65
Rio de Janeiro 2018 Maj Eng JUCENIL DE JESUS FAUSTINO A Estrutura dos Grandes Comandos de Engenharia em Apoio a Força Terrestre Componente ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO

A Estrutura dos Grandes Comandos de Engenharia em Apoio a ... 5932... · Trabalho de Conclusão de Curso F268e Faustino, Jucenil de Jesus. A Estrutura dos Grandes Comandos de Engenharia

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Rio de Janeiro

2018

Maj Eng JUCENIL DE JESUS FAUSTINO

A Estrutura dos Grandes Comandos de

Engenharia em Apoio a Força Terrestre

Componente

ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO

A Estrutura dos Grandes Comandos de Engenharia em Apoio a Força Terrestre Componente

Orientador: TC Eng Conrado José Sales Mororó

Rio de Janeiro 2018

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando

e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do

título de Especialista em Ciências Militares.

F268e Faustino, Jucenil de Jesus.

A Estrutura dos Grandes Comandos de Engenharia em Apoio a Força Terrestre Componente/ Faustino, Jucenil de Jesus. 2018. 63 f. : il ; 30cm.

Orientação Eng Conrado José Sales Mororó

Trabalho de Conclusão de Curso - Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2018.

Bibliografia: f. 61-63.

1. Grandes Comandos de Engenharia. 2. Força Terrestre Componente. 3.Estrutura. 4. Apoio

CDD 357

Maj Eng JUCENIL DE JESUS FAUSTINO

A Estrutura dos Grandes Comandos de Engenharia em Apoio a Força Terrestre Componente

Aprovado em

COMISSÃO AVALIADORA

____________________________________________ Conrado José Sales Mororó- Ten Cel Inf – Presidente

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

__________________________________________ Ângelo de Oliveira Alves – Ten Cel Art – Membro Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

______________________________________________ Anderson Luís Alves Figueiredo – Maj Eng – Membro

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola

de Comando e Estado-Maior do Exército, como

requisito parcial para a obtenção do título de

Especialista em Ciências Militares.

AGRADECIMENTOS

À Deus, por me acompanhar e guiar em todas as oportunidades da minha vida.

Aos meus pais, juvenil de Andrade Faustino e Maria Luiza de Jesus Faustino,

por terem me dado meu maior patrimônio, uma educação digna e eficiente.

À ECEME, que me proporcionou acesso às informações para a pesquisa

relacionada ao tema do TCC. Em especial ao meu orientador TC Conrado, por

sua segura orientação e paciência na construção deste trabalho, bem como

também pelo incentivo e confiança demonstrados em várias oportunidades.

À minha querida Kézia Rayssa, minha esposa, fiel companheira nas horas

difíceis e ao mesmo tempo, me trazendo ternura nos momentos felizes. Mais

uma conquista nossa. Muito obrigado por me fortalecer como chefe de família.

Te amo!

Às minhas filhas, Hadassa Raíssa e Sara Vitória, obrigado por me fazerem feliz

com suas particulares alegrias. Nos momentos de dificuldades, eram suas

purezas e simplicidades que me fortaleciam. Amo vocês!

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a conclusão desse trabalho.

RESUMO

A Estrutura dos Grandes Comandos de Engenharia em apoio à força Terrestre Componente representa um dos elementos do campo de batalha. O objetivo deste trabalho é apresentar uma estrutura compatível de engenharia como suporte das evoluções doutrinárias e tecnológicas do combate de amplo espectro, ou seja, um combate que permeia diversos ambientes operacionais. Destarte, a pesquisa utilizada é qualitativa, apoiando-se em dados bibliográficos militares, acadêmicos e da rede mundial de computadores. A apresentação das organizações de Engenharia existentes atualmente, foram a base para o estudo. Assim, é apresentada uma estrutura de um Grupamento e Engenharia para o assessoramento do Comandante Tático (nível Divisão de Exército e acima) nas atividades de apoio de engenharia. Por fim, este trabalho foi realizado para servir de ferramenta aos planejamentos futuros da Arma de Engenharia, de forma sumária às estruturas dos grandes comandos de engenharia e pontualmente ao grupamento de engenharia.

PALAVRAS CHAVES: Grandes Comandos de Engenharia, Força

Terrestre Componente, Estruturas.

RESUMEN La Estructura de los Grandes Mandos de Ingeniería en apoyo a la Fuerza

Terrestre Componente representa uno de los elementos del campo de batalla. El objetivo de este trabajo es presentar una estructura compatible de ingeniería como soporte de las evoluciones doctrinales y tecnológicas del combate de amplio espectro, o sea, un combate que permea diversos ambientes operativos. De esta manera, la investigación utilizada es cualitativa, apoyándose en datos bibliográficos militares, académicos y de la red mundial de computadoras. La presentación de las organizaciones de Ingeniería existentes actualmente, fueron la base para el estudio. Así, se presenta una estructura de un Agrupamiento de Ingeniería para el asesoramiento del Comandante Táctico (nivel División de Ejército y arriba) en las actividades de apoyo de ingeniería. Por último, este trabajo fue realizado para servir de herramienta a los planes futuros de Arma de Ingeniería, de forma sumaria a las estructuras de los grandes mandos de ingeniería y puntualmente al agrupamiento de ingeniería. PALABRAS CLAVES: Grandes Mandos de Ingeniería, Fuerza Terrestre Componente, Estructuras.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------- 08

1.1 PROBLEMA ------------------------------------------------------------------------------ 09

1.2 OBJETIVOS ------------------------------------------------------------------------------ 10

1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA----------------------------------------------------- 10

2. REFERENCIAL TEÓRICO ----------------------------------------------------------- 11

2.1 GRANDES COMANDOS DE ENGENHARIA------------------------------------- 11

2.2 FORÇA TERRESTRE COMPONENTE (FTC)----------------------------------- 18

3. METODOLOGIA ------------------------------------------------------------------------ 19

4. A ESTRUTURA DOS GRANDES COMANDOS DE ENGENHARIA------ 21

4.1 O 1º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA------------------------------------------ 22

4.2 O 2º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA------------------------------------------ 24

4.3 O 3º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA------------------------------------------ 25

4.4 O 4º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA------------------------------------------ 27

4.4.1 Adestramento do 4º Grupamento de Engenharia--------------------------- 29

4.5 O 5º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA------------------------------------------ 31

4.6 O GRUPAMENTO DE ENGENHARIA (DOUTRINÁRIO)---------------------- 32

4.6.1 O Grupamento de Engenharia (C5-162)---------------------------------------- 32

4.6.2 O Grupamento de Engenharia (NCD 02 C Dout/COTER 2016)---------- 33

4.7 CONCLUSÕES PARCIAIS------------------------------------------------------------ 34

5. AS ESTRUTURAS DA FORÇA TERRESTRE COMPONENTE E O

ENQUADRAMENTO DA ENGENHARIA------------------------------------------

34

5.1 AS ESTRUTURAS DA FORÇA TERRESTRE COMPONENTE------------------ 34

5.2 O ENQUADRAMENTO DA ENGENHARIA--------------------------------------- 38

6. AS FUNÇÕES DE COMBATE QUE ENVOLVEM ELEMENTOS OU

MEIOS DE ENGENHARIA------------------------------------------------------------

46

7. AS TAREFAS FUNCIONAIS DE ENGENHARIA E SEUS

ENQUADRAMENTOS-----------------------------------------------------------------

50

8 PROPOSTA DE ADEQUAÇÃO DA ESTRUTURA DOS G CMDO ENG

EM AP A FTC----------------------------------------------------------------------------

53

8.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO GRUPAMENTO DE

ENGENHARIA----------------------------------------------------------------------------

54

9. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES------------------------------------------- 57

REFERÊNCIAS ------------------------------------------------------------------------- 61

8

1. INTRODUÇÃO

A doutrina militar do Exército Brasileiro (EB) tem evoluído ao longo do tempo,

participando ativamente da História do Brasil. Da mesma forma, a engenharia militar

acompanhou esta evolução, sendo componente imprescindível nos processos de

transformações ocorridos na Força Terrestre. (FILHO, 2011, p.12),

A evolução qualitativa e quantitativa do apoio de Engenharia às operações é

uma necessidade constante, onde se destacam meios capazes de acompanhar e

proporcionar mobilidade às forças em campanha, atendendo à velocidade de

progressão e aos requisitos operacionais dos novos meios de combate.

(BRASIL,1999, p. 1-1).

A Estratégia Nacional de Defesa compulsou ao Exército estudos,

planejamentos e projetos para seu emprego futuro nos cenários de 2015, 2022 e

2030. Desta forma, o trabalho busca levantar dados e reflexões à luz da doutrina de

emprego da Engenharia que justifiquem a sua capacidade, decorrente também de

novas necessidades desse Exército do Futuro (Brasil, 2016a).

Nessa esteira, o Exército Brasileiro adotou a Força Terrestre Componente

(FTC), de acordo com o manual EB20-MC-10.202, de 2014, 2ª Ed, o qual conceitua

que a Força Terrestre Componente (FTC) é o comando singular responsável pelo

planejamento e execução das operações terrestres, no contexto de uma operação

conjunta. Além disso, possui constituição e organização variáveis, enquadrando

meios da Força Terrestre adjudicados ao Comando Operacional, bem como de

outras Forças Singulares necessários à condução das suas operações (Brasil,

2014b).

O Comando de Engenharia da FTC (CEFTC) é o comando estruturado para

integrar os meios de Engenharia colocados à disposição da Força Terrestre

Componente, sendo responsável por planejar, coordenar e supervisionar a

condução das operações de engenharia da FTC (Brasil, 2014b, p. 5-5)

A dinâmica da atualização doutrinária faz com que, ao implementar-se uma

determinada modificação na estrutura, seja necessário reavaliar todo o sistema, a

fim de verificar se o novo conceito conseguirá interagir com os demais modelos

componentes desta estrutura. Em função disto, quando se implementaram

alterações no funcionamento da FTC, abriu-se uma nova frente de discussão no que

se refere à forma como a Engenharia precisaria estar organizada para prestar seu

apoio.

9

Dessa forma, com o foco na busca do funcionamento harmônico das

estruturas do Grandes Comandos de Engenharia e seus componentes que

interagem no apoio a Força Terrestre Componente, é que se insere o presente

trabalho. Dentro do contexto da necessidade, a fim de garantir a execução do apoio

de engenharia, a doutrina prevê uma estrutura de engenharia, que tem por objetivo

dar suporte às diversas funções de combate existentes em apoio a operação da

FTC.

No desenvolvimento desses estudos, atualmente, o Comando Militar do Sul

tem um papel relevante, pois os planejamentos de Operações são realizados dentro

da nova proposta doutrinária de emprego da FTC. Exercícios das Brigadas de

Infantaria Mecanizada (Bda Inf Mec) e Blindada (Bda Bld) são racionalizados entre a

Doutrina e o que se tem disponível nas estruturas da Unidades de Engenharia, o

que vem produzindo relatórios e novos estudos em torno desse objetivo: enquadrar

o poder de apoio ao combate característico da Arma de Engenharia, conforme

relatório da Operação Ibicuí realizada em 2017.

Convém ressaltar que por tratar-se de um trabalho de conclusão de curso no

padrão lato sensu não existe a preocupação de aprofundar o conhecimento do

presente assunto. Assim, será realizada uma pesquisa bibliográfica e documental

sobre o tema e uma pesquisa de campo composta de um questionário, usando o

método quantitativo (Brasil, 2017).

Desta forma, o proposto no presente trabalho consiste em colher subsídios

que possibilitem levantar dados que justifiquem uma nova reestruturação da Arma

de Engenharia, focando particularmente, a Engenharia de Combate, no contexto do

apoio à FTC, inserido no processo de Transformação do Exército Brasileiro.

1.1 O PROBLEMA

Diante do cenário elencado, verifica-se que a estrutura dos Grandes

Comandos de Engenharia e sua capacidade de apoio à FTC podem estar

entrelaçados. Assim, esta pesquisa se depara com o seguinte problema:

Em que medida a estrutura dos Grandes Comandos de Engenharia tem

capacidade de apoiar a Força Terrestre Componente?

10

1.2 OBJETIVOS

Analisar a constituição da estrutura dos Grandes Comandos de Engenharia,

destacando se a atual estrutura tem capacidade de prover o apoio necessário ao

desempenho de uma Força Terrestre Componente.

A fim de viabilizar a consecução do objetivo geral deste trabalho, foram

formulados alguns objetivos específicos a serem atingidos:

a. apresentar os principais conceitos e organogramas relativos ao Grande

Comando de Engenharia;

b. apresentar os principais conceitos relativos a Força Terrestre Componente

(FTC);

c. identificar as funções de Combate nas quais há participação de elementos

ou meios de engenharia;

d. apresentar as atividades e tarefas de engenharia e as funções de combate;

e. apresentar uma proposta de organização dos Grandes Comandos de

Engenharia em apoio a FTC.

1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Esta seção busca, de forma resumida, discorrer sobre os principais tópicos

que justificam a importância desse trabalho. Sendo assim, a proposta desta

pesquisa está apoiada nos seguintes aspectos:

A estrutura dos Grande Comandos de Engenharia é compatível com as

missões que recebem, dentro de um cenário o qual está sujeita a FTC.

Nesse sentido, o presente estudo justifica-se por promover uma discussão

embasada em procedimentos científicos a respeito de um tema atual e de suma

importância. Destarte, é importante conhecer como deve ser a organização dos

meios e pessoal de forma a favorecer o trabalho, dentro das exigências das

atividades realizadas por uma Grande Unidade do Exército Brasileiro, no caso o

Grupamento de Engenharia.

Ademais, a pesquisa também se justificativa por estudar um tema relacionado

ao processo de Transformação do Exército Brasileiro.

Pretende-se também, buscar a conscientização dos Comandantes de

Grandes Unidades e Grandes Comandos sobre a importância de se conhecer o

trabalho executado pela Engenharia do Exército Brasileiro, bem como reconhecer

11

suas estruturas e principalmente as capacidades de emprego em proveito do fator

multiplicador do poder de combate.

Em suma, a proposta desta pesquisa é relevante para o Exército Brasileiro,

haja vista que a presente pesquisa pretende ampliar o cabedal de conhecimento

acerca do assunto e será importante para identificar como é a estrutura dos Grandes

Comandos de Engenharia.

