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A Estrutura da Webrádio

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*Alex Pacheco **Universidade do Contestado

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A Estrutura da Webrádio *

Alex Pacheco **

Universidade do Contestado

Índice

1. Introdução 22. Referencial Teórico 33. Tipo de Rádio na Internet 54. Sobre a Webrádio 65. A Estrutura da webrádio 66. Segmentação 87. Viabilidade 88. Programação 99. Analise do objeto 1010.Conclusão 1211.Bibliografia 13

Resumo

A virtualização cada vez mais intensa naspráticas sociais tem afetado de forma signi-ficativa também os meios de comunicação

*Monografia apresentada como requisito àobtenção do grau de Especialista em Estudos Avança-dos em Comunicação, Informação e Cultura, pelaUniversidade do Contestado U Campus Universitáriode Concórdia, sob a orientação do Professor ValérioCruz Brittos

**Aluno do Curso de Pós-Graduação em EstudosAvançados em Comunicação, Informação e Culturada Universidade do Contestado U Campus de Concór-dia. Endereço residencial: Rua Gotardo Furlan U 56,B. Guilherme Reich. E-mail: [email protected]: 49-3442-1637.

tradicionais. No caso do rádio, o fenô-meno que se estabelece é o das webrádios,emissoras estruturadas para transmitir ape-nas via internet, na maioria das vezes a umpúblico segmentado, o que tem motivado so-bremaneira a implantação de estações dessanatureza. Pela emergência dessas emissorase por sua importância no contexto social, éque esta pesquisa se propôs a estudar a we-brádio. Tomando como objeto a Iradio, deSão Paulo, uma das estações virtuais maisestruturadas e com maior número de ciber-ouvintes o trabalho procura compreender ofuncionamento da emissora. Parte da estru-tura disponibilizada e da organização da em-presa, analisa o conteúdo trabalhado e dis-cute a realidade financeira. O objetivo éaprofundar a reflexão sobre a natureza e a vi-abilidade da webrádio.

Abstract

The virtualization each time more intensein social practices, has affected in a meaning-ful way the traditional means of communica-tion. Regarding to the radio, the establishedphenomenon is the web radios, structured ra-dio stations that are broadcasted just via in-ternet, most of the time to a selected audi-ence, which has motivated the implantationof this type of radio stations. By the emer-

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gency of these radio stations and by their im-portance in the social context, this researchproposes a study of the web radios. “Iradio”station was selected to be studied, one of thebest structured web radios and with a greatnumber of cyber listeners. This study tries tocomprehend the web radio operation. Part ofthe available structured and the organizationof the company analyzes the content and dis-cusses the financial reality. The objective isto deepen the reflection about its nature andthe feasibility of the web radio.

1. Introdução

As estruturas virtuais da internet1 têmpossibilitado novas formas de comunicaçãona sociedade contemporânea. No séculoXXI a tecnologia delineou novos espaços,formatando uma estrutura bastante segmen-tada e voltada ao público específico. Ociberespaço, por esse motivo, tem atraído demaneira célere os novos admiradores do con-ceito de webrádios, que reconfigurou o mod-elo convencional para o digital de abrangên-cia intercontinental. As rádios na inter-net, com estrutura própria para atender àdemanda de um público alternativo, estãotomando cada vez mais dimensões significa-tivas no contexto virtual, por isso, a necessi-dade de buscar mais detalhes sobre o tema.

1Informações publicadas pelo InstitutoIbope/Netratings em março desse ano revelaque no Brasil o número de acessos residenciais àinternet cresceu 56,7% em relação ao mesmo períododo ano passado, atingindo a marca de 22 milhõesde usuários. Segundo levantamento os usuáriosresidenciais no país passam em média 22 horas e 24minutos por mês navegando na rede mundial. Naseqüência aparecem Estados Unidos (19h52min),França (19h40) e Japão (18h29).

A proposta deste trabalho é aprofundar odebate das webrádios e buscar solidez paradescrever como se estrutura uma rádio exclu-sivamente voltada ao público da internet. Ofoco central será a estrutura organizacionaldesse novo espaço social na rede mundial decomputadores. Quais são as diferenças entreo rádio convencional e uma rádio on-line? Assuas novas facetas voltadas à interatividadecom o ouvinte através de links e chats e aprogramação segmentada.

Para alcançar os resultados concretos a es-sas séries de questões levantadas sobre o rá-dio na internet, que se afasta do conceitooriginal e estabelece uma estrutura difer-enciada e mais rica de conteúdo e varia-da, iremos discutir com os próprios comu-nicadores/locutores de uma rádio on-line co-mo, na essência, funciona a estrutura virtu-al. Avaliar a grade de programação das emis-soras pesquisadas, o tipo de conteúdo que édisponibilizado no site da emissora, o padrãoque as webrádios seguem comparando como convencional, e averiguar como é a relaçãoentre ouvintes e profissionais.

