A Cultura Do Abacate Tec3-0505

Embed Size (px)

Citation preview

CULTURA DO ABACATE NO ESTADO DE SO PAULO1Vera Lcia Ferraz dos Santos Francisco2 Celma da Silva Lago Baptistella3 1 - INTRODUO 12 3

O abacateiro, originrio do Mxico e Amrica Central, pertence famlia Lauraceae, gnero Perseal. As espcies importantes em fruticultura so a Persea Americana Mill (Guatemalense e Antilhana) e a Persea drymifolia Chan e Schelect (Mexicana). As variedades da raa Mexicana toleram melhor temperatura baixa; as da Antilhana so de clima tropical; e das Guatemalense de clima subtropical e no toleram extremos de temperatura. As plantas tm copa aberta e podem comumente atingir alturas acima de 10 metros. O conhecimento da biologia floral do abacateiro de suma importncia para a obteno de uma boa produo do pomar devido caracterstica de suas flores serem hemafroditas. As suas flores se comportam de duas formas diferentes determinando a classificao de cultivares em dois grupos, A e B. O grupo A composto por variedades em que a primeira abertura da flor ocorre no perodo da manh pronta para receber o plen (feminina) reabrindo novamente tarde do dia seguinte, porm, soltando plen (masculino). As variedades do grupo B a primeira abertura da flor ocorre aps o meio dia (feminina), fechando-se ao entardecer e reabrindo ao amanhecer no estgio masculino. Assim, para ocorrer uma eficiente polinizao das flores, os pomares devem ser formados com variedades pertencentes aos dois grupos para uma produo vivel economicamente. No caso, o fruticultor define qual a quantificao e/ou forma de interplantao das variedades dos dois grupos necessria para a obteno de produo de acordo com a procura no mercado (MONTENEGRO, 1951). O abacate uma das frutas tropicais mais valiosas, rica em protenas e vitaminas liposolveis A, D e B, com quantidade varivel de1 2

Registrado do CCTC IE-02/2005.

Estatstica, Pesquisadora Cientfica do Instituto de Economia Agrcola. Sociloga, Doutora, Pesquisadora Cientfica do Instituto de Economia Agrcola.3

leo na polpa, grandemente utilizado na indstria farmacutica e de cosmticos, e na obteno de leos comerciais substitutivos do leo de oliva. Incerta e discutvel a sua presena no Brasil nos sculos XVI e XVII. Sabe-se que Lus de Abreu Vieira e Silva trouxe da Ilha da Frana (hoje Guiana Francesa), em 1809, algumas mudas e sementes para o Rio de Janeiro, que foram plantadas na Real Quinta, de onde se expandiram para todo o Pas devido ao sucesso de sua aclimatizao, sendo a maioria das plantas Guatemalenses ou hbridos Guatemalenses. Os cultivares mais utilizados no mercado interno so: Simmonds (grupo A), Barbieri (B), Collinson (A), Quintal (B), Fortuna (A), Breda (A), Reis (B), Solano (B), Imperador (B), Ouro Verde (A) e Campinas (B). No mercado externo e para a industrializao so mais empregados os cultivares: Tatu (grupo B), Hass (A) e Wagner (A) (GUIRRA NET RURAL, 2004). As variedades Hass e Fuerte vm sendo comercializadas no mercado nacional sob a denominao Avocado e por serem cultivares diferenciados tm sido mais valorizados. As variedades: Ouro Verde, Geada e Fortuna so mais comerciveis no exterior, devido ao seu formato. O maior produtor mundial o Mxico ficando o Brasil em quarto lugar no ranking, com uma produo, em 2004, de 173 mil toneladas em rea de 12 mil ha, para uma produo mundial de, aproximadamente, 3,2 milhes de toneladas e rea de 416 mil ha (FAO, 2004). No Brasil, a abacaticultura teve grande desenvolvimento na dcada de 1970 devido aos incentivos fiscais concedidos pelo Governo Federal, dentro do programa de reflorestamento do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), que financiou pomares com caractersticas comerciais a partir de mudas enxertadas (CAMPOS, 1984). A produo brasileira est distribuda principalmente pela Regio Sudeste, seguida pelo Nordeste e Sul, sendo o Estado de So Paulo o maior produtor, com produo estimada, em 2003, de 78 mil toneladas (59% do total nacio-

Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

28 nal). O segundo Estado maior produtor, o Paran, apresenta participao ao redor de 14%, seguido dos Estados de Esprito Santo com 6%, Rio Grande do Sul com 6% e Cear com 3% (IBGE, 2004). Diferenas nos rendimentos agrcolas entre os Estados devem-se, principalmente, s formas de cultivo, de tratos culturais alm da diversidade de cultivares em funo das preferncias dos consumidores das vrias regies. Embora o Brasil esteja bem posicionado na classificao de maiores produtores, exportou em 2003 cerca de US$302 mil (SECEX, 2003). O Mxico maior exportador e a Frana4, o maior importador. Assim, a produo brasileira praticamente destinada ao mercado nacional. No Estado de So Paulo, na Companhia de Entrepostos e Armazns Gerais de So Paulo (CEAGESP), o comrcio de abacate encontra-se concentrado em poucos atacadistas. Nos ltimos cinco anos os cultivares mais comercializados foram: Geada e Fortuna. Este trabalho tem por objetivo analisar as Unidades de Produo Agropecuria (UPAs), produtoras de abacate no Estado de So Paulo, bem como delinear o perfil do abacaticultor. lo Instituto de Economia Agrcola (IEA) e pela CATI em 1995 e 1996 (PINO et al., 1997) e refinados por Pino e Francisco (1999). Em todos os levantamentos foram eliminadas as reas caracterizadas por densidades de cultivos inferiores a 50 ps/ha e superiores a 200 plantas/ha. Os informes sobre rendimento, nmero de plantas novas e nmero de plantas em produo, produo e produtividade foram oriundos do levantamento denominado Subjetivo do Instituto de Economia Agrcola e Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral (IEA/CATI). Com esses parmetros e outras informaes qualitativas foi possvel constituir o material bsico a ser analisado. Utilizou-se da metodologia quantitativa-descritiva para traar a tipologia do produtor por meio dos seguintes procedimentos: a) Classificaes, por tamanho da rea plantada e das unidades de produo, que seguiram uma escala logartmica, geralmente utilizada em estudos agrcolas; b) classificao dos municpios por rea plantada com abacate; c) localizao geogrfica da cultura atravs do georeferenciamento da rea plantada, com base municipal; d) anlise grfica da rea plantada por faixa de densidade de cultivo, em que a categorizao das classes baseou-se no agrupamento dos dados em uma distribuio de freqncia; e e) tabulaes do nmero de UPAs e rea plantada segundo o nvel de organizao do proprietrio, sua instruo escolar, residncia na UPA e categorias de mo-de-obra. Como as variedades de abacate existentes no Estado de So Paulo possuem pocas diferenciadas de maturao devido a fatores relacionados temperatura, os indicadores scioeconmicos, bem como as classificaes por tamanho da rea plantada com abacate e das unidades de produo, foram tabulados segundo um zoneamento baseado por regio climtica adaptada de Montenegro (1951) a fim de melhor contextualizar a abacaticultura e possibilitar a captao de singularidades relevantes a cada regio, as quais foram denominadas Zonas. Zona 1 - Composta pelas UPAs localizadas nos Escritrios de Desenvolvimento Rural (EDRs) de Andradina, Araatuba, Barretos, Catanduva, Dracena, Fernandpolis, Franca, General Salgado,

