1
A CRIAÇÃO E O CRIADOR: A CRIAÇÃO E O CRIADOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA RECOMPENSADORES NO ENSINO DE ANATOMIA HUMANA RELATO DE EXPERIÊNCIA RECOMPENSADORES NO ENSINO DE ANATOMIA HUMANA . . * MI. Nogueira, C. Sitamoto, S. Sitamoto, MI. Nogueira, C. Sitamoto, S. Sitamoto, * CA.Chirosa-Horie, CA.Chirosa-Horie, * W. Allemandi, W. Allemandi, * C.A Perez. C.A Perez. * Departamento de Anatomia, USP-Universidade de São Paulo, Brasil. Departamento de Anatomia, USP-Universidade de São Paulo, Brasil. 701 Insc.7565 INTRODUÇÃO Esta experiência objetivou introduzir novas abordagens no processo de ensino- aprendizagem de Neuroanatomia para graduandos de algumas faculdades da area de saúde, na Universidade de São Paulo. Ela também envolveu estudantes do Programa 3a Idade da Pro- Reitoria de Cultura e Extensão da USP. O principal objetivo foi proporcionar oportunidade aos estudantes de transferir para modelos 3D, o conhecimento adquirido em aulas teóricas e práticas com corpos e peças anatômicas. A proposta foi recebida com entusiasmo. O conhecimento indispensável da anatomia para o exercício da profissão desses estudantes na área de saúde ou atividade física foi enfatizado, tanto quanto os aspectos históricos e a contribuição dos estudos anatômicos para a Ciência e Arte, conforme segue abreviadamente nos próximos paragrafos. Corpo Humano e Anatomia - O primeiro anatomista comparado foi Aristóteles (384-322 AC), que identificou o homem como o animal mais complexo. Tendo sido também reconhecida que a variedade das formas anatômicas resulta da diversidade do potencial para explorar o meio. Aproximadamente 500 anos após, o médico Grego Galeno de Pergamum (vivendo em Roma, século II AC, período do declínio do Império Romano) reconheceu a prioridade da forma sobre a função. Suas contribuições duraram mais de 11 séculos. Estudos Anatômicos – Na Renascenca, muitos artistas estudavam o corpo humano em detalhes, para melhor reproduzi-lo em pinturas e esculturas. Segundo esse movimento, a arte é a criação da inteligência, portanto ela deve respeitar regras de perfeição que podem ser formuladas e ensinadas com precisão. Uma ilustração perfeita dessa afirmativa, é a magnífica pintura de Michelângelo Buonaroti: “A Criação de Adão”, na capela Sixtina de São Pedro, Roma. Naquele período, o médico Andreas Vesalius, considerado o fundador da anatomia moderna, contra os princípios da Igreja, começou a ensinar anatomica utilizando dissecção de corpos humanos. Seu livro, “ A Fábrica do Corpo Humano” (1543), ilustra, em alguns planos e posições, as diferentes partes do corpo. Este constituiu considerável inovação no conhecimento do corpo humano, que até então era grosseira e muitas vezes erroneamente representado. O Sistema Nervoso – Seus aspectos filogenéticos foram considerados por Charles Darwin (1809-1882). A gradual substituição de simples processos vitais, baseados em estruturas, como o instinto, pelas faculdades mentais, na escala filogenética, foi apontada por Thomaz Laycock (1812-1876), como conquista dos processos de encefalização. A maior complexidade foi alcançada em humanos, e tem sido ilustada na arte e na ciência como expressão do poder mental. O princípio da hierarquia no sistema nervoso, estabelecido por Herbert Spencer (1855). segundo este estruturas novas ou camadas, foram se formando ou sendo adicionadas ao encéfalo, para atender as exigências do meio ambiente. O aparecimento da Neurociências, é atribuído ao alemão Ludwig Edinger e aos irmãos norte americanos Clarence and Charles