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A ESTRATÉGIA NA PRÁTICA GERENCIAL DAS ORGANIZAÇÕES QUE
APRENDEM: UMA ANÁLISE DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA
Jorge Luiz Coimbra de Oliveira
Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Maria Berenice Alho da Costa Tourinho
Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Mariluce Paes de Souza
Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Ione Grace do Nascimento Cidade
Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Maria Marlúcia Lemos
Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar os produtos ou resultados do Planejamento Estratégico do Tribunal de Justiça de Rondônia, que tem como princípio permitir a participação dos servidores na consecução dos objetivos e metas do Plano, em forma de compromisso para melhoria na qualidade dos serviços prestados pelo Judiciário. A metodologia utilizada foi o estudo exploratório e descritivo. A análise considerou a abordagem qualitativa ao comparar os resultados em relação às Escolas de Planejamento propostas por Mintzberg, com foco na Escola da Aprendizagem. A Escola da Aprendizagem considera que qualquer pessoa bem informada é importante no processo estratégico. É uma escola com visão emergente que abre a porta para o aprendizado. Vai além do líder individual, possui características inerentes à teoria do caos, à teoria revolucionária e reconhece a capacidade das pessoas em interagir, gerar conflitos e desenvolver consenso. Este estudo identificou que o Planejamento Estratégico do Tribunal de Justiça de Rondônia focaliza perspectivas da Escola da Aprendizagem, ao incorporar a gestão estratégica como uma forma de incrementar suas capacidades, processos e resultados, possibilitando a compreensão das transformações no seu contexto para, a partir daí, definir estratégias visando à sua sustentabilidade. Palavras-chaves: Planejamento Estratégico - Escola da Aprendizagem - Estratégia Deliberada - Estratégia Emergente
2, 3 e 4 de Julho de 2009
ISSN 1984-9354
V CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Gestão do Conhecimento para a Sustentabilidade
Niterói, RJ, Brasil, 2, 3 e 4 de julho de 2009
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1. INTRODUÇÃO
O Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia desenvolveu, no final de 2007, o seu
primeiro planejamento estratégico, com vistas a melhorar a prestação dos serviços
jurisdicionais à sociedade, e contribuir para a evolução do Estado e de seu relevante papel na
conduta de políticas públicas sociais mais eficazes.
No entanto, como afirmam Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000, p. 18), “na prática,
é bem evidente que as estratégias pretendidas nem sempre são realizadas” em decorrência das
contínuas mudanças no ambiente, desta forma busca-se responder a seguinte questão: Como
determinados princípios, propósitos e metas declarados, desejados e inerentes ao
Planejamento Estratégico implantado e em execução, podem estar desalinhados à realidade
interna da organização?
Este artigo tem como objetivo geral avaliar os Produtos ou Resultados do
Planejamento Estratégico do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, e como objetivos
específicos: conhecer aspectos de sua formulação, objetivos, visão e missão; avaliar o
envolvimento dos profissionais no planejamento estratégico; mensurar o nível de auto-
desenvolvimento dos profissionais envolvidos nas atividades do planejamento estratégico;
avaliar a comunicação existente no alcance dos objetivos do planejamento estratégico;
identificar se a cultura, a filosofia e as políticas estão alinhadas quanto ao planejamento
estratégico e conhecer os métodos quanto aos indicadores de mensuração ou critérios de
avaliação do planejamento estratégico adotados para melhorar a prestação dos serviços da
Justiça aos seus jurisdicionados.
A abordagem desse estudo foi feita sob a perspectiva das escolas propostas por
Mintzberg, com o enfoque na Escola da Aprendizagem, buscando-se compreender o
planejamento estratégico voltado para uma organização viva onde o estrategista deve estar
atento às visões de curto e longo prazo, sob uma perspectiva evolutiva onde as mudanças
ocorrem muito rapidamente e de forma imprevisível.
2. GESTÃO ESTRATÉGICA: PENSAMENTO ESTRATÉGICO NA
PRÁTICA GERENCIAL
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O conceito de gestão estratégica é muito mais amplo que o conceito de planejamento
estratégico, havendo, segundo Oliveira (2006), certa dificuldade quanto à conceituação da
função do planejamento, de estabelecer sua real amplitude e abrangência.
Bertaglia (2003), diz que o planejamento engloba desde a participação efetiva da alta
administração, do envolvimento e comprometimento dos servidores, além das avaliações dos
cenários, diagnósticos, da estruturação do processo de planejar e formular um propósito
compartilhado para a organização, a escolha de estratégias, a fixação de metas e desafios, até
a atribuição de responsabilidades para o detalhamento dos planos e projetos e para conduzir e
acompanhar as etapas de sua implantação.
Enquanto isso, Mintzberg e Brian Quinn (2001) reafirmam que há uma grande
diferença entre gestão estratégica e o planejamento estratégico tradicional, ressaltando que tal
distinção é decorrente da observação, da experiência e da constatação de muitos analistas,
executivos e consultores, de que planos perfeitos, elaborados pelas empresas mais famosas do
mundo ou pelos consultores mais experientes, acabam sendo engavetados, sem nunca se
tornarem realidade, caindo no esquecimento, quando não no descrédito.
Portanto, é necessário não somente que exista um planejamento estratégico, mas,
sobretudo, um pensamento estratégico que envolva todos os participantes da organização, a
fim de proporcionar o empenho de todos os elementos na constituição da estratégia com o
firme propósito de torná-la uma realidade.
Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) propõem dez escolas de pensamento sobre
formulação de estratégia, com pontos de vista distintos, e a maioria dos quais se reflete na
prática gerencial: a Escola do Design trata da formulação de estratégia como um processo de
desenho informal, essencialmente de concepção; a Escola do Planejamento aborda a
formulação de estratégia como um processo de planejamento formal, separado e sistemático;
A Escola do Posicionamento enfoca a formulação de estratégia como um processo analítico,
focalizando a seleção de posições estratégicas no mercado; a Escola Empreendedora retrata a
formulação de estratégia como um processo visionário, associando a estratégia com espírito
empreendedor e descrevendo o processo em termos da criação da visão pelo “grande líder”; a
Escola Cognitiva ensina a formulação de estratégia como um processo mental, que busca usar
as mensagens da psicologia cognitiva para entrar na mente do estrategista; a Escola de
Aprendizado mostra a formulação de estratégia como um processo emergente, ou seja, a
estratégia deve emergir à medida que a organização se adapta ou “aprende”; a Escola do
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Poder possibilita a formulação de estratégia como um processo de negociação, seja por grupos
conflitantes dentro da organização ou pelas próprias organizações, enquanto confrontam seus
ambientes externos; a Escola Cultural prevê a formulação de estratégia como um processo
coletivo e cooperativo, considerando a estratégia como sendo enraizada na cultura da
organização; a Escola Ambiental mostra a formulação de estratégia como um processo
reativo, no qual a iniciativa não está dentro da organização, mas em seu contexto externo; e
finalmente, a Escola de configuração se reporta a formulação de estratégia como um processo
de transformação, incorporando grande parte da enorme literatura e da prática prescritiva
sobre mudanças estratégicas.
Cada escola de pensamento focaliza uma perspectiva, um aspecto importante do
processo de formulação de estratégia. Assim, para corroborar a noção de Estratégia como
elemento fundamental no processo de construção do próprio Planejamento Estratégico;
Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) afirmam que, embora o todo seja mais que a soma das
partes (escolas de pensamento), é necessário entender as partes para apreciar o todo. Isso é o
que as escolas sugerem: conhecer as peculiaridades e os mais surpreendentes aspectos
presentes na formulação de estratégia, presentes em cada um delas, o que pontua a
importância de todas as escolas de pensamento para a compreensão do processo de estratégia,
por meio da combinação dos vários aspectos das diferentes escolas.
2.1. A ESTRATÉGIA E A APRENDIZAGEM
O planejamento estratégico é uma ferramenta que pode auxiliar na tomada de decisão
com uma margem menor de erros no contexto organizacional. A partir dele são analisados os
cenários, formuladas estratégias, proposto os objetivos, as metas e as ações das organizações,
sejam nos processos produtivos ou na prestação de serviços. Barbosa e Brondani (2004, p.
108) observam que “existem três tipos de organizações: as que fazem acontecer, as que
apenas observam acontecer e as que surpreendentemente se espantam com o que aconteceu”.
Assim, por meio do planejamento, as organizações podem se projetar e criar alternativas de
adaptação às mudanças ou permanecer apáticas diante de forças internas e externas que
afetam o seu cotidiano. Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) entendem a estratégia como
aprendizado, visão e política; e considerando a velocidade com que tudo muda, observam que
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é incoerente fazer afirmações sobre o futuro. A administração estratégica seria uma
comunidade de exploradores de princípios, de base, de olhar questionador.
Numa perspectiva histórica, Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) dizem que a
influência de Frederick Taylor é muito forte nas organizações e no planejamento estratégico,
acrescentando que um dos maiores erros dos gestores é levar demasiadamente a sério um
ponto de vista, é vêem a formação estratégica como processo único. A Escola da
Aprendizagem, em seu olhar, preocupa-se com os “por menores”. É definida como descritiva,
onde o crescimento é mais natural, os gestores podem realizar enxertos para ver o que
acontece. Desta forma, entende que a formulação da estratégia é um processo emergente e,
caso ocorra fracasso na implementação será devido a um fracasso na formulação. Logo,
qualquer pessoa que seja bem informada é importante no processo estratégico em uma
organização.
Para Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) as premissas da escola da aprendizagem
formam um conjunto de idéias não-planejadas e com novas direções para o aprendizado
estratégico, podendo ser compreendidas na visão das organizações que aprendem na teoria do
caos, na teoria revolucionária e na abordagem da capacidade dinâmica.
A escola da aprendizagem desenvolveu dois tipos de conceitos: a estratégia emergente
e a compreensão retrospectiva. Enquanto na estratégia deliberada as intenções são plenamente
realizadas, prioriza o controle e quase exclui o aprendizado, a estratégia emergente “abre a
porta para o aprendizado estratégico, porque reconhece a capacidade da organização para
experimentar” (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000, p.143). A estratégia
emergente vai além de um líder individual ou de uma pequena equipe que gerencia, pode
também ser desenvolvida em coletividade. A medida que as pessoas interagem geram
conflitos e aprendem umas com as outras desenvolvendo o consenso.
Quanto à visão de estratégia deliberada, muitas questões estratégicas ficam sob o
controle direto de profissionais individuais ou dirigentes centrais. Nas organizações que
aprendem a participação das pessoas acontece em um processo de interação complexa,
obedecendo a processos simples.
Na escola da aprendizagem, mesmo em casos extremos, a realidade do comportamento
estratégico deve combinar aprendizagem emergente e controle. A aprendizagem emergente é
associada ao aprendizado que combina a reflexão do que os agentes fizeram com os
resultados alcançados, “trata-se de um rompimento com décadas de tradição em
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administração estratégica, a qual tem insistido que o pensamento deve terminar antes que a
ação se inicie – que a formulação deve ser seguida com a implementação” (MINTZBERG;
AHLSTRAND; LAMPEL, 2000, p. 149). Sob essa concepção não se pode esperar uma
análise primeiro e integração depois.
O comportamento das pessoas em qualquer nível da organização deve mudar de modo
a derrubar as defesas que bloqueiam o aprendizado. Nonaka e Takeuchi (1995, apud
MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000, p. 158), afirmam que “a essência da
estratégia está no desenvolvimento da capacidade organizacional para adquirir, criar,
acumular e explorar o conhecimento”. Somente os indivíduos podem criar conhecimento,
enquanto as organizações são facilitadoras desse processo e devem apoiar e estimular o
desenvolvimento do aprendizado individual em nível de grupo.