Francisco; Baptistella

2 - MATERIAL E MTODO Para caracterizao do produtor de abacate foram utilizados dados provenientes de levantamentos realizados de 1998 a 2003 pela Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral (CATI, 2003), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de So Paulo (SAA/SP). A forma de obteno das informaes seguiu um roteiro em que no decorrer de cada ano eram percorridas cerca de 20% da totalidade das UPAs do Estado5. Para as informaes de poca de plantio e colheita, que no foram includas nesses levantamentos, foram utilizadas as informaes do Levantamento Censitrio de Unidades de Produo Agropecuria, Projeto LUPA, realizado peEstudo desenvolvido por Amaro (1971) j mencionava a importncia deste pas como importador de frutas tropicais, em especial o abacate. A anlise das informaes foram viveis pois a cultura alm de ser perene no sofreu, no decorrer desses cinco anos, alteraes significativas. Para verificar a aderncia dos dados foi realizada comparao com os do Projeto Lupa 1995-96, no tendo sido constatados valores discrepantes.5 4

Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

29 Jaboticabal, Jales, Lins, Orlndia, Ribeiro Preto, So Jos do Rio Preto e Votuporanga, onde o abacate tem por caracterstica a maturao mais precoce; Zona 2 - Composta pelos produtores dos EDRs de Araraquara, Assis, Bauru, Botucatu, Ja, Limeira, Marlia, Mogi-Mirim, Ourinhos, Piracicaba, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, So Joo da Boa Vista e Tup, onde a maturao do fruto ocorre um ms aps a Zona 1; Zona 3 - Composta pelos produtores dos EDRs de Bragana Paulista, Campinas e Sorocaba, regio onde os frutos amadurecem 30 dias aps a Zona 2; Zona 4 - Composta pelos produtores dos EDRs de Avar, Itapetininga e Itapeva, regio de amadurecimento do fruto mais tardio; e Zona 5 - Composta pelos produtores dos EDRs de Guaratinguet, Mogi das Cruzes, Pindamonhangaba, Registro e So Paulo, regio considerada inapta para a cultura (Figuras 1 e 2). Utilizou-se o teste de qui-quadrado de independncia para verificar se a classificao das UPAs quanto a diversos indicadores de tecnologia e de administrao eram independentes da localizao do abacaticultor no zoneamento descrito acima. Esse teste bastante conhecido, podendo ser encontrado, por exemplo, em SAS Institute (1988) e em Mood; Graybill; Boes (1963). No caso, utilizou-se a estatstica de quiquadrado de Pearson, que testa a hiptese alternativa de associao geral entre as variveis. xas de 22kg para 3,1 milhes, respectivamente. A distribuio geogrfica da cultura abrangeu vrias regies do Estado, porm, em apenas 36 municpios (com 684 UPAs) eram cultivadas 73% da rea total. As maiores reas da cultura encontravam-se nos Municpios de MogiMirim, com 495,1ha, e Jardinpolis com 454,8ha (Tabela 1 e Figura 3) Tomando-se por base as estimativas de rea e produo, referentes safra agrcola 2002/03 (IEA/CATI), observa-se que 54% da produo de abacate no Estado de So Paulo encontrava-se situada naqueles EDRs que compem a chamada Zona 2, podendo-se destacar os municpios de Mogi-Mirim, Bauru, Santo Antonio da Posse e Araras (Tabela 1 e Figura 4). Ao acrescentar tambm os EDRs da Zona 1, dentre os quais se destacam os municpios de Jardinpolis e Tup, pode-se estimar que cerca de 84% da produo se localiza nessas regies, caracteristicamente de clima quente e inverno seco. Da totalidade das UPAs com o cultivo de abacate cerca de 60% encontravam-se em imveis de tamanho de 10 a 100ha. Ao se analisar essa distribuio por Zona observou-se que as propriedades nas Zonas 1 e 2 apresentam um maior percentual entre as UPAs de tamanho 20 a 50ha, nas Zonas 3 e 5 entre 10 e 20ha e na Zona 4 nas UPAs de tamanho 100 a 200ha (Tabela 2). Ao examinar a rea com abacate de cada UPA, verificou-se que 10% da rea total era cultivada por 0,5% das unidades, 30% por 3,2% das unidades e 60% por 14% delas, caracterizando uma concentrao da cultura. Diante das implicaes econmicas, tanto de ordem regional como na gesto das propriedades, optou-se por considerar como grandes pomares comerciais de abacate aqueles que tm acima de 10 hectares (a partir de 1.000 ps) e como mdios os que tinham entre 2 e 10 hectares (cerca de 200 a 1.000 ps), pode-se destacar alguns pontos interessantes, ao comparar entre e dentro de cada zona de produo: a) em nmero de pomares, no Estado de So Paulo, 603 (45%) poderiam ser considerados como sendo plantios mdios e grandes, dos quais 137 (ou 10%) grandes, totalizando 54% dos ps (mdia 2.826 ps) e outros 466 (mdia de 554 ps) como pomares mdios;

