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1 A Escala do Tempo Geológico Registro Geológico – testemunha a história da evolução geológica no planeta. Escala de Tempo Geológico – organiza esta evolução no tempo, em uma seqüência de eventos. O Tempo Geológico (toda história da Terra ou intervalos de tempo de um determinado evento geológico) pode ser calculado por métodos absolutos ou relativos. A Escala de Tempo Geologico é subdividida hierarquicamente em Eons que pode ser subdividido em Eras, que podem ser subdivididas em Períodos e esses podem ser subdivididos em épocas. Obs. Nomes dos períodos devem-se geralmente a localidades geográficas onde foram definidos, Ex.: Devoniano (região de Devonshire-Inglaterra). · Alguns nomes se devem a particularidades das rochas do período, Ex.: Carbonífero (abundância em carvão) Os Eons são Eon Arqueano, Eon Proterozóico e Eon Fanerozóico. OBS: Antes do Eon Arqueano, tem-se o Haddeano. O intervalo entre a formação da Terra e 542 Ma é denominado de Pré-Cambriano.

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A Escala do Tempo Geológico

Registro Geológico – testemunha a história da evolução geológica noplaneta.

Escala de Tempo Geológico – organiza esta evolução no tempo, em umaseqüência de eventos.

O Tempo Geológico (toda história da Terra ou intervalos de tempo de umdeterminado evento geológico) pode ser calculado por métodos absolutosou relativos.

A Escala de Tempo Geologico é subdividida hierarquicamente em Eonsque pode ser subdividido em Eras, que podem ser subdivididas emPeríodos e esses podem ser subdivididos em épocas.

Obs. Nomes dos períodos devem-se geralmente a localidades geográficasonde foram definidos, Ex.: Devoniano (região de Devonshire-Inglaterra). ·Alguns nomes se devem a particularidades das rochas do período, Ex.:Carbonífero (abundância em carvão)

Os Eons são Eon Arqueano, Eon Proterozóico e Eon Fanerozóico. OBS: Antes do Eon Arqueano, tem-se o Haddeano. O intervalo entre a

formação da Terra e 542 Ma é denominado de Pré-Cambriano.

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O HADEANO (Hades = submundoda cultura greco-romana)

Da origem da Terra (4,6 Ga) a 4,0Ga.

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1. Formação do Sistema Solar;

2. Não haviam rochas, exceto pelos meteorito, nuvem de gás e poeira cósmica

HADEAN0 (4,6 - 4,0 Ga)

Arqueozóico Do grego archaîos = antigo. Por vezes chamado Arqueozóico = vida antiga.

Durou desde o início da Terra (4.560 milhões de anos) até 2.500 milhõesde anos.

Na Terra, o registro mais antigo de rocha é o Acasta gnaisse, no Canadá,com 3.960 milhões de anos (Bowring et al., 1989), e o mineral mais antigo,um zircão detrítico encontrado em Mount Narryer na Austrália, forneceuuma idade de 4.100 milhões de anos (Froude et al., 1983).

Nesse caso, a rocha onde esse zircão foi encontrado é mais nova, mas asanálises indicam que ele foi formado à 4.100 milhões de anos.

Infelizmente, as rochas formadas nos primórdios da Terra foram recicladaspor processos similares à Tectônica de Placas, dessa forma,aparentemente, não sobraram registros dos primeiros 500 milhões de anosdo nosso planeta.

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Figure 2. Contemplating folded layering in the Acasta gneisses

The largely plutonic basement block (the CentralSlave Basement Complex of Bleeker et al.,Canadian Journal of Earth Sciences, 1999)contains Earth’s oldest rocks, the 4.03 Ga Acastagneisses (Fig. 2).

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Eon Arqueano [archaios (grego) = antigo], Intervalo de ~ 4 G.a. ? 2,5 G.a. A Terra estava se diferenciando em núcleo/ manto/ crosta. Organismos unicelulares estão presentes.

TEMPO GEOLÓGICO

ARQUEANO (4,0 – 2,5 Ba)

• Resfriamento da crosta da Terra;

• Condensação dos vapores de água da atmosfera emdepressões da superfície formando lagos e mares.

• Alguns sedimentos antigos contêm querogênio (matériaorgânica degradada) sugerindo que o início da vida se deuantes de 3,8 Ba.

