144
CECÍLIA OLIVEIRA DE AZEVEDO A FAMÍLIA ORCHIDACEAE NO PARQUE MUNICIPAL DE MUCUGÊ, BAHIA, BRASIL Feira de Santana, Bahia Fevereiro - 2004

A FAMÍLIA ORCHIDACEAE NO PARQUE MUNICIPAL …...do laboratório de Taxonomia Vegetal. A Adriana e Dione pela preocupação e empenho. A Ivan pela grande ajuda nas ilustrações. A

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

CECÍLIA OLIVEIRA DE AZEVEDO

A FAMÍLIA ORCHIDACEAE NO PARQUE MUNICIPAL DE

MUCUGÊ, BAHIA, BRASIL

Feira de Santana, Bahia

Fevereiro - 2004

A FAMÍLIA

ORIE

CO-ORIENTA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA

ORCHIDACEAE NO PARQUE MUNICIPAL DE

MUCUGÊ, BAHIA, BRASIL

CECÍLIA OLIVEIRA DE AZEVEDO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Botânica da Universidade

Estadual de Feira de Santana como requisito

parcial para obtenção do grau de Mestre em

Botânica.

NTADOR: PROF. DR. CÁSSIO VAN DEN BERG (UEFS)

DOR: PROF. DR. ANTONIO L. V. TOSCANO DE BRITO (UEFS)

Feira de Santana, Bahia

Fevereiro - 2004

Banca Examinadora

_________________________________________________________________

Prof. Dr.

_________________________________________________________________

Prof. Dr.

_________________________________________________________________

Prof. Dr. Cássio van den Berg

Orientador e Presidente da Banca

Feira de Santana - Bahia

Fevereiro – 2004

AGRADECIMENTOS

A todos do Parque Municipal de Mucugê: Oremildes, Euvaldo, Joaab, Elaine, Ilza,

Gilvan, Baúla, Nilton e Adriano por terem me recebido com tanto carinho, sempre

cuidando para que nada me faltasse, pela ajuda e atenção.

Aos meus orientadores Cássio van den Berg e Toscano de Brito por todos os

ensinamentos. Ao Professor Eduardo Borba por ter lido e corrigido cuidadosamente as

descrições das espécies. Obrigada pelas sugestões e comentários críticos.

Aos colegas de curso: Alexa, Adilva, Carlianne, Cosme, Elisângela, Êlvia, Eric,

Hilder, Jomar, Lia, Moema, Paty, Rosineide, Silvana e Viviane pelos momentos passados

juntos, a Jorge, Cris e Tati, grandes amigos, pelos momentos compartilhados desde a época

da graduação.

Aos curadores dos Herbários ALCB, CEPEC, HRB pelo empréstimo de material. A

todos do HUEFS, especialmente a Téo, Kelly, Elaine e Zezé. A dona Vanilda e o pessoal

do laboratório de Taxonomia Vegetal. A Adriana e Dione pela preocupação e empenho. A

Ivan pela grande ajuda nas ilustrações.

A Rogério por me iniciar no mundo da pesquisa e das orquídeas, pelos

ensinamentos em campo nas muitas viagens. A Maria Clara pelo apoio e incentivo sempre,

desde a orientação na Iniciação Científica e sobretudo pela amizade.

Ao Dr. Fábio de Barros por disponibilizar seu artigo da Flora de Grão-Mogol, ainda

inédito.

Aos Professores Luciano e Flávio pela paciência no estágio em docência. Aos

demais professores, colegas e técnicos com quem convivi durante esses dois anos de UEFS.

Ao prof. Caio Graco pelas caronas a Mucugê, e a todos do LORMA pela companhia nas

viagens ao Parque.

A Universidade Estadual de Feira de Santana, a Fundação de Amparo à Pesquisa da

Bahia pela bolsa de pesquisa, e a CAPES e CADCT pelo financiamento do curso.

A minha família, especialmente minha mãe e meu pai, exemplos de força de

vontade e dedicação, a minha irmã pela amizade e constante ajuda e a Peri pelo

companheirismo e paciência.

ÌNDICE

AGRADECIMENTOS

ÌNDICE DE FIGURAS .......................................................................................................... 6

INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................................... 8

CAPÍTULO 1 - A FAMÍLIA ORCHIDACEAE NO PARQUE MUNICIPAL DE

MUCUGÊ, BAHIA, BRASIL.............................................................................................. 10

CAPÍTULO 2 - ANÁLISE COMPARATIVA DA FAMÍLIA ORCHIDACEAE EM

ÁREAS DE CAMPO RUPESTRE DA CADEIA DO ESPINHAÇO, BAHIA E MINAS

GERAIS, BRASIL ............................................................................................................... 97

CAPÍTULO 3 - A NEW COMBINATION IN THE GENUS ANATHALLIS

(ORCHIDACEAE), AND A NEW RECORD FOR BAHIA STATE, BRAZIL................ 112

CONCLUSÃO GERAL ..................................................................................................... 116

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 117

APÊNDICE I - ÍNDICE DOS ESPÉCIMES EXAMINADOS: COLETOR, SEGUIDO

PELO NÚMERO DE COLETA E PELA NUMERAÇÃO DO TÁXON.......................... 124

APÊNDICE II - DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES DE ORCHIDACEAE NAS ÁREAS

COMPARADAS, UTILIZADA PARA ANÁLISE DE SIMILARIDADE....................... 126

APÊNDICE III - ESPÉCIMES EXAMINADOS REFERENTES AO MATERIAL

UTILIZADO PARA A ANÁLISE DE SIMILARIDADE DEPOSITADAS NOS

HERBÁRIOS ALCB, CEPEC, HRB E HUEFS ................................................................ 130

APÊNDICE IV - ESPÉCIMES EXAMINADOS QUE SOFRERAM ALTERAÇÕES.... 134

RESUMO ........................................................................................................................... 135

ABSTRACT ....................................................................................................................... 136

ÌNDICE DE FIGURAS

CAPÍTULO 1

Figura I: Ilustração de Acianthera hamosa e Acianthera ochreata subsp. ochreata. .......... 79

