8
www.senado.gov.br/jornal Ano XV – Nº 3.031 – Brasília, terça-feira, 2 de junho de 2009 A educação no Brasil patina ou deslancha? Senadores avaliaram ontem, durante os debates em Plenário, de forma divergente a situação da educação pública. Paulo Paim enalteceu os avanços registrados no governo Lula. Já Cristovam Buarque lamentou o fato de prefeituras empobrecidas terem de arcar com o ensino básico. Mesquita Júnior disse que falta planejamento aos governos. 7 Comissão de Orçamento vota socorro a flagelados Encontro no Senado avalia o futuro da internet Usucapião para famílias carentes em área urbana O Ministério Público pode ser autorizado a propor ação de usuca- pião especial urbana em área ocupada por popu- lação de baixa renda. A Comissão de Desenvolvi- mento Regional analisa hoje essa proposta de Demostenes Torres. 3 Presidente e vice da CPI da Petrobras serão eleitos hoje A primeira reunião da CPI da Petrobras está marcada para hoje, a partir das 14h. Depois que for eleito, o presi- dente vai indicar o nome do relator. 4 Relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2010 e verbas para socorrer as vítimas das enchentes deverão ser votados hoje, a partir das 14h30. 3 A necessidade de pensar nos homens e nas mulheres que vivem na Amazônia como condição para a preservação ambiental e o desen- volvimento sustentável foi lembra- da por Mozarildo Cavalcanti, Mes- quita Júnior, Cristovam Buarque, Mão Santa e Papaléo Paes. 5 Estádios da Copa de 2014 podem adotar energia solar O uso de energia solar nos estádios da Copa do Mundo de 2014 será dis- cutido a partir das 14h30 de amanhã pela Comis- são Permanente sobre Mudanças Climáticas. 3 Quatro especialistas do setor vão debater com os senadores o futuro da internet, hoje, às 14h30, na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informá- tica (CCT). 3 Senadores debatem modelo de desenvolvimento para Amazônia População da Amazônia precisa estar no centro do debate sobre futuro da região, ressaltam senadores Alunos beneficiados pelo Fundo da Educação Básica (Fundeb) passaram de 35,6 milhões para 45,2 milhões nos últimos dois anos Elza Fiuza/ABr Albertphotograf/Flickr

A educação no Brasil patina ou deslancha? - senado.gov.br · do relator. 4 Relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ... 2 Brasília, terça-feira, 2 de junho

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A educação no Brasil patina ou deslancha? - senado.gov.br · do relator. 4 Relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ... 2 Brasília, terça-feira, 2 de junho

www.senado.gov.br/jornal Ano XV – Nº 3.031 – Brasília, terça-feira, 2 de junho de 2009

A educação no Brasil patina ou deslancha?Senadores avaliaram ontem, durante os debates em Plenário, de forma divergente a situação da educação pública. Paulo Paim enalteceu os avanços registrados no governo Lula. Já Cristovam Buarque lamentou o fato de prefeituras empobrecidas terem de arcar com o ensino básico. Mesquita Júnior disse que falta planejamento aos governos. 7

Comissão de Orçamento vota socorro a flagelados

Encontro no Senado avalia o futuro da internet

Usucapião para famílias carentes em área urbana

O Ministério Público pode ser autorizado a propor ação de usuca-pião especial urbana em área ocupada por popu-lação de baixa renda. A Comissão de Desenvolvi-mento Regional analisa hoje essa proposta de Demostenes Torres. 3

Presidente e vice da CPI da Petrobras serão eleitos hoje

A primeira reunião da CPI da Petrobras está marcada para hoje, a partir das 14h. Depois que for eleito, o presi-dente vai indicar o nome do relator. 4

Relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2010 e verbas para socorrer as vítimas das enchentes deverão ser votados hoje, a partir das 14h30. 3

A necessidade de pensar nos homens e nas mulheres que vivem na Amazônia como condição para a preservação ambiental e o desen-

volvimento sustentável foi lembra-da por Mozarildo Cavalcanti, Mes-quita Júnior, Cristovam Buarque, Mão Santa e Papaléo Paes. 5

Estádios da Copa de 2014 podem adotar energia solar

O uso de energia solar nos estádios da Copa do Mundo de 2014 será dis-cutido a partir das 14h30 de amanhã pela Comis-são Permanente sobre Mudanças Climáticas. 3

Quatro especialistas do setor vão debater com os senadores o futuro da internet, hoje, às 14h30, na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informá-tica (CCT). 3

Senadores debatem modelo de desenvolvimento para Amazônia

População da Amazônia precisa estar no centro do debate sobre futuro da região, ressaltam senadores

Alunos beneficiados pelo Fundo da Educação Básica (Fundeb) passaram de 35,6 milhões para 45,2 milhões nos últimos dois anos

Elza F

iuza/

ABr

Albert

photo

graf/F

lickr

Page 2: A educação no Brasil patina ou deslancha? - senado.gov.br · do relator. 4 Relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ... 2 Brasília, terça-feira, 2 de junho

2 Brasília, terça-feira, 2 de junho de 2009

Sessão solene e votação de MPs

Presidente do Senado afasta-se para acompanhar tratamento da filha

A agenda completa, incluindo o número de cada proposição, está disponível na internet, no endereço www.senado.gov.br/agencia/agenda.aspx

Às 11h, o Congresso faz sessão solene para comemo-rar o Dia Mundial do Meio Ambiente. Às 14h, a sessão no Senado é deliberativa. Estão na pauta três projetos de lei de conversão (PLVs 5, 9 e 10, provenientes das Medidas Provisórias 452, 458 e 457).

José Sarney viaja, às 9h30, para São Paulo, onde acompa-nhará tratamento médico da filha, a governadora do Mara-nhão e ex-senadora Roseana Sarney, que deverá se submeter

a uma cirurgia para retirada de um aneurisma cerebral.

A assessoria de imprensa da Presidência do Senado esclare-ceu que Sarney não se licenciou do cargo e que deverá voltar

a Brasília ainda esta semana. Enquanto o presidente estiver fora, os trabalhos legislativos serão conduzidos pelo 1º vice-presidente, senador Marconi Perillo (PSDB-GO).

CAE debate fim de isenções do IPI

Para debater o fim do crédito-prêmio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para exportado-res, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza audiência pública às 9h30. Os presidentes da Funda-ção Centro de Estudos do Comércio Exterior, Roberto Gianetti da Fonseca, e do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, Luiz Gonzaga Belluz zo, estão entre os convidados. Antes, a CAE analisa a indicação de Gilvandro Vasconcelos Coe lho Araújo para exercer o cargo de procurador-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça.

CE: reunião de pais e Bolsa FamíliaA Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) se

reúne às 11h para analisar, entre os 13 itens da pauta de votações, substitutivo ao projeto que altera a Lei 10.826/04, que inclui a participação dos pais em reu-niões escolares como condição adicional para recebi-mento de benefício do programa Bolsa Família.

O futuro da internet em debate na Comissão de Ciência e TecnologiaÀs 14h30, a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT)

realiza audiência pública para debater o tema “O futuro da internet – Oportunidades e de-safios para o Brasil”. Estão convidados para o debate o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero; o diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, Demi Getschko; o vice-presidente e evangelista-chefe de internet do Google, Vinton G. Cerf; o diretor-presidente da Associação Brasileira de Pro-vedores de Internet, Eduardo Fumes Parajo; e o coordenador do Comitê Gestor da Internet, Augusto César Gadelha Vieira.

Agenda

Começa a CPI da Petrobras

Às 14h, ocorre a insta-lação da Comissão Parla-mentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Na reunião, serão eleitos o presidente e o vice-presidente do colegiado e indicado o relator.