Dessa forma, os Comandantes de Altos Escalões poderão conhecer as

possibilidades e limitações do apoio de engenharia, ou seja, entender como deve ser

empregado o esforço da Arma Técnica em seus diversos níveis dentro da FTC,

contribuindo para maximizar o desempenho profissional dos militares dentro das

funções de combate, servindo como pressuposto teórico para outros estudos que

sigam nesta mesma linha de pesquisa.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Esta seção promove um debate sobre os dois principais conceitos que servem

como subsídios para a consecução da presente pesquisa. Assume-se que deve se

obter o entendimento de conceitos relacionados aos Grandes Comandos de

Engenharia e suas estruturas e a relação que os mesmos possuem no apoio a FTC

do Exército Brasileiro. Em vista disso, esses assuntos serão debatidos sob múltiplos

enfoques com o intuito de evidenciar diferentes percepções e possibilitar a execução

da pesquisa propriamente dita. Para isso, esta seção está estruturada da seguinte

forma: 1) Grandes Comandos de Engenharia (Comando de Engenharia da Força

Terrestre Componente, Grupamento de Engenharia e Engenharia Divisionária); e 2)

Força Terrestre Componente (FTC).

2.1 GRANDES COMANDOS DE ENGENHARIA

O Departamento de Engenharia e Construção (DEC), órgão de mais alto nível

da engenharia do Exército Brasileiro. Tem a missão de Assegurar o efetivo e regular

emprego da Engenharia Militar, em benefício do Exército e do Estado Brasileiro,

realizando a gestão de Obras, Patrimônio, Meio Ambiente, Material e Operações de

Engenharia (SANTOS, 2016).

Para acompanhar o processo de transformação que o Exército Brasileiro nas

últimas décadas, vem promovendo seminários, reuniões e discussões procurando

12

desfazer um estigma que há algum tempo ronda o Sistema de Engenharia do

Exército, a existência de duas vertentes: a engenharia de combate e a engenharia

de construção, sendo essa separação uma dicotomia que o PENSE busca

equacionar (SANTOS, 2016 apud RISSE, 2011).

O assunto é tão importante para o EB que, no dia 28 de fevereiro de 2011, o

Comando do Exército (Cmdo EB) publicou na Portaria nº 15-EME a criação do VTE

e do Grupo de Trabalho (GT) para trato de tal assunto. O EME identificou a

necessidade de reestruturação do Sistema de Engenharia do Exército (SEE) para

garantir a transformação do EB, sendo, portanto, este imprescindível para promoção

das mudanças necessárias na F Ter (SANTOS, 2016).

O PENSE é um dos Projetos Estratégicos Estruturantes previstos no Plano

Estratégico do Exército (PEEx) 2016-2019 necessários para a transformação do EB.

Este processo resulta de um diagnóstico interno da necessidade de novas

capacidades para a F Ter, a altura da evolução da projeção político estratégica do

País, sendo necessária uma ampla modernização da instituição (SANTOS, 2016).

O PENSE busca contribuir para elevação do EB ao patamar de FA de país

desenvolvido e ator mundial capaz de se fazer presente, com a prontidão

necessária, em qualquer local do território nacional e no exterior. Tal situação

favorece o incremento positivo do seu nível de dissuasão para responder às crises e

contribuir com a estabilidade regional, particularmente em seu entorno estratégico

(SANTOS, 2016).

O Vetor Transformação Engenharia (VTE) está concentrando

responsabilidades de operações relacionadas as obras de cooperação e militares,

patrimônio e meio ambiente nos Gpt E, os quais passam a ser, na nova estrutura

estudada, no âmbito C Mil A, o único elemento de engenharia com que os

Comandantes Militares de Área (Cmt Mil A) necessitam ligar- se para a transmissão

de ordens ou para receber assessoramento técnico, seja no emprego em combate,

seja nas atividades de obras militares, patrimônio e meio ambiente (SANTOS, 2016).

Dessa forma, os Gpt E deverão assumir toda a responsabilidade da área

patrimonial, o controle e gerenciamento das obras militares e as atividades relativas

ao componente ambiental, as quais competiam às RM, mantendo, ainda, sob sua

responsabilidade, os encargos decorrentes das obras de cooperação (SANTOS,

2016).

13

A nova dinâmica apresentada por esta Diretoria procura atender aos desafios

propostos pelo VTE, evidenciando a importância estratégica das áreas de patrimônio

e meio ambiente para a consecução dos objetivos propostos pela Estratégia

Nacional de Defesa (END) e para o desenvolvimento do PEEx 2016-2019.

Segundo Blanchard (1998, p.6), sistema é definido como um conjunto de

componentes inter-relacionados que atua de forma integrada com o objetivo

precípuo de cumprir uma função específica em atendimento a uma determinada

necessidade operacional. Tendo em vista ser o presente trabalho relacionado ao

SEE, é relevante apresentá-lo para melhor compreensão de sua importância para a

transformação desta Força Armada.

O SEE é formado pelo conjunto do pessoal, do material e da doutrina de

empregos necessários para o apoio às operações, seja em tempo de paz ou de

guerra.

Figura 1 – Visualização do SEE (Fonte: Brasil, 1999)

Neste contexto, o SEE constitui-se de um órgão central (DEC), quatro

diretorias: Diretoria de Obras de Cooperação (DOC), Diretoria de Obras Militares

(DOM), Diretoria de Projetos de Engenharia (DPE) e Diretoria de Patrimônio

Imobiliário e Meio Ambiente (DPIMA), sete Assessorias e um Gabinete (SIQUEIRA,

2015).

14

Figura 2 – Organograma do Departamento de Engenharia e Construção (Fonte: Brasil,

2016d)

O DEC é um órgão setorial do EB responsável pela realização de obras

essenciais à operacionalidade e ao apoio à família militar, obras militares, e de obras

em parceria com outros entes públicos e/ou privados que contribuem com o

desenvolvimento nacional, obras de cooperação, além de supervisionar a

administração do patrimônio imobiliário da União jurisdicionado à esta FA, sendo a

forma de emprego de seus componentes dependente de diversos fatores, como

situação, enquadramento e plano de emprego (Santos, 2016 apud RISSE, 2011).

Segundo Siqueira (2015), os Gpt E não possuem subordinação ao DEC ou às

diretorias, mas são vinculados tecnicamente ao SEE, cabendo àquele órgão central

a missão de planejar, orientar e controlar os assuntos relativos às atividades de

construção, seja obra militar ou de cooperação, colaborando para o desenvolvimento

do País.

O Chefe do DEC é a Autoridade Patrocinadora (AP) deste projeto, definido

pela Portaria nº 998 do Comandante do EB (Cmt EB), de 7 de outubro de 2013. Esta

AP, para atingir os objetivos propostos para o PENSE, reorganizará o SEE para

ampliar as capacidades de mobilidade, elasticidade e projeção de poder, e, ainda,

aperfeiçoar as estruturas de apoio às operações de Garantia da Lei e da Ordem

15

(GLO), interagências e ações subsidiárias, prevista no PEEx 2016-2019,

favorecendo de sobremaneira que o EB atinja os seus OEE (SANTOS, 2016).

Estes OEE, em parte, são atingidos com a atuação do EB em obras públicas

de interesse do País, empregando a sua engenharia. Esta atuação deve-se as

atribuições subsidiárias que esta instituição permanente possui, a qual está prevista

na lei complementar nº 97 de 09 de junho de 1999, o que faz desta FA um ator com

papel relevante para o desenvolvimento e a integração do Brasil.

A notoriedade da contribuição do EB para o desenvolvimento e a integração

do Brasil foi evidenciada em suas participações em grandes obras, como nos lotes

das rodovias federais BR-101/NE e BR-319/NO, na integração do Rio São Francisco

com as bacias do nordeste setentrional e no Aeroporto de São Gonçalo do

Amarante, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) realizadas na

última década, cooperação do EB com o Departamento Nacional de Infraestrutura de

Transporte (DNIT), Ministério da Integração (MI) e a Empresa Brasileira de

Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) respectivamente (BRASIL, 2016).

Da análise da declaração de escopo do PENSE, o Estado Final Desejado

(EFD) são parcerias estabelecidas, particularmente com a administração pública

federal, para atuar em prol de interesse da Defesa, a capacidade e a participação do

EB em operações de ajuda humanitária e de defesa civil ampliadas e medidas

aperfeiçoadas de proteção ambiental em todas as atividades e áreas militares.

Nesse sentido, o PENSE tem como objetivos a implantação de um novo e

efetivo SEE, a racionalização das estruturas operacionais e organizacionais, a

centralização e modularidade dos meios, o privilégio a mobilidade, a ampliação da

capacidade operacional da engenharia e o aperfeiçoamento do controle ambiental

das atividades militares, garantido a transformação necessária à F Ter em acordo

com PEEx 2016- 2019 (SANTOS, 2016).

Ao longo do processo de transformação do EB, o PENSE pretende

reestruturar o SEE, centralizando no DEC o apoio técnico às seguintes atividades:

obras, projetos de engenharia, patrimônio, meio ambiente, material de Engenharia,

geodésia. Buscar-se-á, também, com o PENSE a centralização seletiva dos meios

de engenharia de todos os C Mil A nos Gpt E, a criação da Escola de Engenharia, a

aquisição de materiais modernos e adequados de engenharia, a obtenção de

infraestrutura adequada para as Organizações Militares de Engenharia (OME), uma

nova doutrina de emprego, atualização de legislações pertinentes às atividades de

16

engenharia e a criação de um centro de educação ambiental, corroborando para o

processo de transformação do EB (SANTOS, 2016).

A centralização dos trabalhos técnicos nos C Mil A com os Gpt E a frente

deste processo, nesta pesquisa analisada a luz dos Objetivos Estratégicos do

Exército (OEE), busca a transformação da F Ter. Logo, uma assertiva é que o

aperfeiçoamento das estruturas organizacionais dos Gpt E atende aos princípios

fundamentais de emprego da Arma de Engenharia (SANTOS, 2016).

Nessa esteira, os princípios são representados pelo o emprego como arma

técnica, o emprego centralizado, a permanência nos trabalhos, a utilização imediata

dos trabalhos, a manutenção dos laços táticos, a engenharia em reserva, a

prioridade e urgência e o emprego por elementos constituídos, proporcionando apoio

à mobilidade, à proteção, à contramobilidade e geral de engenharia (BRASIL, 1999).

Sustentando essa argumentação, o EB, em suas diretrizes, elege, dentre

outras, para o DEC, as seguintes competências: planejar, orientar, coordenar e

controlar as obras de cooperação, patrimônios imobiliários a obtenção e controle dos

bens imóveis, o planejamento e a execução das obras e serviços de engenharia e a

gestão ambiental de interesse militar (SANTOS, 2016).

Indo além, é preciso observar a necessidade de um projeto que alinhe as

atividades da Arma de Engenharia com os propósitos de transformação do EB. É

nesse contexto que emerge o PENSE e sua implantação no âmbito dos Gpt E com

relação à centralização dos trabalhos técnicos, sendo este um indutor do processo

de transformação do EB, gerando os recursos necessários à sustentação da

Instituição, sendo, portanto, classificado como estruturante para a F Ter (SANTOS,

2016).

Concretamente, o PENSE, sob o enfoque das novas competências que

emergem com a transformação do EB, deve ser entendido como uma reforma

profunda, representando uma quebra do "status quo" do SEE. Segundo Covarrubias

(2007), tal reforma é resultado de um processo que se antecipa as mudanças

naturais, oportunas e necessárias, as quais transcendem à vontade do homem e

imprescindíveis para a FA, contribuindo para que esta transponha antagonismos e

vença forças adversas para atingir os seus objetivos estratégicos (SANTOS, 2016).

17

A engenharia da FTC constitui o comando essencial para o emprego da

engenharia, por ser encarregada de traduzir os aspectos da manobra do nível

operacional para o nível tático. Tem, assim, uma visão ampla do terreno e da

situação para poder julgar as necessidades gerais em apoio e em trabalhos, para

conceber o esquema geral de apoio de engenharia e para exercer, efetivamente,

uma coordenação dos escalões subordinados (BRASIL, 2016c).

O apoio de engenharia a uma FTC abrange uma diversidade de trabalhos em

apoio adicional à mobilidade e à contramobilidade dos elementos de primeiro

escalão. Abrange, também, o apoio à proteção de tropas e instalações e o apoio

geral de engenharia em toda a sua área de atuação (BRASIL, 2016c).

O apoio de Engenharia a uma FTC é coordenado por uma estrutura

denominada de Comando de Engenharia da FTC (CEFTC), a qual possui, como

principais elementos operativos, os Grupamentos de Engenharia (Gpt E) ou

Batalhões de Engenharia (BRASIL, 2016c).

O Grupamento de Engenharia (Gpt E) é uma organização flexível, compondo-

se de um comando, e de um número variável de batalhões autossuficientes

administrativamente. Um Grupamento de Engenharia de Construção pode

enquadrar de dois a quatro batalhões de engenharia. Um Grupamento de

Engenharia de Construção típico conta com três batalhões de engenharia de

construção (BRASIL,1962, p. 3-1).

De acordo com a NCD 02 C Dout/COTER (2016, fl. 5/10), O Gpt E tem uma

organização que controla, coordena e supervisiona as tarefas de engenharia

executadas pelos batalhões e módulos especializados subordinados, sendo a

estrutura natural para enquadrar U e SU de Engenharia. Ele ainda preserva o antigo

conceito e complementa estruturas aperfeiçoadas pelo Cmdo, EM, pela Cia C Ap e

por U e SU de Engenharia. Agora, aumentou sua capacidade, podendo enquadrar

até cinco batalhões. Considera-se, para fim de planejamento, que cinco módulos

especializados equivalem a uma U.

O Exército de Campanha (Ex Cmp), antigo conceito da FTC, constitui o

escalão essencial do emprego da engenharia por ser o grande comando operacional

que executa operações estratégicas e que planeja e conduz operações táticas dos

seus elementos subordinados. Mesmo quando ocorrem flutuações na linha de

contato, o comando da engenharia de exército representa um elemento

suficientemente estável e bastante afastado das tropas em contato. Tem, assim,

18

uma visão ampla do terreno e da situação para poder julgar as necessidades gerais

em apoio e em trabalhos, conceber o esquema geral de apoio de engenharia e

exercer, efetivamente, uma coordenação dos escalões subordinados, aos quais o

ambiente de combate não permite uma adequada ação de convergência de

esforços, (Brasil, 1999, p. 2-3).

De acordo com o Manual C5-1 – Emprego da Engenharia, 1999, a

Engenharia tem como missão principal apoiar, com as vertentes de combate e

construção, os elementos de emprego da F Ter nas operações desencadeadas no

amplo espectro dos conflitos. Participa das Funções de Combate: Movimento e

Manobra, proporcionando mobilidade às armas-base e contramobilidade ao inimigo;

Proteção, aos órgãos e estruturas de combate; logística, em diversas atividades;

dentre outras.