Herrick, entre outros consideráveis estudiosos no início do século XIX. Suas pesquisas estabeleceram que o sistema nervoso foi formado pela adição de novos elementos (o prosencéfalo) sob uma estrutura filogenética antiga, relacionada as funções vitais ( o tronco encefálico). O final do século XX apresentou descobertas notáveis no sistema nervoso tanto na organização macro como microscópica, função, cognição e processos comportamentais. De forma que a década 1990-2000 foi denominada a “Década do Cérebro ”. Entretanto, muito ainda há para ser explorado e desafios ainda instigam nossas mentes. MATERIAL E METODOS Os estudantes foram solicitados a elaborar, em grupo, um modelo geral do sistema nervoso central, e outro específico relacionado a sua área de formaçao. Os modelos deveriam obedecer a relacoes topográficas e proporçoes do corpo humano. Criatividade no uso do material e seleção do modelo foi encorajada. RESULTADOS Figuras 1-3 ilustram alguns dos modelos produzidos Figuras 4 -5 ilustram algumas exposiçoes dos modelos na biblioteca do Instituto de Ciências Biomédicas e no Museu de Ciências: Estação Ciência. Modelo 3D do SNC Modelo 3D do SNC Ilustra o encéfalo e a Medula Ilustra o encéfalo e a Medula espinal em relação à cabeça e aos espinal em relação à cabeça e aos sistemas digestório, cardíaco e sistemas digestório, cardíaco e respira’torio. respira’torio. O 3D modelo da mão ilustra os O 3D modelo da mão ilustra os músculos flexores e sua inervação. músculos flexores e sua inervação. Modelo 3D do SNC Modelo 3D do SNC Ilustra as relações do encéfalo e Ilustra as relações do encéfalo e da medula espinal. da medula espinal. O modelo da Medula espinal, ilustra O modelo da Medula espinal, ilustra em seção coronal as relações de em seção coronal as relações de seus vários componentes, as seus vários componentes, as vérterbras, e ainda evidencia os vérterbras, e ainda evidencia os componentes do arco reflexo componentes do arco reflexo simples. simples. Modelos 3D Dermatomos e sua Modelos 3D Dermatomos e sua inervaçao. inervaçao. Representam a disposição interna Representam a disposição interna e externa dos mesmos em uma boneca e externa dos mesmos em uma boneca plástica, evidenciando sua plástica, evidenciando sua inervação e distribuição em relação inervação e distribuição em relação ao SNC. ao SNC. O modelo 3D do SNC O modelo 3D do SNC Exibe a organização e disposição do Exibe a organização e disposição do Círculo arterioso do encéfalo Círculo arterioso do encéfalo CONCLUSÕES Segundo os estudantes a atividade requereu criatividade e conhecimento multidisciplinar; a princípio o exercício parecia simples, mas trouxe dificuldades e encantou parentes e amigos que os acompanharam na confeção e nas exposições. A diversidade de formas e riqueza de detalhes conseguidos pelos estudantes, foi tão impressionante que nos induziu a leva-los a várias exposições e eventos científicos. Assim, além de ter sido compartilhada a riqueza da experiência em si, esses acontecimentos objetivaram também ilustrar aos estudantes como a criatividade e seus esforços pessoais na soluçao de problemas e dificuldades são cruciais na vida acadêmica e na vida pessoal. Biblioteca do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo – Brasil Biblioteca do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo – Brasil Exposiçao comemorativa da Semana das Bibliotecas. Exposiçao comemorativa da Semana das Bibliotecas. Exposição “ICB / USP” ESTAÇÃO CIÊNCIA 6A. MOSTRA DE MATERIAL DE DIVULGAÇÃO E ENSINO DE CIÊNCIAS - 2001 4 5 1 2 3

