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UNIVERSIDADE DE GRANADA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE DIDÁCTICA E ORGANIZAÇÃO ESCOLAR TESE DE DOUTORAMENTO “Estudo e análise das competências específicas de Linguagem e Comunicação dos formandos dos cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA), de nível B3, no CENCAL, no concelho de Caldas da Rainha (Portugal)"Estudio y análisis de las competencias específicas del Lenguaje y Comunicación de los alumnos dos cursos de Educación y Formación de Adultos (EFA), el nivel B3, en CENCAL, en el municipio de Caldas da Rainha (Portugal)" Ana Cristina Freitas de Jesus Raimundo DIRECTOR: PROFESSOR DOUTOR D. FRANCISCO JAVIER HINOJO LUCENA 2015

A evolução do conceito de competência até à actualidade

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  • UNIVERSIDADE DE GRANADA

    FACULDADE DE CINCIAS DA EDUCAO

    DEPARTAMENTO DE DIDCTICA E ORGANIZAO ESCOLAR

    TESE DE DOUTORAMENTO

    Estudo e anlise das competncias especficas de Linguagem e Comunicao dos

    formandos dos cursos de Educao e Formao de Adultos (EFA), de nvel B3, no

    CENCAL, no concelho de Caldas da Rainha (Portugal)

    "Estudio y anlisis de las competencias especficas del Lenguaje y Comunicacin de los

    alumnos dos cursos de Educacin y Formacin de Adultos (EFA), el nivel B3, en

    CENCAL, en el municipio de Caldas da Rainha (Portugal)"

    Ana Cristina Freitas de Jesus Raimundo

    DIRECTOR:

    PROFESSOR DOUTOR D. FRANCISCO JAVIER HINOJO LUCENA

    2015

  • Ao meu Pai e ao Paulo

  • AGRADECIMENTOS

    Tm direito a censurar, os que tm corao para ajudar.

    William Penn

    Ao longo deste percurso, foram muitos aqueles que contriburam, directa ou

    indirectamente, para a concretizao deste trabalho de investigao. O caminho no foi

    fcil, mas o entusiasmo, a motivao e a persistncia de familiares e de amigos foram

    preciosos para conseguir chegar a este momento, pois contei com uma ajuda que sem

    dvida tornou menos sinuosa a concretizao do meu projecto.

    O amor, a amizade e o afecto de todos impulsionaram-me e deram-me nimo e

    coragem nos momentos mais difceis, nunca me deixando pronunciar a palavra

    desistir, mas foram sem dvida o meu Pai e o meu Marido aqueles que mais

    contriburam para a chegada a esta etapa. Para o meu Pai, homem parco em palavras

    mas rico nos afectos, tudo o que lhe possa dizer pouco para expressar o quo grata lhe

    ficarei sempre. Homem de poucos estudos, foi sempre uma figura presente que no s

    me incentivou a frequentar o ensino superior, como trabalhou incansavelmente para que

    nada me faltasse, sorrindo apenas quando lhe dizia: Pai, consegui!

    Ao Paulo, meu marido, obrigada pelo entendimento dos silncios, dos olhares

    distantes, pela cumplicidade, pela amizade, pelo companheirismo, pela confiana e pela

    compreenso dos dias e, principalmente, noites de ausncia.

    Agradeo a todos os que se cruzaram no meu caminho e contriburam para o

    resultado final deste trabalho de investigao. Contudo, no posso deixar de destacar

    algumas pessoas pelo seu particular interesse, disponibilidade infinita, pacincia e

    entusiasmo.

    Ao Professor Doutor D. Francisco Hinojo, orientador cientfico deste trabalho de

    investigao, por me ter acompanhado, encorajado e exigido sempre mais e mais,

    mesmo quando me parecia impossvel concretizar este projecto to ambicioso Tienes

    que escribir ms. Contina. Contina, o meu muito sentido agradecimento.

  • Quero tambm agradecer ao Professor Doutor D. Tomas Sola que, embora no

    fosse o meu orientador, sempre fez questo de acompanhar o meu trabalho,

    incentivando-me a continuar e a investir neste projecto.

    Ao Professor Doutor D. Juan Nuez que sempre se mostrou disponvel no

    esclarecimento e na orientao relativamente s questes de formatao do trabalho.

    Ao Professor Doutor Jos Manuel Silva, pelo constante incentivo, apoio e

    motivao, por dar luz a caminhos, por vezes, sombrios, tortuosos e de desalento. A sua

    disponibilidade e o seu estmulo permanentes foram fundamentais para que eu pudesse

    realizar este trabalho e chegar ao fim deste percurso.

    Quero tambm enderear um agradecimento especial minha Amiga Susana

    Pita Soares que nunca me deixou desistir, incentivando-me com as suas sbias e

    fraternas palavras, que funcionaram como um autntico esteio nos momentos de

    desespero intelectual.

    Agradeo s minhas Amigas Snia Neves, Anabela Neves e Inmaculada

    Amorcillo que me ajudaram sempre que tive dvidas na descodificao de escritos

    produzidos noutras lnguas e que me auxiliaram na redaco do Abstract nas lnguas,

    inglesa, francesa e espanhola.

    s minhas Amigas Dulce Caetano e Ana Vazo, um grande bem-haja pelo apoio

    prestado no Excel e em outras questes informticas, como por exemplo na formatao,

    e s minhas Amigas Snia Vazo e Sofia Pereira, pelo apoio prestado na anlise dos

    procedimentos relativos s Provas Para Maiores de 23 e na contextualizao do captulo

    da formao profissional em Caldas da Rainha, respectivamente.

    Ana Paula Andr, minha amiga e companheira de percurso, com quem

    partilhei inquietaes e dvidas metodolgicas ao longo deste trabalho de investigao,

    um muito obrigada, pois o seu apoio no decorrer do trabalho suavizou sobremaneira as

    vrias contrariedades que com a sua ajuda enfrentei e ultrapassei.

    ANQ/ANQEP pela disponibilidade e profissionalismo demonstrados no envio

    dos dados solicitados.

  • Formulo ainda um agradecimento especial ao Centro de Formao Profissional

    para a Indstria Cermica - CENCAL - que me possibilitou fazer esta investigao,

    facultando-me os dados necessrios e apoiando-me sempre que solicitava a sua

    colaborao. De todos os que me apoiaram, destaco o Dr. Octvio Oliveira, o Dr. Pedro

    Paramos, o Doutor Jos Lus Silva, o Eng. Joaquim Braz, a Maria Jos Cunha e a Lusa

    Pinto que se mostraram sempre disponveis.

    Finalmente, os ltimos mas no de somenos importncia, um especial

    agradecimento a todos os meus ex-formandos que foram, mesmo sem o saberem, os

    impulsionadores deste trabalho. Se no tivesse trabalhado com eles, com tanto gosto,

    no teria escolhido este tema. Foram eles a minha fonte de inspirao.

    A todos, o meu MUITO OBRIGADA.

  • RESUMO

    O trabalho apresentado pretende evidenciar o impacto que os cursos EFA de nvel

    bsico tiveram nas mudanas ocorridas na vida pessoal, social e, principalmente,

    profissional dos adultos.

    A educao de adultos deve dotar os cidados de competncias necessrias para

    dar resposta s exigncias actuais, isto , deve dot-los de competncias que lhes

    permitam adaptar sociedade e s necessidades de cada momento, promovendo a

    autonomia, a adaptabilidade, a flexibilidade, a criatividade e a participao crtica na

    vida social e profissional.

    Uma vez que a educao de adultos se centra em competncias, este um dos

    conceitos nucleares que se pretende analisar em vrios contextos, nomeadamente no

    contexto de educao de adultos e no contexto do mercado de trabalho, ao longo deste

    estudo.

    Os cursos EFA, que surgiram em Portugal em 2000, enquadram-se nas grandes

    linhas orientadoras da aprendizagem ao longo da vida seguidas na Europa e tm como

    principais objectivos aumentar a competitividade, promover a empregabilidade, reforar

    a coeso social e elevar os nveis de educao e qualificao da populao.

    Com este estudo, pretende-se aferir se as competncias adquiridas pelos adultos

    em cursos EFA de nvel bsico, nomeadamente as competncias de Linguagem e

    Comunicao, contribuem para introduzir mudanas significativas nos seus projectos de

    vida, quer a nvel pessoal quer a nvel profissional e se os adultos que frequentam estes

    cursos adquirem competncias que lhes permitam enfrentar os desafios da nova

    sociedade e do mercado de trabalho, tal como preconizado pelas polticas europeias

    relativamente educao de adultos.

    Palavras-chave: Educao de adultos, competncias, empregabilidade, cursos EFA,

    aprendizagem ao longo da vida.

  • RESUMEN

    El trabajo presentado pretende evidenciar el impacto que los cursos EFA de nivel bsico

    tuvieron en los cambios producidos en la vida personal, social y, principalmente,

    profesional de los adultos.

    La educacin de adultos debe dotar a los ciudadanos de las competencias

    necesarias para responder a las exigencias actuais, o sea, deber dotarles de

    competencias que les permitan adaptarse a la sociedad y a las necesidades de cada

    momento, promocionando su autonoma, su adaptabilidad, su flexibilidad, su

    creatividad y su participacin crtica en la vida social y profesional que les rodea.

