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A estrutura editorial aplicada ao livro digital: uma reflexão sobre a con- dução interava do processo de leitura The editorial structure applied to eBook: a reflecon about the interac- ve conducon of reading process La estructura editorial aplicada a libros electrónicos: una reflexión sobre la interacva conducción del proceso de lectura Alexsandro Stumpf 1 e Berenice Gonçalves 2 Resumo Este argo apresenta uma reflexão sobre as possibilidades de navegação interava em livros digitais em formato .ePub, tendo como base os elementos que compõem a estrutura editorial do livro, a saber: capa, sumário, notas de referência e o potencial de recursos hipermidiácos como links, vídeo, animação e outros. O método de pesquisa pautou-se em um estudo bibliográfico e analíco, a parr da estrutura editorial normazada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e as especificidades do formato .ePub. Como resultados, apresentam-se as potencialidades de navegação e lei- tura idenficadas a parr dos elementos pertencentes a estrutura editorial do livro digital. O estudo objeva contribuir para connuidade e avanço nos estudos dirigidos ao campo do livro digital. Palavras-chave: livro digital, navegação, estrutura editorial. Abstract This paper presents a discussion on the possibilies of interacve navigaon in .ePub eBooks, based on the elements that compose the editorial structure of the book, namely: cover, summary, reference notes and the potencial of hyper- midia resource, such as video, animaon and others. The research method consisted of a literature research and analy- cal, from the editorial structure as regulated by the Brazilian Associaon of Technical Standards - ABNT and the specific .ePub format. As a result, presents the potenal for browsing and reading from the idenfied of elements with the structure of the eBook. The study aims to contribute to connuity and progress in studies directed to the field of eBook. Keywords: eBook, navegaon, editorial structure. Resumen Este arculo presenta una discusión sobre las posibilidades de navegación interacva en libros electrónicos .ePub, basa- do en los elementos que componen la Estructura editorial del libro, a saber: cubierta, resumen, notas de referencia y el potencial de las hypermidia de recursos, tales como video, animación y otros . El método de invesgación consisó en una literatura de invesgación y de análisis, de la estructura editorial, según lo dispuesto por la Asociación Brasileña de Normas Técnicas - ABNT y el formato .ePub específico. Como resultado, se presenta el potencial para la exploración y lectura desde el idenficado de elementos con la estructura del libro electrónico. El estudio ene como objevo contri- buir a la connuidad y el progreso en los estudios dirigidos al campo de libro electrónico. Palabras claves: libro digital, navegacion, estructura editorial. 1. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Design e Expressão Gráfica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Con- tato: [email protected] 2. Doutora em Engenharia da Produção pela UFSC e professora do Programa de Pós-Graduação em Design e Expressão Gráfica da UFSC. Contato: bere@floripa.com.br

A Estrutura Editorial Aplicada Ao Livro Digital

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A estrutura editorial aplicada ao livro digital: uma reflexão sobre a con-dução interativa do processo de leituraThe editorial structure applied to eBook: a reflection about the interacti-ve conduction of reading process La estructura editorial aplicada a libros electrónicos: una reflexión sobre la interactiva conducción del proceso de lectura

Alexsandro Stumpf1 e Berenice Gonçalves2

Resumo

Este artigo apresenta uma reflexão sobre as possibilidades de navegação interativa em livros digitais em formato .ePub, tendo como base os elementos que compõem a estrutura editorial do livro, a saber: capa, sumário, notas de referência e o potencial de recursos hipermidiáticos como links, vídeo, animação e outros. O método de pesquisa pautou-se em um estudo bibliográfico e analítico, a partir da estrutura editorial normatizada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e as especificidades do formato .ePub. Como resultados, apresentam-se as potencialidades de navegação e lei-tura identificadas a partir dos elementos pertencentes a estrutura editorial do livro digital. O estudo objetiva contribuir para continuidade e avanço nos estudos dirigidos ao campo do livro digital.

Palavras-chave: livro digital, navegação, estrutura editorial.

Abstract

This paper presents a discussion on the possibilities of interactive navigation in .ePub eBooks, based on the elements that compose the editorial structure of the book, namely: cover, summary, reference notes and the potencial of hyper-midia resource, such as video, animation and others. The research method consisted of a literature research and analyti-cal, from the editorial structure as regulated by the Brazilian Association of Technical Standards - ABNT and the specific .ePub format. As a result, presents the potential for browsing and reading from the identified of elements with the structure of the eBook. The study aims to contribute to continuity and progress in studies directed to the field of eBook.