Prahalad e Hamel enfatizam em seus estudos a estratégica como dependente do
aprendizado e, por conseguinte, das capacidades. Esta abordagem tende a considerar a
administração estratégica como um processo de aprendizado coletivo, aponta a competência
central como conseqüência do aprendizado coletivo, que podem ser identificados de três
modos: primeiro, provêem acesso a uma ampla variedade de mercados; segundo, contribuem
significativamente para o beneficio do produto final oferecido ao cliente e; terceiro, devem ser
difíceis de serem imitadas pelos concorrentes (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL,
2000).
Na abordagem tradicional, o controle, a ordem e a previsibilidade foram
institucionalizadas na rotina das organizações. A desordem, o caos é visto como prejudicial.
Nonaka (1988 apud MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000, p. 166) e Stacey (1992
apud MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000, p. 166), afirmam que a “desordem e
caos são propriedades intrínsecas, e não estranhas, às organizações”. Estes autores propõem
que os gerentes deliberadamente deveriam injetar perturbações nas operações com o intuito de
que estas inconsistências pudessem gerar novos conhecimentos. A sugestão da teoria do caos
é de que quase tudo pode acontecer e que pequenas perturbações podem surtir grandes efeitos
necessários, proporcionando aos gestores flexibilidade para que possam melhor se adaptar a
novas maneiras de ver as coisas. Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000, p. 166) reforçam que
as lições da teoria do caos para a administração estratégica estão no fato de que “as coisas são
tão caóticas, tão desordenadas, que aqueles que são flexíveis e se movimentam depressa
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podem aproveitar oportunidades por toda parte”. Quem sente dificuldade e sofre por não saber
lidar com a desordem e aproveitar oportunidades são os burocratas e os planejadores.
2.2. O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO COMO GESTÃO DA
MUDANÇA
As organizações, segundo Bar (2000, p. 70) “são redes de agentes, pessoas que
interagem umas com as outras, de acordo com um conjunto de regras comportamentais, um
esquema de ordem social que se assemelha aos sistemas de organismos vivos, imprevisíveis,
portanto”. Com isso, sua conduta no futuro não pode ser prevista pelo comportamento
passado, uma vez que “as diferenças das condições iniciais são quase sempre imperceptíveis e
levam a uma sucessão de reações do sistema, causadoras de um comportamento
completamente diferente” (ROSENHEAD, 1998 apud, BAR, 2000, p. 70).
Como o futuro é imprevisível, o grande desafio que se apresenta como trabalho
gerencial, de acordo com Bar (2000, p. 70) “é tomar decisões sobre os caminhos de suas
organizações”. Isso implica dizer que o planejamento estratégico não é gestão para mudança,
mas sim, gestão da mudança. Dessa forma, o planejamento estratégico é a gestão da mudança
da posição atual da organização para a posição desejável. A estratégia é um conceito com
propósito de estabilidade, não de mudança. As organizações, conforme Mintzberg, Ahlstrand
e Lampel (2000, p.) seguem estratégias para fins de consistência, mas algumas vezes, elas
também precisam de mudanças estratégicas – precisam descartar suas direções estabelecidas
em resposta a um ambiente mudado.
O planejamento estratégico pressupõe a necessidade de um processo decisório que
ocorrerá antes, durante e depois de sua elaboração e implementação. Ainda, inerente ao
processo decisório, é preciso considerar a existência de condicionantes organizacionais que
afetam sua operacionalização, com a implicação de restrições de ordem prática, corroborando
com Oliveira (2006). Dentre os fatores de impacto na operacionalização do planejamento
estratégico estão: o poder político, a aprendizagem, a comunicação, o trabalho em equipe e a
liderança.
O poder político implica na capacidade das pessoas em defender seus interesses frente
às formas de poder presentes na organização. Assim, na tomada de decisão é preciso observar
o que pode e deve ser feito, e não o que seria certo fazer, sem, contudo, interferir nas relações
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de poder existente na organização, a fim de fazer as pessoas colaborarem e aceitarem as
mudanças, e minimizar o risco de tornar o planejamento estratégico estéril.
Quanto à aprendizagem, por estar orientado para a adaptação da organização ao
contexto ambiental, o planejamento estratégico constitui uma tentativa constante de aprender
a ajustar-se a um ambiente complexo, competitivo e suscetível a mudanças; porém a
efetivação das propostas dependerá em grande escala da flexibilidade da organização às
mudanças.
A comunicação, como um fator de impacto no planejamento estratégico, nem sempre é
bem utilizada na organização. Deve possuir um caráter bilateral na relação psicossocial. Falar,
ler, ouvir, raciocinar e escrever são habilidades necessárias para que a comunicação aconteça.
As habilidades compreendem: conhecimento (qualidade/quantidade); sistema sócio-cultural
(posição que o indivíduo ocupa no grupo, seus valores e crenças) e atitudes (idéias pré-
concebidas que fazem parte da história do indivíduo). Nem sempre as atitudes demonstram o
comportamento das pessoas. A comunicação só é produtiva quando consegue gerar
reciprocidade na relação dos sistemas.
O trabalho em equipe destaca-se como imprescindível na operacionalização das ações
do plano estratégico, em virtude de que todas as decisões importantes são tomadas em equipe,
seja diretamente ou por meio da necessidade de equipes para traduzir as decisões individuais
em ação.
Outro fator impactante na operacionalização do planejamento é a forma como a
liderança se dá na organização. As oportunidades desafiadoras, as incertezas em todo o
mundo, a busca por respostas, a globalização entre outras, evidencia a figura do líder na
atualidade. Para Kauzes e Posner (2003) o grande desafio é liderar em época de caos e
incertezas, considerando a existência de padrões e praticas de liderança que podem ser
aprendidas. Ainda, segundo Kauzes e Posner (2003, p.32-33) “a liderança não é
personalidade, liderança é prática” e as cinco regras básicas de liderança são: 1) apontar o
caminho; 2) inspirar uma visão compartilhada; 3) desafiar o estabelecido; 4) permitir que os
outros ajam e 5) encorajar o coração. Estas regras básicas não são suficientes para ser um
líder, porém, é uma preparação para que seja criado um ambiente de aceitação e credibilidade
entre líder e liderado.