    Ya que la educacin de adultos se centra en las competencias, ste ser uno de

    los temas nucleares que se pretende analizar en varios contextos, especialmente en el

    contexto de la educacin de adultos e y en el contexto del mercado de trabajo, a lo

    largo de este estudio.

    Los cursos EFA, surgidos en Portugal en el ao 2002, se encuadran en las

    grandes lneas orientadoras del aprendizaje a lo largo de la vida, seguidas en Europa, y

    que tienen como objetivo principal aumentar la competitividad, promocionar el empleo,

    reforzar la cohesin social y elevar los niveles de educacin y calificacin de la

    poblacin.

    Con este estudio se pretende examinar, si las competencias adquiridas por los

    adultos en los cursos EFA de nivel bsico, concretamente las competencias de Lenguaje

    y Comunicacin, contribuyen a introducir cambios significativos en sus proyectos de

    vida, sea a nivel personal sea a nivel profesional, y si los adultos que frecuentan estos

    cursos adquieren competencias que les permitan enfrentar los desafos de la nueva

    sociedad y del mercado de trabajo, tal como ha sido preconizado por las polticas

    europeas en lo que se refiere a la educacin de adultos.

    Palabras-Clave: Educacin de adultos, competencias, empleabilidad, cursos EFA,

    aprendizaje a lo largo de la vida.

  • ABSTRACT

    The presented work seeks to reflect on the impact that Adults Education Training

    Courses (basic level) had on the changes that have occurred in all aspects of adults

    life, personal, social and especially professional.

    Adults Education should give citizens the required skills to face the demands

    of these days, namely should give skills that allow them to adapt to society and to the

    needs of each day , promoting autonomy, adaptability, flexibility, creativity and critical

    participation in social and professional life.

    Since adults education is based on skills, this is one of the main concepts that

    we intend to analyse in several contexts, namely in adults education and in work

    market, throughout this study.

    Education and adults training courses emerged in Portugal in 2000, they fit in

    the guide lines of learning through life followed by Europe. In this context, the main

    objectives are to increase competitiveness, promote employability, reinforce social

    cohesion and increase education and qualification levels.

    This analysis intends to measure if the skills obtained by adults in Adults

    Education Training Courses of basic level, particularly Language and Communication

    skills, lead to start relevant changes in their life projects, from personal to professional

    level and if adults that attend these courses obtain skills that allow them to face the

    challenges of this new society and work market, such it has been advocated by

    European policies concerning adults education.

    Key- words: Adults education, Skills, Employability, Adults Education Training

    Courses, lifelong learning.

  • RSUM

    Le travail prsent prtend mettre en vidence limpact que les cours EFA de second

    degr, premier cycle ( niveau 3me ) a sur les adultes au niveau, personnel, social et,

    principalement, au niveau professionnel.

    Lducation des adultes doit doter les citoyens de comptences ncessaires pour

    donner rponse aux exigences daujourdhui, soit, doit les doter de comptences qui leur

    permettent dadapter la socit et aux besoins de chaque moment, promouvant

    lautonomie, ladaptabilit, la flexibilit, la criativit et la participation critique dans la

    vie sociale et professionnelle.

    tant donn que lducation des adultes se centre en comptences, celles-ci sont

    un des concepts nuclaires, que nous prtendons analyser dans diffrents contextes tout

    au long de cette tude., plus precismment dans le contexte de lducation dadultes et

    dans le contexte du march de travail.

    Les cours EFA, qui ont surgi au Portugal en lan 2000, sencadrent dans les

    grandes lignes orientatrices de lapprentissage au long de la vie suivies en Europe et ont

    pour principaux objectifs aumenter la comptitivit, promouvoir lemployabilit,

    reforcer la cohsion sociale et lever les niveaux de lducation et de qualification de la

    population.

    Avec cette tude, nous prtendons vrifier si les comptences acquises par les

    adultes dans les cours EFA du second degr, premier cycle, notamment celles en

    Langage et Communication, contribuent pour introduire des changements significatifs

    dans leurs projects de vie, soit au niveau personnel soit au niveau professionnel et si les

    adultes qui frquentent ces cours obtiennent des comptences qui leur permettent de

    faire face aux dfis de la nouvelle socit et du march de travail, tout comme prconis

    par les politiques europennes relativement lducation des adultes.

    Mots-Clefs: Education dadultes, comptences, empoyabilit, cours EFA, apprentissage

    au long de la vie.

  • Se quiseres um ano de prosperidade, semeia cereais. Se quiseres dez anos de

    prosperidade, planta rvores. Se quiseres cem anos de prosperidade, educa os homens.

    Provrbio chins: Guanzi (c. 645 a.C.)

  • NDICE

    AGRADECIMENTOS .................................................................................................... V

    RESUMO ........................................................................................................................ IX

    RESUMEN ..................................................................................................................... XI

    ABSTRACT ................................................................................................................. XIII

    RSUM ...................................................................................................................... XV

    NDICE ........................................................................................................................ XIX

    NDICE DE TABELAS ............................................................................................ XXIV

    NDICE DE FIGURAS ............................................................................................. XXV

    NDICE DE GRFICOS .......................................................................................... XXVI

    LISTA DAS SIGLAS E ACRNIMOS ................................................................ XXXIII

    INTRODUO ..................................................................................................... XXXIX

    RESUMO DA FUNDAMENTAO TERICA ..................................................... XLV

    RESUMEN DE LA FUNDAMENTACIN TERICA................................... LXXXVII

    PRIMEIRA PARTE: FUNDAMENTAO TERICA ............................................. 129

    CAPTULO 1 ................................................................................................................ 129

    A EDUCAO E FORMAO DE ADULTOS NA EUROPA ............................... 129

    1. A educao e formao de adultos na Europa ............................................................. 130

    1.1. A educao de adultos em Frana ............................................................................ 144

    1.2. A educao de adultos em Espanha ......................................................................... 148

    1.3. A educao de adultos em Itlia ............................................................................... 151

    2. Sntese ........................................................................................................................... 153

    CAPTULO 2 ................................................................................................................ 157

    A EDUCAO EM PORTUGAL A EDUCAO E FORMAO DE ADULTOS

    ...................................................................................................................................... 157

    I. A EDUCAO EM PORTUGAL ............................................................................................. 157

    1. A histria da Educao em Portugal ............................................................................. 157

    1.1. Da Idade Mdia ao Sculo das Luzes ........................................................................ 158

    1.2. A Reforma Pombalina ............................................................................................... 159

  • XX

    1.3. Aps a Revoluo Liberal ........................................................................................... 159

    1.4. Depois da Implantao da Repblica ........................................................................ 161

    1.5. O Estado Novo ........................................................................................................... 162

    1.6. O Ensino Democrtico ............................................................................................... 164

    2. O sistema educativo e de formao profissional em Portugal ..................................... 167

    2.1. Educao pr-escolar ................................................................................................ 168

    2.2. Ensino bsico ............................................................................................................. 168

    2.3. Ensino secundrio ..................................................................................................... 168

    2.4. Ensino ps-secundrio no superior ......................................................................... 170

    2.5. Ensino superior .......................................................................................................... 170

    2.6. Aprendizagem ao longo da vida ................................................................................ 171

    3. Enquadramento institucional ........................................................................................ 174

    II. A EDUCAO E FORMAO DE ADULTOS ........................................................................ 176

    1.1. Educao de adultos em Portugal breve resenha histrica ................................... 176

    1.2. A Educao de Adultos em Portugal aps o 25 de Abril ........................................... 178

    1.3. Da Agncia Nacional de Educao e Formao de Adultos (ANEFA) Agncia

    Nacional para a Qualificao e o Ensino Profissional (ANQEP) ............................................. 194

    CAPTULO 3 ................................................................................................................ 223

    A EVOLUO DO CONCEITO DE COMPETNCIA AT ACTUALIDADE ... 223

    1. O Conceito de Competncias Impreciso conceptual ................................................ 224

    1.1. O conceito de Competncia na perspectiva da educao/formao .................... 226

    1.2. O conceito de Competncia na perspectiva das organizaes do trabalho .......... 228

    1.3. Competncias-chave / Competncias especficas .................................................... 230

    2. As competncias-chave no trabalho ............................................................................. 231

    2.1. O International Adult Literacy Survey - IALS .............................................................. 232

    2.2. O Adult Literacy and Lifeskills - ALL ........................................................................... 233

    2.3. Programme for International Student Assessment - PISA ......................................... 233

    2.4. Definining and Selecting Key Competencies: Theoretical and Conceptual Foundations

    - DeSeCo ................................................................................................................................ 236