Na CMO, diretrizes orçamentárias

Reunião da Comissão Mista de Orçamento (CMO), às 14h30, para examinar, entre outros itens, relatório preliminar ao projeto da Lei de Diretrizes Or-çamentárias (LDO) para 2010. Também estão na pauta pedi-dos de crédito suplementar e requerimentos para realização de audiência pública.

Mudanças Climáticas discute Copa de 2014

A Comissão Permanente sobre Mudanças Climáticas realiza, às 14h30, audiência pública para debater projeto que prevê a adoção de práticas sustentáveis durante a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil – Copa Limpa. Entre os convidados, estão os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc; e dos Esportes, Or-lando Silva.

As comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), Agricultura e Reforma Agrária (CRA), Assuntos Sociais (CAS) e de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) rea-lizam, às 9h30, audiência pública conjunta para debater o cumprimento do programa Metas

de Desenvolvimento do Milênio, fixadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000. Adotadas por vários países, essas metas devem ser atingidas até 2015. Os ministros da Educa-ção, Fernando Haddad, e do Meio Ambiente, Carlos Minc, foram convidados.

Comissões fazem audiência conjunta sobre metas da ONU para o milênioO CONGRESSO REALIzA hoje, às 11h, sessão solene para comemo-rar a Semana Mundial do Meio Ambiente e o Dia Nacional do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. O objetivo é esti-mular ações para a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável na Amazônia.

A sessão foi proposta pelo se-nador Jefferson Praia (PDT-AM) e pelos deputados Rebbeca Gar-cia (PP-AM), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e Roberto Rocha (PSDB-MA). No requerimento, os parlamentares ressaltam a necessidade de “repensar a Amazônia” e recordam que o bioma é o “maior banco genéti-co mundial”, reunindo um quin-to da água doce do planeta, um terço das florestas e um vigésimo da superfície da Terra.

Deputados e senadores aler-tam para a forte presença de ONGs americanas e europeias na Amazônia, às quais estariam ligados cerca de 10 mil estran-geiros que atuam na região, sendo 10% deles clandestinos. Segundo os parlamentares, esse número cresce a cada ano. Cien-tistas, religiosos e empresários de turismo e de multinacionais estariam usando a boa fé da po-pulação local para ocultar inten-ções que poderiam representar ameaça à soberania nacional, a

pretexto de preservar a natureza e defender os índios.

Embora os parlamentares admitam que brasileiros mal intencionados sejam responsá-veis pelo desmatamento e pela depredação do meio ambiente, eles sugerem, como forma de evitar a ameaça à soberania, medidas como o reforço da presença das Forças Armadas na região.

“Sabemos que a presença mi-litar local e de populações civis é fundamental fator inibidor a qualquer ameaça e elemento de vanguarda na vigilância de iniciais passos precursores de qualquer tentativa de ocupa-ção”, diz o requerimento.

FortesOs parlamentares lembram

ainda que, ao longo da história brasileira, a Amazônia foi ob-jeto da cobiça internacional de espanhóis, franceses, ingleses e holandeses. Para evitar a perda da soberania, os portugueses construíram fortes na região du-rante os séculos 16, 17 e 18, como o do Presépio, que deu origem à cidade de Belém e consolidou sua conquista da Amazônia. Em 1669, o forte São José da Barra do Rio Negro, do qual surgiria Manaus, serviu de referência para o povoamento da bacia.

Congresso celebra Semana Mundial do Meio Ambiente

Sessão solene visa estimular ações para preservação ambiental e desenvolvimento sustentável na Amazônia

Biocombustíveis: Marconi discursa em evento internacional

O 1º vice-presidente do Sena-do, Marconi Perillo (PSDB-GO), discursou ontem no Ethanol Summit 2009, considerado um dos maiores encontros sobre biocombustíveis do mundo. Re-alizado em São Paulo, o evento terá 150 palestrantes, entre eles o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton.

Marconi informou que, jun-tos, Brasil e Estados Unidos de-têm 75% da produção mundial, que cresceu a uma taxa anual de 10,5% entre 2000 e 2006. Para 2009, mesmo com a crise, a pro-dução deve aumentar 14%.

O senador observou que a produção de cana para o eta-nol, e de oleaginosas, para o biodiesel, ocupa 6,6 milhões de hectares, menos de 2% dos 350 milhões disponíveis no Brasil.

Ele mostrou que a expansão do setor, estimada em 99,8 milhões de hectares, contempla a preser-vação integral da Amazônia, do Pantanal e da Mata Atlântica.

Para Marconi, no entanto, o país precisa de uma política para o setor, “com diretrizes claras e bem definidas”.

Brasil deve ter política com diretrizes claras para o setor, afirma Marconi

J. Fre

itas

José C

ruzWa

ldemi

r Rod

rigue

s

Geral

do M

agela

Forte do Presépio originou a cidade de Belém e consolidou conquista da Amazônia

Marca

l/Flic

kr

Page 3: A educação no Brasil patina ou deslancha? - senado.gov.br · do relator. 4 Relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ... 2 Brasília, terça-feira, 2 de junho

3 Brasília, terça-feira, 2 de junho de 2009

A COMISSãO MISTA de Or-çamentos (CMO) deve votar hoje o relatório preliminar do deputado Wellington Roberto (PR-PB) ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2010. Na reunião, com iní-cio às 14h30, também pode ser examinada medida provisória que abre crédito extraordinário de quase R$ 1,22 bilhão para ações de prevenção e combate a possível pandemia da gripe suína e para garantir o atendi-mento à população de estados do Norte e Nordeste atingidos por enchentes.

O relatório preliminar da LDO estava na pauta da reunião realizada no último dia 28, mas faltou acordo entre os partidos para sua votação. O PSDB, por exemplo, quer do governo prévia garantia de repasse, aos estados, de recursos da Lei Kan-dir, previstos no Orçamento de 2007 e ainda retidos pelo Tesou-ro Nacional. O DEM ainda não apresentou reivindicações, mas disse que precisava de tempo para examinar com maior pro-fundidade o documento. A LDO estabelece as linhas mestras para a elaboração do Orçamen-to do ano seguinte.

InundaçõesA Medida Provisória 563/09

está dando cobertura a ações que já estão em andamento. Do total previsto, cerca de R$ 880 milhões estão sendo absor-vidos pelo Ministério da Inte-gração Nacional para o custeio de ações emergenciais, como obras preventivas de desastres, serviços de reconstrução e, ain-da, compra e distribuição de alimentos nas áreas em situação mais crítica.

O Ministério da Defesa tam-bém foi atendido com R$ 174 milhões para prestar socorro a populações atingidas pelas chuvas. Outros R$ 40 milhões foram destinados ao Ministério dos Transportes para realização de obras emergenciais com fina-lidade de restabelecer o tráfego nas rodovias comprometidas.

Quanto à prevenção e en-frentamento à gripe suína, a MP 563/09 transfere R$ 102,4 milhões para despesas no âmbi-to do Ministério da Saúde. Uma parcela menor dos recursos – R$ 4,65 milhões – está sendo cana-lizada para as companhias que administram os principais portos federais, para a coordenação de medidas de prevenção, nas suas

unidades, contra a entrada do vírus da gripe suína no país.

TransnordestinaA comissão deve ainda exa-

minar pedido de abertura de crédito suplementar de R$ 638,3 milhões para reforço dos orçamentos de três áreas: R$ 372,4 milhões para o Ministério dos Transportes, inclusive R$ 77 milhões para dar suporte à participação da União no capital da Ferrovia Transnordestina; R$ 246,8 milhões para o Ministério das Cidades, que vão atender a projetos do Programa de Ace-leração do Crescimento (PAC), para urbanização de assenta-mentos precários; além de uma parcela de R$ 19 milhões, em favor da Secretaria Especial de Portos, a fim de concluir o Ter-minal de Contêineres do Porto de Maceió.

