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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO - UFRPE UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS - UAG CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA DAIANA DEMILE DA SILVA A EVASÃO ESCOLAR NA 2ª FASE DA EJA NO MUNICÍPIO DE ANGELIM-PE GARANHUNS 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO - UFRPE

UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS - UAG

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

DAIANA DEMILE DA SILVA

A EVASÃO ESCOLAR NA 2ª FASE DA EJA NO MUNICÍPIO DE ANGELIM-PE

GARANHUNS

2014

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DAIANA DEMILE DA SILVA

A EVASÃO ESCOLAR NA 2ª FASE DA EJA NO MUNICÍPIO DE ANGELIM-PE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como requisito parcial para a obtenção do título

de Licenciado em Pedagogia, pelo Curso de

Licenciatura em Pedagogia da Universidade

Federal Rural de Pernambuco - UFRPE,

Unidade Acadêmica de Garanhuns - UAG.

Orientadora: Profª. Ms. Norma Abreu e Lima

Maciel de Lemos Vasconcelos..

Garanhuns

2014

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Daiana Demile da Silva

A EVASÃO ESCOLAR NA 2ª FASE DA EJA NO MUNICÍPIO DE ANGELIM-PE

Trabalho de conclusão de curso apresentado

como requisito parcial para a obtenção do título

de Licenciado em Pedagogia, pelo Curso de

Licenciatura em Pedagogia da Universidade

Federal Rural de Pernambuco - UFRPE,

Unidade Acadêmica de Garanhuns - UAG.

Aprovada em: ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

Orientadora: Profª. Ms. Norma Abreu e Lima Maciel Lemos Vasconcelos

(UFRPE-UAG)

___________________________________________________________

Profª: Samara Cavalcanti da Silva Melo

(UFRPE-UAG)

____________________________________________________________

Profº Geyson Lima de Carvalho

(UFRPE-UAG)

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Ficha Catalográfica

Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial UFRPE/UAG

CDD: 371

1. Evasão escolar

2. Estudantes - Evasão

3. EJA: jovens e adultos

I. Vasconcelos, Norma Abreu e Lima M. L.

II. Título

S586e Silva, Daiana Demile da

A evasão escolar na 2ª fase da EJA no Município

Angelim-PE / Daiana Demile da Silva. - Garanhuns,

2015.

f.

Orientadora: Norma Abreu e Lima M. L. Vasconcelos

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Dedico este trabalho á minha família pela força

e apoio. A todos os professores por terem sido

mediadores na construção da minha

aprendizagem. Aos meus amigos que

estiveram presente em toda caminhada

acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por a oportunidade de realizar meu sonho

em possuir um diploma universitário e pela força para continuar a luta por esta

conquista.

Aos meus pais e familiares pelo apoio, compreensões, por me enriquecerem

com incentivos, sorrisos, por acreditarem em minha luta, vitória e por presentear-me

com suas presenças e amizades. Agradeço principalmente a minha mãe e minhas

irmãs que nos momentos mais difíceis estiveram comigo dando total apoio e

acreditaram que eu iria conseguir alcançar meu objetivo, incentivando a nunca

desistir dos meus sonhos.

A Profª Norma Abreu e Lima Maciel de Lemos Vasconcelos por acompanhar

o meu desenvolvimento durante essa jornada acadêmica, e por ter sido minha

orientadora na construção deste trabalho, que tanto me rendeu frutos e

conhecimentos.

Aos funcionários da escola em que realizei esta pesquisa, que foram de

extrema importância para a execução deste trabalho.

Aos meus amigos e colegas que sempre me compreenderam, ajudaram,

apoiaram, deram sugestões durante este curso de Licenciatura em Pedagogia, em

especial Josefa Cristiane.

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“Ensinar não é transmitir

conhecimentos, mas criar as

possibilidades para a sua produção ou

a sua construção.”

( Paulo Freire)

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RESUMO

O presente trabalho é resultado de uma pesquisa realizada em uma Escola Pública do Município de Angelim – PE. Com este trabalho, buscamos Identificar as possíveis causas que levaram os alunos da Educação de Jovens e Adultos na 2ª fase a evadirem do contexto escolar. A partir dos dados alcançados através de questionários refletirmos sobre os melhores métodos didáticos para serem aplicados pela professora. Foi através desta verificação que se buscou desenvolver novos conteúdos curriculares com o objetivo de solucionar este e outros problemas futuros. Para melhor realização deste trabalho nos fundamentamos a partir de estudos bibliográficos sobre o tema, no qual consultamos CUNHA e GOÉS (1985), GOMES (2007); PEREIRA (2007); OLIVEIRA (1999) bem como a legislação vigente, LDB (Lei 9.394/96) que asseguram dentre todos os seus direitos, com absoluta prioridade, à educação. Além da realização de questionários tanto com os alunos quanto com a professora regente, uma vez que com a participação da mesma foi possível desenvolver a integração do cidadão na sociedade, dentro de uma didática renovada e motivadora, assim buscando elevar a autoestima dos alunos da EJA.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Especificidades. Evasão.