Keywords: eBook, navegation, editorial structure.

Resumen

Este artículo presenta una discusión sobre las posibilidades de navegación interactiva en libros electrónicos .ePub, basa-do en los elementos que componen la Estructura editorial del libro, a saber: cubierta, resumen, notas de referencia y el potencial de las hypermidia de recursos, tales como video, animación y otros . El método de investigación consistió en una literatura de investigación y de análisis, de la estructura editorial, según lo dispuesto por la Asociación Brasileña de Normas Técnicas - ABNT y el formato .ePub específico. Como resultado, se presenta el potencial para la exploración y lectura desde el identificado de elementos con la estructura del libro electrónico. El estudio tiene como objetivo contri-buir a la continuidad y el progreso en los estudios dirigidos al campo de libro electrónico.

Palabras claves: libro digital, navegacion, estructura editorial.

1. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Design e Expressão Gráfica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Con-tato: [email protected]

2. Doutora em Engenharia da Produção pela UFSC e professora do Programa de Pós-Graduação em Design e Expressão Gráfica da UFSC. Contato: [email protected]

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Introdução

No atual cenário do livro digital, pouco se discute sobre a forma com que a estrutura editorial se estabelece no processo de leitura de obras com caráter hipermidiático. O fato de existirem inúmeros formatos de arquivos e diversos software responsáveis pela abertura desses formatos, requer do usuário um certo conhecimento da interface3 do livro digital para que a navegação pela obra ocorra de forma satisfatória.

O usuário do livro digital defronta-se com uma dupla possibilidade de navegação. Uma delas com base na interface do software de leitura e a outra mediante a navegação pelos elementos editoriais que passam a ser conectados por meio de links, conduzindo o leitor de um ponto a outro do conte-údo da obra com um simples clique. Essas conexões permitem, ainda, explorar conteúdos externos ao livro que podem auxiliar no entendimento de determinado assunto. Isso não significa, necessa-riamente, uma ruptura no andamento da leitura. A escolha de clicar no link torna-se uma decisão do usuário.

Neste artigo, pretende-se demonstrar que o livro, em seu formato digital, pode apropriar-se da estrutura editorial dos livros tradicionais, explorando, a partir desta, recursos interativos vinculando os textos a uma linguagem hipermidiática. Essa linguagem se faz possível mediante as possibilidades de inserção de elementos multimidiáticos como áudio, vídeo e animações, que também passam a se conectar com o conteúdo do livro.

Para tanto, como método de pesquisa, realizou-se um estudo analítico dos elementos que compõem a estrutura editorial do livro digital , a fim de demonstrar as potencialidades no modo como a sequ-ência de leitura passa a ser configurada no cenário das novas tecnologias. Esta análise apresenta como base de referência o documento de normatização da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, NBR 6029 (2006), que estabelece os princípios gerais para apresentação dos elementos que constituem o livro.

Antes disso faz-se necessário compreender como o livro digital é constituído e qual a nova lingua-gem que se torna presente nos livros eletrônicos de caráter interativo.

O livro digital

O livro digital, também chamado de livro eletrônico, ou eBook, abrange “[...] desde um simples arquivo digital do conteúdo de um livro até ao arquivo digital acompanhado pelo software que pos-sibilita o acesso e a navegação do conteúdo” (FURTADO, 2006:44).

Para Procópio, o eBook compreende: o software reader (aplicativo que auxilia na leitura do livro na tela); o dispositivo de leitura (o recipiente ou o suporte dos livros); o livro (o título em si ou a obra escrita) (PROCÓPIO, 2010). Segundo Stumpf e Gonçalves, pode-se considerar ainda como elemento integrante do livro, o formato do arquivo em que a obra será disponibilizada para o público, pois é com base no formato do arquivo que os recursos de navegação e interatividade são estruturados (STUMPF; GONÇALVES, 2010).

3. Interface representa a mediação da interação entre o usuário e o objeto [material ou imaterial] e ela deve ‘conversar’ com o usuário mostrando a ele como interagir com o objeto (BONSIEPE, 1997:10).