• Fóssil mais antigo data de 3,5 Ba (bactéria)

• Primeiras bactérias seriam anaeróbicas totais - ambientepobre em oxigênio.

• Fóssil mais comuns - estromatólitos, resultando dafotossíntese de cianobactérias.

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Estromatólitos são as evidências de vida mais comuns durante ochamado pré-Cambriano.

Formavam-se através da atividade metabólica de organismos protistas,especialmente bactérias e/ou algas azul-esverdeadas (cianofitas). Aocaptarem os carbonatos existentes nos meios onde viviam, e metabolizá-los, depositavam-nos em suas membranas celulares.

Estes organismos constituíam relvas de algas, disseminadas nos fundosdos mares plataformais daquele momento geológico.

Os mais antigos estromatólitos registrados até o momento apresentam umaidade em torno de 3,5 bilhões de anos.

Estromatólito – 3,5 Bilhões de ano

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ESTROMATÓLITO NO BRASIL

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O limite superior do Arqueano foi arbitrado em 2.500 milhões de anos.Esse limite marca o final da estabilização das áreas cratônicasarqueanas, e o consequente início da evolução de vastas plataformascontinentais em torno desses núcleos estáveis.Alguns autores sugerem que no final do Arqueano a maior parte dasáreas cratônicas estaria aglutinada em um supercontinente chamadoKenorano (Mason, 1995 e outros) sendo que os dados ainda não sãototalmente conclusivos.

O Arqueano no Brasil

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EON PROTEROZÓICO

Eon Proterozóico (grego próteros =antes + zóico = vida )Intervalo de ~ 2,5 G.a. 542 M.a.,Estrutura da Terra já estava formada.Quantidade de O2 muito baixa. Vidaunicelular abundante, com formas maisavançadas de vida apenas no final doeon.

Com o desenvolvimento de organismo capazes de fotossintetizar (cianobactérias) iniciou-se a acumulação de oxigênio na água.

Alguns elementos químicos (p. ex. Fe e U) começaram a reagir com o oxigênio dissolvidos em lagos e oceanos e iniciou-se o processo de oxidação.

Depósitos de BIFs devido a oxidação do Fe pelo aumento de oxigênio no ambiente (2,5 a 2,0 Ba)

Oxigênio produzido pelas cionobactérias aumentou progressivamente (2,0 Ba) - começou a escapar para a atmosfera;

Mudança lenta de uma atmosfera rica em amônia e metamo para uma atmosfera rica em oxigênio;

PROTEROZÓICO (2,5 Ba – 542 Ma)

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PALEOPROTEROZÓICOPERÍODO SIDERIANO

O Período Sideriano (do latim sider = ferro) se estende de 2.500 à 2.300 milhões deanos, e é caracterizado como um período de "calmaria" tectônica.

Alguns elementos químicos (p. ex. Fe e U) começaram a reagir com o oxigêniodissolvidos em lagos e oceanos e iniciou-se o processo de oxidação.

Depósitos de BIFs devido a oxidação do Fe pelo aumento de oxigênio no ambiente(2,5 a 2,0 Ba)

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Oxigênio produzido pelas cionobactérias aumentou progressivamente (2,0 Ba) - começou a escapar para a atmosfera;

Mudança lenta de uma atmosfera rica em amônia e metamo para uma atmosfera rica em oxigênio;

Com o desenvolvimento de organismo capazes de fotossintetizar (cianobactérias) iniciou-se a acumulação de oxigênio na água.

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SUPERCONTINENTES PALEOPROTEROZÓICO

Os possíveis supercontinentes formados ao fecho dos sistemas orogênicos riacianos(2,3 – 2,05 Ga) e orosiriano 2,05 – 1,8 Ga), consoante Rogers (1996). Grande parteda atual Plataforma Sul-Americana partilhava da porção ocidental doSupercontinente Atlântica que foi dispersado em torno de 2,0 Ga. No territóriobrasileiro ocorre vestígios desse supercontinente que marca a parte média doPaleoproterozóico (Trasamazônica-Eburneana).

SUPERCONTINENTE ATLÂNTICA DO PALEOPROTEROZÓICO

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No final do Paleoproterozóicoe início do Mesoproterozóico(Rio Negro-Juruena) ocorreua fusão do SupercontinenteColumbia.

SUPERCONTINENTE COLUMBIA DO PALEOPROTEROZÓICO

PALEOPROTEROZÓICOPERÍODO RIACIANO

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Riaciano - 2.300 à 2.050 milhões de anos.

