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institutogamaliel.com http://www.institutogamaliel.com/portaldateologia/a-escravidao-da-vontade/teologia A escravidão da vontade digg Os judeus tinham f orça, vontade, zelo, cuidado, etc., para voltarem-se para Deus, porém, a despeito de tudo, em nada eram dif erentes dos gentios, ou seja, o apóstolo Paulo não condenava o ‘livre- arbítrio’ ou a f alta de voluntariedade em buscarem a Deus, antes condenava a f alta de ‘conhecimento’ ( Mc 12:24 ). Sobre este quesito, o apóstolo Paulo dá testemunho que, como judeu, o seu homem interior tinha prazer na lei de Deus ( Rm 7:22 ), e queria f azer o bem ( Rm 7:21 ), demonstrando a sua livre-vontade e voluntariedade, porém, embora a vontade f osse livre a escolha não é. A questão Pode um ser humano, voluntariamente e sem qualquer ajuda, voltar-se para Cristo para ser salvo de seus pecados? Há um problema quanto à f ormulação da questão acima. A pergunta diante da verdade do evangelho é descabida e não comporta uma resposta correta, pois invariavelmente todos quantos se propuser a respondê-la, seja com um sim ou um não, serão induzidos a erro. Questão histórica Diante desta pergunta, tanto a resposta de Lutero quanto a de Erasmo f oram equivocadas, pois a pergunta contém um erro na sua f ormulação que não corresponde à verdade do evangelho. Uma pergunta que f icou sem resposta da parte de Cristo f oi: “O que é a verdade?”. Ora, Jesus havia dito a Pilatos que veio dar testemunho da verdade, e Pilatos, cheio de conhecimento f ilosóf ico, questionou de modo sarcástico: Que é a verdade? Qualquer resposta que Cristo estabelecesse diante da pergunta, seria inócua, pois Cristo estava testemunhando de Deus e Pilatos estava f ocado em questões de ordem f ilosóf icas. Portanto, a melhor resposta é o silêncio, pois aquele que responde ao tolo segundo a sua tolice é semelhante ao tolo “Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também não te f aças semelhante a ele” ( Pv 26:4 ). Se Jesus se detivesse e respondesse Pilatos segundo a filosofia, seria tão somente mais um filósofo, o que é dif erente de dar testemunho da verdade. Pilatos não achou crime algum em Cristo, porém, a pergunta ‘Que é a verdade’ f oi um modo de desprezar a pessoa de Cristo “Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum” ( Jo 18:38 ). Certa f eita Jesus f oi abordado por um ‘doutor’ da lei que lhe perguntou: “Mestre, qual é o grande mandamento na lei?” ( Mt 22:36 ). Jesus respondeu segundo a lei: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento” ( Mt 22:37 -38). Como se verif ica através do testemunho do evangelista Marcos, nada Jesus declarava aos homens a não

A Escravidão Da Vontade

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    A escravido da vontade

    digg

    Os judeus tinham f ora, vontade, zelo, cuidado, etc., para voltarem-se para Deus, porm, adespeito de tudo, em nada eram dif erentes dos gentios, ou seja, o apstolo Paulo no condenava o livre-arbtrio ou a f alta de voluntariedade em buscarem a Deus, antes condenava a f alta de conhecimento ( Mc12:24 ). Sobre este quesito, o apstolo Paulo d testemunho que, como judeu, o seu homem interior t inhaprazer na lei de Deus ( Rm 7:22 ), e queria f azer o bem ( Rm 7:21 ), demonstrando a sua livre-vontade evoluntariedade, porm, embora a vontade f osse livre a escolha no .

    A questo

    Pode um ser humano, voluntariamente e sem qualquer ajuda, voltar-se para Cristo para ser salvo de seuspecados?

    H um problema quanto f ormulao da questo acima. A pergunta diante da verdade do evangelho descabida e no comporta uma resposta correta, pois invariavelmente todos quantos se propuser arespond-la, seja com um sim ou um no, sero induzidos a erro.

    Questo histrica

    Diante desta pergunta, tanto a resposta de Lutero quanto a de Erasmo f oram equivocadas, pois apergunta contm um erro na sua f ormulao que no corresponde verdade do evangelho.

