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A Expectativa de Vida e os Benefícios de Renda Comissão Técnica Nacional de Atuária Cleide Rocha - Coordenadora

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A Expectativa de Vida e os Benefícios de Renda

Comissão Técnica Nacional de AtuáriaCleide Rocha - Coordenadora

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Realidade Atual x Dilemas•Substituição dos Planos de Benefício Definido por Contribuição Definida ou Contribuição Variável

•Maior consumo hoje x Como poupar para a aposentadoria?

• Expectativas de vida crescentes x Por quanto tempo pagar o benefício?

• Projeção de queda da taxa real de juros x Como buscar o melhor retorno dos investimentos?

Qual a expectativa dos participantes e assistidos sobre os benefícios decorrentes desta realidade?

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Cenário DemográficoNos últimos anos temos observado o envelhecimento da população brasileira:

2000 2010 2020 (Projeção)

M F M F M F

Proporção de população idosa (60 anos e mais) 7,8% 9,3% 8,4% 10,5% 11,1% 14,0%

Grupos de idade46,8% 53,2% 46,4% 53,6% 45,6% 54,4%

60 - 64 45,8% 54,2% 45,2% 54,8% 44,5% 55,5%

65 - 69 44,8% 55,2% 43,2% 56,8% 42,8% 57,2%

70 - 74 43,9% 56,1% 40,2% 59,8% 39,9% 60,1%

75 - 79 39,9% 60,1% 34,7% 65,3% 33,8% 66,2%

80 ou mais 46,8% 53,2% 46,4% 53,6% 45,6% 54,4%

População Idosa 6.533.784 8.002.245 7.952.773 10.271.470 11.328.144 15.005.250

Fonte: Secretaria de Direitos Humanos – Presidência da República - 2012

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Cenário DemográficoSegundo dados do IBGE, a expectativa de vida ao nascer tem aumentado nos últimos anos:

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE - 2012

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Cenário Demográfico•Impacto do aumento da longevidade • Aumento do passivo atuarial dos planos de benefícios• Expectativa de pagamento de benefícios por um período maior

•Resolução CNPC Nº 9/2012• Realização de estudo técnico que comprove a adequação da

tábua biométrica utilizada para projeção de longevidade ao comportamento demográfico da massa de participantes e assistidos vinculados ao plano de benefícios.

Risco da longevidade exige maior necessidade de recursos visando financiamento para pagamento das rendas de aposentadoria

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Cenário Macroeconômico

Os últimos 10 anos foram marcados por elevações e reduções da taxa de juros básica da economia – Taxa SELIC

Fonte: Banco Central do Brasil

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Cenário Macroconômico•Impacto da redução da taxa de juros • Grande parte dos investimentos dos planos está lastreada em títulos

públicos, como NTN-b• Deve-se adotar novas estratégias de investimentos para obtenção dos

resultados previamente esperados

•Resolução CNPC Nº 9/2012• Adoção da taxa real de juros deve ser justificada com base em estudos

técnicos que comprovem a aderência das hipóteses de rentabilidade dos investimentos ao plano de custeio e ao fluxo futuro de receitas de contribuições e de pagamento de benefícios.

O estudo de ALM - Asset Liability Management – é fundamental para a escolha das melhores alocações de recursos dos ativos em busca de solvência e liquidez

dos planos de benefícios

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Tipos de Benefícios de Renda

Benefício Definido

Renda Vitalícia prevista no Regulamento

Reversão em Pensão por Morte prevista em Regulamento

Contribuição Variável ou Contribuição Definida

Participante pode optar por:• Saque Programado• Cotas• Prazo Determinado• Recálculo por Fator Atuarial• Vitalício (somente nos planos de

Contribuição Variável)

Reversão em Pensão é escolha do participante

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Tipos de Benefícios de Renda – Planos CV/CD

Saque programado

• Recebe % do seu saldo de conta individual

• Valor pode variar durante o ano

• Escolha anual

Benefício pago em cotas

• Recebe uma quantidade x de quotas

• Escolha anual

Benefício por prazo determinado

• Participante escolhe o período de recebimento

• Ocorrendo falecimento, o saldo é devido aos beneficiários

• O pagamento do saldo poderá ser feito de diversas maneiras (parcela única, prestações,...)

