrometidos fez comqueosparticipantesnãovoltassema
frequentarosespaços.
Em relação ao canal online vários participantes confirmaram que as
experiênciasanterioresaumentamaconfiançaemrelaçãoàcompra.
“(...)porexemplonaPrimarkestásempreumaconfusãoedesarrumado.”-FG2“NaLevisosfuncionáriossãohorríveis,agorajánementrolá.”-FG2
“Seeujátiverfeitoumacompranessalojatenhomaisgarantiasemaisconfiança,assimessaquestãojánemseequaciona.”–FG1“CompreinaaplicaçãodaZaraefiqueimuitosatisfeita,apartirdessemomentovolteiacomprarmaiscoisasquenãoencontravanaslojas.”–FG2
PedroMiguelSousadeAlmeida
73
Em ambas as premissas estão presentes confirmações claras de que as
experiênciasanterioresaumentamaconfiançadosindivíduosequeestasfuncionam
comopadrõesde comportamentosque lhespermitemestabelecer expectativasque
forampreviamentecumpridas(Suh&Han,2003).Éaindanotórioofactodequeuma
experiência bem-sucedida pode resultar, em ultima instancia, em futuras compras
comosugereomodelodeformaçãodeexperiênciasdeconsumoonlinedeRoseetal.
(2011).
Assim,emrelaçãoaomodelodeVerhoefetal.(2009),épossívelidentificarque
todasasvariáveis, emboracompesosemedidasdistintas,desempenhamumpapel
influenciadornasexperiênciasdeconsumo.Emrelaçãoaosmoderadoressituacionais
e intrínsecos ao consumidor não foram encontradas referências relevantes. No
próximo ponto serão apresentadas as expectativas dos consumidores em relação à
evoluçãofuturadestasexperiências.
4.1.9. Expectativasdoconsumidoremrelaçãoaofuturodasexperiênciasde
consumoemlojafísica.
No decorrer da discussão foi proposto aos participantes que idealizassem e
especulassemsobreofuturodasexperiênciasdeconsumoemlojasfísicasdemodoa
quesepercebessequaisassuasexpectativasemrelaçãoaospróximosanos.
“Achoqueaslojasfuncionarãomaiscomoshowrooms,ouseja,aslojasfuncionarãomaiscomomontraseascomprasserãofeitasdeoutramaneira.”–FG2“Euconcordo.Achoqueaslojasfísicasserãomaisonlineeoconsumotalcomooconhecemosvãodeixardeexistir.”-FG2“(...)otempoemlojavaisermuitomenor.“-FG1“Achoqueosfuncionáriosfuncionarãomaiscomoempregadosdearmazémeainteraçãoserámuitomenor”–FG1“Opagamentovaisermuitomaissimpleserápido.”–FG1“Achoqueparalelamenteaestassimplificaçõesdeprocessosavalorizaçãodasexperiênciasdeconsumovãocontinuaraaumentar.”–FG1
PedroMiguelSousadeAlmeida
74
Mais uma vez, o tempo foi uma variável bastante mencionada sendo que a
diminuiçãodo tempodepagamento foiavariávelmaisapontada.Os intervenientes
esperamqueduranteospróximosanos severifica a extinção completadas filasde
pagamentopois,segundoosmesmos,esteéumdosproblemasdemaiordimensãocom
oqualsedeparameondetêmnotadomaisalterações.Adiminuiçãodotempoemloja
surgedeseguidadevendo-setambém,emcertaparte,àsubcategoriaanterior.
Oaumentodemodelosderetalhocomooshowroomingeaconvergênciade
canais são apontados como soluções dessa diminuição do tempo em loja. Os
participantesconsideraramqueaslojasserão,cadavezmais,lojasdeexposição.Ainda
devidoaesteaumento,osintervenientesconsideramqueocontactocomfuncionários
serácadavezmenorpoisjánãoserãonecessários.
Findaassimaanáliseàopiniãodosconsumidoresemrelaçãoàsexperiênciasde
consumoemlojasfísicas.Édesublinharofactodequeduranteaanáliseàsvariáveis
propostas no modelo foram encontradas variáveis com pesos distintos sendo que,
algumasdelasforamatéidentificadascomovariáveisinfluentesnocanalonline.
Assim, nos próximos pontos é feita uma análise dos dados recolhidos
semelhante,mas,nestecaso,emrelaçãoàsexperiênciasdeconsumonocanalonline.
4.2. Experiênciadeconsumoonline
Emrelaçãoàexperiênciadeconsumoonlineadiscussãonãoabrangeutodasas
variáveis propostas pelo modelo de formação de experiências de consumo online
proposto por Rose et al.(2011). Os participantes do focus group focaram-se
essencialmentenaconfiança,controloeriscopercebido.
4.2.1.Confiança,controlopercebidoeriscopercebido
Duranteasdiscussõesfoiunanimeemambososgruposqueaconfiançanuma
loja online ou numa marca é um fator fundamental para o consumidor efetuar a
compra. A confiança dos consumidores está relacionada com o controlo e risco
percebidospeloconsumidornomomentodacompra.
PedroMiguelSousadeAlmeida
75
Nestepontodediscussão,ficouclaroqueaconfiançaéumpré-requisitopara
estabelecerrelaçõesdetrocatalcomoafirmouPruit(2013).Paraalémdisso,destaca-
se o facto dos participantes associaram a confiança às condições de devolução,
facilidadedetroca,métodosdepagamentoepoderdamarca.
Nestes exemplos, é possível perceber que variáveis como métodos de
pagamentoconsideradosseguros, facilidadedetrocaoudevoluçãoeatéopoderda
marcadiminuemoriscopercebidoeaumentamasensaçãodecontrolodosindivíduos
aumentandoasuaconfiançaduranteosmomentosdeconsumo.
Estasvariáveismostraramserfundamentaisparaqueoselementosdeambos
os grupos realizassem compras online. Além do mais, foi notório que o grupo de
participantesnãosemostrouconfortávelemrelaçãoàcedênciadedados.
“Nascomprasonlineachoqueaconfiançaéfundamental(...)”–FG1“Achoque,nestemomento,oqueprecisoparaaumentarasminhascomprasonlineéumainjeçãodeconfiança.”–FG1“O consumidor é cada vez mais desconfiado, (...) acho que as empresas têmarranjadoótimasmaneirasdeaumentarasuaconfiança.“-FG2“Euconcordonoquedizrespeitoàconfiançanamarca,tambémavalorizomuito.”–FG2
"Valorizomuitoofactodepodertrocarcomfacilidadeomeuprodutooudevolve-losemperdernada."–FG2“Fiz uma compra de uma botas e a empresa enviou-me uma referência depagamento,considereiqueessemétodofacilitouaminhacomprapoissenti-memaisseguraeatépodereivoltaracomprar.”-FG1“Façomuitascomprasonline,mascompromarcasqueconheço.”–FG2
PedroMiguelSousadeAlmeida
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O controlo percebido pelo consumidor está relacionado com a segurança da
transação e, tal como afirmam Suh e Han (2003), estes implicam as políticas de
proteçãodedadosemétodosdepagamentoseguros.
Assim,épossívelconfirmarqueaconfidencialidade,proteçãodeprivacidadee
osmétodosdepagamentosãoexemplosdedemétodosquesuportamelevadosníveis
deconfiançaecontrolo,talcomoafirmaramSuheHan(2003).
