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PóS-GRADUAçãO // SãO PAULO 092 No dia 31 de agosto de 2009, a Pós-Graduação da FAAP teve o prazer de receber a ambientalista canadense Mau- de Barlow para uma palestra a alunos e convidados, no Centro de Excelência da FAAP, sobre tema que também é título de seu livro recém publicado pela M.Books no Brasil: Água - O Pacto Azul, a crise global da água e a batalha pelo controle da água potável no mundo. Sua abordagem iniciou-se a partir da discussão do mito da abundância da água potável, já que tradicional- mente nas escolas as crianças aprendem que há uma quantidade finita de água potável, mas que se renova de maneira ininterrupta, através do ciclo hidrológico, garantindo o suprimento. Na prática, segundo a autora, a demanda crescente por água potável e sua utilização descontrolada têm impedido que o ciclo hidrológico natural ocorra, o que faz com que o suprimento de água diminua consideravelmente. Áreas como o norte da China, grandes partes da Ásia (Índia) e África, o Oriente Médio, a Austrália, o centro-oeste dos Estados Unidos da América (EUA) e partes da América do Sul e México já têm seu suprimento de água seriamente comprome- tido, o que faz com que se prevejam conflitos no futuro em torno da posse de fontes de água potável, talvez em substituição à dinâmica conflituosa que atualmente envolve o petróleo. Desta maneira, governos e empresas começam a se movimentar para garantir a propriedade sobre fontes de água potável limpa, num movimento que seguramente precisará de regulamentação internacional. Como exem- plo, Maude Barlow citou o aquífero Guarani, no Brasil, um País que detém 14% das reservas de água potável limpa no mundo. A fonte de conflito pode iniciar quando um proprietário de terras, por exemplo, exija estender seu direito de propriedade à água subterrânea. A menos que o governo do Brasil declare a água como bem de utilidade pública, sérias discussões podem comprometer, num Por Victor Mirshawka Junior. Água – O pacto azul: A crise global da água e a batalha pelo controle da água potável no mundo A ambientalista canadense Maude Barlow, chefe do Council of Canadians, a maior organização canadense de militância pública, e fundadora do Blue Planet Project, além de ser autora reconhecida de textos na área do meio ambiente.

A crise global da água e a batalha pelo controle da água ... · O mundo muda freneticamente, e, ... líder é a pessoa mais brilhante e badalada da empresa e associa ao exercício

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No dia 31 de agosto de 2009, a Pós-Graduação da FAAP teve o prazer de receber a ambientalista canadense Mau-de Barlow para uma palestra a alunos e convidados, no Centro de Excelência da FAAP, sobre tema que também é título de seu livro recém publicado pela M.Books no Brasil: Água - O Pacto Azul, a crise global da água e a batalha pelo controle da água potável no mundo.Sua abordagem iniciou-se a partir da discussão do mito da abundância da água potável, já que tradicional-mente nas escolas as crianças aprendem que há uma quantidade finita de água potável, mas que se renova de maneira ininterrupta, através do ciclo hidrológico, garantindo o suprimento. Na prática, segundo a autora, a demanda crescente por água potável e sua utilização descontrolada têm impedido que o ciclo hidrológico natural ocorra, o que faz com que o suprimento de água diminua consideravelmente. Áreas como o norte da China, grandes partes da Ásia (Índia) e África, o Oriente

Médio, a Austrália, o centro-oeste dos Estados Unidos da América (EUA) e partes da América do Sul e México já têm seu suprimento de água seriamente comprome-tido, o que faz com que se prevejam conflitos no futuro em torno da posse de fontes de água potável, talvez em substituição à dinâmica conflituosa que atualmente envolve o petróleo.Desta maneira, governos e empresas começam a se movimentar para garantir a propriedade sobre fontes de água potável limpa, num movimento que seguramente precisará de regulamentação internacional. Como exem-plo, Maude Barlow citou o aquífero Guarani, no Brasil, um País que detém 14% das reservas de água potável limpa no mundo. A fonte de conflito pode iniciar quando um proprietário de terras, por exemplo, exija estender seu direito de propriedade à água subterrânea. A menos que o governo do Brasil declare a água como bem de utilidade pública, sérias discussões podem comprometer, num

Por Victor Mirshawka Junior.

