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423 FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 24, n. 3, p. 423-428, jul./set. 2014. A FAMÍLIA DE JESUS: UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DE MARCOS (Mc 3,31-34)* JOÃO BATISTA CASCALHO DA SILVA** N o contexto atual na America Latina, onde predomina o cristianismo, em espe- cial no Brasil, que segundo a Fundação Getúlio Vargas, numa pesquisa sobre a pertença religiosa no ano de 2011, cerca de 88,66% são cristãos. A narrativa do evangelho de Marcos 3, 31 a 34, provoca nas diversas experiências religiosas cristãs, muitos conflitos, dissabores e indagações, sobre a perspectiva familiar de Jesus (Jesus histórico), sobretudo, para os fiéis, que são adeptos a uma leitura concordista ou literal da Bíblia Cristã. chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando do lado de fora, mandaram chamá-lo. Havia uma multidão sentada em torno dele. Disseram-lhe: ‘Eis que tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs estão lá fora e te procuram’. Ele perguntou: ‘Quem é minha mãe e meus irmãos?’. E repassando com o olhar os que estavam sentados Resumo: este trabalho apresenta uma análise da perícope de Marcos (Mc 3,31-34), onde narra que a família de Jesus, inclusive sua mãe, vai à cidade de Cafarnaum a fim de levá-lo de volta a Nazaré. Jesus os rejeita e eles não conseguem entrar na casa onde Jesus estava, mas enviam um recado para ele, através da multidão. Jesus, numa atitude firme, pergunta e responde para a multidão quem é sua verdadeira família. Na sua concepção temos pistas de sua perspectiva familiar. Pretendo com esta pesquisa investigar quem são os supostos “irmãos” de Jesus, sobretudo Tiago “o irmão do Senhor”. Não obstante, o redator final do evangelho, sob a luz do ressuscitado, partindo da fala de Jesus, apresenta uma visão teológica da família ampliada de Jesus Cristo . Palavras-chave: Família. Irmãos. Comunidade. Jesus. * Recebido em: 07.07.2014. Aprovado em: 29.07.2014. ** Aluno extraordinário do Mestrado em Ciências da Religião da PUC Goiás. Especialista em Docência Universitária. Graduado em Direito e Teologia, pela UCG. Professor de Bíblia no Programa de Extensão da PUC Goiás. Professor no Curso de Teologia Pastoral na Paróquia Santo Antônio. Professor convidado do PUC Goiás. E-mail: [email protected].

A FAMÍLIA DE JESUS: UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DE …

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423FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 24, n. 3, p. 423-428, jul./set. 2014.

A FAMÍLIA DE JESUS:UMA ANÁLISE DA NARRATIVA DE MARCOS (Mc 3,31-34)*

JOÃO BATISTA CASCALHO DA SILVA**

N o contexto atual na America Latina, onde predomina o cristianismo, em espe-cial no Brasil, que segundo a Fundação Getúlio Vargas, numa pesquisa sobre a pertença religiosa no ano de 2011, cerca de 88,66% são cristãos. A narrativa do

evangelho de Marcos 3, 31 a 34, provoca nas diversas experiências religiosas cristãs, muitos conflitos, dissabores e indagações, sobre a perspectiva familiar de Jesus (Jesus histórico), sobretudo, para os fiéis, que são adeptos a uma leitura concordista ou literal da Bíblia Cristã.

chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando do lado de fora, mandaram

chamá-lo. Havia uma multidão sentada em torno dele. Disseram-lhe:

‘Eis que tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs estão lá fora e te procuram’.