A Engenharia é importante vetor na prevenção de ameaças, no

gerenciamento de crises e/ou na solução dos conflitos armados. Na vertente de

combate, a Engenharia apoia as operações terrestres, no lançamento e destruição

de pontes, minas e obstáculos, trabalhos de fortificação de campanha, apoiando a

transposição de rios obstáculos e outros. Na vertente de Construção colabora com o

desenvolvimento nacional, em tempo de paz, construindo e reparando estradas,

ferrovias, pontes, açudes, barragens, poços artesianos, dentre outras obras

(BRASIL, 1999).

Os princípios e as características da Engenharia tornam esse componente um

fator multiplicador do poder de combate nas operações militares. Na mesma medida

de importância é instrumento imprescindível na estabilização das condições de bem-

estar da população quando empregado em ações subsidiárias.

Desta forma, verifica-se que os G Cmdo de engenharia são estruturas

flexíveis, especializadas e técnicas voltadas a realizar o apoio de engenharia de

forma versátil e compatível às missões executadas pela FTC, o que os vincula em

importância de se ter uma capacidade compatível com essas envergaduras.

2.2 FORÇA TERRESTRE COMPONENTE (FTC)

Inserido na Doutrina de Operações Conjuntas, surge o conceito de Força

Terrestre Componente, assumindo um contorno importante nessa pesquisa, uma vez

que o seu objeto é organizar-se de acordo com a missão estabelecida, contando

com meios de combate, logísticos e de apoio ao combate, o que enquadra a

19

Engenharia. Segundo a publicação EB20-MC-10.202 (2014), as operações

conjuntas exigem das forças singulares a adoção de estruturas flexíveis, adaptáveis,

modulares, elásticas e sustentáveis, que rapidamente possam ser integradas às

demais forças. A FTC constitui, nesse contexto, o elemento responsável por conectar

os meios da Força Terrestre ao esforço conjunto, contribuindo para o sucesso das

operações, visando a eficácia sem, entretanto, negligenciar a doutrina e as

especificidades do Exército Brasileiro (BRASIL, 2014b).

Uma FTC é estruturada para atender a um planejamento operacional

específico, não possuindo, portanto, uma organização fixa. A Doutrina Militar

Terrestre admite, para fim de planejamento, diversos tipos de FTC, cujos apoios de

Engenharia serão organizados de acordo com as constituições destas (BRASIL,

2016c).

A FTC não possui uma organização fixa, devendo ser estruturada para

atender às demandas do planejamento operacional. Os meios que integram a FTC

são adjudicados ao C Op pelo Min Def, levadas em consideração as necessidades

levantadas no planejamento operacional e as disponibilidades do Exército. Caso, no

decorrer dos planejamentos ou da operação, o Cmdo FTC identifique a necessidade

de outros meios, estes poderão ser solicitados ao C Op (Brasil, 2014b, p. 3-1)

Conforme verifica-se nas citações anteriores, é correto afirmar que a FTC é o

conjunto de elementos voltados às operações militares, capazes de executar

diversas tarefas dentro de um emprego combinado de funções de combate. Tudo

isso, traduzindo os objetivos operacionais para os objetivos táticos da missão a ser

desempenhada.

Assim sendo, verifica-se que a estrutura dos Grandes Comandos de

Engenharia deve adotar pessoal e material com capacidades de cumprir as diversas

funções de combate vinculadas aos elementos técnicos de engenharia, contribuindo,

assim, para multiplicar o poder de combate, para preservar os meios orgânicos e

para desenvolvimento do Poder Terrestre.

3 METODOLOGIA

Esta seção tem por finalidade apresentar o caminho que se pretende

percorrer para solucionar o problema de pesquisa, especificando os procedimentos

necessários para alcançar os objetivos (geral e específicos) apresentados. Dessa

forma, pautando-se numa sequência lógica, o mesmo será estruturado da seguinte

20

maneira: 1) Delimitação da pesquisa; 2) Concepção Metodológica; e 3) Limitações

do Método

Esse trabalho de pesquisa estará delimitado ao estudo de operações nível

FTC, focalizando em experimentações levadas a cabo no Comando Militar do Sul.

Serão estudados conceitos da FTC para em seguida estudar a inserção do que seria

uma estrutura do Comando de Engenharia da FTC.

Será utilizada a qualitativa, com relatos e análises de documentos. O tipo de

pesquisa exploratória, também será utilizada, pois objetiva proporcionar maior

familiaridade com o problema e envolve levantamento bibliográfico, assumindo em

geral a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

A técnica utilizada será a pesquisa documental e bibliográfica, por meio da

consulta a todo arcabouço acadêmico existente na rede mundial de computadores,

na biblioteca da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, na Biblioteca

Nacional e na biblioteca da Fundação Alexandre Gusmão.

Quanto à natureza, este trabalho pretende ser uma pesquisa do tipo aplicada,

por ter o objetivo de reunir conhecimento para aplicação prática, dirigida à solução

de problemas específicos relacionados estrutura dos G Cmdo E compatíveis ao

apoio a FTC.

Para isso, conduzirá uma pesquisa bibliográfica e documental, visando a

coleta de embasamento teórico para dar sustentação à pesquisa descritiva e, por

conseguinte, à pesquisa explicativa.

Para isso, a coleta de dados será através da literatura disponível sobre o

assunto, mais especificamente trabalhos monográficos, manuais, livros, artigos

científicos e publicações especializadas em doutrina Militar Terrestre. A seleção das

fontes de pesquisa será baseada em literatura reconhecida, de caráter acadêmico e

com alto grau de metodologia envolvido na sua elaboração.

O delineamento da pesquisa contemplará as fases de levantamento e seleção

da bibliografia, de coleta de dados, de análise e comparação dos dados colhidos e

apuração dos impactos no apoio a FTC, se for o caso.

No desenvolvimento serão abordadas as seguintes seções secundárias:

a. apresentar os principais conceitos e organogramas relativos ao Grande

Comando de Engenharia;

b. apresentar os principais conceitos relativos a Força Terrestre Componente

(FTC);

21

c. identificar as funções de Combate nas quais há participação de elementos

ou meios de engenharia;

d. apresentar as atividades e tarefas de engenharia e as funções de combate;

e. apresentar uma proposta de organização dos Grandes Comandos de

Engenharia em apoio a FTC.

Esta subseção tem por finalidade discorrer, de modo sintético, sobre as

limitações do método e os reflexos para o resultado da pesquisa.

Nesse sentido, verifica-se que a metodologia escolhida para esta pesquisa

apresenta algumas dificuldades e limitações em relação à coleta e ao tratamento dos

dados.

Quanto à coleta de dados, o método limita-se à pesquisa e à análise da

documentação oficial aberta à consulta.

Quanto ao tratamento dos dados, o conhecimento reunido não será testado

no ambiente de emprego da FTC, limitando-se a apresentar conceitos, o que dificulta

a apresentação de dados conclusivos quanto a saber se a estrutura dos G Cmdo de

Engenharia são compatíveis e suficientes ao apoio à FTC, bem como se a atual

estrutura dificulta o desempenho dos trabalhos a esse mesmo apoio. Assim, ao final

do estudo será apresentada uma conclusão sobre se a organização estrutural

desses Comandos de Engenharia é viável ao prover as necessidades potenciais da

FTC na Zona de Combate (ZC).

Por outro lado, mesmo com as limitações, acredita-se que a metodologia

escolhida é acertada e possibilita alcançar com sucesso o objetivo final desta

pesquisa.

4. A ESTRUTURA DOS GRANDES COMANDOS DE ENGENHARIA

O marco inicial da Engenharia Militar no Brasil remonta aos anos de 1774,

quando chegou à colônia o então tenente-coronel Antônio Joaquim de Oliveira,

encarregado do ensino de arquitetura militar no Regimento de Artilharia. Essa

Disciplina era essencial às obras de fortificação do território nacional (Lucena, 2005).

Alguns anos depois, em 1792, por ordem de Dona Maria I, Rainha de

Portugal, foi instalada, na cidade do Rio de Janeiro, a Real Academia de Artilharia,

Fortificação e Desenho. Essa foi a primeira escola de engenharia das Américas e

22

terceira do mundo, sendo instalada na Casa do Trem de Artilharia, na Ponta do

Calabouço, onde atualmente funciona o Museu Histórico Nacional (Lucena, 2005).

Essa escola tinha por objetivo formar oficiais das Armas e Engenheiros para o

Brasil - Colônia. Os cursos de Infantaria e de Cavalaria tinham a duração de três

anos, o da Artilharia, cinco anos. O curso de Engenharia durava seis anos, sendo

que no último ano eram lecionadas as cadeiras de Arquitetura Civil, Materiais de

Construção, Caminhos e Calçadas, Hidráulica, Pontes, Canais, Diques e Comportas.

Diante da necessidade de possuir uma escola de engenharia militar no país,

em 1928 foi criada a Escola de Engenharia Militar, cujo funcionamento iniciou três

anos depois, transformando-se sucessivamente em Escola Técnica do Exército

(1933) e Instituto Militar de Engenharia (IME) (1959), na cidade do Rio de Janeiro

(Lucena, 2005).

Na atualidade, o Engenheiro Combatente do Exército Brasileiro é formado na

Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), sendo a Engenharia Militar Brasileira

dividida em duas vertentes: A Engenharia de Combate e a de Construção.

A Engenharia de Combate apoia as armas-base Cavalaria e Infantaria, bem

como os outros elementos de apoio ao combate, facilitando o deslocamento das

tropas amigas através de construção de pontes, melhoramento de estradas, dificulta

o deslocamento das tropas inimigas por intermédio do lançamento de campos

minados, obstáculos de arame, promove a proteção da tropa como a construção de

Postos de Comando e camuflagem (FILHO, M. 2016).

A Engenharia de Construção, na paz, promove através dos trabalhos de seus

Batalhões o desenvolvimento econômico nacional, como a construção de estradas,

aeroportos, açudes. Principalmente em regiões inóspitas que não são de interesse

da iniciativa privada e em tempos de conflito multiplica o poder de combate do

Exército Brasileiro com trabalhos de Mobilidade, Contramobilidade, Geral, Proteção

e Geoinformação (FILHO, M. 2016).

4.1 O 1º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA

A partir da segunda metade do século XX, com a urbanização, o crescimento

populacional e a expansão da malha viária brasileira, o Exército Brasileiro sentiu a

necessidade de criação de Grandes Unidades de Engenharia visando cooperar com

as obras de desenvolvimento nacional (BRASIL, 2018a).

23

Com isso, foi criado o 1º Grupamento de Engenharia, um Grande Comando

com sede atual em João Pessoa (PB), responsável pelo apoio de Engenharia na

região Nordeste. Esse Grupamento criado em 1955 (Decreto nº 37.221, de 27 de

abril) na cidade de Campina Grande (PB), surgiu da necessidade de assegurar a

conjugação dos esforços de três Unidades de Engenharia pioneiras: o 1º Batalhão

Rodoviário e os 3º e 4º Batalhões Ferroviários, com sedes, respectivamente, em

Caicó (RN), Campina Grande (PB) e Crateús (CE) (BRASIL, 2018a).

Em 1º de agosto de 2005, mais uma vez reorganizado, o Grupamento

incorporou o 7º Batalhão de Engenharia de Combate (Natal/RN) e passou a ter

novamente sua denominação original: 1º Grupamento de Engenharia (BRASIL,

2018a).

O 1º Grupamento de Engenharia, sediado em João Pessoa (PB), subordina-

se diretamente ao Comando Militar do Nordeste (CMNE) para fins de emprego. O

Grupamento Lyra Tavares possui, também, subordinação técnica com o

Departamento de Engenharia e Construção (DEC), a Diretoria de Obras Militares

(DOM), a Diretoria de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente (DPIMA) e a Diretoria

de Obras e Cooperação (DOC), todos localizados em Brasília (BRASIL, 2018a).

Hoje, o 1º Gpt E proporciona o apoio de Engenharia ao Comando militar do

Nordeste e contribuir com o desenvolvimento nacional coordenando a execução de

obras de cooperação. Conta, atualmente, com sete Organizações Militares

Diretamente Subordinadas: Companhia de Comando do 1º Grupamento de

Engenharia (João Pessoa/PB); 1º Batalhão de Engenharia de Construção

(Caicó/RN); 2º Batalhão de Engenharia de Construção (Teresina/PI); 3º Batalhão de

Engenharia de Construção (Picos/PI); 4º Batalhão de Engenharia de Construção

(Barreiras/BA); 7º Batalhão de Engenharia de Combate (Natal/RN); e Comissão

Regional de Obras da 7ª Região Militar - CRO/7 (Recife/PE) (BRASIL, 2018a).

Figura 3- Pavilhão de Cmdo do 1º Grupamento de Engenharia Fonte: COE/1º Gpt E

24

Figura 4 – Organograma do 1º Gpt E. Fonte: COE/1º Gpt E

4.2 O 2º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA

Na década de 1970, o Brasil começou a desenvolver um grande esforço em

prol da integração da Amazônia ao restante do país. Com isso foi criado em 28 de

julho de 1970 o 2º Grupamento de Engenharia (2º Gpt E), com sede em MANAUS /

AM. Essa Grande Unidade de Engenharia está subordinada ao Comando Militar da

Amazônia e possui ligação técnica, para assuntos de engenharia, com o

Departamento de Engenharia e Construção (DEC), por intermédio de suas diretorias

(BRASIL, 2018b).

Criado pelo Decreto 66.976 de 28 de julho de 1970, o 2º Gpt E instalou-se,

em Manaus, no dia 14 de setembro do mesmo ano. Subordina-se ao Comando

Militar da Amazônia, para fins de administração, emprego militar e disciplina. Liga-se

ao Departamento de Engenharia e Construção (DEC), para efeito da execução dos

trabalhos de engenharia delegados ao Exército, por convênios com Órgãos Civis

(BRASIL, 2018b).

Está organizado com um Quartel General, uma Companhia de Comando e

tem atualmente, a ele subordinados sete Organizações Militares, cujas atividades

coordena assim localizados: 5º Batalhão de Engenharia de Construção (5º BEC), 6º

Batalhão de Engenharia de Construção (6º BEC), 7º Batalhão de Engenharia de

Construção (7º BEC), 8º Batalhão de Engenharia de Construção (8º BEC), 21ª

Companhia de Engenharia e Construção (21ª Cia E Cnst), Comissão Obras do 2º

Grupamento de Engenharia (CO/2), Companhia de Comando do 2º Grupamento de

Engenharia (Cia C/2º Gpt E). Abrangendo os estados do Amazonas, Acre, Roraima

e Rondônia parte do estado de Mato Grosso e Pará, sua zona de ação corresponde

a uma área superior 60% do Território Nacional. O 2º Gpt E e seu Batalhões

subordinados cumprem a dupla missão (BRASIL, 2018b).