    Uma pergunta que f icou sem resposta da parte de Cristo f oi: O que a verdade?. Ora, Jesus havia dito aPilatos que veio dar testemunho da verdade, e Pilatos, cheio de conhecimento f ilosf ico, questionou demodo sarcstico: Que a verdade?

    Qualquer resposta que Cristo estabelecesse diante da pergunta, seria incua, pois Cristo estavatestemunhando de Deus e Pilatos estava f ocado em questes de ordem f ilosf icas. Portanto, a melhorresposta o silncio, pois aquele que responde ao tolo segundo a sua tolice semelhante ao tolo Norespondas ao tolo segundo a sua estultcia; para que tambm no te f aas semelhante a ele ( Pv 26:4 ).

    Se Jesus se detivesse e respondesse Pilatos segundo a f ilosof ia, seria to somente mais um f ilsof o, oque dif erente de dar testemunho da verdade. Pilatos no achou crime algum em Cristo, porm, apergunta Que a verdade f oi um modo de desprezar a pessoa de Cristo Disse- lhe Pilatos: Que averdade? E, dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse- lhes: No acho nele crime algum ( Jo18:38 ).

    Certa f eita Jesus f oi abordado por um doutor da lei que lhe perguntou: Mestre, qual o grandemandamento na lei? ( Mt 22:36 ). Jesus respondeu segundo a lei: Amars o Senhor teu Deus de todo oteu corao, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este o primeiro e grande mandamento (Mt 22:37 -38).

    Como se verif ica atravs do testemunho do evangelista Marcos, nada Jesus declarava aos homens a no

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  • ser por parbolas E sem parbolas nunca lhes f alava; porm, tudo declarava em particular aos seusdiscpulos ( Mc 4:34 ), e a resposta de Jesus f oi uma parbola, visto que o mestre da lei seguia taisensinamento, porm, ainda no havia se achegado a Deus com entendimento. A resposta que Jesus deuao mestre da lei era uma resposta ao tolo segundo a sua estultcia Responde ao tolo segundo a suaestultcia, para que no seja sbio aos seus prprios olhos ( Pv 26:5 ).

    Ao interrogar a Cristo, o doutor da lei queria experiment- lo, porm, a resposta f oi a altura da suatentativa de experiment- lo. A resposta de Cristo agradou o mestre da lei, o mestre legalista permaneceuem pecado, pois apesar de ver no enxergava Para que, vendo, vejam, e no percebam; e, ouvindo,ouam, e no entendam; para que no se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados ( Mc 4:12 ); Eum deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar ( Mt 22:35 ).

    Mas, analisemos a questo: Pode um ser humano, voluntariamente e sem qualquer ajuda, voltar-se paraCristo, para ser salvo de seus pecados?.

    Observe que a humanidade estava alienada de Deus e que Cristo f oi enviado para desf azer abarreira de separao que havia entre Deus e os homens. Observe tambm que Cristo ocaminho que conduz o homem a Deus ( Mt 7:13 ). Ele o novo e vivo caminho ( Hb 10:20 ). Elemesmo disse: Disse- lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ningum vem ao Pai,seno por mim ( Jo 14:6 ).

    Ou seja, a pergunta deveria ser a seguinte: Pode um ser humano, voluntariamente e sem qualquer ajuda,voltar-se para Deus, para ser salvo de seus pecados? Neste caso a resposta no, pois sem Cristo-homem, que o medidor entre Deus e os homens, no h como o homem, mesmo que voluntariamente,alcanar, voltar-se para Deus.

    Ou seja, o pecado uma barreira de separao erguida entre Deus e os homens por causa dadesobedincia de Ado, e Cristo o mediador entre Deus e os homens, portanto, o homem s podeachegar-se a Deus por intermdio de Cristo. No o homem que se achega a Cristo, antes Ele que veioat os homens anunciando boas novas de salvao. Ele o advogado, o mediador, a ajuda que o homemnecessita para voltar-se para Deus.

    Um exemplo claro o povo de Israel, que se escudavam na lei mosaica na tentativa de se voltarem paraDeus, porm, no conseguiam, pois lhe f altava o entendimento necessrio, que Cristo ( Rm 10:2 ).

    O povo de Israel um exemplo claro de que o homem pode, voluntariamente e at mesmo coma ajuda de outros semelhantes e da lei voltar-se para Deus, mais isto no signif ica que, pormeio da voluntariedade ir alcan- lo.