Estão ainda em pauta, entre outras matérias, mais dois pe-didos de crédito orçamentário: uma suplementação de R$ 149,3 milhões ao orçamento do Minis-tério da Ciência e Tecnologia e um crédito especial de R$ 43,5 milhões em favor da Empresa Brasileira de Infraestrutura Ae-roportuária (Infraero).

Comissão de Orçamento pode votar LDO e MP das Enchentes

O Projeto Copa Limpa, que prevê a adoção de práticas sus-tentáveis para a realização da Copa do Mundo de futebol de 2014, no Brasil, será discutido a partir das 14h30 de amanhã, durante audiência pública promovida pela Comissão Permanente sobre Mudanças Climáticas.

Apresentado pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC), a propos-ta está relacionada a estudo

realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e prevê a utilização de energia solar nos estádios de futebol das 12 cidades brasi-leiras escolhidas para sediar os jogos do campeonato mundial de 2014.

Foram convidados para o de-bate o ministro do Meio Am-biente, Carlos Minc; o ministro dos Esportes, Orlando Silva de Jesus Júnior; o secretário-

executivo do Ministério do Turismo, Mário Augusto Lopes Moysés; o representante do Instituto Ideal, Mauro Passos; o assessor da subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil da Presidência da República, Roberto Garibe; o secretário de Esporte do Amazonas, Júlio César Soares da Silva; e um representante da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

“O futuro da internet – opor-tunidades e desafios para o Brasil” será o tema de audiên-cia pública, hoje, às 14h30, na Comissão de Ciência, Tecnolo-gia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).

O debate foi requerido pelos senadores Aloizio Mercadante (PT-SP) e João Ribeiro (PR-TO).

Na semana passada, durante a reunião em que foi aprovada a realização da audiência, João Ribeiro afirmou aos colegas da CCT que o assunto é de extre-ma importância para o futuro do Brasil.

Quatro especialistas em in-ternet foram convidados para discutir o assunto com os se-nadores: o diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), Demi Getschko; o vice-presidente e evangelista-chefe de internet do Google, Vinton G. Cerf; o diretor-presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet (Abra-net), Eduardo Fumes Parajo; e o coordenador do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Augusto César Gade-lha Vieira.

O Ministério Público poderá ser autorizado a propor ação de usucapião especial urbana em área ocupada por popula-ção de baixa renda. Proposta de Demostenes Torres (DEM-GO) com esse objetivo deve ser analisada hoje pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR).

O senador considera inexpli-cável que a legislação vigente não confira atribuição explíci-ta ao Ministério Público para propor esse tipo de ação de usucapião.

O projeto (PLS 49/09) alte-ra o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01). Segundo o artigo 10 do estatuto, famílias de baixa renda que ocupem áreas urbanas com mais de 250 metros quadrados, por cinco anos inin-terruptos e sem oposição, pode-rão requerer usucapião coletivo, desde que os moradores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.

O artigo 12 da mesma lei diz que ocupantes de terrenos urbanos nessa condição po-dem propor ação de usucapião urbana, isoladamente ou em conjunto, por meio, por exem-plo, de uma associação de mora-dores da comunidade. Mas não menciona o Ministério Público como propositor, razão pela qual Demostenes Torres quer inseri-lo como parte legítima para submeter a ação.

O senador por Goiás afirma que seu projeto tem por base sugestão apresentada pela As-sociação Paulista do Ministério Público à Comissão de Legis-lação Participativa da Câmara dos Deputados. Alegando que a matéria se encontra pendente de deliberação na Câmara e des-tacando o interesse social que envolve a questão, Demostenes resolveu apresentar a iniciativa também no Senado, a fim agili-zar a decisão nas duas Casas do Congresso.

DiretrizesRelator do projeto, o senador

Marco Maciel (DEM-PE), lembra que, nos termos do artigo 21 da Constituição federal, compete à União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, o que veio a ocorrer nos termos do Estatuto da Cidade, porém sem um dispositivo legitimando o Ministério Público na ação de usucapião especial urbana. Para ele, trata-se de valiosa contri-buição para a solução pacífica de conflitos urbanos.

Segundo Maciel, instrumen-tos legais como o proposto por Demostenes são essenciais para ampliar os esforços empreendi-dos no sentido de assegurar a todos o direito constitucional à moradia. Por isso, seu parecer é favorável à aprovação da ma-téria, apenas com uma emenda de redação.

Audiência discute oportunidades e desafios da internet no Brasil

Ação de usucapião para família de baixa renda em área urbana

Proposta de Demostenes autoriza o Ministério Público a propor ação especial

Para votar Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2010, PSDB exige que a União garanta aos estados os repasses das compensações tributárias previstas na Lei Kandir

Estádios da Copa poderão ter energia solar

Medida provisória na pauta da CMO liberou R$ 1,22 bilhão para socorrer vítimas das cheias e prevenir contra a gripe suína

Flickr

/Gab

iportil

ho

Anton

io Cru

z/ABr

Page 4: A educação no Brasil patina ou deslancha? - senado.gov.br · do relator. 4 Relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ... 2 Brasília, terça-feira, 2 de junho

4 Brasília, terça-feira, 2 de junho de 2009

CPI da Petrobras escolhe hoje presidente, que indicará o relator

A atuação de milícias em comunidades no estado do Rio de Janeiro, com fortes indícios de envolvimento de policiais civis, militares, bombeiros militares e agentes penitenciários, será debatida em audiência pública amanhã, a partir da 9h, pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Foram convidados para a reunião o ministro da Justiça, Tarso Genro; o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame; o procurado-geral do Ministério Público do Rio, Cláudio Soares Lopes; e o presidente da CPI da assembleia legislativa fluminense que investiga denúncias de existência de milícias no Rio, deputado

Marcelo Freixo.As milícias são grupos formados, em sua grande

maioria, por policiais e bombeiros que, fora de serviço ou na ativa, controlam comunidades por meio de extorsão. Denúncias revelam que as milícias chegam a contar com o respaldo de políticos locais e lideranças comunitárias.

Ministro da Justiça debate amanhã, na CDH, atuação de milícias no Rio

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras será instalada hoje, às 14h, na sala 2 da Ala Nilo Coelho. A primeira reunião, a ser presidida pelo se-nador Paulo Duque (PMDB-RJ), já deverá eleger o presidente e o vice-presidente.

A expectativa é que a base de apoio ao governo decida somente na manhã de hoje os

nomes a serem indicados para compor a chapa de presidente e vice-presidente da comissão. O relator da CPI, como é tradição, será indicado pelo presidente eleito. O líder do DEM, senador José Agripino (RN), informou que, até o fim da tarde de on-tem, não havia acordo entre governo e oposição sobre quem comandará a investigação.

Agripino afirmou que não foi procurado nem procurou nenhum parlamentar governista para tratar do assunto.

– Não vamos procurar nin-guém por um cargo que o go-verno já avisou que não vai ce-der. O governo adote a atitude que achar correta, lide com uma investigação em clima de tensão e arque com as consequências –

alertou o democrata.Agripino afirmou ainda que

a oposição vê a CPI das ONGs, cujo relatoria na semana passa-da passou do governista Inácio Arruda (PCdoB-CE) ao oposi-cionista Arthur Virgílio (PSDB-AM), como um contraponto à da Petrobras, onde o governo tem maioria e deverá ter o comando.

A NECESSIDADE DE controle do risco de transmissão de doenças infectocontagiosas, como Aids e hepatites B e C, pode levar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a regulamentar os serviços de barbearia, cabeleireiro, salão de beleza, manicure, pedicure, podólogo, aplicação de tatua-gens e colocação de piercings. É o que determina substitutivo de Papaléo Paes (PSDB-AP) a pro-jeto (PLC 1/09) que estabelece normas de segurança sanitária para esses estabelecimentos. A matéria está na pauta de ama-nhã da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Como os serviços prestados nesses estabelecimentos podem provocar cortes ou perfurações corporais nos clientes, levando ao risco de transmissão de doen-ças por objetos contaminados, Papaléo considerou, em seu parecer, “ser dever da autori-dade sanitária intervir sempre que houver possibilidade de ameaça à saúde pública”. Por caber à Anvisa “regulamentar, controlar e fiscalizar os pro-dutos e serviços que envolvam riscos à saúde pública”, o relator decidiu incluir na lei que define as atribuições da agência a de regular os serviços relacionados no PLC 1/09.