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Atualmente os novos formatos de arquivos de leitura associados às últimas versões de computado-res ultraportáteis, como os tablets4, por exemplo, trouxeram ao universo do livro, novas formas de leitura. O formato de arquivo .ePub5, inserido no mercado editorial com objetivo de democratizar o livro eletrônico e proporcionar ao público uma experiência de leitura mais satisfatória do que o tradicional formato .PDF6, resultou no início de uma nova fase do livro digital, à qual Procópio define como “revolução dos e-books” (PROCÓPIO, 2010).

A apresentação visual de um texto em formato .ePub, diferentemente dos arquivos .PDF, se ajusta à tela do dispositivo conforme o aumento ou diminuição do corpo da fonte, permitindo ainda recursos de marcações e busca por trechos ou palavras-chave, alteração da cor de fundo da “página”, navega-ção por hiperlinks, visualização de imagens coloridas, entre vários outros recursos que se aproximam mais da linguagem web do que da linguagem do livro tradicional.

Não bastassem todas essas possibilidades de ajustes e conexões pelos elementos textuais, a atual versão do formato .ePub7 proporciona a inserção de recursos multimidiáticos, como som, anima-ções e vídeo, até então característicos de aplicativos com programação fechada, como os arquivos .app, que operam apenas em plataformas computacionais específicas. No caso da extensão .ePub, por ser um formato aberto, construído com base na linguagem de programação XHTML, sua leitura pode ser feita em qualquer sistema operacional, sendo interoperável entre diferentes dispositivos e aplicativos de leitura (IDPF, 2012). Os recursos de interação de um livro em formato .ePub ficam restritos apenas aos modelos de software necessários para abertura do arquivo, os quais precisam ser programados de forma a suportar a inserção dos recursos multimídia.

No formato .ePub é possível desenvolver dois tipos distintos de layout, a saber, baseado no “texto fluído”ou no “layout fixo”. O texto fluído permite ao usuário a moldagem do layout diante das pos-sibilidades de ajustes de corpo e estilo da fonte disponibilizados pelo software de leitura. No layout fixo, há uma diretriz mais clara de projeto quanto ao desenvolvimento de recursos interativos. Entre-tanto, como o próprio nome sugere, a estrutura do texto permanece fixa à tela do dispositivo.

A possibilidade de incorporar áudio, vídeo e animações no conteúdo do livro digital, estabelecendo conexões desses elementos com o texto por meio de hiperlinks, altera a visão tradicional de leitura do livro. A leitura passa a estar associada a uma nova linguagem, a hipermídia.

A linguagem hipermidiática no livro digital

Para Santaella, “a linguagem da hipermídia se constitui no hipertexto fundido à multimídia” (SAN-TAELLA, 2007:4-5). Em vez de um fluxo linear de texto – característica própria da linguagem verbal

4. Tablets podem ser definidos como computadores móveis em formato de tabuletas com telas sensíveis ao toque, interação por gestos e conexão sem fio à Internet. (AGNER, 2011)

5. O ePub é um arquivo produzido em XHTML, basicamente os mesmos códigos usados por uma página simples da Internet (HTML), acompanhado de uma folha de estilos .css para o controle do design e da diagramação. Imagens e fotos são embaladas, junto com o conteúdo – um arquivo para cada capítulo, em um arquivo com extensão .ePub. (MELO, 2011)

6. Portable Document Format.

7. Atualmente o formato .ePub, desenvolvido pelo International Digital Publishing Fórum – IDPF, está na sua versão 3.0. O IDPF é composto por um grupo de profissionais do meio editorial que promovem o desenvolvimento de aplicativos de editoração eletrônica e produtos que beneficiam os criadores de conteúdo, fabricantes de sistemas e o público consumidor.

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impressa –, no livro digital, a leitura pode ocorrer a partir de caminhos distintos. Santaella comenta que “a não linearidade é uma propriedade do mundo digital e a chave-mestra para a descontinuida-de se chama hiperlink, [...] um conector especial que aponta para outras informações disponíveis e que é o capacitador essencial do hipertexto e da hipermídia” (SANTAELLA, 2011:5).