- No Riaciano tem início uma série de colisões entre placas tectônicas, comprimindo asbacias sedimentares geradas no Período Sideriano, num processo chamado orogenia.

- Orogenias Hudsoniana e Penokeana, na América do Norte;

- Svecokareliana, no Escudo Báltico;

- Eburneana, na África e

- Transamazônica, na América do Sul.

- No Brasil, o Evento Transamazônico durou de 2.200 à 1.800 milhões de anos e afetourochas de diversas regiões do país.

- O termo Transamazônico é empregado de maneira generalista;

- Maciço da Granja, na região sul (2.300 milhões de anos) e o Maciço Caldas Brandão,na região nordeste (2.150 milhões de anos).

PALEOPROTEROZÓICOPERÍODO OROSIRIANO

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Orosiriano (do grego orosira = cadeia de montanhas) - 2.050 à 1.800 milhões de anos,

- As orogenias iniciadas no Riaciano, terminam sua evolução, e outras tantas teminicio, continuando um grande ciclo de colagem de placas.

- No final do Orosiriano, essas colagens resultaram em dois grandes continentes:

- Ártica: constituída de América do Norte, Groelândia e Sibéria, e

- Atlântica: constituída da América do Sul e África (Rogers, 1996).

PALEOPROTEROZÓICOPERÍODO ESTATERIANO

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Estateriano - 1.800 à 1.600 milhões de anos.

- Após dois períodos em que os continentes só aumentavam de tamanho,

- teve início uma fase de quebras:

-vários blocos continentais menores.

- Localmente ocorrem eventos compressivos, mas predominam amplamente osprocessos distensivos.

- sedimentação do tipo rift (Grupo São João del Rey em MG),

- extensos enxames de diques máficos (Roraima/Venezuela),

- magmatismo bimodal (sul do Brasil, Uruguai e nordeste da Argentina),dentre outros.

PALEOPROTEROZÓICO NO BRASIL

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EON MESOPROTEROZÓICO

- O Mesoproterozóico écaracterizado pela ocorrência deextensas faixas de rochasmetamórficas separando blocosestáveis mais velhos. Algunsexemplos dessas faixas, deevolução tipicamente longa, sãoa Província Greenville, naAmérica do Norte e os cinturõesda região central da Austrália.

SUPERCONTINENTES MESOPROTEROZÓICO

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No final do Mesoproterozóico em torno de 1,1 Ga (fecho das orogênesesGrenvillianas e coetâneas) ocorreu a fusão do Supercontinente Rodínia com posiçãoda Amazônia em 810 Ma.

RODÍNIA

MESOPROTEROZÓICOPERÍODO CALIMIANO

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Calimiano - 1.600 à 1.400 milhões de anos, e é caracterizado como um períodode relativa "calmaria" tectônica.

- A fase extensiva que se iniciou no Período Estateriano continua por todo oCalimiano.

-Grandes bacias sedimentares sobre os terrenos que já estavam estabilizados,

- Ripheano (Rússia), e da Bacia Cuddapah (Índia).

-Predomínio esses processos distensivos, em algumas áreas se iniciaramorogenias expressivas

- Província Greenville, na América do Norte,

- Cinturões do centro da Austrália.

- Ao longo desses períodos uma sucessão de colisões entre placas e orogênesesfoi responsável pela fusão de praticamente todas as áreas continentais em umgigantesco continente chamado Rodínia (do russo: Rodina = terra mãe).

- O registro fóssil mesoproterozóico é limitado - estromatólitos e bactérias. NoBrasil, é descrito possíveis estruturas estromatolíticas no Grupo Brusque - SC.

MESOPROTEROZÓICOPERÍDO ECTASIANO

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Ectasiano - 1.400 à 1.200 milhões de anos.

- Condições extensionais (a característica principal desse período é umaquebra no registro sedimentar)

- Alguns registros dessa diferença na sedimentação são observados noEscudo Báltico (sequências Rifeana e Jotniana) e na Índia (sequênciasCuddapah e Chattisgarh).

- Nas Américas é marcado por processos compressivos, representadospelas orogenias Greenville, na América do Norte e San Ignacio/Uruaçuano/Espinhaço na América do Sul. Essas colagens são relacionadas à fusão dosupercontinente Rodínia.