25

Figura 5- Pavilhão de Cmdo do 2º Grupamento de Engenharia. Fonte: COE/2º Gpt E

Figura 5.1- Organização do 2º Grupamento de Engenharia e área de atuação. Fonte: COE/2º Gpt E

4.3 O 3º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA

Atualmente, o Exército Brasileiro e em especial a Engenharia Militar, vem

passando por uma grande reestruturação em sua doutrina e na forma de atender as

novas demandas de defesa, integração e desenvolvimento do território nacional

(BRASIL, 2018b).

26

Figura 6- Pavilhão de Cmdo do 3º Grupamento de Engenharia. Fonte: Sec Com Soc/3º Gpt E

Em 10 de agosto de 2018 foi reorganizado o 3º Grupamento de Engenharia,

de acordo com a PORTARIA Nº 1.260, DE 10 DE AGOSTO DE 2018. Reorganiza o

3º Grupamento de Engenharia e dá outras providências. O COMANDANTE DO

EXÉRCITO, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 4º da Lei Complementar

nº 97, de 9 de junho de 1999, alterada pela Lei Complementar nº 136, de 25 de

agosto de 2010, o inciso V do art. 20 da Estrutura Regimental do Comando do

Exército, aprovada pelo Decreto nº 5.751, de 12 de abril de 2006, e de acordo com o

que propõe o Estado-Maior do Exército (EME), resolve: Art. 1º Reorganizar o 3º

Grupamento de Engenharia, com sede na cidade de Campo Grande-MS, atribuindo-

lhe a seguinte constituição:

“I - Comando; II - 9º Batalhão de Engenharia de Combate; III - 9º Batalhão de Engenharia de Construção; e IV - Comissão Regional de Obras da 9ª Região Militar. ”

Para isso, o EME, os órgãos de direção setorial, o Órgão de Direção

Operacional e o Comando Militar do Oeste deverão adotar, em suas áreas de

competência, as providências decorrentes. Além disso, foi revogada a Portaria do

Comandante do Exército nº 437, de 4 de junho de 2013. Até a data da conclusão

deste trabalho, esta modificação entrou em vigor na data de sua publicação

(BRASIL, 2018b).

27

Figura 7- OMDS/ 3º Gpt E. Fonte: Sec Com Soc/3º Gpt E

O Comando Militar do Oeste (CMO) tem sob sua jurisdição dois Estados:

Mato - Grosso com 903366.192 km² e 141 municípios e Mato - Grosso do Sul, com

357.145 km² e 79 municípios, totalizando1.260.868,317 km² e 220 municípios,

abrange uma área superior a um milhão de quilômetros quadrados, mantendo

fronteiras com o Paraguai e Bolívia e englobando o Pantanal, considerado uma das

mais ricas e cobiçadas reservas biológicas do mundo. Abarcando toda esta área,

este Comando Militar de Área deve possibilitar ao Exército a defesa da Pátria, sendo

que no tempo de paz, uma de suas missões é participar na dissuasão de ameaças

aos interesses nacionais, bem como em ações subsidiárias, participar ainda do

desenvolvimento nacional e da defesa civil, conforme a Lei Complementar nº 97, de

9 de junho de 1999 - Presidência da República. Para tal possui a seguinte

organização (Cabral, 2016).

4.4 O 4º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA

28

Figura 8. Composição do 4º Gpt E. FONTE: CMS

O Núcleo do 4º Grupamento de Engenharia (Nu 4º Gpt E) iniciou sua história

no âmbito do exército e do País. Criado e organizado em 4 de junho de 2013, em

caráter experimental, por intermédio da Portaria 440, do Comandante do Exército,

publicada no Boletim do Exército nº 24, de 14 de junho de 2013, o Nu 4º Gpt E é

subordinado ao Comando Militar do Sul (CMS), tem sua sede em Porto Alegre/RS e

sua área de atuação abrange os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande

do Sul (BRASIL, 2018d).

O Grupamento através do emprego centralizado, princípio geral da Arma de

Engenharia, reúne excelentes condições para apoiar o CMS, seja no combate ou na

construção, para o cumprimento de sua missão de manutenção da soberania

brasileira na fronteira sul do Brasil (BRASIL, 2018d).

A PORTARIA Nº 535, DE 23 DE MAIO DE 2016. Art. 1º Criou e ativou o 4º

Grupamento de Engenharia (4º Gpt E), a contar de 4 de julho de 2016, com sede na

cidade de Porto Alegre-RS, subordinado ao Comando Militar do Sul. Art. 2º

Determinar que o EME, os órgãos de direção setorial, o órgão de direção

operacional e o Comando Militar do Sul adotem, em suas áreas de competência, as

providências decorrentes. Desta forma, ciente da responsabilidade que está

assumindo, o 4º Gpt E constitui-se em Grande Comando da Arma de Engenharia e

29

tem consciência de que além do apoio operacional ao CMS e da cooperação com o

desenvolvimento nacional, por intermédio das obras de cooperação, deve manter o

espírito desbravador, abnegado e pioneiro dos discípulos de Villagran Cabrita

(BRASIL, 2018d).

4.4.1 Adestramento do 4º Grupamento de Engenharia

Em relatório apresentado sobre a OPERAÇÃO IBICUÍ-JACUÍ IV – do 4º GPT

E ocorrida entre 16 e 21 de outubro de 2017, no Campo de Instrução Barão de São

Borja (CIBSB), permitiu repassar à 3ª DE (Escalão Enquadrante na Operação) o

relatório final à participação de suas Organizações Militares Diretamente

Subordinadas (OMDS) na Op IBICUÍ-JACUÍ IV.

As OMDS envolvidas foram o 3º Batalhão de Engenharia de Combate (3º BE

Cmb) e o 6º Batalhão de Engenharia de Combate (6º BE Cmb). As missões

atribuídas ao 3º BE Cmb foram: 1) Montagem de uma Pnt Eqp M4T6 sobre o rio

SANTA MARIA, em torno de 120 m, em apoio ao esforço de transposição da 1ª Bda

C Mec; 2) Transposição de 150 homens em botes de assalto (rio SANTA MARIA); e

3) Montagem de 2 (duas) Prtd P (Ribbon Bridge) Cl 70, em apoio à transposição da

1ª Bda C Mec.

O 6º BE Cmb : coube o Emprego de 1 (um) Pel E Cmb na ADA/2ª Bda C Mec,

em apoio à contramobilidade dessa Zona de Ação; e o Emprego do Pel Eng Eqp Mnt

em apoio à Mnt da rede mínima de estradas, necessária ao esforço da 3ª DE.

Nos conflitos contemporâneos, há uma notória necessidade do

desenvolvimento de capacidades, incluindo todos os seus fatores determinantes:

Doutrina, Organização, Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura

(DOAMEPI). A inclusão desses fatores se dá desde a situação de paz estável e de

uma preparação específica de todos os vetores envolvidos numa operação militar

para fazer frente às ameaças no contexto do ambiente interno do País e/ou no

cenário internacional. Sempre que possível, instruções específicas de preparação

devem ser expedidas aos vetores militares e civis envolvidos. As agências civis

devem ser inseridas em um programa formal de treinamento compartilhado

(BRASIL, 2014a).

30

Os aspectos atinentes ao DOAMEPI. Quanto a Doutrina na Op IBICUÍ foi

realizada uma transposição dos homens em botes pneumáticos com motores-de-

popa acoplados, levando-se em conta o ruído dos motores serem baixos. Contudo,

tal tentativa mostrou-se infrutífera, pois ainda que os sons produzidos pelos motores

fossem baixos, eram audíveis, colocando em risco a surpresa necessária, sobretudo

nesse momento decisivo da Op; 2) Ainda que a documentação da Op citasse a

transposição do 3º C Ex (VERMELHO) como uma transposição preparada,

percebeu-se que a inexistência de posições defensivas adequadas na margem do

inimigo (2ª margem fracamente defendida) possibilitava ao 3º C Ex um ataque sem

perda de impulsão, enquadrando-se como uma transposição imediata; 3)

Insuficiência de meios para que o 4º Gpt E proporcione apoio adequado à 3ª DE; 4)

Importância do Rec Eng, sobretudo com a atual tecnologia SARP; 5) Ratificação da

importância do binômio Plano de Barreiras/Plano de Fogos detalhadamente

coordenado; 6) Necessidade de que o 4º Gpt E participe de todos os planejamentos

inerentes à Op, desde a concepção até a decisão da Op; e 7) Ratificação da

importância de um especialista em meteorologia, possibilitando um

acompanhamento da situação.

No adestramento verificou-se a necessidade de incrementar a instrução de

ancoragem de meios flutuantes. Quanto ao material aplicou-se a utilização de uma

forma alternativa do material M4T6 (esteira sob o nível da água). Tal experiência não

foi proveitosa, considerando a grande variação de volume de água no rio. Foi

levantada a necessidade de mais meios de Equipamentos de Engenharia a serem

voltados à Manutenção da rede mínima de estradas.

Nesse ínterim, foi destacado que as estradas do campo de instrução não

apresentaram boas condições de tráfego, com necessidade de um trabalho que

proporcionasse maior longevidade, como o asfaltamento. Foi percebido pelas Bda a

necessidade de mais meios de Eng às suas OM Eng orgânicas, a fim de

possibilitarem o apoio adequado às forças de 1º Esc, no que se refere à mobilidade

e contramobilidade. e 4) Há necessidade de destacar a importância de recompletar

os suportes flutuantes de suas pontes de equipagens, sobretudo a M4T6.

No intuito de retificar os pontos que necessitam de melhoria, o 4º Gpt E

realizará, em 2018, a Operação JACUÍ V, constante no Contrato de Objetivos do

CMS, se possível de forma independente da Operação IBICUÍ, com o objetivo de

maximizar os ensinamentos ligados à arma de Eng. Na oportunidade serão

31

contempladas as fases de instrução de quadros, simulação na carta, concentração

de meios e exercício no terreno, oportunizando aos oficiais do Estado-Maior das

OMDS exercitar os trabalhos de planejamento em campanha. Tal atividade poderá

servir de laboratório para a aplicação de emprego de um Estado-Maior mobiliado por

células funcionais, possibilitando ao apoio de engenharia nos diversos assuntos

atinentes às funções de combate.

Constata-se que há carência de meios de engenharia, tanto para transposição

de cursos de água quanto meios para proporcionar a mobilidade dos elementos

orgânicos empregados no adestramento da 3º Divisão de Exército, o que pode ser

deduzido que os Grandes Comandos Operativos do Comando Militar do Sul

necessitam de maior quantidade de material de engenharia.

4.5 O 5º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA

O 5º Grupamento de Engenharia foi ativado pelo COMANDANTE DO

EXÉRCITO, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 4º da Lei Complementar

nº 97, de 9 de junho de 1999, alterada pela Lei Complementar nº 136, de 25 de

agosto de 2010, o inciso V do art. 20 da Estrutura Regimental do Comando do

Exército, aprovada pelo Decreto nº 5.751, de 12 de abril de 2006, e de acordo com o

que propõe o Estado-Maior do Exército (EME), com sede na cidade do Rio de

Janeiro-RJ, subordinado ao Comando Militar do Leste, a partir de 1º de janeiro de

2018. Dessa forma, foi determinado que o EME, os órgãos de direção setorial, o

Órgão de Direção Operacional e o Comando Militar do Leste adotassem, em suas

áreas de competência, as providências decorrentes (BRASIL, 2018e).

Para oficializar a sua criação e ativação, no dia 07 de fevereiro, foi realizada

uma formatura no 1º Batalhão de Engenharia de Combate – "Batalhão Villagran

Cabrita", em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O 5º Grupamento de

Engenharia do CML possui três organizações militares diretamente subordinadas

(OMDS). São elas: a Comissão Regional de Obras 1 (CRO/1) – RJ, o 1º Batalhão de

Engenharia de Combate (Es) RJ e o 4º Batalhão de Engenharia de Combate em

Itajubá, Minas Gerais (BRASIL, 2018e).

A criação recente do 5º Grupamento permite constatar a transição que as U

estão passando para a nova organização. O 1º BE Cmb estava subordinado à 9ª

Guarnição de Unidades Escola, o 4º BE Cmb à 4ª Região Militar e a CRO/1 à 1ª

Região Militar. Deste modo, o 5º Grupamento iniciou sua nova estrutura, a partir de

32

agosto de 2018, sendo necessário um prazo maior para avaliação de seu emprego

dentro da nova estrutura do PENSE.

4.6 OS GRUPAMENTOS DE ENGENHARIA (DOUTRINÁRIOS)

4.6.1 O Grupamento de Engenharia (C5-162)

Segundo o manual de campanha C5-162 – pag 2-1, O Grupamento e o

Batalhão de Engenharia de Construção, do ano de 1973, ainda em vigor, versa em

seu 2º capítulo que:

“o conhecimento da missão das unidades de construção, de

suas possibilidades, da estrutura de suas organizações, das

responsabilidades e meios de controle, bem como da experiência no

emprego dessas unidades são elementos essenciais a um

comandante de engenharia e seu estado-maior para agirem numa

operação determinada. Com esses conhecimentos e experiência,

eles podem determinar às unidades de construção, a execução de

tarefas da forma mais conveniente ao cumprimento das missões que

lhes forem atribuídas. ”

Quanto a missão principal das unidades de construção de construir, reparar e

conservar vias de transporte e instalações diversas ainda cumpre a finalidade das

diversas necessidades da atual estrutura da FTC na ZA, cabendo a adequação de

suas estruturas tendo em vista o seu emprego em amplo espectro.

As possibilidades constituídas ao grupamento e o batalhão de engenharia de

construção, segundo a doutrina de 1973, é de executar obras importantes de

engenharia, além do alcance das unidades engenharia de combate. As unidades de

construção ficam, normalmente, sob o comando de um grupamento de engenharia.

Quanto a organização, o grupamento é uma organização flexível, compondo-

se de um comando, e de um número variável de batalhões autossuficientes

administrativamente. Um grupamento pode enquadrar de dois a quatro batalhões.

Um grupamento de engenharia de construção típico, conta com três batalhões de

engenharia de construção (Fig 3- 1).

33

Figura 9 – estrutura do Grupamento de Engenharia de Construção – C-5-162 (*) constituição variável, de 2 a 4 Batalhões de Engenharia de Construção (BEC).

4.6.2 O Grupamento de Engenharia (NCD 02 C Dout/COTER 2016)

O Grupamento de Engenharia controla, coordena e supervisiona as tarefas de

engenharia executadas pelos batalhões e módulos especializados subordinados,

sendo a estrutura natural para enquadrar U e SU de Engenharia. Basicamente, o

Gpt E é composto pelo Cmdo, EM, pela Cia C Ap e por U e SU de Engenharia.

Possui capacidade de enquadrar até cinco batalhões. Considera-se, para fim de

planejamento, que cinco módulos especializados equivalem a uma U (BRASIL,

2016c).