Benefício por prazo indeterminado

• Saldo da conta individual é convertido atuarialmente em benefício

• Revisto anualmente

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Impacto nos Planos de Benefícios CD e CVO aumento da expectativa de vida pode resultar em:

Redução de benefício

Montante acumulado

55 anos: R$ 180.61465 anos: R$ 148.986 70 anos: R$ 130.236

Aumento de contribuições

Valor do benefício R$ 1.000

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Impacto nos Planos de Benefícios CD e CVA redução da taxa de juros (taxa de desconto) pode resultar em:

Redução de benefício (R$)

Montante acumulado

55 anos: R$ 175.56660 anos: R$ 162.78665 anos: R$ 147.420

Aumento de Contribuições

Valor do benefício R$ 1.000

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Pesquisa CTNA ABRAPP*

Objetivos:

• Mapear a situação dos participantes de planos estruturados nas modalidades CV´s e CD´s que já recebem benefícios sem caráter vitalício;

• Detectar importantes questões acerca do comportamento dos fundos de pensão em relação aos benefícios que vem sendo oferecidos e os riscos envolvidos, assumidos pelos atores do contrato previdenciário;

• Propor efetiva reflexão do sistema de previdência complementar em observância à sua finalidade principal, qual seja, a melhoria da qualidade de vida dos seus participantes por meio do pagamento de benefício previdenciário complementar.

* Em parceria com a Comissão Técnica de Atuária – Regional Leste.

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Universo da Pesquisa:

• Foram recebidas 135 respostas, sendo 60 planos CV´s e 75 planos CD´s;

• 674.032 participantes, sendo 648.657 ativos (96,24%) e 25.375 assistidos (3,76%);

• R$ 53,8 bilhões de patrimônio, sendo R$ 44,6 bilhões composto pelos participantes ativos (82,9% do total) e R$ 9,2 bilhões pelos assistidos (17,1%).

Pesquisa CTNA ABRAPP

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Resultados:

Através da consolidação da pesquisa, foi possível distinguir três grupos:

a) Planos CV´s que oferecem somente benefícios vitalícios;

b) Planos que possuem assistidos na modalidade CD em seu quadro de participantes;

c) Planos que não possuem assistidos na modalidade CD em seu quadro de participantes.

Pesquisa CTNA ABRAPP

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Resultados:

Pesquisa CTNA ABRAPP

Grupo Quantidade Tempo de Plano

Patrimônio (em bilhões)

Qtde Part. Ativos

Assitidos que recebem na

modalidade CD% médio saque à

vista oferecido% saque à vista

praticado

CV´s somente com benefício vitalício 13 14 13,50 174.817 - 20% 15%

Planos com assistidos na modalidade CD 82 13 39,10 412.558 25.375 27% 20%

Planos sem assistidos na modalidade CD 40 6 1,20 61.282 - 30% -

Constatações Parciais

• Quanto mais novo o plano, maior o percentual permitido de saque à vista;

• Quanto mais novo o plano, maior o percentual de saque à vista praticado pelos participantes.

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Resultados:

Pesquisa CTNA ABRAPP

Benefício Item Planos com assistidos na modalidade CD

Planos sem assistidos na modalidade CD

% saldo de contaIntervalo de percentual de saldo de conta médio oferecido 0,32% a 1,77% 0,51% a 2,28%

Percentual de retirada mensal de saldo de conta praticado1,15% -

Renda prazo certo Intervalo de prazo de renda certa oferecido (em anos)7 a 31 6 a 33

Média de prazo da renda certa praticada (em anos)11 -

Recálculo por fator atuarial Premissas Recálculo Anual

AT 2000 - 4,95% a.a. AT 2000 - 4,80% a.a.

Constatações Parciais

• Quanto mais novo o plano, maior o intervalo de % saldo de conta e prazo certo oferecidos;

• Os participantes vêm optando por elevados percentuais de saldo de conta e prazos curtos de renda certa.

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Conclusões:

• Os planos mais novos oferecem maior flexibilidade na escolha do valor do benefício, perfazendo, consequentemente, em maiores riscos ao participante e no aperfeiçoamento contínuo da educação financeira e previdenciária;

• Os participantes têm optado por valores elevados de saque à vista (em torno de 20% do saldo) e benefício mensal, seja em percentual de saldo de conta ou prazo determinado;

• Há elevado risco de esgotamento de saldo de conta em idade avançada. Na prática, no momento em que o assistido precisará de maior assistência, o benefício será significativamente reduzido ou findado.