Atletas e juízesMedidas de proteção à saúde

de atletas e de juízes de com-petições esportivas também serão analisadas pela comissão. O foco é o PLC 122/08, que altera a Lei Pelé (Lei 9.615/98) para obrigar as entidades de prática desportiva, profissional ou amadora, a realizar exames de saúde periódicos em seus atletas e as entidades organi-zadoras de competições des-portivas profissionais a manter equipes para atendimento de

emergência a atletas e juízes. A proposta recebeu parecer pela aprovação do relator, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), e será examinada posteriormente pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

RentabilidadeMudanças no cálculo da ren-

tabilidade dos recursos do Fun-do de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também serão discutidas pela CAS. Parecer do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) é favorável à apro-

vação de projeto (PLS 301/08) com esse objetivo, apresentado por César Borges (PR-BA). Ele sugere que a rentabilidade das aplicações do FGTS seja repar-tida de forma igualitária para remunerar as contas vinculadas do fundo e cobrir seus custos de manutenção.

A divisão desses rendimentos também deverá levar em conta a formação de reserva técnica para cobrir gastos eventuais não previstos, cabendo à Caixa Econômica arcar com o risco da oferta de crédito.

Piercing, tatuagem e serviço de manicure: novas regras

“Como contraponto”, Virgílio é o novo relator da CPI das ONGs

Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, nasceu no dia 5 de março de 1909, em uma pequena propriedade rural localizada no município de Assaré, no sul do Ceará. O centenário desse poeta popu-lar será celebrado pelo Senado amanhã com uma série de even-tos. A programação começa às 14 horas, no Plenário, quando os senadores homenagearão o poeta nordestino. Às 18h30, será exibido o documentário Patativa do Assaré – ave poesia, de Rosemberg Cariry.

A homenagem em Plenário foi pedida pelo senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). O próprio parlamentar é organizador do livro Patativa do Assaré – Poe-ta universal, que será lançado durante a sessão. A publicação reúne textos de Assis Ângelo, Cândido B. C. Neto, Gilmar de Carvalho, Joan Edesson, Oswald Barroso, Plácido Cidade Nuvens, Rosemberg Cariry e Tadeu Fei-tosa.

– Reverenciar a memória de Patativa do Assaré significa preservar o alcance universal da obra desse cearense que sempre teve, em sua terra natal, sua fonte de inspiração. Poucas vezes a frase “Se queres ser universal, fala da tua aldeia”, do escritor russo Tolstoi, foi tão bem representada, e mais do que isso, tão esplendidamente vivida, quanto em Patativa do Assaré – destaca Inácio Arruda.

O artista publicou livros, inúmeros folhe-tos de cordel e poemas em revistas e jornais, sendo considerado um dos mais importantes representantes da cul-tura popular do Nor-deste. Entre seus livros mais conhecidos estão: Inspiração nordesti-na (1956), Inspiração nordestina: cantos do Patativa (1967), Cor-déis (1993), Biblioteca de Cordel (2000) e Ao pé da mesa (2001). Destacam-se também, entre seus poemas mais conhecidos: A

triste partida, Cante Lá que eu Canto Cá, Coisas do Rio de Janeiro, Meu Protesto, Peixe, Se Existe Inferno, e Vaca estrela e Boi Fubá.

Segundo filho de uma família pobre que vivia da agricultura de subsistência, Patativa ficou cego de um olho ainda jovem em consequência de uma do-ença. Perdeu seu pai com oito anos e teve que passar a ajudar a família no cultivo de terras, tendo frequentado a escola so-mente por seis meses. O artista recebeu o pseudônimo Patativa por volta dos 20 anos, pelo fato de sua poesia ser comparada à beleza do canto dessa ave.

Patativa apresentou-se como violeiro em algumas cidades do Nordeste e do Norte e obteve popularidade em nível nacional, tendo recebido diversas pre-miações, títulos e homenagens, incluindo a indicação de doutor Honoris Causa por universidades do Nordeste. O artista morreu no dia 8 de julho de 2002 em Assaré, aos 93 anos.

DocumentárioFilmado entre 1979 e 2006,

o documentário Patativa do Assaré – Ave poesia resgata a figura do artista, um autodidata que aprendeu nos livros, nos cordéis, nos jornais e nas revistas a dominar a língua. O filho de Patativa, Geraldo Gonçalves de Castro, participará das homena-gens ao pai.

Proposta determina controle, pela Anvisa, de normas de segurança sanitária para evitar transmissão de doenças por serviços que perfuram ou podem provocar cortes em cliente

Senado celebra centenário do poeta Patativa do Assaré

Agência poderá fiscalizar estabelecimentos que prestam serviços de tatuagem

Patativa: artista popular nordestino e universal

Rosem

berg

Cariry

Flickr

/Ama

zona

Tatoo

Márci

a Kalu

me

Page 5: A educação no Brasil patina ou deslancha? - senado.gov.br · do relator. 4 Relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ... 2 Brasília, terça-feira, 2 de junho

5 Brasília, terça-feira, 2 de junho de 2009

Para Cristovam Buarque (PDT-DF), Mesquita Jùnior tocou em um ponto crucial: como utilizar bem o imenso patrimônio que é a Amazônia, colocando-o “a serviço do povo que ali vive e da Humanidade inteira, que ne-nhum povo específi-co deve esquecer”.

– São três coisas das quais não podemos esquecer: nossa sobe-rania, nossa responsa-bilidade com o mun-do e o retorno para a população local.

O senador pelo DF observa que hoje a maioria das pessoas adota posições extremas, em vez de buscar soluções que aliem a preservação da natu-reza e as necessidades do ser humano, como uma medida que ele sugeriu há três anos.

– Tenho tentado buscar solu-ções, e uma delas, que não é a

solução, mas uma colaboração, é a ideia que, em 2006, chamei de royalty verde: cobrar pela exploração do petróleo, para que esse dinheiro sirva para ajudar o desenvolvimento e a manutenção da floresta. Ou

seja, essa verba seria usada para manter a respon-sabilidade huma-nista pró-conser-vação e para dar um retorno à po-pulação local.

Cristovam acre-dita que a discus-são maniqueísta sobre a Amazô-

nia não ajuda na proteção da floresta.

Mão SantaMão Santa (PMDB-PI) elo-

giou o discurso de Mesquita Júnior, exaltou a bravura do povo acreano “na conquista

das suas riquezas” e defendeu que sejam consideradas as con-dições de vida da população quando for analisada a questão ambiental.

– Sempre que houver con-dições, sem matar a natureza, que [se] dê possibilidade de vida para o bravo povo do Acre – disse o senador.

O Piauí, lembrou o senador, em oposição ao Acre, é um estado muito pobre, até mes-mo em termos de vegetação, mas, ainda assim, acusou Mão Santa, o governo estadual ten-tou vender uma grande área de florestas para exploração comercial.

– O próprio governo do PT, que domina o Piauí, vendeu de uma lapada só 376 mil hecta-res de uma floresta vermelha, na Serra das Confusões, para uma empresa fazer carvão, a Carbon, do Rio de Janeiro. Com muita luta e com o auxílio da

[ex] ministra Marina Silva con-seguimos deter essa iniciativa – relatou Mão Santa.

Papaléo PaesDepois de criticar o ministro

do Meio Ambiente, Carlos Minc, por conhecer a Amazônia “apenas sobrevoando a área de helicóptero”, o senador Papa-léo Paes (PSDB-AP) salientou que não há interesse do país em enfrentar o problema vivido pela região, vítima de “aprovei-tadores e oportunistas”.