Figura 10 – Organograma do Gpt E (BRASIL, 2016b).

34

4.7 CONCLUSÕES PARCIAIS

Conclui-se parcialmente que a estrutura dos Grandes Comandos de

Engenharia, no caso do Grupamento, é distinta, levando-se em conta a localização

no território nacional. A composição de meios, ora voltados à vertente de construção,

como o 2º Gpt E, ora mais voltada à vertente de combate, como o 4º Gpt E, mostram

os desafios e peculiaridades do atual estágio da Arma de Engenharia, exigindo

versatilidade e trabalho conjunto dos Comandos Operacionais da Força Terrestre

Componente para o planejamento e emprego dos elementos de mobilidade,

contramobilidade, proteção, apoio geral e geoinformação.

Analisando os objetivos propostos para o PENSE, nota-se que a espinha

dorsal do programa está justamente baseada na estruturação dos Cmdo Gpt E. É

obvio que a obtenção de Material de Engenharia é de importância inquestionável

para ampliar a capacidade operacional da Engenharia. Aliás, a obtenção de material

é o que mais vai demandar recursos financeiros (Magalhães,2018).

Quanto aos Cmdo Gpt E, a estratégia que está sendo adotada é dar tempo

para que o 4º Gpt E e o 5º Gpt E demonstrem as vantagens visualizadas para os C

Mil A, antes de prosseguir com o processo de implantação dos demais Cmdo Gpt E.

Para tanto, é necessário que TODOS os integrantes do Sistema de Engenharia do

Exército defendam e valorizem o trabalho dos Cmdo Gpt E, tendo como foco o

princípio de emprego da Engenharia de Centralização dos Meios que multiplica a

capacidade de apoio.

5. AS ESTRUTURAS DA FTC E O ENQUADRAMENTO DA ENGENHARIA

5.1 AS ESTRUTURAS DA FORÇA TERRESTRE COMPONENTE

A Força Terrestre Componente foi constituída com a finalidade de interligar os

meios da Força Terrestre à estrutura de Comando e ao esforço Conjunto das Forças

Armadas nas operações de guerra e não-guerra (A. BRASIL, 2014, p. 1-1), estando

diretamente inserida na Doutrina de Operações Conjuntas que vem sendo concebida

desde a criação do Ministério da Defesa em 1999 (BRASIL, 1999, p. 1).

Para melhor compreensão da organização e emprego da FTC, e poder

concluir sobre os elementos de apoio, objetos da presente pesquisa, com maior

propriedade, é necessário entender os fundamentos básicos da Doutrina das

35

Operações Conjuntas no âmbito das Forças Armadas brasileiras, o que possibilita

um melhor embasamento para a realização das análises (BRASIL, 2014b).

O emprego isolado de uma Força Armada não se faz aceitável no combate

moderno, uma vez que o êxito nas operações militares, entre outros fatores, está

intimamente ligado à correta e eficiente combinação de meios e convergência de

esforços entre as forças existentes, buscando-se o máximo de rendimento para a

obtenção da vitória militar (BRASIL, 2011, p. 18/128).

As Operações Conjuntas são caracterizadas pelo emprego ponderável de

meios de mais de uma Força Singular sob um comando único, denominado

Comando Operacional, sendo imprescindível a constituição de um Estado-Maior

conjunto para o planejamento do emprego, controle e execução das ações, não

sendo impositivo que o Comando Operacional seja conjunto, podendo este ser

singular ou não (BRASIL, 2011, p. 37/128).

Para que a integração entre as Forças possa ser viabilizada, a unidade de

comando no mais alto escalão e a mentalidade militar unificada em todos os níveis

são essenciais, devendo compor, ainda, outras ideias, conforme destaca o Manual do

Ministério da Defesa MD30-M-01 Doutrina de Operações Conjuntas:

a) cadeia de comando bem definida, com precisa e nítida divisão de responsabilidades; b) delegação de autoridade adequada às tarefas determinadas; c) sistema de Comando e Controle (C²) que permita o exercício pleno do comando e comunicações seguras e confiáveis entre as forças em operação. (BRASIL, 2011, p. 18/128)

A composição das Forças em uma Operação Conjunta está estruturada a

partir de um Comando Operacional Conjunto, de um Estado-Maior Conjunto e de

suas Forças Componentes (F Cte): Força Naval Componente (FNC), Força Terestre

Componente (FTC) e Força Aérea Componente (FAC), podendo essas forças serem

singulares ou conjuntas, a critério do comandante operacional (BRASIL, 2011, p.

57/128).

Como se pode destacar na Figura 1 a seguir, as F Cte se integram ao

Comando Operacional realizando a interligação com o nível tático nas operações,

constituindo- se nos elos essenciais para a coordenação e integração das Forças

Singulares, que apresentam especificidades complexas e variadas, sendo a FTC o

órgão de ligação com a Força Terrestre.

36

Figura 11 – Estrutura do Comando Operacional Conjunto Fonte: BRASIL, 2011, p. 57/128

1Os Planos de Emprego Conjunto das Forças Armadas (PEECFA) preveem a

ativação dos seguintes Comandos Operacionais, quando necessário: Comando do

Teatro de Operações (Cmdo TO), Comando da Área de Operações (Cmdo A Op) e

Comando da Zona de Defesa (Cmdo ZD). O tipo de Comando a ser ativado dependerá

da amplitude da operação e da localização dentro do território nacional (BRASIL,

2014b, p. 2-3).

No âmbito das Operações Conjuntas, uma FTC constituída estará sempre

subordinada a um Comando Operacional, realizando a integração e sincronização das

Operações Terrestres com outras agências e Forças, enquadrando todos os meios

terrestres que não estão sob responsabilidade de outra Força Componente, e sendo

responsável pelo planejamento e execução das operações terrestres (BRASIL,

2014b, p. 3-1).

A FTC tem a missão de vencer o combate terrestre e de cooperar com o

Comando Operacional para cumprimento dos objetivos operacionais, podendo a

missão ser expressa nas seguintes ações:

a) assessorar o C Op no planejamento das operações que envolvam o emprego do componente terrestre; b) conduzir as Operações Terrestres (Op Ter), conforme o planejamento das operações conjuntas; coordenar suas operações com as outras Forças Componentes; c) apoiar a logística conjunta quando determinado; e d) empregar meios para aprofundar o combate. (A. BRASIL, 2014, p. 3-1)

37

A FTC não possui uma organização fixa, podendo ser estruturada com base

em um Centro de Coordenação de Operações (CC Op) de Comando Militar de Área

(C Mil A), em um comando de um Grande Comando Operativo (G Cmdo Op) ou, ainda,

com base em um comando de uma Grande Unidade (GU).

A definição sobre em qual escalão de comando (CC Op/C Mil A, G Cmdo Op

ou GU) a FTC estará estruturada, dependerá das demandas oriundas do

planejamento no nível operacional (Comando Operacional), das disponibilidades do

Exército e da capacidade de comando e controle (C²) do comando definido como base

da FTC (BRASILb, 2014, p. 3-2).

Essa forma de organização proporciona grande flexibilidade para a

estruturação de uma FTC, evitando esforços desnecessários que, por vezes,

estruturas rígidas e fixas impõem no atendimento a demandas de menor

complexidade.

A seguir encontram-se as possíveis estruturas organizacionais de uma FTC

com base nos três escalões de comando já mencionados (CC Op/C Mil A, G Cmdo

Op ou GU):

Figura 12 – FTC Estruturada com base em um CC Op de um C Mil A Fonte: BRASIL, 2014, p. 3.2

Figura 13 – FTC Estruturada com base em um G Cmdo Op Fonte: BRASIL, 2014, p. 3.2

38

Figura 14 – FTC Estruturada com base em uma GU Fonte: A. BRASIL, 2014, p. 3.3

A organização não fixa de uma FTC atende às características exigidas, pela

doutrina de operações conjuntas, de estruturas flexíveis, adaptáveis, modulares,

elásticas e sustentáveis, tendo em vista a realidade dos conflitos atuais no amplo

espectro, em que há a combinação de Operações Ofensivas, Defensivas, de

Pacificação e de Apoio a Órgãos Governamentais, com o intuito de obter e manter

resultados decisivos nas operações, seja em situações de Guerra ou de Não Guerra

(BRASIL, 2014b, p. 4-4).

As operações no amplo espectro revelam um enorme conjunto de missões e

tarefas que apontam para as capacidades essenciais à Força Terrestre, havendo a

necessidade de que os elementos envolvidos se estruturem não mais de forma rígida

para uma finalidade específica, mas de maneira flexível, por capacidades, a fim de

que possam atuar conforme a demanda operacional exigida em cada caso, em meio

a uma conjuntura de incertezas dos conflitos atuais (BRASIL, 2014b).

Nesse sentido, as características de flexibilidade e modularidade, na

composição de meios para qualquer estrutura organizacional, tornam-se condições

indispensáveis, a fim de garantir o máximo de efeito com o mínimo de riscos e perdas

de material e pessoal (BRASIL, 2014b, p. 4-4).

Flexibilidade e modularidade são as características fundamentais para as

estruturas organizacionais dos elementos de combate, no contexto das operações

conjuntas, que servem de parâmetro para avaliar se uma estrutura organizacional está

condizente com as exigências da Doutrina Militar Terrestre.

A fim de evitar estruturas rígidas e dispendiosas, incompatíveis com o

ambiente de incertezas do mundo atual, o manual EB20-MF-10.102 (Doutrina Militar

Terrestre) define claramente as características necessárias para os elementos de

emprego da Força Terrestre, entre elas as características de flexibilidade e

modularidade (BRASIL, 2014e, p. 6-12).

39

A flexibilidade é definida como a “característica de uma força que dispõe de

estruturas com mínima rigidez preestabelecida, o que possibilita sua adequação às

especificidades de cada situação de emprego considerado os fatores da decisão”

(BRASIL, 2014e, p. 6-13).

A modularidade é definida como a “característica de um elemento de combate

que lhe confere a condição de, a partir de uma estrutura básica mínima, receber

módulos que ampliem seu poder de combate ou lhe agregue capacidades” (BRASIL,

2014e, p. 6-13).

O poder de combate de uma força militar está fundamentado e constituído a

partir de oito componentes indissociáveis que são: as funções de combate Movimento

e Manobra, Inteligência, Logística, Fogos, Proteção, Comando e Controle; a

Liderança; e as Informações; que permeiam todos os elementos de “combate”, de

“apoio ao combate” e de “apoio Logístico” que constituem os meios disponíveis para

emprego de uma determinada força (BRASIL, 2014a, p. 3-20).

No contexto da composição e geração do poder de combate, os elementos de

apoio ao combate são aqueles que permitem incrementar ou complementar a

capacidade operativa das unidades de combate, ou que atuam contra o inimigo

utilizando sistemas de fogos indiretos (BRASIL, 2014a, p. 3-26).

A FTC, como o comando enquadrante de todos os meios terrestres que não

estão sob a subordinação de outra força componente, deve ser constituída de um

Comando Base e de elementos que lhe proporcionem as capacidades essenciais de

Comando e Controle, Inteligência e Logística (BRASIL, 2014a, p. 5-2). Estes

elementos complementam, de modo eficiente, a sua capacidade operativa, e entre

eles estão os elementos de Engenharia, que necessitam ser estruturados para

integração junto à composição variável da FTC.

A necessidade de meios de apoio ao combate em uma FTC estará

condicionada aos imperativos do planejamento operacional, variando para cada

missão. Contudo, para adjudicação de meios, serão priorizados os já existentes no

Comando Militar de Área em que será ativado o TO/A Op, podendo serem solicitados

novos meios ao Ministro da Defesa, caso se julgue insuficiente os já existentes

(BRASIL, 2014a, p. 5-1).

No entanto, não há parâmetros claros que definam módulos e dosagens para

o emprego de meios de apoio ao combate Engenharia em uma FTC, a não ser as

referências anacrônicas das antigas estruturas fixas das companhias e batalhões de

40

engenharia e grupamento de engenharia, com pouca flexibilidade e sem definição

modular, que parecem contrapor a nova Doutrina Militar Terrestre, na qual apresenta

foco no combate em amplo espectro, revelando a necessidade de reestruturações a

partir de uma nova lógica doutrinária que contempla a flexibilidade e a modularidade

para viabilizar o emprego somente dos meios necessários a cada situação.

5.2 O ENQUADRAMENTO DA ENGENHARIA NA FTC

Uma vez que a Engenharia exerce sua atividade sobre um fator sempre

presente - o terreno - deve haver, em cada escalão, uma Engenharia capaz de

modificar as condições do mesmo, de acordo com a manobra adotada (BRASIL,

2016c).

A organização da Engenharia tem por base a centralização dos meios nos

escalões mais elevados, permitindo que os mesmos possam suprir as deficiências

de Engenharia dos escalões subordinados, em face das necessidades específicas

de cada situação e, ainda, atender ao apoio em profundidade, de modo a liberar os

escalões subordinados de encargos na retaguarda adotada (BRASIL, 2016c).

Uma ação coordenadora do escalão superior de engenharia sobre os

escalões subordinados se faz necessária e é realizada por meio dos canais técnicos

de engenharia. Segundo a NCD, o funcionamento adequado desses canais técnicos

constitui-se em dos principais fatores para a eficiência do apoio, permitindo que os

escalões subordinados possam conduzir o planejamento necessário e receber apoio

adicional do escalão superior, quando for o caso.

Neste sentido, a Engenharia é organizada no TO da seguinte forma:

Engenharia do Comando Logístico do Teatro de Operações (Eng/CLTO); Comando

de Engenharia da Força Terrestre Componente (CEFTC), no caso de emprego de

duas DE; Engenharia Divisionária (ED); e Engenharia de Brigada (E Bda) adotada

(BRASIL, 2016c).

Lembrando que os escalões de Engenharia são constituídos pelos seguintes

elementos de emprego: pelotões de engenharia (Pel Eng), companhias de

engenharia (Cia Eng), batalhões de engenharia (Btl Eng) e grupamentos de

engenharia (Gpt E), além das tropas de engenharia especializadas adotada

(BRASIL, 2016c).

41

(ED)

Figura 15 - Exemplo de Organização da Engenharia (BRASIL, 2016b)

As tropas de engenharia especializadas oferecem capacidades diferenciadas

de engenharia, em razão de possuírem pessoal e equipamentos específicos. Um

exemplo é o Destacamento de Desativação de Artefatos Explosivos (Dest DAE)

implantado no ano de 2016, no 2º Batalhão de Engenharia de Combate (2º BE

Cmb), sediado na cidade de Pindamonhangaba, no Estado de São Paulo, o qual

tornou o Exército Brasileiro dotado de nova capacidade de enfrentamento contra

ameaças com uso de explosivos (SILVÉRIO, 2016).