    2.5. Estratgias empresariais e competncias-chave ...................................................... 242

    3. As competncias-chave na educao ............................................................................ 243

    3.1. Referencial de Competncias-Chave - nvel secundrio ........................................... 247

    3.1.1. Cidadania e Profissionalidade (CP) .................................................................... 252

    3.1.2. Cultura, Lngua e Comunicao (CLC) ................................................................ 254

  • XXI

    3.1.3. Sociedade, Tecnologia e Cincia (STC) .............................................................. 256

    3.2. Referencial de Competncias-chave nvel bsico .................................................. 258

    3.2.1. Matemtica para a Vida (MV) ........................................................................... 260

    3.2.2. Tecnologias de Informao e Comunicao (TIC) ............................................. 262

    3.2.3. Cidadania e Empregabilidade (CE) .................................................................... 263

    3.2.4. Linguagem e Comunicao (LC) ........................................................................ 264

    CAPTULO 4 ................................................................................................................ 269

    A FORMAO PROFISSIONAL EM CALDAS DA RAINHA O CENCAL ..... 269

    1. Contextualizao histrica e geodemogrfica .............................................................. 270

    2. O CENCAL ...................................................................................................................... 280

    2.1. Contextualizao ....................................................................................................... 280

    2.2. Organograma ............................................................................................................ 289

    2.3. Instalaes ................................................................................................................. 292

    2.4. Histrico da oferta formativa do CENCAL ................................................................. 296

    2.5. Cursos EFA ................................................................................................................. 299

    Caracterizao das turmas de Educao e Formao de Adultos de nvel secundrio e de

    nvel bsico ........................................................................................................................ 301

    2.5.1. Caracterizao das turmas EFA de nvel secundrio ......................................... 302

    2.5.1.1. Balano final dos cursos EFA de nvel secundrio ................................................ 315

    2.5.2. Caracterizao das turmas EFA de nvel bsico ................................................ 321

    2.5.2.1. Balano final dos cursos EFA de nvel bsico ....................................................... 327

    2.6. Equipa formativa ................................................................................................... 330

    SEGUNDA PARTE. MARCO EMPRICO ................................................................. 331

    CAPTULO 5 ................................................................................................................ 331

    METODOLOGIA E INSTRUMENTOS DE INVESTIGAO ................................ 331

    1. Justificao da investigao .......................................................................................... 331

    2. Problema da investigao ............................................................................................. 335

    3. Objectivos da investigao ............................................................................................ 335

    3.1. Objectivos gerais ............................................................................................................ 335

    3.2. Objectivos especficos .................................................................................................... 336

    4. Metodologia da investigao ........................................................................................ 336

    4.1. Descrio da populao ................................................................................................. 339

    4.2. Instrumentos de recolha e obteno de dados (quantitativos e qualitativos) .............. 344

  • XXII

    4.3 Metodologia .............................................................................................................. 347

    4.3.1 Instrumentos quantitativos: inqurito por questionrio ......................................... 348

    4.3.2 Instrumentos qualitativos: entrevistas e grupos de discusso ................................ 351

    4.3.2.1 Entrevistas ............................................................................................................. 351

    4.3.2.2 Grupos de discusso ............................................................................................. 359

    4.4 Validade e fiabilidade dos instrumentos ........................................................................ 363

    SEGUNDA PARTE. MARCO EMPRICO ................................................................. 365

    CAPTULO 5 ................................................................................................................ 365

    1. Justificacin de la investigacin........................................................................................ 365

    2. Problema de la investigacin ............................................................................................ 369

    3. Objetivos de la investigacin ............................................................................................. 369

    3.1. Objetivos generales ........................................................................................................ 369

    3.2. Objetivos especficos ...................................................................................................... 370

    4. Metodologa de la investigacin ....................................................................................... 370

    4.1 Descripcin de la poblacin............................................................................................. 373

    4.2. Instrumentos de recogida y obtencin de datos (cuantitativos y cualitativos) ............. 378

    4.3. Metodologa ................................................................................................................... 381

    4.3.1 Instrumentos cuantitativos: encuesta por cuestionario .......................................... 382

    4.3.2 Instrumentos cualitativos: entrevistas y grupos de discusin ................................. 386

    4.3.2.1 Entrevistas ............................................................................................................. 386

    4.3.3 Grupos de discusin ................................................................................................. 394

    4.4 Validez y fiabilidad de los instrumentos .......................................................................... 397

    CAPTULO 6 ................................................................................................................ 399

    APRESENTAO E ANLISE DE RESULTADOS ................................................ 399

    I. Quantitativos ................................................................................................................. 399

    1. Anlise descritiva ........................................................................................................... 400

    1.1. Caracterizao dos inquiridos ............................................................................... 400

    1.1.1. Percepo/ Experincia escolar......................................................................... 404

    1.1.2. Situao Profissional ......................................................................................... 405

    1.2. Participao no Curso EFA ..................................................................................... 409

    1.2.1. Motivaes que levaram os formandos a frequentarem o curso ..................... 409

    1.2.2. Frequncia de cursos EFA anteriormente ......................................................... 421

    1.3. Impacto do curso EFA ................................................................................................. 422

  • XXIII

    1.3.1 Motivao para a aquisio das competncias de Linguagem e Comunicao ...... 422

    1.3.2. Participao em actividades de aprendizagem ....................................................... 429

    1.3.3 Motivao para a aprendizagem .............................................................................. 440

    1.3.4. Impacto do curso EFA na vida profissional e pessoal ............................................. 448

    1.3.5 As competncias de Linguagem e Comunicao na profisso/ trabalho ................ 466

    1.3.6 As competncias de Linguagem e Comunicao na vida pessoal e social ............... 469

    2. Anlise Factorial ............................................................................................................ 491

    II. Qualitativos ....................................................................................................................... 577

    1. Entrevistas ................................................................................................................. 578

    2. Grupos de discusso ................................................................................................. 616

    III. Triangulao de resultados .............................................................................................. 652

    CAPTULO 7 ................................................................................................................ 685

    CONCLUSES E PROSPECTIVA ............................................................................. 685

    1. Concluses .................................................................................................................... 686

    1.1. Concluses gerais .................................................................................................. 686

    1.2 Concluses especficas ................................................................................................ 687

    2. Reflexo Pessoal ............................................................................................................ 694

    3. Prospectiva .................................................................................................................... 696

    CAPTULO 7 ................................................................................................................ 699

    CONCLUSIONES Y PROSPECTIVA ........................................................................ 699

    1. Conclusiones ................................................................................................................. 700

    1.1. Conclusiones generales ......................................................................................... 700

    1.2 Conclusiones especficas ............................................................................................. 701

    4. Reflexin Personal ......................................................................................................... 709

    5. Prospectiva .................................................................................................................... 711

    BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 713

    WEBGRAFIA ............................................................................................................... 731

    LEGISLAO ............................................................................................................. 732

    ANEXOS

    APNDICES

  • XXIV

    NDICE DE TABELAS

    Tabela 1- Diplomas atribudos em Frana .................................................................... 147

    Tabela 2- Quadro comparativo entre os trs pases da UE: Frana, Espanha e Itlia ... 154

    Tabela 3 - Evoluo da escolaridade obrigatria .......................................................... 167

    Tabela 4- Modalidades de educao e formao profissional inicial de nvel

    secundrio ...................................................................................................................... 169

    Tabela 5 - Comparao entre o modelo pedaggico e o modelo andraggico ............. 182

    Tabela 6 - Taxa de escolarizao, em Portugal, em 1991/1992, segundo o nvel de

    educao/ensino, por idade (%) .................................................................................... 191

    Tabela 7 - Organizao do processo de reconhecimento, validao e certificao

    de competncias ............................................................................................................ 211

    Tabela 8 - Planos de estudos extintos............................................................................ 216

    Tabela 9 - Desenvolvimento histrico da Educao e Formao de Adultos em

    Portugal ......................................................................................................................... 222

    Tabela 10 - Resumo dos domnios de PISA .................................................................. 234

    Tabela 11 - Nveis de proficincia da literacia em leitura, segundo o PISA ................. 235

    Tabela 12 - Competncias-chave seleccionadas no projecto DeSeCo .......................... 238

    Tabela 13 - Competncias-chave seleccionadas no projecto DeSeCo

    Continuao ................................................................................................................... 239

    Tabela 14 - Competncias-chave para os sistemas educativos: uma tentativa de

    proposta ......................................................................................................................... 241

    Tabela 15 - - Tabela-Sntese da estrutura e elementos conceptuais das 3 reas de

    Competncia- -Chave .............................................................................................. 250

    Tabela 16 - Perfil de Competncias para a Educao e Formao de Adultos -

    nvel secundrio ............................................................................................................. 251

    Tabela 17 - Quadro integrador dos Ncleos Geradores e Domnios de Referncia

    de Cidadania e Profissionalidade .................................................................................. 253

    Tabela 18 - Quadro integrador dos Ncleos Geradores e Domnios de Referncia

    de Cultura, Lngua e Comunicao ............................................................................... 255

    Tabela 19 - Quadro integrador dos Ncleos Geradores e Domnios de Referncia

    de Sociedade, Tecnologia e Cincia .............................................................................. 257

    Tabela 20 - rea de Matemtica para a Vida ................................................................ 261

  • XXV

    Tabela 21 rea de Tecnologias de Informao e Comunicao ................................. 262

    Tabela 22 - rea de Cidadania e Empregabilidade ...................................................... 263

    Tabela 23 - rea de Linguagem e Comunicao .......................................................... 264