– O Estado brasileiro não quer levar a sério a Amazônia, porque ela realmente é um bar-ril de pólvora. Há instaladas ali, praticamente dominando aque-la Amazônia, organizações não governamentais internacionais – pouquíssimas são sérias; ou-tras, oportunistas – e pessoas que se aproveitam politicamen-te deste nome importante que é a Amazônia.

GERALDO MESQUITA JúNIOR (PMDB-AC), em discurso realiza-do ontem, cobrou dos governos do Acre e federal auxílio aos ho-mens e mulheres da Amazônia como condição para a promoção do verdadeiro desenvolvimento sustentável na região.

– Antes que a gente se perfile em vigílias pela preservação, te-mos que nos dedicar à preserva-ção do meio humano-ambiente, porque não consigo imaginar como podemos nos bater pela preservação do ambiente sem ter o homem como centro dessa preocupação – disse.

Segundo o senador, o go-verno do Acre e a União são contraditórios, ficando “apenas no discurso” no que se refere à preservação ambiental. Ele citou uma notícia publicada no jornal O Globo, com base em levantamento da organização não governamental Greenpe-ace, informando que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fi-nancia fazendas de produtores que devastam a Amazônia.

Mesquita Júnior afirmou ain-da que o Banco da Amazônia (Basa) também financia médias e grandes fazendas, em detrimen-to das pequenas propriedades, e que os “trabalhadores rurais do Acre estão abandonados, pois o governo virou as costas para o que ocorre lá”.

– Quando se fala em prosa e verso sobre desenvolvimento

sustentável no Acre, na prática o que ocorre é isso: a grande maioria da população está sus-tentando o desenvolvimento de poucos ali – avaliou.

XapuriO senador anunciou que Dercy

Teles Cunha foi reeleita, nesse sábado, para a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri (AC), entidade que já foi presidida pelo am-bientalista Chico Mendes, assas-sinado em 1988. Mesquita Júnior

leu notícia publicada em um blog da região informando que ela “derrotou Francisco Assiz Monteiro e toda a estrutura do PT e do governo estadual” por 321 votos contra 315. Elogiou a postura da sindicalista, que, con-forme afirmou o senador, “sofre todo tipo de pressão” e defende os pequenos produtores.

– Parabenizo a coragem de Dercy, peitando o Partido dos Trabalhadores e o governo do PT, em uma atitude de resis-tência contra o que há no meu

estado, contra os que hoje se preocupam com a preservação do poder à custa do domínio de pessoas e instituições – de-clarou.

Mesquita Júnior cobra proteção às pessoas que vivem na Amazônia

Novas regras para despesas sigilosas

Novas regras para permitir equil ibrar a manutenção de despesas sigilosas com a necessária prestação de contas do uso de dinheiro público foram sugeridas pelo senador

Renato Casagrande (PSB-ES) em seu projeto de lei (PLS 436/08), que será debatido na quinta-feira, a partir das 10h, pela Comissão de Relações Exteri-ores e Defesa Nacional (CRE).

Pelo projeto, órgãos que pos-suam gastos de caráter sigiloso deverão elaborar duas presta-ções de contas. A primeira, ostensiva e de natureza or-dinária, traria os valores das

despesas sigilosas. A segunda, contendo o detalhamento das despesas sigilosas, somente estará disponível para órgãos de controle externo e interno do governo.

Para senador, a conservação ambiental é inconcebível sem considerar as necessidades da população amazônica: “Não consigo imaginar como podemos nos bater pela preservação sem ter o homem como centro dessa preocupação”

Mesquita Júnior cita reportagem que aponta bancos oficiais como financiadores de fazendas que devastam a floresta. Segundo o senador, governo é contraditório

Senadores querem soberania, preservação e valorização do homem

“Discussão maniqueísta não ajuda na preservação da floresta”, diz Cristovam

Mozarildo: desafio do milênio é aliar preservação e desenvolvimento

Mozarildo pede atenção do governo aos habitantes

A realização de fórum na semana passada, em Belém, organizado pelo Parlamento Amazônico (Parlamaz), foi des-tacado por Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). O senador participou dos debates sobre preservação e desenvolvimento econômico.

Mozarildo leu o documento produzido pelo Parlamaz – do qual fazem parte parlamen-tares da região – frisando que “o maior desafio imposto nes-te milênio é aliar preservação ambiental e desenvolvimento econômico”. O texto, assinado pelo presidente da entidade, o deputado estadual paraense Domingos Juvenil, diz esperar que o encontro aproxime a socie-dade da pauta socioambiental e consolide, definitivamente, uma atenção qualificada à Amazônia Legal. “É imperioso buscar um modelo de desenvolvimento que alie preservação com desenvol-vimento, sem deixar a floresta intocada como santuário de contemplação”, disse.

PotencialMozarildo sugeriu que a po-

pulação de mais de 25 milhões de pessoas (somados os estados de Roraima, Acre, Amapá, Ama-zonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Maranhão) seja incluída no processo de desen-volvimento.

– A região possui um poten-cial incontestável para merecer investimentos em ciência e tec-nologia que movam a economia e transformem nossas riquezas em emprego, renda e desen-volvimento. Temos de dar essa ênfase, de pensar logicamente na questão da preservação da floresta. Mas devemos pensar na saúde do planeta sem nos esque-cer da sobrevivência do homem que está lá. São 25 milhões de habitantes que não podem estar colocados em uma hierarquia inferior em relação aos temas amazônicos – afirmou.

Segundo o senador, a área“não recebe a atenção merecida” do governo – apesar de abrigar mais de 60% do território nacional – porque só é responsável por 8% do produto interno bruto (PIB) brasileiro.

Geral

do M

agela

Margi

Mos

sGe

raldo

Mag

ela

Page 6: A educação no Brasil patina ou deslancha? - senado.gov.br · do relator. 4 Relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ... 2 Brasília, terça-feira, 2 de junho

6 Brasília, terça-feira, 2 de junho de 2009

Presidente: José Sarney1º Vice-Presidente: Marconi Perillo2º Vice-Presidente: Serys Slhessarenko1º Secretário: Heráclito Fortes2º Secretário: João Vicente Claudino3º Secretário: Mão Santa4º Secretário: Patrícia SaboyaSuplentes de Secretário: César Borges, Adelmir Santana, Cícero Lucena e Gerson Camata

Diretor-Geral do Senado: José Alexandre Lima GazineoSecretária-Geral da Mesa: Claudia Lyra

Mesa do senado Federal secretaria especial de coMunicação social

presidência da sessão

agência senadoDiretor: Mikhail Lopes (61) 3303-3327Chefia de Reportagem: Denise Costa e Moisés de OliveiraEdição: Marco Antonio Reis e Raíssa Abreu

O noticiário do Jornal do Senado é elaborado pela equipe de jornalistas da Secretaria Agência Senado e poderá ser reproduzido mediante citação da fonte.