Outra variável identificada foi a variação do risco percebido em função da
categoriadeprodutoouserviço.
“Não gosto de ceder certo tipo de dados e, por essamesma razão, já desisti dealgumascompras."–FG1“Sefosseumamarcaquenãotenhohabitocomprar(...)nãodaria,principalmenteosmeusdadosbancários.”–FG2“Eu,apesardefazermuitascomprasonline,nãogostodecederosmeusdados.”–FG1
“Étudoumaquestãodegarantiraoclienteasegurançadacompra.”–FG1“Eu,porexemplo,gostomuitodestenovosistemadembway,éótimoparaessetipodepagamento.”–FG1“Eunãogostodetecnologias,masusoombwayporquefacilitaopagamentodascomprasquefaço.”–FG2
“Nomeucaso,edegrandepartedosconsumidoresquemesãopróximos,associoacompraonlinemaiscomacompradeserviçoscomoviagensdeavião,hotéis,marcaçãodejantares.”–FG1“Concordo,tambémusomaisaoonlineparacomprarvoosemarcarhotéis.”–FG1“Eufaçomuitascomprasonline,masbensalimentaresdesloco-mesempreàlojafísica”–FG1“Sim,tambémnãoconsigocomprarprodutosalimentaresporcausadasdatasdevalidadeedosprodutosfrescosquegostodesereuaescolher”–FG2
PedroMiguelSousadeAlmeida
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SegundoEggert(2006),estavariaçãoocorreentreprodutoseserviçossendo
queosconsumidoressentemmaisrisconacompradeserviçosdevidoàintangibilidade
dosmesmos.
Deacordocomosdadosrecolhidos,épossívelconfirmarquerealmenteexiste
um risco percebido que varia consoante o tipo de produto ou serviço, mas não é
possível confirmar que existe umadiferença entre o risco percebido na compra de
produtos e a compra de serviços, alias nas primeiras premissas pode-se observar
exatamenteocontrário.
Asinteraçõesentreosconsumidorestambémtiverampesoduranteadiscussão,
sendo que parte dos consumidores atribuiu relevância às opiniões de outros
consumidoresnassuasdecisõesdecompra.
Asreviewseopiniõesdeoutrosconsumidoresdiminuemoriscodecomprapois
oconsumidorconsideraquedispõesdeopiniõesimparciaisqueaumentamocontrolo
dacompraeatornarammaissegura.
4.2.2.Processamentodeinformação,facilidadepercebidaeutilidadepercebida.
O processamento de informação, segundo Zeng e Reinartz (2003), está
relacionadocomoprocessamentoeavaliaçãodainformação.
"Achoqueasreviewstornamaminhacompramaistranquila."–FG2"Precisodavalidaçãodosoutrosparafazeraminhacompradescansada."–FG1“Hojeemdia,oqueasbloggersdizemélei.”–FG2
“Nemsempreoquevemosonlinecorrespondeàrealidade”-FG2“Nãoacreditoétudooquediznumsite,precisodeveroproduto”–FG2“Hojeemdia,oqueasbloggersdizemélei.”–FG2“É complicado porque não sabes se as características que lês condizem com arealidade.”–FG1
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Alguns dos entrevistados mencionaram a relevância e confiabilidade das
informações que encontram online sendo que alguns se mostraram desconfiados.
Assimconfirma-sequedefactoqueaavaliaçãodainformaçãoérelevantenosdiversos
momentosdeconsumo.Destaca-seaindaofactodeserpercetívelduranteadiscussão
aimportânciadadapelosparticipantesàrecolha,análiseeavaliaçãodeinformação.
Durantetodaadiscussãofoinotóriaarelevânciaatribuídapelosindivíduosà
recolhaeavaliaçãodainformaçãosendoque,nasuamaioria,optampelarecolhade
informaçãonestecanal.
A facilidade e utilidade percebida são variáveis que, segundo Geffen(2003),
influenciamacompraonline.Estasvariáveisnãoforamtãonotóriasdurantesosfocus
groupsmasforamidentificadasduranteaentrevista.
Durante a entrevista foi possível perceber que a empresa considera que a
facilidadedenavegaçãoaumentaasconversões,ouseja, asvendas.Aqualidadeea
relevância da informação foi outro dos pontos apontados seguindo-se o tempo de
respostadosite.DeacordocomomodelodeRoseetal.(2011)umaexperiênciade
consumoonlinepositivaresultanasatisfaçãodoconsumidoreconsequentementena
intençãoderecompra.
“Apesquiseonlineéondepercomaistempo”-FG1“Aprimeiraaçãoquefaçoépesquisaronline”-FG2
“OsitemaisdoquefeitoparaaclientedaJosefinas,éfeitoparaumutilizador(...)temdeserrelevante,temosdeeliminarruídos(...)”-E1“Temdeterimagensbonitasedequalidade(...)”–E1“Hojeemdia,umsitedemoramaise3segundosaabriretudesistesdavisita.”–E1
PedroMiguelSousadeAlmeida
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Emambososgrupossenotouqueasexperiênciasdeconsumoonlinepositivas
resultaramnuma intençãode recompra,ou seja,quandoo indivíduo fica satisfeito
comaexperiênciadeconsumoacompraseguintenãosóéfeitacommaisfacilidade,
comoaindaficasubjacentenosubconscientedoconsumidor.
4.2.3. Expectativasdoconsumidoremrelaçãoaofuturodasexperiênciasde
consumoemlojaonline.
Àsemelhançadoquefoifeitoemrelaçãoàsexperiênciasdeconsumonaslojas
físicas foi pedido aos intervenientes, tendo em conta as suas preferências, que
especulassemsobreasalteraçõesfeitasemrelaçãoàsexperiênciasdeconsumoneste
canal.
Prontamente os consumidores apontaram algumas melhorias naquelas que
consideraram ser as maiores lacunas neste tipo de experiência. Os participantes
esperamqueos temposdeentregasejamcadavezmaisreduzidoseapontaramaté
algunsexemplosqueconfirmamessecaminho.Alémdisso,esperamquedealguma
“Fiz uma compra de uma botas e a empresa enviou-me uma referência depagamento,considereiqueessemétodofacilitouaminhacomprapoissenti-memaisseguraeatépodereivoltaracomprar.”-FG1“CompreinaaplicaçãodaZaraefiqueimuitosatisfeita,apartirdessemomentovolteiacomprarmaiscoisasquenãoencontravanaslojas.”–FG2“Quandofizacompraonlinenocontinentealgunsprodutosvieramcomavalidademuitocurta,se fosseeuaescolhertinhaescolhidoprodutoscomvalidademaisextensa(...)nãovolteiacomprar.”-FG2
“Achoqueostemposdeentregavãodiminuirimenso.”–FG1“Achoquearealidadeaumentadamevaipermitirtermaisnoçãodosprodutos.”–FG1“Achoqueopagamentovaiseraindamaissimples”–FG1“Acho que o conteúdo gerado pelos consumidores vai ser maior e maisimportante.”–FG2
PedroMiguelSousadeAlmeida
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maneirapossamterumamelhorperceçãodarealidadedosprodutossendoquenão
sabemse tal passarápela realidadevirtual. Para alémdisso, foramapontadasduas
melhoriasqueestãorelacionadascomoaumentodaconfiança,estesesperamqueas
novasformasdepagamentosejammaissimples,rápidasesegurasequeosconteúdos
gerados pelo consumidor sejam cada vez mais disponibilizados pelas próprias
empresas.Paraalémdasexperiênciasdeconsumoforamfeitasalgumasquestõesem
relação ao comportamento dos participantes enquanto consumidores e estas serão
analisadasdeseguida.