3 - RESULTADOS Nos levantamentos realizados pela CATI estimou-se que a cultura esteja disseminada em 1.316 UPAs, ocupando 6.503 hectares, totalizando 716 mil abacateiros, com densidade de cultivo mdio de 110 plantas/ha, distribudos em 280 municpios dos 645 existentes no Estado. Comparando-se com o levantamento 1995-96 (Projeto LUPA), que totalizou 732 mil ps em uma rea de 6.774 ha, nota-se uma tendncia de queda. Tendncia semelhante foi verificada no Levantamento Subjetivo do IEA/CATI que em 1996 sumarizou 883 mil ps contra 558 mil em 2003. A produo variou de 3,7 milhes de cai-

Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

Cultura do Abacate no Estado de S o Paulo

30

Francisco; BaptistellaFigura 1 - Zonas de Maturao do Abacate, segundo Montenegro (1951), Estado de So Paulo. Fonte: Piza Junior et al. (1995). Figura 2 - Zonas de Produo de Abacate no Estado de So Paulo. Fonte: Adaptada pelas autoras de Montenegro (1951).

Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

31

Municpio Mogi-Mirim Jardinpolis Bauru Santo Antonio de Posse Tup Araras Patrocnio Paulista Iacri Agua Timburi Capo Bonito Taquaritinga Paulnia Bariri Cordeirpolis Brodsqui Socorro Mirandpolis Piratininga Herculndia Casa Branca Bastos Rio Claro Rancharia Campinas Nova Campina Piraju Guatapar Ribeiro Preto Itaber Descalvado Mogi-Guau Altinpolis Birigui Artur Nogueira Cafelndia Sebastianpolis do Sul Demais municpios Estado de So Paulo1

Nmero de UPAs 55 90 12 30 19 37 8 5 28 1 6 27 38 21 44 18 62 32 4 3 9 8 13 10 39 1 1 10 20 1 2 3 4 2 10 8 3 631 1.315

rea (hectare) 495,1 454,8 237,1 232,1 221,9 219,3 197,6 196,0 190,2 181,0 148,4 137,7 135,0 133,2 130,4 113,9 103,7 100,3 98,3 92,2 83,4 75,0 71,5 69,6 68,7 66,3 65,0 59,9 49,1 43,5 40,4 40,0 39,6 38,3 38,1 38,1 37,6 1.760,7 6.503,0

Plantas (nmero) 46.219 43.432 29.450 28.900 23.820 23.969 21.800 20.100 26.350 21.000 14.520 17.115 12.787 14.285 12.280 11.063 9.581 10.688 16.032 7.150 7.975 8.600 7.917 8.000 8.082 9.945 6.200 6.017 4.248 3.000 6.050 5.100 3.560 2.800 3.270 3.400 5.900 205.717 716.322

Densidade (plantas/hectare) 93,4 95,5 124,2 124,5 107,3 109,3 110,3 102,6 138,5 116,0 97,8 124,3 94,7 107,2 94,2 97,1 92,4 106,6 163,1 77,5 95,6 114,7 110,7 114,9 117,6 150,0 95,4 100,5 86,5 69,0 149,8 127,5 89,9 73,1 85,8 89,2 156,9 110,2

Dados preliminares.

Fonte: Elaborada pelas autoras com base em CATI (2003).

Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

Cultura do Abacate no Estado de S o Paulo

TABELA 1 - Produtores de Abacate por Municpio, Estado de So Paulo, 1998-20031

32

Francisco; Baptistella

Figura 3 - Distribuio Geogrfica da rea Plantada com Abacate, Estado de So Paulo, 1998-2003 . 1 Dados preliminares. Fonte: Elaborada pelas autoras com base em CATI (2003).

1

Zona 3 (11,4%)

Zona 4 (3,9%) Zona 5 (0,7%)

Zona 2 (53,9%)

Zona 1 (30,1%)

Figura 4 - Produo de Abacate por Zona, Estado de So Paulo, 2003. Fonte: Instituto de Economia Agrcola e Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral.

b) dos grandes pomares, 61% deles esto localizados na Zona 2 e 30% na Zona 1, enquanto apenas 6 UPAs na Zona mais fria do Estado (Zona 4) e somando 31.145 abacateiros; c) em termos de mdia de plantas nos grandes pomares, na zona 4 que se observou o maior nmero (da ordem de 5 mil ps), enquanto nas zonas 2 e 3 registrou-se cerca de 3 mil e na zona 1 perto de 2 mil plantas;Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

d) a maior proporo de grandes pomares ocorreu na zona 2 com 16% e 62% das plantas (254,7 mil) seguida pela Zona 1 com 11% dos pomares (89 mil ps); e) na Zona 3, ao contrrio, observou-se uma grande proporo (74%) de pequenos pomares (em mdia 84 plantas por propriedade) o que consistente com a estrutura fundiria da regio;

33

Estrato de rea do imvel (0,1] (1,2] (2,5] (5,10] (10,20] (20,50] (50,100] (100,200] (200,500] (500,1000] (1000,2000] (2000,5000] Estado Estrato de rea do imvel (0,1] (1,2] (2,5] (5,10] (10,20] (20,50] (50,100] (100,200] (200,500] (500,1000] (1000,2000] (2000,5000] Estado1

Nmero de UPAs 2 10 26 52 89 134 58 19 11 6 1 408

Zona 1 Area de abacate (ha) 0,6 5,6 32,0 152,8 319,9 640,9 374,7 194,8 100,6 26,5 0,1 1.848,5