    Ou seja, a pergunta deveria ser especf ica, inquirindo se possvel a algum que busque voltar-se paraDeus sem a compreenso (boas novas do reino, evangelho, etc.) f ornecida pelo mediador, que Cristo,alcanar a Deus e ser salvo da condenao do pecado.

    A descrio do salmo 49 aplica-se ao povo de Israel, pois eles conf iavam em suas riquezas e que poderiamsalvar aos seus semelhantes Aqueles que conf iam na sua f azenda, e se gloriam na multido das suasriquezas, Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmo, ou dar a Deus o resgate dele (Pois aredeno da sua alma carssima, e cessar para sempre) ( Sl 49:6 -8).

    Qual era a f azenda de Israel? A sua descendncia segundo a carne de Abrao. Esta era a riqueza na qualo povo de Israel estava conf iado que haviam adquirido a salvao.

    De que pecado a pergunta f az ref erncia? A condio herdada de Ado, que alienou todos oshomens de Deus? Ou diz de questes comportamentais provenientes da moral dogmticaplatonista e aristollica introduzida no cristianismo por Santo Agostinho e So Tomas deAquino? O pecado ref ere-se aos sete pecados capitais, ou a condio decorrente da quedade Ado?

  • Ora, se o homem f or um seguidor da f ilosof ia de Plato e de Aristteles, pelo ascetismo conseguir livrar-se dos pecados que f oram classif icados em capitais, que inicialmente eram oitos. De igual modo, se f orum seguidor do budismo, hindusmo, judasmo, ver-se- salvo de tais prticas de cunho moral. Mas, seriaisto salvao do pecado? No! Salvao do pecado no se d por ascese, antes se d pelo lavarregenerador: novo nascimento.

    A pergunta que cabe uma resposta a seguinte: Pode um ser humano, voluntariamente e sem a mediaode Cristo, voltar-se para Deus, para ser salvo da condenao herdada de Ado? A resposta no, poisno h outro nome pelo qual devamos ser salvos! E em nenhum outro h salvao, porque tambmdebaixo do cu nenhum outro nome h, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos ( At 4:12 ).

    As bases do argumento de Lutero contra o livre-arbtrio

    Lutero tomou como base o verso 18 do captulo 1 de Romanos para introduzir o seu primeiro argumento:A culpa universal da humanidade prova que o livre-arbtrio falso.

    O que diz Romanos 1, verso 18? Para compreender a abordagem paulina f az-se necessrio analisar ocontexto onde f oi inserido o verso 18 do captulo1.

    O contexto mostra que o apstolo Paulo escreveu aos cristos em Roma, porm, devemos visualizar doissubgrupos de cristos: os convertidos dentre os gentios e os convertidos dentre os judeus.

    Aps a apresentao inicial e louvor ao evangelho de Cristo ( Rm 1:1 ao 17), o apstolo demonstra acondio reprovvel dos gentios, exposio que os judeus plenamente acatavam ( Rm 1:18 32). Porm,no captulo 2, verso 1 em diante, o apstolo Paulo direciona as suas observaes de modo a demonstrarque a condio dos judeus em nada dif erente da dos gentios, mesmo sendo descendentes da carne deAbrao e possuidores da lei mosaica.

    Ou seja, a base de argumentao do apstolo f ixa-se em demonstrar que, embora os judeus tenhamrecebido a lei e a circunciso da carne, em nada eram dif erentes dos gentios, e que tudo o que a lei dizia,dizia aos que estavam sob a lei, com um nico objetivo: demonstrar ao judeus que, ambos os povos,judeus e gentios, eram escusveis diante de Deus Ora, ns sabemos que tudo o que a lei diz, aos queesto debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja f echada e todo o mundo seja condenvel diantede Deus ( Rm 3:19 ).

    Em suma, segue o exposto pelo apstolo: Pois qu? Somos ns mais excelentes? De maneiranenhuma, pois j dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos esto debaixo do pecado (Rm 3:9 ).