4.3. Ocomportamentodoconsumidor
Demodoaverificaralteraçõesnopadrãodecomportamentodoconsumidorfoi
introduzido o temana discussão. Ambos os grupos foramdesafiados a realizar um
exercícioondelheerapedidoquerecuassemnotempo10anosetentassemidentificar
diferenças no seu comportamento de consumo. Os resultados foram bastante
interessantesecomdiferentesdireções.
Uma das alterações mais notórias em ambos os grupos diz respeito a uma
variável pouco estudada e que parece estar a moldar novos comportamentos de
consumo. O tempo que os indivíduos estão dispostos a despender durante uma
experiência de consumo foi a variável mais enumerada. Esta variável afeta
consideravelmente a disposição do consumidor despender mais ou menos tempo
numaexperiênciadeconsumo.
De forma praticamente unânime os grupos consideraram que o tempo dos
consumidoreseramaisescassoe,consideraramaindaqueaprocuraporsoluçõesmais
comodaserápidastemvindoaaumentar.Estaalteraçãodecomportamentopoderá
justificar, em certa parte, a necessidade da convergência de canais de distribuição
tornandoassimasexperiênciasdeconsumomaissimpleserápidas.
“Achoqueagrandediferençaéarapidezdasexperiênciasdeconsumo”-FG2“(...)tudoémaissimples,rápidoefácil.”-FG1
PedroMiguelSousadeAlmeida
81
Em segundo lugar, surge o momento da pré-compra. Vários participantes
consideraramqueestemomentotemvindoareceberumavalorizaçãoacrescidapor
parte do consumidor sendo que alguns até a consideraram o momento mais
importantedassuasexperiênciasdeconsumo.
Assim,édesalientarofactodosparticipantesnãosóconsideraremqueapré-
compraestaa terum incrementode importânciacomoaindaaassociarammuitoà
pesquisa online. Por último, foram mencionadas também algumas alterações em
relaçãoaotipodelojas.Osparticipantesdosegundogrupoexplicaramqueaprocura
por grandes superfícies comerciais aumentou enquantoque as visitas a lojas locais
diminuíramdrasticamente.
Estasalteraçõesestãodiretamenteligadasàprimeiravariávelabordadaneste
ponto,otempo.Osparticipantesconsideraramqueestamudançaemrelaçãoaotipo
delojassedevetantoaotempoquepoupamaencontrarosbensdequenecessitam,
comoacomodidadequeestassuperfíciesapresentam.Ascomodidadesmaispresentes
foramavariedadedisponíveleafacilidadedeestacionamentonasgrandessuperfícies
comerciais.Maisumavez,estaalteraçãodecomportamentopoderájustificaraopção
de convergir os canais dedistribuiçãopara, de certa forma, valorizar a loja física e
facilitarasuaacessibilidade.
“Achoqueapré-compraéomomentomaisvalorizadopeloconsumidor”-FG1“Acho que a recolha de informação e avaliação de alternativas é muito maiscomplexa.”-FG2“Acho que o ROPO é cada vez mais importante e acho que as empresas jáperceberamissoeestãoadisponibilizarmaisemelhorinformação.”-FG2“Aprimeiraaçãoquefaçoépesquisaronline.”-FG2
“Achoqueagrandediferençasãoostiposdeloja,antigamenteiacomaminhamãevisitavalojaslocaiseiacomprandooqueprecisava.Agoravouaumshoppingecomprolátudo.”-FG2“Sim,euconcordo.Atéencontravacoisasmaisforadonormal,masagoratambémcomprotudonosshoppings.”-FG2
PedroMiguelSousadeAlmeida
82
4.4. Ocomportamentodoconsumidoronline
No que concerne às alterações no comportamento do consumidor foram
obviamente desenvolvidas opiniões em relação ao canal online. Os participantes
consideraram existir uma evolução positiva nas lojas online que foi orientada por
váriosfatores.
Osparticipantesconsideramqueosconsumidoresconsomemmaisonlineeque
ocanalonlineestámaisbanalizadonodia-a-diadosindivíduos.Asrazõesapontadas
para esse aumento foram explicadas com recurso a algumas variáveis
supramencionadas.
Osparticipantesconsideramqueaslojasonlinesãomaissegurasesentemque
o consumidor está mais confiante em relação às mesmas. Estes consideram que a
grandebarreiradocanalonlineestaaserultrapassadaequeoaumentodoconsumo
onlineé resultadodisso.Assim,esteaumento, segundoaopiniãodosparticipantes,
deve-seaoaumentodasegurançadaslojasonlineeconsequentediminuiçãodorisco
percebidoaumentandoassimaconfiançadosconsumidorespararealizaremestetipo
decompras.Estasalteraçõesdevem-se,emcertaparte,àscondiçõesoferecidaspelas
evoluções tecnológicas tornando-se assim fundamental perceber a opinião dos
participantesemrelaçãoaestas.
“Adiferençaéquecompromaisonline.”-FG2“Achoqueacompraonlineémaisbanal.”–FG1
“Notograndediferençasprincipalmenteemrelaçãoàsegurançadaslojasonline.”–FG1“Achoqueoconsumidorconfiamaisnaslojasonline.”-FG1
PedroMiguelSousadeAlmeida
83
4.5. Atecnologia
Quandoquestionadosàcercadopapeldasnovastecnologiasnasexperiências
de consumo quase todos os participantes consideraram que as tecnologias
desempenham um papel positivo. As tecnologias foram abordadas com o intuito
facilitadorefomentadordacompranamedidaemquetornamoconsumomaissimples,
rápidoeacessível.Poroutrolado,algunsparticipantesmostraram-sedesconfortáveis
comaimpessoalidadeinerenteàutilizaçãodestavariável.
Algunsdoselementosconsideraramqueatecnologianãosóajudaefacilitao
consumo,comoaindaofomenta.Ofactodeastecnologiaspotenciaremosespaçose
consequentementeoconsumofoitemadediscussão.
Alémdomais, a tecnologiamostroudesempenharumpapel fundamental no
canalonlinepoisosconsumidoresconsideraramqueousodestecanalestá,decerta
forma,aserimpulsionadopelaevoluçãodatecnologia.
Naopiniãodosintervenientes,aevoluçãotecnológicaestaaprovocaralterações
nocomportamentodosconsumidoreseapotenciarnovosmodelosdeconsumo.
Depois de perceber de forma clara qual a relação dos participantes com as
variáveisinerentesaumaexperiênciadeconsumoedequeformaestavamaevoluiros
seuscomportamentosenquantoconsumidoresfoiintroduzidootemadaconvergência
decanais.
