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A ESTRUTURA INTERNA DO TEXTO ACADMICO

Esta aula tratar de evidenciar algumas diferenas entre os textos conhecidos como acadmicos e outros textos, todos utilizados em nossa sociedade em formato escrito. Nossa inteno caracterizar o gnero acadmico como distinto dos demais, e tambm refletir sobre o processo da escrita socialmente, pensando nos autores e leitores de tipos diferentes de textos. Estaremos abordando marcas gerais de textos no acadmicos e acadmicos e apresentando, de maneira geral, o formato organizacional destes.A linguagem escrita tem papel primordial em nossa sociedade quer seja porque a escrita entendida como uma maneira eficiente de fazer durar, atravs dos tempos, nossos textos, quer seja por sua praticidade em termos de comunicao: podemos escrever lembretes para ns mesmos, avisos para pessoas ausentes, bilhetes, cartas, e-mails, blogs. H tambm os textos escritos transformados em documentos, como certido de nascimento, atestado de bito, registros de casamento. Inclusive nossas leis, contas, multas, enfim, so textos verbais escritos de vrios tipos com mltiplas finalidades.Mas a linguagem escrita no utilizada apenas em vrias situaes corriqueiras do nosso dia a dia. Ela nos possibilita tambm construir tratados filosficos, teses acadmicas, trabalhos cientficos textos que tm caractersticas bem marcadas e diferenciadas daquelas dos textos que produzimos e consumimos em nossas atividades mais rotineiras. Diferentemente de uma lista de compras de supermercado, por exemplo, um texto acadmico pressupe um tipo de leitor que adota procedimentos especficos de leitura, estabelecendo um ambiente tambm especfico para o processo de construo de sentidos a partir desse tipo de texto. Esses textos exigem uma leitura mais lenta, mais cuidadosa, reflexiva, aprofundada e crtica.Estamos dizendo ento que a linguagem escrita utilizada socialmente de diferentes formas. Essa realizao de textos tanto orais como escritos conhecida em nossa rea por gneros textuais. Todo gnero textual apresenta determinadas caractersticas que nos fazem reconhecer tal gnero quando o vemos, por exemplo, uma carta pessoal, um artigo de revista, uma receita de comida, uma receita mdica. Dentre todas essas diferentes construes sociais de gneros textuais, est o gnero acadmico.Segundo Bakhtin (1997), gneros so construes discursivas relativamente estveis, e portanto em constante transformao. Assim, definir gnero significa isolar, apenas temporariamente, algumas caractersticas de um conjunto de textos a fim de melhor entender no apenas sua estrutura, mas seu uso social nas prticas dirias em que nos engajamos ao fazer sentido do mundo. Concordamos com Bakhtin que mais do que apenas reconhecer as caractersticas estruturais de um texto, precisamos entender como esse texto utilizado nas prticas sociais de interao verbal, isto , por que alguns textos parecem ter mais ou menos valor do que outros e como nossos textos acadmicos so legitimados em espaos de construo de conhecimento cientfico. Uma ressalva: estaremos tratando aqui de textos acadmicos na rea de Cincias Humanas. Assim, preciso lembrar que estamos tratando de textos acadmicos produzidos com base em uma perspectiva de construo de conhecimento cientfico relativa rea das Cincias Humanas, que no a mesma de outras cincias como a matemtica ou geologia.Em Filosofia, de modo geral, no temos uma atitude homognea em relao concepo de lngua e seu papel no processo de construo do conhecimento cientfico. H aqueles que percebem a realidade como sendo dada, exterior a quem a observa e portanto independente de quem a v. H tambm aqueles que concebem o mundo como sendo um conjunto de interpretaes construdas a partir das maneiras como diferentes pessoas interagem entre si e com os objetos que elas constroem, e, desse modo, o mundo visto por elas como altamente dependente de quem o observa (MATURANA, 2001). Estas ltimas, portanto, atribuem grande carga ideolgica s diferentes formas de conhecimento, inclusive ao conhecimento cientfico, e aos procedimentos utilizados para construir qualquer tipo de conhecimento, seja ele de ordem religiosa, popular ou cientfica. de dentro desse segundo grupo que muitos estudiosos caracterizam a lngua como discurso, ou seja, posicionam a lngua como elemento central em nossa maneira de entender o processo de construo de conhecimento acadmico (dentre eles encontram-se Bakhtin e Foucault, por exemplo). Para eles, nenhum conhecimento independente das pessoas que o constroem, sendo sempre subjetivo e tendo a viso de mundo de seu autor/criador como um elemento determinante no apenas do que est sendo escrito/lido, mas tambm de como se escreve/l. por isso que, mesmo quando se trata de conhecimento cientfico, a maneira de relatar vista como sendo to importante quanto o contedo relatado. Dependendo de como o autor se expressa, de como ele seleciona e organiza os elementos que vai abordar, de como ele estrutura seu texto, ele obter maior ou menor reconhecimento, maior ou menor grau de legitimidade para o que escreve. preciso entender qual a posio que o autor e seu texto ocupam dentro das estruturas sociais de valor acadmico para inseri-los em determinadas faixas hierrquicas, que, por sua vez, so determinantes do tipo de reconhecimento de sua autoridade para poder afirmar com propriedade o que esto querendo dizer. A posio ocupada por autor e texto nessa estrutura de valorao social acadmica, determinada no apenas pela qualidade argumentativa e estrutural do texto, mas tambm pela funo social reconhecida na figura de seu autor e do tipo de conhecimento a que ambos esto relacionados, influencia o contato do leitor como texto e, consequentemente, as