Uma conceituação ainda mais completa sobre hipermídia pode ser observada pelas palavras de Machado,

[...] a hipermídia é um conjunto que compreende o hipertexto e apresenta imagens estáticas e dinâmicas, sons (músicas, trilhas, ruídos, sinais de advertência), animações, filmes texto. Enfim, é um campo em que se estabelece a inter-relação entre elementos resultantes de linguagens distintas. Estes, por sua vez, pas-sam a serem associados em uma fronteira fluídas de sua linguagem referencial e assumem características que determinam uma nova e outra linguagem. (MACHADO apud SILVA, 2007:25)

Para Nielsen, se o som e a imagem forem integrados cuidadosamente “podem auxiliar a usabilidade, tomando o conteúdo não apenas mais divertido e ‘imersivo’, mas também mais acessível” (NIELSEN, 2007:352). Com isso, o público-leitor fica cada vez mais exigente e, muitas vezes, em vez de folhar as páginas do livro, busca navegar pelos vários recursos que os novos aplicativos de leitura digital possibilitam.

Ler na tela de um computador requer um envolvimento diferenciado por parte do usuário. Segundo Coelho “o prazer que vem da leitura exige disciplina do leitor, disciplina essa que se adquire ao longo do tempo” (COELHO, 2010:173).

A leitura e a navegação interativa no livro digital

O processo de leitura no livro digital depende do formato em que o arquivo do livro foi publicado. O texto, em alguns formatos, não comporta o texto fluído, tornando as páginas estáticas. Há casos em que nem mesmo são aproveitados os recursos de hiperlinks, capazes de conduzir o leitor para uma parte desejada da obra. Muitas vezes os recursos de navegação8 ficam atrelados exclusivamente ao controle do zoom e à rolagem das páginas, sem apresentar qualquer atrativo ou possibilidade de interação com a interface do livro digital.

Assim, para que a leitura no livro digital possa ser confortável e prazerosa é necessário planejar a sua estrutura com base nas potencialidades de interação e no envolvimento com o usuário. Os per-cursos de navegação estão atrelados à maneira de como a estrutura editorial do livro é apresentada na interface do livro digital. A condução da leitura, em vez de ser estabelecida pelo simples flip9 da página pode ser apresentada por meio de um simples hiperlink ou através da inserção de um áudio ou de um vídeo no conteúdo do texto.

Segundo Chartier, “a leitura diante da tela é uma leitura descontínua, segmentada, mais atrelada ao fragmento que à totalidade” (CHARTIER, 2011:253). Mesmo o livro contendo sua unidade de escrita

8. Navegação em um ambiente hipermídia é o deslocamento do usuário no espaço formado pelos nós e pelas ligações. (ULBRICHT, 2006 apud PADOVANI, 2008:9).

9. O flip corresponde à passagem de uma página para outra no ambiente virtual, de forma a mimetizar a virada de páginas dos livros tradicionais.

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não significa que o leitor precisa seguir a mesma ordem pré-definida pelo autor. Então, por que não propor ao leitor mais possibilidades de interação com outros elementos até então impensáveis nas obras tradicionais?

A especificidade da leitura realizada no livro digital depende da interação do usuário com a interface do aplicativo de leitura e/ou com a interface relativa ao conteúdo da obra. Entretanto, quando se fala em livro digital interativo, o conceito de interação associa-se à relação homem-computador, ou seja, a interação ocorre por meio de um comando acionado pelo usuário na interface gráfica do livro.

Chartier esclarece que o livro é um suporte para o texto. Segundo o autor, não é apenas o conteúdo dos textos que produz sentido, mas também os aparatos materiais. E quando o aparato material passa a ser a tela do computador, a recepção do texto ganha novos significados. (CHARTIER apud MARTINS, 2011)

O termo “livro interativo” passou a ser utilizado, no cenário mercadológico, para representar livros que permitem um alto nível de interação com elementos hipermidiáticos presentes nas interfaces das obras digitais.

Para que essa interação ocorra de modo satisfatório ao usuário, é necessário que o sistema – neste caso trata-se do livro digital – seja produzido de forma a proporcionar uma boa usabilidade10. O usu-ário/leitor precisa se sentir confortável e estimulado à prática da leitura. A interface deve ser agradá-vel e os links de navegação devem atender às expectativas do público leitor. Portanto, é preciso que se tenha muito cuidado no processo de construção do livro digital para não frustrar o usuário, pois diante de tantas possibilidades de conexões em uma obra eletrônica, a navegação pelo conteúdo do texto precisa fluir e os recursos de áudio, vídeo e animações devem fazer parte do contexto da obra, sendo estes elementos contribuintes no processo de compreensão geral do conteúdo do livro. O uso da hipermídia deve facilitar o entendimento do texto e estimular o processo de leitura.