Figura II: Ilustração de Anathallis microphyta e Anathallis montipelladensis. ................... 80

Figura III: Ilustração de Bulbophyllum ×cipoense, Bulbophyllum cribbianum, Bulbophyllum

involutum e Bulbophyllum weddellii. ........................................................................... 81

Figura IV: Ilustração de Brassavola tuberculata e Campylocentrum micranthum.............. 82

Figura V: Ilustração de Cattleya elongata e Cleistes exilis.................................................. 83

Figura VI: Ilustração de Cyrtopodium edmundoi e Cyrtopodium polyphyllum. .................. 84

Figura VII: Ilustração de Epidendrum cristatum, Epidendrum orchidiflorum, Epidendrum

secundum e Epidendrum warasii.................................................................................. 85

Figura VIII: Ilustração de Encyclia alboxanthina e Epistephium lucidum. ......................... 86

Figura IX: Ilustração de Habenaria fluminensis e Maxillaria cerifera................................ 87

Figura X: Ilustração de Octomeria alexandrii, Octomeria flabellifera e Octomeria stellaris.

...................................................................................................................................... 88

Figura XI: Ilustração de Oncidium blanchetii e Polystachya micrantha. ............................ 89

Figura XII: Ilustração de Prescottia leptostachya, Prescottia montana e Prescottia

stachyodes..................................................................................................................... 90

Figura XIII: Ilustração de Prosthechea moojenii. ................................................................ 91

Figura XIV: Ilustração de Scaphyglottis cf. modesta e Sobralia sessilis. ............................ 92

Figura XV: Ilustração de Sophronitis bahiensis e Thelyschista ghillanyi............................ 93

Figura XVI: Fotografia de A. Acianthera hamosa, B. Acianthera ochreata subsp. ochreata,

C-D. Anathallis microphyta, E-F. Anathallis montipelladensis, G. Brassavola

tuberculata, H-I. Bulbophyllum ×cipoense, J. Bulbophyllum involutum, K.

Bulbophyllum weddellii e L. Campylocentrum micranthum. ....................................... 94

Figura XVII: Fotografia de A. Cattleya elongata, B. Cleistes exilis, C. Cyrtopodium

edmundoi, D. Cyrtopodium polyphyllum, E. Encyclia alboxanthina, F. Epidendrum

cristatum, G. Epidendrum orchidiflorum, H. Epidendrum secundum, I. Epidendrum

warasii, J. Epistephium lucidum, K. Habenaria fluminensis e L. Maxillaria cerifera.95

Figura XVIII: Fotografia de A. Octomeria alexandrii, B. Octomeria flabellifera, C.

Octomeria stellaris, D. Oncidium blanchetii, E. Polystachya micrantha, F. Prescottia

montana, G-H. Prescottia stachyodes, I. Prosthechea moojenii, J. Sobralia sessilis, K.

Sophronitis bahiensis e L-M. Thelyschista ghillanyi. .................................................. 96

CAPÍTULO 2

Figura I. Dendrograma mostrando a similaridade entre áreas de campo rupestre da Bahia e

Minas Gerais, utilizando coeficiente de Jaccard com UPGMA. ................................ 106

Figura II. Dendrograma mostrando a similaridade entre áreas de campo rupestre da Bahia e

Minas Gerais, utilizando coeficiente de Dice com UPGMA. .................................... 106

8

INTRODUÇÃO GERAL

A família Orchidaceae é uma das mais numerosas e especializadas do Reino

Vegetal, com cerca de 20.000 espécies distribuídas em aproximadamente 850 gêneros

(Atwood, 1986; Dressler, 1993), encontradas em praticamente todos os continentes, com

predominância nas regiões tropicais e subtropicais (Dressler, 1993). As Orchidaceae estão

bem representadas no Brasil, com aproximadamente 2.350 espécies distribuídas em 200

gêneros (Pabst & Dungs, 1975, 1977). Na Bahia foram registradas 285 espécies (Pabst &

Dungs, 1975, 1977; Harley & Mayo, 1980; Harley & Simmons, 1986; Toscano de Brito,

1995; Toscano de Brito, 1998; Toscano de Brito & Queiroz, 2003).

Estudos recentes têm demonstrado que a melhor estratégia de investigação da

dinâmica e distribuição geográfica das espécies dos campos rupestres da Cadeia do

Espinhaço é a realização de inventários florísticos detalhados de áreas reduzidas,

escolhidas devido à sua alta diversidade e estado de conservação (Harley, 1995). Seguindo

essa estratégia, inventários foram executados em várias áreas da Chapada Diamantina

(Harley & Simmons, 1986; Toscano de Brito, 1995; Toscano de Brito, 1998; Toscano de

Brito & Queiroz, 2003). Estes servem não somente para propiciar um melhor

conhecimento sobre a composição florística dos campos rupestres, mas também fornecem

subsídios importantes para uma análise comparativa da flora desse ecossistema presente

tanto na porção baiana, como na porção mineira da Cadeia do Espinhaço.

Como forma de contribuir para o conhecimento desta área o presente trabalho teve

como objetivo estudar as espécies da família Orchidaceae do Parque Municipal de

Mucugê, localizado no município de Mucugê, Chapada Diamantina, integrante da Cadeia

do Espinhaço. Além de comparar levantamentos florísticos realizados em outras áreas de

campo rupestre da Bahia e de Minas Gerais.

A Cadeia do Espinhaço, constituída por dois blocos principais, a porção mineira, e

a baiana, conhecida como Chapada Diamantina, estende-se da Serra de Jacobina, ao norte,

atingindo a Serra de Ouro Branco, próximo a Ouro Preto, ao sul. No seu extremo sul, a

Chapada Diamantina divide-se em duas cadeias independentes, a Serra do Rio de Contas e

a Serra das Almas, a oeste, e a Serra do Sincorá, a leste (Harley, 1995). Em Minas Gerais a

Serra de Grão-Mogol localiza-se em posição intermediária e disjunta entre as serras de

Minas Gerais e Bahia (Pirani et al., 2003). Na porção sul da Cadeia do Espinhaço está

situada a Serra do Cipó (Giulietti et al., 1987).