    Analisemos o exposto por Lutero: Em Romanos 1.18, Paulo ensina que todos os homens, sem qualquerexceo, merecem ser castigados por Deus () Se todos os homens possuem livre-arbtrio, aomesmo tempo que todos, sem qualquer exceo, esto debaixo da ira de Deus, segue-se da que o livre-arbtrio os est conduzindo a uma nica direo da impiedade e da iniquidade. Portanto, em que opoder do livre-arbtrio os est ajudando a fazer o que certo? Se existe realmente o livre-arbtrio,ele no parece ser capaz de ajudar os homens a atingirem a salvao, porquanto os deixa sob a ira deDeus Lutero, Martinho, verso condensada e de f cil leitura do clssico de Martinho Lutero, A Escravidoda Vontade, publicada inicialmente em 1525. Preparado por Clif f ord Pond Editor Geral: J.K. Davies, B.D.,Th.D. EDITORA FIEL da MISSO EVANGLICA LITERRIA (grif o nosso).

    H vrias imprecises no pargraf o acima que invalida a proposio inicial. Vejamos:

    a) Todos os homens merecem ser castigados por Deus A bblia demonstra que todos os homens estodestitudos da glria de Deus, ou seja, todos f ormam julgados e apenados com a morte. Todos j f oramjulgados e apenados, e do julgamento e condenao adveio a pena: perdio Pois assim como por uma sof ensa veio o juzo sobre todos os homens para condenao ( Rm 5:18 ). O castigo no serimpingido no f uturo, antes j houve um juzo e j f oi atribuda uma pena: condenao, morte, alienao. A

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  • assero os homens () merecem ser castigados por Deus descabida, pois um s pecou e todospecaram. Um s morreu e todos morreram, ou seja independente de merecimento ou no, todos quantonasceram segundo a carne de Ado j f oram apenados com a separao de Deus: morte ( 1Co 15:21 22).

    b) O livre-arbtrio os est conduzindo a uma nica direo A bblia demonstra que todos os homens,exceto Cristo, entraram por uma porta larga (Ado), e esto em um caminho largo que os conduz perdio, ou seja, no o livre-arbtrio que conduz os homens a perdio, antes o caminho em queesto, aps terem entrado pela porta larga, que os conduz perdio ( Mt 7:13 -14);

    c) Em que o poder do livre-arbtrio os est ajudando a fazer o que certo Ora, a salvao no se vinculaao que certo ou errado, antes em aceitar a verdade do evangelho. Tudo que o homem f az pode ser certoe errado, no entanto, seus erros e acertos no contribui para salvao ou contriburam para a perdio,pois a perdio vincula-se ao caminho em que o homem est aps ser gerado segundo a carne; oshomens se perderam por nascerem segundo a carne de Ado, e no por f azerem coisas erradas;

    d) O livre-arbtrio no parece ser capaz de ajudar os homens a atingirem a salvao Nada ajuda o homema atingir a salvao, e o livre arbtrio tambm no. Primeiro porque o nico que se perdeu em decorrnciade exercer o livre-arbtrio f oi Ado e, em segundo lugar, todos os seus descendentes f oram condenados aperdio sem a necessidade de exercerem o livre-arbtrio. O nico que conduz os homens a Deus Cristo,a porta e o caminho estreito que conduz o homem a vida;

    e) O livre arbtrio () os deixa sob a ira de Deus Estar ou no sob a ira de Deus no uma questo delivre-arbtrio, antes uma questo de f iliao. Todos os f ilhos da desobedincia so f ilhos da ira, ou seja,os f ilhos da of ensa de Ado o que estabeleceu a ira de Deus sobre os homens. Havia um livre-arbtriocapaz de livrar o homem da condenao, o que Ado possua antes da of ensa. Aps o julgamento e acondenao, livrar-se da ira no uma questo de livre-arbtrio, mas de mediador.

    Quando o apstolo Paulo diz no verso 18, do captulo um que a ira de Deus se manif esta sobre aimpiedade e injustia dos homens que detm a verdade em injustia, ele f az ref erencia a todos os homensque no conhecem o evangelho de Cristo, sendo que os cristos, j no esto sob a ira, visto que so umcom a Verdade Porque do cu se manif esta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustia dos homens,que detm a verdade em injustia ( Rm 1:18 ).