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2.3. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO
A Administração Pública brasileira, a partir da instalação da República Federativa do
Brasil, passou por três fases que implicaram em profundas transformações históricas: a
Patrimonialista, a Burocrática e a Gerencial.
A Administração Pública Patrimonialista sucedeu o regime imperialista e herdou a
tendência em priorizar o servidor público e a garantia do patrimônio do Estado, em detrimento
da sociedade, o que contribuiu para a prática da corrupção e do nepotismo. Aproximadamente
trinta anos após, surgiu a Administração Pública Burocrática, com a principal finalidade de
fazer frente às mazelas da Administração Patrimonialista combatendo a corrupção e o
nepotismo por meio do modelo burocrático de gestão. A partir de então, a Administração
Pública brasileira sofre grande evolução, no entanto, o modelo burocrático ao priorizar
excessivamente o Estado, continua a deixar o cidadão em segundo plano, não concedendo à
sociedade a importância devida na consecução das políticas públicas (JUND, 2006).
No decorrer da segunda metade do século XX, emerge a Administração Pública
Gerencial. Segundo Jund (2006), esse modelo aperfeiçoou o papel do Estado na medida em
que empreendeu a necessidade de priorizar o cidadão como cliente que, assim como na
administração privada, deve ser o alvo da organização, inclusive participando de suas
decisões estratégicas, a fim de atender as necessidades sociais de forma mais eficiente
possível. Jund (2006), afirma, ainda, que a Administração Pública Gerencial surgiu
impulsionada pela globalização da economia e pela explosão tecnológica mundial, que
instigou as organizações a pensarem estrategicamente visando garantir a sobrevivência.
Pereira (1997) observa que o gerencialismo consiste na administração voltada para
resultados, orientada para os anseios do cidadão/usuário, pressupondo que tanto políticos
quanto servidores públicos são merecedores de grau limitado de confiança. Para tanto, como
estratégia, serve-se da descentralização e do incentivo à criatividade e à inovação, utilizando o
contrato de gestão como instrumento de controle dos gestores públicos.
Dessa forma, surge um grande desafio diante dos gestores públicos: importar para a
Administração Pública os meios utilizados nas organizações privadas, porém, preservando os
aspectos de legalidade impostos, cujo princípio se conserva na lógica ditada pelo direito
público, que impõe ao administrador praticar apenas o previsto em lei.
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No entanto, não basta somente cumprir a lei, é preciso tirar dela os melhores proveitos
em favor da melhoria das organizações públicas, com a adoção de modelos gerenciais mais
modernos e conciliáveis com a legalidade exigida, pois conforme corrobora Chaves (2007), o
desafio de implementar políticas públicas mais eficientes em prol da sociedade permanece e
se avoluma na medida em que os desafios gerenciais exigem dos gestores maior capacidade
para fazer frente à complexidade da administração. Assim, novas ferramentas gerenciais
foram aplicadas na Administração Pública, sendo o Planejamento Estratégico a ferramenta
mais utilizada pelos gestores para nortear suas ações e avaliar o desempenho.
2.4. O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DE RONDÔNIA
De acordo com a Lei Complementar n º 94, de 3 de dezembro de 1993 (Código de
Organização Judiciária) a Presidência do TJRO é exercida por um Desembargador, com
mandato de dois (2) anos. Essa alternância de gestor, considerada como de curto prazo, levou
a organização a conceber planos desfragmentados e sem a participação efetiva de todos os
componentes da organização, fez emergir a necessidade de elaboração de um planejamento
estratégico de longo prazo, que abrangesse várias gestões, bem como permitisse a
participação dos servidores na consecução dos objetivos e metas do plano, além do
estabelecimento da visão de futuro da organização.
O processo de planejamento estratégico foi instituído no Poder Judiciário do Estado de
Rondônia em abril de 2007, por meio da Resolução n. 001/07, como resultado dos estudos de
um grupo de trabalho designado um ano antes para traçar um plano de ação visando à
elaboração do plano estratégico. A mesma resolução criou o Comitê de Planejamento
Estratégico constituído por juízes auxiliares e gerentes de unidades, ao qual incumbe propor e
apreciar as diretrizes, prioridades, estratégias, orientações e os instrumentos de gestão do
processo, submetendo-as ao Tribunal Pleno.
O Plano Estratégico do TJRO foi elaborado em oficinas de trabalho (workshops)
utilizando uma metodologia baseada no equilíbrio organizacional que monitora o desempenho
da organização em pontos críticos para seu sucesso, o Balanced Scorecard.
Objetivando a operacionalização das propostas definidas no Plano Estratégico, com
vistas à implementação das estratégias lá definidas, a partir de metas, indicadores e definição
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de responsabilidades, como preconiza a gestão orientada para resultados, foi elaborado o
Programa de Modernização do Poder Judiciário do Estado de Rondônia.
De acordo com o Manual de Planejamento Estratégico do TJRO (PE TJRO), o
Planejamento Estratégico do órgão foi elaborado a partir do forte comprometimento da alta
direção e da participação dos diversos segmentos de profissionais das áreas Administrativa
(meio) e Judiciária (fim).
O cenário observado na consecução do PE TJRO buscou conhecer as características
atuais do ambiente externo, tendências futuras, possibilidades e perspectivas como: aumento
dos conflitos sociais; aumento populacional; ampliação da credibilidade na Justiça; inovação
tecnológica; otimização dos gastos públicos; população mais informada e exigente dos seus
direitos; preservação do meio ambiente; qualidade de vida; responsabilidade social;
terceirização dos serviços básicos.
O ambiente interno da organização foi analisado visando identificar os principais
pontos fortes e pontos fracos. Na figura 1, são destacados os pontos fortes e pontos fracos do
Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, considerando a realização do diagnóstico interno
da organização.