“Acho que as tecnologias estão a facilitar a conversão dos consumidores para o canal online” - FG2 “Acho que as tecnologias estão a fomentar o consumo online.” – FG1
“Euachoquenogeralatecnologiaveioajudarimensoaexperiênciadeconsumomesmoquandoelaéefetivadafisicamente”–FG2“Euachoquehásegmentosemqueasnovastecnologiasajudammesmomuito”–FG1“Hojetenhoacessoamuitosmaisprodutosemmuitosmaislugares."-FG2"Achoqueastecnologiasdesumanizamaexperiênciadeconsumo."–FG1
PedroMiguelSousadeAlmeida
84
4.6. Convergênciadecanais
Em relação à convergência de canais de distribuição os grupos foram
confrontadoscomalgunsexemplosdemarcasquesãoadotantesiniciaisdomodelode
distribuição.EstesexemplosforamreferentesàslojasdaFarfetch(Storeofthefuture)
e da Amazon (Amazon Go). De forma generalizada os participantes valorizaram a
convergência de canais e rapidamente perceberam que tanto poderiam reunir as
vantagensdeambososcanaisdedistribuição,comosuprimiralgumasdesvantagens
decadaumdeles.
Deumaformageneralizada,épossívelafirmarqueamaioriadosparticipantes
valorizaramasexperiênciaspropostaspelasempresas,mascolocaramalgunsentraves
àsuaadesão.Amarcaea frequênciadecompra foramasvariáveismaisapontadas
pelosintervenientesparavalidarapertinênciadaslojas.
Estascondiçõesimpostaspelosparticipantesrelacionam-semaioritariamente
comofactodeteremdeefetuarumregistoepossuirumacontaonlinenapáginada
marca,ofactodenãoestaremdispostosacederdadoseperdertempoparaefetuarem
oregistoparafazeremumacomprapontualfoiclaro.Noentanto,amaiorianãocolocou
entravesquando se supôsqueomodelo era impostonuma lojaquevisitavamcom
frequência.Édeanotaraindaofactodequeaconvergênciadecanaisdedistribuição
foiumadasexpectativasdosparticipantesparaofuturodoretalho.
Findadaaanálisedosresultadosrecolhidossãoapresentadasnopontoseguinte
algumasconclusõesgenéricasemrelaçãoaotema.
"Dependeriadaregularidadedecompra,sefossenaZaraficariacontente,massefosseumamarcaondecomprassepontualmentenãogostava."–FG1"Dependeriadaconfiançaquetenhocomamarca."-FG2
"Achoqueseriamaispraticoepoupar-me-iaalgunsincómodos."–FG2“Sim,eraótimo,ascomprasseriammaissimples.”–FG2“Asfilasdepagamentoiamacabar.”–FG1
PedroMiguelSousadeAlmeida
85
5. Contribuiçõesteóricas
Tendoporbaseosobjectivosformuladosparaestetrabalho,nestecapítulosão
apresentadososresultadosencontradosnodecorrerdestainvestigaçãoeéfeitoum
balanceamento entre os resultados obtidos e o referencial teórico apresentado. O
objetivodestepontoéconfirmaroucontrariarosautoresqueconstituemarevisão
bibliográficaapresentando-seassimascontribuiçõesteóricasencontradasnodecorrer
dainvestigação.
5.1.Objetivosdeinvestigação5.1.1.Identificarospontosmaisvalorizadosnumaexperiênciadeconsumo
numcontextoonlineeoffline.
Deacordocomaanálisequalitativaapresentadanocapítuloanteriorépossível
perceber que, de umamaneira geral, o consumidor considera que as experiências
acontecem quando têm a sensação de que adquiriram conhecimento resultante da
interaçãocomosdiferenteselementoscriadospelaempresa,talcomoafirmamGupta
eVajic(2000).Paraalémdisso,confirmou-seque,talcomodefendemGentile,Spillere
Noci(2007)estasexperiênciassãooriginadasporumconjuntodeinteraçõesentreo
consumidor,umprodutoeaempresaequesãoestritamentepessoaiseenvolvemo
indivíduoanívelracional,emocional,sensorial,físicoeespiritual.Asexperiênciasde
consumo parecem ainda envolver elementos controláveis e não controláveis pela
empresaeabrangemváriosmomentosecanaistalcomodefendeVerhoefetal.(2009).
Ainvestigaçãocomprovouainda,deformaclaraeevidente,ainfluênciadetodas
asvariáveispresentesnomodeloconceptualdeformaçãodeexperiênciasdeconsumo
propostoporVerhoefetal.(2009).
Emrelaçãoaomodeloconceptualdeformaçãodeumaexperiênciadeconsumo
no canal online proposto por Rose et al. (2011), verificou-se a influência clara de
variáveis comoo riscopercebido, confiança, controlo percebido e facilidadedeuso
percebida, mas não foram enumeradas quaisquer relações com variáveis como o
PedroMiguelSousadeAlmeida
86
processamento de informação, utilidade percebida, benefícios percebidos e
capacidades.Noentanto,confirmou-sequequandooconsumidorficasatisfeitocom
este tipo de experiências o resultado é a intenção de recompra, tal como sugere o
modelo.
Em relação à opinião dos consumidores, estes consideraram vários pontos
positivos,sendoque,osmaisrelevantesforamocontactocomoprodutoquetêmnas
lojas físicase, emrelaçãoàs lojasonline, adiversidadedeprodutosdisponíveisea
facilidadeecomodidadedacompra.Poroutrolado,édesalientarque,emrelaçãoà
maiorlacunadasexperiênciasdeconsumoemlojasfísicas,aconfusãoeapresençade
váriosindivíduosnaslojasfoiavariávelmaisrelevantee,emrelaçãoàexperiênciade
consumo em loja online, a falta de contacto com os produtos foi a variável mais
discutida.
Deumaformasurpreendente,épossívelconcluirqueoconsumidorconsidera
queospontos fortesdas lojas físicassãoospontos fracosdas lojasonlinee,queos
pontosfortesdaslojasonlinesãoopontofracodaslojasfísicas.
5.1.2. Compreender o impacto das alterações do comportamento do
consumidor nas experiências de consumo nos canais online e
offline.
TalcomodefendemChurchillePeter(2000)ocomportamentodoconsumidor
englobaospensamentos,sentimentoseaçõesdosconsumidoresmastambémtodasas
influênciasaqueoindivíduoésujeito.Deentretodoolequedeinfluenciasosestímulos
sensoriaisforamosquemaissedestacaramsendoqueénotórioqueoindividuorecebe
einterpretaestímulosequeoprocessodetomadadedecisãodecompraéinfluenciado
pelassuasprópriasinterpretaçõeserespostasaosestímuloscedidospelasempresas,
tal como afirma Solomon et al. (2012). Em relação às atitudes, foi notória a sua
influência na fase de avaliação de alternativas sendo que se confirmou a teoria de
Bearden, Ingram e LaForge (2004) de que estas geram respostas favoráveis ou
desfavoráveisemrelaçãoadeterminadoprodutooumarca.
PedroMiguelSousadeAlmeida
87
Relativamente aos fatores culturais não foram encontrados resultados
conclusivos, no entanto, os fatores sociais mostraram moldar comportamentos de
consumodealguns indivíduose,assimcomoafirmaramBearden, IngrameLaForge
(2004),asfamíliaseasclassessociaismostraramserosmaisimportantes.