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ABSTRACT

This work is the result of a survey conducted in a public school in the municipality of

Angelim - PE that he intended to investigate the dropout students of the Youth and

Adult Education in the 2nd phase, which sought to identify possible causes and

leading us to reflect best teaching methods to be applied by teachers in the school

routine. It was through this examination that sought to develop new curricula in order

to solve this and other future problems, so for better this work we base on from

bibliographic studies on the subject, in which consulted CUNHA and Goes (1985)

GOMES (2007); PEREIRA (2007); Oliveira (1999) as well as the current legislation,

LDB (Law 9.394 / 96) ensuring among all their rights, with absolute priority,

education. Besides conducting interviews both with students and with the regent

teacher, since the participation of the same was possible to develop the integration of

the citizen in society, within a didactic renewed and motivating, thus seeking to raise

the self-esteem of the EJA students .

Keywords: Youth and Adult Education. Specificities. Evasion.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 12

2.1 HISTÓRICO DA EJA............................................................................................................. 12

2.2 CARACTERÍSTICAD DOS ALUNOS DA EJA...........................................................................14

2.3 UM OLHAR SOBRE O EDUCADOR DA EJA...........................................................................15

2.4 O QUE O PNE FALA SOBRE A EJA.......................................................................................17

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 18

3-1 PESQUISA QUALITATIVA....................................................................................................18

3.2 CAMPO DA PESQUISA........................................................................................................18

3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA............................................................................................18

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ .27

APENDICES...............................................................................................................29

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO AO PROFESSOR ............................. 30

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO PALICADO AOS ALUNOS ................................... 31

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INTRODUÇÃO

O referente trabalho tem como característica, obter informações sobre as

causas da evasão escolar. O título “Evasão Escolar da 2ª fase da EJA em uma

escola da rede municipal do Agreste Pernambucano” foi motivado pelo fato de que o

sistema de ensino brasileiro ao longo de sua história tem passado por um processo

de transição, buscando novas tentativas pedagógicas que possa radicalizar o

analfabetismo no país, com programas que sirvam de incentivo a todos os jovens e

adultos a buscarem o saber formal.

A evasão escolar ao longo da implantação dos programas tem apresentado

resultados negativos, tornando-se desafiador para o professor manter a

permanência do aluno na escola. Dentro desse contexto sócio-cultural, existem

vários fatores preponderantes que interferem na sua permanência escolar, devido à

sobrecarga de trabalho extensivo, professores sem qualificação adequada ao

programa para jovens e adultos, estes são fatores que tem contribuído mais para a

exclusão social do que para a formação educacional. O público da EJA merece

considerações cuidadosas, a ela se dirigem jovens e adultos com suas múltiplas

experiências de trabalho, de vida e de situações social.

Uma das situações problemas com que convivemos é a “evasão” dos alunos.

Perguntamo-nos por que este aluno para de frequentar as aulas, depois de ter

tomado a iniciativa de votar a estudar, e é tido como: “evadido”? Será a metodologia

utilizada em sala de aula que condiz com que o aluno esperava? Ou será a situação

econômica, o local de trabalho? Ou ainda, a inexistência de apoio familiar? Tudo

isso traduzem dois eixos: fatores internos e externos. Tais indagações aguçaram o

meu pensamento e, como educadora, gostaria de refletir acerca do fenômeno

chamado aqui de “evasão”. Através desta pesquisa, pretendemos conhecer o perfil

destes sujeitos que se encontram num processo educativo que tem como um de

seus objetivos atenderem ás suas especificidades.

Levaremos em conta que os sujeitos desta modalidade de ensino, devido as

mais variadas e diversas situações vividas em seu cotidiano, às vezes se deparam

com períodos de interrupções nos estudos.

Esse público em geral é formado por jovens, adultos e idosos, que procuram

ou retornam á escola, por uma melhoria de condições de vida. O público da EJA

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possui várias especificidades a serem consideradas pelo professor em sala de aula

no seu processo de ensino. Segundo Fonseca são: condições de não criança, a

condição de excluído da escola e a condição de membro de um determinado grupo

social.

A primeira condição mesmo estando no inicio de sua escolarização o

estudante jovem e adulto não deve ser tratado como criança, a segunda condição

esta relacionada aos fatores externos e internos que levam o aluno da EJA a desistir

da escola, e a terceira e última condição se refere aos altos índices de evasão e

repetência nos programas da EJA, estes indicam falta de sintonia entre escola e o

aluno que nela se servem.

O professor na sala de aula deve saber mediar o conhecimento entre os

jovens, adultos e idosos, pois os indivíduos da EJA não são crianças e por isso no

processo de educação não podemos desrespeitar a sua identidade. Para que a

aprendizagem dos jovens e adultos se efetue é importante o professor inserir em

suas aulas a realidade dos alunos, os saberes da comunidade em que está inserido,

ou seja, deve despertar no aluno interesse e a valorização de seus conhecimentos

cotidianos.