Segundo Farbiarz e Farbiarz, “a mudança de suporte do papel para o eletrônico supõe não somen-te novos usos, mas, principalmente, novas abordagens com a produção de novos sentidos que, no entanto, estão atrelados ao repertório constituído sobre o livro impresso” (FARBIAZ; FARBIAZ, 2010:127). Entretanto, o livro digital, constituído da apresentação visual da obra em um arquivo eletrônico + software de leitura + dispositivo digital, e ainda com possibilidades de conexões com diversos recursos midiáticos e com a internet, resultam em uma abordagem atrelada também ao repertório da linguagem digital interativa.

Segundo Kalbach, a navegação tem grande importância ao moldar nossas experiências no conteúdo navegado, pois é através dela que um usuário se sentirá satisfeito ou frustrado ao atender ou não suas necessidades. O que se almeja nos livros digitais, atualmente, são escolhas corretas de sistemas de navegação que venham a permitir uma boa usabilidade ao leitor, seja por meio da navegação através da interface do aplicativo ou a partir das possibilidades do formato. (KALBACH, 2009)

10. Usabilidade refere-se à quão fácil é para o leitor interagir com o livro e utilizá-lo para atingir seus objetivos (ler, buscar, anotar, etc). Um livro é mais útil quando é fácil de navegar, atende as necessidades e expectativas do leitor e proporciona uma experiência satisfatória (RODRIGUES, 2011:7).

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A seguir são apresentados dois softwares com interfaces e recursos distintos para navegação no livro digital. A primeira imagem contempla uma obra com mais recursos gráficos. A segunda é composta basicamente de texto.

 

Figura 1. Interfaces de software de leitura para livros digitais. À esquerda, software iBooks. À direita, software Adobe Digital Editions.

(Fonte: WWF-Brazil; São Paulo State Environmental Secretariat, 2011; Garrish, 2011).

Para avaliar como os elementos de navegação devem ser apresentados em um livro digital, desta-cam-se, a seguir, a estrutura editorial proposta na normatização NBR 6029:2006, elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, com o propósito de identificar a aplicação desses componentes na estrutura editorial do livro em formato digital.

A estrutura editorial do livro digital em formato ePub

Segundo a ABNT (2006), a estrutura de um livro é constituída pelas partes externa (embalagem/capa) e interna (miolo) e cada uma dessas partes comporta uma série de elementos que constituem o livro:

1) Parte externa: - sobrecapa, capa, folhas de guarda, lombada, orelhas;2) Parte interna: - elementos pré-textuais: falsa folha de rosto, folha de rosto (anverso e verso), errata, dedicatória, agradecimento, epígrafe, lista de ilustrações, lista de tabelas, lista de abre-viaturas e siglas, lista de símbolos, sumário.- elementos textuais (conteúdo da obra, antecedido, opcionalmente, por prefácio e/ou apresentação): página capitular, páginas de conteúdo (formada pela mancha gráfica), notas (de referência, de rodapé, explicativas), legenda, tabela, ilustração;- elementos pós-textuais: posfácio, referências, glossário, apêndice, anexo, índice, colo-fão.

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A seguir são apresentadas as possibilidades de inserção da estrutura editorial no livro digital de cará-ter hipermidiático, bem como seu potencial interativo. As proposições são descritas com base na análise da estrutura editorial normatizada pela ABNT, destacando as particularidades dos elementos editoriais para adequação ao formato digital .ePub.

Capa e sumário

No livro digital há duas possibilidades de inserção da capa e do sumário do livro. Isto porque o sof-tware leitor apresenta um campo de abertura do livro que incorpora a imagem da capa e o sumário. Além disso, é possível também, e isso fica a critério do projeto gráfico do livro, manter a capa e o sumário no corpo do conteúdo.

Desta forma, percebe-se que, na navegação pela interface do sotfware à estrutura editorial não mantém a mesma sequência proposta pela ABNT. Entretanto, pela diagramação do arquivo .ePub, sua ordem se mantém, seguindo um posicionamento de hierarquia logo após a folha de rosto.