Diretor: Eduardo Leão (61) 3303-3333Editores: Djalba Lima, Edson de Almeida, José do Carmo Andrade, Juliana Steck e Rafael FariaDiagramação: Henrique Eduardo L. de Araújo e Iracema F. da SilvaRevisão: Eny Junia Carvalho, Fernanda Vidigal, Lindolfo do Amaral Almeida, Miquéas D. de Morais e Pedro PincerTratamento de imagem: Edmilson Figueiredo, Humberto Souza Lima e Roberto SuguinoArte: Cirilo Quartim, Claudio Portella, Diego Jimenez e Oscar Arquivo fotográfico: Elida Costa (61) 3303-3332Circulação e atendimento ao leitor: Shirley Velloso (61) 3303-3333Site: www.senado.gov.br/jornal - E-mail: [email protected].: 0800 61 2211 - Fax: (61) 3303-3137Praça dos Três Poderes, Ed. Anexo I do Senado Federal, 20º andar - Brasília - DF. CEP 70165-920

Órgão de divulgação do Senado Federal

Impresso pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações - SEEP

Diretora: Ana Lúcia Romero NovelliDiretor de Jornalismo: Davi Emerich

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida por Mão Santa • Paulo Paim • Geraldo Mesquita Júnior

MãO SANTA (PMDB-PI) afirmou ontem em discurso, ao comen-tar notícia do jornal Folha de S. Paulo de domingo, que “nem Hitler fez um esquema de pro-paganda” como o do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Para o senador, o ministro da Secretaria de Comunicação So-cial da Presidência da República, Franklin Martins, é o “Goebbels de Lula” (Joseph Goebbels, mi-nistro da Propaganda nazista).

De acordo com a reportagem, o governo, que anunciava em 2003 em 499 veículos de comu-nicação em todo o país, am-pliou em 961% essa divulgação, chegando a 5.297 veículos. Ele lembrou ser de Goebbels a frase “uma mentira muito repetida acaba se transformando em verdade”.

Mão Santa leu em Plenário artigo publicado na Folha de S. Paulo de ontem, assinado por Fernando de Barros e Silva, sob o título “O Bolsa-Mídia de Lula”. No artigo, Silva afirma que essa divulgação, chamada na lingua-gem oficial de “regionalização” que busca a “democratização” da divulgação, na prática “sig-nifica que o governo promove

um arrastão e vai comprando a mídia de segundo e terceiro escalões como nunca antes neste país”.

No mesmo artigo lido pelo senador do Piauí, há uma de-claração do deputado Ricardo Barros (PP-PR), vice-líder do governo e membro da Frente Parlamentar de Mídia Regional: “Cerca de 50% das rádios e dos jornais do interior pertencem ao comunicador. O dono faz o jor-

nal ou o programa de rádio. Se recebe dinheiro, passa a ter mais simpatia e faz uma comunicação mais adequada ao governo. Há uma reciprocidade”.

Mão Santa afirmou também que o governo se serve de or-ganizações não governamentais (ONGs), onde “há muita safa-deza” e, por isso, “o governo não deixa funcionar a CPI das ONGs”.

O senador informou ter visita-

do, no final de semana, municí-pios piauienses afetados pelas enchentes. “É uma desgraceira só”, lamentou. Ele criticou ainda o estado das rodovias no Ceará e no Piauí, por onde passou. Pediu ao governo mais empenho para ajudar os flagelados, especial-mente as populações atingidas pelas inundações provocadas pelo rompimento da barragem Algodões I, na região de Cocal (PI).

Pedro Simon (PMDB-RS) vol-tou a defender o lançamento de candidatura própria do seu par-tido à Presidência da República em 2010. Ele disse que a ideia foi aprovada por unanimidade pelo PMDB do Rio Grande do Sul, além de contar com a simpatia de outros diretórios regionais, como o de Goiás.

Em aparte, Alvaro Dias (PSDB-PR) sugeriu que o próprio Simon poderia ser o candidato.

– Nem fale isso, por favor, pois a única coisa que ainda falta é tentarem me expulsar do PMDB – respondeu Simon, acrescentando ainda que a CPI da Petrobras precisa ser levada a sério, com integrantes inde-pendentes e comprometidos em “buscar a verdade”.

– Eu era líder do governo quando se fez a CPI dos Anões do Orçamento e estava aqui na CPI do impeachment [do então

presidente Fernando Collor]. A gente escolhia os mais indepen-dentes. Hoje, são as tropas de choque: do doutor Renan, do senhor Mercadante, do gover-no, da oposição. Eu não vejo a busca da verdade – afirmou.

Cristovam Buarque (PDT-DF) e Gilberto Goellner (DEM-MT) elogiaram o pronunciamento do colega gaúcho.

Alvaro Dias (PSDB-PR) anun-ciou ter apresentado projeto que exige compensações no caso de concessões ou amplia-ções de incentivos ou benefí-cios de natureza tributária pela União implicarem redução dos montantes financeiros reparti-dos com os estados, o Distrito Federal e os municípios.

Segundo o senador, a pro-posta (PLS 230/09) – que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal – estabelece o seguinte: “Quando o governo federal fi-zer cortesia, faça com o que lhe pertence, sem colocar a mão no que pertence às unidades da Federação”.

Alvaro também criticou in-formações divulgadas pelos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, baseadas na base de dados multidisci-plinar da Thomson-ISI, dando conta do crescimento, em 2008,

de 56% da produção científica nacional. O senador afirmou que o crescimento desses per-centuais deve-se ao fato de a base de dados ter acrescenta-do no ano passado inúmeros periódicos brasileiros ao seu sistema, o que teria levado a uma avaliação incorreta sobre a produção científica do país em relação a anos anteriores.

Simon afirma que tese foi aprovada por unanimidade pelo diretório gaúcho

Alvaro: “Se o governo federal fizer cortesia, faça com o que lhe pertence”

Mão Santa: “Nem Hitler fez esquema de propaganda como o de Lula”

Parlamentar cita dados de reportagem da Folha de S. Paulo de domingo que indicam aumento de 961%, desde 2003, no número de veículos de comunicação que publicam material publicitário pago pelo governo federal

Simon insiste em candidatura do PMDB à Presidência em 2010

Alvaro anuncia projeto que exige compensações a estados

Papaléo Paes (PSDB-AP) de-fendeu a aprovação de substi-tutivo da Câmara a projeto de lei do Senado que regulamenta o exercício das atividades de mototaxista e motoboy (PLS 203/01). A proposta tramita na Comissão de Constituição, Justi-ça e Cidadania (CCJ).

– Não temos no momento como bloquear a expansão do serviço de motoboy e mototá-xi. Precisamos urgentemente torná-los mais seguros. O meio de que dispomos é regulamen-tar essas profissões. E que isso passe a valer para que tenhamos a organização dos serviços que hoje são necessários nas grandes capitais e centros urbanos.

O senador disse ainda que regulamentar não significa apenas reconhecer que a ocu-pação existe, tampouco incluir simplesmente mais um ou dois itens no catálogo de ocupações do Ministério do Trabalho. Significa, segundo ele, saber quem pode exercer a profissão e em que condições; quais são os requisitos a serem atendidos pelos profissionais; e quais as medidas de segurança a serem observadas pelo condutor e pelos passageiros.

Mão Santa (PMDB-PI) também defendeu o projeto. “A moto é o cavalo da vida moderna”, afirmou.

A Câmara mudou o projeto original, do então senador Mau-ro Miranda, retirando do texto a regulamentação da profissão e priorizando as medidas de segurança, entre elas a idade mínima de 21 anos para ser con-dutor, habilitação na categoria A por pelo menos dois anos e a realização de cursos de forma-ção profissional. O relator na CCJ, Expedito Júnior (PR-RO), é favorável ao projeto de Miranda e nele incorporou as mudanças feitas pelos deputados.

Depois da CCJ, a matéria deve ser examinada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Serviços em motocicletas nas grandes cidades precisam de regras, diz Papaléo

Papaléo Paes pede a regulamentação dos mototáxis

Fotos

de Ge

raldo

Mag

ela

Page 7: A educação no Brasil patina ou deslancha? - senado.gov.br · do relator. 4 Relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ... 2 Brasília, terça-feira, 2 de junho

7 Brasília, terça-feira, 2 de junho de 2009

O SENADOR PAULO Paim (PT-RS) elogiou o ministro da Educação, Fernando Haddad, pelo sucesso conseguido, em sua avaliação, na implementação do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PDE) no país.

Criado em 2007, o PDE é um conjunto de ações estratégicas do ministério com o objetivo de melhorar a qualidade da edu-cação. O plano possui ações em quatro eixos: educação básica; educação superior; educação profissional e tecnológica; e alfabetização e diversidade.