Os alunos da EJA precisam de apoio, métodos e materiais adequados as suas

realidades. A forma como os professores trabalham em sala de aula contribuem

para a permanência ou evasão do educando da EJA. Desse modo, pretendo estudar

e analisar como se dá o processo de desistência dos alunos da EJA. Neste sentido,

apresentamos a seguir os objetivos propostos para este trabalho de conclusão de

curso.

OBJETIVO GERAL:

Analisar os principais fatores que provocam a evasão escolar da EJA e ações

desenvolvidas para seu enfrentamento.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Identificar quais são os fatores que podem levar à desmotivação e à desistência

pelos alunos da EJA.

Verificar a taxa anual de desistência da 2ª fase da turma da EJA no ano de 2011.

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Identificar como os vários fatores da escola têm atuado para combater a evasão na

EJA.

Para realizarmos este trabalho de conclusão de curso dividimos o mesmo em

etapas.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao fazer um breve histórico das políticas públicas da EJA, notou-se que os

poucos trabalhos sobre essa temática, não permite que jovens e adultos possam

inserir-se e manter-se como trabalhadores cidadãos em condições de igualdade e

competitividade no mercado de trabalho, além de não permitir a promoção do

acesso e permanência a uma educação básica de qualidade. Muitos desses alunos

buscam uma escolarização que contradição entre o seu discurso e a realidade.

Partindo do princípio da exclusão sócio-educacional sofrida por tantos anos

pelos jovens e adultos, a EJA surge destinada a aqueles que não tiveram acesso ou

continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Segundo

a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), no seu artigo 37.

Neste sentido, a Educação de Jovens e Adultos se caracteriza como modalidade de

ensino e torna-se extremamente necessário considerar as diferenças dos indivíduos

que nela estão incluídos. Dessa forma, suas características, experiências e seus

saberes precisam ser considerados, bem como sua bagagem de conhecimentos

adquiridos a partir das suas vivências diárias. É de suma importância

compreendermos as especificidades dos alunos da Educação de Jovens e Adulto,

pois na medida em que admitimos que estes, enquanto sujeitos, possuem

especificidades próprias, que não podem serem desconsideradas. Gomes (2007, p.

2) aponta que,

[...] quando nos referimos à Educação de Jovens e Adultos, falamos de uma educação dirigida a um sujeito que está iniciando ou retomando sua vida escolar, que tem a marca da exclusão social e cultural, causada pelo não acesso à escola ou não possibilidade de continuidade dos estudos, que busca uma primeira ou nova oportunidade de inclusão.

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Portanto, baseado nessas características próprias, existem três categorias

(especificidades) que necessitam ser compreendidas mais profundamente. São elas:

condição de não-criança; condição de excluído da escola; condição de membros de

determinados grupos culturais. A condição de não-criança segundo Fonseca (2002,

apud GOMES, 2007, p. 2) “reflete-se diretamente no acesso do aluno ao sistema

educacional e às práticas escolares”. Esta condição baseia-se inteiramente nas

práticas infantilizadas utilizadas por professores, com seus alunos jovens e adultos.

Este tipo de atitude acaba constrangendo este aluno, jovem e adulto,

comprometendo assim o seu interesse em permanecer na escola. O que os

educadores da EJA necessitam compreender é que este aluno tem processos

cognitivos característicos da sua idade, tendo uma idade cronológica mais

avançada, pois teve oportunidade de vivências e relações pelas quais as crianças e

adolescentes em geral, não passaram (GOMES, 2007, p.3).

A condição de excluído da escola baseia-se em fatores externos e internos

que induzem os alunos a desistirem da escola. Tais fatores podem estar

relacionados tanto à necessidade de trabalhar quanto as práticas excludentes

realizadas pelos educadores, tendo em vista que a escola não foi pensada para os

jovens e adultos. A escola em si tem regras e linguagens específicas e os que nela

estão inseridos necessitam saber usá-las. Oliveira (1999, p. 6) foca a discussão em

aspectos referentes a conhecimentos e a aprendizagens. Para o autor,

A exclusão da escola coloca os alunos em situação de desconforto pessoal devido a aspectos de natureza mais afetiva, mas podem também influenciar a aprendizagem. Os alunos têm vergonha de frequentar a escola depois de adultos, muitas vezes pensam que serão os únicos adultos em classes de crianças e por isso sentem-se humilhados, apresentando insegurança quanto a sua própria capacidade de aprender.

A condição de membros de determinados grupos culturais refere-se à questão

sócio-cultural do aluno da Educação de Jovens e Adultos. Essa bagagem de

conhecimentos adquiridos partiu das vivências diárias em que faz do aluno um

sujeito que está inserido em uma determinada cultura e que é detentor de

conhecimentos. A maneira com a qual este conhecimento foi adquirido defini a

relação entre o professor e os alunos. Consequentemente, todo educador que

objetiva obter uma prática pedagógica respeitosa da compreensão do mundo do

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educando, de sua identidade cultural, terá uma postura democrática diante do saber

socialmente construído (GOMES, 2007, p. 5).