MESOPROTEROZÓICOESTENIANO

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Esteniano - 1.200 à 1.000 milhões de anos.

-Este período é caracterizado por uma profusão de orogenias em todos os continentes,resultando na aglutinação e consolidação do supercontinente Rodínia.

- exemplos: faixas Satpura/Singbhum, na Índia

e Namaqua/Kibara na África.

-Na Plataforma Sulamericana essas orogenias já tinham se iniciado no períodoprecedente (Ectasiano). Um exemplo de manifestação relevante do Período Estenianoé o Evento Rondoniense: 1.100 à 1.000 Ma, responsável pela geração dos granitosrapakivi de Rondônia.

-Grandes continentes como Rodínia tem vida curta. Várias são as causas possíveis,mas o fato é que enquanto algumas áreas ainda estão sendo coladas, outras já estãocomeçando a se romper.

-Enquanto ainda estavam em curso orogenias na Ásia, Austrália e Europa, naplataforma sul-americana já começavam os esforços distensivos, rasgando acrosta em vários locais e permitindo a ascensão de diversos enxames de diquesna Amazônia, em Minas Gerais, etc.

MESOPROTEROZÓICO NO BRASIL

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NEOPROTEROZÓICOPERÍODO TONIANO

O Toniano (do grego tonan = extensão) 1.000 à 850 milhões de anos

-Muitas seqüências, principalmente as intracontinentais se estenderam ao longo de todo oNeoproterozóico, durando até o Fanerozóico.

Exemplo: Seqüência Adelaideana - Austrália, e o Rifteano na Rússia (Plumb & James, 1986).

-No Brasil algumas seqüências sedimentares extensas de idade meso/neoproterozóicas são os GruposParanoá, Bambuí e Formação Jequitaí, na região central do país.

- O momento extensional característico desse período corresponde à quebra e desarticulação dosupercontinente Rodínia, recém-estabelecido no final do Mesoproterozóico.

-Na América do Sul esse processo é bem marcado pelos enxames de diques que se distribuem ao longoda costa da Bahia, ao longo do Espinhaço, a sul do Cráton do São Francisco e na Amazônia (BritoNeves, 1999). O auge desse fenômeno extensional ocorreu entre 950 e 850 milhões de anos, mas podeter se estendido um pouco mais em alguns setores,

Exemplo: Província Borborema e das faixas Pampeanas e Araçuaí.

-Para Rogers (1996), a fragmentação do Rodínia teria gerado três blocos principais:

-Laurentia (constituído de partes da América do Norte e Europa, Groelândia e Sibéria),

-Gondwana Leste (compreendendo parte da África e Antártica , Madagascar, Índia e Austrália) eGondwana Oeste ( constituído de partes da América do Sul e África), e também vários blocosmenores.

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SUPERCONTINENTES NEOPROTEROZÓICO

Na colagem Brasiliano-Panafricano no Neoproterozóico, fusão do SupercontinenteGondwana-Pannotia.

SUPERCONTINENTES GONDWANA DO NEOPROTEROZÓICO

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SUPERCONTINENTE GONDWANA OCIDENTAL COM POSIÇÃO DOS CRÁTONS NO NEOPROTEROZÓICO

NEOPROTEROZÓICOCRIOGENIANO

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Criogeniano (do grego crion = frio) se extendeu de 850 à 650 milhões de anos.- No início desse período (até ~750 milhões de anos) ainda perduravam os processos de extensão equebra de blocos continentais.

-No Brasil e na África há evidências que parte dos processos de rifteamento e formação de baciaspós-Rodínia tenham ocorrido em condições frias à glaciais, como por exemplo as formaçõesBebedouro no Brasil e Kundelungo na Zâmbia. Essas condições climáticas podem serrelacionadas ao resfriamento pelo qual a Terra passava nesse momento.

-Alguns fragmentos de Rodínia (Gondwana Leste e Oeste e vários blocos menores) se movimentaramao redor do globo e vieram estabelecer o megacontinente Gondwana (estágio de colagens chamadoEvento Pan-Africano/ Brasiliano)

-iniciou a 770-750 milhões de anos, localmente até antes de 850 Ma, e teve suas últimasmanifestações a 490-480 milhões de anos

-No contexto desse grande ciclo de colagens, a região que corresponde ao atual continente sul-americano era constituída de vários fragmentos cratônicos: Amazônico, São Francisco-Congo, Rio de laPlata, e vários blocos menores: Pampia, Central de Goiás, Juiz de Fora, Luis Alves, entre outros.