Inventários florísticos desenvolvidos na Cadeia do Espinhaço revelaram a presença

9

de 139 espécies da família para a Chapada Diamantina (Harley & Simmons, 1986;

Toscano de Brito, 1995; Toscano de Brito, 1998; Toscano de Brito & Queiroz, 2003),

enquanto que estudos feitos para a Serra do Cipó (Barros, 1987) e para a Serra de Grão-

Mogol (Barros & Pinheiro, no prelo) mostraram a presença de cerca de 105 espécies de

orquídeas para esta região.

A fisionomia vegetal predominante na Cadeia do Espinhaço é o campo rupestre,

que ocorre principalmente em regiões acima de 1.000 m de altitude, podendo ser

encontrado a partir de 700 m (Giulietti et al., 1987). É um importante centro de diversidade

da flora brasileira, destacando-se por apresentar um grande número de espécies endêmicas

(Harley & Simmons, 1986; Harley, 1995). Ocorre principalmente nos estados da Bahia e

Minas Gerais. Longe de formar um tipo de vegetação homogênea, o campo rupestre é um

conjunto de comunidades predominantemente herbáceo-arbustivas, floristicamente

relacionadas, mas fisionomicamente distintas em função da topografia, natureza do

substrato, profundidade do solo e do microclima (Giulietti et al., 1996). Nas encostas e

topos de morros, onde predominam afloramentos rochosos, a diversificação florística e a

multiplicidade de microambientes atingem grau máximo, onde as famílias Velloziaceae,

Orchidaceae, Bromeliaceae e Eriocaulaceae apresentam maior destaque (Pinto et al.,

1990).

A cidade de Mucugê, sede municipal, leva o nome do rio que a cerca, que, por sua

vez, se refere a uma fruta utilizada como alimento pelos índios, outrora nativos da região.

Fundada em 1844, época em que foram descobertos diamantes nos rios Mucugê e

Cumbuca (Moraes, 1991), é uma das cidades mais antigas da Chapada Diamantina, tendo

preservado grande parte do seu conjunto arquitetônico e paisagístico, tombado pelo

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN (IPAC, 1980).

O Parque Municipal de Mucugê, localizado no município de Mucugê, teve origem a

partir de um projeto denominado Sempre Viva, executado entre 1996 e 1998, que previu a

implantação de uma Unidade de Conservação, criando a Unidade de Manejo Sustentável

de Mucugê, com área de 270 ha. Em 15 de março de 1999, a Prefeitura de Mucugê criou o

Parque Municipal de Mucugê, incorporando uma área, situada em seu entorno, de 180 ha,

elevando sua área total para 450 ha (Stradmann, 1998). Seus principais objetivos são a

conservação, reprodução e utilização racional de espécies popularmente conhecidas como

sempre-vivas, algumas ameaçadas de extinção, a exemplo de Syngonanthus mucugensis

(Eriocaulaceae), espécie endêmica dos arredores de Mucugê (Giulietti, 1996).

10

CAPÍTULO 1 - A FAMÍLIA ORCHIDACEAE NO PARQUE MUNICIPAL DE

MUCUGÊ, BAHIA, BRASIL

Este capítulo é um artigo expandido, formatado para publicação na revista Sitientibus série

Ciências Biológicas.

11

RESUMO

O levantamento da família Orchidaceae no Parque Municipal de Mucugê foi realizado

através de coletas mensais durante o período de um ano. Foram encontradas 35 espécies

em 22 gêneros. Destas, 11 são citadas pela primeira vez para o município de Mucugê; três

para a região da Chapada Diamantina e sete para o estado da Bahia. Os gêneros

Bulbophyllum, Epidendrum, Octomeria e Prescottia foram os mais representativos.

Lectótipos foram selecionados para Acianthera hamosa, Cattleya elongata, Maxillaria

cerifera, Octomeria stellaris e Prescottia montana. Todos os táxons são descritos e

ilustrados e chaves para identificação dos gêneros e espécies são apresentadas.

Palavras-chave: Chapada Diamantina, Orchidaceae, Orquídea, Parque Municipal de

Mucugê, Taxonomia.

ABSTRACT

This study presents a survey of the Orchidaceae occurring in the Parque Municipal de

Mucugê, Mucugê, Bahia, Brazil. It was carried out trough monthly random sampling

during 12 months. 35 species of orchids were recorded in 22 genera, of which 11 species

are for the first time reported for Mucugê; three for the Chapada Diamantina and seven for

the state of Bahia. The main genera in number of species are Bulbophyllum, Epidendrum,

Octomeria and Prescottia. Lectotypes for Acianthera hamosa, Cattleya elongata,

Maxillaria cerifera, Octomeria stellaris e Prescottia montana are chosen here. All taxa are

described and illustrated, as well as identification keys for species and genera are provided.

Keywords: Chapada Diamantina, Orchidaceae, Orchids, Parque Municipal de Mucugê,

Taxonomy.

12

INTRODUÇÃO

Com cerca de 2.350 espécies distribuídas em 200 gêneros (Pabst & Dungs, 1975,

1977), a família Orchidaceae encontra-se bem representada no Brasil. Estudos sobre a flora

baiana indicaram a presença de cerca de 285 espécies de orquídeas no estado (Pabst &

Dungs, 1975, 1977; Harley & Mayo, 1980; Harley & Simmons, 1986; Toscano de Brito,

1995; Toscano de Brito, 1998; Toscano de Brito & Queiroz, 2003).