Dessa forma, se o diálogo igualitário entre o saber construído pelos educandos

e o saber docente se estabelece, faz surgir um saber novo. E este não é fruto de

uma determinação de uma cultura avaliada melhor, mais sim de uma construção

coletiva, resultado da variedade cultural de todos os que construíram. E “em

consequência disto a sala de aula se constitui um espaço de democracia, onde

todos podem se expressar com liberdade, [...], onde o diálogo é o caminho

indispensável para a produção do conhecimento” (GOMES, 2007, p. 6).

CARACTERIZAÇÃO DOS ALUNOS DA EJA

Os alunos que estudam EJA muitos moram no campo, são agricultores ou

possuem outras profissões, porém muitos destes que moram ou se situam no campo

tentam melhorar a sua qualidade de vida, através do conhecimento.

O público da EJA possui 3 especificidades a serem consideradas pelo

professor em uma sala como foi citado anteriormente. Segundo Fonseca são

condição de não-criança, condição de excluído da escola e a condição de membro

de um determinado grupo social.

São muitos os motivos que conduz os estudantes a abandonarem seus

estudos. Dentre eles, destacam-se os fatores internos, associados ao

desenvolvimento psíquico do aluno, bem como os fatores externos de natureza

socioeconômica. Muitas vezes, jovens veem-se obrigados a optar por trabalhar invés

de estudar, devido á necessidade de contribuir para o sustento familiar. Além disso,

o modelo da escola da atualidade, já não desperta o interesse do aluno. Lara (2003)

corrobora essa análise, ao afirmar que o fenômeno da evasão escolar está

associado ao fato de que a escola estar pouco preocupada em possibilitar aos

alunos e professores a experiência do acontecer das ideias, na sua produção, em

consonância aos desafios concretos da vida, contribuindo consequentemente ao

abandono da escola, caminho este que parece certo.

A respeito disso, o que se observa é que, a educação não tem sido plena no

que se refere ao alcance de todos os cidadãos, assim como no que se refere à

conclusão de todos os níveis de escolaridade.

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A educação é uma chave. Chave que se abre a possibilidade de se transformar o homem anônimo, sem rosto, naquele que sabe que pode escolher que é sujeito participante de sua reflexão, da reflexão do mundo e da sua própria história, assumindo a responsabilidade dos seus atos e das mudanças que fizer acontecer. Essa chave nos permite modificar a realidade, alterando o seu rumo, provocando as rupturas necessárias e aglutinando as forças que garantem a sustentação de espaços, o novo, seja buscando construir e refletir (SERRÃO, BALEEIRO, 1999; p.23).

Embora os autores coloquem a educação como um meio para se atingir um

fim, sabe-se que não é bem assim. Existem coisas que estão além dos limites dos

educando.

Mesmo que o aluno queira, no contexto ora apresentado, ele é influenciado por

uma série de fatores que estão muito além de seu esforço, que abrangem sua

realidade cotidiana.

UM OLHAR SOBRE O EDUCADOR DA EJA

Os profissionais da educação de Jovens e Adultos (EJA) devem despertar nos

alunos o desejo de adquirirem, através do estudo, condições de viver melhor,

compreender os acontecimentos cotidianos, adquirir condições de poder optar a

viver de forma menos alienada. Nesta perspectiva, o professor precisa ser levado a

refletir se, enquanto educador, cumprindo o seu papel, visto que muitas vezes deixa

a desejar em sua prática. No entanto, cobra a participação e o desenvolvimento dos

alunos em sala de aula. Rucheisncky (2004, p. 18) cita que “[...] na singeleza dos

quadrantes da sala de aula, o docente encontra-se envolto na necessidade de

proporcionar estímulos para que os discentes maximizem a aprendizagem”.

Os jovens estão num período de suas vidas de muitas indefinições e mostram-

se inseguros diante das decisões que necessitam tomar. Portanto, ao trabalhar com

eles, tornam-se necessários levar em conta que:

O caminho mais fácil para o entendimento entre o educador e o adolescente é a história de vida. É preciso saber um pouco da história de vida do adolescente para conhecer suas potencialidades e dificuldades. Esse conhecimento facilita o diálogo entre adolescente, educador e grupo. Assim, o educador fica mais forte, tem mais inspiração para viver sua aventura pedagógica (SERRÃO; BALEEIRO, 199, p.25)

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Corroborando com Serrão e Baleeiro, Garcia (1999), leva a entender que

seria muito bom se os professores se preparassem para criar condições para que os

alunos se apropriassem de novas habilidades de estudos, que envolvessem

aprendizagens cooperativas. Sugere ainda, que a escola desenvolva atividades

extracurriculares, envolvendo a comunidade, as quais levem os alunos a gostarem

da escola, uma vez que:

A escolarização hoje não está mais associada a vantagens socioeconômicas efetivas para muitos alunos, teria, consequentemente, perdido parte do seu “valor”. Essa crise de significado quanto ao papel da escola reflete uma crise social mais ampla de valores e deve ser encarada sob nível de complexidade (GARCIA, 1999, p.107).