Nessa prospecção percebe-se que o públi-co virtual é relativamente segmentado e, nagrande maioria das vezes, procura por canaisde transmissão alternativos. Ao contrário dorádio convencional, que tem por valor tratarcom maior ênfase assuntos relacionados aoseu entorno.

É praticamente unânime nas discussõesque as webrádios não irão substituir nenhummeio de comunicação existente, como já sepreviu na instalação da televisão e na pub-licação do jornal na internet. Esse moder-no ambiente estimula novos conceitos e per-spectivas visando à pluralidade e o acessodemocrático para todos.

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2. Referencial Teórico

2.1. Comunicação, Sociedade eCapitalismo

A evolução tecnológica proporcionoumuitos avanços para a comunicação mundiale trouxe grandes reflexos para a sociedade,principalmente quando o cerne do debatefebril envolve novas possibilidades de acú-mulo de capital e as extraordinárias fusões,formando grandes conglomerados de mídiano Brasil. Os processos de reestruturação,com ênfase a partir da década de 90, emfunção do advento da internet, trouxeramuma nova reordenação nos relacionamen-tos comerciais, ampliando de forma aceler-ada e ultra-rápida toda a sistemática de dis-tribuição de informações. Os fluxos, aliadosàs tecnologias, fomentaram de forma pro-gressiva a nova formatação do ambiente decomunicação mundial, ou seja, a concen-tração do capital:

Por isso o desenvolvimento dos con-glomerados de comunicação provocoua formação de grandes concentraçõesde poder econômico e simbólico quesão privadamente controlados e desiguaisdistribuídos, e que dispõe de recursosmaciços para garantir os objetivos cor-porativos na arena global. (THOMPSON,2002, p. 144).

Nessa prospecção, a formação de corpo-rações hegemônicas é de certo modo “umaforça cujo direcionamento no interior decada país se faz de acordo com as possibil-idades maiores de lucro rápido e vultuoso”.(JAMBEIRO; BOLAÑO; BRITTOS, 2004,p. 79). No Brasil as grandes organizações,por falta de uma política pública de comu-nicação e devido à inoperância dos órgãos

fiscalizadores, têm facilidades para benefi-ciar o interesse privado. Conforme Brittos(2004, p. 15), com isso a “oligopolizaçãotende a crescer”, visto que “as indústrias cul-turais expandem-se, procedendo a alianças,realizando sinergias capazes de aumentar arentabilidade de seus produtos e encontrandonovos espaços”.

Essa nova dinâmica globalizada para omercado da comunicação e “a formaçãode blocos interempresariais consolida-se co-mo recurso para se competir em posiçãode força”, denominando a nova sistemáti-ca financeira, a fim de proporcionar tam-bém a implantação de processos de últi-ma geração com condições tecnológicas.(MORAES, 1998, p. 59). Ou seja, a lóg-ica comercial no campo da comunicaçãofavorece a impossibilidade de concorrênciaeqüitativa, já que grande parte das empresasutiliza tecnologia de ponta com padrão de-terminado pela capacidade de investimentosem equipamentos de última geração.

A geografia recente da comunicaçãomostra uma problemática emergente e umaimpossibilidade de “acabar o monopólio dafala”. Cada vez mais a desregulação dosistema está funcionando como um pro-cesso para alavancar os interesses ideológi-cos e políticos da elite nacional e, sobretudo,manipular os dados e manter “os lugarescimeiros às empresas, funcionando comoeixo de conquista e fidelização do consumi-dor, bem como escudo para que seus espaçosnão sejam atingidos”. (BRITTOS, 2004, p.16).

Deveria a regulação priorizar o estab-elecimento de formas a contemplar opluralismo de acesso, a diversidade deopiniões e afastar a concentração, o que

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muitas vezes contraria a racionalidadeeconômica empresarial, mas atende aosanseios de construção de uma sociedadeplenamente democrática. (BRITTOS,2004, p. 38).

Portanto, “a desregulação não envolve tantoo número de regras, mas a mudança na suarazão, longe de uma defesa do interessepúblico”. Nesse contexto de desigualdade,a sociedade fica subsumida à “promoção dosobjetivos corporativos”. (BRITTOS, 2004,p. 36). Ao invés de proporcionar, com oaparecimento das novas tecnologias, a in-clusão da infosociedade, ocorre não raro ummovimento inverso.

A falta de políticas públicas para a co-municação no Brasil e a desregulamentaçãodos meios de comunicação interfere direta-mente na sociedade que está inserida nes-sa nova reordenação tecnológica. Ao Estadoé fundamental garantir “cidadania e plural-idade, para minimamente atenuar os efeitosda ação dos capitais, o que deve se efetuadopor meio de avançadas políticas públicas”.(BRITTOS; OLIVEIRA, 2005, p. 60).