Folha de rosto e créditos

O anverso da folha rosto apresenta-se, geralmente, logo após a capa. Há possibilidades de inserir links no logotipo da editora direcionando para o respectivo site, ou fazer um link interno no nome do autor, conduzindo o leitor para a nota biográfica, por exemplo.

Já no anverso, sugere-se que os créditos, ficha catalográfica, dados para contato da editora, para não poluir visualmente o material, sejam disponibilizados em uma seção separada do conteúdo da obra. A navegação até esses elementos pode ser estabelecida pelo scrolling (rolagem) das páginas, posi-cionado na base inferior do software de leitura11 ou, de forma mais fácil, pelo hiperlink posicionado no sumário do livro.

Lista de figuras

Entre os elementos que compõem a estrutura editorial orientados pela ABNT estão as listas de figu-ras, de tabelas, e de siglas. Estas listas apresentam um grande potencial de interatividade por meio de hiperlinks que direcionam o usuário para a seção específica do livro onde esses elementos estão inseridos.

Na figura a seguir, por exemplo, é apresentada uma lista de imagens organizadas na interface de dois livros específicos, onde cada número da lista corresponde a uma determinada fotografia. Ao clicar em um número específico dessa lista, o usuário é levado até a imagem pretendida.

11. Em alguns softwares, o scroolling também pode estar localizado na lateral direita da página.

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 Figura 2. Lista interativa de imagens. À esquerda, lista de imagens do livro digital Guide to the birds of São Paulo’s Atlantic Forest, com

indicação do número da imagem. À direita, página direcionada após o hiperlink.

(Fonte: WWF-Brazil; São Paulo State Environmental Secretariat, 2011).

Página capitular e de conteúdo

A abertura dos capítulos nos livros digitais pode ser apresentada de forma a dar destaque para o título principal do capítulo, por exemplo. A possibilidade do uso de cores ao texto12 no ambiente vir-tual é um dos recursos que deve ser pensado no momento da produção do design editorial da obra.

Geralmente, a abertura do capítulo no livro digital ocorre por meio do hiperlink acionado no sumá-rio. No formato .ePub com layout de texto fluído, não há necessidade de se manter um espaço em branco antes do título principal do capítulo, pois a lógica de páginas é diferenciada no meio eletrô-nico. Dependendo do tamanho do corpo do texto, o início do capítulo pode ser direcionado para a página da direita ou da esquerda, isso quando o software de leitura apresenta, na sua interface, essa possibilidade de distinção entre páginas.

A maioria dos software disponíveis no mercado para exibição do formato .ePub, não apresenta uma distinção de página esquerda e direita. O conteúdo corre em um único bloco de texto que se ajusta à tela do dispositivo. As páginas de conteúdo seguem, geralmente, uma sequência linear. A não linea-ridade da leitura se faz mais presente ao passo em que os hiperlinks são adicionados pelo conteúdo da obra, conduzindo o leitor para outras partes do livro.

12. A utilização de cores neste contexto está sendo generalizada para a maioria dos dispositivos que já comportam a visualização colorida na tela. Evidentemente que para a leitura em aparelhos com tela em preto e branco, não cabe inserir uma cor diferenciada ao título.

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Notas de rodapé/referência

Na necessidade de serem inseridas notas no livro digital, a utilização de hiperlinks torna-se funda-mental para facilitar a navegação do usuário. Ao clicar na nota, o usuário é conduzido para o texto correspondente.

Em livros digitais, as notas são geralmente posicionadas ao final do livro ou do capítulo, uma vez que elas não necessitam mais serem inseridas em rodapé da página para fazer parte da mancha do texto, como se costuma perceber no livro tradicional. No digital, o importante é que, ao clicar na nota, o hiperlink conduza o usuário para o texto correspondente, não sendo tão relevante o seu posiciona-mento no conteúdo.

Outro fator fundamental para uma boa navegação é o retorno ao conteúdo do texto. Após ler a descrição da nota, o usuário deve ser redirecionado ao exato local onde estava quando acionou o hiperlink. Para tanto, o ideal é dar destaque para o número da nota tanto no corpo do texto quanto na sua respectiva descrição. Assim facilita o entendimento do usuário que não está familiarizado com essa possibilidade de navegação.