Embora a escola seja impotente para resolver a ampla crise social que se

apresentam na atualidade, algumas modificações podem ser realizadas para que os

estudantes tenham maior envolvimento nas atividades de sala de aula e passem a

valorizar mais a escola enquanto principal instituição responsável por sua formação

intelectual. Dentre estas modificações pode-se citar um maior engajamento da

equipe pedagógica e do professor em especial.

A escola precisa construir um saber no qual os sujeitos, que apresentam mais

dificuldades, ressaltado aqui principalmente as financeiras, sejam mais valorizados,

pois:

Quando um adolescente é excluído da escola e do trabalho, ele está, nesse momento, sendo incluso no espaço social da marginalidade e da delinquência. A forma como a sociedade organiza as relações torna difícil fugir dessa lógica. Os adolescentes, ao não vislumbrarem muitas possibilidades de futuro agem como se ele não existisse, vivendo sem projetos, sem planos, em grandes sonhos, que lhe são roubados pelas sociedades (ARPINI, 2003, p. 54).

Deste modo, busca-se com esta pesquisa um caminho que se permita uma

maior aproximação com esses adolescentes, os quais se mostram tão próximos e ao

mesmo tempo tão distantes da escola. Entendê-los parece ser o passo inicial desta

caminhada.

Penin (1995, p. 03) afirma que “nenhum trabalho pode ser separado da vida e

de suas circunstâncias, ainda diz que todo estudo deve buscar pesquisar um

problema social levado a sério”, buscando retratar o mais fielmente possível a

realidade, pois só assim ele terá valor.

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A complexidade que esse tema suscita nos instiga desenvolver uma análise e

compreensão sobre a evasão escolar, a partir da realização da coleta de dados que

obteremos através de uma Escola no Município de Angelim-PE.

O QUE O PNE FALA SOBRE A EJA

Um dos objetivos do Plano Nacional de Educação é a integração de ações do

poder publico que conduz á erradicação do analfabetismo, ao longo dos anos um

grande numero de jovens e adultos tiveram acesso a escola, ou voltaram depois de

anos, ou ainda, simplesmente resolveram mudar suas expectativa de vida e

passaram a frequentar de novo as escolas. Segundo o PNE (pág 46):

O numero de analfabetos é ainda excessivo e envergonha o nosso país. Pois atinge 16 milhões de brasileiros maiores de 15 anos, o analfabetismo esta intimamente associado as taxas de escolarização ao numero de crianças fora da escola.

Embora o analfabetismo esteja presente nos dias de hoje ainda, cabe a cada

instituição de ensino buscar métodos que façam com que busquem o interesse dos

alunos para o retorno a sala de aula e os mesmos buscarem novas condições de

vida.

O PNE possuem metas e objetivos a serem alcançados ao longo dos anos,

porem serão citadas algumas (pag.51)

Assegurar, em cinco anos, a oferta de educação de jovens e adultos

equivalente às quatro séries iniciais do ensino fundamental para 50% da

população de 15 anos e mais que não tenha atingido este nível de

escolaridade.

Assegurar, até o final da década, a oferta de cursos equivalentes às

quatro séries finais do ensino fundamental para toda a população de 15

anos e mais que concluiu as quatro séries iniciais.

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3 METODOLOGIA

Esta pesquisa pretende estudar e analisar como se dá o processo de

desistência dos alunos da EJA no município de Angelim, por meio de uma pesquisa

de caráter etnográfica com abordagem quantitativa de campo, pois segundo, André

(2008): este tipo de pesquisa se caracteriza por ser um conjunto de diferentes

técnicas interpretativas que visa a interação do pesquisador num contexto estudado,

ou seja, em campo possibilitando dessa forma identificar o objetivo proposto.

Os dados serão obtidos através de observação, entrevista e questionários. A

observação será realizada na 2ª fase da EJA no ensino fundamental, essa

observação terá por objetivo analisar o tipo de metodologia utilizada pelo professor

em sala de aula, pois sabemos que através de uma metodologia que não busca

trabalhar a realidade do aluno, influencia no aprendizado do mesmo, pois se sente

desmotivado por não ser contextualizada sua realidade com os assuntos propostos

em sala de aula, assim fazendo com que eles desistam de estudar.

CAMPO DA PESQUISA

Esta pesquisa foi desenvolvida em uma rede de ensino Municipal de Angelim,

Agreste Meridional de Pernambuco.

A referida escola oferece o ensino fundamental nas modalidades regular de

educação de jovens e adultos nos três turnos: no horário diurno atende os

estudantes que estudam nos anos iniciais e Ensino fundamental, no horário

vespertino atende os estudantes que estudam nos anos iniciais e finais do ensino

fundamental e por ultimo o horário noturno, onde atende os estudantes dos anos

finais do ensino fundamental e EJA das Fases I, II, III e IV.

A escolha dessa unidade de Ensino fez mediante as diversas turmas de EJA,

e dos educadores que compõem este corpo docente desta instituição de ensino

colocando a disposição para a participação da pesquisa.