- As colagens entre esses blocos resultaram em diversas faixas móveis, dentre as quais podemos citar aFaixa Brasília (colisão entre o Cráton Amazônico e o Cráton do São Francisco.

NEOPROTEROZÓICOEDIACARIANO

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Ediacariano (fauna de Ediacara) - de 650 à 545 milhões de anos.

- Em termos de evolução crustal, esse período reflete, geralmente, uma continuação dosprocessos que já ocorriam no Criogeniano.

- No nosso continente esse período marca o auge do ciclo de colagens Pan Africano-Brasiliano(650-630 milhões de anos), responsável pela construção do supercontinente Gondwana.

- O final desse evento ocorre na transição entre as eras Neoproterozóica e Paleozóica (520-480 milhões de anos) com a colagem dos últimos fragmentos continentais, gerando a FaixaRibeira (na sua porção central representando uma colisão entre a Microplaca Serra do Mar e oterreno Juiz de Fora com o Cráton do São Francisco no sudeste do Brasil.

- Já em termos faunísticos: primeiras evidências diretas de vida multicelular:a Fauna deEdiacara há aproximadamente 650 milhões de anos, em Ediacara Hills, perto de Adelaide,Austrália (Glaessner & Wade, 1996).

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Fauna de Ediacara – 600 milhões de anos

Ediacara Ediacara é o nome de uma região da Austrália, onde ocorrem os mais antigos

fósseis de metazoários (animais com células organizadas em tecidos e órgãos), dopré-Cambriano, cerca de 600 milhões de anos. Desta forma, esta ocorrência fóssilestá entre as mais importantes.

Por se tratarem apenas de impressões nas rochas, pois estes animais não tinhampartes resistentes (duras), tais como conchas, placas mineralizadas ou exo-esqueletos, o estudo da sua morfologia é bastante difícil. Mesmo nos tempos atuais,os paleontólogos não conseguem determinar, com precisão, as afinidadesfilogenéticas de alguns destes fósseis.

Estes fósseis são encontrados em rochas formadas usualmente em paleoambientede deltas, desaguando em plataformas. Nesta região, onde o encontro de águasmarinhas e continentais, produz salinidade intermediária (salobra).

A Fauna de Ediacara não é exclusiva da Austrália. Pois tem sido encontrada emcerca de 30 outras localidades em todo o Planeta. Incluindo o Brasil, na região deCorumbá, Estado de Mato Grosso do Sul.

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Registros fossilíferos seguintes mostram colônias de bactérias,cianobactérias, organismos filamentosos como fungos, efinalmente no Proterozóico Tardio surgem as primeirasclorofíceas (algas verdes – primeiros organismos eucariontes).

Núcleo celular delimitado por uma membrana

Ediacara

Junto com as algas verdes surgiram a Fauna Ediacarana – marcas eimpressões deixadas em arenitos, por um conjunto de invertebradosnus, sem concha ou exoesqueleto, e de corpo mole semelhante aosmodernos anelídios e celenterados. Animais multicelurares mais antigoque se conhece (600 a 550 Ma)

Ediacara

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Rocha com várias impressões da Fauna Ediacarana. O organismo pode ter preenchido o espaço da impressão, apesar de ser visto uma imagem negativa. (Austrália)

Ediacara

Ediacara

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NEOPROTEROZÓICO NO BRASIL

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·· Eon Fanerozóico [phaneros (grego) = visível], < 550 M.a. – Intervalomelhor conhecido da história da Terra. Vida abundante.b. Eras: Eon Fanerozóico é dividido em 3 eras.· Era Paleozóica (vida antiga) - ~ 550 M.a. ? ~ 245 M.a.· Era Mesozóica ( vida média) - ~ 245 M.a. ? 65 M.a.· Era Cenozóica (vida nova) - ~ 65 M.a. ? presentec. Observações:· Eras são subdivididas em períodos, que podem ser subdivididos emépocas.· Períodos: - superior (neo) – mais jovem- médio- inferior (eo) – mais antigo· Nomes dos períodos devem-se geralmente a localidades geográficasonde foram definidosEx.: Devoniano (região de Devonshire-Inglaterra)· Alguns nomes se devem a particularidades das rochas do períodoEx.: Carbonífero (abundância em carvão)

PALEOPROTEROZOICO Definida pela Subcommision on Precambrian Stratigraphy, órgão da International

Commision on Stratigraphy (IGS) em 1979, essa era foi inicialmente chamada deProterozóico I. O termo Paleoproterozóico foi proposto por Plumb, 1991.