    Tabela 24 - Competncias de Linguagem e Comunicao - nvel B1 .......................... 265

    Tabela 25 - Competncias de Linguagem e Comunicao - nvel B2 .......................... 266

    Tabela 26 - Competncias de Linguagem e Comunicao - nvel B3 .......................... 267

    Tabela 27 - Populao residente em Caldas da Rainha entre 1864 1960 .................. 273

    Tabela 28 - Populao residente em Caldas da Rainha entre 1970 2011 .................. 273

    Tabela 29 - Escola Rainha D. Leonor (1884-1900) - inscritos e primeiras

    matrculas de cermicos e outros. (Serra, 1988) ........................................................... 277

    Tabela 30 - Indicadores gerais, nacionais, regionais e concelhios ............................... 279

    Tabela 31 - Cursos EFA de nvel secundrio ............................................................... 299

    Tabela 32 - Cursos EFA de equivalncia ao 9 ano ...................................................... 300

    Tabela 33 - Perodo em que decorreram os cursos ....................................................... 340

    Tabela 34 - Frequncia dos adultos por curso e gnero ................................................ 340

    Tabela 35 - Adultos que desistiram dos cursos de nvel bsico, por gnero ................ 342

    Tabela 36 - Componente tcnica Juzo de Peritos. Validade do questionrio. .......... 348

    Tabela 37- Perodo en que transcurrieron los cursos. ................................................... 374

    Tabela 38- Asistencia de los adultos por curso y gnero. ............................................. 374

    Tabela 39 - Adultos que desistiron de los cursos de nivel bsico, por gnero. ............ 376

    Tabela 40- Componente tcnica Juicio de Expertos. Validez del cuestionrio. ........ 383

    NDICE DE FIGURAS

    Figura 1- Sistema de educao e formao profissional em Portugal ......................... 173

    Figura 2 - Principais intervenientes na administrao do sistema de educao e

    formao ....................................................................................................................... 175

    Figura 3 - Ciclo andraggico ....................................................................................... 183

    Figura 4 - Etapas de interveno dos Centros Novas Oportunidades .......................... 200

    Figura 5 - Oferta Formativa para Adultos ................................................................... 208

    Figura 6 - Desenho do Referencial de Competncias-Chave para a educao e

    formao de adultos - nvel secundrio ........................................................................ 248

    file:///C:/Users/Ana%20Raimundo/Desktop/Desktop/Tese%203%20ano%202014/Docs%20finais/TESE%20FINAL%20MARO%202015.docx%23_Toc413449578file:///C:/Users/Ana%20Raimundo/Desktop/Desktop/Tese%203%20ano%202014/Docs%20finais/TESE%20FINAL%20MARO%202015.docx%23_Toc413449578file:///C:/Users/Ana%20Raimundo/Desktop/Desktop/Tese%203%20ano%202014/Docs%20finais/TESE%20FINAL%20MARO%202015.docx%23_Toc413449580file:///C:/Users/Ana%20Raimundo/Desktop/Desktop/Tese%203%20ano%202014/Docs%20finais/TESE%20FINAL%20MARO%202015.docx%23_Toc413449582file:///C:/Users/Ana%20Raimundo/Desktop/Desktop/Tese%203%20ano%202014/Docs%20finais/TESE%20FINAL%20MARO%202015.docx%23_Toc413449582

  • XXVI

    Figura 7 - Referencial de Competncias para a Educao e Formao de Adultos ..... 260

    Figura 8 - Localizao geogrfica de Caldas da Rainha .............................................. 270

    Figura 9 - Mapa do concelho de Caldas da Rainha ...................................................... 271

    Figura 10 - Vista area do CENCAL ........................................................................... 280

    Figura 11 - Organograma do CENCAL ....................................................................... 291

    Figura 12 - CENCAL ................................................................................................... 293

    Figura 13 - Entrada do CENCAL ................................................................................. 293

    Figura 14 - Entrada/Recepo ...................................................................................... 293

    Figura 15 - Auditrio .................................................................................................... 293

    Figura 16 - Refeitrio ................................................................................................... 293

    Figura 17 - Laboratrio ................................................................................................ 293

    Figura 18 - Circuito Fabril - rea de Prensa e Rollers ................................................. 294

    Figura 19 - Circuito Fabril - rea de Conformao ..................................................... 294

    Figura 20 - Circuito Fabril - rea de Preparao de Pastas ......................................... 294

    Figura 21 - Circuito Fabril - rea de Acabamentos ..................................................... 294

    Figura 22 - Circuito Fabril - Atelier de Modelao ...................................................... 294

    Figura 23 - Laboratrio para Formao ....................................................................... 294

    Figura 24 - Atelier de Olaria ........................................................................................ 295

    Figura 25 - Atelier de Pintura ....................................................................................... 295

    Figura 26 - Sala de Gestores ........................................................................................ 295

    Figura 27 - Sala de Informtica .................................................................................... 295

    Figura 28 - Sala de Desenho ........................................................................................ 295

    Figura 29 - CRC ........................................................................................................... 295

    Figura 30 - Processo de triangulao dos dados obtidos .............................................. 345

    Figura 31 - Proceso de triangulacin de los datos obtenido. ........................................ 379

    NDICE DE GRFICOS

    Grfico 1 - Relao entre % de adultos que frequentam ALV, nvel de abandono

    escolar e % de adultos que possuem o ensino secundrio em 2012 .............................. 143

    Grfico 2 - Nveis de escolarizao em 1974 (%) ........................................................ 178

    file:///C:/Users/Ana%20Raimundo/Desktop/Desktop/Tese%203%20ano%202014/Docs%20finais/TESE%20FINAL%20MARO%202015.docx%23_Toc413449587file:///C:/Users/Ana%20Raimundo/Desktop/Desktop/Tese%203%20ano%202014/Docs%20finais/TESE%20FINAL%20MARO%202015.docx%23_Toc413449606file:///C:/Users/Ana%20Raimundo/Desktop/Desktop/Tese%203%20ano%202014/Docs%20finais/TESE%20FINAL%20MARO%202015.docx%23_Toc413449607

  • XXVII

    Grfico 3 - Evoluo dos subsdios de DGEA s associaes, entre 1978-86 (a

    preos correntes, em contos) ......................................................................................... 185

    Grfico 4 - Evoluo do nmero de participantes em aces de alfabetizao e

    educao de base, entre 1980-1988 .............................................................................. 186

    Grfico 5 - Evoluo da estrutura etria dos participantes nas aces de

    alfabetizao e educao de base de adultos, entre 1983-88 (em %) ........................... 187

    Grfico 6 - Populao activa: total e por nvel de escolaridade completo (2012) ....... 201

    Grfico 7 - Populao activa por nvel de escolaridade completo (2012) - % ............ 202

    Grfico 8 - Evoluo do n de aces / ano ................................................................ 296

    Grfico 9 - Nmero de formandos formados pelo CENCAL (valores acumulados) ... 297

    Grfico 10 - Evoluo do nmero de formandos /ano (formao inicial e

    contnua) ....................................................................................................................... 297

    Grfico 11 - Evoluo horas de formao / ano .......................................................... 298

    Grfico 12 - Volume de formao cermica e no cermica ....................................... 298

    Grfico 13 - Frequncia de cursos EFA de nvel bsico e nvel secundrio, por

    gnero ............................................................................................................................ 301

    Grfico 14 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Tcnicos-

    Comerciais, por gnero ................................................................................................. 302

    Grfico 15 - Caracterizao da turma de Tcnicos-Comerciais: gnero e idade dos

    formandos ..................................................................................................................... 302

    Grfico 16 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Instalao e

    Gesto de Redes Informticas, por gnero ................................................................... 303

    Grfico 17 - Caracterizao da turma de Instalao e Gesto de Redes

    Informticas: gnero e idade dos formandos ................................................................ 303

    Grfico 18 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Cermica

    Criativa, por gnero ...................................................................................................... 304

    Grfico 19 - Caracterizao da turma de Cermica Criativa: gnero e idade dos

    formandos ..................................................................................................................... 304

    Grfico 20 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Tecnologias de

    Informao e Comunicao Multimdia, por gnero ................................................... 305

    Grfico 21 - Caracterizao da turma de Tecnologias de Informao e

    Comunicao Multimdia: gnero e idade dos formandos ........................................... 305

    Grfico 22 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Tcnicas

    Administrativas, por gnero .......................................................................................... 306

  • XXVIII

    Grfico 23 - Caracterizao da turma de Tcnicas Administrativas: gnero e

    idade dos formandos ...................................................................................................... 306

    Grfico 24 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso EFA Escolar, por

    gnero ............................................................................................................................ 307

    Grfico 25 - Caracterizao da turma EFA Escolar: gnero e idade dos formandos ... 307

    Grfico 26 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Instalao e

    Gesto de Redes Informticas, por gnero .................................................................... 308

    Grfico 27 - Caracterizao da turma de Instalao e Gesto de Redes

    Informticas: gnero e idade dos formandos ................................................................. 308

    Grfico 28 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Tcnicas

    Comerciais, por gnero ................................................................................................. 309