PARTICIPANTES DA PESQUISA

O público alvo da pesquisa foram 24 educandos da 2ª fase do ensino

fundamental da EJA. A faixa etária dos educandos foram entre 18 e 45 anos de

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idade. As profissões destes alunos são: agricultores, eletricista, auxiliar de

manutenção, estudantes e pedreiro, predominado a profissão de agricultores. A

escolha da escola pesquisada se deu por ser o município em que a pesquisadora

reside.

INSTRUMENTOS PARA A COLETA DE DADOS

Para a realização da coleta de dados, utilizamos 3 instrumentos:

Questionários aplicados aos estudantes, participantes da pesquisa.

Questionário aplicado a professora da 2º fase da EJA.

Livro de atas dos resultados finais para obter dados referentes ao numero de

estudantes, matriculados e evadidos no ano letivo de 2011.

ANALISE DOS QUESTIONÁRIOS

Ao iniciar o ano letivo de 2011 na educação fundamental da EJA, 2ª fase no

município de Angelim-PE. Fizemos um levantamento dos Alunos aos quais

estiveram matriculados (35), desistiram ao decorrer do ano letivo de 2011 (16),

reprovados (3), transferidos (0) e aprovados (16). Entre esses dados, escolhemos os

alunos que ainda continuaram frequentando as aulas neste mesmo ano, ou seja,

com 16 alunos.

Para a analise desses dados fizemos uma tabela cuja estão as respostas dos

16 alunos que fizeram parte do questionário:

1ª TABELA

1. Você frequentou a escola antes da EJA?

Alunos SIM NÃO JUSTIFICATIVA

A X Porque quis parar de estudar

B X Porque era de difícil acesso a escola

C X Para ajudar a minha mãe

D X Para ajudar a minha mãe

E X Porque precisava trabalhar

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F X Porque precisava trabalhar

G X Porque estava cansado de estudar

H X Porque engravidei

I X Porque eu trabalhava

J X Porque eu trabalhava

K X Por trabalhar na agricultura

L X Motivo de trabalho

M X Para trabalhar

N X Para trabalhar

O X Para trabalhar

P X Porque trabalhava

Entre a análise dos dados podemos observar que quase todos os docentes

responderam que frequentaram antigamente a EJA, percebemos também que entre

as 16 respostas, um dos educandos não compreendeu a pergunta corretamente, ou

seja, confundiu ao responder pois a mesma falou que nunca frequentou a EJA, e

depois falou que quis parar de estudar. Tal motivo desta aluna ter se confundido na

resposta pode ter sido porque a mesma estava ansiosa para ir embora para casa.

Já nas respostas dos 15 alunos, cujo responderam corretamente que

frequentaram a escola, antes da EJA, percebemos que o motivo da desistência dos

mesmo predominaram por: trabalharem, pelo acesso ser dificultoso, ajudar os pais,

e por engravidar. Segundo Campos (2003):

estabelece a evasão escolar na EJA como um abandono por tempo determinado ou não. Diversas razões de ordem social e, principalmente, econômica concorrem para a evasão escolar dentro da EJA, transpondo a sala de aula e indo além dos muros da escola.

2ª TABELA

2. Você esta empregado?

ALUNO SIM NÃO PROFISSÃO

A X Pedreiro

B X Estudante

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C X Estudante

D X Estudante

E X Agricultor

F X Estudante

G X Estudante

H X Estudante

I X Auxiliar de manutenção

J X Eletricista

K X Agricultor

L X Agricultor

M X Estudante

N X Agricultor

O X Eletricista

P X Estudante

Entre a analise dos dados, podemos observar que quase todos os docentes da

EJA, consideram que não trabalham, mas que na realidade são profissões. Estas

respostas podem serem por que os mesmos acreditam que são trabalhos cuja

desvalorização é apresentado pelo nível de aprendizagem. Percebemos também

que das 16 respostas, 8 são estudantes, 4 são agricultores, dando ênfase, alguns

dos alunos não percebem que agricultor também é uma profissão pois trabalham por

conta própria para o seu próprio sustento, 1 pedreiro, 2 eletricista e 1 auxiliar de

manutenção.

3ª TABELA

Porque você esta na escola?

ALUNO RESPOSTAS

A Porque quero aprender mais e ser alguém na vida

B Porque quero me formar e ser eletricista

C Porque quero ser policial

D Porque quero ser professora

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E Porque preciso aprender mais e ser alguém na vida

F Porque quero aprender mais e ser alguém na vida

G Porque quero aprender mais e ser alguém na vida

H Para terminar os estudos e arrumar um bom emprego

I Porque quero aprender mais e ser alguém na vida

J Porque quero aprender mais e ser alguém na vida

K Para aprender mais e arrumar um bom emprego

L Para arrumar um bom emprego

M Para aprender a ler e escrever

N Para aprender a ler e escrever

O Para aprender a ler e escrever

P Para aprender mais e ser alguém na vida

Entre a analise dos dados podemos observar também que quase todos os

docentes voltaram a escola para serem alguém na vida, percebe-se também que

entre as respostas dos 16 alunos, 7 alunos voltaram a escola para aprender mais e

serem alguém na vida, 3 para aprender a ler e escrever, 2 para arrumar um bom

emprego, 1 para ser eletricista, 1 policial, e uma professora. Observou-se que todos

possuem um objetivo na vida independentemente da sua faixa etária, pois voltaram

a escola para a realização de um sonho futuro.