A Era Paleoproterozóica se extende de 2.500 à 1.600 milhões de anos. O limite inferior marca o final da estabilização das áreas cratônicas arqueanas. O Éon Proterozóico é um tempo de construção de plataformas em torno dos núcleos

arqueanos estáveis. As plataformas continentais que se estabeleceram durante oPaleoproterozóico são caracterizadas por uma evolução relativamente curta.

Nesses casos, os ciclos orogenéticos, que envolvem rifteamento, sedimentação,metamorfismo e magmatismo duram aproximadamente 300 milhões de anos.

Alguns exemplos são a Província do Norte da Australia e o Cinturão Svecofeniano,no Escudo Báltico. Essas orogenias tiveram seu clímax entre 1.950 e 1800 milhõesde anos.

O limite superior dessa era é um tanto impreciso, mas foi arbitrado em 1.600 milhõesde anos, correspondendo ao final das orogenias recém-mencionadas.

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A Era Paleoproterozóica é subdividida em quatro períodos: Sideriano, Riaciano, Orosiriano eEstateriano.

O Período Sideriano (do latim sider = ferro, em referência ao grande volume das formaçõesferríferas geradas nesse período) se extende de 2.500 à 2.300 milhões de anos, e écaracterizado como um período de "calmaria" tectônica.

As plataformas que começavam a se instalar ao redor dos crátons arqueanos ainda estavam nasua fase inicial, que corresponde à deposição de extensos pacotes de sedimentos.

Um exemplo de rochas dessa idade é o Supergrupo Transvaal, na África do Sul. No Brasil, esse período de estabilidade cratônica é representado pela deposição das sequências

Minas, Jacobina, etc.. O período Riaciano se extende de 2.300 à 2.050 milhões de anos. No Riaciano tem início uma

série de colisões entre placas tectônicas, comprimindo as bacias sedimentares geradas noPeríodo Sideriano, num processo chamado orogenia.

Essas orogenias se instalam em praticamente todos os continentes, como por exemplo:Orogenias Hudsoniana e Penokeana, na América do Norte; Svecokareliana, no Escudo Báltico;Eburneana, na África e Transamazônica, na América do Sul.

No Brasil, o Evento Transamazônico durou de 2.200 à 1.800 milhões de anos e afetou rochas dediversas regiões do país.

Trabalhos recentes alertam que, por vezes, o termo Transamazônico é empregado de maneirageneralista, englobando unidades que nem sempre estão relacionadas à ele (Brito Neves et al.,1995; Brito Neves & Sato, 1998).

Alguns exemplos de faixas dessa idade são o Maciço da Granja, com idade de 2.300 milhões deanos e o Maciço Caldas Brandão, idade de 2.150 milhões de anos, ambos na ProvínciaBorborema.

O Período Orosiriano (do grego orosira = cadeia de montanhas) se extende de 2.050 à 1.800milhões de anos, e é caracterizado como um dos mais significativos períodos de formação demontanhas da história da Terra.

As orogenias iniciadas no Riaciano, terminam sua evolução, e outras tantas tem inicio,continuando um grande ciclo de colagem de placas.

No final do Orosiriano, essas colagens resultaram em dois grandes continentes: Ártica,constituida de América do Norte, Groenlândia e Sibéria, e Atlântica, constituida da América doSul e África (Rogers, 1996).

O período Estateriano se extende de 1.800 à 1.600 milhões de anos. Após dois períodos em queos continentes só aumentavam de tamanho, no Estateriano teve início uma fase de quebras,gerando novamente vários blocos continentais menores.

Localmente ainda ocorrem eventos compressivos, como é o caso da faixa Rio Negro (oeste daAmazônia e Colômbia), mas predominam amplamente os processos distensivos.

Na Plataforma Sulamericana essa extensão está representada por sedimentação do tipo rift(Grupo São João del Rey em MG), extensos enxames de diques máficos (Roraima/Venezuela),magmatismo bimodal (sul do Brasil, Uruguai e nordeste da Argentina), dentre outros.