    Grfico 29 - Caracterizao da turma de Tcnicas Comerciais: gnero e idade dos

    formandos ...................................................................................................................... 309

    Grfico 30 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Tcnico de

    Contabilidade, por gnero ............................................................................................. 310

    Grfico 31 - Caracterizao da turma de Tcnico de Contabilidade: gnero e

    idade dos formandos ...................................................................................................... 310

    Grfico 32 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Tcnico de

    Multimdia, por gnero ................................................................................................. 311

    Grfico 33 - Caracterizao da turma de Tcnico de Multimdia: gnero e idade

    dos formandos ............................................................................................................... 311

    Grfico 34 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Cermica

    Criativa, por gnero ....................................................................................................... 312

    Grfico 35 - Caracterizao da turma de Cermica Criativa: gnero e idade dos

    formandos ...................................................................................................................... 312

    Grfico 36 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Tecnologias de

    Informao e Comunicao Multimdia, por gnero .................................................... 313

    Grfico 37 - Caracterizao da turma de Tecnologias de Informao e

    Comunicao Multimdia: gnero e idade dos formandos ........................................... 313

    Grfico 38 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Cermica

    Criativa, por gnero ....................................................................................................... 314

    Grfico 39 - Caracterizao da turma de Cermica Criativa: gnero e idade dos

    formandos ...................................................................................................................... 314

  • XXIX

    Grfico 40 - Formandos que iniciaram os cursos EFA-NS, por gnero ...................... 315

    Grfico 41 - Formandos que desistiram dos cursos EFA-NS, por gnero ................... 315

    Grfico 42 - N de desistncias nos cursos EFA de nvel secundrio ......................... 316

    Grfico 43 - Motivos de desistncia dos cursos EFA-NS ........................................... 317

    Grfico 44 - Motivos de desistncia dos cursos EFA-NS que decorrem em

    horrio ps-laboral ........................................................................................................ 318

    Grfico 45 - Motivos de desistncia dos cursos EFA-NS que decorrem em

    horrio laboral ............................................................................................................... 318

    Grfico 46 - Motivos de desistncia dos cursos EFA-NS: comparao entre os

    cursos que decorrem em horrio laboral e em horrio ps-laboral ............................... 319

    Grfico 47 - Avaliao dos formandos EFA -NS na qualidade do trabalho

    desenvolvido durante a formao em contexto de trabalho .......................................... 320

    Grfico 48 - Avaliao dos formandos EFA -NS no rigor e destreza evidenciados

    durante a formao em contexto de trabalho ................................................................ 320

    Grfico 49 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Instalao e

    Operao de Sistemas Informticos, por gnero .......................................................... 321

    Grfico 50 - Caracterizao da turma de Instalao e Operao de Sistemas

    Informticos: gnero e idade dos formandos ................................................................ 321

    Grfico 51 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Prticas Tcnico-

    Comerciais, por gnero ................................................................................................. 322

    Grfico 52 - Caracterizao da turma de Prticas Tcnico-Comerciais: gnero e

    idade dos formandos ..................................................................................................... 322

    Grfico 53 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Marcenaria, por

    gnero ............................................................................................................................ 323

    Grfico 54 - Caracterizao da turma de Marcenaria: gnero e idade dos

    formandos ..................................................................................................................... 323

    Grfico 55 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Prticas Tcnico-

    Comerciais, por gnero ................................................................................................. 324

    Grfico 56 - Caracterizao da turma Prticas Tcnico-Comerciais: gnero e

    idade dos formandos ..................................................................................................... 324

    Grfico 57 - - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Prticas

    Tcnico-Comerciais, por gnero ................................................................................... 325

    Grfico 58 - Caracterizao da turma de Prticas Tcnico-Comerciais: gnero e

    idade dos formandos ..................................................................................................... 325

  • XXX

    Grfico 59 - Formandos que iniciaram e terminaram o curso de Marcenaria, por

    gnero ............................................................................................................................ 326

    Grfico 60 - Caracterizao da turma de Marcenaria: gnero e idade dos

    formandos ...................................................................................................................... 326

    Grfico 61 - Formandos que iniciaram cursos de nvel bsico, por gnero ................. 327

    Grfico 62 - Formandos que desistiram dos cursos EFA de nvel bsico, por

    gnero ............................................................................................................................ 327

    Grfico 63 - Motivos de desistncia dos cursos EFA B3 ............................................. 328

    Grfico 64 - Avaliao dos formandos EFA B3 na qualidade do trabalho

    desenvolvido durante a formao em contexto de trabalho .......................................... 329

    Grfico 65 - Avaliao dos formandos EFA B3 no rigor e destreza evidenciados

    durante a formao em contexto de trabalho ................................................................ 329

    Grfico 66 - Bolsa de formadores em 2012 ................................................................. 330

    Grfico 67 - Populao activa com nvel de escolaridade completo (2012) - % ......... 332

    Grfico 68 - Nveis de escolaridade da populao activa em 2012 ............................. 333

    Grfico 69 - Idade dos formandos que iniciaram a frequncia dos cursos de nvel

    bsico, por gnero ......................................................................................................... 341

    Grfico 70 - Formandos que iniciaram e desistiram dos cursos de nvel bsico,

    por gnero ...................................................................................................................... 342

    Grfico 71 - Idades dos formandos que desistiram dos cursos de nvel bsico, por

    gnero ............................................................................................................................ 343

    Grfico 72 - Motivos de desistncia da frequncia dos cursos .................................... 343

    Grfico 73 - Poblacin activa por nivel de escolaridad completo (2012) - % ............. 366

    Grfico 74- Niveles de escolaridad de la poblacin activa en 2012 ............................ 367

    Grfico 75- Edad de los alumnos que iniciaron los cursos de nivel bsico, por

    gnero. ........................................................................................................................... 375

    Grfico 76 - Alumnos que iniciaron y desistieron de los cursos de nivel bsico,

    por gnero. ..................................................................................................................... 376

    Grfico 77 - Edades de los alumnos que desistieron de los cursos de nivel bsico,

    por gnero. ..................................................................................................................... 377

    Grfico 78 - Motivos de desistencia de los cursos. ...................................................... 377

    Grfico 79 - Auto-avaliao da motivao antes do curso EFA .................................. 422

    Grfico 80 - Auto-avaliao da motivao depois do curso EFA ................................ 423

  • XXXI

    Grfico 81 - Avaliao das competncias antes de frequentar o curso ....................... 427

    Grfico 82 - Avaliao das competncias depois de frequentar o curso ..................... 428

    Grfico 83 - Mdia da avaliao das competncias antes e depois do curso EFA ...... 429

    Grfico 84 - Participao em actividades de aprendizagem ........................................ 430

    Grfico 85 - Formas de aprendizagem aps o curso EFA ........................................... 432

    Grfico 86 - Frequncia com que participa em processos de aprendizagem antes

    do curso EFA ................................................................................................................ 436

    Grfico 87 - Frequncia com que participa em processos de aprendizagem depois

    do curso EFA ................................................................................................................ 437

    Grfico 88 - Motivao para a aprendizagem antes do curso EFA ............................. 440

    Grfico 89 - Motivao para a aprendizagem depois do curso EFA ........................... 441

    Grfico 90 - Participao em processos de aprendizagem depois do curso EFA ........ 441

    Grfico 91 - Modalidades de educao ou formao................................................... 445

    Grfico 92 - Relevncia das aprendizagens efectuadas no curso EFA ........................ 447

    Grfico 93 - Mudanas na vida pessoal e profissional aps o curso EFA ................... 448

    Grfico 94 - Mudanas originadas pelo curso EFA (%) .............................................. 448

    Grfico 95 - Mudanas no percurso formativo aps o curso EFA .............................. 450

    Grfico 96 - Avaliao das competncias de Linguagem e Comunicao antes do

    curso EFA ..................................................................................................................... 481

    Grfico 97 - Avaliao das competncias de Linguagem e Comunicao antes do

    curso EFA ..................................................................................................................... 482

    Grfico 98 - Frequncia com que praticava as competncias de Linguagem e

    Comunicao antes da certificao (%) ........................................................................ 483

    Grfico 99 - Avaliao das competncias de Linguagem e Comunicao aps a

    certificao .................................................................................................................... 487

  • LISTA DAS SIGLAS E ACRNIMOS

    AIRO Associao Industrial da Regio Oeste

    ALL - Adult Literacy and Lifeskills

    ALV Aprendizagem ao Longo da Vida

    ANEFA Agncia Nacional de Educao e Formao de Adultos

    ANQ - Agncia Nacional para a Qualificao, I.P.

