A criana dos 3 aos 6 anosPsicologia Ecolgica e do Desenvolvimento Humano

A criana e desenvolvimento

o

seu

Os estudos efectuados evidenciam a importncia dos seis primeiros anos de vida e a repercusso que estes tm no futuro da criana. As crianas de menos de 6 anos representam uma boa parte da populao e so tambm o grupo mais vulnervel, com elevada mortalidade em muitos pases.

A criana e o seu desenvolvimento Nas sociedades onde a famlia numerosa, a criana fica aos seus cuidados, apreendendo tudo o que essa comunidade lhe transmite: danas, provrbios, contos, mas tambm as interdies. Na comunidade actual, a famlia essencialmente nuclear, ficando uma boa parte da educao da criana, ao encargo das instituies sociais.

A criana e o seu desenvolvimento Nos primeiros anos de vida, o crescimento fsico, intelectual e motor muito rpido. essencial que a criana sinta segurana afectiva, para enfrentar um mundo em constante transformao. A comunidade envolvida na educao deve conhecer exactamente como se processa o desenvolvimento da criana, para poder exercer plenamente a sua misso.

A criana e a educao prescolar A educao pr-escolar o alicerce que cimenta a educao permanente, e que muitas vezes desempenha tambm um papel compensatrio, quando as condies so adversas. A criana deve ser educada enquanto membro de uma comunidade, usufruindo de todos os recursos educativos de que esta disponha.

A criana e a educao prescolar a fase do evoluir da socializao, porque a educao comea logo nascena. Descobre e integra-se num universo mais vasto, comeando a espelhar-se a influncia exercida pelos primeiros anos de vida, conforme o ambiente tenha sido favorvel ou desfavorvel. Modifica as relaes afectivas com os outros, cuja mudana determinar a sua futura personalidade .

Motricidade 2 aos 4 anos: corre, salta s num p, anda nos bicos dos ps 4 anos: veste-se sem ajuda e desenha figuras geomtricas simples 5 anos:salta e trepa 6 anos: j capaz de realizar quase todas as actividades fsicas de um adulto. O comportamento passa facilmente da doura violncia e da calma agitao.

A importncia dos 6 anos At esta idade o desenvolvimento da criana foi muito mais rpido do que em qualquer outro perodo da vida; A criana pesa 6 vezes mais do que nascena,tem o dobro do comprimento e o permetro craniano atinge 9/10 do seu tamanho definitivo; J adquiriu numerosos conhecimentos que serviro de base a novas experincias.

Motricidade6 anos

-Preciso dos gestos, mais hbeis e finos; -Boa representao do espao e do tempo; - Entrada na escola; -Aprendizagem da lngua escrita; -Progressiva substituio dos dentes de leite;

Orientao no tempo e no espao A partir dos 4 anos: sabe dizer a idade, mais tarde os dias da semana, as estaes e os meses; No tem ainda noo de tempo, e respostas do gnero Quando fores mais crescido , no satisfazem a sua curiosidade; Se a indefinio da lateralidade persistir at aos 6 anos,podem ocorrer dificuldades na linguagem e na aprendizagem da leitura.

Linguagem um dos aspectos mais importantes para o desenvolvimento da criana e para aprendizagem da leitura

Aos 3 anos: Diz o seu nome e apelido; Descreve uma imagem que tenha visto e a tenha impressionado; Utiliza pronomes e artigos com uma linguagem j elaborada e organizada, utilizando o no com frequncia; Faz perguntas do gnero,como e quando.

Linguagem 4 anos Sabe utilizar adjectivos com diferentes significados e com palavras de ligao; O vocabulrio enriquece-se com comparaes do gnero o que maior e mais pequeno; J sabe dizer a sua idade; Exige respostas concretas para as suas perguntas.

Linguagem Aos 5 anos: Utiliza pronomes relativos e respectivas conjunes; Reconhece as cores;

Tem facilidade no manejo da linguagem, mas ainda com

algumas imperfeies relacionadas com erros gramaticais, que tendem a desaparecer por volta dos 6 anos, altura em que a linguagem j deve ser normal.

Linguagem Aos 6 anos, com a entrada na escola primria, a linguagem j deve estar em consonncia com o exigido. O domnio da linguagem importante para o sucesso escolar, devendo ser precocemente estimulada, dela dependendo o desenvolvimento cognitivo da criana.

Afectividade muito importante para o desenvolvimento da criana; Os primeiros dois anos so essenciais e assentam, quase em exclusivo, na relao me/filho; Cada vez mais se enfatiza a importncia da presena do pai, que tambm dever ter um papel activo na educao da filha/o. A criana j tem percepo que tambm existem os avs, manos, tios, etc.

