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/ l'm à UF'Ph: DIARIO DE PERNAMBUCO A-_8 ____________ __ __ l9_9_l ________________ OOIOgia: 1'- ciência a estudar a e.colOgia "A arqueologia foi a primeira ciência a estudar a ecologia. E o que existe de novo, no mundo, 1:!9je, em arqueologia é o seu retornq ap es- tudo da evolução do homeiDj par- tindo da compreensão da sua rela- ção com o meio ambiente". A novi•1 , dade é anu nciada pelo arqueólogo e '• professor da universidade da França (Collége de France), e inte- grante da Academia de Ciências e da Academia Naci onal de Medi- cina, Yves Coppens, que visita como conferencista o Departamento de História e o Laboratório de Ar- queologia da Federal de Pernambuco. Um; dos mais renomados ar- queólogos franceses , o professor Coppens dedica-se 30 anos a es- cavações para identificação de fós- seis humanos no mundo. Desen- volve estudos, sobre tudo, na África, com imQ_ortantes descobertas no Quênia, Etiópia, Madagascar, Ilha de Jaba e, também, nas Filipinas. Os trabalhos lhe proporcionaram a descoberta de restos arqueológicos humanos com 50 e 12 milhões de anos. "Os estudos na UFPE ", com- parou Coppens, "são atrat ivos e en- tusiásticos. Apesar dos poucos re· cursos, existe muito interesse dos alunos e uma equipe bastante diver- sificada rupestre, animais, metais e rochas". EVOLUÇÃO Titufar da cadeira de Paleonto- logia e ·P- ré-História do Collêge de France, Yves Coppens desenvolve pesquisas em ciências naturais, em geral, especial na antropolo- gia, tendo- duas de sua extensa bi- bliograf'm) sido traduzidas, recente- mente, .ClJ'o Brasil: "O Macaco, a África f!lo Homem" e "Pré-Ambulos. Os Passos do Homem". "A evi!Thlção do homem é muito lenta. Foram precisos dois milhões de anos para atingir a capacidade atual", revela o ar- queéil<Jgo . Nesse espaço de tempo, o homem passou por três Homo sapiens, Homo habihs e Homo ; Brectus. n:f erencista do ciclo de deba- tes J)ronrovido pelo Programa de Pós-Gra'tluação em História da UFPE e ">fje la Fundação Museu do Homem A'(hericano, sediada no mu - nicípio de Nonato (rico em restos al'queológicos), no Piauí, Yves Coppehs revelou que pretende- conhecer o dos estudos reali- zados pelas equipes das duas institui- ções !'obre a origem e evolução do homem nordestino. "O tràbalho ar- queológico que aqui se faz é exce- lente. identificação de restos ar- queológicos humanos com 50 a 10 mil anos". disse . Diferenciou, porém, as pesqui- "'as na região das que realiza na África, pelo fato de as arqueólogos cUr CFPE centrarem seus estudos sobre "o homem moderno" , enquanto seus trabalhos envolvem fósseis mais antigos. Explica que os ho- mens, na América, mesmo os pré- históricos, são atuais, e os estudos · arqueológicos mais recentes. O que mais chamou a atenção do pesqui- sador, no laboratório de Arqueolo- gia da UFPE, foram os restos de arte rupestre oriundos de escava- ções em Pernambuco, Piauí e Rio Grande do !\orte, cronologicamente catalogada em até 12 mil anos. Destacou o pesquisador francês que a arqueologia mundial está vol- tando a dar importância ao estudo da origem e evolução do homem, a partir de sua relação com o meio ambiente. "Os arqueólogos foram os primeiros ecologistas do mundo. Es- tudaram o homem em seu clima, meios de sobrevivência e am- biente ". Segundo Coppens, os ar- queólogos sempre se preocuparam com o comportamento e hábitos dos ancestrais humanos, fato impor- tante para a compreensão da sua

a estudar a e.colOgia - Brasil Arqueológico › materias... · África f!lo Homem" e "Pré-Ambulos. Os pritn~iros Passos do Homem". "A evi!Thlção do homem é muito lenta. Foram

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Page 1: a estudar a e.colOgia - Brasil Arqueológico › materias... · África f!lo Homem" e "Pré-Ambulos. Os pritn~iros Passos do Homem". "A evi!Thlção do homem é muito lenta. Foram