Nmero de plantas 60 534 3.086 14.896 33.008 67.947 43.240 18.989 14.110 3.171 7 199.048

Nmero de UPAs 3 14 53 89 122 131 54 23 24 10 2 525

Zona 2 rea de abacate (ha) 0,9 15,2 96,9 270,2 558,2 876,9 628,2 592,7 495,6 144,6 10,5 3.689,9 Zona 5 rea de abacate (ha) 0,1 1,9 5,1 3,5 15,8 7,2 0,6 0,2 0,1 34,5

Nmero de plantas 80 1.568 10.258 29.139 61.515 90.461 76.480 67.150 60.005 14.320 1.340 412.316

Nmero de UPAs 12 29 60 63 45 41 11 8 1 2 272

Zona 3 rea de abacate (ha) 3,0 11,9 58,9 113,0 142,4 131,1 47,1 15,9 80,0 0,5 603,8 Total rea de abacate (ha) 5,2 34,9 194,1 539,9 1.037,6 1.682,8 1.162,8 980,6 682,6 171,6 10,5 0,4 6.503,0

Nmero de plantas 321 1.389 5.972 11.947 14.456 15.684 4.945 1.830 8.500 38 65.082

Zona 4 rea de Nmero abacate de UPAs (ha) 6 2 6 4 5 6 3 9 3 1 45 0,6 0,3 1,2 0,4 1,3 26,7 112,2 177,0 6,3 0,3 326,3

Nmero de plantas 56 25 116 46 173 3.378 13.195 18.605 721 25 36.340

Nmero de UPAs 1 8 19 9 15 10 2 1 1 66

Nmero de plantas 6 137 544 343 1.368 1.027 85 16 10 3.536

Nmero de UPAs 24 63 164 217 276 322 128 60 40 18 2 2 1.316

Nmero de plantas 523 3.653 19.976 56.371 110.520 178.497 137.945 106.590 83.346 17.529 1.340 32 716.322

Dados preliminares. Fonte: Elaborada pelas autoras com base em CATI (2003).

f) finalmente, na Zona 5 encontram-se pequenos pomares de pouca expresso econmica (Tabela 3 e Figura 5). A razo entre a rea total de abacate e a rea total das unidades por Zona foi calculada por UPA. A seguir, as UPAs foram agrupadas por classe dessa razo. Observou-se que pequeno percentual de produtores cultivavam quase que exclusivamente o abacate e, de forma inversa, a grande maioria cultivava o fruto em at 10% de sua propriedade, independente da localizao nas Zonas. Esse fato leva ilao de que o plantio quase que exclusivo do fruto parece no ser o caminho preferido pelos abacaticultores existindo potencialidade para a expanso da cultura (Figura 6). O conhecimento do padro de sazonalidade da produo permite identificar perodos de maior oferta do produto, de modo a contribuir com melhor gerenciamento pelo produtor, e coInforma es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

lher em perodos mais favorveis para obter remunerao mais elevada. De modo geral, em 61% da rea plantada a colheita ocorre de janeiro a maio, com um pico em abril, com abacates antilhanos e hbridos acarretando desuniformidade de produo durante o ano (Figura 7). Desse modo, sugere-se ao fruticultor fazer um estudo prvio do clima e das variedades de tal modo que, em regies quentes, escolham-se variedades mais precoces para maior precocidade ou, de modo inverso, em regies mais frias, variedades mais tardias para acentuar esta caracterstica (MONTENEGRO, 1951). De outra parte, o plantio tem se concentrado de outubro a janeiro, que coincide com o incio das chuvas, o que propicia s mudas condies favorveis a um rpido desenvolvimento vegetativo, correspondendo a 70% da rea plantada, de acordo com a orientao agronmica da

Cultura do Abacate no Estado de S o Paulo

TABELA 2 - Produtores de Abacate por Zona e por Estrato de rea do Imvel, Estado de So Paulo, 1998-20031

34

Francisco; Baptistella

TABELA 3 - Produtores de Abacate por Zona e por Estrato de rea da Cultura, Estado de So Paulo, 1998-20031Estrato de rea do pomar (0,1] (1,2] (2,5] (5,10] (10,20] (20,50] (50,100] (100,200] Estado Estrato de rea do pomar (0,1] (1,2] (2,5] (5,10] (10,20] (20,50] (50,100] (100,200] Estado Nmero de UPAs 116 89 105 55 28 15 408 Nmero de UPAs 31 1 3 4 1 3 2 45 Zona 1 rea de abacate (ha) 72,5 143,9 372,4 422,8 407,1 429,8 1.848,5 Zona 4 rea de abacate (ha) 5,5 1,2 9,8 30,0 13,5 104,0 162,3 326,3 Nmero de plantas 8.567 16.920 41.442 43.269 43.107 45.743 199.048 Nmero de plantas 585 110 1.250 3.250 1.500 10.100 19.545 36.340 Nmero de UPAs 126 86 140 89 51 24 7 2 525 Nmero de UPAs 60 4 1 1 66 Zona 2 rea de abacate (ha) 81,7 141,0 489,7 693,0 712,6 744,7 502,0 325,2 3.689,9 Zona 5 rea de abacate (ha) 18,0 5,6 2,5 8,4 34,5 Nmero de plantas 9.417 16.234 54.972 76.965 74.818 86.460 56.950 36.500 412.316 Nmero de plantas 1.828 620 500 588 3.536 Nmero de UPAs 152 48 47 21 3 1 272 Nmero de UPAs 485 228 296 170 83 42 10 2 1.316 Zona 3 rea de abacate (ha) 65,3 82,9 174,2 163,6 37,8 80,0 603,8 Total rea de abacate (ha) 243 375 1.049 1.318 1.171 1.279 744 325 6.503,0 Nmero de plantas 7.837 8.897 19.018 16.830 4.000 8.500 65.082 Nmero de plantas 28.234 42.781 117.182 140.902 123.425 142.303 84.995 36.500 716.322

1 Dados preliminares. Fonte: Elaborada pelas autoras com base em CATI (2003).

30% Zona 1 31% Zona 1 36% Zona 2 23% Zona 3 3% Zona 4 6% Zona 5< 1.000 plantas

>1.000 plantas

61% Zona 2 5% Zona 3 4% Zona 4 0% Zona 5

Figura 5 - Percentual de UPAs, por Zona, Estado de So Paulo, 1998-2003. Fonte: Elaborada pelas autoras com base em CATI (2003).