Água – o pacto azul: A crise global da água e a batalha pelo controle da água potável no mundo

A ambientalista canadense Maude Barlow, chefe do Council of Canadians, a maior organização canadense de militância pública, e fundadora do Blue Planet Project, além de ser autora reconhecida de textos na área do meio ambiente.

futuro breve, o suprimento de água mesmo num país onde ela é extremamente abundante como o nosso, haja vista que grandes empresas multinacionais têm feito in-vestimentos justamente na aquisição de terras e fontes de água potável limpa.Depois de traçar o panorama do consumo de água mundial, do nível de reservas existente, do surgimento do conflito em torno destas reservas e sugerir algumas ações que devam ser tomadas por governos no tocante à água potável limpa (isto é, preservação, eficiência de distribuição, taxação etc.), a palestrante gentilmente respondeu a perguntas dos participantes, como por exemplo, por que motivo a discussão sobre a água não se dá no nível do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), ou ainda, se é possível pensar em sustentabilidade ambiental quando toda a teoria econômica que norteia o capitalismo se baseia em cres-cimento constante. Advogando uma visão de equilíbrio e harmonia no uso de qualquer recurso, Maude Barlow conclamou todos a assumirem seu papel de “guerreiros da água”, pois se algo não for feito urgentemente, talvez esta preocupação suplante num futuro próximo aquela ligada ao aquecimento global. De qualquer forma, como ela mesma ressaltou, um assunto não exclui o outro, haja vista que a abordagem da preservação ambiental é necessariamente sistêmica.Apesar do tempo curto, todos saíram do evento com um nível ampliado de consciência sobre a importância do “ouro azul”, a água potável limpa. Para quem não teve a chance de participar, fica a recomendação da leitura do seu livro.

Governos e empresas começam a se movimentar para garantir a propriedade sobre fontes de água potável limpa, num movimento que seguramente

precisará de regulamentação internacional

O intrigante livro de Maude Barlow.

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Pergunte a qualquer empresário ou alto executivo se é importante que seus colaboradores confiem na empresa: indubitavelmente, a resposta será “sim”. De fato, na teo-ria, não é difícil inferir os efeitos benéficos da confiança. Ela influi positivamente no clima organizacional, favorece a criação de um espírito de corpo, contribui para elevar a motivação das pessoas e concorre para o bom desem-penho individual e das equipes de trabalho. Na prática, porém, o estabelecimento de um espaço de confiança nas empresas é desafiador, pois o sentimento que ainda predomina na maioria delas é o medo – e onde há medo, não há confiança. Se olharmos para a evolução das organizações consta-taremos que o medo tem sido usado como instrumento de gestão. Ao longo da era industrial, que perdurou até pouco tempo atrás, as funções eram desempenhadas de forma automática pelas pessoas. Os trabalhos, repetiti-vos, eram executados por meros “recursos humanos”, a quem cabia cumprir rotinas e obedecer a ordens: caso contrário, estariam sujeitos a penalidades. Parti-cularmente nas sociedades influenciadas pelos valores judaico-cristãos, em que as pessoas têm o sentimento de que merecerão ser castigadas se não cumprirem o

dever, o medo de serem punidas garantia que fizessem “a coisa certa”. Nos últimos anos, porém, a era industrial evoluiu rapida-mente para a era do conhecimento, na qual estamos agora. Uma das características mais marcantes da era atual é que a realidade do entorno é volúvel, muda cons-tantemente. Para as empresas, isso implica tecnologias que se renovam em grande velocidade, clientes que não têm uma relação de fidelidade com fornecedores ou consumidores expostos a uma oferta de produtos cada vez mais abundante e diversificada. O mundo muda freneticamente, e, para acompanhar esse movimento, as empresas não podem mais ter sistemas fixos e de tarefas repetitivas como foram no passado. Elas necessitam que a única variável flexível do sistema – o ser humano – opere as mudanças necessárias. So-mente ele pode inovar, desenvolver múltiplas formas de realizar suas tarefas e escolher a mais adequada a cada momento. Somente ele pode criar novas soluções para novos desafios. De fato, o ser humano criativo, flexível e proativo é tudo de que a empresa moderna necessita. Mas podem as pessoas ter essas atitudes e compor-tamentos quando têm medo? Eis a questão.

Por Leila Navarro e José Maria Gasalla.

à confiançaDo medo

Leila Navarro e José Maria Gasalla deram um show ao falarem sobre Confiança: Uma Visão do Futuro.