Emrelaçãoaocomportamentodoconsumidoronlineforamnotóriasdiferenças
devidasàdistanciaenatureza impessoaldasplataformas,à facilidadede registose
processoseàincertezaimplícitanousodestetipodecanalconfirmando-seateoriade
PavloueChai(2002).Noquetocaàsvariáveisinfluentesoambientedositemostrou
incutirestímulosaoindividuoquesãorecebidoseinterpretadosdamesmaformaque
os estímulos sensoriais e, tal como denfendem Mehrabian e Russell(1974), estes
influenciamaintençãodecompradoindividuopoisnãosólhespermitemconstruir
suposiçõesemrelaçãoàqualidadedosprodutos,mastambéminfluenciamocontrolo,
riscoeconfiançadosindivíduosficandoassimcomprovadasasteoriasdeautorescomo
Zeithaml, Parasuraman e Malhortra (2002). Em relação a estas variáveis pode-se
confirmar que a confiança é fundamental para estabelecer relações de troca neste
canal, comoafirmaBaggozzi (1975)equeníveisde controlopercebidoaltos foram
amplamente relacionados com um nível de confiança superior tal como defende
Koufaris(2002).
AocontráriodoqueafirmamSuheHan(2003),foiclaroqueosconsumidores
online para além de não se sentirem confortáveis a ceder informações bancárias
tambémnãosesentemconfortáveisacederquaisquertiposdeoutrasinformaçõesou
dados.Relativamenteao riscopercebido foramencontrados resultadosdistintosda
informaçãoapresentadanarevisãobibliográficapoisemborasetenhanotadoqueo
risco percebido varia de acordo com o tipo de produto ou serviço, como confirma
Eggert (2006), não foi encontrada uma distinção clara de risco percebido entre
produtos e serviços, sendo que o contrário do que afirma o autor, os focus group
mostraram que no panorama nacional a compra online é mais banal quando
relacionadacomserviçoscomomarcaçãodevoos,hotéis,aluguerdeviaturas,etc.
Esta investigação comprovou que, existem realmente algumas variações
significativasnocomportamentodoconsumidor,massurpreendentementeavariável
PedroMiguelSousadeAlmeida
88
mais notória foi o tempo, uma variável inexistente na revisão de literatura. Mais
concretamente,otempodisponívelparaexperiênciasdeconsumoemlojasfísicasea
maiordisposiçãoparavisitarecomprarnas lojasonline.Avariáveltempofoiaque
mais evidência teve sendoque sepode concluirqueo tempoéumavariávelde tal
maneira influentenasexperiênciasdeconsumoqueestáadiminuiradisposiçãodo
consumidorparaconsumiremlojasfísicase,poroutrolado,aaumentaradisposição
deconsumiremlojasonline.Assim,emborasetenhaverificadoapresençaeinfluência
de todas as variáveis presentes na revisão de literatura, o tempo disponível que o
consumidor tem parece estar a ganhar cada vez mais peso nas experiências de
consumo e principalmente na escolha do canal de distribuição. Por outro lado, os
participantesadmitiramestaraperdercadavezmaistemponomomentodeanálisee
avaliaçãodealternativas.Estesconsideraramqueomomentodapré-compraécada
vezmaiscomplexoeénestemomentoondeestãodispostosaperdermaistempo.
5.1.3. Identificar melhorias nas experiências de consumo potenciadas
pelaconvergênciadoscanaisonlineeoffline.
A convergência dos canais foi um modelo de distribuição valorizado pelos
indivíduos sendoque, tal comoafirma Jogen (2017), os resultadosdos focus group
mostraramqueosindivíduosconsideramqueestemodelopoderácombinaromelhor
de vários canais de distribuição e disponibilizar novosmodelos de experiências de
consumo.EmrelaçãoaosmodelosdeeconomiaquefuncionamcomopilaresdoOnlife
retail não foram recolhidas nenhumas informações devido à ainda embrionária
emergênciadotema.Noentanto,oshowroomingfoiumconceitosuportadopelosfocus
groupconfirmando-seque,comoafirmaBakeretal.(2015),écadavezmaisbanalo
consumidorrecolherinformaçõesonlineduranteumaexperiênciadeconsumoemloja
física. Para além disso, foram sugeridas alterações em relação aos funcionários e
sugeridas implementações de métodos de pagamento mais seguros e rápidos. No
próximopontoestasmelhoriaserãoexploradasdemodoaqueresultememsugestões
paraasempresas.
PedroMiguelSousadeAlmeida
89
5.1.3.1. Sugestões de melhoria nas experiências de consumo
potenciadas pela convergência dos canais online e offline
paraasempresas.
A convergência de canais de distribuição foi um modelo valorizado pelos
consumidores na medida que unifica os pontos fortes de cada um dos canais de
distribuiçãoeliminando,emcertaparte,ospontosfracos.Aaceitaçãoevalorizaçãoda
convergênciadecanaisfoi,emcertaparte,associadaàfamiliaridadeeregularidadede
compranamarca.Omodelodecanaisdedistribuiçãoconvergentenãotemumcanal
principal predefinido, sendo que, a empresa pode apostar mais num ou noutro, o
importante é que se complementem e valorizem a experiência proporcionada ao
consumidor.
Com a aplicação destemesmomodelo de distribuição é possívelmelhorar as
experiênciasdeconsumodosconsumidoresevidenciadopontosfortesdeumcanale
atenuando lacunas de outro, assim sendo, com base na investigação presente, são
apresentadasasseguintesrecomendaçõescomo:
• Diminuiçãodotempoemlojaeconsequentediminuiçãodeaglomerarem-
tosdeconsumidores.
Otempodisponíveldosconsumidoresfoiavariávelquemaisalteraçõessofreu,
osconsumidoresestãomenosdispostosaperdertempocomexperiênciasdeconsumo.
Desta forma, espera-se que as empresas simplifiquem estas experiências e lhes
disponibilizemosmateriaisnecessáriosparaquetenhamexperiênciasomaiscurtase
enriquecedoraspossíveis.Estadiminuiçãodotempoemlojapoderáserfeitadevárias
formaseseguemalgunsexemplosdeseguida.
PedroMiguelSousadeAlmeida
90
• Desenvolvimento e aplicação de métodos de pagamento seguros que
diminuamotempoqueconsumidordespendenaslojasfísicas.
Omomentodepagamentofoiumdosprincipaisproblemasapontadosàslojas
físicas.Osconsumidoresnãosemostraramsatisfeitoscomotempoqueperdemem
filasparaefetuaromesmoeestariamdispostosafazê-loatravésdotelemóveloude
caixas automáticas.Atravésda convergência dos canais dedistribuição as empresas
podemdesenvolvernovosmétodosdepagamentoqueextingamascaixasregistadoras,
ouseja,oconsumidorpoderáterumaexperiênciadeconsumoemlojafísicae,quando
chegar ao momento do pagamento, utilizar outro canal distinto, ou seja, o cliente
poderáporexemplotercontactocomoprodutonocanalfísicoeadquiriroproduto
online.Destaforma,asempresaspoderiamaproveitaraconvergênciadoscanaisde
distribuiçãoparamelhoraraexperiênciadeconsumodoconsumidoreeliminarassim
umdospontosfracosmaisapontadosàlojafísica.
• Desenvolvimento de sinergias entre os canais de distribuição que
facilitemefomentemoacessoàinformaçãoporpartedoconsumidor.