    ANQEP - Agncia Nacional para a Qualificao e o Ensino Profissional

    APC Associao Portuguesa de Cermica

    APICC - Associao Portuguesa dos Industriais da Cermica de Construo

    APICER - Associao Portuguesa da Indstria Cermica

    CAD - Computer Aided Desing (Projecto Assistido por Computador)

    CAM - Computer Aided Manufacturing (Fabricao Assistida por Computador)

    CAP - Certificado de Aptido Profissional

    CE - Cidadania e Empregabilidade

    CEDEFOP Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formao Profissional

    CEE Comunidade Econmica Europeia

    CENCAL Centro de Formao Profissional para a Indstria Cermica

    CENFIM Centro de Formao Profissional para a Indstria Metalrgica e

    Metalomecnica

  • XXXIV

    CET - Cursos de Especializao Tecnolgica

    CIEA Conferncia Internacional sobre Educao de Adultos

    CIM - Computer Integrated Manufacturing (Fabricao Integrada por Computador)

    CLC - Cultura, Lngua e Comunicao

    CNAEBA - Conselho Nacional de Alfabetizao e Educao de Base de Adultos

    CNO Centro Novas Oportunidades

    CNQ - Catlogo Nacional das Qualificaes

    CP - Cidadania e Profissionalidade

    CQEP- Centros de Qualificao e Ensino Profissional

    CRC Centro de Recursos em Conhecimento

    CRSE - Comisso de Reforma do Sistema Educativo

    CRVCC Centro de Reconhecimento e Certificao de Competncias

    DEB - Departamento de Ensino Bsico

    DES - Departamento de Ensino Secundrio

    DeSeCo - Definining and Selecting Key Competencies: Theoretical and Conceptual

    Foundations (Definio e Seleco de Competncias: Fundaes Tericas e

    Conceptuais)

    Desp. - Despacho

    DET - Diploma de Especializao Tecnolgica

    DGAEE Direco Geral de Apoio e Extenso Educativa

    DGEA Direco Geral de Educao de Adultos

    DGEE Direco Geral da Extenso Educativa

  • XXXV

    DGEP Direco Geral de Educao Permanente

    DGERT Direco Geral do Emprego e das Relaes de Trabalho

    DGES Direco Geral do Ensino Superior

    DGFV Direco Geral de Formao Vocacional

    DGIDC- Direco-Geral de Inovao e do Desenvolvimento Curricular

    DL Decreto-Lei

    DRE - Direco Regional de Educao

    EA Educao de Adultos

    ECTS - Sistema Europeu de Transferncia de Crditos

    ECVET - Sistema Europeu de Crditos para a Educao e Formao Profissional

    (European Credit System for Vocational Education and Training)

    EFA - Educao e Formao de Adultos

    ESBAL - Escola Superior de Belas Artes de Lisboa

    FLAD Fundao Luso-Americana para o Desenvolvimento

    EUROTECNET - European Technical Network

    ESES - Escolas Superiores de Educao

    FIL Feira Internacional de Lisboa

    GEPE Gabinete de Estatstica e Planeamento da Educao

    GMEFA - Grupo de Misso para o Desenvolvimento da Educao e Formao de

    Adultos

    I.P. - Instituto Pblico

    IALS - International Adult Literacy Survey

  • XXXVI

    IEFP - Instituto do Emprego e Formao Profissional, I.P.

    INE - Instituto Nacional de Estatstica

    IPAC - Instituto Portugus de Acreditao

    LBSE - Lei de Bases do Sistema Educativo

    LC - Linguagem e Comunicao

    M23 Provas para Maiores de 23 Anos

    MCTES - Ministrio da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior

    ME - Ministrio da Educao

    MEC - Ministrio da Educao e Cincia

    MEI - Ministrio da Economia e da Inovao

    MTSS - Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Social

    MV - Matemtica para a Vida

    NADU - National Animation and Dissemination Unit

    OCDE Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico

    PISA - Programme for International Student Assessment

    PME - Pequenas e Mdias Empresas

    PNAEBA - Plano Nacional de Alfabetizao e de Educao de Base de Adultos

    PNE Plano Nacional de Emprego

    PRA Porteflio Reflexivo de Aprendizagens

    PRODEP Programa de Desenvolvimento Educativo em Portugal

    PRVCC Processo de Reconhecimento, Validao e Certificao de Competncias

  • XXXVII

    RCC - Referencial de Competncias-Chave

    RCM Resoluo do Conselho de Ministros

    RVCC - Reconhecimento, Validao e Certificao de Competncias

    SIGO - Sistema Integrado de Gesto de Ofertas

    SNRVCC Sistema Nacional de Reconhecimento, Validao e Certificao de

    Competncias

    STC - Sociedade, Tecnologia e Cincia

    TIC - Tecnologias de Informao e Comunicao

    UC - Unidade de Competncia

    UE Unio Europeia

    UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

    (Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura)

  • INTRODUO

    Primeiro estranha-se, depois entranha-se.

    Fernando Pessoa

    Foi na viragem do sculo que a autora deste trabalho teve o seu primeiro contacto com a

    formao de adultos. Depois da formao universitria e do estgio pedaggico

    realizado numa escola secundria com jovens entre os 12 e os 18 anos, entrar numa sala

    de formao com adultos entre os 18 e os, s vezes, mais de 60 anos, afigurou-se-lhe

    uma tarefa que exigiria de si muito mais do que a aplicao dos saberes e da experincia

    adquiridos ao longo dos cinco anos de formao acadmica.

    O conhecimento, a vivncia, as experincias daqueles que tinha como

    formandos provocaram em si a necessidade de procurar novos conhecimentos,

    experimentar novas pedagogias e outros mtodos. A essncia e a complexidade de cada

    adulto, com percursos profissionais e pessoais completamente dspares, oriundos de

    realidades socioeconmicas diferentes, e as motivaes de cada um levaram-na a pensar

    que havia necessidade de encontrar solues para o todo, tendo, todavia, o cuidado de

    no descurar cada um em cada particular.

    Tal incumbncia a que a autora se props abria um mundo de perguntas sem

    resposta e quanto mais contactava com adultos, na sua qualidade de formadora, mais foi

    sentindo o muito que ainda h a fazer na educao de adultos. Assim, no momento em

    que iniciou o seu doutoramento em Cincias da Educao, j sabia de forma inequvoca

    qual o tema que pretendia investigar a sua paixo a educao de adultos.

    O facto de, desde 2001, exercer funes de formadora na rea de Linguagem e

    Comunicao em cursos de Educao e Formao de Adultos (EFA) de dupla

    certificao de nvel B3 e o entendimento da filosofia subjacente a estes cursos, assentes

    nas competncias e no nos contedos, assim como as aprendizagens contextualizadas,

    contriburam sobremaneira na consolidao da deciso que se havia esboado no exacto

    momento da candidatura ao doutoramento em Cincias da Educao.

  • XL

    Um novo paradigma de aprendizagens seduz pela utilidade, pela

    transversalidade das competncias s mais variadas situaes do quotidiano. Este novo

    caminho da educao de adultos, como afirmava o gnio da literatura portuguesa,

    Fernando Pessoa, provoca-nos estranheza, mas primeiro estranha-se, depois entranha-

    -se.

    Neste tempo, em que a comunicao ganha um papel cada vez mais importante

    para que os cidados compreendam a realidade circundante, importa, mais que nunca,

    reflectir no paradigma das competncias, uma vez que estas se revelam

    indubitavelmente mais importantes do que o nvel de certificao escolar.

    Concomitantemente, enquanto formadora de Linguagem e Comunicao, e uma vez que

    as competncias desta rea so absolutamente imprescindveis a qualquer cidado, quer

    no seu quotidiano pessoal, quer profissional, quer ainda na aquisio e/ou demonstrao

    de outras competncias, na medida em que cada indivduo dever saber ler e interpretar

    enunciados orais e escritos, as competncias de Linguagem e Comunicao sero, pois,

    a base deste trabalho de investigao.

    Aps cerca de uma dcada de experincia, e tendo o privilgio de acompanhar a

    evoluo dos cursos EFA desde a sua origem, data em que contactou pela primeira vez

    com o novo paradigma de ensinar e, sobretudo, de aprender, a autora deste estudo teve a

    possibilidade de perceber a importncia e a relevncia que a frequncia de um curso

    EFA assumiu para muitos dos formandos e tambm para as suas famlias. Foi esta

    experincia que levou a autora a questionar-se sobre o papel destes cursos na sociedade

    portuguesa, conduzindo-a origem dos cursos EFA e ao novo paradigma de

    aprendizagem. Sem terem conscincia, os adultos formados pela investigadora foram os

    responsveis por este estudo e a sua maior fonte de inspirao e motivao.

    H sempre uma razo que nos orienta em determinado sentido, neste caso, a

    motivao em explorar esta temtica deveu-se prtica profissional quotidiana e a um

    misto de interesse e curiosidade pessoal e profissional, conjugado com uma forte

    vontade de contribuir para melhorar de forma contnua a educao e formao de

    adultos em Portugal, nomeadamente, no CENCAL.

    Numa altura em que o Governo pretende avaliar a Iniciativa Novas

    Oportunidades, este parece-nos o momento oportuno para verificar o contributo desta

  • XLI

    oferta formativa para a qualificao da populao portuguesa. Ser que estes cursos tm

    credibilidade na sociedade portuguesa e, principalmente, no mercado de trabalho?

    Um dos desgnios deste estudo aferir se as competncias adquiridas pelos

    adultos em cursos EFA de nvel bsico contribuem para introduzir mudanas

    significativas nos seus projectos de vida, quer a nvel pessoal quer a nvel profissional, e

    se os adultos que frequentam estes cursos adquirem competncias que lhes permitam

    enfrentar os desafios da nova sociedade e do mercado de trabalho.