O que se observa em muitas empresas é que continua em prática a tradicional gestão pelo medo, e um claro sinal disso é o uso intensivo de mecanismos para o con-trole dos funcionários. Operacionaliza-se o controle por meios físicos, como sistemas eletrônicos de vigilância, e, principalmente, pela ação da chefia, que dedica boa parte de seu tempo a monitorar o que os subordinados fazem ou deixam de fazer. Outra face do controle exer-cido pela empresa é a restrição à liberdade de ação dos funcionários e a baixa tolerância a erros. Geridas pelo medo, as pessoas adotam uma série de comportamentos defensivos que conspiram contra seu próprio desenvolvimento e também o da organização. Por exemplo: evitam tomar iniciativas ou fazer algo diferente por receio de errar. Aqui não estamos nos re-ferindo apenas aos colaboradores da base da pirâmide corporativa, mas também aos de estratos mais altos. Na verdade, quanto mais elevado é o cargo de uma pessoa, mais comprometedores são seus erros – logo, maior o medo é de errar. Outro medo bastante comum é o de ser desvalorizado ou superado pelos outros – o que parece mortal no ambiente altamente competitivo das empresas, em que todos bus-cam avidamente o protagonismo. Esse medo faz as pes-soas manipularem ou reterem informações estratégicas, buscarem vantagens pessoais, fazerem intrigas e fofocas. Em muitas empresas, depois de uma reunião, acontece outra reunião, no corredor ou junto à máquina do café, em que um grupinho que participou da primeira discute aos sussurros o que aconteceu ou fala mal de alguém. Há o medo de falar sobre “determinados assuntos”, aspectos da realidade da empresa que todo mundo conhece, mas ninguém tem coragem de debater porque se trata de algo comprometedor ou indesejável. Existe até o medo da liberdade, pois ser livre implica assumir mais responsabilidades. Esse receio faz muitas pessoas preferirem não evoluir, pois é mais fácil seguir as orienta-ções dos outros e não ter de arcar com a consequência dos próprios atos. São, enfim, muitos os medos do ser humano, originados em seu mais profundo interior, enraizados em suas inse-guranças e fraquezas, e que encontram nas empresas o ambiente propício à sua manifestação. Isso cria um pa-radoxo terrível, pois justamente quando as organizações mais precisam que seus colaboradores experimentem, criem, cresçam, aprendam e se integrem, o medo faz com que eles evitem experimentar e correr riscos, prefiram a zona de conforto, relutem em assumir maiores responsa-bilidades – enfim, não tenham confiança em nada e em ninguém, inclusive em si próprios. Até quando as organizações poderão sobreviver nesse cenário? Acreditamos que não por muito tempo. Elas sabem que cada vez mais precisam ser capazes de atrair e manter em seus quadros seres humanos interessados em se

desenvolver, abertos a novas experiências, potencial-mente inovadores, comprometidos e cooperativos. Para isso, porém, é imperativo que abandonem o medo como instrumento de gestão e se preocupem em criar um ambiente de confiança. Nessa transição do medo à confiança, os líderes têm um papel fundamental. Estudos realizados em empresas de vários países mostram que menos da metade dos cola-boradores confiam em seus superiores, e esse quadro tem que mudar radicalmente. Os líderes terão de rever a maneira como exercem a liderança, transformando conceitos e comportamentos. Terão de ser capazes de estimular a autoconfiança de seus colaboradores e motivá-los para o desenvolvimento pessoal. Para isso, precisarão delegar mais, incluir a equipe em projetos desafiadores, estar mais receptivos às necessidades das pessoas, ser mais tolerantes em relação a erros e saber dar feedbacks construtivos, entre outras coisas. Terão, enfim, de inspirar confiança nos colaboradores.Estamos falando, na verdade, de um novo líder, disposto a compartilhar o que sabe, que reconhece os méritos de sua equipe e não quer os louros da glória só para si. Tais características, embora não sejam lembradas quando se faz a radiografia de um líder, são justamente as que despontam em uma pesquisa realizada em 2002 pelo professor da Universidade Stanford, Jim Collins. Ele investigou os estilos de administração e liderança de 11 empresas que vinham tendo ganhos consistentes na bol-sa de valores nos últimos 15 anos. Sua conclusão, para a surpresa de muita gente, é que os líderes dessas em-presas eram, sobretudo, humildes, low profile, generosos, tão preocupados com êxito dos colaboradores quando o seu próprio. Publicados no seu livro From Good to Great, os resultados da pesquisa abalam o paradigma de que o líder é a pessoa mais brilhante e badalada da empresa e associa ao exercício da liderança a atributos nunca antes considerados, os da humildade e da generosidade. Os líderes de que as empresas precisam, em resumo, são os que assumem o papel de educadores e ajudam as pessoas de sua equipe a superar os medos que as retra-em e limitam. Para isso, é claro, precisam eles próprios superar seus medos. De qualquer forma, ao ajudarem sua equipe a se desenvolver e aprender, estarão também se desenvolvendo e aprendendo.