Inicialmente, por determinação do DEC, o emprego do Dest DAE fica

subordinado aos C Mil A, na dosagem de 01 (um) Destacamento por Comando.

Entretanto, a atual estrutura do Exército Brasileiro não contempla a existência de

uma estrutura independente para uma vinculação direta a esses Grandes Comandos

Operacionais, necessitando adequar esses destacamentos aos Grupamentos de

Engenharia por sua capacidade técnica e de natureza especializada (SILVÉRIO,

2016).

Quando possuem valor igual ou menor que subunidade, costumam ser

chamados genericamente de “módulos especializados”. São exemplos de módulos

especializados: Companhia de Engenharia de Camuflagem, Equipe de Mergulho,

Grupo de Construção Horizontal, Turma de Patrimônio Imobiliário, etc adotada

(BRASIL, 2016c).

Na Zona de Administração (ZA) encontra-se uma estrutura de Engenharia que

integra o Comando Logístico do Teatro de Operações (CLTO), denominada de

Eng/CLTO, de forma a apoiar as atividades daquele comando, particularmente no

42

planejamento e execução de obras e de serviços de Engenharia adotada (BRASIL,

2016c).

Com a nova proposta da NCD, quando houver necessidade de se apoiar de

forma mais cerrada a uma Força Componente, a Eng/CLTO poderá organizar, a

partir dos seus meios, um Grupo-Tarefa Logístico de Engenharia (GT Log Eng), que

poderá enquadrar unidades de engenharia de combate, construção, geoinformação,

meio ambiente, patrimônio imobiliário e outros. Nesse caso, pode ser adotada uma

estrutura de Grupamento de Engenharia forte em construção.

Está prevista ainda uma constituição Eng/CLTO. O valor e a natureza da tropa

dependem mais das características, da magnitude e das necessidades de

desenvolvimento da infraestrutura do ambiente operacional do que das forças a

serem apoiadas. Entretanto, a constituição de células análogas aos da FTC podem

otimizar os planejamentos que a FTC necessitar adotada (BRASIL, 2016c).

Cabe ressaltar a complexidade de uma estrutura de Eng nos altos escalões

da Força Terrestre. A adoção de meios para apoiar o combate, apoio técnico e

logístico dentro da Zona de Administração exige um número elevado de pessoal e

material, como a construção de instalações ou até apoio logístico em profundidade,

cabendo um estudo específico (HASSLER, 2005).

Logo em seguida, a NCD propõe a adoção do Gpt E, considerando o grande

volume e complexidade de tarefas na ZA, é conveniente que as forças de

Engenharia integrantes da Eng/CLTO sejam enquadradas por Grupamento(s) de

Engenharia, possuindo particularmente estruturas de Engenharia de Construção, de

Meio Ambiente e de Patrimônio Imobiliário, entre outras que se fizerem necessárias.

Tal previsão reforça a flexibilidade de organização dos G Cmdo de Eng, contudo

partindo-se da base do Grupamento de Engenharia adotada (BRASIL, 2016c).

No manual da Força Terrestre Componente o Comando de Engenharia da

FTC (CEFTC) é o comando estruturado para integrar os meios de Engenharia

colocados à disposição da Força Terrestre Componente, sendo responsável por

planejar, coordenar e supervisionar a condução das operações de engenharia da

FTC. O CEFTC busca atender ao princípio da interoperabilidade, cooperando com

as demais Forças Componentes e com o Comando Operacional, via canal técnico,

na realização do esforço de Engenharia do TO de forma integrada e sincronizada.

(BRASIL, 2014b, pag 5-5).

43

O CEFTC é composto pelo Comandante, com seu estado-maior geral e

especial, e pela Companhia de Comando, ativada quando necessário. Considerando

as operações no amplo espectro, o CEFTC pode dispor de um ou mais Gpt E e/ou

OM Eng, de acordo com a situação. Porém não apresenta as capacidades

necessárias para prover o apoio necessário às funções de combate nas operações,

o que necessita de um detalhamento quanto as tarefas básicas desse comando

(BRASIL, 2014b).

Da mesma forma, nas operações de pequeno vulto, envolvendo uma FTC

valor GU, o CEFTC é uma OM valor subunidade ou unidade de Engenharia

(BRASIL, 2014b).

Na Zona de Combate (ZC) encontram-se estruturas de Engenharia da Força

Terrestre Componente (FTC) e de Divisão (ões) de Exército (DE), com meios para

atender às necessidades próprias dessas estruturas e aumentar o apoio aos

escalões subordinados, inclusive assumindo encargos nas áreas de retaguarda

destes, de modo a liberar suas engenharias para o apoio cerrado aos elementos de

combate adotada (BRASIL, 2016c).

A Engenharia orgânica das Brigadas enquadra um BE Cmb ou uma Cia E

Cmb, com naturezas semelhantes aos seus Comandos enquadrantes e com meios

para atender às necessidades mínimas e imediatas do escalão e mais diretamente

ligadas ao combate. Com referência a esta condição, não há justificativa para a

adoção de um Grupamento de Engenharia no nível Grande Unidade. O que se

observa é a necessidade de permitir uma maior flexibilidade na função dos

Elementos de engenharia desses comandos, uma vez que cumprem um duplo

papel: o de ser o Assessor de Engenharia aos seus Cmt Bda e ao mesmo tempo

serem os Cmt da OM de engenharia orgânica (BRASIL, 1999).

A Engenharia da FTC constitui o comando essencial para o emprego da

engenharia por ser encarregado de traduzir os aspectos da manobra do nível

operacional para o nível tático. Tem, assim, uma visão ampla do terreno e da

situação para poder julgar as necessidades gerais em apoio e em trabalhos,

conceber o esquema geral de apoio de engenharia e exercer, efetivamente, uma

coordenação dos escalões subordinados, adotada (BRASIL, 2016c).

O apoio de engenharia a uma FTC abrange uma diversidade de trabalhos em

apoio adicional à mobilidade e à contramobilidade dos elementos de primeiro

escalão. Abrange, também, o apoio à proteção de tropas e instalações e o apoio

44

geral de engenharia em toda a sua área de atuação. Além de outras capacidades

que vem sendo desenvolvidas pelo uso de ferramentas de tecnologia, como a

geoinformação, permeando de forma transversal as atividades de engenharia no TO

adotada (BRASIL, 2016c).

Uma FTC é estruturada para atender a um planejamento operacional

específico, não possuindo, portanto, uma organização fixa. A Doutrina Militar

Terrestre admite, para fim de planejamento, diversos tipos de FTC, cujos apoios de

Engenharia serão organizados de acordo com as constituições destas (BRASIL,

2014c).

O apoio de Engenharia a uma FTC é coordenado por uma estrutura

denominada de Comando de Engenharia da FTC (CEFTC), a qual possui, como

principais elementos operativos, os grupamentos de engenharia (Gpt E) ou

batalhões de engenharia adotada (BRASIL, 2016c).

Figura 16 – estrutura do CEFTC (BRASIL, 2016b).

O Gpt E controla, coordena e supervisiona as tarefas de engenharia

executadas pelos batalhões e módulos especializados subordinados, sendo a

estrutura natural para enquadrar U e SU de Engenharia. Conforme o enunciado da

nota de coordenação doutrinária, a organização da engenharia no teatro de

operações centraliza as missões ao grupamento de engenharia, tornando sua

atualização estrutural necessária diante de sua dupla constituição doutrinária, como

já mostrada adotada (BRASIL, 2016c).

45

Basicamente, o Gpt E é composto pelo Cmdo, EM, pela Cia C Ap e por U e

SU de Engenharia. Possui capacidade de enquadrar até cinco batalhões. Considera-

se, para fim de planejamento, que cinco módulos especializados equivalem a uma U.

Essa construção modular se faz de certa forma necessária por ser um resultado

flexível da própria composição da FTC, dependo da missão recebida. O que está

sendo levantado é um perfil de composição mínima, tanto de planejamento quanto

de emprego dessa Força de Apoio ao Combate adotada (BRASIL, 2016c).

A Engenharia Divisionária tem suas ações vinculadas ao escalão Divisão de

Exército (DE) e são de natureza nitidamente tática e, em consequência, sua

engenharia opera em um ambiente no qual o combate é o elemento preponderante.

O apoio de Engenharia a uma DE é prestado por uma estrutura denominada

Engenharia Divisionária (ED). Em função da missão da DE apoiada e da (s)

hipótese(s) de conflito planejada(s), a ED pode ser organizada com constituição

variável, desde um BE Cmb até um Gpt E, além dos módulos de engenharia

especializados e dos reforços que forem necessários adotada (BRASIL, 2016c).

O manual C5-35, A Engenharia Divisionária, orienta as missões da ED,

basicamente, a mobilidade e a contramobilidade dos elementos de manobra da

divisão. Realiza, também, o apoio à proteção de tropas e instalações e o apoio geral

de engenharia em toda a zona de ação divisionária, suplementando o apoio prestado

pelas E Bda. O escalonamento da ED é apresentado de duas formas distintas; uma

conforme o manual C5-35 e a outra de acordo com a NCD Nr 02, C Dout/COTER,

2016.

Figura 17 - Organização da ED. Fonte - C5-35 – Engenharia Divisionária

46

Figura 18 - Organização do CEFTC, nível ED (BRASIL, 2016b).

Conclui-se, parcialmente, que a estrutura da FTC é modular. Com essa

característica os demais componentes devem adequar-se às imposições dos

planejamentos operacionais e táticos, o que subordina a flexibilização da estrutura

da engenharia em seus diversos níveis. A doutrina da FTC não aborda as

capacidades necessárias à composição dos meios de apoio de do componente de

engenharia, necessitando uma atualização desses componentes militares.

6. AS FUNÇÕES DE COMBATE QUE ENVOLVEM ELEMENTOS OU MEIOS DE

ENGENHARIA.

O Poder de Combate Terrestre traduz-se em oito elementos essenciais e

indissociáveis. Todos são igualmente importantes no preparo e no emprego dos

meios terrestres para o cumprimento de suas missões. Eles representam a essência

das capacidades que a F Ter emprega em operações – sejam de Guerra ou de Não

Guerra. (BRASIL, 2014a).

Uma Função de Combate é um conjunto de atividades, tarefas e sistemas

(pessoas, organizações, informações e processos) afins, integrados para uma

finalidade comum, que orientam o preparo e o emprego dos meios no cumprimento

de suas missões. As Funções de Combate proporcionam uma forma eficaz para que

os estados maiores: identifiquem e relacionem as tarefas que cada missão impõe;

47

reúnam os sistemas e as formas de atuação, selecionando os mais adequados; e

integrem e sincronizem a execução dessas atividades e tarefas, de modo a

assegurar que todos os aspectos necessários à condução das operações tenham

sido abordados, facilitando o processo decisório (BRASIL, 2014a).

O raciocínio baseado nas Funções de Combate possibilita decompor a

solução de cada problema militar em uma série de tarefas a serem cumpridas.

Durante a fase de planejamento das operações, os comandantes e seus estados-

maiores (EM) identificam todas as tarefas a cumprir, selecionam as capacidades

mais adequadas para que cada tarefa seja cumprida com eficácia, e iniciam o

detalhamento de como cumprir a missão recebida. (BRASIL, 2014a).

A eficácia na aplicação do Poder de Combate Terrestre resulta da aptidão de

comandantes terrestres e seus EM para identificar adequadamente toda a gama de

capacidades operativas que têm à sua disposição e de perceber as possibilidades e

a adequabilidade de emprego de cada uma delas na solução de cada problema

militar específico. As atividades e tarefas executadas pelos diversos sistemas e

elementos operativos são as resultantes, no nível tático, das capacidades militares

disponíveis na F Ter (BRASIL, 2014a).

Conforme o manual de Operações, a seleção das capacidades a empregar

deve, obrigatoriamente, considerar a premissa de que o emprego do Poder de

Combate Terrestre deve se dar de forma gradual e proporcional ao problema militar

enfrentado, ou seja, na quase totalidade das situações enfrentadas, os comandantes

devem dar preferência às soluções que impliquem o menor emprego da força,

resguardando as capacidades letais de sua tropa para as situações mais críticas. As

capacidades não letais que possam dissuadir o oponente ou retirar-lhe a

legitimidade das ações podem e devem ser exploradas, antes de optar-se pelo

emprego de capacidades letais, configurando os princípios de guerra economia dos

meios e emprego da massa (BRASIL, 2014a).

Quanto mais detalhado for o planejamento maiores serão as chances de

sucesso nas operações. A F Ter emprega as Funções de Combate para facilitar o

trabalho de seleção das capacidades mais adequadas às tarefas e, em última

instância, à cada missão que executa. As tarefas são “a chave” nesse processo de

planejamento dos estados-maiores terrestres, para que o Estado Final Desejado

(EFD) seja alcançado (BRASIL, 2014a).

48

As Funções de Combate proporcionam uma forma eficaz para os estados-

maiores relacionarem as tarefas que cada missão impõe. As funções de combate

são: Comando e Controle; Movimento e Manobra; Inteligência; Fogos; Logística; e

Proteção (BRASIL, 2014a).

O Comando e Controle é o conjunto de atividades, tarefas e sistemas

interrelacionados que permitem aos comandantes o exercício da autoridade e a

direção das ações. A função mescla a arte do comando com a ciência do controle.

Incluem também os atuadores não cinéticos abrangidos pelas Operações de

Informação. Todas as demais funções de combate são integradas por meio do

Comando e Controle (BRASIL, 2014a).

O Movimento e Manobra trata do conjunto de atividades, tarefas e sistemas

interrelacionados, empregados para deslocar forças, de modo a posicioná-las em

situação de vantagem em relação às ameaças. “Movimento” é o deslocamento

ordenado de forças visando ao cumprimento de uma missão, em condições nas

quais não se prevê interferência do oponente. “Manobra” é o deslocamento de uma

tropa que esteja em contato ou que tenha a previsão de contato com uma força

oponente (BRASIL, 2014a).

A Inteligência consiste no conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-

relacionados empregados para assegurar a compreensão sobre o ambiente

operacional, as ameaças (atuais e potenciais), os oponentes, o terreno e as

Considerações Civis. Com base nas diretrizes do comandante, executa as tarefas

associadas às operações de Inteligência, Vigilância, Aquisição de Alvos (e ameaças)

e Reconhecimento (BRASIL, 2014a).

A função Fogos integra o conjunto de atividades, tarefas e sistemas

interrelacionados que permitem o emprego coletivo e coordenado de fogos cinéticos,

orgânicos da Força ou conjuntos, integrados pelos processos de planejamento e

coordenação de fogos (BRASIL, 2014a).