Ele perguntou: ‘Quem é minha mãe e meus irmãos?’. E repassando com o olhar os que estavam sentados

Resumo: este trabalho apresenta uma análise da perícope de Marcos (Mc 3,31-34), onde narra que a família de Jesus, inclusive sua mãe, vai à cidade de Cafarnaum a fim de levá-lo de volta a Nazaré. Jesus os rejeita e eles não conseguem entrar na casa onde Jesus estava, mas enviam um recado para ele, através da multidão. Jesus, numa atitude firme, pergunta e responde para a multidão quem é sua verdadeira família. Na sua concepção temos pistas de sua perspectiva familiar. Pretendo com esta pesquisa investigar quem são os supostos “irmãos” de Jesus, sobretudo Tiago “o irmão do Senhor”. Não obstante, o redator final do evangelho, sob a luz do ressuscitado, partindo da fala de Jesus, apresenta uma visão teológica da família ampliada de Jesus Cristo.

Palavras-chave: Família. Irmãos. Comunidade. Jesus.

* Recebido em: 07.07.2014. Aprovado em: 29.07.2014. ** Aluno extraordinário do Mestrado em Ciências da Religião da PUC Goiás. Especialista em Docência

Universitária. Graduado em Direito e Teologia, pela UCG. Professor de Bíblia no Programa de Extensão da PUC Goiás. Professor no Curso de Teologia Pastoral na Paróquia Santo Antônio. Professor convidado do PUC Goiás. E-mail: [email protected].

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ao seu redor, disse: ‘Eis a minha mãe e os meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe’ (Mc 3, 31-34).

Pretendo com esta pesquisa científica colaborar para que os leitores possam elaborar uma reflexão teológica sobre a relação familiar no contexto do Novo Testamento, levando em consideração a época do evento Jesus de Nazaré (por volta dos anos 30) e também, a época da narração final do evangelho segundo a comunidade de marcos (por volta dos anos 66-71).

CONTEXTO DA FAMÍLIA NA ÉPOCA DE JESUS

Para entendemos a ação e a reação de Jesus, naquele contexto, é necessário analisar algumas premissas sociais da tradição hebraico/judaica. Segundo Mesters e Lopes (CEBI, 2003), no antigo Israel, o clã era a grande família (comunidade). Ele era a base da convivên-cia social, bem como a proteção das famílias, das pessoas, da garantia da posse da terra e a defesa da identidade (tradição). Naquele contexto, era a maneira concreta de defender o clã, defender a Aliança que Javé fez com seu povo.

No tempo de Jesus, a política do Império Romano e o sistema religioso imperial, estavam enfraquecendo e desintegrando a vida comunitária. Os impostos aumentavam, a ameaça de escravidão crescia e, por isso, as famílias se fechavam nas suas próprias necessidades (Mc 12, 13-17). Muitas pessoas ficavam sem ajuda e sem defesa (Mt 9,36). O fechamento era reforçado pelo sistema religioso judaico. Dar a herança ao Templo permitia abandonar os pais, na questão da ajuda, enfraquecendo assim, o quarto mandamento “Honra teu pai e tua mãe...” (Ex. 20,12), que era a força da comunidade/clã (Mc 7, 8-13). Além disso, o fiel cum-primento da lei da pureza fazia crescer os marginalizados1 no seio da família e da sociedade.

Segundo Crossan2 (VEJA, 2004, p.110), a sociedade da época de Jesus, na Palestina ou em toda a bacia do Mediterrâneo, havia duas grandes forças. Uma, era o sistema de honra e vergonha, que mantinha a lealdade no interior das famílias e clãs que se tornavam soberanas com poder de vida e morte sobre seus membros. O outro é o costume do apadrinhamento. Neste caso, tudo dependia de intercessão, ou seja, alguém pedia e alguém concedia. Entre-tanto, as pessoas humildes e pobres viviam espremidas entre os sistemas de honra e apadri-nhamento. No livro apócrifo O Evangelho Secreto da Virgem Maria (MARTIN, 1998), narra que a família de Jesus na Galileia vivia de acordo com estes sistemas. Segundo este evangelho, aos vinte e três ou vinte quatro anos, Jesus já era consciente de quem era, do sistema social, político e econômico daquela época, bem com qual seria a sua missão:

Jesus, no sábado na sinagoga procurou o texto que queria ler e o proclamou com voz solene: O Es-pírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar aos pobres a boa-nova, enviou-me para proclamar a libertação dos escravos e devolver a vista aos cegos, para dar liberdade aos oprimi-dos e proclamar um ano de graças do Senhor (MARTIN, 1998, p.143).