    Este trabalho estrutura-se em duas partes. A primeira parte, Fundamentao

    Terica, compreende quatro captulos: A Educao e Formao de Adultos na Europa;

    A Educao em Portugal - A Educao e Formao de Adultos; A Evoluo do

    Conceito de Competncia at Actualidade e A Formao Profissional no Concelho de

    Caldas da Rainha O CENCAL.

    No primeiro captulo d-se a conhecer a aco da Unio Europeia e da UNESCO

    na educao de adultos, abordando-se as grandes linhas orientadoras da aprendizagem

    ao longo da vida seguidas na Europa que definiram as polticas pblicas dos vrios

    Estados-Membros. Neste contexto, analisar-se-o algumas recomendaes importantes,

    tais como: as Conferncias convocadas pela Unesco, o Livro Branco, a Cimeira de

    Lisboa e a Estratgia da Europa 2020, e retratar-se- a educao de adultos noutros

    pases da Unio Europeia, nomeadamente em Espanha, Frana e Itlia.

    De seguida, no segundo captulo, faz-se uma breve resenha histrica sobre a

    educao em Portugal, principalmente a partir do 25 de Abril de 1974, um marco

    importante a vrios nveis no nosso pas. Neste contexto, descrever-se- o sistema

    educativo e de formao em Portugal, abordando a Aprendizagem ao Longo da Vida,

    essencial para esta temtica. Dando continuidade a esta temtica, referir-nos-emos

    histria da educao de adultos em Portugal, desde as suas origens at actualidade,

    realando a educao de adultos a partir de 2001, isto , desde a criao da ANEFA

    Agncia Nacional de Educao e Formao de Adultos - at aos dias de hoje e abordar-

    -se-o vrias ofertas formativas para adultos, uma vez que todas as vertentes da

    educao de adultos so fundamentais para o desenvolvimento do indivduo, em

    particular, e das sociedades modernas, tendo especial enfoque os cursos EFA.

  • XLII

    Posteriormente, o terceiro captulo pretende analisar o conceito de competncia

    nos vrios contextos de utilizao, nomeadamente na educao de adultos, uma vez que

    o objecto de estudo deste trabalho se centra nas competncias de Linguagem e

    Comunicao adquiridas pelos adultos que frequentaram cursos EFA de nvel B3 e o

    impacto que as mesmas tiveram na sua vida pessoal, social e profissional. Assim, depois

    de se fazer uma retrospectiva do conceito de competncia at actualidade sob vrias

    perspectivas perspectiva da educao/formao e perspectiva das organizaes do

    trabalho define-se o conceito de competncia especfica e competncia-chave, uma

    vez que os referenciais de formao dos cursos EFA, tanto do nvel bsico como do

    nvel secundrio, se encontram organizados por Unidades de Competncia e por

    Competncias-Chave.

    Finalmente, depois de especificar as competncias de Linguagem e

    Comunicao a adquirir pelos adultos que frequentam cursos EFA de nvel B3 e de

    analisar o conceito de competncia nos vrios contextos de utilizao e, principalmente,

    na educao de adultos, no quarto captulo far-se- o enquadramento contextual do

    objecto de estudo emprico. Deste modo, depois de se fazer uma breve resenha histrica

    sobre a formao profissional no concelho de Caldas da Rainha e de se traar o retrato

    socioeconmico da regio, caracterizar-se- o Centro de Formao e analisar-se- a

    oferta formativa que o CENCAL desenvolveu at ao final do ano de 2012 no mbito dos

    cursos EFA, tentando perceber o impacto que os cursos EFA tiveram, principalmente,

    na vida profissional destes formandos.

    A segunda parte deste trabalho contempla o estudo emprico e inclui trs

    captulos: Metodologias e Instrumentos de Investigao; Apresentao e Anlise de

    resultados e Concluses e Prospectiva. No primeiro captulo desta segunda parte,

    podemos verificar que, para desenvolver este estudo e tentar obter dados fidedignos,

    sero utilizadas metodologias qualitativas e metodologias quantitativas, de uma forma

    articulada, uma vez que apenas uma seria insuficiente para apurar resultados

    satisfatrios para todas as vertentes analisadas.

    De seguida, far-se- a anlise e interpretao dos resultados obtidos nos diversos

    instrumentos utilizados, ou seja, nas entrevistas, nos grupos de discusso e no inqurito

    por questionrio, bem como os resultados da triangulao de todos os dados.

  • XLIII

    Posteriormente, apresentar-se-o as concluses gerais e especficas deste

    trabalho de investigao e algumas possveis futuras linhas de investigao.

    No final, junta-se a bibliografia e os anexos considerados importantes para o

    estudo, nomeadamente a legislao relativa aos cursos EFA em Portugal e a Carta da

    Qualidade.

  • RESUMO DA FUNDAMENTAO TERICA

    Num mundo que se est a tornar progressivamente mais competitivo e globalizado, so

    cada vez maiores os desafios que cada indivduo tem de enfrentar nos mais diversos

    campos, seja no pessoal, no social e, sobretudo, no profissional. Por isso, essencial

    que os adultos possam ter acesso a ofertas educativas e formativas que lhes permitam

    munir-se das ferramentas laborais e escolares necessrias para superarem esses desafios.

    Para uma melhor estruturao dessas ofertas, muito importante que se estudem

    as vrias polticas e ofertas educativas e formativas direccionadas para adultos e,

    sobretudo, que se analise a sua aplicao prtica, pois s dessa forma poder ser feito o

    balano das opes tomadas e identificar o que poder eventualmente ser ajustado. O

    propsito deste trabalho contribuir para esta reflexo ao estudar as particularidades e o

    impacto da rea de competncia-chave de Linguagem e Comunicao nos Cursos EFA

    de nvel B3, promovidos pelo CENCAL - Centro de Formao Profissional para a

    Indstria Cermica -, que decorreram at ao fim do ano de 2012.

    Ser, por isso, relevante efectuar um breve percurso pelas Conferncias

    internacionais sobre o tema, pelas polticas de educao e formao de adultos que

    foram adoptadas na Europa, centrando depois a anlise nos casos espanhol, francs e

    italiano, pois todas estas realidades influenciaram as opes tomadas em Portugal nesta

    matria.

    Iniciando esse percurso, de salientar que desde 1949 que a UNESCO tem

    convocado conferncias sobre a educao de adultos que tm influenciado as

    concepes e prticas de educao de adultos em todo o mundo e na Europa. Nos finais

    dos anos 70, surge uma nova concepo de educao continuada, integrando estudo e

    trabalho. Tendo em conta as novas transformaes no mundo do trabalho, a crescente

    valorizao da informao e do conhecimento, a revoluo tcnico-cientfica e os novos

    desafios da mundializao econmica, o novo paradigma da educao de adultos

    assenta nos princpios de integrao, atravs da articulao da educao com a vida

    quotidiana e o trabalho; de participao, ao qual corresponde uma formao integral,

    tendo em conta a participao do adulto nas dimenses poltica, econmica, cultural e

  • XLVI

    social; e de equidade, propondo que todas as pessoas tenham acesso s oportunidades de

    educao.

    A reforar a importncia desta temtica, desde o ano 2000 que a educao de

    adultos um tema central nas agendas polticas educativas dos pases membros da

    Unio Europeia, tendo-se estabelecido diversos programas de aco na rea da

    educao. Para que tal preponderncia nas polticas educativas se tivesse efectivado,

    muito contriburam as vrias reflexes e estudos que se foram realizando. Segundo

    Osrio (2004:235), foi aps a Segunda Guerra Mundial que o desenvolvimento da

    educao de adultos teve o seu maior impulso, tendo sido no ano de 1949, data em que

    se realizou a I Conferncia Internacional de Educao de Adultos, em Elsinore,

    Dinamarca, que os vrios pases assumiram ter conscincia da importncia das polticas

    de educao dirigidas aos adultos. Nesta conferncia defendeu-se, antes de tudo, que a

    formao de adultos teria de distinguir-se da educao escolar tradicional, pois se a

    educao de adultos visa satisfazer as necessidades e aspiraes do adulto, no

    possvel partir de um programa previamente elaborado nem dividir o saber em matrias

    separadas, mas deve partir-se das necessidades e aspiraes, das situaes concretas e

    problemas actuais para os quais os adultos tm interesse em encontrar soluo.

    Na segunda conferncia, que se realizou em Montreal, em 1960, e que tinha

    como subttulo O papel da Educao de Adultos num mundo em transformao, em

    virtude de se terem verificado nos ltimos anos grandes avanos cientficos e

    tecnolgicos, bem como transformaes no mundo do trabalho que exigiam a

    mobilizao de saberes e a mobilidade profissional e geogrfica, foram apresentados os

    principais desafios que seriam o reforo da educao cvica e social dos cidados.

    Defendeu-se tambm que a educao de adultos passasse a fazer parte integrante dos

    sistemas educativos nacionais, maximizando-se a cooperao dos estados com as

    ONGs, e que se apostasse mais na preparao tcnica e profissional dos jovens e

    adultos.