Os participantes constataram que gostam de conhecer aprofundadamente os
produtosqueconsomem,mas,quandoestãoemlojasfísicas,nãodispõedaimensidão
de informação que está presente na internet como especificações, fóruns, reviews,
bloggers,etc.Seráfundamentalparaasempresasdisponibilizaremestainformaçãode
forma simples e o menos maçador possível. Para tal, será fundamenta criar uma
interaçãoentreosprodutoseosgadgetsqueoconsumidortemaoseudisporparaque
estes tenham acesso a informação relevante que lhes facilitem a compra e,
consequentemente,diminuamotempodespendidonaexperiênciadeconsumo.
Através desta estratégia as empresas poderão proporcionar experiências de
consumoquecombinemsimultaneamenteosdoiscanaisdedistribuiçãovalorizandoa
experiênciadeconsumodosconsumidoreseatenuandoalgunspontosfracosdaslojas
físicas.
PedroMiguelSousadeAlmeida
91
• Redefiniropapeldosfuncionáriosdalojafísicaemfunçãodotarget.
Emboranenhumasugestãotenhasidofeitaduranteosfocusgroup,opapeldos
funcionáriosdaslojasfísicasfoiumavariávelimensamentediscutida.Osconsumidores
nãosemostraramsatisfeitoscomasinteraçõesgeradaspelosfuncionáriosdaslojas
físicas. Durante os focus group foi claro que os consumidores preferem recolher a
informação sobre os produtos, serviços e promoções no canal online e preferem
recorreraosfuncionáriosapenasemsituaçõesespecificaseespontâneas.
Assim, as empresas devem apostar na comunicação de novos produtos,
promoçõesecampanhasatravésdocanalonline,deixandoassimqueoconsumidoros
descubra por ele mesmo e evitando assim constrangimentos entre funcionários e
clientes. Segundo omodelo de distribuição abordado nesta dissertação, a empresa
poderáaproveitarasinformaçõesquelheédisponibilizadapelosclientesatravésdo
canalonlineecomunicarcomestesantesouduranteomomentodacompra.Outra
formadeo fazer seráaproveitardeterminados recursosda smart economycomoa
inteligênciaartificialeosrobotsquepoderãoresolvergrandepartedosproblemasdo
consumidorsemlhecausarnenhumembaraço.
• Diversificaçãodeprodutosnalojafísicaatravésdocanalonline.
Uma das lacunas da loja física mais apontada foi a pouca diversidade de
produtos,tamanhosemodelosdisponíveisquandocomparadacomalojaonline.Esta
poderáserfacilmenteeliminadaintegrandoocanalonlinenaexperiênciadeconsumo
offline,ouseja,aempresapoderá fomentaracompradeprodutos incitandona loja
físicaacompradeoutrostamanhosemodelosnalojaonline.Assimoconsumidorterá
ocontactocomoprodutonalojafísicaepoderácompraronlineomesmoproduto,mas
numtamanhooucordistinta.Destaforma,adiversidadedeprodutosdalojaonlinee
o contacto com o produto potenciado pela loja física combinados presentearão o
consumidorcomumaexperiênciamaisenriquecedora,simpleserápida.
PedroMiguelSousadeAlmeida
92
• PotenciaçãodaSmarteconomie
AsmarteconomieépotenciadaporinovaçõestecnológicascomoasInternetof
things,arealidadeaumentada,o3D,osrobôseainteligênciaartificial.Osparticipantes
dos focus group não semostraram assustados com a utilização deste novo tipo de
tecnologias e consideraram que estas terão um papel fundamental no futuro das
experiências de consumo. Ferramentas como estas poderão facilmente atenuar a
principallacunaapontadaàsexperiênciasdeconsumoonline,afaltadecontactocom
o produto. A realidade aumentada, os robôs e a inteligência artificial poderão por
exemplo entregar novas formas de contacto com o produto que surpreendam o
consumidor. Assim as empresas deverão utilizar este tipo de ferramentas para
melhorarexponencialmenteasexperiênciasdeconsumodemodoaqueoconsumidor
tenha,maisumavez,experiênciasmaisenriquecedoras,simpleserápidas.
• Interação entre a loja online e a loja física em questões de trocas e
devoluções
Ascondiçõesdetrocaedevoluçãodeprodutoscompradosnocanalonlinefoium
dostemasmaisrelevantesnadiscussãocomosparticipantesqueefetuavamcompras
online com regularidade. Os consumidores admitiram que condições de troca e
devolução favoráveis são um fator que diminui o risco percebido e aumentam a
confiança na compra, mas, por outro lado, mostraram-se desconfortáveis com a
burocracia adjacente, o processo trabalhoso e extremamente demorado. Assim
recomenda-seacriaçãodesinergiasentreoscanaisdedistribuiçãodemodoaqueos
produtos comprados online possam ser trocados ou devolvidos nas lojas físicas
facilitandoeapressandoassimoprocesso.Estasinergiaentreaslojaséfeitaapenas
por um numero pouco significativo de empresas e os consumidoresmostraram-se
surpreendidoscomainexistênciadestetipodesinergiasdentrodasempresas.
Todas estas sugestões são sustentadas pelo funcionamento de dois oumais
canaisdedistribuiçãoemsimultâneoepermitirãoàsempresasaproveitarferramentas
PedroMiguelSousadeAlmeida
93
deumcanaldedistribuiçãoparamelhoraraexperiênciadeconsumonoutrocanal.As
recomendaçõespropostasvisam,deformageral,ainteraçãoentreoscanaisofflinee
onlineaproveitandoospontosfortesdeumcanalencontradosnestainvestigaçãopara
atenuarousuprimiraslacunasdooutro.Todasassugestõesforamconstruídascom
basenosdadosrecolhidosnodecorrerdainvestigaçãoe,emborafossempassiveisde
formular mais propostas, estas são aquelas que de uma forma mais explícita
representamtodaainvestigação.
Destaforma,findaassimestecapítuloseguindo-sealgumasreflexõesgeraise
conclusivasemrelaçãoaestadissertação.
PedroMiguelSousadeAlmeida
94
6. Reflexõesfinais
Com o presente estudo pretendeu-se analisar os efeitos da convergência de
canaisdedistribuiçãonaexperiênciadeconsumo.Paratal,começou-seporanalisar,
de forma geral, o comportamento do consumidor baseando-se em autores como
Lindonetal.(2004),KotlereKeller(2007)eSolomonetal.(2012).Assim,foipossível
perceberqueo comportamentodo consumidor éumconceito fundamentalpara as
empresasquenãosóestásujeitoaváriasinfluênciassociaiseculturais,mastambémé
influenciadopelaperceção,necessidades,motivaçõeseatitudesdosindivíduos.Ainda
em relação a estes fatores internos e externos ao individuo que moldam o seu
comportamentoéderessalvarofactodequetodasestasvariáveisrepresentampesos
influentes distintos nos indivíduos moldando comportamentos únicos. O
comportamentodoconsumidortambémfoiabordadosegundoumaperspetivaonline
baseadaemautorescomoKoufaris(2002),Mazaheri,RichardeLaroche(2011)ePruit
(2013), onde se descobriu que as variáveis influentes do comportamento dos
indivíduos neste canal se regem não só pelas mesmas variáveis encontradas num
contexto offline, mas também por um conjunto de variáveis como a confiança, o
controlo,oriscopercebidoeoambientedosite.