Também no evangelho canônico da comunidade lucana, percebemos essa idéia, quando ele faz o discurso inaugural de sua atividade (Lc 4, 18-19). Ao analisarmos estas nar-rativas, poderemos ter pistas para entender melhor a expressão narrada em Marcos 3,20-21: “E voltou para casa. E de novo a multidão se apinhou, de tal modo que eles não podiam se ali-mentar. E quando os seus tomaram conhecimento disso, saíram para detê-lo, porque diziam: Enlouqueceu!”. Percebe-se que o fato de Jesus ter adotado a cidade de Cafarnaum como sua

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casa, é que talvez não estivesse relacionando-se muito bem com os seus entes queridos em Na-zaré, ou seja, Ele já não mais morava com sua família, pois suas atitudes e comportamentos, anunciando o Reino e sua prática inclusiva, causavam danos à família. Vale a pena lembrar que a família de Jesus não acreditava nele. Mas mesmo assim, sua família resolveu buscá-lo e levá-lo novamente para Nazaré. Não puderam entrar devido a grande multidão e a falta do convite de Jesus. Mas, que parentes são estes?

ALGUMAS PERSPECTIVAS TEOLÓGICAS DA FAMÍLIA DE JESUS

Em busca de pistas, a fim de obter uma melhor compreensão da perícope estudada é preciso analisar a expressão “teus irmãos e tuas irmãs” no contexto da época. No livro apó-crifo: O Evangelho Secreto da Virgem Maria, na página 103 relata:

Jesus era um menino como os outros, ao mesmo tempo bem diferente. Brincava com todos meni-nos... Um desses amigos fiéis foi seu primo Tiago, que muitos acreditavam ser seu irmão porque se pareciam muito e andavam sempre juntos.

E na página 140, apresenta os parentes de Jesus:

[...] desde o primeiro momento o povo se aglomerou em frente à nossa casa. Minhas primas e eu estávamos ocupadíssimas em atender a todos e Ele não deixava de ouvir os velhos amigos que acu-diam para vê-lo. Principalmente a seus primos Tiago, Judas e Simão, que sempre haviam sido seus companheiros.

Também no livro apócrifo Evangelho do Pseudo-Mateus (MORALDI, 1999, p. 160), item (42,1) apresenta Jesus em família: “Quando José ia a um banquete com seus filhos Tiago, José, Judas e Simão, e com suas duas filhas, iam também Jesus e Maria, sua mãe, com sua irmã Maria de Cléofa”.

A tradição católica (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 500) afirma que a Vir-gem Maria não teve mais filhos. Com efeito, os “irmãos de Jesus” (Mt 13,55), são filhos de uma outra Maria (Mt 28,1) discípula de Jesus. Portanto segundo a tradição, trata-se de pa-rentes próximos de Jesus, talvez primos e não necessariamente irmãos de sangue. Entretanto, Meier3 (SUPER, 2002, p.44) afirma em suas pesquisas que não dá para sustentar a tese que a palavra “irmão” poderia significar “primo” no Novo Testamento. “A palavra grega adelphos, usada para designar irmão, deve sido usada no sentido literal” (SUPER, 2002, p. 44).

Não obstante, a figura mais emblemática que encontramos na família de Jesus é Tiago, “o irmão do Senhor”.