    Porm, a ira de Deus ainda no manif esta aos homens, pois os homens desconhecem que esto sob acondenao de Ado. Somente por meio do evangelho possvel o homem entender que o juzo j f oiestabelecido por Deus no den. Mas, h um dia reservado para que se d a conhecer aos homens o juzode Deus, que ser tambm o dia da ira, quando os homens descobriro que esto sob condenao(morte) e, que cada um ser retribudo segundo as suas obras Mas, segundo a tua dureza e teu coraoimpenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manif estao do juzo de Deus ( Rm 2:5 ).

    Portanto, o julgamento que condenou Ado e todos os seus descendentes j ocorreu no den. Haver umjulgamento f uturo, mas ref ere-se as obras dos homens mpios, que de nada lhes aproveitaro, visto queesto condenados pela of ensa de Ado.

    No captulo um de Romanos, a partir do verso 18, o apstolo Paulo demonstra que todos os homensesto sob condenao, tanto judeus quanto gentios. No verso 16 ele declara que o evangelho poder deDeus, salvao a todos os que creem. Isso signif ica que, embora os judeus estivessem voltados a buscara Deus, no teriam xito, pois buscavam sem entendimento ( Rm 10:2 ).

    Eles tinham f oras, vontade, zelo, cuidado, etc., para voltar-se para Deus, porm, a despeito de tudo, emnada eram dif erente dos gentios, ou seja, o apstolo Paulo no condenava o livre-arbtrio ou a f alta devoluntariedade em buscarem a Deus, antes condenava a f alta de conhecimento ( Mc 12:24 ). Sobre estequesito, o apstolo Paulo d testemunho que, como judeu, o seu homem interior t inha prazer na lei deDeus ( Rm 7:22 ), e queria f azer o bem ( Rm 7:21 ), demonstrando a sua livre-vontade e voluntariedade,porm, embora a vontade f osse livre a escolha no .

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  • O prprio conceito de livre-arbtrio que Lutero debate descabido. Por qu? Porque em todos os temposo homem teve somente livre-vontade, e a escolha nunca f oi livre, pois se restringe ao que lhe of erecido.Atravs da vontade possvel desejar tudo, at o impossvel, porm, a escolha limita-se a um conjuntopr-def inido.

    Ado, antes da queda, possua livre-vontade, pois podia desejar comer de todas as rvores do jardim,inclusive a do conhecimento do bem e do mal, porm, a escolha era restrita ao nmero de rvoresdisponveis no jardim.

    Com a of ensa, ele permaneceu com a livre-vontade, porm, a livre-escolha de permanecer livre da morte(condenao) f oi- lhe retirada quando lhe f oi imposta a pena: separao de Deus. A vontade de salvar-sesurgiu, porm, f oi posto um anjo com uma espada protegendo a entrada no jardim para que Ado novoltasse e comesse do f ruto da rvore da vida. Isto indica que, apesar do pecado, a vontade de Ado eralivre, o que motivou Deus colocar um anjo para proteger a rvore da vida E havendo lanado f ora ohomem, ps querubins ao oriente do jardim do den, e uma espada inf lamada que andava ao redor, paraguardar o caminho da rvore da vida ( Gn 3:24 ).

    Se considerarmos que livre-arbtrio ref ere-se vontade, temos que o homem possui livre-arbtrio. Seconsiderarmos que livre-arbtrio ref ere-se escolha, temos que o homem no possui livre-arbtrio. Mas, oque demonstra Gneses trs, verso vinte e quatro, que o homem tinha o desejo livre para voltar e quererlivrar-se da morte, porm, o caminho de acesso a Deus no era esse.

    Portanto, para as consideraes ulteriores, sempre f alaremos de livre-vontade e de livre-escolha.

    Quando se l: Como est escrito: No h um justo, nem um sequer. No h ningum que entenda; No hningum que busque a Deus ( Rm 3:10 -11), temos que pensar nos judeus, que apesar de entenderem quebuscavam a Deus, as Escrituras depunham contra eles, visto que ela diz que no h um justo e que noh ningum que busque a Deus, pois tudo o que a lei dizia, dizia aos que estavam sob ela, e no aosgentios Ora, ns sabemos que tudo o que a lei diz, aos que esto debaixo da lei o diz, para que todaa boca esteja f echada e todo o mundo seja condenvel diante de Deus ( Rm 3:19 ).