A Chapada Diamantina, setor baiano da Cadeia do Espinhaço, apresenta uma

grande diversidade florística. Levantamentos realizados na área detectaram, até o

momento, 139 espécies de orquídeas nessa região. Catolés apresentou 76 espécies

(Toscano de Brito & Queiroz, 2003), o Pico das Almas, 45 espécies (Toscano de Brito,

1995); a Serra da Chapadinha possui 27 espécies (Toscano de Brito, 1998);

Andaraí/Mucugê, 26 espécies (Harley & Simmons, 1986) e o Morro do Pai Inácio

apresentou 18 espécies (Toscano de Brito, 1998). Além disso, monografias e dissertações

realizadas na Chapada Diamantina revelaram a presença de oito espécies do gênero

Oncidium (Silva, 1999), nove espécies do gênero Cleistes (Silva, 2002) e 21 espécies da

subtribo Spiranthinae (Smidt, 2003).

O Parque Municipal de Mucugê, objeto desta pesquisa, localiza-se no município de

Mucugê, nas imediações do Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Serra do Sincorá,

a cerca de 4 km da cidade de Mucugê, com coordenadas 12o 59’ 02”-13o 00’ 18”S e 41o 19’

40”-41o 21’ 33”W, a uma altitude em torno de 1.000 m acima do nível do mar e área de 4,5

km2. A vegetação predominante na área é de campo rupestre, que é um importante centro

de diversidade da flora brasileira, destacando-se por apresentar um grande número de

espécies endêmicas (Harley & Simmons, 1986; Harley, 1995), onde Orchidaceae apresenta

uma grande importância florística, estando sempre entre as dez famílias de maior riqueza

específica (Harley & Simmons, 1986; Giulietti et al., 1987; Stannard, 1995; Guedes &

Orge, 1998; Pirani et al., 2003; Zappi et al., 2003).

O presente trabalho teve como objetivo inventariar, descrever e ilustrar as espécies

da família Orchidaceae do Parque Municipal de Mucugê; apresentar comentários sobre a

morfologia, hábito, aspectos fenológicos e distribuição geográfica das várias espécies dessa

família presentes na área de estudo; elaborar chaves para identificação dos gêneros e

espécies de Orchidaceae presentes no Parque; contribuir para o conhecimento da flora da

Bahia e para o processo de aprimoramento da gestão dos recursos naturais do Parque

Municipal de Mucugê.

13

MATERIAL E MÉTODOS

Excursões mensais à área foram realizadas durante o período de junho de 2002 a

maio de 2003, visando a coleta de amostras vegetais de forma aleatória, em toda a área do

Parque. O material coletado foi fotografado, desidratado e herborizado de acordo com

Mori et al. (1989), além da conservação de suas flores em solução alcoólica (álcool 70%:

água 25%: glicerina 5%). As exsicatas foram depositadas no acervo do herbário da

Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS), e as duplicatas serão enviadas para a

coleção do Parque Municipal de Mucugê. Os dados apresentados neste trabalho foram

baseados em revisão bibliográfica e análise morfológica dos espécimes coletados e das

coleções depositadas nos seguintes herbários: ALCB, CEPEC, HRB e HUEFS (acrônimos

de acordo com Holmgren et al., 1990).

As descrições morfológicas foram realizadas através da análise das porções

vegetativas e florais dos vários espécimes. Flores conservadas em solução alcoólica ou

retiradas das exsicatas, foram examinadas utilizando-se um microscópio estereoscópico,

com o auxílio de uma câmara clara. As medidas das porções florais foram feitas com o

auxílio de régua e paquímetro eletrônico.

Foram elaboradas chaves dicotômicas para a identificação dos gêneros e espécies

presentes na área estudada, utilizando-se principalmente os caracteres mais evidentes para

a delimitação dos táxons, sem levar em consideração suas afinidades filogenéticas. A

classificação das Orchidaceae seguiu, em sua maior parte, o sistema de Dressler (1993),

porém informações contidas em estudos recentes, baseados em análises de DNA (e.g.

Cameron et al. 1999; Cameron & Chase, 2000; Pridgeon, Solano & Chase, 2001; van den

Berg et al., 2000), também foram utilizadas.

A determinação das espécies seguiu os padrões de taxonomia clássica e foi

realizada através de consulta a obras especializadas, entre elas Barbosa Rodrigues (1877,

1882), Cogniaux (1893-1896, 1898-1902, 1904-1906), Hoehne (1940, 1942, 1945, 1953),

Pabst & Dungs (1975, 1977), Sprunger et al. (1996) e Toscano de Brito (1995), assim

como através de consulta de obras príncipes dos vários táxons. Nomes dos autores das

espécies estão abreviados de acordo com Brummitt & Powell (1992), periódicos

encontram-se abreviados de acordo com Bridson e Smith (1991) e outras obras de acordo

com Stafleu & Cowan (1976-1978).

O material examinado de cada táxon encontra-se listado em ordem alfabética dos

coletores e número de coleta, além de um índice destes espécimes em ordem alfabética de

14

coletor seguido pelo número de coleta e pela numeração de cada táxon (Apêndice I).

As ilustrações foram baseadas em material conservado em líquido, além do material

herborizado. A origem desse material encontra-se indicada nas legendas dos respectivos

táxons. Para os gêneros com mais de uma espécie, apenas um hábito foi ilustrado, e

diagramas florais são apresentados para todas as espécies. Gêneros com uma única espécie

foram ilustrados aos pares, respeitando apenas ordem alfabética.

Dados sobre distribuição geográfica e fenologia foram obtidos de informações

contidas nas etiquetas dos espécimes herborizados examinados e complementados com

trabalhos de campo. Dados sobre a distribuição geral de cada táxon foram obtidos através

de consulta à bibliografia especializada, sobretudo Pabst & Dungs (1975, 1977) e Sprunger

et al. (1996). Sinônimos só foram apresentados para casos recentes, que não foram citados

anteriormente por Pabst & Dungs (1975, 1977), ou para casos duvidosos que ainda hoje

apresentam problemas.