Paulo em Gálatas (1,19), faz menção também a Tiago, “o irmão do Senhor”. Em Marcos (3,21; 6,4), Tiago também aparece como parente de Jesus, porém, Marcos apresenta a família de Jesus de forma negativa, pois eles o teriam renegado, bem como, o consideravam louco. Mateus considerava Tiago como primo de Jesus e irmão de José, Simão e Judas. Ma-teus refere-se a ele: “Não é ele (Jesus) o filho do carpinteiro? Não se chama a mãe dele Maria4 e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?” (Mt 13,55). Segundo Rocha, Professor de his-tória antiga da Universidade Estadual Paulista (VEJA, 2002, p.129), na falta de sobrenome, os judeus eram identificados como “filho de”. Então, só justificaria o uso do nome do irmão se este fosse ilustre.

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Segundo Robert Eisenman (diretor do Instituto de Estudos das Origens Judaico-Cris-tãs, da Universidade do Sul da Califórnia, Long Beach, EUA), juntamente com Pierini (SÃO PAULO, 1998, p. 49), na Palestina, na época de Jesus e nas primeiras décadas seguintes, haviam três Tiagos. Tiago Maior, irmão de João, filho de Zebedeu; Tiago Menor ou Tiago de Alfeu, cha-mado assim para distingui-lo do irmão de João; e Tiago, “o irmão do Senhor” (provavelmente parente de Jesus), que entra em cena como bispo de Jerusalém5, após o martírio de Tiago, o Maior, no ano 42 D.C. (At 12,2), e após o afastamento de Pedro de Jerusalém.

Tiago, “o irmão do Senhor”, foi o líder da primeira comunidade de Jerusalém (Atos dos Apóstolos 12,17). Judeu de origem humilde, talvez com modesta formação intelectual, Tiago, “o irmão do Senhor”, é apresentando sempre como um devoto judeu, zeloso pelo cumprimento de todas as prescrições e muito piedoso. Também era conhecido como o Justo.6

Tiago, “o irmão do Senhor”, desempenhou o papel de bispo, presidindo o presbíte-ro e dando ordens. Percebe-se uma grande liderança (FERREIRA, 2011, p. 83) ancorada em testemunhos inquestionáveis.

No Concílio de Jerusalém, Tiago, “o irmão do Senhor”, propôs que os gentios não fossem sobrecarregados com os rigores da Lei judaica (Atos dos Apóstolos 15,13-23). A sua proposta foi aceita. O próprio Paulo o denominou, juntamente com Céfas (Pedro) e João, “colunas da Igreja” (Gálatas 2,9).

A Tiago, “o irmão do Senhor”, é atribuída uma das sete epístolas denominadas ca-tólicas. Todavia no início da carta (1,1) o autor auto denomina-se “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”.

Segundo Flávio Josefo (Ant. XX.197-203), Tiago, “o irmão do Senhor”, foi apedre-jado até a morte pelo Sinédrio (Conselho dos anciãos), provavelmente em 62 d. C.

CONCLUSÃO

Finalizando a análise da narrativa de Marcos 3,31-34, numa perspectiva da crítica histórica e da crítica textual, entendo que a família de Jesus, no primeiro século, foram os lideres da comunidade cristã, na Palestina, sem uma explicação aceitável, pois, como o irmão (Tiago), que tinha sido hostil a Jesus durante sua vida, de repente, torna-se líder da Igreja, logo após a morte de Jesus. Talvez, temos ai algumas lacunas que foram preenchidas assim. Mas, contudo, vejo que todas as conjecturas apresentadas sobre a família de Jesus são de fun-damental importância para investigar os reais interesses da fé cristã nascedoura. Pois, a situa-ção vital das comunidades cristãs nos primeiros séculos, sobretudo a necessidade de anunciar a boa nova de Jesus (Mc 1,1), era urgente e de muita esperança para alguns segmentos da sociedade (os excluídos, os marginalizados e os oprimidos).