A CRIAÇÃO E O CRIADOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA RECOMPENSADORES NO ENSINO DE ANATOMIA HUMANA. * MI. Nogueira, C. Sitamoto, S. Sitamoto, * CA.Chirosa-Horie,

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A CRIAÇÃO E O CRIADOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA RECOMPENSADORES NO ENSINO DE ANATOMIA HUMANA. * MI. Nogueira, C. Sitamoto, S. Sitamoto, * CA.Chirosa-Horie,

A CRIAÇÃO E O CRIADOR: A CRIAÇÃO E O CRIADOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA RECOMPENSADORES NO ENSINO DE ANATOMIA HUMANARELATO DE EXPERIÊNCIA RECOMPENSADORES NO ENSINO DE ANATOMIA HUMANA..

**MI. Nogueira, C. Sitamoto, S. Sitamoto,MI. Nogueira, C. Sitamoto, S. Sitamoto,**CA.Chirosa-Horie, CA.Chirosa-Horie, **W. Allemandi, W. Allemandi, **C.A Perez. C.A Perez. ** Departamento de Anatomia, Departamento de Anatomia, USP-Universidade de São Paulo, Brasil.USP-Universidade de São Paulo, Brasil.

701 Insc.7565

INTRODUÇÃO Esta experiência objetivou introduzir novas abordagens no processo de ensino-aprendizagem de Neuroanatomia para graduandos de algumas faculdades da area de saúde, na Universidade de São Paulo. Ela também envolveu estudantes do Programa 3a Idade da Pro-Reitoria de Cultura e Extensão da USP.

O principal objetivo foi proporcionar oportunidade aos estudantes de transferir para modelos 3D, o conhecimento adquirido em aulas teóricas e práticas com corpos e peças anatômicas. A proposta foi recebida com entusiasmo. O conhecimento indispensável da anatomia para o exercício da profissão desses estudantes na área de saúde ou atividade física foi enfatizado, tanto quanto os aspectos históricos e a contribuição dos estudos anatômicos para a Ciência e Arte, conforme segue abreviadamente nos próximos paragrafos.

Corpo Humano e Anatomia - O primeiro anatomista comparado foi Aristóteles (384-322 AC), que identificou o homem como o animal mais complexo. Tendo sido também reconhecida que a variedade das formas anatômicas resulta da diversidade do potencial para explorar o meio. Aproximadamente 500 anos após, o médico Grego Galeno de Pergamum (vivendo em Roma, século II AC, período do declínio do Império Romano) reconheceu a prioridade da forma sobre a função. Suas contribuições duraram mais de 11 séculos.

Estudos Anatômicos – Na Renascenca, muitos artistas estudavam o corpo humano em detalhes, para melhor reproduzi-lo em pinturas e esculturas. Segundo esse movimento, a arte é a criação da inteligência, portanto ela deve respeitar regras de perfeição que podem ser formuladas e ensinadas com precisão. Uma ilustração perfeita dessa afirmativa, é a magnífica pintura de Michelângelo Buonaroti: “A Criação de Adão”, na capela Sixtina de São Pedro, Roma. Naquele período, o médico Andreas Vesalius, considerado o fundador da anatomia moderna, contra os princípios da Igreja, começou a ensinar anatomica utilizando dissecção de corpos humanos.Seu livro, “ A Fábrica do Corpo Humano” (1543), ilustra, em alguns planos e posições, as diferentes partes do corpo. Este constituiu considerável inovação no conhecimento do corpo humano, que até então era grosseira e muitas vezes erroneamente representado.

O Sistema Nervoso – Seus aspectos filogenéticos foram considerados por Charles Darwin (1809-1882). A gradual substituição de simples processos vitais, baseados em estruturas, como o instinto, pelas faculdades mentais, na escala filogenética, foi apontada por Thomaz Laycock (1812-1876), como conquista dos processos de encefalização. A maior complexidade foi alcançada em humanos, e tem sido ilustada na arte e na ciência como expressão do poder mental.

O princípio da hierarquia no sistema nervoso, estabelecido por Herbert Spencer (1855). segundo este estruturas novas ou camadas, foram se formando ou sendo adicionadas ao encéfalo, para atender as exigências do meio ambiente.

O aparecimento da Neurociências, é atribuído ao alemão Ludwig Edinger e aos irmãos norte americanos Clarence and Charles Herrick, entre outros consideráveis estudiosos no início do século XIX. Suas pesquisas estabeleceram que o sistema nervoso foi formado pela adição de novos elementos (o prosencéfalo) sob uma estrutura filogenética antiga, relacionada as funções vitais ( o tronco encefálico). O final do século XX apresentou descobertas notáveis no sistema nervoso tanto na organização macro como microscópica, função, cognição e processos comportamentais. De forma que a década 1990-2000 foi denominada a “Década do Cérebro ”. Entretanto, muito ainda há para ser explorado e desafios ainda instigam nossas mentes.

MATERIAL E METODOS

Os estudantes foram solicitados a elaborar, em grupo, um modelo geral do sistema nervoso central, e outro específico relacionado a sua área de formaçao. Os modelos deveriam obedecer a relacoes topográficas e proporçoes do corpo humano. Criatividade no uso do material e seleção do modelo foi encorajada.

RESULTADOS

Figuras 1-3 ilustram alguns dos modelos produzidos

Figuras 4 -5 ilustram algumas exposiçoes dos modelos na biblioteca do Instituto de Ciências Biomédicas e no Museu de Ciências: Estação Ciência.