A rede de computadores está sendo uti-lizada pelos grandes veículos de mídia emtodo o mundo para a manutenção do campohegemônico com atrativos que apresentamresultados econômicos vultosos. As fusõessão feitas de forma desordenada e sem nen-hum controle público. Por isso, cada vezmais a tarefa de

[...] lutar pela livre circulação das infor-mações, através da democratização dosmeios de comunicação de massa, de-pende da atuação política efetiva dos seg-mentos sociais e de sua capacidade de in-terferir na determinação dos marcos reg-ulatórios que vão nortear os sistemas co-

municacionais brasileiros dos próximosanos. (SIMÕES, MATTOS, 2005, p. 51).

A problemática da comunicação na atualconjuntura do país sem, controle efetivo dosórgãos competentes se desprende de umahistória de décadas. O surgimento das no-vas tecnologias, a expansão global das re-des que facilitam o fluxo informacional e asnovas operações capitais das empresas quepotencializam suas atividades na busca dealianças globais, representa, no seu contex-to, uma forma de proteção, a fim de evi-tar que o seu espaço seja redimensionado. Ameta é pela manutenção, de qualquer forma,do primeiro lugar perante a concorrência quebusca a mesma dinâmica no mercado global-izado.

A resposta dessas companhias é con-sistindo na dedicação de fusões eaquisições para construir uma armaduraprotetora, e assim estabelecer empre-sas conjuntas e alianças estratégicas comoutras companhias, com a finalidade deproteger as aquelas que embarcam emnovos terrenos. (HERMAN, McCHES-NEY, 1997, p. 177).

A mídia tem papel de esclarecer, educare propiciar o debate em todos os aspec-tos que são concernentes à sociedade con-temporânea. Neste mesmo sentido Moraes(2008, p. 18) salienta que controlar a lóg-ica capitalista da mídia é um desafio, so-bretudo agora que a “informação assumiu adianteira na rotação vertiginosa do capitalglobal”. Tornando-se a “fonte alimentadoradas engrenagens indispensáveis à hegemoniado capital” que trabalha de forma globaliza-da para atender também o mercado interna-cional.

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3. Tipo de Rádio na Internet

No ambiente virtual (internet) é possívelencontrar três categorias de rádio. De acor-do com Trigo-de-Souza (apud BUFFARAHJUNIOR, 2003), são as rádios offline, emis-soras on-line e as webrádios, cada uma coma sua especificidade.

As emissoras offline estão na rede, porémnão fazem a transmissão de áudio de maneiraregular. São páginas virtuais com infor-mações institucionais e o objetivo de divul-gar a emissora, a sua programação e seuscomunicadores. Bufarah Junior (2003, p. 3)afirma que nessa categoria as emissoras “us-am seus sites como mais um canal de co-municação com seus ouvintes, variando osníveis de interatividade, onde o usuário par-ticipa mais da programação através de chats,e-mails, promoções”.

Diferentes são as rádios on-line quedisponibilizam o sinal de áudio na rede.Nesse caso, potencializando abrangência e acobertura do sinal, apesar da importância dese manter uma programação local, voltada aopúblico do entorno. Os “ouvintes fiéis podemcontinuar acessando sua programação mes-mo quando estiverem no exterior ou em out-ra cidade fora da cobertura da transmissão”.(BUFARAH JUNIOR, 2003, p. 3).

O terceiro tipo de emissora na internet éa exclusiva para o ambiente virtual, ou seja,as webrádios, que iremos aprofundar a dis-cussão visando a compreender melhor comofunciona essa nova estrutura que surgiu narede mundial com o intuito de atender à de-manda de um público específico que buscaalgo alternativo.

Bufarah Junior (2003, p. 10) alerta que “apluralidade de canais de áudio não deve serconfundida com o novo formato de rádio”.

São mega portais disponibilizando acesso acanais musicais através de gigantescos ban-cos de dados. “Esta rádio, baseada em soft-wares e microcomputadores, pode manteruma programação (preestabelecida) 24 ho-ras por dia no ar, promovendo a alteração daordem do material veiculado”. (BUFARAHJUNIOR, 2003, p. 3).

Um exemplo é o portal Terra(www.radioterra.com.br). O usuário dainternet tem a alternativa de transmissãode áudio, onde as músicas são intercaladasconforme a configuração do usuário comprogramação aleatória que trabalha a partirde um banco de dados. Para essa sistemáticaapresentada por algumas empresas de comu-nicação e que estão buscando mercados nomeio virtual, Bufarah Júnior (2003, p. 10)considera,

um serviço bem estruturado de áudiopara a internet, já que os usuários in-tegram como um sistema informatizado,definido em um banco de dados o quequerem ouvir, sem a participação diretade um profissional na produção de umagrade de programação.

