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A Era dos Impérios- Capítulo Dois UMA ECONOMIA MUDANDO DE MARCHA Neste capítulo, Hobsbawn traça um panorama da economia mundial, bem como de seus aspectos políticos e sociais indissociáveis, da era que ficou conhecida como a “Belle Èpoque”. Discute a depressão da economia mundial ocorrida no ano de 1889, contrapondo-se a essa ideia, demonstrando que neste período a produção de ferro duplicou, a de aço, tida como um indicador do conjunto de industrialização, multiplicou-se por 20 e houve um incremento considerável nas taxas de comercio internacional. Com relação à América Latina, coloca que foi justamente nesta fase que os investimentos estrangeiros atingiram níveis assombrosos, além do aumento do numero de imigrantes. No entanto, disserta a respeito d a opinião de historiadores que seguem a linha socialista que, de uma maneira geral, aguardavam um a invasão de imigrantes que ameaçariam a continuidade da civilização, apostando no colapso do capitalismo. Além da visão dos economistas e empresários que temiam a prolongada depressão de preços, juros e consequentes lucros. A agricultura foi o setor que mais sofreu nas décadas de depressão, uma vez que a produção, que havia aumentado nas décadas anteriores, acabou por inundar o mercado mundial de excedentes. A forma encontrada para a defesa da economia foi a formação de cooperativas, que rapidamente se multiplicaram em diversos países, bem como a emigração, considerada uma válvula de escape para minorar as pressões sociais, que poderiam acabar em rebeliões. Com relação ao setor empresarial, a inflação foi favorável, pois aumentou a taxa de lucros e consequentemente , o número de concorrentes. O mercado de massa começou a desenvolver-se, embora muito mais vagarosamente do que o crescimento do número de novos produtos industriais. Outra dificuldade encontrada foi a contraposição dos preços instáveis com as altas e baixas ditadas pelo mercado e os custos

A Era Dos Impérios - Cap. 02

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Resumo do Segundo Capitulo ( Uma Economia Mudando de Marcha) do Livro "A era dos Impérios" do autor Hobsbawn.