ANALISE DOS GRÁFICOS

Neste capitulo, mostraremos o resultado da entrevista aplicada aos educandos

da 2º fase da EJA através de gráficos. Mostraremos também os resultados dos

demais dados quantitativos coletados na secretaria da unidade de ensino no

município selecionado.

A evasão escolar em turmas da EJA, estão presentes ainda nos dias de hoje,

pois antigamente o âmbito escolar era privilégios de poucos, pois nem todas as

pessoas tiram condições para frequentar uma escola.

De acordo com os dados coletados de alunos da 2ª fase da EJA (Educação de

Jovens e Adultos) em Angelim, foi possível desenvolver uma analise a fim de

identificar aspectos importantes para o estudo proposto. Antes de iniciarmos a

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análise do questionário apresentados aos estudantes, mostraremos o quadro

referente ao numero de estudantes matriculados e evadidos da EJA na 2ª fase.

O quadro referente a 2011 sobre a evasão escolar na EJA.

FASE

ESTUDANTES MATRICULADOS

ESTUDANTES EVADIDOS

35

16

DIAGNOSTICO DE QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ESTUDANTES DA EJA

GRAFICO 1. Gênero dos alunos entrevistados

De acordo com os resultados obtidos no gráfico 1, pode-se observar, que 80%

dos alunos são masculinos, em relação a 20% do sexo feminino, através deste

gráfico podemos supor que os homens são mais interessados os estudos do que as

mulheres, ou as mesmas não possam estudar por que alegam ficar em casa para

cuidar dos filhos.

GRÁFICO 2. Faixa etária dos educandos

0

20

40

60

80

100

mulheres homens

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No gráfico 2, pode-se notar que 80% dos alunos a faixa etária são entre 18 a

28 anos, e 20% na faixa etária entre 30 a 45 anos.

Conclui-se que a maioria desses alunos não tiveram apoio dos pais na idade

apropriada para continuares os seus estudos. Só agora os mesmos, tiveram

oportunidade de voltar aos estudos.

GRÁFICO 3. Você trabalha?

Diante dos resultados obtidos no gráfico 3, 90% dos alunos não trabalham por

morarem na zona rural e por trabalharem em casa mesmo ajudando seus pais na

agricultura.

GRAFICO 4. Você se matriculou-se na EJA antes, por realização pessoal?

0

20

40

60

80

100

18 á 28 30 á 45

0

20

40

60

80

100

sim não

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De acordo com o gráfico 4, 90% dos alunos voltaram a estudar por realização

pessoal e 10% alegaram outros motivos pelos quais os fizeram estar em sala de

aula.

ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO APLICADO A PROFESSORA DA 2º FASE DA EJA

1. Quantos anos de atuação profissional? 6 anos

2. Anos de experiências como docente? 6 anos

3. Anos de experiências como docente na EJA? 3 anos

4. O que você entende por EJA? Modalidade de ensino a alunos com distorção

idade/série.

5. Foi opção sua lecionar na EJA? Foi um convite no qual me identifiquei bastante

e acolhi como um desafio.

6. Para você, quais os maiores desafios para ensinar na EJA? Contornar as

distorções idade-série-grau de aprendizagem, vencer a auto estima.

7. Você percebe diferença em ensinar no ensino fundamental e na EJA?

Porque? Sim, a clientela de estudantes é bem diferente do ensino regular. Além de

muitos serem alunos fora de faixa etária, outros são desestimulados, onde uns vem

do trabalho, outros são casados, tem filhos ou seja tem outros compromissos além

dos estudos.

8. Você procura saber o histórico da vida de seus alunos? Como? A medida do

possível sim, por meio de conversas sempre incentiva-os

0

20

40

60

80

100

sim não

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Através desta entrevista, percebe-se que a professora selecionada, não tem

uma especialização em EJA. porém busca métodos que contribuem em sua

metodologia visando que os educandos compreendam o assunto exposto.

Percebemos também que a professora busca respeitar os conhecimentos prévios

dos alunos, pois a mesma procura de um modo geral saber do histórico de cada um

dos seus alunos. Tornando-se um ambiente não só de conhecimento mais de trocas

de experiências.