interpretaes que o leitor far daquilo que l. Na rea acadmica, h uma srie de padres textuais utilizados para a divulgao das chamadas pesquisas cientficas, dos relatos de pesquisa, e inclusive para os textos que apresentam discusses terico-filosficas. O que ocorre de similar entre esses padres que, quando lemos qualquer um desses tipos de textos acadmicos, adentramos uma prtica de leitura muito singular: o objetivo de quem normalmente l (e escreve) textos nesse gnero distinto daquele de quem l (e escreve) um editorial de jornal ou um conto, por exemplo. A prtica de leitura acadmica pressupe um interesse especfico, definido antes do momento de contato com o texto a ser lido o leitor acadmico em geral procura algo especfico, um contedo de seu interesse que costuma ser o principal agente motivador na busca pelo texto. Suas expectativas diante do texto so, portanto, bem definidas. Em geral, espera-se que o texto se atenha diretamente ao tema proposto, que este tema esteja claramente definido, que o texto apresente e mantenha uma estrutura mais rgida do que a de outros textos em geral, uma estrutura na qual a introduo, o desenvolvimento e a concluso sejam partes bem marcadas.Desse modo, o autor de textos acadmicos tambm tem diante de si a necessidade de utilizar uma estrutura textual bastante explcita para sua escrita: preciso que ele seja claro, coerente e conciso, explicitando seu enfoque (sua perspectiva terica) e esclarecendo, j na introduo e/ou no resumo de seu texto, o contedo abordado, a relevncia desse tema (justificativa), como trata o assunto (metodologia), e os resultados que obteve ou pretende alcanar. Leitores e autores de textos acadmicos so sujeitos um tanto quanto conservadores, buscando e reproduzindo em seus textos uma estrutura organizacional bastante estvel, normalmente dividida em introduo, desenvolvimento e concluso. Apesar de encontrarmos variedade nos tipos de textos acadmicos, essa costuma ser a estrutura organizacional explicitamente encontrada em textos desse tipo. Vejamos, primeiramente, como cada uma dessas partes se constitui.A introduo o momento de apresentao do tema e eventuais subtemas, na qual o autor disserta sobre a questo principal que ser abordada no desenvolvimento do texto e sua relevncia no mundo acadmico, bem como justifica a escolha deste tema para o texto, apresentando argumentos em defesa de sua importncia na rea de estudos em que se insere. Em uma dissertao ou tese, a introduo desenvolvida em algumas pginas, pois o detalhamento das informaes mais aprofundado. J em um artigo acadmico, por exemplo, a introduo pode ser desenvolvida em apenas uma pgina. No entanto, em ambos os textos acadmicos, a introduo segue os mesmos propsitos: apresentar ao leitor seu objeto de pesquisa e justificar sua importncia na rea.J no desenvolvimento, isto , no chamado corpo do texto, encontram-se em geral informaes sobre o estado da arte das pesquisas sobre o mesmo tema e/ou temas relacionados a ele em outras palavras, nessa parte do texto acadmico o autor costuma abordar o que j foi dito por outros pesquisadores sobre o tema e/ou subtemas que ele vai tratar. Para a construo desse item, o autor realiza um grande exerccio de leitura, pois precisa buscar em outros autores legitimidade para falar sobre as questes que foram tratadas em sua pesquisa.Nas Cincias Humanas, considera-se que a produo escrita cientfica de boa qualidade quando, no desenrolar do desenvolvimento de um trabalho, o autor consegue relacionar conceitos tericos advindos de outros autores e formular questionamentos relevantes sobre a rea que est sendo abordada. Alm disso, encontra-se nesta parte do texto, muitas vezes dividido em sees, a metodologia da pesquisa desenvolvida e a anlise dos dados coletados, anlise produzida quer a partir da relao feita pelo autor entre a sua prpria pesquisa e as pesquisas conhecidas na rea e resenhadas por ele neste mesmo texto, quer a partir da aplicao de metodologia de anlise desenvolvida por outras pessoas e aplicada pelo pesquisador a seus dados. Da mesma forma como ocorre com o espao destinado introduo, o desenvolvimento de uma dissertao ou tese extremamente detalhado, pois requer que as justificativas pelas escolhas do autor estejam presentes no texto. J o desenvolvimento de um artigo pode apenas citar parte de uma pesquisa desenvolvida, pois no h espao suficiente para que se apresentem todos os detalhes da pesquisa. O artigo, de fato, permite que o autor divulgue muitas vezes parte de sua pesquisa de mestrado ou doutorado.Por fim, a concluso reservada para a retomada das principais teorias que embasaram a anlise dos dados e os resultados obtidos. Nela, o autor faz um apanhado geral, resumido, das teorias mais representativas s quais recorreu para analisar o tema do texto, concluindo com as relaes que estabelece entre essas teorias e sua anlise, revendo as concluses a que se permitiu chegar com o trabalho desenvolvido.Tanto artigos acadmicos quanto teses, dissertaes e monografias ou trabalhos de concluso de curso se desenvolvem em torno dessa estruturao mnima. Em todos eles costuma aparecer tambm um resumo (na mesma lngua em que o texto est escrito), seguido de palavras-chave que indicam os principais aspectos que sero tratados no texto, e normalmente acompanhados de uma traduo deste resumo em uma lngua estrangeira, conforme solicitada pelo veculo onde o texto est sendo publicado.Temos, portanto, como podemos perceber do que foi mencionado at agora, uma variedade de textos acadmicos (abstract, artigos, teses, dissertaes, monografias, trabalhos de concluso de curso) relativamente estveis em suas estruturas: esta estabilidade relativa constitui um gnero, o gnero acadmico.