– Não podemos negar as melhorias conseguidas, isso seria uma injustiça. O ministro Fernando Haddad tem feito um trabalho primoroso. Desde que assumiu o governo da Re-pública, o presidente Lula tem olhado para a educação com olhos muito atentos e tem bus-cado, através do Ministério da Educação, implementar iniciati-vas que gerem bons resultados – declarou.

Segundo Paim, somente no âmbito da educação básica, entre 2007 e 2008 foram cele-brados convênios da ordem de R$ 2 bilhões para transferência

de recursos da União para os estados. Já os municípios rece-beram R$ 933 milhões. Para este

segmento do ensino, destacou ele, no mesmo período, foram celebrados convênios com mais

de 900 municípios para a cons-trução de 962 escolas.

Com relação à educação su-

perior, Paulo Paim chamou a atenção para o cumprimento da meta do PDE de criação de 16 novas universidades federais no país até 2010. Das 16, 12 já começaram a funcionar e os projetos para criação das quatro restantes estão em tramitação no Congresso Nacional.

No setor de ensino técnico, o parlamentar gaúcho mencionou a conclusão de 67 novas unida-des de educação profissional e tecnológica, estando 104 escolas em fase de construção.

FiesPaim ainda se disse favorável

à decisão do Ministério da Edu-cação de encaminhar proposta à Casa Civil permitindo a redis-cussão das dívidas dos contratos do Programa de Financiamento Estudantil (Fies). O Fies é o pro-grama do governo federal que atende a estudantes carentes no custeio do primeiro curso de graduação em instituições de ensino superior não gratuitas.

Em apartes, os senadores Ge-raldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) e Papaléo Paes (PSDB-AP) ressaltaram a importância do debate sobre educação.

FundebO novo fundo passou a financiar toda a educação básica (creche, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e

educação de jovens e adultos), diferentemente do antigo Fundef, voltado apenas ao ensino fundamental

Fonte: Ministério da Educação

Contribuição dos estados e municípios Contribuição da União

2009

2008

2007

45,2 milhõesde alunos beneficiados

40,2 milhõesde alunos beneficiados

35,6 milhõesde alunos beneficiados

R$ 40 milhões R$ 60 milhões R$ 80 milhõesR$ 20 milhões

Paim elogia governo por melhorias na educaçãoEm longo debate no Plenário, Cristovam, Paim, Mão Santa, Mesquita Júnior e Papaléo expressam suas visões sobre o estado da educação no país

Ao defender a federalização da educação de base, Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que não há como construir boas escolas quando as prefeituras estão empobrecidas.

– Temos que federalizar por meio da carreira nacional do magistério e do programa fe-deral de qualidade escolar e horário integral – sugeriu.

Segundo o senador, “isso não é impossível, a despeito da frequente discussão a respeito da falta de recursos”. Cristovam garante que recursos existem, “o que pode ser provado pela grande disposição dos governos em construir estádios e provi-denciar infraestrutura para me-gaeventos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo”.

Ele observou que o governo Lula tem projetado cenários bastante favoráveis com base em ideias como a do Programa

de Aceleração do Crescimento (PAC) e a exploração do petró-leo na área do pré-sal, que de-mandariam muito mais dinheiro

do que um projeto educacional adequado às necessidades do país.

Na opinião de Cristovam, o

Congresso tem a obrigação de devolver à escola tudo o que dela foi tomado nos últimos anos, como os salários dignos, o prestígio, o equipamento, o prédio e a qualificação. O nú-mero de 200 mil escolas no Brasil seria “uma mentira”, já que só 30% desse total poderiam ser realmente consideradas escolas dotadas de todos os elementos indispensáveis.

DefasagemO senador fez uma avaliação

crítica do plano a que foi “re-legada a educação nos últimos 30 anos”: as escolas ficaram defasadas de outros setores da sociedade em razão de per-das salariais e recursos para a manutenção e atualização de equipamentos.

Ele citou como exemplo os computadores portáteis uti-lizados pelos senadores e o

circuito interno de TV que serve à Casa.

– Hoje, as crianças nascem e crescem vendo uma coisa chamada efeito especial e assis-tindo aula num quadro-negro com giz. Não é possível ter uma sala de aula disciplinada com quadro-negro e giz para crianças acostumadas ao efeito especial – frisou.

Do ponto de vista dos profes-sores, a combinação da queda de prestígio e do aumento da violência criou um quadro que combina perda de autoridade e elevação dos riscos para a vida e a saúde. Segundo Cristovam, cerca de 2 milhões de professo-res acordam para ir dar aulas sentindo que fazem parte de uma profissão de alto risco. Esse contingente equivale aos 67,6% dos educadores que se percebe-ram com menos autoridade nos últimos anos.

Prefeituras empobrecidas não constroem boas escolas, diz Cristovam

Cristovam pede carreira nacional do magistério e horário integral nas escolas

Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) afirmou, em aparte ao pronunciamento de Paulo Paim, que o governo erra no planejamento do setor educacional e salientou que os gestores públicos se acostumaram a conviver com um quadro de grande demanda sem conseguir supri-la, “com uma prestação de serviços que não chega nem aos pés do que é necessário fazer”.

– Às vezes, dá-me a impressão de que estamos planejando a educação para a população que tínhamos em 1970, tendo em vista a grande deficiência. Há situações que não conseguimos desamarrar. E não são situações novas, estão se arrastando ao longo do tempo. E não conseguimos uma situação definitiva, convincente – lamentou.

Para o parlamentar acreano, todos os governos deveriam encaram os assuntos relativos à educação e à saúde como básicos e prioritários, procurando adequar os serviços prestados ao “volume da demanda e com qualidade”.

O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) lamentou que alguns costumes tenham caído em desuso nas escolas brasileiras, em particular o ensino de noções de civismo, como cantar o Hino Nacional.

– Vejo que parar com essa atitude é realmente ter vergonha da pátria. Como não tenho vergonha da minha pátria, sou totalmente a favor do retorno do Hino Nacional. É triste vermos um brasileiro que não sabe cantar o Hino Nacional – afirmou.

Papaléo também enfatizou o papel da escola de educar no sentido mais amplo, ensinando boas maneiras, como não jogar lixo nas ruas.

– Há a educação dos pais e dos responsáveis, que se dá nas residências, mas, na maior parte do tempo, as crianças estão na escola. Lá, se não tivermos a mesma dedicação com o professor, se não derem condições para que o professor tenha a mesma dedicação que os pais têm em suas casas com as crianças, teremos um prejuízo grave, gravíssimo, como o que estamos tendo na sociedade – observou.

Fortalecer a educação profissio-nalizante pode resolver o problema educacional brasileiro, defendeu o senador Mão Santa (PMDB-PI). Ele lembrou que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprendeu uma profissão numa escola do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e se disse preocupado com o fato de que 90% dos municípios bra-sileiros não têm sequer uma livraria.

– Sou da geração que aprendeu com Monteiro Lobato, que afirmou que um país se forma com homens e livros. Noventa por cento, atentai bem, Luiz Inácio! Então, este país está muito mal-educado, daí a barbárie em que vivemos – alertou.

Mesquita Júnior aponta falta de planejamento educacional

Papaléo lamenta o fim das aulas de civismo nas escolas Mão Santa: mais valor

para o ensino técnico

Geral

do M

agela

Foto

de Ge

raldo

Mag

ela

Page 8: A educação no Brasil patina ou deslancha? - senado.gov.br · do relator. 4 Relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ... 2 Brasília, terça-feira, 2 de junho

8 Brasília, terça-feira, 2 de junho de 2009

Crivella destaca “extraordinários serviços” que algumas vítimas prestavam ao país

Segundo Fátima, crianças de Rondônia não têm transporte escolar por descaso

Marcelo Crivella: pesar pelas vítimas de acidente da Air France

Senadores comemoram escolha de cidades para sedes da Copa do Mundo de 2014, mas lembram que investimentos precisam ser feitos e população deve ser ouvida

Rosalba Ciarlini (DEM-RN) ficou “alegre e emocio-nada” com a escolha de Natal como uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo de futebol de 2014. Ela classificou como um “gol de placa” a escolha da capital do estado entre as 12 cidades-sede do campeonato de 2014, anunciadas pela Fifa.