Figura 1 - Pontos Fortes e Pontos Fracos do TJRO
Pontos Fortes Pontos Fracos • Cursos e treinamentos • Servidores comprometidos com a
instituição • Responsabilidade social • Equipamentos • Salários em dia • Agilidade na prestação jurisdicional • Capacitação e habilidades dos
colaboradores • Moral e produtividade dos colaboradores • Informatização das comarcas • Justiça Rápida
• Instalações físicas inadequadas para o desenvolvimento das atividades
• Falta de maior comprometimento e envolvimento da administração • Desinformação e distância entre as unidades • Falta de valorização dos servidores • Falta de credibilidade • Pouca sintonia entre o Judiciário e a sociedade • Decisões imediatistas, com base em vaidades pessoais, sem
consulta aos profissionais competentes. • Falta de servidores nas unidades
Fonte: Planejamento Estratégico do Estado de Rondônia (2007).
A partir do conhecimento de suas forças e fraquezas, a organização adquire indicações
da existência de problemas que devem ser investigados, encaminhados e tratados
convenientemente no plano estratégico da instituição. O diagnóstico dessas conseqüências
permitirá, em tese, que sejam tratadas as causas e adotadas medidas de mitigação e eliminação
dos fatores supervenientes.
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A missão do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia foi definida em seu
planejamento estratégico (2007) como: “Oferecer à sociedade acesso à justiça, solucionando
conflitos com rapidez, qualidade e eficácia, observando os princípios humanos e éticos em
busca da pacificação e garantia da justiça social”.
Quanto à visão da organização, está definida no seguinte prospecto: “Ser reconhecido
como uma instituição acessível, que promova justiça com celeridade, qualidade e
transparência, e que contribua para o desenvolvimento social”.
Para o balizamento de seu processo decisório, o Tribunal de Justiça do Estado de
Rondônia também definiu como princípios: “Comprometimento; Eficiência e Organização;
Excelência; Honestidade e ética; Imparcialidade; Respeito; Trabalho em equipe;
Transparência, dignidade e responsabilidade; e como propósitos: Acesso à Justiça; Rapidez;
Qualidade e Excelência; e Eficácia”.
2.4.1. OS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DO TJRO
Os objetivos estratégicos do TJRO foram definidos sob quatro (4) perspectivas, a
saber: (1) Sociedade visando promover uma Justiça transparente, humana e desburocratizada;
com o objetivo principal de tornar acessíveis os serviços e informações produzidas e de
competência do PJRO dentro da expectativa dos usuários; (2) Processos Internos para
otimizar os processos de trabalho, com o objetivo de modernizar as estruturas de processos
administrativos e judiciais do PJRO para melhorar a efetividade de sua gestão e controle
através da simplificação, padronização e normatização de procedimentos; (3) Orçamento
implantar planejamento orçamentário participativo, com transparência e efetiva aplicação.
Esse componente tem como objetivo a gestão dos recursos orçamentários disponíveis do
PJRO como instrumento de efetivação e avaliação de eficiência das ações planejadas; (4)
Capital Humano e Crescimento Organizacional de forma a valorizar o patrimônio intelectual e
promover a expansão e modernização do Poder Judiciário.
A perspectiva “Capital Humano e Crescimento Organizacional”, no Programa de
Modernização passou a ser denominada “Pessoas e Infra-Estrutura”, descrita como: Pessoas
no sentido de valorizar o patrimônio intelectual, com o objetivo de desenvolver a capacidade
institucional do PJRO de administração de recursos humanos para a transformação dos
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modelos vigentes de gestão e Infra-Estrutura para promover a expansão e modernização do
Poder Judiciário de RO, para atender à implantação do modelo de gestão que se quer.
O Planejamento Estratégico do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia visa atingir
os objetivos e metas propostas para quatro (4) anos, em consonância com o Plano Plurianual
de Ações (PPA) para o quadriênio 2008/2011, consolidadas no PPA do Governo do Estado de
Rondônia, conforme estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal.
3. METODOLOGIA
Para a definição quanto à forma de abordagem do problema investigado, considerou-
se a afirmação de Creswell (2007, p.38), ao dizer que "se um conceito ou fenômeno precisa
ser entendido pelo fato de ter sido feita pouca pesquisa sobre ele, então é melhor uma técnica
qualitativa", acrescentando que a "pesquisa qualitativa é exploratória e útil quando o
pesquisador não conhece as variáveis importantes a examinar [...] porque nunca foi abordada
com uma determinada amostra ou grupos em estudo”. Esta é a situação que se apresentou em
relação ao Planejamento Estratégico no Tribunal de Justiça de Rondônia, justificando-se,
portanto, a utilização da pesquisa qualitativa no desenvolvimento deste estudo que buscou
verificar: Como determinados princípios/ propósitos/ metas declarados, desejados e inerentes
ao Planejamento Estratégico implantado e em execução, podem estar desalinhados à realidade
interna da organização, de acordo com a visão dos gestores do Tribunal de Justiça.
Esta pesquisa tem um delineamento do tipo levantamento que, segundo Creswell
(2007, p.161), "dá uma descrição quantitativa ou numérica de tendências, atitudes ou opiniões
de população". Também pode ser considerada como exploratória e descritiva porque buscou
proporcionar maior familiaridade com o problema e descrever as características peculiares de
determinado grupo de pessoas.
A população, constituída de dez gestores responsáveis pelas unidades coordenadoras
das ações estratégicas definidas no Plano Estratégico, correspondeu a amostra deste estudo.