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A Era dos Imprios- Captulo DoisUMA ECONOMIA MUDANDO DE MARCHANeste captulo, Hobsbawn traa um panorama da economia mundial, bem como de seus aspectos polticos e sociais indissociveis, da era que ficou conhecida como a Belle poque.Discute a depresso da economia mundial ocorrida no ano de 1889, contrapondo-se a essa ideia, demonstrando que neste perodo a produo de ferro duplicou, a de ao, tida como um indicador do conjunto de industrializao, multiplicou-se por 20 e houve um incremento considervel nas taxas de comercio internacional. Com relao Amrica Latina, coloca que foi justamente nesta fase que os investimentos estrangeiros atingiram nveis assombrosos, alm do aumento do numero de imigrantes.No entanto, disserta a respeito d a opinio de historiadores que seguem a linha socialista que, de uma maneira geral, aguardavam um a invaso de imigrantes que ameaariam a continuidade da civilizao, apostando no colapso do capitalismo. Alm da viso dos economistas e empresrios que temiam a prolongada depresso de preos, juros e consequentes lucros. A agricultura foi o setor que mais sofreu nas dcadas de depresso, uma vez que a produo, que havia aumentado nas dcadas anteriores, acabou por inundar o mercado mundial de excedentes. A forma encontrada para a defesa da economia foi a formao de cooperativas, que rapidamente se multiplicaram em diversos pases, bem como a emigrao, considerada uma vlvula de escape para minorar as presses sociais, que poderiam acabar em rebelies.Com relao ao setor empresarial, a inflao foi favorvel, pois aumentou a taxa de lucros e consequentemente , o nmero de concorrentes. O mercado de massa comeou a desenvolver-se, embora muito mais vagarosamente do que o crescimento do nmero de novos produtos industriais. Outra dificuldade encontrada foi a contraposio dos preos instveis com as altas e baixas ditadas pelo mercado e os custos de produo estveis, entre eles os investimentos com os equipamentos e o pagamento de salrios.A medida tomada em relao a depresso dos preos, lucros e taxas de juros, foi a prtica do bimetalismo, ou seja, basear o sistema mundial de pagamentos tanto no ouro como na prata, abundante nas Amricas, j que o ouro encontrava-se cada vez mais escasso. Tal prtica, no era vista com bom olhos pelos grandes banqueiros, empresrios e governos de pases centrais do capitalismo.Alm disso, a poltica do protecionismo comeou a ser praticada por governos que cederam aos apelos de grupos influentes, que buscavam proteger seus produtos nacionais, da concorrncia dos estrangeiros. Tambm esta prtica foi de encontro aos interesses bvios da Gr-Bretanha, cuja economia era majoritariamente orientada para a exportao de produtos industrializados, alm de servios financeiros e de transporte.Durante seu processo de industrializao, a Inglaterra relegou ao segundo plano sua agricultura, tendo se tornado um dos principais mercados consumidores de produtos primrios e agrcolas. Este foi o ponto crucial, em que o autor coloca que a base do poderio econmico britnico se fez atravs da simbiose com a parcela subdesenvolvida do mundo.Assim, a industrializao e a Depresso transformaram-se em grupos de interesse conflitantes, de tal forma que a concorrncia deixou de existir apenas entre as empresas e estendeu-se s naes.No decorrer do sculo XIX, as mais remotas regies do planeta foram se transformando, na medida em que as prticas do capitalismo no reconheciam fronteiras e a poltica do liberalismo econmico era prontamente apoiada pela Inglaterra. Com relao s prticas protecionistas, o autor credita sua existncia uma situao de concorrncia econmica internacional. Hobsbawn analisa seu impacto nos diversos setores, chegando concluso de que o protecionismo no comprometeu seriamente o crescimento, ao contrario, incentivou diversas indstrias nacionais a produzir para seus mercados internos e ajudou, ainda, a ampliar a base industrial do mundo.Em seguida, ele relata as tentativas de ampliar as margens de lucro, atravs da formao de trustes e cartis, alm das formas de administrao cientfica que iam surgindo, uma vez que os tradicionais mtodos de administrao foram considerados empricos e ultrapassados. O Taylorismopropunha maximizar o potencial de trabalho dos operrios atravs do isolamento do trabalhador de seu grupo, transferindo o controle do processo para os agentes da administrao, alm de uma diviso sistemtica de cada processo em unidades cronometradas, sem mencionar os sistemas variveis para o pagamento do salrio, baseado no percentual de produo individual.O surgimento do imperialismo foi outra sada plausvel para os problemas empresariais. Tanto a presso do capital procura de investimentos lucrativos, quanto a produo crescente procura de mercados, incentivaram as polticas expansionistas. Incentivaram o neo-colonialismo.No ano de 1990, surpreendentemente, apenas um ano depois da Grande Depresso, a economia mundial foi assolada por um boom econmico, que teve como pano de fundo justamente a Belle poque, como ficou conhecido o perodo que durou at a primeira Grande Guerra.Alguns economistas buscam justificar este fenmeno com a descoberta de reservas de ouro na frica do Sul e no Canad. Outros, especularam sobre a existncia de ondas largas, na qual o capitalismo flutuaria, de tempos em tempos.De qualquer forma, as previses marxistas a respeito da impermanncia do capitalismo precisaram ser revistas.

Mas mais importante do que as justificativas, so as conseqncias deste perodo de euforia econmica: a redistribuio do poder econmico mundial, com o relativo declnio britnico e emergncia dos EUA e Alemanha no cenrio mundial.A rivalidade entre os Estados foi uma caracterstica marcante dessa poca, bem como as relaes experimentadas entre as parcelas desenvolvidas e subdesenvolvidas do planeta.Mas a situao da Inglaterra permaneceu inalterada enquanto centro de operaes das transaes comerciais internacionais, exportando como nunca seus produtos industrializados para o mundo, enquanto importava produtos primrios das naes subdesenvolvidas, estabelecendo, sob certa tica, um meio de equilbrio global. Seu relativo declnio industrial serviu, portanto, para reforar ainda mais seu poderio econmico.Outras caractersticas da economia mundial do perodo foram: a revoluo tecnolgica, o domnio das indstrias produtoras de bens de consumo pelo mercado de massa, o crescimento acentuado do setor tercirio da economia (trabalhadores de lojas e escritrios) e o avano do coletivismo em detrimento da iniciativa individual.Com relao a esta ltima caracterstica, o aumento do papel do governo no setor pblico, acabou por causar um retraimento da economia de livre concorrncia, gerar polticas de reformas voltadas para o bem estar social e ainda favoreceu o crescimento da indstria blica.Os anos de 1875 a 1914 foram um tempo de crescimento e transformao para a parcela desenvolvidado mundo. Muito embora a misria rondasse a maioria dos trabalhadores, que tinham na abundancia de oferta de trabalho apenas um paliativo para suas dificuldades, as classes mdias perceberam o perodo como uma poca dourada, principalmente aps os difceis anos de ps-guerra.