    Vale salientar o contexto do Salmo 53 que o apstolo Paulo cita aos judeus convertidos que estavam emRoma: Acaso no tm conhecimento os que praticam a iniquidade, os quais comem o meu povo como secomessem po? Eles no invocaram a Deus ( Sl 53:4 ). Quem so os obreiros da iniquidade? Quem comiao povo de Deus como se f osse po? No uma ref erncia aos lideres de Israel? Claro que sim, pois oque lhes f altava era o conhecimento ( Rm 10:2 ), portanto, no invocavam a Deus, se invocassem, porcerto que seriam salvos Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR ser salvo ( Rm 10:13 ).

    A converso de qualquer pessoa acontece quando Deus envia o mediador , que Cristo-homem, para quetudo que ele revele acerca de Deus possa desf azer a ignorncia. A ignorncia s debelada quando revelada a verdade do evangelho, que poder de Deus. Sem o Mediador (Cristo) e o conhecimento(evangelho) que Ele apresenta, ningum jamais poderia ser salvo.

    Ningum, durante toda a histria humana, conceberia por si mesmo a realidade da ira de Deus sobre osf ilhos da ira, conf orme nos ensina nas Escrituras: de que todos os homens entraram por uma porta larga eque esto sendo conduzidos perdio.

    Ningum jamais sonhou em estabelecer a paz com Deus por intermdio da vida e da obra de um Salvadorsingular, o Mediador entre Deus e os homens, pois somente atravs de um mediador que os homens soconduzidos a Deus atravs de um novo e vivo caminho.

    O evangelho do mediador f oi primeiramente anunciado a Abrao Ora, tendo a Escritura previsto que Deushavia de justif icar pela f os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abrao, dizendo: Todas as naessero benditas em ti ( Gl 3:8 ), mas os descendentes da carne de Abrao passaram a conf iar na carne deAbrao, e no tiveram a mesma conf iana (f ) que o crente Abrao, que teve por base da conf iana oevangelho que lhe f oi anunciado.

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  • Conf iar o povo judeu conf iava, porm, no conf iava que a salvao viria do Descendente, antes conf iavaque eram f ilhos de Deus por serem descendentes da carne de Abrao. A conf iana (f ) deles no lhesaproveitou, pois ela no repousava sobre o Descendente, antes na carne de Abrao. Portanto, a salvao pela f , mas a conf iana (f ) na f que havia de se manif estar Mas, antes que a f viesse, estvamosguardados debaixo da lei, e encerrados para aquela f que se havia de manif estar ( Gl 3:23 ).

    Deus tomou a iniciativa de revelar-se aos homens, e assim o f ez a Abrao. Ora, como o evangelho f oi porrevelao, segue-se que jamais o homem descobriria por si s como se salvar. E a revelao de Deus estno Mediador, o Descendente, algum que o homem no poderia providenciar.

    Aproximar-se de Deus no tem relao com o livre-arbtrio, pois os judeus procuravam aproximarem-se deDeus, o que indica que possuam livre-vontade, porm, a escolha que f izeram em conf iar da carne e na leif ez com que rejeitassem o Mediador estabelecido por Deus.

    Por f im, a concluso de Lutero no acertada: Ora, se todos os homens so possuidores de livre-arbtrio, e todos os homens so culpados e esto condenados, ento esse suposto livre-arbtrio impotente para conduzi- los f em Cristo. Por conseguinte, a vontade dos homens, af inal, no livreIdem.

    A vontade do homem livre, pois se assim no f osse, Deus no havia posto um querubim na entrada dojardim para impedi- lo de comer da rvore da vida. A vontade do homem livre, pois os judeus buscavam aDeus, porm, sem conhecimento, e no alcanaram a salvao por rejeitarem a revelao de Deus. Avontade do homem livre, porm, no h uma escolha de salvao f ora da que Deus props em Cristo.

    O segundo argumento de Lutero f oi: O domnio universal do pecado prova que o livre-arbtrio falso.

    A relao que Lutero procurou estabelecer entre domnio universal do pecado e livre-arbtrio no prova.

    O domnio universal do pecado prova, dif erente do proposto por Lutero, que todos entraram neste mundopor Ado, evento que os sujeitou ao pecado, o que em nada depe contra a livre-vontade daqueles queesto sendo conduzidos pelo caminho largo perdio.