Pesquisa CTNA ABRAPP

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Reflexões/Indagações/Provocações:

• Quanto maior flexibilidade, melhor o plano?

• Os participantes desses planos possuem a consciência, conhecimento e educação financeira/previdenciária de que a retirada de significativo saldo à vista e elevadas rendas mensais promoverão o esgotamento do saldo de conta a curto e médio prazo e o consequente fim do recebimento do benefício prematuramente?

• Há risco de imagem e jurídico da Fundação?

• Os planos atuais atendem aos anseios dos participantes e patrocinadores e estão em conformidade com a “garantia ou busca pela manutenção da qualidade de vida dos participantes” OU se trata de “produto para melhorar a renda dos participantes em determinado período”?

Pesquisa CTNA ABRAPP

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Simulador como Ferramenta de Decisão

•Participante deve estar atento ao controle, à programação e ao esforço de contribuição adicional para gerar renda de aposentadoria adequada.

•Excelente instrumento para tomada de decisão do participante e de educação financeira e previdenciária e ajudar a tomar ações preventivas como aumento de contribuições ou postergação da data de início de aposentadoria.

•Deixar claro ao participante de que se trata de cálculo estimado e que o valor pode ser alterado até a data da concessão do benefício, não configurando reconhecimento de benefício esperado.

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Educação Financeira e Previdenciária

•Visa capacitar a gestão das finanças pessoais e incentivar a poupança previdenciária dos participantes e assistidos dos planos.

•Participante deve ter ciência das premissas que interferem na determinação de um benefício de aposentadoria adequado, além de realizar planejamento tributário.

•Entidade devem conscientizar seus participantes e assistidos de sua responsabilidade na gestão de suas aposentadorias, trazendo-os à tomada de decisões dos órgãos de gestão da Entidade.

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Conclusão•Nova realidade exige que participantes acompanhem a administração e os resultados do Plano para compatibilizar suas metas com as que foram projetadas pelo plano.

•Atuários realizam periodicamente estudos de aderência de hipóteses biométricas mais adequadas ao perfil da população do plano.

•É preciso estar atento à taxa real de juros, variável mais impactante no cálculo do custo dos planos de benefícios. São essenciais os estudos de ALM e de aderência da taxa aos recursos garantidores.

•O oferecimento de perfis de investimento e de simuladores permitem que o participante opte pelo nível de risco mais adequado ao seu apetite ao risco.

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Conclusão•Conforme pesquisa realizada pela CTNA, as escolhas que vêm sendo realizadas pelos participantes e assistidos indicam que a poupança previdenciária é percebida como investimento financeiro e a flexibilidade oferecida pelos planos pode gerar saldo de conta insuficiente para pagamento dos benefícios em idade avançada.

•Considerando que o plano de saúde vem sofrendo aumentos acima da inflação, há grande risco de se inviabilizar o pagamento deste produto quando o assistido reduzir ou esgotar o seu saldo de conta.

•Há necessidade de reflexão por parte dos atores do sistema de previdência complementar em busca de novos produtos e soluções para a proteção previdenciária, sobretudo nos planos CD e CV, para a continuidade do sistema.

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Comissão Técnica Nacional de AtuáriaDiretora – Liane Câmara Matoso Chacon - FASERNCoordenadora – Cleide Barbosa da Rocha – PREVI

Adriana Gautê Cavalcante – FUNDAÇÃO REAL GRANDEZAAugusto Morel Nitschke – FUNCEF

Cláudia Ferreira Machado da Cunha Balula – CIFRÃOElayne Cristina Cachen Guimarães Pinheiro de Medeiros – CERES

Fabiana Mariana da Silva Alves – CBSFrancivaldo Souza do Nascimento – FUSESC

Isaura Beatriz Pereira Rodrigues – VALIAJosé Ailton Ragazi David – FUNDAÇÃO ITAU UNIBANCO

Marcos Antonio de Lima dos Santos – FAELCEMaria Alice Araújo Burlamaqui Soares – PETROS

Maria Luisa Miranda de Oliveira – NUCLEOSSandra Lúcia Martins Silveira – FUNDAÇÃO CAPESESP

Sergio Cesar de Paula Cardoso- CAPEFThiago Felipe Gonçalves – FUNDAÇÃO FORLUZ

Toni Cleter Fonseca Palmeira – REFERAgradecimento às Comissões Técnicas Regionais pelo apoio ao trabalho