– Temos um potencial turístico imenso e essa vai ser a forma de Natal ser mais divulgada e conhe-cida. Vai ter muito trabalho ainda a ser feito, em infraestrutura, urbanização, de estruturar o próprio espaço onde vão acontecer as competições – decla-rou a parlamentar.

Rosalba registrou que o futebol “arrasta” multi-dões e que essa será uma oportunidade para que os turistas do Brasil e do exterior conheçam Natal, que tem “praias maravilhosas e um povo amável, que pode receber bem”.

– Vai dar condições ao crescimento de Natal e do Rio Grande do Norte para a geração de emprego e de renda, que deverá ocorrer a partir das obras. Vamos acompanhar vigiando, fiscalizando para que essa seja uma oportunidade de ouro a Natal – afirmou.

Ao comemorar a escolha de Manaus como uma das sedes da Copa, João Pedro (PT-AM) defendeu a importância de a população ser convidada a se manifestar sobre as alterações urbanas que serão feitas na cidade. O senador também sugeriu que a questão ambiental seja colocada como fundamen-tal na execução dos projetos de estádios e de obras de infraestrutura que serão realizadas.

– É o momento de avançarmos no sentido de organizar as cidades para esse futuro que está próximo. Espero, sinceramente, que a sociedade ganhe, com as mudanças que serão promovidas, uma vida mais digna. Por exemplo: se vamos mexer nas vias de Manaus, por que não dotarmos a cidade com ciclovias? – propôs.

João Pedro sugeriu campanhas em todo o Brasil estimulando que as pessoas compareçam aos es-tádios de bicicleta.

Em aparte, o senador Gilberto Goellner (DEM-MT) celebrou a escolha de Cuiabá para sede da Copa e defendeu que os ônibus que levarão os torcedores aos estádios utilizem óleo vegetal como combustível.

O SENADOR JOSÉ Agripino (DEM-RN) comemorou a indicação de Natal, capital de seu estado, como uma das 12 cidades que vão sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil (as outras são Manaus, Cuiabá, Recife, Fortaleza, Salva-dor, Belo Horizonte, Rio de Ja-neiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília).

Apesar da alegria, ele ma-nifestou preocupação com o repasse de recursos necessários, por isso, o parlamentar sugeriu que o governo federal dê a Natal, e às outras cidades de menor porte, o mesmo tratamento dispensado ao Rio de Janeiro quando da realização dos Jogos Pan-Americanos.

Agripino ressaltou que está prevista a construção do Estádio das Dunas, obra que demandará uma forte injeção de recursos. O senador considera importan-

te a participação da iniciativa privada nos empreendimentos necessários ao êxito do evento. Ele lembrou que as obras vão ajudar na geração de empregos, e a escolha como uma das sedes da Copa multiplicará a visibilida-de de Natal no futuro. Isso vai ao encontro de uma vocação natural da economia do estado,

que é o turismo.

UniãoEm aparte, Garibaldi Alves

(PMDB-RN) reforçou a necessi-dade de união de todas as forças do estado, com os políticos e os empresários, para reivindicar o auxílio do governo federal às obras. Ele afirmou ter esperan-ça de que a iniciativa privada também poderá concorrer com os investimentos que foram anunciados.

Já Cristovam Buarque (PT-DF) ressaltou que Brasília está, igualmente, em festa por ter sido escolhida como uma das sedes. Ele defendeu maiores investi-mentos em educação e saúde pública nessas cidades. Como exemplo, o parlamentar citou que motoristas de táxi, garçons e demais pessoas que vão receber os estrangeiros possam ter de aprender outros idiomas.

Agripino quer forte apoio do governo federal a Natal

Natal foi selecionada uma das 12 cidades que receberão os jogos do Mundial de Futebol: grande incentivo ao turismo

Agripino: Copa multiplicará visibilidade de Natal para turistas

Rosalba celebra escolha da cidade para o Mundial

Populações devem ser ouvidas, diz João Pedro

Rosalba: grande oportunidade

para gerar empregos

João Pedro sugere criar ciclovias nas ruas de Manaus

Marcelo Crivella (PRB-RJ) ma-nifestou sua solidariedade aos familiares das vítimas da queda da aeronave da Air France que, no domingo, deixou o Rio de Janeiro com destino a Paris.

Ele destacou que havia mais de 200 passageiros a bordo e leu uma lista com os nomes de várias pessoas cuja presença no voo já está confirmada.

O senador ressaltou o pa-pel de algumas das vítimas nos serviços que prestavam ao Brasil. Citou, por exemplo, o alemão Erich Heine, presidente da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que segundo disse, “amava o Brasil”.

Lembrou também o brasi-leiro Luís Roberto Anastácio, presidente da Michelin para a América do Sul, e o cirurgião plástico gaúcho Roberto Corrêa Chem, que estava com esposa e filha, entre tantas vítimas.

– A perda é inestimável. Não

só pelas vidas ceifadas, como pelo extraordinário trabalho que essas pessoas prestavam ao país, às comunidades e às suas empresas. Lamentamos profun-damente essas perdas e pedimos a Deus, em nossas orações, para que as famílias tenham forças para suportar este momento difícil – declarou.

ProvidênciasCrivella espera que as inves-

tigações possam chegar a uma conclusão definitiva sobre quais foram as causas do acidente. A seu ver, somente a partir desses dados as companhias aéreas e seus engenheiros vão poder adotar as providências necessárias para que desastres como esse não voltem a ocorrer. Ele elogiou ainda a atitude do presidente em exercício, José Alencar, que seguiu para o Rio de Janeiro a fim de prestar solidariedade às famílias das vítimas.

A senadora Fátima Cleide (PT-RO) acusou o governador de Rondônia, Ivo Cassol, de não usar o dinheiro repassa-do pelo governo federal para pagar o transporte escolar de crianças que moram no meio rural. Segundo ela, já foram devolvidos aos cofres da União R$ 2,67 milhões, que poderiam beneficiar os 22 mil alunos rurais do estado.

Para Fátima, trata-se de um absurdo, pois o governador poderia autorizar a União a re-passar o dinheiro do transporte escolar rural diretamente às pre-feituras. A parlamentar acres-centou ainda que, quando o governador usa o dinheiro, não presta contas em tempo hábil e, no ano seguinte, a lei manda o governo federal descontar o saldo que ficou parado.

A senadora relatou que o

governo de Rondônia vem tra-tando com descaso os recursos do Plano Nacional de Transpor-te Escolar (Pnate) desde que a ajuda foi criada. Em 2004, o dinheiro não foi usado. No ano seguinte, houve punição, com a redução do valor pela falta de aplicação da verba.

Em 2006, continuou Fátima Cleide, o estado perdeu três parcelas, por causa de atraso na entrega de prestação de contas do ano anterior. Em 2007, Rondônia nada recebeu, porque falhara novamente na prestação de contas. As devo-luções, até agora, já somam R$ 2,67 milhões.

– Se o governador não tem competência para aplicar os recursos, que autorize a trans-ferência direta às prefeituras. Elas, com certeza, vão usar o dinheiro – recomendou.

Fátima Cleide acusa governador de Rondônia de prejudicar alunos

Sonia

Furta

do/F

lickr

Geral

do M

agela

Geral

do M

agela

Geral

do M

agela

Morei

ra Ma

rizGe

raldo

Mag

ela