70,0 60,0 50,0 (%) 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0[0%-10%] [10%-20%] [20%-30%] [30%-40%] [40%-50%] [50%-60%] [60%-70%] [70%-80%] [80%-90%] Acima de 90%

Zona 1

Zona 2

Zona 3

Zona 4

Figura 6 - Percentual de UPAs por Classe de Razes entre rea Cultivada e rea Total com Abacate, Estado de So Paulo, 1998-2003. Fonte: Elaborada pelas autoras com base em CATI (2003).

Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

35

20,0 15,0 10,0 5,0 9,9 12,8

16,2 11,6 10,0 7,0

%

8,3 5,1 5,1 5,6 2,8 5,6

Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.

Jul.

Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Figura 7 - Percentual de rea de Abacate por Ms de Colheita, Estado de So Paulo, 1995-96. Fonte: Elaborada pelas autoras com base em Pino et al. (1997).

cultura. Fora desse perodo, o plantio necessita de irrigao (Figura 8). A moda da densidade de cultivo ficou entre 100 e 110 plantas/ha, correspondendo a 25% da rea total; entretanto 22% da rea encontrava-se com cultivos de 80 a 100 plantas/ha e 16% entre 110 e 130 plantas/ha (Figura 9). A produo da cultura do abacateiro inicia-se no quarto ano e o rendimento pode alcanar at uma caixa de 25kg por planta; a partir da a produo aumenta progressivamente at o dcimo ou at o dcimo terceiro ano. No Estado de So Paulo a evoluo da rea nova plantada anualmente com abacate mostrou-se significativa nos primeiros anos da dcada de 1990 atingindo, em 1992, aproximadamente 160 mil ha o que justifica os aumentos de rendimento do produto a partir de 2001 (Figura 10 e 11). Em 12% da rea cultivada com o abacate ocorreu cultivo na forma de plantios intercalado com diversas combinaes de culturas, sendo a maior parte delas com outras frutas como: laranja, acerola, figo, goiaba, jabuticaba, limo e pssego, dentre outras. Nas demais reas com culturas solteiras os proprietrios tambm cultivavam em suas propriedades laranja (36% da UPAs), manga (33% das UPAs), milho (31% das UPAs), cana-deacar (19% das UPAs), limo (18% das UPAs), tangerina (16% das UPAs), eucalipto (15% das UPAs), caf (15% das UPAs) e banana (13% das UPAs). A explorao animal mais comum nas propriedades produtoras de abacate era a bovinocultura, sendo 11% delas para corte (18.906 cabeas), 29% para uso misto (14.010 cabeas) e 12% para leite (4.907 cabeas) em sua maioria nas propriedades acima de 200ha. Aspectos scio-econmicos como: nvelInforma es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

de organizao e de instruo, grau de absentesmo e a utilizao de mo-de-obra so importantes indicadores para traar o perfil dos produtores de abacate. Quanto s diferentes formas de organizaes, verificou-se que em 42% das UPAs os proprietrios faziam parte de sindicatos, somando uma rea de 3.439 ha (52% do total de rea estadual com abacate). Menores percentuais, tanto em rea quanto em nmero de unidades produtoras foram registrados para participao em associaes. Os percentuais de UPAs, quanto a essas formas organizacionais dos proprietrios, podem ser considerados semelhante nas Zonas 2 e 4, entretanto com percentuais maiores na Zona 2. Na Zona 3 encontraram-se os menores percentuais nas trs formas de organizao rural (Tabela 4). Em 56% das UPAs (47% da rea plantada com abacate) o proprietrio no tinha instruo formal ou tinha no mximo at o antigo primrio completo. Em um quinto das UPAs (20%) os proprietrios possuam o curso superior completo e cultivavam 28% da rea plantada. As empresas jurdicas foram quantificadas a parte, resultando em 11 unidades. A assistncia tcnica, oficial e/ou privada, era empregada em 65% das UPAs, perfazendo uma rea plantada com abacate de 75% da rea estadual da cultura. A assistncia tcnica privada, independente do uso da oficial, foi mais utilizada nas unidades produtivas das Zonas 1 e 2, entretanto o uso somente da assistncia tcnica privada foi mais significativa na Zona 4 (29%) (Tabela 4). Na maioria das unidades produtivas, 68% utilizavam-se de prticas de conservao do solo (correspondendo a 83% da rea com abaca-

Cultura do Abacate no Estado de S o Paulo

36

Francisco; Baptistella

30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. 13,0 9,4 6,0 4,5 5,7 1,6 0,8 0,3 1,6

29,3

14,9

%

12,9

Out.

Nov.

Dez.

Figura 8 - Percentual de rea de Abacate por Ms de Plantio, Estado de So Paulo, 1995-96. Fonte: Elaborada pelas autoras com base em Pino et al. (1997).

30,0 25,3 25,0 20,0 15,0 11,8 10,0 5,0 4,9 3,3 5,5 9,9 8,1 7,9 5,4 3,5 5,4 4,5 0,6 1,0 2,9

Figura 9 - Percentual de rea de Abacate por Faixa de Densidade de Cultivo, Estado de So Paulo, 1998-2003 . 1 Dados preliminares. Fonte: Elaborada pelas autoras com base em CATI (2003).

180.000 160.000 140.000 Nmero de ps 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Figura 10 - Evoluo da rea Nova com Abacate, Estado de So Paulo, 1987-2003. Fonte: Instituto de Economia Agrcola e Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral.

Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

(5 060 ] (6 070 ] (7 080 ] (8 090 ] (9 010 0] (1 00 -1 10 ] (1 10 -1 20 ] (1 20 -1 30 ] (1 30 -1 40 ] (1 40 -1 50 ] (1 50 -1 60 ] (1 60 -1 70 ] (1 70 -1 80 ] (1 80 -1 90 ac ] im a de 19 01

37

140 135 130 125 120 115 110 105 100 95 90 85 80

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

Figura 11 - Evoluo dos Rendimentos Mdios na Abacaticultura Paulista, Estado de So Paulo, 1987-2003. Fonte: Instituto de Economia Agrcola e Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral.

TABELA 4 - Indicadores Scio-Econmicos por Zona dos Produtores de Abacate, Estado de So Paulo, 1998-2003 (continua)Zona 1 Indicador UPAs N. Faz parte de cooperativa de produtores Faz parte de sindicato de produtores1 No utiliza assistncia tecnica1 Utiliza somente assistncia tcnica governamental1 Utiliza somente assistncia tcnica privada1 Utiliza assistncia tcnica governamental e privada1 Proprietrio sem instruo ou com instruo incompleta Proprietrio com antigo primrio completo Proprietrio com 1o grau (ou antigo ginasial) completo Proprietrio com 2o grau (ou antigo colegial) completo Proprietrio com curso superior completo Utiliza credito rural1 Utiliza escriturao agrcola1 Dispe de energia eltrica na atividade agrcola Utiliza prticas de conservao de solo1 Faz adubao mineral Faz adubao verde11 1 1 1

Zona 2 rea de cultura UPAs N. 215 110 244 131 189 85 122 62 226 47 61 128 106 149 380 42 425 289 208 52 % 40,8 20,9 46,3 24,9 35,9 16,1 23,1 11,8 42,9 8,9 11,6 24,3 20,1 28,3 72,1 8,0 80,6 54,8 39,5 9,9 rea de cultura Hectare 1.957,3 870,8 1.981,9 889,7 1.380,9 523,0 1.023,7 338,0 1.329,0 347,8 364,0 1.422,1 770,4 1.716,9 2.881,8 702,6 3.243,9 2.075,2 1.669,3 663,0 % 51,3 22,8 51,9 23,3 36,2 13,7 26,8 8,9 34,8 9,1 9,5 37,3 20,2 45,0 75,5 18,4 85,0 54,4 43,7 17,4

% 50,7 27,5 47,8 24,5 35,8 10,8 28,9 7,6 52,5 11,3 13,0 15,2 27,9 45,6 79,9 6,4 77,9 56,6 41,2 8,1

Hectare 1.183,8 667,8 1.111,1 414,4 553,1 238,3 642,7 147,0 924,9 208,4 307,9 245,3 473,1 1.090,6 1.437,7 151,6 1.582,0 1.019,0 812,9 97,8

% 64,0 36,1 60,1 22,4 29,9 12,9 34,8 8,0 50,0 11,3 16,7 13,3 25,6 59,0 77,8 8,2 85,6 55,1 44,0 5,3

207 112 195 100 146 44 118 31 214 46 53 62 114 186 326 26 318 231 168 33

Faz parte de associao de produtores1

Utiliza computador nas atividades agropecurias1

Faz adubao orgnica1

Teste qui-quadrado de independncia entre o indicador e a zona significativo (nvel de significncia menor que 5%) (dados preliminares). Fonte: Elaborada pelas autoras com base em CATI (2003).

Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

Cultura do Abacate no Estado de S o Paulo

(kg/planta)

38

Francisco; Baptistella

TABELA 4 - Indicadores Scio-Econmicos por Zona dos Produtores de Abacate, Estado de So Paulo, 1998-2003 (concluso)Zona 3 Indicador1

Zona 4 rea de cultura UPAs N. 9 6 17 13 16 13 3 9 14 8 5 8 11 12 23 6 21 8 7 3 UPAs N. 458 254 555 464 396 193 266 138 594 150 163 263 239 420 993 86 899 632 507 132 % 34,7 19,3 42,1 35,2 30,0 14,6 20,2 10,5 45,0 11,4 12,4 19,9 18,1 31,8 75,3 6,5 68,2 47,9 38,4 10,0 % 20,0 13,3 37,8 28,9 35,6 28,9 6,7 20,0 31,1 17,8 11,1 17,8 24,4 26,7 51,1 13,3 46,7 17,8 15,6 6,7 Estado rea de cultura Hectare 3.390,1 1.621,9 3.438,8 1.637,1 2.084,6 1.033,1 1.876,2 537,7 2.547,0 814,7 768,7 1.848,8 1.457,6 3.161,5 5.054,5 945,5 5.474,0 3.501,1 2.915,3 989,0 % 51,1 24,5 51,9 24,7 31,4 15,6 28,3 8,1 38,4 12,3 11,6 27,9 22,0 47,7 76,2 14,3 82,6 52,8 44,0 14,9 % 0,9 6,7 34,2 44,6 10,4 34,8 10,1 31,3 24,3 16,8 7,8 19,7 5 29,6 0,5 12 13,2 12,2 2,2 14,5 85,8 1,4 34,8 38,3 35,4 6,4 rea de cultura Hectare 176,0 11,0 162,0 2,1 69,9 157,7 96,6 1,5 27,5 186,2 31,7 78,2 195,1 177,3 233,2 59,6 316,0 159,8 155,2 44,0 % 53,9 3,4 49,6 0,6 21,4 48,3 29,6 0,5 8,4 57,1 9,7 24,0 59,8 54,3 71,5 18,3 96,8 49,0 47,6 13,5 % 12,0 11,6 28,5 52,2 12,8 16,9 18,2 6,7 42,6 11,0 10,3 15,9 3,1 28,4 78,1 5,2 53,0 38,7 44,0 30,1

UPAs N. % 8,8 7,7 28,9 65,9 11,7 16,1 6,2 9,5 42,9 13,6 13,2 19,0 2,9 23,4 78,4 4,0 39,9 29,3 34,1 14,7 Zona 5 24 21 79 180 32 44 17 26 117 37 36 52 8 64 214 11 109 80 93 40 UPAs N. % 4,5 7,6 30,3 60,6 19,7 10,6 9,1 15,2 34,8 18,2 12,1 19,7 9 50 1 26 24 31 4 13,6 75,8 1,5 39,4 36,4 47,0 6,11