Meditsch (apud Bufarah Junior, 2003, p. 10)também reconhece que “esse tipo de serviçoé, na verdade, fonográfico, não se caracter-izando como radiofônico por não ser emiti-do em tempo real”. Belau (apud Bufarah Ju-nior, 2003, p. 10), complementa que “o pro-duto radiofônico é resultado de uma inten-cionalidade auditiva, que implica uma com-plementaridade de processos criadores, e desuas elaborações através de trabalhos técni-cos”.

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4. Sobre a Webrádio

Na rede mundial de computadores, a we-brádio se torna interativa e multimídia comum sistema “embrionariamente digital”, en-sina Trigo-de-Souza (apud BUFARAH JU-NIOR, 2003). O surgimento da webrádio(emissoras exclusivas para a internet) temampliado o serviço disponível, estreitandoa relação com ciberouvintes. Através doschats, banco de dados com informações elistas de discussões, a emissora potencializaseus serviços, oferecendo algo a mais para ousuário da internet.

A tecnologia pode ampliar a prestação deserviços e entretenimento e não apenas osserviços de áudio e texto com fotos e arquiv-os de dados. A sinergia do meio está lev-antando novas formas de agregação de val-or para fidelizar os ouvintes virtuais. Sãoos ciberouvintes, que, na rede mundial, bus-cam uma nova forma de comunicação e naplataforma multimídia, algo diferente do queestá sendo colocada à disposição por umaemissora convencional.

O ouvinte já não é o único público al-vo: o usuário das redes, de forma ger-al, também está no foco dos produtoresde conteúdo. O rádio experimenta, nessemomento, novas concepções temporaise ganha dispositivos antes inacessíveis.(ALVES, 2003, p. 11).

Com o advento da internet, o rádio deixoude ser apenar local, pois com a conexãovirtual pode ser ouvido em qualquer lugardo planeta. Esse processo de convergênciamostra que o espaço virtual evoluiu vertigi-nosamente disponibilizando outra dimensãoe atacando outro público. “Na rede, o rádioviu a possibilidade de disponibilizar arquiv-

os, de ganhar temporalidade, de estreitar arelação com o ouvinte ou usuário”, em casoda webrádio. (ALVES, 2003, p. 5).

Novos mecanismos vão sendo propiciadospela e internet tem o objetivo de atingir umpúblico específico, que a cada dia ganha pro-porções maiores. Uma emissora virtual tem acondição de aprofundar as informações comos ouvintes, de tirar dúvidas pertinentes aoque está na pauta de discussão, com links di-recionando a leitura de textos, visualizaçãode fotos e imagens.

A webrádio é um negócio promissor, queestá em franco crescimento em todo o mun-do. O acesso à internet ainda está sendo pop-ularizado e os programas de inclusão digi-tal irão também ampliar a gama de ciberou-vintes espalhados pela rede mundial. Segun-do Trigo-de-Souza, (apud BUFARAH JU-NIOR, 2003, p.10) o rádio na internet éuma grande promessa2. “A possibilidade decaptação e compreensão da mensagem ra-diofônica simultaneamente a outras tarefasfazem com que o rádio permaneça como umamídia privilegiada dentro da internet”.

5. A Estrutura da webrádio

“É nesse contexto, agregando música einformação para audiências cada vez maissegmentadas, que o rádio se depara com asnovas possibilidades de uso e de relaciona-mento com o ouvinte apresentado pela In-ternet” (MOREIRA, 2002, p 153). A webrá-dio tem praticamente as mesmas caracterís-ticas do rádio no seu conceito original, masapresenta um novo formato estrutural e de

2 Pesquisa feita nos EUA pela empresa Internety Multimídia, revela que o rádio na internet é ouvi-do por 33 % da população mais de 12 anos. Usuáriosescutam em média cinco horas por semana.

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programação, com vantagens e desvantagensem comparação com uma emissora conven-cional.

A rádio on-line, emissora especificamentecom a estrutura voltada à rede mundial, nãoprecisa de autorização para o funcionamen-to e, por isso, é de fácil criação. Sem legis-lação específica para delimitar regras, o fun-cionamento é de forma imediata na inter-net, apenas com a instalação de equipamen-tos necessários para a transmissão do áudio.

Diferente do que ocorre no espaço virtu-al, a rádio convencional funciona somentecom autorização do Governo Federal em for-ma de concessão pública. O início tem pré-requisitos bem definidos e uma fiscaliza-ção rígida para respeitar potencialidades detransmissão e programação conforme impõea legislação brasileira. A webrádio, com ape-nas um computador e um provedor pago, écapaz de transmitir para todo o mundo. Em-bora as rádios on-line que estão somente narede são voltadas a públicos segmentadosque estão crescendo em grande escala. Sãoestações com uma programação voltada aopúblico religioso, interessados em esporte,música, cultura, jornalismo, entre outros.