Socializao A partir dos 3 anos: procura a companhia de outras crianas para brincar, em substituio da agressividade tpica da idade anterior; Alarga os seus horizontes e amplia a sua rede de relaes,usando para isso os jogos colectivos e a linguagem; Precisa do seu prprio espao e de tempo para descobrir e experimentar novas competncias sozinha.

Socializao A partir dos 3 anos a criana j gosta de brincar junto com outras crianas, partilhando brinquedos e demonstrando maturidade afectiva; O grau de afecto e segurana que a criana sente na famlia, condiciona a forma como ela aceita ou no a entrada no jardim de infncia ou na escola.

Evoluo do pensamento O pensamento passa a ser mais objectivo, mais realista, a partir do momento em que recebe do exterior regras codificadas; Imita exemplos, brincando sozinha ou acompanhada e sem esprito de competio; O seu sentido de justia desenvolve-se claro e ntido; O desenvolvimento moral acontece quando v pela primeira vez um gesto de reprovao, uma expresso negativa na cara de um adulto, ou uma censura verbal. Assim apreende os valores morais da sua comunidade.

Factores que influenciam o crescimentofactores influenciam o Numerosos crescimento e desenvolvimento da criana: alimentao, habitao, higiene, sade Condies de vida adversas, podem comprometer definitivamente o futuro de uma criana; A gua indispensvel vida e infelizmente, em muitos pases no existe gua potvel.

Alimentao fundamental, porque condiciona no s o crescimento fsico e cerebral, como tambm um momento essencial de troca de afecto entre me e filho; As necessidades alimentares interferem no crescimento e no desenvolvimento da criana; As refeies devem ser um momento de reunio e harmonia familiar, favorecendo o desabrochar da criana no campo afectivo e nas prticas de boa educao.

A brincadeira Os brinquedos devem ser adaptados idade da criana e conter uma vertente pedaggica; uma actividade fundamental que servir como meio de explorao, aprendizagem e desenvolvimento, capaz de estimular as capacidades cognitivas, fsicas e sociais; Deve favorecer a imaginao e a fantasia manipulando elementos que desenvolvam a percepo sensorial.

Acidentes e Perturbaes de Comportamentoaos 4 anos, os acidentes ocorrem At principalmente dentro de casa ou perto dela; So frequentes os acidentes de trnsito,as intoxicaes e os afogamentos; A partir dos 5 anos, os acidentes acontecem sobretudo fora de casa devido inadaptao da criana ao contexto; Podem acontecer manifestaes de agressividade e oposio, atravs das quais a criana se tenta afirmar.

Acidentes e Perturbaes do Comportamento Cada criana nica, portanto se houver um atraso numa aptido, pode ser normal: uns caminham mais cedo, outros bem mais tarde. Se acontecer um atraso na linguagem, deve verificar-se o mais cedo possvel se no existe um problema de audio. As crianas cujas capacidades fsicas estejam diminudas devem ter prioridade no acesso s escolas, como meio de as preparar e facilitar a sua insero na comunidade.

Os Problemas Sociais As crianas que vivem em famlias socialmente desfavorecidas, apresentam muitas vezes algumas dificuldades; Necessitam de um complemento educativo, que ajude a colmatar as lacunas deixadas pela famlia; A instituio que os acolhe deve dispensar a estas crianas particular ateno, visando estimular e facilitar a sua adaptao.

Concluindo Existe uma relao intrnseca entre os aspectos fsicos do crescimento (peso, altura), e os aspectos afectivos e intelectuais. A malnutrio afecta o desenvolvimento cerebral e as funes cognitivas. Para se estudar o problema de uma criana, tem que se atender tambm famlia e comunidade em que est inserida.

Concluindo Como normalmente, as crianas frequentam creches, jardins de infncia ou escolas, necessrio harmonizar as actividades realizadas em casa com as da instituio. importante no esquecer que findo o horrio escolar, a criana precisa de repousar e experimentar sozinha, as aquisies feitas na escola. Se for excessivamente estimulada em casa, pode apresentar sinais de irritabilidade, agressividade ou apatia.

Concluindo Pais e educadores devem ser maleveis para que a educao no se torne numa tcnica obsessiva, mas sim aplicada e doseada conforme a necessidade da criana. A educao deve corresponder s aspiraes da famlia e da comunidade em que vive. precoce e adaptada s Esta deve ser, portanto, necessidades da criana.

BIBLIOGRAFIA A CRIANA E O SEU DESENVOLVIMENTO DESDE O NASCIMENTO AT AOS 6 ANOS: conhec-la melhor para a ajudar. C.F.A.P.: Lisboa, 1978.

Trabalho elaborado por:

Ana Isabel Leo Maria Lusa Carvalho Sara Figueiredo