A Logística consiste no conjunto de atividades, tarefas e sistemas

interrelacionados para prover apoio e serviços, de modo a assegurar a liberdade de

ação e proporcionar amplitude de alcance e de duração às operações. Engloba as

Áreas Funcionais de apoio ao material, apoio ao pessoal e apoio de saúde (BRASIL,

2014a).

A Proteção configura o conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-

relacionados empregados na preservação da força, permitindo que os comandantes

49

disponham do máximo poder de combate para emprego. As tarefas permitem

identificar, prevenir e mitigar ameaças às forças e aos meios vitais para as

operações, de modo a preservar o poder de combate e a liberdade de ação.

Permitem, também, preservar populações civis (BRASIL, 2014a).

Figura 19 - elementos do poder de combate terrestre Fonte: (BRASIL, 2014a)

Os elementos de combate são aqueles que empregam o fogo aproximado e o

movimento para combater o inimigo. O poder gerado por esses elementos pode ser

medido pelos efeitos produzidos ao combinar a capacidade de manobra, potência de

fogo e proteção nas operações terrestres contra um oponente. A Força que melhor

aproveite a sua capacidade para manobrar e que concentre um poder de combate

superior contra as vulnerabilidades críticas de um adversário, por meio de uma ação

decisiva, será a vencedora (BRASIL, 2014a).

A ação decisiva eficaz depende da letalidade que pode ser traduzida como a

aptidão de destruição física fundamentada em todas as capacidades militares

terrestres. Os comandantes de forças do Exército devem organizar, equipar, adestrar

e empregar a letalidade de suas forças terrestres para a solução de uma ampla

gama de situações nas operações desencadeadas no amplo espectro dos conflitos

(BRASIL, 2014a).

A letalidade é uma exigência persistente aos elementos da F Ter, mesmo em

condições nas quais esteja apenas implícita, como na ameaça de emprego da

violência. As ações letais normalmente são bem evidenciadas nas tarefas ofensivas

e defensivas. No entanto, as ações não letais são contribuintes importantes como na

manobra de armas combinadas, independentemente de qual elemento de ação

decisiva predomina (BRASIL, 2014a).

50

Há que se considerar uma relação intrínseca complementar existente entre o

uso de força letal e aplicação militar de recursos não letais. Encontrar maneiras de

realizar uma missão com uma combinação adequada de ações letais e não letais

servem como consideração importante para os comandantes terrestres (BRASIL,

2014a).

Os elementos de apoio ao combate são os que permitem incrementar ou

complementar a capacidade operativa das unidades de combate ou atuam contra o

inimigo com sistemas de fogo indireto. O apoio ao combate é proporcionado pelas

unidades de apoio de fogo e de apoio operativo. Este apoio pode ser deduzido em

apoio de engenharia, tendo em vista que uma das missões da arma de engenharia é

multiplicar o poder de combate aos elementos apoiados. (BRASIL, 1999).

Os elementos de apoio logístico podem ser entendidos como aqueles

capazes de proporcionar, de uma forma contínua, os recursos necessários para

sustentar as forças de combate no campo de batalha nos lugares adequados e nos

momentos oportunos (BRASIL, 2014a).

Conclui-se parcialmente que as funções de combate permitem o

planejamento, a execução e principalmente a geração de forças para a composição

de meios dos elementos de combate, logísticos e de engenharia necessários ao

apoio a FTC, empregando a economicidade e mobilização de pessoal e material.

7. AS TAREFAS DE ENGENHARIA E AS FUNÇÕES DE COMBATE

As Atividades de Engenharia (Ap Mobilidade, contramobilidade e proteção,

Apoio Geral de Engenharia e Geoinformação) desenvolvem tarefas por meio de

trabalhos técnicos e logísticos que atendem todas as funções de combate (BRASIL,

2016b).

Como ação prioritária, a atividade de Ap MCP executa ações para garantir a

liberdade de movimento à força terrestre e prover contramobilidade ao oponente,

ambos como fatores multiplicadores do poder de combate, contribuindo para a

função de combate Movimento e Manobra (BRASIL, 2016b).

As principais tarefas em apoio ao Movimento e Manobra são:

reconhecimentos especializados; análise do terreno e vias de acesso (corredores de

mobilidade), transposição de barreiras, obstáculos e campos minados, destruição de

posições organizadas, lançamento de meios de transposição de curso d’água,

51

construção de estradas de campanha, aeródromos e heliportos sumários (BRASIL,

2016b).

No rol de suas missões, a atividade de Ap MCP executa tarefas da função de

combate Proteção, como: trabalhos de fortificação de campanha; lançamento de

sistema de barreiras e de obstáculos, reforço na proteção de instalações; limpeza de

artefatos explosivos, engenhos falhados e dispositivos explosivos improvisados;

construção de posições de combate e de camuflagem. Tais tarefas são sumárias,

para uso imediato e destinado ao apoio cerrado aos elementos de combate

(BRASIL, 2016b).

No contexto da função de combate Inteligência, a atividade de Ap MCP

constantemente executa reconhecimentos especializados de Engenharia, auxiliando

o planejamento das operações militares, particularmente para atender ao movimento

e à manobra (BRASIL, 2016b).

Apoia, ainda, a função de combate Fogos, por meio da construção de

espaldões e posições de armas coletivas, por meio de acessos às posições tiro, da

coordenação do obscurecimento por cortina de fumaça, dentre outros. A construção

e a proteção de instalações de comando contribuem para a função de combate

Comando e Controle (BRASIL, 2016b).

As tarefas da atividade de Apoio Geral de Engenharia são muito

diversificadas e contribuem com a função de combate Proteção aos elementos de

manobra. No contexto dessa função de combate, a Engenharia realiza as tarefas de:

construção de instalações para proteção da tropa, camuflagem, sistemas de

barreiras, ações anti-dispositivos explosivos improvisados (Anti-DEI), empregando

os Destacamentos de Desativação de Artefatos Explosivos (Dest DAE) (BRASIL,

2016b).

A atividade de Apoio Geral de Engenharia contribui para a função de combate

Logística por intermédio da construção de instalações logísticas; recuperação de

áreas danificadas; avaliações sobre riscos ambientais e medidas mitigatórias; gestão

do patrimônio ambiental; obtenção e gerenciamento do patrimônio imobiliário;

construção, melhoramento e reparação de hidrovias, rodovias, ferrovias e campos

de pouso; navegação em vias interiores; construção, manutenção e operação de

sistemas de abastecimento de serviços essenciais; gerenciamento dos

estacionamentos; combate a incêndios; controle de danos (BRASIL, 2016b).

52

O Apoio Geral de Engenharia contribui para a função de combate Fogos

complementando os trabalhos técnicos de proteção, quando necessário à manobra.

Contribui, também, com a função de combate Movimento e Manobra por intermédio

da rede mínima da malha viária (rodovias, ferrovias, hidrovias; aeródromos)

necessária às operações militares, particularmente na ZA e ZI (BRASIL, 2016b).

No contexto da função de combate Inteligência, esta atividade executa

constantemente reconhecimentos de Engenharia, de forma a auxiliar o planejamento

técnico de suas tarefas e assessorar os comandantes dos diversos escalões. A

construção de instalações de comando, avançadas e recuadas, contribui para a

função de combate Comando e Controle (BRASIL, 2016b).

A Atividade de Geoinformação proporciona subsídios para o planejamento de

todas as funções de combate. Todavia, tem emprego prioritário na função de

combate Comando e Controle, na qual as informações e o assessoramento são

vitais ao apoio à decisão (BRASIL, 2016b).

A Geoinformação apoia a função de combate Comando e Controle por meio

de tarefas técnicas que disponibilizam produtos com informações atualizadas e

precisas sobre as condições gerais do ambiente operacional, as influências das

condições meteorológicas no terreno, contribuindo para consciência situacional e a

superioridade em informações. A importância de um entendimento completo sobre a

área de operações para o Comando, em todos os níveis, torna esse apoio prioritário

para a geoinformação (BRASIL, 2016b).

Em proveito da função de combate Movimento e Manobra, a Geoinformação

pode prover informações e produtos que permitem a visualização do terreno e suas

condições, de forma a facilitar o planejamento dos trabalhos necessários de

engenharia para garantir a mobilidade à manobra planejada (BRASIL, 2016b).

Estão entre as possibilidades de apoio de Geoinformação ao Movimento e a

Manobra a capacidade de identificar corredores de mobilidade e vias de acesso, de

informar as condições de mobilidade nas estradas e nas vias de acesso, de analisar

as condições de cobertas e abrigos naturais, de identificar locais favoráveis ao

pouso de helicópteros e à zonas de lançamento de cargas aerotransportadas, de

mostrar as linhas de observação sobre as rotas de patrulhamento ou de

deslocamento de tropas, de levantar possíveis locais de emboscadas ou áreas de

engajamento e de lançamento de obstáculos (BRASIL, 2016b).

53

No contexto da função de combate Inteligência, a geoinformação provê

produtos que facilitam o entendimento do Inimigo, do terreno e das considerações

civis. No Processo de Integração do Terreno, Inimigo, Condições Meteorológicas e

Considerações Civis (PITCIC), a Geoinformação contribui fornecendo mapas digitais

e produtos de análise do terreno, bem como, informações sobre as possibilidades de

trabalhos da engenharia do inimigo, visualização de campos de tiros e áreas de

engajamento, facilitando a análise de inteligência das possíveis linhas de ação da

força oponente (BRASIL, 2016b).

A Geoinformação contribui com a função de combate Fogos por meio do

fornecimento de produtos que permitem visualizar o terreno com precisão e em três

dimensões, facilitando a busca de alvos e a confecção do Plano de Fogos. São

exemplos desse apoio: o levantamento de campos de observação e de tiro, a

produção de informações sobre possíveis posições de Artilharia e as condições de

transitabilidade do terreno para a mudança de posição das unidades de Artilharia

(BRASIL, 2016b).

Em benefício da função de combate Proteção, a Geoinformação pode apoiar

o planejamento da defesa e da segurança das instalações, das infraestruturas

críticas e das tropas por meio de produtos e do assessoramento técnico que

permitem visualizar os aspectos relevantes referente ao ambiente operacional,

possibilitando, por exemplo, identificar corredores de mobilidade, vias de acesso,

campos de observação e de tiro que incidem sobre o objeto a ser protegido, bem

como, projetar possíveis efeitos de desastres naturais (BRASIL, 2016b).

A Geoinformação também pode contribuir com a Função de Combate

Logística por meio do fornecimento de produtos que permitam a avaliação do

ambiente operacional e seus reflexos para a logística. Entre as possibilidades de

Geoinformação nesse apoio, estão: o levantamento de informações sobre as

possíveis áreas para desdobramento de instalações logísticas, a disponibilização de

dados sobre recursos locais e as condições dos eixos de suprimento (BRASIL,

2016b).

8. UMA PROPOSTA DE ADEQUAÇÃO DA ESTRUTURA DOS G CMDO ENG EM

AP A FTC (O GRUPAMENTO DE ENGENHARIA).

A estrutura dos G Cmdo de Eng é base para a transformação do Sistema de

Engenharia do Exército Brasileiro. A doutrina, o pessoal, o material, os fatores da

54

dimensão humana e os fatores da decisão necessitam ser integrados às novas

exigências do emprego dos elementos de engenharia nos diversos escalões da

Força Terrestre Componente, não englobando neste estudo os Escalões de

Operações Conjuntas com a demais Forças Armadas.

Em particular, o Grupamento de Engenharia no nível tático de emprego, que é

voltado ao cumprimento do apoio a uma FTC (escalões Grande Comando Operativo

e Grande Unidade), necessita de uma estrutura mínima para planejamento, emprego

e condução de ações continuadas e futuras, que permitam a adequada geração de

forças, visando economizar meios e tempo par ao cumprimento de suas atribuições.

A proposta apresentada tem o propósito de servir de subsídio ao estudo

continuado da composição das estruturas de um Grupamento de Engenharia com

capacidade de apoiar uma FTC nos níveis Divisão e outros G Cmdo, e como foi

verificado na maioria das capacidades exigidas em um ambiente de rápidas

mudanças no perfil dos atuais conflitos militares, promovendo o conhecimento

integrado desse poder de apoio ao combate por parte dos integrantes do Exército

Brasileiro e das demais Forças Armadas.

Atualmente a estrutura dos Grupamentos de Engenharia existentes e previstos

em doutrina encontram-se de acordo com o quadro resumo que se segue:

Do estudo levantado pode-se extrair a seguinte proposta:

Figura 20 - O Grupamento de Engenharia da FTC (PROPOSTA)

55

8.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO GRUPAMENTO DE ENGENHARIA

A estrutura do Grupamento de Engenharia tem como objetivo principal

prestar o apoio de engenharia aos G Cmdo Operacionais e GU, compondo

atividades e tarefas das funções de combate. Para isso, possui uma constituição

variável com a finalidade de adequar-se às imposições dos conflitos modernos.

O Grupamento estrutura-se organicamente com: Estado-Maior, Centro de

Operações, Companhia de Comando, Base Administrativa, Unidades de Engenharia

de Combate, Unidades de Engenharia de Construção e Módulos de Engenharia.

O EM geral é voltado para apoio às necessidades de planejamento do Cmdo

do Gpt e capacitado para o comando e controle dos elementos orgânicos, traduzindo

com oportunidade os dados necessários a consciência situacional do Cmdo.

O Centro de Operações voltado para o apoio externo do G Cmdo, composto

por elementos de Ligação das U/SU/Eqp Esp. Cabe ao COp o planejamento

integrado às células funcionais dos Grandes Comandos, possibilitando o

assessoramento nos assuntos ligados o emprego da engenharia aos demais

elementos militares e permitindo liberdade de ação aos Cmt U/SU/Eqp Esp

subordinados.

A Cia Cmdo é dotada de elementos com capacidade de mobiliar os G Cmdo

Operativos, para compor as células que exijam conhecimentos específicos de

engenharia. Isso, além das atribuições normais de apoio ao EM e COp do Gpt E.

A Base Administrativa (B Adm) tem atribuição de absorver as atividades da

divisão de Apoio Geral (DAG) do Grupamento. Com a atividade administrativa

centralizada, a B Adm incumbe-se de orientar e otimizar a aplicação dos recursos

humanos e material voltados à vida orgânica do Gpt E, permitindo aos elementos do

COp à gestão de pessoal e material voltados às operações de forma cerrada e

oportuna.

Os Batalhões de Engenharia de Combate cumprem as atividades e tarefas

com prioridade a Zona de Combate, com base nas capacidades existentes, sendo

necessária a adequação de conhecimentos de material de alta tecnologia para

potencializar o emprego dos elementos de engenharia na execução de seus

trabalhos.

Os Batalhões de Engenharia de Construção cumprem seu papel de

potencializar os trabalhos realizados em determinadas atividades, como apoio geral

de engenharia, na ZC desonerando os BE Cmb, e principalmente na ZA.