Os dados secundários foram coletados de fontes como Planejamento Estratégico do
TJRO e Programa de Modernização do Poder Judiciário do Estado de Rondônia, constantes
nos arquivos da Coordenadoria de Modernização e Gestão Estratégica do Tribunal de Justiça
do Estado de Rondônia; enquanto os dados primários foram coletados por meio da aplicação
direta aos participantes, de questionário com perguntas fechadas, o qual teve as questões
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adaptadas do instrumento de pesquisa de Rezende (2002). O questionário aplicado apresentou
um espaço a ser preenchido com os “Dados cadastrais da organização” que configuram o
perfil da organização participante a ser respondido por qualquer pessoa; e um espaço para
“Identificação do respondente” que configura o perfil dos respondentes; além da Parte II a
Parte V, onde foram apresentadas as perguntas propriamente ditas do questionário para os
gestores da organização. As perguntas obedeceram a um critério em escala de cinco
possibilidades que representavam a opinião sobre uma afirmação. A escala teve o princípio de
funcionamento de uma balança tipo gangorra, onde a opinião apresentar-se como um peso que
a equilibra (indiferente) ou desequilibra para algum dos lados (discordando ou concordando),
considerando sempre a situação atual, procurando isolar a opinião de condições passadas,
expectativas futuras ou desejos pessoais. Teve ainda como suporte a revisão bibliográfica,
publicações já realizadas em livros e artigos científicos relacionados ao tema.
O tratamento dos dados foi realizado por meio de técnicas próprias para análise de
estudos que têm como objetivo extrair sentido dos dados apresentados graficamente.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Conforme observa Creswell (2007, p. 194), a análise e interpretação dos dados “é um
processo constante envolvendo refletir continuamente sobre os dados, fazer perguntas
analíticas e redigir memorandos durante todo o estudo. Isso não é nitidamente separado de
outras atividades no processo, como coleta de dados ou formulações de questões de pesquisa”.
Desta forma, os dados são apresentados e analisados, simultaneamente, com o objetivo
de aprofundar-se cada vez mais no seu entendimento para fazer uma interpretação do
significado mais amplo. Os principais resultados coletados na pesquisa com os dez gestores
são os que seguem.
3.1.1. PERFIL DOS PESQUISADOS
Dentre os pesquisados, 40% possui formação acadêmica em administração e 20% em
ciências contábeis. Os demais pesquisados possuem formação em psicologia, pedagogia,
análise de sistema e ciências econômicas, representando um percentual de 10% cada área de
formação. 70% dos pesquisados tem de 11 a 19 anos de atuação na organização, enquanto
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10% têm 23 anos, e os outros 20% estão distribuídos entre os servidores que tem de 5 a 10
anos de organização. Quanto ao tempo de experiência dos gestores, a figura 2 mostra que o
maior índice corresponde aos pesquisados com 23 anos (30%), enquanto o menor índice
(10%), corresponde aos pesquisados com 5 anos de experiência. O perfil apresentado aponta a
possibilidade dos gestores pesquisados, responsáveis pela coordenação das ações do PE
deterem pela formação acadêmica, tempo de organização e tempo de experiência,
informações que os tornam importantes no processo estratégico da organização.
Figura 2 - Tempo de experiência
10%
20%
30%
20%
20%
A 11 anos
B 12 anos
C 23 anos
D 5 anos
E 8 anos
Fonte: dados da pesquisa
3.1.2. QUANTO AS PESSOAS
Na questão que abordou sobre o comportamento das pessoas da organização, quanto
às atividades de planejamento; os dados coletados apresentaram que 70% dos gestores
consideram que o comportamento das pessoas na atividade de planejamento compartilhado na
organização é parcialmente proativo (Figura 3). Esse resultado indica que a atitude dos
colaboradores pode não estar correspondendo ao comportamento desejado de proatividade.
Nas organizações que aprendem os processos produtivos e a prestação de serviço exigem que
as pessoas reajam rápido em busca de resultados satisfatórios, pois conforme Mintzberg,
Ahlstrand e Lampel (2000) neste tipo de organização a participação das pessoas acontece em
um processo de interação complexa, obedecendo a processos simples e derrubando as defesas
que bloqueiam o aprendizado.
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Figura 3: Comportamento das pessoas
70%
20% 10%É totalmente proativo nas ativiaddes deplanejamento compartilhado naorganização
É parcialmente proativo nas ativiaddesde planejamento compartilhado naorganização
Não é proativo nas atividades deplanejamento compartilhado naorganização
Fonte: Dados da Pesquisa
Figura 4: Desenvolvimento das competências
50%50% É totalmente relevantepara a organização
É parcialmente relevantepara a organização
Fonte: Dados da Pesquisa
Na questão sobre o desenvolvimento das competências ou capacitação dos
profissionais envolvidos nas atividades de planejamento da organização, conforme figura 4; a
metade do número total de gestores entende que é totalmente relevante para o sucesso do
planejamento, enquanto a outra metade considera parcialmente relevante. Para alcançar os
resultados esperados, o planejamento estratégico necessita envolver o maior número de
pessoas possível, pois somente as pessoas podem criar conhecimento, enquanto as
organizações são facilitadoras desse processo e devem apoiar e estimular o desenvolvimento
do aprendizado individual em nível de grupo. Os dados obtidos apontam uma perspectiva das
organizações que aprendem, onde desenvolver competências requer reflexibilidade para
aprimoramento e adequação ao meio e/ou situação.
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Figura 5: Autodesenvolvimento
40%
60%
É totalmente buscado pelaspessoas da organziação
È parcialmente buscado pelaspessoas na organziação
Fonte: Dados da Pesquisa
O autodesenvolvimento dos profissionais envolvidos nas atividades de planejamento
da organização, demonstrado na figura 5, foi considerado por 60% dos gestores como
parcialmente buscado pelas pessoas na instituição, enquanto 40% afirmaram que é um
requisito totalmente buscado pelos profissionais no Poder Judiciário de Rondônia - PJRO. O
autodesenvolvimento é uma premissa da escola da aprendizagem. A motivação para buscar o
aprendizado tem que ser muito mais evidente nas organizações que aprende, pois é o sentido
da sua existência, além de ser um mecanismo para que as chances de elaboração sejam vistas
com um olhar questionador antes da sua implantação.
Quanto à comunicação e o relacionamento pessoal dos profissionais envolvidos nas
atividades de planejamento da organização, 60% dos pesquisados responderam que essa
habilidade facilita completamente a integração de áreas, processos internos e externos. Por ser
um fator de impacto no PE, o resultado apontado nessa afirmação não permite identificar se
são apenas entendidos pelos gestores como agente facilitador ou, se são bem utilizados no
PJRO, o que indica a necessidade de realização de outros estudos que permitam entender
melhor o problema.