A construo do texto acadmico obedece ao tipo dissertativo. Nele importante ressaltar a argumentao em torno de um tema, pois dissertar significa explicar ou desenvolver um assunto, discorrer sobre o mesmo. O principal objetivo da produo de textos dissertativos muito mais a transmisso de conhecimentos do que o convencimento de pressupostos tericos. H algumas dicas importantes para a construo do texto. Todas elas passam, no entanto, por reforar a necessidade da leitura na formao acadmica. 1. Organize os dados colhidos em pastas; separe por contedo, deixando anotado sempre a referncia, ou seja, de onde foi retirada aquela informao. As fichas de leitura podem ser organizadas da mesma forma.2. Escolha os argumentos que sero utilizados; enumere-os por ordem de importncia mentalmente. Encontrar argumentos contrrios ao que se quer afirmar no texto tambm importante. Podem-se apresentar tais argumentos e em seguida, refut-los. O importante dar nfase aos argumentos favorveis a sua tese.3. Incremente o argumento com apresentao de exemplos, analogias e metforas de alcance universal e nunca subjetivos. Esses elementos devem ser bem utilizados; no devem ser jogados no meio do texto sem a devida argumentao em torno da sua importncia. Devem ser comentados e apresentar tambm a devida referncia. 4. Deve-se seguir sempre a estrutura: introduo, desenvolvimento, concluso. Esse tipo de estrutura permite o acompanhamento lgico do texto e evita que o pesquisador se perca na argumentao.5. Use sempre o verbo na forma passiva. Em vez de utilizar a terceira pessoa do plural, ex. pensamos, queremos, veremos etc; pensa-se, quer-se, ver-se-, etc. Esta forma verbal a mais indicada em trabalhos cientficos, permite ao estudante um distanciamento maior da pesquisa e do seu objeto. Pressupe-se que o trabalho acadmico deve ser o mais isento possvel de preconceitos pessoais e se basear sempre em argumentao. Ao fazer uma afirmao prpria, utiliza-se a primeira pessoa, sem o pronome, em vez de Eu penso... utilizar Penso que tal anlise... Exemplo:

O movimento contnuo dos homens para produzir, manter e expandir o processo de produo costuma chamar-se processo de reproduo. Ambas, produo e reproduo expressam o carter social do esforo das diferentes comunidades ou sociedades para garantir sua existncia num ambiente favorvel ou hostil. Tal atividade coletiva no pode ser explicada nos termos das aes dos indivduos, mas no seu aspecto de todo social.Tem-se assim que, em cada formao econmico-social, tanto se reproduzem as foras produtivas do modo dominante, como se reproduzem suas relaes de produo prprias. Reproduzem-se, pois, os meios de produo, os artigos de uso e consumo, e as relaes, adequadas formao em caso, de produo.[footnoteRef:1] [1: Wilson do Nascimento Barbosa A Acumulao de Capital no Brasil. Texto impresso, Janeiro de 2003, p.2-3.]

Tais dicas so simples, mas auxiliam muito na organizao do trabalho. Outra necessidade importante a prpria redao do texto. Esta deve obedecer s regras gerais gramaticais e ortogrficas da lngua portuguesa. Alm de manter a lgica interna e a cientificidade do texto.

Redao

Uma das primeiras preocupaes em relao redao escrever o texto dirigindo-o aos especialistas e ao pblico em geral. Ou seja, ser preciso nos conceitos e tcnicas da rea de conhecimento e, ao mesmo tempo, escrever de maneira clara que seja compreensvel para os leigos. Assim, preciso e clareza so as palavras-chave para um texto acadmico bem feito.Por isso, na parte introdutria da monografia, tese ou trabalho acadmico faz-se necessrio indicar, definir e explicar os conceitos e as teorias utilizadas ao longo do texto. Haver uma srie de autores que tero lugar de destaque no texto. Tal escolha deve ser feita de acordo com as teorias defendidas por estes especialistas. Assim, totalmente desaconselhvel usar ou citar autores dos quais se desconhece os pressupostos tericos. Corre-se o risco de citar algum que contra ou discorda da linha terica que o estudante-pesquisador quer defender.Escrever um ato difcil. A prtica minimiza as dificuldades no momento da escrita. Escolher as palavras certas, a frase de abertura, o encadeamento da discusso uma tarefa que consome um bom tempo e exigem do estudante, pacincia e disposio. No existem frmulas mgicas que ensinem a escrever bem. H, no entanto, algumas melhorias que podem ser feitas no texto. Eis algumas apresentadas pelo escritor Umberto Eco[footnoteRef:2]. [2: Umberto Eco Como se faz uma tese, p.117-123. Editora Perspectiva, So Paulo, 2005.]

A) No escreva perodos (frases) longos. Evite repetir o sujeito e elimine os excessos de pronomes e adjetivos e frases subordinadas. Exemplo:Em vez de escrever: O pianista Wittgenstein, que era irmo do famoso filsofo que escreveu o Tractatus Logico-Philosophicus, que muitos consideram hoje obra-prima da filosofia contempornea, teve a sorte de ver escrito especialmente para ele, por Ravel, o concerto para mo esquerda, uma vez que perdera a direita na guerra.[footnoteRef:3] [3: Idem, p. 117.]

Escreva: O pianista Wittgenstein era irmo do filsofo Ludwig. Tendo perdido a mo direita, Ravel escreveu para ele o concerto para a mo esquerda.

B) Abra pargrafos com freqncia. Quando mudar o tema tratado, quando incluir uma anlise ou explicao para um conceito. Ao exemplificar de maneira mais detalhada. Nunca faa de uma frase um pargrafo. C) Como exerccio, escreva tudo que lhe vier cabea. Depois v limpando os excessos; se houver informaes a mais que no tem o tema de seu estudo como foco, deixa-as na nota de rodap ou escreva um textinho extra para ir ao apndice. D) Mostre o texto com antecedncia para o(a) professor(a). Pea que o auxilie na correo e comentrios sobre as idias.E) Defina sempre um termo ao introduzi-lo no texto pela primeira vez. No o use se no souber do que se est falando. Em cada rea h termos tcnicos que so imprescindveis, procure conhec-los e dominar seus significados. Ningum de uma rea de tecnologia, por exemplo, pode escrever um texto sem saber corretamente a definio para software, internet, etc.F) No use artigo diante de nome prprio. Nunca escreva o Marx, o Weber, etc. G) No aportuguesar demais os nomes dos autores consagrados. No transforme Jean-Paul Sartre em Joo Paulo Sartre, Karl Marx em Carlos Marx, etc.