    O que o apstolo Paulo diz em Romanos 3, verso 9: Que se conclui? Temos ns [os judeus] qualquervantagem [sobre os gentios]? no, de f orma nenhuma; pois j temos demonstrado que todos, tantojudeus como gregos, esto debaixo do pecado, tem o f ito de demonstrar aos cristos convertidos dentreos judeus que todos os homens, sem exceo, esto sob condenao.

    A condenao da humanidade uma condio semelhante condio dos escravos: os escravospossuam a livre-vontade de serem livres, porm, a escolha no lhes era possvel. A colocao de Lutero aseguir carece ser revista: No somente so todos os homens, sem qualquer exceo, consideradosculpados vista de Deus, como tambm so escravos desse mesmo pecado que os torna culpados Idem.

    Os homens no so considerados culpados, como disse Lutero, antes j f oram julgados e apenados eesto sob condenao. Estar sob condenao totalmente dif erente de ser considerado culpado. Aconcepo de que ser escravo do pecado o que torna o homem culpado distorcida, visto que, o homemest sob condenao, uma condio que ilustrada como escravido ao pecado.

    O f ato de ser evidente que sem Deus no h quem f aa o bem torna-se evidente que no homem no hpoder que o capacite a praticar o bem (Idem), no guarda relao com a incapacidade de se livrar daservido ao pecado. Primeiro porque no a prtica do bem que tornar o homem livre do pecado, antes aliberdade do pecado s possvel atravs do evangelho como poder de Deus, a f manif esta aos homens.Em segundo lugar, a prtica do bem s possvel aos que esto em Deus, portanto, se o homem no estem Deus no h o que se f alar em poder que o capacite.

    Fazer o bem condio sine qua non dos servos da justia, assim como condio dos servos dopecado f azer o mal. O f azer o bem e o mal decorre da natureza, e alm do mais, o bem e o mau em tela

  • no guarda relao com questes de ordem moral, antes decorre da essncia do ser. Assim como a rvoreboa produz f ruto bom, os servos da justia praticam a justia e o que bom.

    A escravido ao pecado universal porque todos os homens f oram gerados de Ado, no importando seso retos ou melhores que seus semelhantes. Como j dissemos, ao nascer o homem entrou por umaporta larga que deu acesso a um caminho largo que conduz a perdio. Neste caminho no importa arazo, a vontade, a bondade, pois o que conduz a perdio o caminho e no as escolhas do homem.

    Ao f azer ref erncia passagem de Romanos 3, verso 10 a 12, Lutero diz que o signif icado do texto perf eitamente claro, porm, f ez uma leitura equivocado. Ora, se Deus conhecido atravs da razo evontade do homem, por que a natureza do homem deve ser levada em conta? O signif icado dessaspalavras perf eitamente claro. Deus conhecido atravs da razo e da vontade humanas. Porm, nenhumser humano, somente por sua natureza, conhece a Deus. Precisamos concluir, por conseguinte, que avontade humana est corrompida e que o homem totalmente incapaz, por si mesmo, de conhecer a Deusou de agrad-Lo Idem.

    Lutero parece amalgamar razo e vontade com natureza. A natureza humana imutvel do ponto de vistados homens, pois jamais um homem pode deixar de ser homem para ser anjo, ou at mesmo ser outrohomem. Mas, o mesmo no se pode dizer da razo e da vontade, que so entes maleveis e moldveis.

    Quando Deus se revelou na pessoa de Cristo, o Verbo encarnado, Ele deu a conhecer a verdade doevangelho que, quando compreendido muda a razo e a vontade do homem. A esta mudana d se o nomede arrependimento (metania), mudana de concepo, mudana de pensamento. Porm, a mudana denatureza s se d atravs da regenerao, que algo que somente Deus pode realizar, momento em queo homem passa a conhecer (ter comunho intima) a Deus, pois tornam-se um s corpo.

    A metania transf ormao da razo, porm, conhecer a Deus no se d atravs da razo, antes s possvel conhecer a Deus quando o homem torna-se um s corpo com o Filho. Conhecer a Deus tornar-se um com Ele, portanto, ser participante da natureza divina ( Jo 17:21 ; 2Pe 1:4 ).

    Continua

    http://www.institutogamaliel.com/portaldateologia/tag/a-natureza-humanahttp://www.linkwithin.com/A escravido da vontade