3.2.3. QUANTO ÀS ATIVIDADES PERTINENTES AO PE
Nos dados obtidos, 80% dos pesquisados afirmam que as atividades pertinentes ao PE
são elaboradas por equipe multidisciplinar que preserva os talentos internos da organização.
Por ser o PE de natureza complexa e imprevisível no ambiente organizacional, a escola da
aprendizagem propõe elaboração de relações sutis entre pensamento e ação, controle e
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aprendizado, estabilidade e mudança. Assim, equipes multidisciplinares da própria
organização podem ser favoráveis, desde que sejam criteriosos, atentos e críticos; e busquem
alternativas viáveis aos processos do PE, instigando o conflito.
O comprometimento dos profissionais envolvidos nas atividades de planejamento da
organização (Figura 6), sob o ponto de vista dos gestores quanto ao PE do TJRO é de que, em
sua maioria, as pessoas expressam parcialmente vontade e motivação para realizar as
atividades. A escola da aprendizagem concebe que nas organizações existem muitos
estrategistas em potencial e que o papel do líder é gerenciar o aprendizado para que novas
estratégias possam emergir, estimulando o comprometimento. Observa-se a afirmativa de
Kauzes e Posner (2003) que a liderança não é personalidade, mas sim prática, que oportuniza
a preparação para que seja criado um ambiente de aceitação e credibilidade entre líder e
liderado.
Figura 6: Comprometimento
2
8
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Expressa total vontade e motivaçãopara essas ativiadades
Fonte: Dados da Pesquisa
3.2.4. QUANTO AO ALINHAMENTO ESTRATÉGICO
Sobre as estratégias das funções organizacionais de toda a organização (Figura 7), os
gestores indicaram, com predominância, que as mesmas estão parcialmente identificadas e
integradas na organização. Isso implica retomar a observação de Mintzberg e Brian Quinn
(2001) de que muitos planos acabam sendo engavetados, sem nunca se tornarem realidade,
caindo no esquecimento, quando não no descrédito, em decorrência da falta de entendimento
sobre a diferença entre gestão estratégica e o planejamento estratégico tradicional.
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Figura 7: Estratégias
1
6
0
2
1
0
1
2
3
4
5
6
1
Estão totalmente identificadas e integradas naorganização
Estão parcialmente identificadas e integradas naorganização
É indiferente para a organização
Não estão identificadas e integradas na organização
Inexiste essa necessidade identificação e integração dasfunções empresariais na organização
Fonte: Dados da Pesquisa
Enquanto isso, na questão da gestão do PE da organização (Figura 8), os resultados
apontaram que é uma atividade de parcial parceria e co-gestão integrada. Esse dado sinaliza
que o Tribunal de Justiça de Rondônia está em processo de desenvolvimento de um
pensamento estratégico que envolve todos os participantes da organização, o que favorece o
empenho de todos os elementos na constituição da estratégia para torná-la uma realidade.
Figura 8: Estratégias
3
5
0
2
00
2
4
6
1
É uma at ividade de total parceriae co-gestão integrada
É uma at ividade de parcialparceria e co-gestão integrada
É indiferente para a organização
Não é uma at iviadade de parceriae co-gestão integrada
Inexiste essa necessiadade deestabelecer parceria e co-gestãointegrada desses planejamentos
Fonte: Dados da Pesquisa
Figura 9: Estratégias
10 %
6 0 %3 0 %
Estão totalmente definidos,descritos e comunicados aosenvolvidos nessas at ividades
Estão parcialmente def inidos,descritos e comunicados aosenvolvidos nessas at ividades
Não estão def inidos,descritos e comunicados paraos envolvidos nessasat ividades
Fonte: Dados da Pesquisa
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Os indicadores de mensuração ou critérios que permitem as avaliações dos resultados
do PE da organização (Figura 9), não estão definidos, descritos e comunicados para os
envolvidos nas atividades. Considerando que o planejamento estratégico é uma ferramenta
que deve auxiliar na tomada de decisão com uma margem menor de erros no contexto
organizacional, onde são formulados os objetivos e as ações a serem realizadas nas
organizações, sejam nos processos produtivos ou na prestação de serviços, bem como deve
orientar a escolha de estratégias, a fixação de metas e desafios, até a atribuição de
responsabilidades para o detalhamento dos planos e projetos e para conduzir e acompanhar as
etapas de sua implantação, os indicadores de mensuração tornam-se os principais marcos de
referência para a criação de alternativas de adaptação às mudanças que afetam o seu
cotidiano. Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) considerando a velocidade com que tudo
muda, observam que é incoerente fazer afirmações sobre o futuro, sendo, pois imprescindível
que a tomada de decisão aconteça com base em dados confiáveis.
3.2.4. Quanto ao Contexto Organizacional
A missão, a visão, os objetivos e as estratégias da organização, conforme figura 10,
estão totalmente formulados e claramente comunicados para 60% dos envolvidos no PE da
organização, demonstrando que o Tribunal de Justiça de Rondônia, tem critérios definidos
para orientação nas escolhas das decisões estratégicas. No entanto, quanto aos planos de ação
relacionados ao PE (Figura 11), 70% dos gestores indicaram que estão parcialmente
definidos, descritos e comunicados para os envolvidos nas atividades, demonstrando que
colocar em prática as ações estratégicas, assim como efetuar o controle de desempenho e dos
resultados, se constitui em grande desafio, cabendo aos gestores responsáveis gerir de forma
comprometida o que foi planejado para que o objetivo final do Planejamento seja plenamente
alcançado.