Algumas coleções estão referidas pelas seguintes siglas: Coleção Flora dos Campos

Rupestres (Universidade de São Paulo) - CFCR, Projeto Chapada Diamantina

(Universidade Federal da Bahia) - PCD e Unidade de Manejo Sustentável de Mucugê -

UMS. É importante salientar que as denominações Projeto Sempre-Viva, Unidade de

Manejo Sustentável de Mucugê e Parque Municipal de Mucugê, se referem à mesma área,

objeto de estudo deste capítulo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontradas no Parque Municipal de Mucugê 35 espécies de orquídeas

(Quadro I), distribuídas em 22 gêneros, das quais uma é um híbrido natural. Os gêneros de

maior representatividade foram Bulbophyllum, Epidendrum, Octomeria e Prescottia,

enquanto 68% dos gêneros apresentaram apenas uma espécie.

Algumas espécies de Orchidaceae encontradas no Parque Municipal de Mucugê

possuem ampla distribuição geográfica, podendo ser encontradas em outros países, e

apresentando-se bem distribuídas no Brasil. Das 35 espécies coletadas no Parque, sete são

novos registros para o estado da Bahia, anteriormente citadas para outras regiões,

sobretudo Sul e Sudeste do país. Três são novos registros para a região da Chapada

Diamantina e outras 11 são novos registros para o município de Mucugê. É importante

ressaltar que a área apresenta espécies como Encyclia alboxanthina, Sophronitis bahiensis

e Thelyschista ghillanyi, que são endêmicas da Chapada Diamantina.

15

O Parque Municipal de Mucugê está compreendido na área onde foi realizada a

Flórula de Mucugê (Harley & Simmons, 1986). Esta envolveu partes dos municípios de

Andaraí e Mucugê, abrangendo 896 km2 (Harley & Simmons, 1986). Nela foram

encontradas 26 espécies da família Orchidaceae, distribuídas em 13 gêneros. Destas,

somente 10 espécies são comuns aos dois levantamentos, enquanto 16 espécies foram

encontradas apenas na Flórula e não no Parque. O número de espécies exclusivas da

Flórula era esperado, devido ao maior tamanho da área amostrada, porém o fato de o

Parque apresentar 26 espécies, que não foram encontradas na Flórula, é bastante

significativo. Este caso representa um exemplo claro de como a diferença na metodologia e

no esforço de amostragem pode influenciar nos resultados, gerando uma falsa impressão da

situação. É importante ressaltar que as Orchidaceae do Parque Municipal de Mucugê foram

inventariadas através de coletas mensais durante o período de um ano, onde os focos

estavam voltados unicamente para esta família.

As espécies encontradas na área de estudo, descritas por Barbosa Rodrigues,

Acianthera hamosa, Cattleya elongata, Maxillaria cerifera, Octomeria stellaris e

Prescottia montana, foram lectotipificadas, uma vez que o holótipo destas espécies, assim

como a quase totalidade da coleção de Barbosa Rodrigues, foram destruídos durante uma

enchente na cidade do Rio de Janeiro (Cribb & Toscano de Brito, 1996). Desta forma, as

ilustrações originais, preparadas por este autor e ilustradas em sua Iconographie des

orchidées du Brésil, recentemente publicada por Sprunger et al. (1996), constituem o único

material original disponível, e por esse motivo foram selecionadas como lectótipos. Dos

seis volumes de ilustração de Barbosa Rodrigues, cinco estão no Rio de Janeiro e o volume

4, está depositado no Herbário Oakes Ames, na Universidade de Harvard.

16

Quadro I. Lista das espécies encontradas no Parque Municipal de Mucugê.

no ESPÉCIE 01 Acianthera hamosa (Barb.Rodr.) Pridgeon & M.W.Chase 02 Acianthera ochreata (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase subsp. ochreata 03 Anathallis microphyta (Barb.Rodr.) C.O.Azevedo & Van den Berg (Capítulo 3) 04 Anathallis montipelladensis (Hoehne) F.Barros 05 Brassavola tuberculata Hook. 06 Bulbophyllum ×cipoense Borba & Semir 07 Bulbophyllum cribbianum Toscano 08 Bulbophyllum involutum Borba, Semir & F.Barros 09 Bulbophyllum weddellii (Lindl.) Rchb.f. 10 Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe 11 Cattleya elongata Barb.Rodr 12 Cleistes exilis Hoehne 13 Cyrtopodium edmundoi Pabst 14 Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F.Barros 15 Encyclia alboxanthina Fowlie 16 Epidendrum cristatum Ruiz & Pav. 17 Epidendrum orchidiflorum Salzm. ex Lindl. 18 Epidendrum secundum Jacq. 19 Epidendrum warasii Pabst 20 Epistephium lucidum Cogn. 21 Habenaria fluminensis Hoehne 22 Maxillaria cerifera Barb.Rodr. 23 Octomeria alexandrii Schltr. 24 Octomeria flabellifera Pabst 25 Octomeria stellaris Barb.Rodr. 26 Oncidium blanchetii Rchb.f. 27 Polystachya micrantha Schltr. 28 Prescottia leptostachya Lindl. 29 Prescottia montana Barb.Rodr. 30 Prescottia stachyodes (Sw.) Lindl. 31 Prosthechea moojenii (Pabst) W.E.Higgins 32 Scaphyglottis cf. modesta Schltr. 33 Sobralia sessilis Lindl. 34 Sophronitis bahiensis (Schltr.) Van den Berg & M.W.Chase 35 Thelyschista ghillanyi (Pabst) Garay

Aspectos morfológicos e ecológicos das Orchidaceae ocorrentes no Parque Municipal de

Mucugê

A família Orchidaceae apresenta uma grande variação de tamanho, podendo ser

encontgradas no Parque espécies de 10-50 mm de altura, como Anathallis microphyta e

Anathallis montipelladensis, até espécies com cerca de 1,5 a 2 m de altura, como

Epidendrum cristatum, Epidendrum warasii, Epistephium lucidum e Sobralia sessilis. As

17

orquídeas podem apresentar dois padrões de crescimento, sendo eles simpodial ou

monopodial. Nas simpodiais cada broto tem crescimento limitado e, geralmente, a cada

ano um novo pseudobulbo ou caule surge da base do mesmo. Novos pseudobulbos também

podem crescer do ápice do pseudobulbo anterior, como ocorre em Scaphyglottis modesta.