Observações importantes: Leila Navarro, palestrante motivacional e comportamental é conhecida no meio cor-porativo como a “Viagra empresarial”, pois suas palestras são um estímulo para as pessoas alcançarem a felicidade e o bom humor constantes, e José Maria Gasalla, consultor e palestrante organizacional com ênfase em Gestão de Pes-soas e Desenvolvimento de Talentos. Eles apresentaram na FAAP, no campus São Paulo – Centro de Excelência, no dia 19 de agosto de 2009, a palestra sobre Confiança: Uma Visão de Futuro.

Em agosto de 2009, a FAAP recebeu um dos principais publicitários brasileiros, Roberto Duailibi, sócio da agência DPZ Propaganda, que ministrou uma brilhante palestra sobre Criatividade e Marketing, presenciada por mais de 180 pessoas.O palestrante explicou que não há conflito entre o marke-ting e criatividade, mas uma convergência, pois a criativi-dade aplicada ao marketing pode se tornar uma valiosa ferramenta para o sucesso das ações de comunicação.A criatividade é vital para os negócios e para a vida, salientou. Todos os segmentos de mercado dependem da criatividade. “Criatividade não tem a ver com inteligência” destacou Duailibi. A criatividade é uma habilidade, um insight original, ou seja, uma “habilidade para formular respos-tas ou ideias para problemas ou situações novas ou já conhecidas”. Quanto à inteligência, muitas pessoas que não demonstram alto Q.I. (quociente de inteligência) mostram muita criatividade, segundo a National Educa-

tion Association. Uma pessoa capaz de produzir mais ideias incrementa sua possibilidade de ter ainda mais ideias significativas, e a inteligência pode despertar um maior volume criativo.Duailibi enfatizou que é preciso pensar com a mente do inventor, que está “ligado”, “antenado” em tempo integral e pronto para apresentar as mais diversificadas soluções para as mais diversificadas necessidades. Afinal, “uma grande ideia pode ser a grande diferença em toda sua vida.” Pensar como um inventor é como valorizar a existência, ressaltou.Para que possamos desenvolver o processo criativo temos que vencer bloqueios, ou seja, criar sem limites, sem pré-julgamentos – nunca se deve criar e julgar ao mesmo tempo – este procedimento nada mais é do que um bloqueio. O processo criativo conta com transgressão, ousadia e reali-zação, entre várias outras características, e requer firmeza, resistência, perseverança, superação e disciplina.Sendo o processo criativo uma técnica de resolver pro-

Por Márcia Dias.

Roberto Duailibi na FAAp - Criatividade e Marketing

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Da esqureda para a direita, o presidente da M. Books do Brasil, Milton Mira de Assumpção Filho, o diretor-cultural da FAAP, Victor Mirshawka, o autor e publicitário Roberto Duailibi e o diretor da FAAP Pós-Graduação, Victor Mirshawka Junior.

blemas, como um método está ao alcance de todos, tanto na questão de aprendizado como a do cultivo; deve ser uma atitude de trabalho de encontrar o novo, o diferente e o original. Para isso é preciso estar conectado com o mundo, com as pessoas, e ter a sensibilidade aguçada para perceber o entorno, e assim desenvolver soluções inovadoras e criativas.A pessoa criativa, entre outras características, tem a mente aberta às ideias dos outros, em diferentes campos, mantém um estoque de informações, apresenta energia física e mental em relação à motivação, são propensas a responder criativamente a tudo, dispõe de um desempe-nho criativo estimulado pela sua autoconfiança.E, qual a associação entre criatividade e marketing?“A pessoa criativa e o profissional de marketing têm grande motivação e flexibilidade para se adaptar rapida-mente às novas situações. A rigidez não é uma de suas características.”, destacou Roberto Duailibi.De acordo com Duailibi, marketing é fundamentalmente uma atividade criativa permanente, uma “gestão da cria-tividade em busca da otimização da evolução sustentável da empresa ou da carreira”; um profissional de marketing detém um ótimo banco de dados em sua memória, com-posto por vivência profissional e pessoal, e destaca-se ao usar essa experiência à sua imaginação para levar a efeito toda atitude inovadora referente à marca, produto, composição química e física, design, preço, condições de venda etc. nutrindo com isso o desejo de trilhar novos caminhos e originar uma grande dimensão estratégica para a empresa em que trabalha.Nas empresas, a preocupação está na sobrevivência e na expansão. Uma vez garantida sua sobrevivência deve