Hectare 72,7 70,0 172,0 315,5 77,1 102,1 109,7 40,4 257,2 66,5 62,4 96,4 19,0 171,7 472,2 31,2 320,1 233,9 265,7 182,0

Faz parte de cooperativa de produtores Faz parte de sindicato de produtores1 No utiliza assistncia tecnica1

Faz parte de associao de produtores1

Utiliza somente assistncia tcnica governamental1 Utiliza somente assistncia tcnica privada1 Utiliza assistncia tcnica governamental e privada1 Proprietrio sem instruo ou com instruo incompleta Proprietrio com antigo primrio completo Proprietrio com 1o grau (ou antigo ginasial) completo Proprietrio com 2o grau (ou antigo colegial) completo Proprietrio com curso superior completo Utiliza credito rural1 Utiliza escriturao agrcola1 Dispe de energia eltrica na atividade agrcola1 Utiliza computador nas atividades agropecurias1 Utiliza prticas de conservao de solo1 Faz adubao mineral1 Faz adubao orgnica1 Faz adubao verde1 Indicador

rea de cultura Hectare 0,3 2,3 11,8 15,4 3,6 12 3,5 10,8 8,4 5,8 2,7 6,8

Faz parte de cooperativa de produtores Faz parte de sindicato de produtores1 No utiliza assistncia tecnica1

3 5 20 40 13 7 6 10 23 12 8 13

Faz parte de associao de produtores1

Utiliza somente assistncia tcnica governamental1 Utiliza somente assistncia tcnica privada1 Utiliza assistncia tcnica governamental e privada1 Proprietrio sem instruo ou com instruo incompleta Proprietrio com antigo primrio completo Proprietrio com 1o grau (ou antigo ginasial) completo Proprietrio com 2o grau (ou antigo colegial) completo Proprietrio com curso superior completo Utiliza credito rural1 Utiliza escriturao agrcola1 Dispe de energia eltrica na atividade agrcola1 Utiliza computador nas atividades agropecurias1 Utiliza prticas de conservao de solo1 Faz adubao mineral1 Faz adubao orgnica1 Faz adubao verde11

Teste qui-quadrado de independncia entre o indicador e a zona significativo (nvel de significncia menor que 5%) (dados preliminares). Fonte: Elaborada pelas autoras com base em CATI (2003).

Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

39 te); adubao mineral por 48% (53% da rea); adubao orgnica por 38% (44% da rea) e adubao verde por 10% (15% da rea). Destacam-se nas Zonas 1 e 2 a prtica de conservao de solo, bem como, a prtica de adubao mineral (Tabela 4). Quanto ao uso de equipamento ligado tecnologia da informao, em 7% das unidades produtivas os proprietrios se valiam do computador em suas atividades agropecurias. Esse ndice bem maior que a mdia estadual de 1995-96 que era de 3% (PINO et al., 1997). Nesse informe a Zona 4 destacou-se com um percentual de utilizao de 13%, regio onde existem os maiores pomares da cultura (Tabela 4). Quanto infra-estrutura, em boa parte das UPAS (75%) os proprietrios dispunham de energia eltrica em suas atividades agrcolas. Na Zona 4 foi encontrado a menor utilizao de energia na agricultura pois h uma maior precipitao pluviomtrica no sendo necessria irrigao (Tabela 4). Dentre os proprietrios, 36% residiam nas UPAs e detinham 28% da rea plantada. Na Zona 4 encontrou-se o maior ndice de residncia, assim como os cuidados da propriedade a cargo de familiares do proprietrio. Trabalhadores permanentes apareceram em 56% das UPAs produtoras da cultura num total de 3.402 pessoas, ou cerca de 4 pessoas por UPA, sendo a Zona 2 a que apresentou a maior mdia (5 pessoas por UPA). A ocupao da categoria temporrios foi de 50% tanto nas Zonas quanto no total do Estado. Uma caracterstica peculiar dessa cultura a colheita manual (Tabela 5). Boa parcela dos produtores de abacate (46% da UPAs) se inserem ao grupo de produtores em que mais de 80% da renda familiar provm do setor agropecurio. Esse informe, junto ao fato de esses produtores possurem cultivos de outras frutas, sinaliza que parcela significativa da renda familiar oriunda da produo e comercializao da fruticultura (Figura 12).

4 - CONSIDERAES FINAIS A cultura do abacate pode ser encontrada em praticamente todo o Estado de So Paulo, porm 75% da rea total cultivada encon-

TABELA 5 - Populao Trabalhadora dos Produtores de Abacate por Zona, Estado de So Paulo, 199820031Zona 1 Item Proprietrio reside na UPA Trabalhadores Familiares do proprietrio Permanentes Temporrios Item Proprietrio reside na UPA Trabalhadores Familiares do proprietrio Permanentes Temporrios Item Proprietrio reside na UPA Trabalhadores Familiares do proprietrio Permanentes Temporrios1

Zona 2 Trabalhadores N. Mdia 781 1021 2,3 4,3 UPAs N. 165 426 284 267 UPAs N. 23 37 34 26 % 31,3 77,7 56,2 50,1 Zona 4 Trabalhadores N. Mdia 574 623 3,2 4,2 UPAs N. % 479 1031 741 670 36,3 77,7 56,2 50,1 72,9 42,7 42,6 % 51,1 77,7 56,2 50,1 Trabalhadores N. Mdia 175 109 4,7 3,2 Trabalhadores N. Mdia 914 1395 2,1 4,9 -

UPAs N. 134 341 237 275 UPAs N. 126 182 147 83 UPAs N. 31 45 39 20

% 32,8 77,7 50,1 Zona 3 % 46,1 77,7 56,2 50,1

Zona 5 % 47,0 77,7 56,2 50,1 Trabalhadores N. Mdia 172 254 3,8 6,5 -

Estado Trabalhadores Todas N. Mdia 2616 3402 2,5 4,6 -

Dados preliminares. Fonte: Elaborada pelas autoras com base em CATI (2003).

Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

Cultura do Abacate no Estado de S o Paulo

40

Francisco; Baptistella

42,7

Figura 12 - Percentual do Nmero de UPAs por R.A., Estado de So Paulo, 1998-2003 . 1 R.A. = Participao Percentual da Agropecuria na Renda Familiar. 2 Dados preliminares. Fonte: Elaborada pelas autoras com base em CATI (2003).

tra-se em 39 municpios sendo os principais Mogi-Mirim e Jardinpolis. Da totalidade das UPAs com o cultivo mais da metade encontra-se em imveis de tamanho de 10 a 100 ha. Evidenciouse que na Zona 4, onde cada cultivar tem maturao mais tardia, diferencia-se das demais por possuir pomares de maior tamanho. O plantio de novas reas nos primeiros anos da dcada de 1990 justificou o aumento dos rendimentos a partir de 2001. Foi constatado que a maior parte dos indivduos que produziam abacate cultivavam, tambm, outras frutferas em seus estabelecimentos. A assistncia tcnica, oficial e/ou privada, foi utilizada pelos produtores em 65% das UPAs. Na Zona 4 a assistncia tcnica, somente privada, foi mais significativa. Do total da unidades em 36% os proprietrios residiam nas UPAs. O maior ndice de residncia foi apresentado na Zona 4, bem como

LITERATURA CITADAAMARO, A. A. Contribuio ao estudo econmico do abacate Agricultura em So Paulo, So Paulo, v. 28, t. 3/4, p. 1-36, mar./abr. 1971. CAMPOS, J. S. Abacaticultura paulista. Campinas: CATI, 1984. 92p. (Boletim Tcnico, 181). COORDENADORIA DE ASSISTNCIA TCNICA INTEGRAL CATI. Levantamento censitrio de unidades de produo agrcola do estado de So Paulo. Campinas, 2003. No publicado. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA IBGE. Produo Agrcola Municipal. Rio de Janeiro, 2004. Disponvel em: . Acesso em: 5 jan. 2005.

Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

(%)

22,3 12,0 13,7 9,3

at 20% R.A.1

de 21% a 40% de R.A.

de 41% a 60% de R.A.

de 61% a 80% de R.A.2

acima de 80% de R.A.

o nmero de familiares do proprietrio dedicando-se aos cuidados da propriedade. Trabalhadores permanentes apareceram em 56% das unidades com cerca de 4 pessoas por UPA, sendo na Zona 2 a que apresentou a maior mdia, 5 pessoas. Discutir o cultivo do abacate no Estado de So Paulo se faz oportuno por se tratar do principal produtor do Pas e por ser uma cultura exigente de mo-de-obra, em particular, na colheita. O produto apresenta boas perspectivas de utilizao nas indstrias qumicas (cosmticos), alm de existir possibilidade de exportao para os pases europeus e asiticos, nas entressafras dos principais exportadores: Mxico e Chile. Salienta-se que estudos dessa natureza fornecem subsdios para orientar a logstica de comercializao, dado que localiza e quantifica o produto, assim como colaboram nos esforos de assistncia tcnica e defesa vegetal.

41

GUIRRA NET RURAL. (2004). Abacate. Disponvel em: . Acesso em: 5 jan. 2005. MONTENEGRO, H. W. S. A cultura do abacateiro. So Paulo: Melhoramentos, /1951/. 102p. (Criao e Lavoura, n. 11). MOOD, A. M.; GRAYBILL, F. A.; BOES, D. C. Introduction to the theory of statistics. 3. ed. Tokyo: McGrawHill/Kogakusha, 1963. 564p. PINO, F. A.; FRANCISCO, V. L. F. S. Combinao de culturas na agricultura paulista. Informaes Econmicas, So Paulo, v. 29, n. 10, p. 25-60, out. 1999. _____ et al. (Orgs.). Levantamento censitrio de unidades de produo agrcola do estado de So Paulo. So Paulo: IEA/CATI/SAA, 1997. 4 v. PIZA JUNIOR, C. T. et al. Zonas climticas de maturao de abacate no estado de So Paulo. Campinas: CATI, 1995. 45p. (Boletim Tcnico, 225). SAS INSTITUTE. SAS/STAT user's guide. Cary, NC, 1988. SECRETARIA DE COMRCIO EXTERIOR SECEX. 2003. Disponvel em: . Acesso em: 22 dez. 2004.

CULTURA DO ABACATE NO ESTADO DE SO PAULO RESUMO: O Brasil o quarto produtor mundial de abacate e So Paulo, o principal Estado produtor. Neste artigo, dados de levantamentos censitrios foram utilizados para obter um perfil do produtor de abacate e descrio de suas unidades produtivas (UPAs). Estima-se que, em So Paulo, de 1998 at 2003, existiam 716 mil abacateiros cultivados em 6.503 hectares. A atividade concentrava-se em propriedades consideradas pequenas e com pequenos pomares e empregadores de mo-de-obra familiar, uma caracterstica da moderna fruticultura. Palavras-chave: abacate, rea cultivada, fruticultura.

AVOCADO CULTIVATION IN THE STATE OF SAO PAULO, BRAZIL ABSTRACT: Brazil is the fourth world producer of avocado and Sao Paulo is its main producing state. In this paper, census survey data were used to obtain a profile of avocado farmers and to describe their farms. It is shown that 716 thousand trees were cultivated in 6,503 ha, in the period 19982003, most of which concentrated on small farms with small orchards, using family labor, a characteristic of modern fruit growing. Key-words: avocado, cultivated area, fruit.

Recebido em 14/01/2005. Liberado para publicao em 22/02/2005.Informa es Econ micas, SP, v.35, n.5, maio 2005.

Cultura do Abacate no Estado de S o Paulo

FOOD AGRICULTURAL ORGANIZATION FAO (2004). Statistical database. Disponvel em: . Acesso em: 5 jan. 2005.