Nas monopodiais, o caule cresce continuamente a partir de um único broto apical, que tem

crescimento indeterminado. Entre as espécies estudadas, a grande maioria é simpodial,

com exceção do gênero Campylocentrum.

As espécies encontradas no Parque apresentam hábito terrestre, epífito e rupícola,

sendo aí enquadrada a grande maioria. Algumas espécies são terrestres, como Cleistes

exilis, Epistephium lucidum, Habenaria fluminensis, Oncidium blanchetii, Sobralia sessilis

e Thelyschista ghillanyi, o gênero Prescottia, e algumas espécies do gênero Epidendrum,

sendo que apenas Campylocentrum micranthum é epífita. Na área de estudo, as orquídeas

são encontradas nos diferentes ecossistemas dos campos rupestres, crescendo diretamente

sobre os afloramentos rochosos, nas encostas e em matas de grotão, em áreas

caracterizadas por possuírem uma vegetação aberta de baixo porte, dominada por espécies

herbáceas, subarbustivas e arbustivas, crescendo sobre solo arenoso, e em áreas com uma

fisionomia um pouco mais fechada, dominada por arbustos e árvores, onde encontram-se

espécies terrestres crescendo na serrapilheira.

As raízes podem variar muito em sua morfologia, diferindo em sua espessura de

acordo com a espécie. Em muitas terrestres, as raízes tornam-se órgãos de armazenamento

ou tuberóides, em algumas a raiz inteira pode ser engrossada, como em Prescottia e

Thelyschista, em outras, como em Cleistes, alguns segmentos são espessos e o resto mais

fino. Raízes carnosas armazenadoras não estão limitadas a orquídeas terrestres. Epífitas e

rupícolas, como Sobralia e algumas espécies de Epidendrum, podem ter raízes carnosas,

sendo que estas plantas geralmente apresentam caules e folhas finos.

Pseudobulbos são caules espessados, essencialmente armazenadores de água, que

podem sustentar folhas em todo o seu comprimento ou só no ápice. Os pseudobulbos

podem apresentar bainhas, que envolvem sua base e podem sustentar uma folha, como em

Maxillaria cerifera e Oncidium blanchetii.

A maioria das folhas de orquídeas é paralelinérvea. Nervação reticulada é rara em

orquídeas, embora ocorra em alguns gêneros como em Epistephium. A maioria apresenta

filotaxia dística e algumas estão arranjadas em roseta, como nos gêneros Prescottia e

Thelyschista. As folhas podem ser conduplicadas ou plicadas, como em Sobralia.

Geralmente são dorsiventrais e em ambientes secos freqüentemente são coriáceas ou

18

carnosas e nos casos extremos podem ser triangulares ou cilíndricas (teretiformes), como

em algumas espécies de Acianthera e Octomeria. Plantas terrestres com brotos anuais,

como Cleistes, Habenaria, Prescottia e Thelyschista, normalmente apresentam folhas

membranáceas. A forma das folhas é relativamente uniforme. A maioria tem folha simples,

linear, lanceolada, oblonga, ovada, obovada ou elíptica.

Os tipos de inflorescência mais comuns são racemo, panícula e espiga. Algumas

sustentam apenas uma flor como em Maxillaria. A inflorescência pode formar-se de

qualquer parte do caule, aqui se usou a terminologia lateral quando se forma do lado ou na

base do caule/pseudobulbo ou do rizoma, e terminal quando esta é uma continuação do

caule ou desenvolve-se do ápice do pseudobulbo. A grande maioria dos gêneros apresenta

este tipo, embora Bulbophyllum, Campylocentrum, Cyrtopodium, Maxillaria e Oncidium

apresentem inflorescência lateral. Campylocentrum apresenta inflorescência saindo ao

longo do caule, e os outros gêneros supracitados apresentam inflorescências produzidas da

base do pseudobulbo ou rizoma.

As flores apresentam brácteas, que podem ser conspícuas e coloridas, como em

Cyrtopodium, ou inconspícuas e paleáceas. Os botões florais podem estar envolvidos por

uma ou duas grandes bainhas, chamadas de espata, que suportam e protegem as flores

enquanto estas se desenvolvem, podendo ser observadas em Cattleya elongata,

Prosthechea moojenii e Sophronitis bahiensis. Neste trabalho, usou-se a seguinte

terminologia para a inflorescência: escapo, que começa da base da inflorescência até a

primeira bráctea floral, e raque, que tem início na primeira bráctea floral até a última flor

ou botão floral.

Um aspecto interessante no desenvolvimento da maioria das flores de orquídeas é o

fenômeno da ressupinação. No botão, o labelo está normalmente voltado para cima, mas na

maioria das flores, este está voltado para baixo, pois o pedicelo sofre uma torção de 180o

durante o desenvolvimento do botão. O termo ressupinado é usado para a flor que

apresente o labelo voltado para baixo, em alguns casos a flor é ressupinada simplesmente

pela posição pendente da inflorescência. No Parque, os gêneros Polystachya, Prescottia,

Prosthechea e Epidendrum secundum, apresentam flores não ressupinadas. Alguns

gêneros, como Epistephium, apresentam uma estrutura de origem desconhecida na base do

perianto, chamada de calículo ou epicálice.

As flores de orquídeas são trímeras, o cálice é formado por uma sépala dorsal e

duas laterais, que podem estar parcialmente ou completamente unidas, como nos gêneros

Acianthera e Anathallis, que apresentam diferentes graus de concrescimento. A corola é

19

formada por três pétalas que são geralmente mais finas que as sépalas. Elas podem estar

adnadas à sépala dorsal, como em Thelyschista ghillanyi, ser bastante reduzidas, como em

Bulbophyllum cribbianum, ou partidas, como em Habenaria fluminensis. A pétala mediana

é geralmente diferente das outras duas e é chamada de labelo. O labelo é normalmente

maior e mais complexo que as outras pétalas e é um dos principais elementos diagnósticos

de uma orquídea. O labelo pode estar unido em diferentes graus à coluna, como nos

gêneros Encyclia e Epidendrum, sendo geralmente trilobado e podendo apresentar calos

variados.