pensar na expansão. Daí entra a regra heurística, porque a criatividade é medida por meio da capacidade humana de criar relações entre coisas. A criatividade impactante resulta no sucesso da empresa e dos profissionais en-volvidos no processo.“O profissional de marketing consciente usa toda a sua imaginação não apenas para levar adiante projetos an-teriormente estabelecidos, mas para detectar possíveis mudanças que terão influência decisiva sobre a vida de sua empresa, sobre a vida de outras pessoas e sobre a sua própria vida”, afirmou o palestranteDuailibi apontou algumas estratégias para facilitar o modo de encarar e resolver questões do dia a dia, tais como: dar valor ao brainstorming ou “turbilhão de ideias” (afi-nal, qualquer ideia, por mais tola que pareça, pode ser a chave, a solução), anotar tudo o que incomoda, descobrir a necessidade das pessoas, ter foco, definir objetivos e metas, organizar-se para o alcance do que se quer.O expositor destacou também que o profissional criativo é o que tende a gerar novos negócios e não apenas geri-los, utiliza-se da infraestrutura tecnológica e física e todos os recursos disponíveis para exercer esse potencial. Afinal, todas as pessoas são muito mais criativas do que imagi-nam, basta fazer emergir essa capacidade.Em seu livro Criatividade & Marketing, Roberto Duailibi destaca cinco mitos sobre o processo criativo:á Mito 1 – Criatividade é gerada por pessoas criativas.Qualquer um com inteligência normal é capaz de realizar trabalhos criativos. A criatividade depende de valores como: experiência, habilidades técnicas, talento para pensar de maneira diferente, persistência e motivivação intrínseca, entre outros.

Um grande público presente e todos atentos às colocações de Roberto Duailibi.

á Mito 2 – Dinheiro é o que motiva a criatividade.Claro que um pagamento justo é necessário, mas um am-biente no qual a criatividade é valorizada e reconhecida, é ainda o que mais importa.

á Mito 3 – Pressão alimenta a criatividade.A pressão com tempo para a descoberta de coisas novas deprime a criatividade. No mesmo dia em que se manifes-ta a pressão e até nos dois dias seguintes, isso acaba em-pobrecendo o resultado criativo. A criatividade depende de um processo de incubação necessário para se “dormir com o problema e acordar com boas ideias”.

á Mito 4 – Medo provoca o gênio criativo.Não foi encontrada nenhuma correlação positiva entre medo e criatividade.

á Mito 5 – Concorrência é melhor que colaboração.Grupos mais criativos são aqueles nos quais as pessoas sentem confiança em debater e compartilhar ideias, não em clima competitivo, mas compondo, juntos, um quebra-cabeças.

Por fim, Duailibi falou sobre a sua régua heurística que é um

instrumento que oferece um direcionamento criativo para soluções e um melhor desempenho, combinando perguntas e respostas a fatores internos ou controláveis e a fatores externos ou incontroláveis, para ações de marketing.

Os fatores internos ou controláveis correspondem ao marketing mix, ou uma estratégia utilizada pelas empre-sas para comercializar seus produtos, gerando o melhor lucro em longo prazo, são: produto (composição química e física, design); embalagem; marca; preços (crédito, descontos, condições de venda); distribuição (canais, equipes, sistemas de entregas e armazenagem; serviços); pós-venda (assistência técnica e garantias); venda pes-soal; e comunicações (propaganda, promoção, amostra, brindes, relações públicas).Os fatores externos ou incontroláveis são compostos pelo mercado e meio ambiente, tais como: demanda (as-pectos quantitativos e qualitativos e fatores socioeconô-micos); concorrência (caracterização, comportamento e desempenho); distribuição (Internet, equipes, transporte, armazenagem, normas e práticas); tecnologia (existente e disponível); legislação (restrições e incentivos), etc. Faça download da versão digital da régua heurística no site: www.criatividade-marketing.com.br.