A nova mídia propõe investimentos relati-vamente “baixos” em comparação com umaemissora convencional. A compra de equipa-mentos de transmissão com valores altíssi-mos e importados é desnecessária. A estru-tura física de uma emissora com um grandenúmero de profissionais trabalhando é dis-pensável, por enquanto. A webrádio aindadeve evoluir e, a partir de novos adven-tos tecnológicos, será possível observar commais clareza como será o futuro dessa novafórmula de comunicação que convergiu parao ambiente virtual, adaptando característicasdo rádio convencional.

A interatividade é um dos pontos fortes dawebrádio. O rádio virtual de hoje é na suaessência a emissora que teremos no futuro,com características de um ambiente multi-mídia e de transmissão de dados e áudio,através da digitalização dos sistemas e mel-horia significativa na qualidade do som.

Como ocorre no ambiente na virtual, o ou-vinte terá outros serviços a sua disposição,como, por exemplo, “o nome do cantor deuma música, noticias selecionadas, a progra-mação diária da emissora, a cotação da bol-sa de valores e de outros índices econômi-cos”. (DEL BIANCO, 2008, p. 1). O rádiona internet expressa o futuro do rádio con-vencional, com transmissão de dados e ima-gens e informações extras que possam ajudarno dia-a-dia da população.

A transformação ultrapassou o sistema es-tático, quando o receptador não tinha nenhu-ma forma de interagir com o emissor. Nessecontexto, explica a professora Maíra Moraes(apud BUFFARAH JUNIOR, 2004, p. 6)que,

[...] na rede não há lugar para recep-tores passivos que são afogados numaavalanche de informações que percorremuma via de mão única, necessitando-sepôr em prática a superação do paradigmado emissor, receptor, meio e mensagem[...] e que temos um ambiente comuni-cacional, no qual, mais do que qualqueroutro os processos de feedback são vitais,pois nada acontece na WEB que não sejauma resposta a estímulos de um usuário,ou outra máquina, sendo frustrante con-statar que poucos atentaram para estefeito.

Del Bianco (2008, p. 2) garante que, “dianteda possibilidade de transmissão de dados e

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oferta de serviços especializados, o rádio nãomais se caracterizará como um meio de co-municação exclusivamente sonoro”. O con-teúdo disponibilizado poderá ser lido, haveráimagem, textos e integração para o comérciocom a venda de todos os tipos de produtos,como ocorre hoje nas webrádios disponíveis,que insistem na venda de produtos eletrôni-cos, entre outros, agregando valor ao negó-cio.

6. Segmentação

Na internet a segmentação do público jáé uma realidade visível, com conteúdos quesão produzidos especificamente para cada in-teresse social, cultural ou particular. A we-brádio já nasce com esse preceito de atingiruma camada específica do público segmenta-do que está buscando alternativa. A segmen-tação é uma das grandes virtudes do rádio nainternet. A webrádio pode atender à deman-da exclusiva do público que busca uma pro-gramação alternativa, ou seja, diferenciadadas emissoras convencionais, que na grandemaioria, generalizam os programas visandoatingir todo o tipo de público.

A rádio virtual consegue atender gostosparticulares da audiência. Mesmo com umnúmero limitado de ouvintes, é possível umaassociação de moradores, uma igreja, umaempresa, entre outros, instalarem uma we-brádio para transmitir conteúdos de seu in-teresse a um público específico que queiraatingir.

A segmentação, entretanto, não é nova norádio. Alguns desses projetos são antigos,e emissoras tradicionais conseguem manteruma programação altamente segmentada so-mente em grandes centros. Exemplo é a rádiotrânsito, do grupo Band, que transmite infor-

mações específicas sobre a movimentação decarros e caminhões numa cidade em que otrânsito está cada vez mais caótico como é ocaso de São Paulo.

Nessa fase histórica para o rádio na in-ternet, Kuhn (Apud, BUFARAH JÚNIOR,2004, p. 7), enumera algumas vantagens quesão únicas para o público segmentado e vaiao encontro da proposta da webrádio, quemantém somente no ambiente virtual a suaestrutura multimídia.

O som da emissora na Internet podeser acompanhado de textos, e imagens,criando uma nova linguagem, diferenteda que estaria chegando ao ouvinte,leitor, ou telespectador comum; A pos-sibilidade de formação de comunidadesvirtuais, por exemplo, imigrantes afasta-dos podem retomar contato com suas cul-turas; O usuário ganha poder de interagirna programação se comunicando com aemissora de forma mais consistente, con-vidativa e imediata do que em cartas etelefone.

A segmentação é uma realidade no rádio vir-tual. Em alguns casos com maior nível de au-diência e, em outras situações, visando aten-der a um público com gostos específicos deuma demanda de público minoritário, comoé diagnosticado em certos casos.

Nesse sentido, fica claro que o rádio vir-tual também cumpre um papel fundamentaldentro do contexto da comunicação surgin-do como uma nova proposta para agregar nademocratização da sociedade.