Suas flores podem apresentar nectários florais a partir da extensão de um de seus

segmentos, geralmente o labelo, chamados de esporão ou cálcar, como é o caso de

Campylocentrum e Habenaria. A base da coluna forma, em muitas orquídeas, uma

extensão ventral a qual o labelo está ligado, chamado de pé de coluna. Em plantas com pés

de coluna longos, a base das sépalas laterais geralmente está unida ao mesmo, formando

um mento.

Taxonomia

Chave de identificação para os gêneros de Orchidaceae ocorrentes no Parque Municipal de

Mucugê.

1. Folhas em roseta.

2. Flores não ressupinadas, verdes, com labelo verde e cuculado. ..........................................

......................................................................................................................... Prescottia (17)

2’. Flores ressupinadas, verdes, com labelo branco e oblongo. ...............................................

..................................................................................................................... Thelyschista (22)

1’. Folhas dísticas.

3. Pseudobulbo ou caule com folhas apenas no ápice.

4. Inflorescência terminal.

5. Pseudobulbos sobrepostos, emergindo da base e do ápice do pseudobulbo anterior. ...

.............................................................................................................. Scaphyglottis (19)

5’. Pseudobulbos ou caule não sobrepostos, emergindo apenas da base do

pseudobulbo anterior.

6. Labelo livre.

7. Inflorescência fasciculada. ............................................................. Octomeria (14)

20

7’. Inflorescência não fasciculada.

8. Antera com 8 polínias. ............................................................... Sophronitis (21)

8’. Antera com 2 a 4 polínias.

9. Sépalas laterais livres.

10. Pseudobulbos 10-20 mm comp., ovóides, flores amarelo-esverdeadas,

antera com 2 polínias. ............................................................. Polystachya (16)

10’. Pseudobulbos 10-32 cm comp., cilíndricos, flores vermelho-

amarronzadas, labelo magenta, antera com 4 polínias. ................ Cattleya (06)

9’. Sépalas laterais concrescidas ao menos na base.

11. Plantas 60-170 mm alt., inflorescência com c. 5-9 flores, sépalas laterais

concrescidas da base até no mínimo 2/3 do comprimento. ................................

.................................................................................................. Acianthera (01)

11’. Plantas 10-50 mm alt., inflorescência com 1-2 flores, sépalas laterais

concrescidas na base até 1/3 do comprimento. .......................... Anathallis (02)

6’. Labelo concrescido em alguma extensão da coluna.

12. Caule cilíndrico, 1-foliado, folha terete, polínias 8. ..............................................

........................................................................................................... Brassavola (03)

12’. Pseudobulbo ovóide, 2-4-foliado, folha lanceolada a oblonga, polínias 4.

13. Inflorescência 110-130 cm comp., 8-30 flores ressupinadas. .............................

............................................................................................................ Encyclia (09)

13’. Inflorescência 47-68 mm comp., 4-6 flores não ressupinadas. .........................

...................................................................................................... Prosthechea (18)

4’. Inflorescência lateral.

14. Pseudobulbo angulado. ................................................................. Bulbophyllum (04)

14’. Pseudobulbo não angulado.

15. Flores amarelas com máculas marrons, labelo marcadamente 3-lobado, lobos

laterais 4,5-5,0 mm comp., polínias 2. ................................................... Oncidium (15)

15’. Flores esverdeadas com nuances vinácea no ápice, labelo obscuramente 3-

lobado, lobos laterais inconspícuos 1,5 mm comp., polínias 4. ........... Maxillaria (13)

3’. Pseudobulbo ou caule com folhas ao longo de sua extensão.

16. Plantas de crescimento monopodial. .......................................... Campylocentrum (05)

16’. Plantas de crescimento simpodial.

17. Planta com pseudobulbo fusiforme, inflorescência lateral. ........... Cyrtopodium (08)

17’. Plantas com caule cilíndrico, inflorescência terminal.

21

18. Flores esverdeadas, labelo tripartido, base do labelo prolongada em cálcar,

antera completamente fundida com o resto da coluna. ...................... Habenaria (12)

18’. Flores coloridas (amarelas, marrom-esverdeadas, róseas ou purpúreas),

labelo inteiro a 3-lobado, base do labelo não prolongada em cálcar, antera

claramente distinguível do resto da coluna.

19. Labelo livre.

20. Folhas 7-12 cm comp., plicadas, coriáceas, labelo 1-lobado. .........................

......................................................................................................... Sobralia (20)

20’. Folhas 1-2 cm comp., não plicadas, membranáceas, labelo distintamente

3-lobado. .......................................................................................... Cleistes (07)

19’. Labelo concrescido em alguma extensão com a coluna.

21. Folhas de nervação reticulada, presença de epicálice, labelo concrescido

com a porção lateral da coluna. ............................................. Epistephium (11)

21’. Folhas de nervação não reticulada, sem epicálice, labelo concrescido à

face adaxial da coluna. ........................................................... Epidendrum (10)

22

01. ACIANTHERA (Scheidw.) C.A.Luer

Recentemente, a subtribo Pleurothallidinae sofreu uma série de mudanças

nomenclaturais (Pridgeon & Chase, 2001), baseadas em análise filogenética molecular

(Pridgeon, Solano & Chase, 2001). Dentre elas o gênero Anathallis Barb.Rodr. foi

restabelecido; o subgênero Acianthera foi elevado para gênero; três novos gêneros foram

estabelecidos, Anthereon, Diodonopsis e Echinella; e outros três, Phloeophila,

Pleurothallopsis e Stelis, sofreram redefinições e expansões. Espécies brasileiras,

principalmente do gênero Pleurothallis R. Br. sensu lato, foram transferidas para outros

gêneros (Pridgeon & Chase, 2001). Posteriormente, Barros (2002) apresentou outras

alterações nomenclaturais para os gêneros Acianthera, Anathallis, Anthereon (= Pabstiella)

e Specklinia.

Chave de identificação para as espécies de Acianthera ocorrentes no Parque Municipal de

Mucugê.