Coeso: A coeso auxilia na clareza do texto. Um texto coeso significa um texto que possui uma ligao harmoniosa entre os pargrafos de modo que fiquem ajustados entre si, mantendo relao de significncia. Seu principal objetivo dar consistncia ao texto, interligando suas partes para que tenha uma unidade de sentido, evitando a repetio de palavras. Assim, vrios manuais de redao trazem exerccios para auxiliar na coeso textual. O estudante-pesquisador deve conhecer e aperfeioar a coeso textual. O autor Antonio Surez Abreu[footnoteRef:4], apresenta algumas observaes a respeito da coeso. [4: ANTNIO SUREZ ABREU Curso de Redao. Editora tica, So Paulo, 12 edio, 2005.]

Ex: Pegue trs maas, coloque-as sobre a mesa. O as se refere s maas. Ou seja, no preciso repetir na mesma frase o sujeito.

Outros exemplos: (a) Joo Paulo II esteve, ontem, em Varsvia. Na referida cidade, o mesmo disse que a Igreja continua a favor do celibato.(b) Joo Paulo II esteve, ontem, em Varsvia. L, ele disse que a Igreja continua a favor do celibato. (c) Joo Paulo II esteve, ontem, em Varsvia. L, Sua Santidade, disse que a Igreja continua a favor do celibato.(d) Joo Paulo II esteve, ontem, em Varsvia. Na capital da Polnia, o mais novo aliado do capitalismo ocidental, disse que a Igreja continua a favor do celibato.

Tem-se que uma mesma frase pode ser descrita com a troca correta do referente. Para isso, importante ter um bom repertrio sobre o tema que se trata. Saber que Joo Paulo II um pontfice da Igreja Catlica e que se costuma cham-lo de Vossa Santidade. Saber que Varsvia capital da Polnia, etc. Percebe-se que no item (d) a troca do sujeito tambm funciona como uma forma de indicar uma opinio a respeito do sujeito, negativa ou positiva. Outra sugesto apresentada por Abreu o uso de sinnimos hipernimos. Eis:Mesa.....................mvelFaca......................talherTermmetro...........instrumentoComputador...........equipamentoEnceradeira............eletrodomstico

No perodo, poder-se- substituir os termos pelos sinnimos evitando, assim, as repeties que deixam o texto menos coeso.

Coerncia: trata-se sobretudo, do estabelecimento das relaes lgicas entre as ideias, o resultado da no contradio entre as partes, isto , o assunto abordado tem que se manter intacto, sem que haja distores, facilitando assim o entendimento da mensagem. Sobre isso, Abreu apresenta quatro princpios fundamentais ou meta-regras de coerncia textual. Elas auxiliam na composio e evitam erros absurdos.

a) Meta-regra da repetio um texto coerente deve ter elementos repetidos (coeso textual).b) Meta-regra de progresso um texto coerente deve apresentar renovao do suporte semntico. (informaes novas medida que vai avanando).c) Meta-regra da no-contradio em um texto coerente, o que se diz depois no pode contradizer o que se disse antes ou o que ficou pressuposto. (fazer sentido)d) Meta-regra da relao em um texto coerente, seu contedo deve estar adequado a um estado de coisas no mundo real ou em mundos possveis.

Tem-se, assim, que a estrutura interna do texto acadmico deve obedecer s regras da lngua portuguesa, a lgica interna da argumentao e apresentar-se de maneira coerente e coesa. Vale lembrar, que um bom texto difcil de conseguir na primeira tentativa, por isso, reler o foi escrito importantssimo. Os programas de edio de texto, atualmente, possuem corretores ortogrficos; utilize-os. No entanto, utilize com muito cuidado, pois os corretores ortogrficos e gramaticais dos editores de texto no levam em conta o contexto das frases, e, portanto, no so totalmente confiveis em suas sugestes de correo.