Modelo 3D do SNCModelo 3D do SNC

Ilustra o encéfalo e a Medula espinal em Ilustra o encéfalo e a Medula espinal em relação à cabeça e aos sistemas digestório, relação à cabeça e aos sistemas digestório, cardíaco e respira’torio. cardíaco e respira’torio.

O 3D modelo da mão ilustra os músculos O 3D modelo da mão ilustra os músculos flexores e sua inervação. flexores e sua inervação.

Modelo 3D do SNCModelo 3D do SNC

Ilustra o encéfalo e a Medula espinal em Ilustra o encéfalo e a Medula espinal em relação à cabeça e aos sistemas digestório, relação à cabeça e aos sistemas digestório, cardíaco e respira’torio. cardíaco e respira’torio.

O 3D modelo da mão ilustra os músculos O 3D modelo da mão ilustra os músculos flexores e sua inervação. flexores e sua inervação.

Modelo 3D do SNC Modelo 3D do SNC Ilustra as relações do encéfalo e da medula Ilustra as relações do encéfalo e da medula espinal. espinal.

O modelo da Medula espinal, ilustra em O modelo da Medula espinal, ilustra em seção coronal as relações de seus vários seção coronal as relações de seus vários componentes, as vérterbras, e ainda componentes, as vérterbras, e ainda evidencia os componentes do arco reflexo evidencia os componentes do arco reflexo simples. simples.

Modelo 3D do SNC Modelo 3D do SNC Ilustra as relações do encéfalo e da medula Ilustra as relações do encéfalo e da medula espinal. espinal.

O modelo da Medula espinal, ilustra em O modelo da Medula espinal, ilustra em seção coronal as relações de seus vários seção coronal as relações de seus vários componentes, as vérterbras, e ainda componentes, as vérterbras, e ainda evidencia os componentes do arco reflexo evidencia os componentes do arco reflexo simples. simples.

Modelos 3D Dermatomos e sua inervaçao. Modelos 3D Dermatomos e sua inervaçao.

Representam a disposição interna e Representam a disposição interna e externa dos mesmos em uma boneca externa dos mesmos em uma boneca plástica, evidenciando sua inervação e plástica, evidenciando sua inervação e distribuição em relação ao SNC. distribuição em relação ao SNC.

O modelo 3D do SNCO modelo 3D do SNCExibe a organização e disposição do Círculo Exibe a organização e disposição do Círculo arterioso do encéfaloarterioso do encéfalo

Modelos 3D Dermatomos e sua inervaçao. Modelos 3D Dermatomos e sua inervaçao.

Representam a disposição interna e Representam a disposição interna e externa dos mesmos em uma boneca externa dos mesmos em uma boneca plástica, evidenciando sua inervação e plástica, evidenciando sua inervação e distribuição em relação ao SNC. distribuição em relação ao SNC.

O modelo 3D do SNCO modelo 3D do SNCExibe a organização e disposição do Círculo Exibe a organização e disposição do Círculo arterioso do encéfaloarterioso do encéfalo

CONCLUSÕES

Segundo os estudantes a atividade requereu criatividade e conhecimento multidisciplinar; a princípio o exercício parecia simples, mas trouxe dificuldades e encantou parentes e amigos que os acompanharam na confeção e nas exposições.

A diversidade de formas e riqueza de detalhes conseguidos pelos estudantes, foi tão impressionante que nos induziu a leva-los a várias exposições e eventos científicos. Assim, além de ter sido compartilhada a riqueza da experiência em si, esses acontecimentos objetivaram também ilustrar aos estudantes como a criatividade e seus esforços pessoais na soluçao de problemas e dificuldades são cruciais na vida acadêmica e na vida pessoal.

Biblioteca do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo – Brasil Biblioteca do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo – Brasil Exposiçao comemorativa da Semana das Bibliotecas. Exposiçao comemorativa da Semana das Bibliotecas.

Biblioteca do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo – Brasil Biblioteca do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo – Brasil Exposiçao comemorativa da Semana das Bibliotecas. Exposiçao comemorativa da Semana das Bibliotecas.

Exposição “ICB / USP” – ESTAÇÃO CIÊNCIA

6A. MOSTRA DE MATERIAL DE DIVULGAÇÃO E ENSINO DE CIÊNCIAS - 2001

44

55

11

22

33