As perspectivas do evangelho das comunidades de Lucas, Marcos e João, baseadas em suas experiências de fé com o Ressuscitado, inclusive no contexto helenístico, entende-ram, também, a importância do anúncio. Viram que não dava para ficarem presos às tra-dições, às estruturas sociais, econômicas, políticas e religiosas, nem tampouco à familiar (Lc 9,61-62). Ou seja, para que o Reino de Deus se manifestasse na comunidade e no mundo, era necessário ultrapassar os limites da pequena família e se abrir para a comunidade: uma fa-mília de famílias. Jesus de Nazaré deu o exemplo: “Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos? Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3,34-35). Jesus

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alargou o horizonte da família. Assim os excluídos e marginalizados deviam ser acolhidos por Deus (Lc 14,12-14). Este era o objetivo da Lei: “É verdade que em teu meio não haverá nenhum pobre, porque Iahweh vai abençoar-te na terra que Iahweh teu Deus te dará, para que possuas como herança.” (Dt 15,4). Mesters e Lopes (CEBI, 2003, p.64) dizem:

Como os grandes profetas do passado, Jesus procura reforçar a vida comunitária nas aldeias da Galiléia. Ele retoma o sentido profundo do clã, da família, da comunidade, como expressão da en-carnação do amor de Deus no amor ao próximo.

Em resumo, entendo que a comunidade de Marcos na redação final (Mc 3,34-35), numa construção teológica, ampliou a possibilidade da família de Jesus, antes restrita aos seus parentes7, para todas as pessoas que acreditavam e aderissem a proposta de Cristo. Começan-do com Jesus de Nazaré e perpassando toda história da humanidade, sobretudo, por todos aqueles e aquelas de boa vontade que realizam a utopia do Reino de Deus. Neste sentido toda humanidade faz parte de uma mesma família, desde que faça a vontade de Deus.

A FAMILY OF JESUS: AN ANALYSIS IN THE NARRATIVE OF MARCOS (Mc 3,31-34)

Abstract: this paper presents an analysis of the pericope of Mark (Mc 3, 31-34), which tells us that Jesus’ family, including his mother, goes to Capernaum to get him back to Nazareth. Reject Jesus and they can not enter the house where Jesus was, but send a message to him through the crowd. Jesus, a firm attitude question and answers for the crowd who his real family. In its design cues have his family perspective. I intend this research to investigate who are the supposed “brothers” of Jesus, especially James “the Lord’s brother.” Nevertheless, the final editor of the gospel, in the light of the risen Jesus speaks of leaving presents a theological vision of expanded family of Jesus Christ.Keywords: Family. Brothers. Community. Jesus.

Notas

1 Mulheres, crianças, doentes, estrangeiros, possessos, cobradores de impostos, etc.2 John Dominic, irlandês radicado nos Estados Unidos, professor de estudos bíblicos da Universidade Depaul

de Chigaco (VEJA, 1884, p 110).3 Pesquisador católico, autor dos quatro volumes da série Um Judeu Marginal, sobre o Jesus histórico. 4 (PIXLEY, 1995, p. 137, nota de rodapé n. 11) – já no século III Orígenes mostra o começo do que depois

veio a ser um diferença entre intérpretes católicos e protestantes. Em seu Comentário a Mateus diz que Tiago e outros foram irmãos de Jesus por um primeiro matrimônio de José de sua união com Maria. Esse tal matrimônio é uma conjetura muito antiga para salvar a virgindade perpétua de Maria. Sua aceitação é uma questão mais doutrinária que histórica: é possível e , tendo-se por verdade dogmática a virgindade perpétua, resolve a relação de Tiago com Jesus.

5 Segundo Pixley (1995, p. 137), o historiador Eusébio, considera Tiago “o irmão do Senhor” o primeiro bispo, “ a quem foi imposto o trono episcopal em Jerusalém pelos apóstolos” (H.E.II.23.1).

6 Evangelho de Tomé, dito 12; e Hegesipo em H.E.II.23.77 Esta simples pesquisa, ainda, não permite ter uma convicção, carece de mais aprofundamento, se os parentes

de Jesus eram irmãos de sangue ou não.

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Referências

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