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MESOPROTEROZOICO Definida pela Subcommision on Precambrian Stratigraphy, órgão da International Commision on

Stratigraphy(IGS) em 1979, essa era foi inicialmente chamada de Proterozóico II. O termoMesoproterozóico foi proposto por Plumb, 1991.

A Era Mesoproterozóica se extende de 1.600 à 1.000 milhões de anos. O limite inferior dessa eraé um tanto difuso, mas corresponde ao final da fase de orogenias relacionada aoPaleoproterozóico.

O Mesoproterozóico é caracterizado pela ocorrência de extensas faixas de rochas metamórficasseparando blocos estáveis mais velhos. Alguns exemplos dessas faixas, de evolução tipicamentelonga, são a Provincia Grenville, na América do Norte e os cinturões da região central daAustrália.

O Mesoproterozóico é dividido em três períodos: Calimiano, Ectasiano e Esteniano. Ao longodesses períodos uma sucessão de colisões entre placas e orogêneses foi responsável pela fusãode praticamente todas as áreas continentais em um gigantesco continente chamado Rodínia (dorusso: Rodina = terra mãe).

O limite superior da era Mesoproterozóica é o final desse novo ciclo de orogenias que constituiu osupercontinente Rodínia, com uma área de 120 x 106 km2.

O registro fóssil mesoproterozóico é limitado, constituído basicamente de estromatólitos ebactérias. No Brasil Sander & Lopes, 1993, descrevem possíveis estruturas estromatolíticas noGrupo Brusque - SC.

Período Calimiano O Período Calimiano se extende de 1.600 à 1.400 milhões de anos, e é

caracterizado como um período de relativa "calmaria" tectônica. A fase extensiva que se iniciou no Período Estateriano continua por todo o

Calimiano. Nesse período se desenvolvem grandes bacias sedimentares sobre os

terrenos que já estavam estabilizados, como é o caso do Ripheano, naRússia, e da Bacia Cuddapah, na Índia.

Ainda que predominem esses processos distensivos, em algumas áreas seiniciaram orogenias expressivas, como é o caso da Província Grenville, naAmérica do Norte, e dos cinturões do centro da Austrália.

Na Plataforma Sulamericana predominaram os processos extensivos, comopor exemplo as manifestações anorogênicas da Suíte Serra da Providênciano norte do Brasil, com idades em torno de 1.600 Ma.

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Período Ectasiano O Período Ectasiano se extende de 1.400 à 1.200 milhões de anos. Ainda predominam as condições extensionais, sendo que a característica

principal desse período é uma quebra no registro sedimentar, ou seja,começam a se depositar sequências diferentes das que já estavamdepositadas.

Alguns registros dessa diferença na sedimentação são observados noEscudo Báltico (sequências Rifeana e Jotniana) e na Índia (sequênciasCuddapah e Chattisgarh).

Em contrapartida, nas Américas o Período Ectasiano é marcado porprocessos compressivos, representados pelas orogenias Grenville, naAmérica do Norte e San Ignacio/Uruaçuano/ Espinhaço na América do Sul(Brito Neves et al, 1996).

Essas colagens são relacionadas à fusão do supercontinente Rodínia.

Período Esteniano O Período Esteniano se extende de 1.200 à 1.000 milhões de anos. Este período é

caracterizado por uma profusão de orogenias em todos os continentes, resultandona aglutinação e consolidação do supercontinente Rodínia.

Alguns exemplos desses fenômenos orogênicos são as faixas Satpura/Singbhum, naÍndia e Namaqua/Kibara na África.

Na Plataforma Sulamericana essas orogenias já tinham se iniciado no períodoprecedente (Ectasiano). Um exemplo de manifestação relevante do PeríodoEsteniano é o Evento Rondoniense: 1.100 à 1.000 Ma, responsável pela geração dosgranitos rapakivi de Rondônia.

Segundo Brito Neves et al. 1995 grandes continentes como Rodínia tem vida curta.Várias são as causas possíveis, mas o fato é que enquanto algumas áreas aindaestão sendo coladas, outras já estão começando a se romper.

E foi isso que ocorreu com Rodínia. Enquanto ainda estavam em curso orogenias naÁsia, Austrália e Europa, na plataforma sulamericana já começavam os esforçosdistensivos, rasgando a crosta em vários locais e permitindo a ascensão de diversosenxames de diques na Amazônia, em Minas Gerais, etc..