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8Pós-graduação

O diretor da FAAP Pós-Graduação, Victor Mirshawka Junior agradece ao palestrante Roberto Duailibi e o presenteia com um catálogo de uma das exposi-ções realizadas pela FAAP, O Cinema em Cartaz.

A aplicação do processo criativo ao modelo das empresas combina seis perguntas básicas, também aplicadas no jornalismo, e que estão em qualquer método de investi-gação e dão o norte ao consciente do pensamento: á O quê? á Como?á Quem? á Onde? á Quando?á Por quê? Elas devem ser combinadas às perguntas próprias do marketing, para constituir o conjunto de questões do processo criativo:á Quanto custa? á Quanto tempo leva? á Quanto vai render? Combinando tudo com técnicas e elementos do marke-ting mix, consegue-se um mecanismo que faz surgir uma grande quantidade de alternativas e ideias.A apresentação de Roberto Duailibi foi embasada no

livro escrito em coautoria com Harry Simonsen Jr., sob o título Criatividade & Marketing, que traz conhecimentos, métodos, práticas e demais elementos que oferecem vantagens competitivas na criação e no desenvolvimento de projetos.A FAAP prepara seus alunos não apenas para o mundo corporativo, mas também para a vida, estimulando-os a fim de que sejam empreendedores e capazes de promover soluções inovadoras e criativas, e assim alavancar sua vida e carreira. Todos os cursos da graduação e pós-graduação da FAAP contemplam a disciplina Criatividade.

Observação importante: Roberto Duailibi, publicitário, sócio da DPZ - Duailibi, Petit, Zaragoza Propaganda Ltda., uma das maiores e mais premiadas agências publicitárias do Brasil. Ele é também escritor, professor, articulista e autor de estudos sobre Comunicação. Além disso, é conselheiro da Fundação Bienal de São Paulo, do Fundo Social de Solidariedade do Governo do Estado de São Paulo, entre outras entidades.

O profissional criativo é o que tende a gerar novos negócios e não apenas geri-los, utiliza-se da infraestrutura tecnológica e física e todos os recursos disponíveis para exercer esse potencial

A FAAP no seu campus de São José dos Campos (SJC) ofereceu várias palestras de grande impacto para a co-munidade jurídica local, realçando o intento de lançar e fomentar os cursos de pós-graduação em Direito, sob a coordenação de João José Custódio da Silveira, juiz de Direito da Primeira Vara Cível da cidade.

VARAS DA FAZENDA PÚBLICANo dia 21 de agosto de 2009, o professor, jurista e advo-gado tributarista, João Agnaldo Donizeti Gandini, juiz de Direito da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto e coordenador dos cursos de pós-graduação em Direito no campus daquela cidade, proferiu uma palestra na qual contou suas experiências pessoais como magistrado e sobre seus projetos sociais, alguns deles de repercussão nacional (venceu a 5ª edição do Prêmio Innovare), sob o tema: Varas da Fazenda Pública.O prof. João A. D. Gandini falou do seu projeto de desfa-velamento em Ribeirão Preto – Projeto Moradia Legal –, da forma peculiar que desenvolveu o mesmo para o fornecimento de medicamentos, órteses, próteses e outros insumos médicos para a população por via judi-cial (Prêmio Governador Mário Covas), do transporte de cadeirantes, que tinha déficit alto e hoje está próximo de zero; e das iniciativas administrativas, para dar maior celeridade à tramitação das execuções fiscais, conse-guindo, dentre outras coisas, a aprovação de legislação

local permitindo o não ajuizamento de novas ações de valores menores que R$ 600,00 e a desistência daquelas já ajuizadas, porque antieconômicas (uma delas tramitava havia quinze anos e nela se cobrava a quantia de trinta e seis centavos), o que implicou na diminuição sensível do número de execuções e, paradoxalmente, mas como efeito mais do que esperado, resultou em aumento expressivo da arrecadação. Magistrados, Advogados, Secretários e Servidores graduados da Administração Municipal estiveram presentes e prestigiaram o evento.