Tabela e ilustrações

Uma das principais potencialidades do livro digital está na apresentação gráfica de tabelas e ilus-trações, como fotografias e gráficos. A possibilidade de ao clicar em determinada imagem poder visualizá-la em tamanho maior, permite ao usuário compreender melhor os detalhes dessa imagem, tendo assim um ganho de informações.

Em computadores tablet o redirecionamento do tamanho da imagem pode ocorrer ao girar o dis-positivo verticalmente ou horizontalmente. Além de se ajustar à tela, ainda é possível ampliar a imagem por meio do zoom. Entretanto, imagens como fotografias, por exemplo, tendem a perder qualidade de resolução quando muito ampliadas. Tabelas vetorizadas em formato .svg13 podem ser incorporadas ao arquivo .ePub e resultam em uma melhor qualidade de visualização, pois são arqui-vos baseados em texto e descrevem as imagens com formatos vetoriais, sendo possível ampliar a imagem inúmeras vezes, sem perda de resolução.

Outras ilustrações, como gráficos, quadros e desenhos a traço, também podem ser salvos em forma-to .svg, potencializando, assim, a qualidade das imagens.

Referências e Colofão

Entre os elementos pós-textuais normatizados pela ABNT, as referências são elementos muito carac-terísticos nas obras. No livro digital, sua disposição se mantém ao final do livro, podendo apresentar recursos interativos caso a referência esteja conectada por um hiperlink com o sistema autor/data apresentado no conteúdo do texto, por exemplo. Outra possibilidade refere-se a inserção de hiper-links nos títulos das abras descritas nas referências, para, assim, conduzir o usuário para um página

13. Scalable Vector Graphics.

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de e-commerce, externa ao livro.

O colofão, com os dados técnicos da obra, pode ser apresentado no sumário do livro digital. Esta é uma característica não comum no livro tradicional, mas que ganha relevância em livros eletrônicos, pois direcionam o leitor para informações técnicas, pertinentes para entendimento da formatação do livro.

Recursos hipermidiáticos: áudio, vídeo e animações

Além dos elementos editoriais apresentados acima, o livro digital em formato .ePub comporta tam-bém a inserção de recursos multimídia que, por meio de hiperlinks se configuram como linguagem hipermidiática.

A presença de áudio, vídeo e animações potencializam as interações no livro digital, servindo como suportes ao conteúdo das obras. A inserção de um vídeo, por exemplo, busca apresentar o que mui-tas vezes ficava difícil de ser demonstrado somente com o uso do texto e de imagens. Na imagem a seguir são apresentadas as inserções de áudio e vídeo em um livro .ePub 3.0. Na página da esquerda pode-se visualizar uma barra de execução de áudio, a qual pode ser acionada com um simples clique no botão indicativo.

 

Figura 3. Áudio e vídeo. À esquerda, visualização da barra de acionamento do e à direita, visualização do ícone de vídeo do livro digital Creature of the Caribbean

(Fonte: Lancaster Lebanon IU13, 2011).

No formato .ePub, as animações são mais características em livros de layout fixo. Se tomarmos como exemplo um dispositivo tablet, ao tocar com o dedo no exato local onde a animação está pro-gramada, é possível interagir com o elemento gráfico.

Após a análise detalhada das possibilidades de condução da leitura a partir dos elementos editoriais do livro digital hipermidiático de formato .ePub, apresenta-se a seguir um quadro sintetizando essas informações. O quadro apresenta os vários tipos de hiperlinks capazes de fazer a condução dos ele-

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mentos editoriais até os seus respectivos conteúdos. O acesso à capa do livro, por exemplo, pode ser feito por meio do acionamento do hiperlink inserido no sumário do software de leitura e não através do sumário do conteúdo. Isso porque, quando o leitor estiver navegando pelo sumário do livro, possivelmente já terá visualizado a capa.

Elementoeditorial

Formas de acesso(potencial de navegação)

Hiperlink no sumário

(software)

Hiperlink no sumário

(que permite ligações para o

conteúdo)

Hiperlinkinterno

(que leva para partes do

texto)

Hiperlinkinterno

(imagem)

Hiperlinkexterno

(internet)

Capa sim não não não não

Sumário sim não não não não

Folha de rosto sim sim não não sim*

Créditos sim sim não não sim*

Lista de figuras sim sim não não não

Página capitu-lar

sim sim sim não não

Página de con-teúdo

sim* sim** sim não não

Notas de roda-pé/referência

não não sim não não

Tabelas e ilust-rações

não sim*** sim sim sim

Referências sim sim sim não sim

Colofão sim sim não não não

Quadro 1. Formas de navegação no livro digital a partir dos elementos editoriais

* Se refere ao acionamento dos elementos que compõem a folha rosto, como logomarca da editora, que pode direcionar ao site de e-commerce ou a abertura do endereço eletrônico que pode estar ativado como hiperlink na seção de créditos do livro.