Nodecorrerdainvestigaçãofoipossívelcomprovarainfluênciadestasvariáveis
sendoquefoinotóriaadistinçãodopesodeumasemrelaçãoaoutras.Paraalémdisso
foram possíveis identificar certas alterações no padrão de comportamento dos
indivíduossendoqueadiminuiçãodotempoquedisponibilizamparaoconsumoéa
principal.Estavariávelmostrounãosómoldarcomportamentosdeconsumodistintos,
mastambéminfluenciaraescolhadocanaldeconsumo.Paraalémdisso,avariável
tempodisponívelmostrouqueasempresasprecisamdeadaptarasexperiênciasde
consumo de modo a que estas se tornem cada vez mais rápidas, simples e
principalmentequeacrescentemvalor.
Numasegundafase,foramexploradasasexperiênciasdeconsumonosmesmos
canaismencionadosanteriormente.Numcontextoonline,foiapresentadoummodelo
deformaçãodeexperiênciasdeconsumosugeridoporVerhoefetal.(2009)ondesão
apresentadas um conjunto de variáveis controláveis e não controláveis que
PedroMiguelSousadeAlmeida
95
influenciamasexperiênciasdeconsumocomooambientesocia,ainterfacedoserviço,
a atmosfera de loja, os produtos, o preço, as experiências de consumo em canais
alternativos, a marca e as experiências anteriores. Num contexto online, foi
apresentadoummodelode formaçãodeexperiênciasdeconsumoonlineconcebido
por Rose et al. (2011) que apresenta um conjunto de variáveis influentes como o
processamentodeinformação,afacilidadedeusopercebida,autilidadepercebida,os
benefícios percebidos, o controlo percebido, as capacidades, a confiança e o risco
percebido.Emboranem todasestasvariáveis se tenhammostrado relevantesnesta
investigação ficou clara que a relação entre o individuo e uma experiência positiva
neste canal resulta na satisfação do consumidor e, geralmente, na intenção de
recompra. Com esta investigação foi possível perceber que as variáveis que os
consumidoresmaisvalorizamnumaexperiênciadeconsumoofflineéocontactocom
oprodutoe,numcontextoonline,afacilidadeecomodidadedascompras.Paraalém
disso,foipossívelidentificarqueamaiorlacunanasexperiênciasdeconsumoofflineé
aconfusãoeapresençadeváriosindivíduosemlojae,numcontextoonline,afaltade
contactocomoproduto.
Por último foram analisados os modelos de gestão de canais conceptuais,
nomeadamenteagestãomulticanaleaomnicanal.Nestepontofoinotóriaaevolução
dosmodelos de gestão e foram ainda enumerados algumas combinações de canais
propostas por Bell e Moreno (2016) onde são abordados conceitos como o
Showrooming e o ROPO(Research Online, Purchase Offline). Em conclusão é
apresentadoomodeloOnlifeRetailqueéumaevoluçãodomodeloomnicanal, este
modeloapresentadoporJogen(2017)combinaquatrodesenvolvimentosrecentesque
suportamomodelo:asmarteconomie,asharingeconomie,acirculareconomieea
glocal economie. Segundo o autor serão estes desenvolvimentos criados pelo ser
humanoquedãolugaraumnovoparadigmaeconómicoemqueocanalonlineeoffline
convergem e se tornam num só. Esta investigação comprovou que o consumidor
valoriza a evolução dos modelos de gestão de canais e que modelos como o
showroomingeoROPOsão,cadavezmais,aceiteseutilizadospeloconsumidor.Para
alémdissofoipossívelconfirmarqueoconsumidorvalorizaosbenefíciosinerentesà
PedroMiguelSousadeAlmeida
96
convergênciadoscanaisdedistribuição,mascontinuarelutanteemrelaçãoàcedência
de dados e pagamentos online, por outro lado, esta relutância parece diminuir em
funçãodarelaçãodoconsumidorcomamarcaemquestão.Nafasefinaldainvestigação
foram sugeridas aomercadomelhorias nas experiências de consumo com base na
investigaçãoefetivada.Estasmelhoriasvisamaproveitarospontosfortesidentificados
decadacanaldedistribuiçãoparaatenuarousuprimirospontosfracosdosmesmos.
Estainvestigaçãoresultaassimnumanovadireçãoparaoretalhoonlineeoffline
que se centra na convergência dos mesmos com o objetivo de proporcionar ao
consumidor experiências de consumo maximizadas pelas tecnologias e inovações
desenvolvidaspeloser-humano.
PedroMiguelSousadeAlmeida
97
7. Limitaçõesepistasdeinvestigaçãofutura
Estainvestigaçãofoirealizadacomointuitodesuscitarecarimbararelevância
da convergência de canais no futuro das experiências de consumo e pretende-se
suscitarointeresseporfuturasinvestigaçõesquesejamrelevantesequepermitamàs
empresas desenvolver modelos de experiências de consumo cada vez mais
interessantesparaoconsumidor.
A construção de experiências de consumo valorizadas pelo consumidor
depende,emcertaparte,daevoluçãodocomportamentodoconsumidore,estando
esta é constantemutação, torna-se fundamental investigar e identificar padrões de
alteraçõesrelevantesquepermitamàsempresasadaptarasuaoferta.Paraalémdo
comportamentodoconsumidor,ficouclaroqueasinvoçõesgeradaspeloserhumano
estãoaalterarcompletamenteosmodelosdeexperiênciasdeconsumoe,assumindo
que essa evolução se manterá constante nos anos vindouros, será fundamental
monitorizarestaevoluçãoeadaptaraofertademodoaexplorarassuasvalênciase
proporcionarexperiênciasdeconsumomaisrelevantes.
Esteestudoapresentaalgumaslimitaçõesnãosópelofactodeametodologia
qualitativanãopermitirumageneralizaçãodosresultados,mastambémpelofactode
não existir, neste momento, nenhuma empresa em Portugal que esteja a apostar
claramente nestemodelo de experiências de consumo. A recolha de dados foi feita
atravésdedois focusgroup, comumaamostradeconveniência,massóassimseria
possível perceber o tema em profundidade. A entrevista foi realizada à empresa
Josefinasqueatuanomercadoonlineeque,emboracontecomalgumasexperiências
emlojasfísicas,estátotalmenteconcentradanessecanal.
Assimsendo,ofactodeotemaseraindaumatêndenciapoucoexploradaem
Portugaleofactodametodologiaadoptadanãopermitirgeneralizarosresultadosea
seleção por conveniência das amostras acabaram por ser asmaiores limitações da
investigação.
PedroMiguelSousadeAlmeida
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AnexoI
GuiãodoFocusGroup
Tipodequestão
Objetivos
Questão
Tópicos
Legitimaçãodainvestigação
-Agradecimentospelaparticipaçãonoestudo.-Informaçãosobreafinalidadedainvestigação.-Explicaçãosobreousoeutilizaçãodosdadosrecolhidos.
Questãodeabertura
-Apresentaçãoeintegraçãodosparticipantesnogrupo.-Conhecimentodoperfildosparticipantes.
1.Diga-meoseunome,idade,profissãoouáreadeestudoeoquefaznostemposlivres.
Questãodetransição
-Enquadramentodotema 2.Oqueéparasiumaexperiênciadeconsumo?
-Experiênciadeconsumo
-Identificaropesoatribuídopelosconsumidoresàstecnologiasduranteasexperiênciasdeconsumo.-Recolheropiniãodosconsumidoresemrelaçãoàutilizaçãodeferramentastecnológicasduranteasexperiênciasdeconsumo.