7. Viabilidade

O funcionamento prático de uma webrá-dio necessariamente precisa ser analisado

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por dois vieses. A leitura precisa partir dointeresse corporativo ou comercial de ca-da emissora que está com o sinal disponi-bilizado na internet. Os dois propósitos sãopossíveis pelo fato da programação ser seg-mentada com o intuito único de atender umpúblico selecionado.

Com os avanços tecnológicos, as rádiosvirtuais, exclusivas para a internet, poderãoultrapassar as limitações de transmissão edo atendimento aos ciberouvintes via e-maile chats. Ferrareto (2007, p. 13) ensina que“frente à nova realidade de múltiplas alter-nativas, o rádio não pode, portanto, se aco-modar. Deve sim buscar complementaçãonas possibilidades oferecidas pelas tecnolo-gias que, de modo rápido, vão se introduzin-do a cada dia”.

As emissoras de rádio com áudio exclu-sivo para a internet, na sua grande maior-ia, surgem com a provocação de viabilizar-se financeiramente, tornando um negóciolucrativo com viabilidade técnica. A Ira-dio é um exemplo de webrádio que, apesarde funcionar há cinco anos, ainda enfrentaproblemas financeiros e, por enquanto, nãotem condições de trabalhar com uma equipeprópria. A média de 100 mil acessos diáriosna rádio virtual chama a atenção, mas nãodos investidores em potencial.

Noutra visão, é possível viabilizar um sis-tema de rádio para internet sem a intenção deatingir a grande massa e buscar de forma in-tensa pontos na audiência. Pode-se falar emwebrádio corporativa, aquela que atende auma demanda ainda mais segmentada e servepara a comunicação interna de uma empresaou quem sabe para uma igreja ou entidadeque representa um grupo de moradores deum bairro.

A diferença de custo em comparação com

uma emissora comercial pode ser avaliada deforma considerável, ao iniciar a projeção dainstalação de uma webrádio. Enquanto umaestação convencional necessita de notávelinvestimento e equipamentos importados, arádio virtual pode iniciar a transmissão deáudio com um investimento de R$ 1 mil.Além do pagamento de um valor mensal paragarantir a emissão do sinal, é preciso aindainvestimento no contrato com uma empresaque mantém um servidor de internet.

A problemática financeira das webrádiosé uma das conseqüências da grande falênciadas emissoras no ambiente virtual. Milharessurgem todos os dias, mas são poucas que fi-cam em operação. O público segmentado eo custo de manutenção tornam o negócio in-viável na internet, na maior parte das vezes.

8. Programação

Viabilizar uma programação que atenda àsexpectativas do ouvinte é uma tarefa árduaem qualquer emissora de rádio. Na internet, asituação não é diferente. A Iradio está optan-do por uma grade de programação jovem3,seguindo uma tendência focada a um públicosegmentado. A estrutura também possui umgrupo de comunicadores que segue a mes-ma tendência. A prioridade é a música cominformações intercaladas durante os progra-mas, sem programas específicos de jornalis-mo com produção de notícia em escala, co-mo é comum em emissoras de rádio conven-cional.

No rádio convencional, a programação decada emissora respeita as peculiaridades re-

3 De acordo com o diretor de programação da Ira-dio, Clemerson Mendes, a maior parte dos ouvintesde rádio na internet é jovem com idade entre 13 e 27anos.

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gionais priorizando informações locais e, nocaso de emissoras AM e FM, dando tam-bém espaço para informações voltadas aprestação de serviço a comunidade em queestá inserida garantindo o papel “democráti-co” tão vislumbrado pelos meios de comuni-cação.

Na webrádio outras formas moldam aemissora virtual, em alguns casos. Tornandoo público ainda mais segmentado aparecemlistas de rádios com programação somentevoltada aos internautas religiosos e esportis-tas. Entretanto é necessário não esquecer quevárias rádios na internet, pela desorganiza-ção não conseguem manter a programaçãoprometida, por isso, tem disponibilizado atransmissão de muita música sem produçãoespecífica.

No ambiente multimídia é possível aces-sar rádios com público altamente segmenta-do, como foi possível destacar. Por enquanto,na internet, o processo de implantação de rá-dio ainda é um processo quantitativo, ao in-vés de qualitativo. O interessados pela we-brádio estão interessados em manter a emis-soras, contundo, sem uma programação dequalidade que possa ser referência e tornaro público fiel à programação.

9. Analise do objeto

A sociedade contemporânea está afeta aomundo das tecnologias. A internet propi-ciou avanços importantes quando se fala emambiente multimídia e webrádio. O rádio,ao buscar seu espaço virtual, agrega novosvalores, amplia suas potencialidades e as re-lações com os usuários e ouvintes através dainteratividade. O projeto da Iradio4 , emis-

4Iradio: De acordo com as informações colhidas

sora virtual pesquisada, está em funciona-mento há quatro anos, porém passou porvárias mutações – necessárias para tornar aprogramação mais organizada, com carac-terísticas e condutas profissionais do rádio.