    A ideia geral da prxima conferncia, realizada em Tquio, doze anos depois,

    foi o entendimento da educao como um processo permanente no qual o adulto deve

    ser o sujeito da sua prpria formao. Assim, a educao escolar e a educao de

    adultos so duas fases sucessivas do processo global que a educao permanente.

    Ainda nesta conferncia, assume-se que a educao deve passar de institucional a

  • XLVII

    funcional, estando presente em todos os espaos da sociedade: no trabalho, nos tempos

    livres e nas actividades cvicas, definindo a educao de adultos funcional como aquela

    que integra os interesses do indivduo e da comunidade e que se baseia nos laos entre o

    homem e o trabalho. A aprendizagem deve conduzir aquisio de conhecimentos e

    preparao para o trabalho, ao aumento da produtividade e melhor insero, domnio e

    transformao do meio.

    Em 1985, na Conferncia de Paris, alargou-se consideravelmente os pblicos a

    envolver pela educao de adultos, dirigindo-a s mulheres, aos idosos, aos pais, aos

    jovens, especialmente aos que procuram emprego, e aos trabalhadores que devem ter

    autorizao para frequentar actividades educativas. Tambm foi feito um apelo para se

    dar especial ateno s minorias, aos imigrantes, aos repatriados, aos desalojados e aos

    ameaados pela fome (Bhola, 1989).

    A conscincia da importncia das polticas de educao dirigidas aos adultos

    intensificou-se com a V Conferncia Internacional de Educao de Adultos, realizada

    em Hamburgo, em 1997, na qual o sentido de educao de adultos se alargou para o

    conceito de aprender ao longo da vida, uma vez que o ser humano est em constante

    aprendizagem e formao, nos diversos espaos onde interage: profissionais, sociais,

    familiares, religiosos, polticos, entre outros. Os pases que participaram na V CIEA, em

    Hamburgo, comprometeram-se em construir um sistema educativo pblico de Educao

    de Adultos que reconhecesse o valor formativo de todas as experincias de vida e

    consagrasse o reconhecimento social e institucional destas aprendizagens atravs de

    mtodos de avaliao que lhes conferisse visibilidade. nesta sequncia que emergem

    os sistemas de reconhecimento e validao de competncias em alguns pases da Unio

    Europeia, designadamente em Portugal.

    Mais recentemente, na VI Conferncia Internacional de Educao de Adultos,

    que se realizou em Belm do Par, Brasil, em 2009, com o objectivo de fazer um

    balano dos avanos que se registaram na educao e formao de adultos desde 1997,

    alm de se reiterar a relevncia das concluses das conferncias anteriores, enfatizou-se

    nesta conferncia a valorizao do investimento na alfabetizao para que seja possvel

    a participao de todos os jovens e adultos nas vrias oportunidades de ALV, tendo sido

    tambm considerado fundamental a reduo da taxa de analfabetismo que existia no ano

    2000 em 50% at 2015.

  • XLVIII

    Alm destas conferncias, de incontornvel relevncia, as linhas orientadoras

    das polticas europeias de educao e formao de adultos tambm foram influenciadas

    por outros documentos. Exemplo disso o relatrio publicado pela UNESCO no incio

    da dcada de 70, Aprender a Ser, que foi coordenado por Edgar Faure e que marcou

    um ponto de viragem na forma de ver a Educao de Adultos, apresentando a

    aprendizagem como um processo que coincide com o ciclo de vida e a construo da

    pessoa. Surgem assim os principais pressupostos da educao permanente: a

    continuidade, o adulto aprende ao longo de toda a vida; e a diversidade, a aprendizagem

    realiza-se de vrias formas, isto , atravs de instituies educativas escolares e no

    escolares. Segundo esta nova perspectiva, o processo formativo centra-se no adulto que

    o sujeito da sua prpria formao, sendo muito importante a flexibilidade nos

    processos de aprendizagem.

    Por outro lado, na dcima nona reunio da Conferncia Geral da Unesco,

    realizada em Nairobi, no ano de 1976, confirmada a ideia que o homem deve ser

    agente da sua prpria educao, atravs da interaco permanente da sua reflexo e das

    suas aces, e reitera-se o que j tinha sido mencionado nas conferncias anteriores

    sobre o tema, referindo-se que todos devem ter acesso educao de adultos e, por isso,

    esta deve envolver todos os grupos etrios.

    Centrando a anlise na realidade europeia, desde 1981, atravs da

    Recomendao n R(81)17 do Conselho de Ministros do Conselho da Europa, que a

    Europa reconhece a Educao de Adultos como um factor essencial para o

    desenvolvimento econmico e social. Por outro lado, cada vez mais h necessidade de

    uma mo-de-obra mais qualificada, por isso as directrizes da Unio Europeia (UE), no

    que diz respeito ao emprego, apontam para a relevncia da educao e formao de

    adultos na superao dos desafios que podero vir a ser enfrentados. Desta forma,

    estabelece-se uma relao entre a educao e o mundo do trabalho, sendo importante,

    neste contexto, o papel das escolas profissionais e da formao profissional contnua.

    O Memorando sobre a Aprendizagem ao Longo da Vida, publicado em 2000

    pela Comisso Europeia, define ALV Aprendizagem ao Longo da Vida - como toda a

    aprendizagem que decorre em qualquer momento da vida e nos mais diversos contextos,

    no estando restringida quela que se desenvolve numa sala de aula. Este memorando

    explicita que existem trs categorias bsicas de actividade de aprendizagem: a

  • XLIX

    aprendizagem formal, associada s instituies de ensino e formao e que conduz,

    necessariamente, atribuio de diplomas e ao reconhecimento de qualificaes; a

    aprendizagem no-formal, que pode ocorrer no local de trabalho, atravs de actividades

    de grupos ou organizaes da sociedade civil, mas no conduz necessariamente

    atribuio de certificados formais; e, por ltimo, a aprendizagem informal que acontece

    nos mais diversos contextos quotidianos de cada indivduo.

    Desde a Cimeira de Lisboa, realizada em Maro de 2000, que os pases da UE

    delinearam estratgias para a formao de adultos a partir do conceito da aprendizagem

    ao longo da vida, certificando as competncias adquiridas nos mais variados contextos,

    permitindo assim a qualificao profissional e incentivando a mobilidade no espao

    europeu.

    Esta ideia j tinha surgido no Livro Branco, em 1995, no qual se propunha uma

    abordagem europeia comum no domnio da identificao, avaliao e reconhecimento

    dos saberes adquiridos pela via no-formal. Para a concretizao desta proposta, seria

    criada uma carteira pessoal de competncias e um sistema europeu de acreditao de

    competncias. A carteira pessoal de competncias assim entendida como um

    elemento-chave de um sistema europeu, que permite comparar e difundir mtodos e

    prticas de validao de competncias e constitui um instrumento que permite aos

    cidados usarem as respectivas competncias em qualquer pas europeu. A longo prazo,

    esta carteira de competncias permitir fazer uma avaliao sumativa, certificando

    conhecimentos e competncias a utilizar no mercado de trabalho.

    Ainda segundo o Livro Branco sobre a Educao e a Formao da Comisso

    Europeia, intitulado Ensinar a Aprender Rumo Sociedade Cognitiva, destacada a

    importncia da educao e da formao para o crescimento, competitividade e emprego

    na Unio Europeia, assim como se realam as principais competncias necessrias para

    a integrao na sociedade e na vida profissional: a capacidade comunicativa, as

    competncias lingusticas, o domnio das novas tecnologias e a aprendizagem ao longo

    da vida como forma de adaptabilidade e acompanhamento das mutaes sociais e

    tecnolgicas que operam na sociedade do conhecimento.

    Devido s rpidas mudanas tecnolgicas, h necessidade de investir na

    educao e formao, tanto de jovens como de adultos integrados no mercado de

  • L

    trabalho, como forma de combater o desemprego e melhorar a competitividade. Para

    desenvolver a cultura geral e conseguir enfrentar este desafio, ser necessrio combinar

    aprendizagens formais e no formais. S atravs da ALV possvel elevar o nvel de

    competncias dos cidados, aumentando o crescimento econmico, a produtividade, a

    competitividade e a incluso social, e diminuindo a taxa de desemprego. Num ambiente

    de mudana acelerada marcada por um aumento no grau de exigncia de qualidade e na

    articulao do trabalho em equipa, os sistemas educativos tm de fornecer novas

    competncias bsicas, que no esto associadas a uma actividade profissional

    especfica, mas so importantes para o indivduo ir ao encontro das necessidades criadas

    pela nova sociedade do sculo XXI. Assim, os sistemas educativos e formativos tero

    de se adaptar s novas exigncias da aprendizagem ao longo da vida e os indivduos

    passam a ter conscincia das suas necessidades educativas e a terem um papel mais

    activo no seu processo de aprendizagem.

    Para que a aprendizagem ao longo da vida seja possvel, a Comisso Europeia

    props o ano de 1996 como o Ano Europeu da Educao ao Longo da Vida, ao longo

    do qual se realizaram vrias conferncias e eventos para explorar as implicaes

    prticas da educao ao longo da vida nos vrios elementos do sistema de educao e