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YL•e.~ Cop{X'n~ l'm ui.~ita à UF'Ph:

DIARIO DE PERNAMBUCO

A-_8 ____________ =-R_e_c_i~_e~·~q_u_in_ta_·_re_i_ra_,_l_2~d~e~se_te_m __ br~o-d_e __ l9_9_l ________________ ~C~I~lJ~~-

OOIOgia: 1'- ciência a estudar a e.colOgia

"A arqueologia foi a primeira ciência a estudar a ecologia. E o que existe de novo, no mundo, 1:!9je, em arqueologia é o seu retornq ap es­tudo da evolução do homeiDj par­tindo da compreensão da sua rela­ção com o meio ambiente". A novi•1 , dade é anunciada pelo arqueólogo e '• professor d a universidade da França (Collége de France), e inte­grante da Academia de Ciências e da Academia Nacional de Medi­cina, Yves Coppens, que visita como conferencista o Departamento de História e o Laboratório de Ar­queologia da Unive~sidade Federal de Pernambuco.

Um; dos mais renomados ar­queólogos franceses , o professor Coppens dedica-se há 30 anos a es­cavações para identificação de fós­seis humanos no mundo. Desen­volve estudos, sobretudo, na África, com imQ_ortantes descobertas no Quênia, Etiópia, Madagascar, Ilha de Jaba e, também, nas Filipinas. Os trabalhos lhe proporcionaram a descoberta de restos arqueológicos humanos com 50 e 12 milhões de anos. "Os estudos na UFPE", com­parou Coppens, "são atrativos e en­tusiásticos. Apesar dos poucos re·

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cursos, existe muito interesse dos alunos e uma equipe bastante diver­sificada rupestre, animais, metais e rochas". EVOLUÇÃO

Titufar da cadeira de Paleonto­logia e ·P-ré-História do Collêge de France,t· Yves Coppens desenvolve pesquisas em ciências naturais, em geral, e. á~m especial na antropolo­gia, tendo- duas de sua extensa bi­bliograf'm) sido traduzidas, recente­mente,.ClJ'o Brasil: "O Macaco, a África f!lo Homem" e "Pré-Ambulos. Os pritn~iros Passos do Homem". "A evi!Thlção do homem é muito lenta. Foram precisos dois milhões de anos para atingir a capacidade crani~na atual", revela o ar­queéil<Jgo . Nesse espaço de tempo, o homem passou por três está~ios : Homo sapiens, Homo habihs e Homo;Brectus.

Cõn:ferencista do ciclo de deba­tes J)ronrovido pelo Programa de Pós-Gra'tluação em História da UFPE e ">fje la Fundação Museu do Homem A'(hericano, sediada no mu­nicípio de ~Raimundo Nonato (rico em restos al'queológicos), no Piauí, Yves Coppehs revelou que pretende­conhecer o está~~:io dos estudos reali-

zados pelas equipes das duas institui­ções !'obre a origem e evolução do homem nordestino. "O tràbalho ar­queológico que aqui se faz é exce­lente. Há identificação de restos ar­queológicos humanos com 50 a 10 mil anos". disse .

Diferenciou, porém, as pesqui­"'as na região das que realiza na África, pelo fato de as arqueólogos cUr CFPE centrarem seus estudos sobre "o homem moderno" , enquanto seus trabalhos envolvem fósseis mais antigos. Explica que os ho­mens, na América, mesmo os pré­históricos, são atuais, e os estudos

· arqueológicos mais recentes. O que mais chamou a atenção do pesqui­sador, no laboratório de Arqueolo­gia da UFPE, foram os restos de arte rupestre oriundos de escava­ções em Pernambuco, Piauí e Rio Grande do !\orte, cronologicamente catalogada em até 12 mil anos.

Destacou o pesquisador francês que a arqueologia mundial está vol­tando a dar importância ao estudo da origem e evolução do homem, a partir de sua relação com o meio ambiente. "Os arqueólogos foram os primeiros ecologistas do mundo. Es­tudaram o homem em seu clima, meios de sobrevivência e am­biente". Segundo Coppens, os ar­queólogos sempre se preocuparam com o comportamento e hábitos dos ancestrais humanos, fato impor­tante para a compreensão da sua O· ri~m. ~