Na essência, a webrádio não foge de umaprogramação convencional do rádio. Entre-tanto, nesse ambiente inovador, algumas no-vas demandas agregam valor ao produto queestá sendo oferecido aos visitantes da web-site da emissora virtual. Especificamente daIradio, a página principal tem característi-cas comuns, trazendo informações básicas elinks de conexões com outros dados. Chamaa atenção, porém, que, ao acessar o layout deabertura, é possível começar a ouvir o somda webrádio de forma imediata, sem a ne-cessidade de ativar o link de acesso ao áudio.

Diferente do que ocorre em emissorasconvencionais, para ter acesso à transmissãode áudio, o internauta necessita conectar-seao link específico para ouvir a programação.Porém, na Iradio o som invade o computa-dor automaticamente sem a necessidade deconexão manual por parte do ouvinte5 . Épossível também, escolher em qual player6 o

com integrantes da equipe a letra “I” aparece na frenteda palavra Rádio, devido à estação estar na internet.O agrupamento da letra com a palavra rádio se trans-forma em Iradio, ou seja, uma rádio virtual com ape-nas a transmissão de áudio na internet.

5Nesses casos específicos uma nova janela éaberta com o player escolhido pelo profissional queprojeta a página. Diferente da webrádio em umaemissora tradicional é possível se conectar utilizandoa mesma página na internet sem perder o sinal detransmissão.

6O sistema da Iradio disponibiliza o áudio daemissora de forma imediata ao acessar a página prin-cipal da estação. Entretanto, é possível ouvir a rádio

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áudio da webrádio pode ser transmitido, con-forme a preferência do usuário, dessa formadisponibilizando uma nova janela para rece-ber a transmissão do conteúdo7.

Na maior parte das emissoras conven-cionais, o link de transmissão de áudio pre-cisa ser acionado manualmente e em algunscasos não é preciso permanecer no site da rá-dio para continuar recebendo o sinal. O sitedas rádios tradicionais tem caráter mais insti-tucional com as informações locais e region-ais priorizadas, principalmente nas cidadesinterioranas. A intenção é disponibilizar aprogramação de áudio para ouvintes de ondeo sinal em ondas não alcança, e propiciar oacesso de pessoas que têm ou tiveram algu-ma ligação com o município.

Links, chats, ambientes com notícias, fo-tos dos comunicadores ao vivo e espaço parasolicitar músicas está em destaques na pági-na principal da Iradio. É possível observarque o ambiente visual é moderno e faz partede um conjunto bem estruturado que agre-ga valor a webrádio e à transmissão de áu-dio. A Iradio ainda consegue manter conec-tado na página o internauta que busca infor-mações, entretenimento e cultura, disponibi-lizando links alternativos para os visitantes.

A priori, a programação da Iradio não temuma visão local, como ocorre em emissoras

virtual acessando o link para os programas de áudioWinamp e o Windows Media Player. Nesse caso, épossível navegar em outros sites sem interromper atransmissão.

7 Os profissionais que projetaram o site da Ira-dio tiveram o cuidado também de evitar a atualiza-ção completa do site dividindo a página com um“frame”, que na linguagem popular é mais conhecidapelo nome de barra. Mesmo acessando outros linkspara acompanhar as notícias, programação ou mantercontato com o comunicador, a transmissão de áudiocontinua de forma ininterrupta.

convencionais de rádio. No espaço voltadopara as notícias, os links interligam com in-formações que despertam o interesse globalda maioria dos internautas que está ouvindo,observando ou lendo o conteúdo do site dawebrádio8 .

Na Iradio, chama atenção ainda a formacomo funciona a transmissão de áudio doscomunicadores que trabalham sem remuner-ação devido às dificuldades financeiras queas webrádios ainda enfrentam por atingir umpúblico altamente segmentado e restrito. Aemissora tem profissionais parceiros em to-dos os cantos do país em um aglomerado desotaques e estilos. Através de um sistema on-line, todos os comunicadores têm acesso aobanco de dados da webrádio para a trans-missão do programa, de acordo com a gradede programação. A logística do sistema ain-da vai mais adiante tecnologicamente, sendopossível ao comunicador, estando em qual-quer local do mundo, realizar o programa aovivo. Nesse caso respeitando alguns requisi-tos básicos na configuração do computador,microfone e ambiente, para garantir a quali-dade na transmissão.

A programação da Iradio é quase 100 %voltada ao público jovem9. Durante as 24 ho-ras a prioridade é musical, com poucas infor-mações ou notícias, exceto em alguns pro-

8 É importante ressaltar que as informações ounotícias publicadas devem respeitar o público alvo de-terminado pela webrádio. Como por exemplo: Nocaso de uma webrádio religiosa o público segmentadopode preferir mais informações relacionadas à igreja,etc. Mesma situação pode ser observada em caso deuma webrádio com o público voltado ao esporte, amúsica, entre outros.