EQUILÍBRIO ENTRE OS PODERES À LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERALO insigne jurista Ives Gandra da Silva Martins, em 1º de setembro de 2009, abordou o Equilíbrio entre os Po-deres à Luz da Constituição Federal. Mais de duzentas pessoas prestigiaram o evento, o que tornou necessária a disponibilização de transmissão em tempo real para mais duas salas além do auditório, que foi insuficiente para abrigar tantos interessados. O prof. Ives Gandra citou exemplos de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar as pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil; falou sobre a necessidade de se manter a separação dos Poderes no Brasil – lembrando que o País tem se mantido livre de rupturas constitucionais devido à Constituição de 1988, ainda que o texto apresente pontos a melhorar.

FaaP oferece eventos para a comunidade jurídica de São José dos Campos

Da esquerda para a direita, o palestrante e juiz João A. D. Gandini, coordenador dos cursos de pós-graduação em Direito no campus da Ribeirão Preto, o juiz coordenador dos cursos de pós-graduação da FAAP em São José dos Campos, João José Custódio da Silveira, o coordenador pedagógico da FAAP Pós-Gradu-ação, prof. Getúlio de Souza Nunes e a gestora de Direito do campus da FAAP em São José dos Campos, Claudia Cury.

Por Cláudia Cury e Márcia Dias.

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Exemplificou, por meio das crises atravessadas pelo Brasil, mas salientou que nunca se falou em ruptura constitucional. Na sua exposição de quase duas horas, o advogado tribu-tarista Ives Gandra da Silva Martins ressaltou: “Em 21 anos de democracia, o País se manteve livre de rupturas consti-tucionais exatamente por ter sido a Constituição de 1988 um passo extremamente positivo para a Nação, embora o seu texto tenha inúmeros defeitos.O País passou por diversas crises, sem que se ouvissem vozes bradando por um golpe na Constituição, ao contrá-rio do que aconteceu no passado. Tivemos a destituição de um presidente, os escândalos dos ‘anões” do Con-gresso, o ‘mensalão’ e a recente crise do Senado, além da crise inflacionária e a alternância de poder.Por exemplo, a última crise no Senado é capaz de desani-mar aqueles que desconfiam da classe política, que não são poucos, mas não deve alimentar qualquer movimento para se desativar o Senado.O momento é propício para se discutir uma revisão no papel dos senadores, que deveriam se ater a matérias federativas, como a dívida externa e acordos internacio-nais. Esse seria o papel ideal para o Senado. Creio que há um longo caminho a se percorrer na nossa democracia para chegarmos ao ideal.O grande mérito da democracia no Brasil foi o de conseguir manter o equilíbrio entre os Poderes e as instituições, que

Da esquerda para direita: profa. Naila Cristina Ferreira Nucci, coordenadora do curso de Direito da FAAP; João José Custódio da Silveira, juiz de Direito e coordenador dos cursos de pós-graduação em Direito em SJC; Aldo Zonzini Filho, secretário de Assuntos Jurídicos de São José dos Campos; prof. Victor Mirshawka, diretor-cultural da FAAP; Américo Fialdini Jr., diretor-tesoureiro da FAAP; Georges Salim Assad Jr., presidente da Associação dos Advogados de SJC; o jurista Ives Gandra da Silva Martins; e Cláudia Cury, gestora do campus FAAP/SJC.

O tributarista Ives Gandra da Silva Martins encantou a todos com a sua análise sobre o equilíbrio dos três Poderes no Brasil.

estão sobrevivendo aos homens que por elas passaram. Infelizmente o autoritarismo está voltando a alguns países da América Latina – Nicarágua, Equador, Bolívia, Venezuela etc. – com o risco de contagiar muitos outros.E um dos principais sintomas da evolução desse re-trocesso, está nas contínuas investidas dos governos na tentativa de calar os jornais de oposição, como é o recente caso da pressão feita pelo governo argentino sobre o jornal Clarin.É também o caso das sucessivas críticas que se têm feito ao regime boliviano e da Venezuela – em que um histriônico presidente cerceia cada vez mais todas as ma-nifestações dos que lhe são contrários, ceifando-lhes os pulmões da manifestação democrática pelo fechamento de canais de televisão, rádio e as intimidações judiciais, – que já ganharam dimensão internacional.Em diversos países latinos, lamentavelmente, estão ocor-rendo restrições à liberdade de imprensa, sob a alegação de que ela prejudica a vocação ‘bolivariana’ do povo.É necessário que a sociedade brasileira, nitidamente democrática, não se deixe contaminar pela antidemocra-cia política de nossos vizinhos nos quais o crescimento do autoritarismo é evidente. Sem imprensa livre, não há democracia, pois o povo não tem como saber o que ocorre nos bastidores e porões dos Poderes, senão pelos órgãos de comunicação. Que esse maior bem de uma democracia seja preservado no Brasil!O povo brasileiro não pode deixar-se contaminar pelos ven-