** Em páginas onde há nível de título inserido no sumário. Por exemplo: “1.1 Título 2”; “1.1.1 Título 3”.*** No caso das tabelas e ilustrações, o sumário está sendo considerado em substituição à lista de figuras que configura-se como um

tipo de índice para condução da navegação.

(Fonte: Elaboração dos autores)

Percebe-se que o sumário no livro digital continua sendo o principal elemento de navegação pela estrutura editorial do livro. Esse duplo sumário, um apresentado pelo software de leitura e outro apresentado pelo projeto gráfico acaba sendo, em alguns pontos, redundante, podendo gerar uma interpretação confusa no usuário. Para melhor avaliar se os dois sumários devem ou não ser man-tidos no livro digital, sugere-se que sejam desenvolvidos testes de usabilidade com os usuários, a fim de identificar o nível de interação nesses elementos e se podem ou não prejudicar o processo de condução da leitura. De modo geral, cada um dos demais elementos editoriais apresenta, pelo menos, uma forma de navegação conduzida por hiperlink. Essa navegação auxilia no processo de leitura, tornando mais rápido o alcance à informação desejada.

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No cenário da linguagem hipermidiática, novos recursos também passam a configurar um modo de navegação mais interativa. A seguir, apresentam-se os três principais elementos hipermidiáticos que se incorporam de forma distribuída ao conteúdo dos livros.

Recursoshipermidiáticos

Formas de acesso(potencial de navegação)

Hiperlink no sumário

(software)

Hiperlink no sumário

(que permite ligações para o

conteúdo)

Hiperlinkinterno

(que leva para partes do

texto)

Hiperlinkinterno

(imagem)

Hiperlinkexterno

(internet)

Áudio não não sim sim sim

Vídeo não não sim sim sim

Animações não não sim sim sim

Quadro 2. Formas de navegação no livro digital a partir dos recursos hipermidiáticos

(Fonte: Elaboração dos autores)

Entre o potencial interativo dos recursos hipermidiáticos nos livros digitais em formato .ePub per-cebe-se que sua aplicação está vinculada ao conteúdo das obras. Os hiperlinks, que tanto podem remeter a uma seção interna quanto a uma página da internet, tornam possível a visualização do modo como a hipermídia se insere dentro da estrutura editorial do livro digital, demonstrando que a condução interativa da leitura se dá tanto pelos elementos editoriais quanto pelos recursos hiper-midiáticos.

Considerações finais

A partir da análise da estrutura editorial formalizada pela ABNT pode-se perceber que são inúmeras as possibilidades de condução interativa da leitura em um livro digital hipermidiático em formato .ePub.

A navegação a partir de vários elementos, como sumário, notas de rodapé, referências etc. são potencializados por meio do uso de hiperlinks que conduzem o leitor de uma forma rápida e precisa pelo conteúdo da obra. Elementos, como tabelas e ilustrações ganham melhor visibilidade ao pas-so que podem ser trabalhadas de forma colorida, sem custo adicional ao projeto gráfico e, ainda, ampliadas para uma melhor compreensão do conteúdo da imagem. Os elementos multimidiáticos que se inserem no livro digital, atrelados ao acesso por meio de hiperlinks, influenciam também a forma de condução da leitura, por meio de uma linguagem hipermidiática.

Por fim, cabe ressaltar que o livro digital se encontra em um momento de profunda transformação, com possibilidades de inserção de recursos cada vez mais interativos, que conduzem os usuários por uma leitura hipermidiática. Por este motivo, entende-se que este estudo faz parte do início de uma ampla discussão sobre as formas de leitura no livro digital. Novos estudos sobre a usabilidade

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e a qualidade da interação dos usuários com o livro também precisam ser realizados com o objetivo principal de levar ao usuário maneiras ainda mais satisfatórias de se realizar a leitura.

Envio: 3 abr. 2012

Aceite: 16 mai. 2012

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