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Figura 10: Estratégias
6 0 %
4 0 %
Estão totalmenteformuladas e claramentecomunicadas para osenvolvidos no PE daOrganização
Estão parcialmenteformuladas e comunicadaspara os envolvidos no PE daOrganização
Fonte: Dados da Pesquisa
Figura 11: Planos de ação
0 2 4 6 8 10 12
1
Estão totalmente definidos, descritos e comunicados para osenvolvidos nessas at ividades
Estão parcialmente def inidos, descritos e comunicados para osenvolvidos nessas at ividades
6
Fonte: Dados da Pesquisa
Quanto à cultura, a filosofia e as políticas da organização, a pesquisa mostrou que para
50% dos gestores estão parcialmente transparente, positivas e disseminadas, enquanto 30%
entendem que a cultura, a filosofia e as políticas, não estão transparentes, nem positivas e nem
estão disseminadas (Figura 12), o que sinaliza para um possível desalinhamento desses
aspectos ao planejamento estratégico. Assim como a cultura é essencialmente composta de
interpretações de mundo e das atividades e artefatos que refletem essas interpretações, a
filosofia e as políticas são interpretações compartilhadas coletivamente, em um processo
social, que precisam ser evidenciados, uma vez que se configuram em fator de impacto na
realização dos objetivos organizacionais.
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Figura 12: Cultura, filosofia e políticas
2
5
3
0
1
2
3
4
5
1
Estão totalmente transparentes, positivase disseminadas
Estão parcialmente transparentes,positivas e disseminadas
Não estão transparentes, positivas edisseminadas
Fonte: Dados da Pesquisa
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Planejamento Estratégico do Tribunal de Justiça de Rondônia – PE/TJRO obedece a
critérios de um planejamento estratégico tradicional, despontando para novas formas de ver o
planejamento, ao considerar dentre outros princípios, o comprometimento, o trabalho em
equipe, a valorização do patrimônio intelectual e o crescimento da organização. Com vistas à
implementação das estratégias definidas no Plano foi elaborado o Programa de Modernização,
o que remete à reflexão de Mintzberg de que não havendo estratégia emergente o
planejamento estratégico quase sempre não sai do papel.
Partindo do princípio de que essa pesquisa implicaria em um estudo mais criterioso,
mostrou que as pessoas expressam parcialmente vontade e motivação para realizar as
atividades, sinalizando que o envolvimento dos profissionais pode estar desalinhado do
planejamento estratégico que requer pessoas potencialmente estratégicas dispostas a fazerem
as coisas acontecerem, considerando não apenas o cenário de quando o planejamento foi
elaborado, mas as mudanças que se apresentam com maior freqüência e maior velocidade, e
interferem na qualidade dos serviços prestados pelo Judiciário.
O nível de auto-desenvolvimento dos profissionais envolvidos nas atividades do PE
aponta para uma premissa da escola da aprendizagem, uma vez que a motivação para buscar o
aprendizado é bastante evidente no TJRO, mostrando um perfil de organizações que aprende.
Quanto à comunicação existente no alcance dos objetivos do plano estratégico, o
resultado destacou que colocar em prática as ações estratégicas, assim como efetuar o controle
de desempenho e dos resultados, se constitui em grande desafio, cabendo aos gestores
responsáveis gerir de forma comprometida o que foi planejado para que o objetivo final do
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Planejamento seja alcançado. No entanto, a comunicação foi indicada como uma habilidade
que facilita completamente a integração de áreas, processos internos e externos. Desta forma,
como o resultado apontado nessa afirmação não permite identificar se a comunicação é apenas
entendida pelos gestores como agente facilitador ou, se é bem utilizada no TJRO, percebe-se a
necessidade de realização de outros estudos que permitam entender melhor a questão.
Este estudo possibilitou, ainda, responder que os princípios, propósitos e metas
declaradas, implantadas e em execução estão desalinhados da realidade interna se for
considerado que as condições são favoráveis à realização do PE no TJRO. No entanto, de
acordo com os dados, as chances de ser mais um plano no papel como em muitas outras
organizações são muito grandes visto que o comprometimento e comportamento parcialmente
proativo das pessoas são fatores limitadores nesse tipo de processo. O desenvolvimento de
competência considerado por cinco dentre dez gestores como parcialmente relevante,
equilibra a balança para uma margem positiva, porém, para o estrategista que se preocupa em
conhecer as partes para compreender o todo, o resultado não é confortante.
A cultura organizacional sinalizou para um possível desalinhamento quanto ao
planejamento estratégico, visto que para ser compartilhada coletivamente precisa ser mais
claramente evidenciada, e por se configurar em fator de impacto na realização dos objetivos
organizacionais deverá caber em grande parte ao líder, priorizar a mudança desse quadro.
Embora o TJRO utilize para elaboração e acompanhamento do PE os métodos e a
ferramenta de mensuração apropriada como o balanced scorecard, os dados da pesquisa
convergem para uma crítica pontual quando os gestores afirmam que os indicadores de
mensuração para avaliação de resultados não estão definidos, descritos e comunicados para
todos os envolvidos nas atividades. Por ser um órgão que investe e necessita de instrumentos
de gestão, visualizar o aprendizado na concepção de que todas as pessoas bem informadas são
importantes no processo estratégico, seria favorável a uma mudança de mentalidade e
conseqüentemente ao alcance mais eficaz dos objetivos pretendidos, sob o ponto de vista
destas pesquisadoras.
Os aspectos da formulação do PE, o ambiente, a visão e a missão definidas, bem como
os propósitos e os princípios declarados favorecem para um tipo de gestão inovadora, no
sentido de que expressam uma visão crítica da realidade e suscetibilidade às contínuas
mudanças, coerente com o entendimento de que o planejamento estratégico é a gestão da
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mudança da posição atual da organização para a posição desejável, apesar de seguir
estratégias para fins de consistência.
Portanto, este estudo identificou que o Planejamento Estratégico do Tribunal de
Justiça de Rondônia sinaliza perspectivas da Escola da Aprendizagem, que considera a
formulação de estratégia como um processo emergente, ou seja, entende que a estratégia deve
emergir a medida que a organização se adapta ou “aprende”, o que é constado no PE/TJRO ao
incorporar a gestão estratégica como uma forma de incrementar suas capacidades, processos e
resultados, possibilitando a compreensão das transformações no seu contexto para, a partir
daí, definir estratégias visando à sua sustentabilidade.
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