tos procelosos que fustigam nossos vizinhos. Que a nossa democracia prevaleça sobre as semiditaduras em que vão se transformando alguns países latino-americanos.Sou um otimista incorrigível e acredito que nosso Judiciá-rio tem um papel relevante, juntamente com o Legislativo e o Executivo, de ir corrigindo as falhas de nosso sistema democrático brasileiro.Temos só 21 anos de democracia, mas estamos ga-nhando todos os dias mais em eficiência, eficácia e efetividade.”

TRIBUNAL DO JÚRIA palestra proferida em 2 de setembro de 2009 ficou a cargo do ilustre deputado estadual Fernando Capez, procurador de Justiça no Estado de São Paulo (na foto, ao centro), estando a sua esquerda o prof. Mario Luiz Sarrubbo e profa. Naila Cristina Ferreira Nucci, ambos docentes da FAAP, que debateram as recentes reformas no Código Penal. O deputado estadual Fernando Capez cativou o público que lotou o auditório e também a sala de retransmissão com sua reconhecida oratória, abordando as novidades legislativas referentes ao Tribunal do Júri, tema de sua palestra.As palestras nos dois primeiros dias renderam arrecada-ção recorde para as instituições beneficiadas, dando -se assim continuidade ao projeto de aliar conhecimento a uma causa social, auxiliando as entidades mais necessi-tadas de São José dos Campos.

A prof. Naila Nucci, o palestrante, deputado estadual Fernando Lopez e o prof. Mario Luiz Sarrubbo.

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A FAAP Ribeirão Preto (RP) ofereceu em agosto de 2009 a palestra Por que fazer pós-graduação?, ministrada pelo economista, professor dos cursos de pós-graduação da FAAP e colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Roberto Macedo. A palestra serviu não apenas aos interessados em fazer uma pós-graduação, mas também aos pós-graduandos, remetendo a uma reflexão sobre os rumos da carreira.De maneira descontraída, Roberto Macedo mostrou que a pós-graduação legitima ou redireciona para uma nova ocupação. É o caso de arquitetos, publicitários ou enge-nheiros que assumem posições de gerência e buscam, em pós-graduações na área de gestão, conhecimento, título e status para impulsionar a carreira. Na era do co-nhecimento e com a elevada concorrência no mercado de trabalho, a pós-graduação é uma forma de educação continuada que em muito contribui para evitar a obsoles-cência. A correlação positiva entre anos de escolaridade e rendimentos também foi citada.A abordagem do palestrante contou com as seguintes chamadas: á A necessidade da educação continuada.á A importância de bons professores no processo.á A possibilidade que um curso de pós-graduação pode

proporcionar para mudar de ocupação ou mesmo de profissão.

á A titulação em administração para quem não atua na área cursada.

á A troca de experiências com mestres e colegas: a importância do networking (relacionamento).

á A importância de uma formatura solene, entre outros aspectos.

Roberto Macedo concluiu a palestra reforçando que as mudanças no mercado de trabalho fizeram com que hoje, nele, convivam três gerações. A primeira geração

iniciou sua carreira numa empresa, com a convicção de que nela se aposentaria; a segunda geração teve a mesma convicção, mas mudou de empresa pelo menos uma vez quando a proposta foi melhor e sem elevados riscos; a terceira e mais recente geração, conhecida como vídeogame, entra no jogo chamado empresa ou se torne empreendedor; se não caminhar na carreira, por iniciativa própria ou como demitido, procura outra empresa ou outro projeto pessoal, o que pode incluir a mudança de ocupação ou até mesmo de profissão. Assim, quem tem maior flexibilidade ocupacional e profissional se sai melhor!!!

Por que fazer pós-graduação? Por Prof. Dalton S. P. Marques, coordenador do curso de pós-graduação em Gestão de Marketing no campus FAAP Ribeirão Preto.

O economista e professor da FAAP, Roberto Macedo no decorrer de sua palestra Por que fazer pós-graduação?

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