9 De acordo com o diretor de programação da Ira-dio, Clemerson Mendes, quase 100 % dos internautasque acessam o site para ouvir a emissora são jovenscom idade entre 14 a 27 anos.

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gramas específicos que esporadicamente ap-resentam entrevistas mais aprofundadas so-bre um determinado assunto de interesse co-letivo. Os comunicadores seguem o estilo derádio FM, mandando recados aos internau-tas conectados, anunciando a seleção musi-cal e atendendo pedidos. A Iradio é 80 % aovivo. A interatividade é quase instantânea10,possibilitando a aproximação com o públicoque solicita músicas e manda recados, partic-ipando ativamente da programação.

10. Conclusão

As transformações tecnológicas estão pre-sentes sistematicamente no cotidiano da so-ciedade moderna. A globalização é pratica-mente irreversível e a internet fundamentalpara a manutenção das relações econômicas,políticas, culturais e sociais. Inserido nessecontexto, o rádio no ambiente virtual, tam-bém ganha força e espaço superando todasas perspectivas e se sobressaindo às antigasdificuldades.

A webrádio, emissora somente disponívelcom sinal na internet, ganha popularidade e,por isso, pode ser considerada um veículo decomunicação fundamental no século XXI. Aexperiência de transmitir somente no ambi-ente multimídia, agregando imagens, textos,vídeos e interatividade, atende novas deman-das de um público segmentado que busca al-

10 No layout do site da Iradio tem um espaço es-pecífico para encaminhar pedidos ou pedir músicas.Ao testar a funcionalidade do sistema foi possível di-agnosticar que o comunicador que está ao vivo temuma preocupação grande com as mensagens e a inter-ação com o público. Em dois casos, foi encaminhadorecado ao “estúdio” ou local onde está a equipe e, emmenos de um minuto a mensagem foi lida no ar pelosapresentadores.

ternativas de áudio através do sistema virtu-al.

As emissoras convencionais estão se ven-do diante de um novo desafio. Não se tra-ta mais de difusão apenas. Novas exigên-cias estão surgindo e conteúdos diferencia-dos estão tendo de ser disponibilizados paraos usuários das redes que visitam as emis-soras de rádio hospedados no novo suporte.(ALVES, 2003, p. 6 ).

A webrádio surge como mais um meiode comunicação alternativo para um públi-co específico e seria reducionista afirmar queo rádio virtual irá substituir algum meio decomunicação. Ao contrário, a estação comsinal somente disponível através da internet,está presente na sociedade, agregando novosvalores e convergindo para um espaço maisdemocrático com a participação e o desen-volvimento de ações com o intuito de fort-alecer a opinião pública.

Cabe reforçar que o rádio é formado pelaintencionalidade, por isso, nem todo serviçode áudio disponível na rede mundial pode serconsiderado. A pluralidade de canais de áu-dio não deve ser confundida como rádio enem um “novo formato de rádio transmitidopela web, que por sua vez, mantém as carac-terísticas estéticas e técnicas do meio”, masnão passa de um serviço fonográfico. (CAR-VALHO, 2007. p. 8).

Em síntese o rádio na internet é um veícu-lo de comunicação que está ainda galgan-do seu espaço no emaranhado de possibili-dades que a tecnologia propicia. A estrutu-ra virtual de uma webrádio não precisa deaparato sofisticado, equipamentos importa-dos e uma estrutura física. Na internet, oscomunicadores apenas necessitam de algu-mas configurações mínimas no computador

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e acesso a internet para a transmissão de áu-dio.

Essa facilidade tecnológica faculta a we-brádio uma interação maior com ouvintesque podem estar presentes em qualquer partedo globo terrestre. Por ser um espaço al-tamente segmentado o rádio virtual precisaainda prospectar algumas mudanças para al-cançar a sua maturidade integrando o ambi-ente multimídia e a programação segmenta-da voltada ao público que busca uma progra-mação alternativa na internet.

Como justifica Bufarah Júnior, (2004, p.10) na internet o rádio ainda não conseguiuviabilizar “um modelo de negócios que pos-sibilite o mesmo nível de retorno ao inves-timento feito em emissoras convencionais”.Os problemas, principalmente financeirospodem ser superados com tecnologia e cria-tividade. O ambiente multimídia abre umleque gigante de possibilidades que precisamser aproveitadas para fortalecer o rádio nainternet, o seu conteúdo e a qualidade detransmissão de áudio. A webrádio está dan-do um passo importante para a democrati-zação dos meios de comunicação no país –dominados por mega-companhias que man-tém poder, influência com o objetivo únicoacumular capital.

O rádio na internet molda novos conceitose relações, ampliando os novos espaços eoportunidades.

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