2.Qualasuaopiniãoemrelaçãoaopapeldasnovastecnologiasnasexperiênciasdeconsumo?
-Tecnologia-Experiênciasdeconsumo
QuestõesChave
-Estabeleceroperfildosparticipantesenquantoconsumidores.-Identificarrazõesparaacompraounãonocanalonline.-Identificarpontosmaisvalorizadosnasexperiênciasdeconsumoonline.
3.1Qualasuaposiçãoemrelaçãoàcompradeprodutoseserviçosnocanalonline?
-Compradeprodutosonline
-Identificarvantagensedesvantagensdacompraonline.-Identificarvantagensedesvantagensdacompraoffline.-Perceberarelaçãoentreotipodeprodutoouserviçoeaescolhadocanal
3.2Preferecomprarprodutosemlojasonlineouemlojasfísicas?
-Comprasonline-Comprasoffline
QuestõesChave-Técnicas
complementares
-Identificarpontosfortesdalojafísica.
3.3Oquemaisvalorizonumaexperiênciadeconsumonumalojafísicaé:
-Lojasfísicas
-Identificarpontosfortesdalojaonline.
3.4Oquemaisvalorizonumaexperiênciadeconsumonumalojaonlineé:
-Lojasonline
-Identificarpontosfracosdalojafísica.
3.5Oquemenosgostonumalojafísicaé:
-Lojafísica
-Identificarpontosfracosdalojafísica.
3.6Oquemenosgostonumalojaonlineé:
-Lojaonline
QuestõesChave-Técnicasexpressivas
-Carimbaraopiniãodosconsumidoresemrelaçãoàutilizaçãodeferramentastecnológicasduranteasexperiênciasdeconsumo.-Perceberaopiniãodosparticipantesemrelaçãoàcedênciadedados.-Identificarvantagensedesvantagensreconhecidaspeloconsumidoremrelaçãoaestetipodesoluções.
3.7Imaginequeentranumalojaderoupaàprocuradeumpardesapatos.Noentanto,reparaquesóexisteumpardesapatosdecadamodeloequandopedeàfuncionáriadelojaoutrotamanho,estaexplicaquedevefazerumregistonaaplicaçãodalojaondedevercolocarosseusdadospessoais(Nome,datadenascimento,morada,tamanhosderoupa,dadosbancários).Paraalémdissoexplicaqueacompradossapatoséfeitanaaplicaçãoequesequiserossapatospodemserentreguesnodiaseguinteemsuacasa.Qualseriaasuareação?
-Convergênciadecanaisdedistribuição-Tecnologia-Cedênciadedados-Comportamentodoconsumidor-Experiênciadeconsumo
QuestõesChave
-Detetaralteraçõesnocomportamentodeconsumo.-Recolhadaopiniãodosconsumidoresemrelaçãoàevoluçãodoformatodasexperiênciasdeconsumo.
3.8Nasuaopinião,duranteosúltimos10anos,quaisalteraçõessãomaisnotáveisnoseucomportamentodeconsumo?Achaqueaslojasacompanharamessasalterações?
-Alteraçõesnocomportamentodoconsumidor.
QuestõesChave
-Expectativasdoconsumidoremrelaçãoàevoluçãodaslojasfísicas.
3.9Oquemudarianaslojasfísicas?
-Alteraçõesnaslojasfísicas
-Expectativasdoconsumidoremrelaçãoàevoluçãodaslojasonline.
Oquemudarianaslojasonline?
-Ofuturodaslojasonline-Expectativasdoconsumidor
Questõesfinais
-Agradecimentopelaparticipaçãonainvestigação.-Resumodasopiniões.-Conclusões
Resumodasopiniõeseconclusõesdotema.
AnexoIIGuiãodaentrevista
Tipodequestão
Objetivo
Questão
Tópicos
Legitimaçãodainvestigação
-Agradecimentospelaparticipaçãonoestudo.-Informaçãosobreafinalidadedainvestigação.-Explicaçãosobreousoeutilizaçãodosdadosrecolhidos.
Enquadramentodaempresa
-CaracterizaçãodaclienteJosefinas.
ComocaracterizaasclientesJosefinas?
-PerfildaclienteJosefinas
-CaracterizaçãodaempresaJosefinas.
Comosurgiuaideiadeefetuaravendadecalçadodeluxoonline?
-Vendadeluxoonline
-CaracterizaçãodomodelodecomunicaçãodaJosefinas
Comocomunicamcomosconsumidores?Comodivulgamprodutos?
-Comunicaçãoonline
Questõeschave
-Identificarospontosfortesdaexperiênciadeconsumodamarca
Identificarospontosmaisvalorizadosnaexperiênciadeconsumoonline
-Experiênciadeconsumoonline
-Identificarlacunaseatenuantesdaexperiênciadeconsumoonline
Quaisasdesvantagensdacompraonlinefaceacompraemlojafísicadopontodevistadocliente?Oquefazemparaatenuaressaslimitações?
-Variáveisinfluenciadorasdaexperiênciadeconsumoonline
-Identificarvariáveispotenciadorasdaexperiênciadeconsumoonline
Comoconceptualizaramositedeformaapotenciaraexperiênciadecompraonline?
-Variáveisinfluenciadorasdaexperiênciadeconsumoonline
-Identificarasvariáveismaisrelevantesnumaexperiênciadeconsumoonlinedopontodevistadoconsumidor.
DuranteacompranositedaJosefinasoclienteentraemcontactocomváriasvariáveisqueinfluenciamasuaexperiênciadeconsumocomooambientedosite,ainformaçãodisponível,afacilidadedeuso,entreoutras.Detodasessasvariáveisexistealgumamaisrelevanteparaoconsumidor?Existealgumaquetenhasofridoalterações,porquê?
-Variáveisinfluenciadorasdaexperiênciadeconsumoonline
Questõeschave
-PerceberaposiçãodamarcaemrelaçãoàslojasPop-up
AJosefinasjátiveramalgumasexperiênciasemlojasPop-up.Qualfoiarazãodessapresença?
-LojasPop-up
-Compreenderareaçãodoconsumidorperanteaoportunidadedecontactarcomamarcapresencialmente.
DuranteaexperiênciaemlojaPop-upnotourecetividadeporpartedosconsumidores?Qualfoiareaçãodosmesmos?
-Contactofísicodalojaonline
-Identificaralteraçõesnasexperiênciasdeconsumoemlojasonlinedopontodevistadomercado.
Comovênospróximosanosaexperiênciadeconsumoonline?Mantemosmesmospadrõesevariáveisouvãosurgirnovos?
-Alteraçõesnaslojasonline
-Perceberexpectativasdaempresaemrelaçãoàconvergênciadecanais.
AFarfetcheaZaraestãoainvestiremnovosmodelosqueconjugamoimpactodalojafísicacomasvantagensdeumalojaonline.Qualasuaopiniãoemrelaçãoaestaaposta?Consideraqueesteseráofuturodoretalhocomooconhecemosouapenasmaisummodelodeloja?
-Expectativasdoretalhonaperspetivadomercado
Questõesfinais
-Identificarexpectativasdaempresaparaofuturo.
ComovêaJosefinasdaquia10anos?
-OfuturodasJosefinas
-Resumodaopiniãoeentrevista.-Contributosadicionais.