Na 4º questão, notamos que a professora não possui um bom conhecimento

acerca da modalidade da EJA, seu conhecimento é prévio e sem muitos

questionamentos. Na 5º questão, nota-se que a professora esta apta a novas

oportunidades onde a EJA foi um desafio inovador para a professora além de ser

mais um conhecimento adquirido para sua formação profissional. Na 6º questão,

percebemos que para a professora o maior desafio com os seus alunos foi a alto

estima, pois os mesmos se sentem desmotivados para irem a sala de aula. Na 7º

questão, observar-se que a professora, percebe alguns dos desafios que os alunos

apresentam para retornarem a sala de aula, porem percebe que essa modalidade

possui alunos fora de faixa etária, alunos que estão a muito tempo sem frequentar a

escola, desistiram e agora retornaram a sala de aula. Na 8º questão, percebemos

que a professora procura pesquisar as necessidades dos alunos, por isso, procura

um meio de ajudar os seus alunos, com diálogos diferentes relacionado a vida dos

educandos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo desta pesquisa, apresentamos a trajetória da Educação de Jovens e

Adultos no Brasil, desde as últimas décadas do século XX até os anos atuais, bem

como uma análise de suas especificidades. Nessa trajetória foi possível identificar os

principais desafios que a EJA enfrenta, tendo em vista a exclusão sócio-educacional

sofrida por essa categoria, em virtude da ausência de políticas públicas voltados aos

mesmos.

A evasão escolar tem sido um dos maiores problemas existentes na escola

publica e em especial as turmas da EJA. A EJA no contexto atual, necessita

reestruturar seu currículo para que possam provocar o interesse dos educandos

buscando um ensino - aprendizagem que valoriza os conhecimentos prévios

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baseados numa pratica pedagógica com uma construção de aprendizagem

significativa, que o educando da EJA, conheça seu alunado, sua trajetória escolar,

seu tempo de aprendizagem, sobre tudo repensar a metodologia e dinâmica das

aulas.

Ao realizar essa pesquisa, assumi o desafio de investigar se e como as

práticas pedagógicas em vigência na EJA consideram as especificidades do

educando; bem como descrever como se processa o ensino nas salas de EJA e a

perspectiva metodológica adotada pelos professores. Considero então que, as

expectativas do trabalho foram alcanças, a partir das observações e entrevistas, no

momento em que se identificou que se torna imprescindível considerar as diferenças

dos indivíduos que na EJA estão incluídos. Pois, enquanto indivíduos que possuem

especificidades próprias, não podem ser desconsiderados. Dessa maneira, o

educador que fundamentar sua prática nesses princípios, considerando a priori, as

condições fundamentais do aluno da EJA de não-criança, de excluído da escola e de

membros de determinados grupos culturais, bem como, as experiências advindas de

sua bagagem de conhecimentos adquiridos a partir das vivências diárias, terá sem

sombra de dúvida, um satisfatório desenvolvimento da sua prática docente.

REFERÊNCIAS

ANDRÉ, M.E.D.A. Etnografia da prática escolar. Prática pedagógica. Campinas: Papirus, 1995. ARPINI, D.M. Violência e exclusão. Adolescência em grupos populares. Bauru: Edusc, 2003. BRASIL. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação Edições Câmara, 2010. GOMES, M. J. Profissionais fazendo matemática: o conhecimento de números decimais de alunos pedreiros e marceneiros da educação de jovens e adultos. Recife, 2007, 204p. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco/UFPE. LARA, Tiago Adão. A escola que não tive. O professor que não fui. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2003. OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, n 12, p. 59-73, set/dez, 1999. PENIN, S. Cotidiano e escola: a obra em construção. São Paulo: Cortez, 1995.

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PNE. Plano de educação Nacional PEREIRA, D. de F. F. Educação de jovens e adultos e educação popular: um olhar histórico sobre as políticas ou ausência delas. São Paulo: EccoS, v.9, p53-74, jan/jun.2007. RUCHEINSCKY, A. A violência descortinando a educação: a polêmica de decifrar a prática social, In: LAMPERT, E. (Org.). Educação, cultura e sociedade: abordagens múltiplas. Porto Alegre: sulina, 2004. SERRÃO, M. BALEEIRO, M. C. Aprendendo a ser e a conviver. São Paulo: FTD, 1999. OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. São Paulo: Revista Brasileira de Educação, n 12, p. 59-73, set/dez, 1999. CAMPOS, E. L. F.. A Infrequência dos alunos adultos trabalhadores, em processo de alfabetização, na Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG: UFMG, 2003. 147 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de Minas Gerais, 2003.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO AO PROFESSOR

Nome:__________________________________________________ Idade:________________________ Formação inicial:_____________________ Graduação:________________________________________________ Pós graduação: ____________________________________________

Perguntas

1.Quantos anos de atuação profissional?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2.Anos de experiências como docente?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3.Anos de experiências como docente na EJA?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4.O que você entende por EJA?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5.Foi opção sua lecionar na EJA?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6.Para você, quais os maiores desafios para ensinar na EJA?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

7. Você percebe diferença em ensinar no ensino fundamental e na EJA? Porque?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

8.Você procura saber o histórico da vida de seus alunos? Como?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS

Nome: _________________________________________________ Idade: _________________________________________________ Sexo: Masculino ( ), Feminino ( ) Profissão: ______________________________________________

Perguntas 1.Você já frequentou a escola antes da EJA? Justifique. Sim ( ) porque não continuou? Não ( ) porque não frequentou?

2. Você esta empregado?

3.Porque você esta na escola? ______________________________________________________________________________________________________________________________________