56

Os módulos de Engenharia têm a missão de potencializar, na medida certa,

o apoio de engenharia, focalizando os esforços nos efeitos desejados dos trabalhos

de engenharia e não mais em dosagens cartesianas doutrinárias conhecidas. De

outro modo, com emprego de equipes especializadas, podendo inclusive utilizar

especialistas não militares em conjunto aos militares, como Estruturas Estratégicas

adjudicadas para um esforço militar, como exemplo em transportes especializados.

Outras tarefas possíveis dos Módulos, com frações que podem variar de

SU/PEL/Eqp Esp, são o mergulho, camuflagem, desativação de explosivos

improvisados, abertura de passagens em operações de infiltração, suprimento,

atividades logísticas de engenharia. Tal medida permitirá o emprego descentralizado

e com tarefas específicas.

Conclui-se, parcialmente, que a proposta de adequação da estrutura de um

Grupamento de Engenharia em apoio a FTC atende as atuais necessidades e

evoluções do combate moderno de amplo espectro, o que exige a capacidade de

gerar forças de apoio com oportunidade e com meios necessários ao cumprimento

de ações cada vez mais diversificadas, conforme quadro que se segue:

QUADRO DE ESTRUTURAS DOS GRUPAMENTOS DE ENGENHARIA

ESCA

LÃO CMNE CMA CMO CMS CML CMN CMP CMSE

FTC

Dout

Atual

Propo

sta

FTC

Gpt E 1º Gpt

E

2º Gpt

E

3º Gpt

E

4º Gpt

E

5º Gpt

E

Não

Não

Não

há Gpt E Gpt E

Cmdo 1 1 1 1 1 - - - 1 1

EMG 1 1 1 1 1 - - - 1 1

EME - - - - - - - - 1 1

COp 1 1 - - - - - - -

BAdm - - - - - - - - - 1

Cia

Cmdo 1 1 1 - - - - - 1 1

BE

Cmb 1 - 1 2 2 - - 1 2 2

BEC 4 4 1 1 - 1 1 - 2 1

57

ESCA

LÃO CMNE CMA CMO CMS CML CMN CMP CMSE

FTC

Dout

Atual

Propo

sta

FTC

Mod

Eng - - - - - - - - - (*)

SU

Ind - 1 - - - - - - - (*)

CRO 1 1 1 2 1 1 1 1 - (*)

Dest

DAE - - - - - - - 1 - (*)

GEO - - - - - - - - 1 (*)

Figura 21 – Quadro resumo da estrutura dos Grupamentos de Engenharia (*) inseridos no Módulos de Engenharia, quando necessários. Fonte: autor

9. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O Exército Brasileiro participa ativamente da História do Brasil. A engenharia

militar vem acompanhando esta evolução, de forma qualitativa e quantitativa ao

apoio de engenharia às operações, ao qual foi criado para proporcionar mobilidade

às forças em campanha, atendendo à velocidade de progressão e aos requisitos

operacionais dos novos meios de combate, conforme o manual de campanha C 5-1

(1999, p. 1-1).

A Estratégia Nacional de Defesa compulsou ao Exército estudos,

planejamentos e projetos para seu emprego futuro nos cenários de 2015, 2022 e

2030. Desta forma, o trabalho levantou dados e reflexões à luz da doutrina de

emprego da Engenharia para o adequado apoio a Força Terrestre Componente,

facilitando o planejamento e execução das operações terrestres dentro das funções

de combate, no contexto de uma operação conjunta (BRASIL, 2016a).

A constituição e organização variáveis, enquadrando meios da Força

Terrestre adjudicados ao Comando Operacional, bem como de outras Forças

Singulares necessários à condução das suas operações foi notabilizado como

direção para a verificação da estrutura de engenharia no Comando de Engenharia

da FTC (CEFTC), em seus diversos escalões (BRASIL, 2014b).

Em função disto, quando se implementaram alterações no funcionamento da

FTC, abriu-se uma nova frente de discussão no que se refere à forma como a

58

Engenharia precisaria estar organizada para prestar seu apoio. Dentro do contexto

da necessidade, a fim de garantir a execução do apoio de engenharia, o trabalho

mostrou uma resolução do problema ao propor uma estrutura do Grupamento de

Engenharia para o devido suporte às diversas funções de combate existentes em

apoio a operação da FTC, nos níveis até Divisão de Exército.

Para isso, foi pontuado o Comando Militar do Sul que tem sido palco de

experimentações doutrinárias no planejamento de Operações dentro da nova

proposta doutrinária de emprego da FTC. Exercícios das Brigadas de Infantaria

Mecanizada (Bda Inf Mec) e Blindada (Bda Bld) são racionalizados entre a Doutrina

e o que se tem disponível nas estruturas da Unidades de Engenharia, como os

relatórios da Operação IBICUÍ da 3ª Divisão de Exército, no ano de 2017, permitindo

mensurar disponibilidades e necessidades das atividades de mobilidade,

contramobilidade, proteção, apoio geral e geoinformação.

De acordo com o padrão lato sensu não foi aprofundado o conhecimento do

presente assunto. Destarte, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental

sobre o tema. Além das lições aprendidas na Op IBICUÍ, a análise das estruturas

dos cinco Grupamentos de Engenharia existentes no Exército Brasileiro e das

estruturas previstas na doutrina serviram de fundamento para as conclusões

apresentadas.

Desta forma, foram colhidos subsídios que possibilitaram levantar dados que

justificassem uma reestruturação da Arma de Engenharia, focando particularmente o

contexto do apoio à FTC.

As recomendações foram levantadas de acordo com o que se segue:

a. Ratifica-se que a estrutura dos Grandes Comandos de Engenharia deve

ser variável. As composições de meios, ora voltados à vertente de construção, como

o 2º Gpt E, ora mais voltada à vertente de combate, como o 4º Gpt E, mostram os

desafios e peculiaridades do atual estágio da Arma de Engenharia nos escalões do

Exército Brasileiro, exigindo flexibilidade e resiliência do Estado-Maior dos

Comandos Operacionais da Força Terrestre Componente para o planejamento e

emprego dos elementos de mobilidade, contramobilidade, proteção, apoio geral e de

geoinformação.

b. O CEFTC é composto pelo Comandante, com seu estado-maior geral e

especial, e pela Companhia de Comando, ativada quando necessário. Considerando

as operações no amplo espectro, o CEFTC pode dispor de um ou mais Gpt E e/ou

59

OM Eng, de acordo com a situação. Porém não apresenta as capacidades

necessárias para prover o apoio necessário às funções de combate nas operações,

o que necessita de um detalhamento quanto as tarefas básicas desse comando.

c. Com a nova proposta da NCD Nr 02, C Dout/COTER, quando houver

necessidade de se apoiar de forma mais cerrada uma Força Componente, o Grupo-

Tarefa Logístico de Engenharia (GT Log Eng) poderá enquadrar unidades de

engenharia de combate, construção, geoinformação, meio ambiente, patrimônio

imobiliário e outros. Nesse caso, pode ser adotada uma estrutura de Grupamento de

Engenharia forte em construção, mas que não necessite montar uma nova estrutura.

d. Há necessidade de adoção aos conceitos modularidade e flexibilidade por

parte da Engenharia Militar, atualmente bem destacados no manual da FTC.

e. Há necessidade de atualização do Manual C5-162 O Grupamento e o

Batalhão de Engenharia de Construção.

f. Há necessidade de atualização do C5-1 Emprego da Engenharia, colimando

o atendimento ao apoio por funções de combate e não mais em trabalhos técnicos

nas diversas operações.

g. As funções de combate permitem o emprego judicioso dos meios de

engenharia, com ênfase ao movimento e manobra e proteção ao apoio a FTC,

empregando a economicidade e mobilização de pessoal e material.

h. Há necessidade de capacitação dos elementos do EM do Gpt E junto aos

Comandos enquadrantes, com intuito de sincronizar as Táticas e Técnicas e

Procedimentos (TTP), contribuindo para a consciência situacional dos Comandantes

por meio do treinamento das células funcionais ativadas e permanentes da FTC.

i. Urge atualizar os QC/QCP das GU e G Cmdo Op com o cargo de Oficial de

Ligação de engenharia, para estudo permanente e o assessoramento direto aos

Comandantes Táticos nos assuntos de engenharia, liberando os Cmt das U de

engenharia de suas duplas funções: de oficiais de engenharia das GU/G Cmdo e de

Cmt das OM engenharia subordinadas.

j. Há necessidade de aplicação dessa e de outras estruturas de Comandos de

Engenharia nos Exercícios de Simulação de Combate, como o uso do programa

COMBATER, com a finalidade de testar a organização dessa proposta, antes

mesmo de uma possível aplicação em exercícios e ou operações.

60

Este trabalho foi realizado para servir de ferramenta aos planejamentos

futuros da Arma de Engenharia, de forma sumária às estruturas dos grandes

comandos de engenharia e pontualmente ao grupamento de engenharia.

Por fim, os projetos de transformação do Exército, e em particular da Arma de

Engenharia buscam a integração de suas atuais capacidades e o desenvolvimento

de novas, contribuindo para o cumprimento das atribuições constitucionais de

defesa, segurança e desenvolvimento nacional.

61

REFERÊNCIAS

BRASIL. Exército Brasileiro. Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Pub ME 21 – 253. Manual Escolar Formatação de Trabalhos Científicos. Rio de Janeiro, RJ, 2017.

BRASIL. Estado-Maior do Exército. Manual de Campanha C 5-162, O

GRUPAMENTO DE ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO, 1962. BRASIL. Estado-Maior do Exército. Manual de Campanha C 5-1, O

EMPREGO DA ENGENHARIA, 3ª Edição, 1999 (em revisão). BRASIL. Estado-Maior do Exército. Manual de Campanha C 5-7, O

BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE, 2ª Edição, 2001. BRASIL. Estado-Maior do Exército. Manual de Campanha C 5-31, A

ENGENHARIA DIVISIONÁRIA, 1ª Edição, 2003. BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 7276, Estrutura Militar de

Defesa. Brasília, 2010. _______. Estratégia Nacional de Defesa. Brasília, 2016a. ______. Doutrina de Operações Conjuntas (Volumes 1,2 e 3) – MD30-M-01 –

1ª Edição. Brasília, 2011. ______. Ministério da Defesa. MD35-G-01 Glossário das Forças Armadas –

– 4ª Edição. Brasília, 2007. ______. Ministério da Defesa. MD33-M-02 Manual de Abreviaturas, Siglas,

Símbolos e Convenções Cartográficas das Forças Armadas – 3ª Edição. Brasília, 2008.

______. MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. Manual de

Fundamentos EB20-MF10.103 Operações, 4ª Edição, 2014a. _______. Manual de Campanha – FORÇA TERRESTRE COMPONENTE -

EB20 – MC – 10.202 – 1ª Edição. Brasília, 2014b. _______. Manual de Campanha – FORÇA TERRESTRE COMPONENTE

NAS OPERAÇÕES - EB20 – MC – 10.301 – 1ª Edição. Brasília, 2014c. _______. Manual de Campanha – LISTA DE TAREFAS FUNCIONAIS- EB70

– MC – 10.341 – 1ª Edição. Brasília, 2014d. ____. Ministério da Defesa, Estado-Maior do Exército. EB20-MF-10.102:

Doutrina Militar Terrestre, 1. ed. 2014e. Brasília, DF.

62

______. MINISTÉRIO DA DEFESA. EXÉRCITO BRASILEIRO. Comando do Exército. EB10-IG-01.002 Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas do Exército –– 1ª Edição. Brasília, 2011.

_______. Exército Brasileiro. C 21-30 Manual de Abreviaturas, Símbolos e

Convenções Cartográficas – 4ª Edição. Brasília, 2002. _______. Exército Brasileiro. Manual de Campanha - A Divisão de Exército

– C 61-100 – 2ª Edição. Brasília, 1989. _______. Exército Brasileiro. Nota de Coordenação Doutrinária Nr 01/2016

– C Dout Ex/COTER, de 31 MAIO de 2016 b. _______. Exército Brasileiro. Nota de Coordenação Doutrinária Nr 02/2016

– C Dout Ex/COTER, de 31 MAIO de 2016 c. Portal do Comando Militar do Nordeste. Organograma do CMNE. Em <

http://www.cmne.eb.mil.br/index.php/component/content/article?id=372>. Acesso em: 16 de maio de 2016d.

Portal do 1º Grupamento de Engenharia. Em <http://www.1gec.eb.mil.br>.

Acesso em: 09 de setembro de 2018a. Portal do 2º Grupamento de Engenharia. Em <http://www.2gpte.eb.mil.br>.

Acesso em: 09 de setembro de 2018b. Portal do 3º Grupamento de Engenharia. Em < http://www.3gpte.eb.mil.br>.

Acesso em: 09 de setembro de 2018c. Portal do 4º Grupamento de Engenharia. Em <http://www.4gpte.eb.mil.br>.

Acesso em 09 de setembro de 2018d. Portal do Comando Militar do Leste. Em <http://www.cml.eb.mil.br/ultimas-

noticias/1043-criacao-e-ativacao-do-5-grupamento-de-engenharia-do-comando-militar-do-leste.html. Acesso em 09 de setembro de 2018e.

FILHO, Abílio Sizino de Lima. A Reestruturação da Engenharia de

Combate no contexto do Projeto de Força. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Política, Estratégia e Alta Administração Militar) - Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2011.

HASSLER, Carlos. O Comando de Engenharia do Comando Logístico da

Força Terrestre do Teatro de Operações Terrestre (CECLFTTOT). Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ciências Militares) - Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2005.

FILHO, Mário Cabral da Silva. A criação do 3º Grupamento de Engenharia

dentro da nova concepção estratégica da Engenharia Militar Brasileira. Trabalho de Conclusão de Curso (pós-graduação lato sensu Operações Militares) - Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2016.

63

SANTOS, Renato Araujo dos. A concentração dos trabalhos técnicos do

Nordeste no 1º Grupamento de Engenharia no contexto do Projeto Estruturante do Novo Sistema de Engenharia (PENSE). Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ciências Militares) - Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2016.

LUCENA, Luiz Castelliano. Um Breve Histórico do Instituto Militar de

Engenharia – IME. (Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, 1792), 2005.

Proposta para artigo para Boletim Informativo dos O Lig do Exército

Brasileiro junto aos centros de excelência do Exército dos Estados Unidos da América, edição 3 – maio/junho – MSCoE, Missouri, 2018.

ARAÚJO, Emerson. Histórico. Publicado Segunda, 21 de setembro de 2015,

16h39 atualização em Quarta, 09 de maio de 2018, 13h41 | Acessos: 3044.

Disponível em: <http://www.2gpte.eb.mil.br/historico.html> Acesso em: 09 setembro

2018.