1. Caule compresso no ápice, folha patente, ovada, comprimento c. 2 vezes a largura,

verde a arroxeada, flores vinácea, sépalas laterais concrescidas da base até 2/3 do

comprimento. ................................................................................ Acianthera hamosa (01.1)

1’. Caule não compresso no ápice, folha ereta, lanceolada, comprimento 9-10 vezes a

largura, amarelo-alaranjada, flores amarelo-alaranjadas, sépalas laterais concrescidas da

base ao ápice formando uma navícula. ............. Acianthera ochreata subsp. ochreata (01.2)

01.1. Acianthera hamosa (Barb.Rodr.) Pridgeon & M.W.Chase, Lindleyana 16(4): 243,

2001.

Pleurothallis hamosa Barb.Rodr., Gen. spec. Orchid. 2: 31, t.774, 1882. Tipo: Brasil,

Barbosa Rodrigues s.n. (perdido). Lectótipo aqui designado: ilustração original

preparada por João Barbosa Rodrigues, t.774, que consta de sua Iconographie des

orchidées du Brésil, depositada na biblioteca do Jardim Botânico do Rio de Janeiro,

reproduzida por Sprunger et al. (1996) sob o número t.177B do volume 3.

Erva rupícola. Rizoma 5,0-10 mm comp. entre pseudobulbos, raízes emergindo ao longo

de todo o rizoma. Caule 30-120 x 1,5-2,0 mm, 1-foliado, ereto, cilíndrico, compresso no

ápice, verde a arroxeado, coberto por bainhas. Folha 35-60 x 15-30 mm, séssil, patente,

23

ovada, verde a arroxeada, coriácea a carnosa, ápice agudo apiculado, base cordada.

Inflorescência racemo terminal, adpressa à folha; escapo 4,5-7,0 mm comp.; brácteas

escapais 1,5-2,0 x 1,0-1,5 mm, ovadas, membranáceas, ápice agudo apiculado, base

amplexicaule; raque 13-15 mm comp., 5-8 flores; brácteas florais 1,5-2,0 x 1,5-2,0 mm,

ovadas, membranáceas, ápice agudo apiculado, base amplexicaule. Flores ressupinadas;

pedicelo incluindo o ovário 2,5-3,0 mm comp. Sépalas vinácea, membranáceas, papilosas,

ápice agudo, base truncada; dorsal 4,0-4,5 x 1,5 mm, ereta, fundida na base com as sépalas

laterais, lanceolada; laterais 4,5-5,0 x 1,0-1,5 mm, eretas, concrescidas da base até 2/3 do

comprimento formando uma navícula. Pétalas 2,0-2,5 x 0,5-1,0 mm, eretas, lanceoladas,

vinácea, membranáceas, ápice agudo, base atenuada, margem serrada. Labelo preso ao pé

de coluna, ereto, 3-lobado, obovado, vináceo, membranáceo, papiloso, base atenuada;

lobos laterais inconspícuos, erguidos, oblongos, ápice obtuso, margem serrilhada; lobo

terminal 2,5-3,0 x 1,0-1,5 mm, ereto, obovado, ápice obtuso. Coluna 2,0 x 0,5 mm, 0,5

mm alt., esverdeada; prolongada na base em pé de 0,5 mm comp.; antera 0,6 x 0,4 mm,

prolongada em bico papiloso; polínias 2, obcônicas. Fruto cápsula 10-13 x 5,5-6,5 mm.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

18.set.2002, C.Azevedo & R.Oliveira 150 (HUEFS).

Descrita originalmente a partir de material proveniente de Minas Gerais (Barbosa

Rodrigues, 1882), também foi citada para o Rio de Janeiro e São Paulo (Pabst & Dungs,

1975; Sprunger et al., 1996). Na Bahia, é conhecida da Chapada Diamantina nos

municípios de Rio de Contas (Toscano de Brito, 1995), Lençóis (Toscano de Brito, 1998) e

Palmeiras (Toscano de Brito, 1998; Conceição & Giulietti, 2002). Esta é a primeira citação

para o município de Mucugê, onde é encontrada sobre as rochas em áreas de campo

rupestre e em matas de grotão. O comprimento do caule, a textura das folhas e sua

coloração variam de acordo com o habitat. Plantas mais expostas ao sol apresentam caules

mais curtos, folhas mais carnosas e coloração arroxeada, enquanto as que crescem em

áreas mais sombreadas, nas matas de grotão, apresentam caules mais longos, folhas mais

finas e coloração esverdeada. Floresce entre agosto e setembro.

Acianthera hamosa é reconhecida por seu caule compresso no ápice, sua folha

patente, inflorescência adpressa à folha, pela coloração verde a arroxeada de seus caules e

folhas, por suas flores vináceas e por apresentar pétalas e lobos laterais do labelo de

margem serrilhada. Acianthera hamosa e Acianthera prolifera (Herb. Ex Lindl.) Pridgeon

24

& M.W.Chase apresentam a mesma distribuição geográfica (Pabst & Dungs, 1975), apesar

da última ter sido descrita originalmente do Rio de Janeiro (Lindley, 1830) e ser citada

também para a Venezuela (Dunsterville & Garay, 1961d). Assemelham-se muito em seu

hábito, apresentando caule compresso no ápice, folha patente e inflorescência adpressa à

folha, embora A. prolifera diferencie-se por ser epífita, produzir constantemente brotos nas

axilas das folhas e por apresentar labelo inteiro. Pabst (1966) diferenciou as duas espécies

pelo tamanho maior (8-10 cm comp.) e forma aconchavada das folhas de A. prolifera,

enquanto A. hamosa apresenta folhas menores (5-6 cm comp.), só um pouco côncavas.

Barbosa Rodrigues (1882) refere-se a A. hamosa, vegetativamente, como uma miniatura de

A. pectinata (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase. Entretanto, as flores desta diferem bastante

em sua morfologia e coloração esverdeada.

O holótipo de A. hamosa encontra-se perdido. Desta forma, a ilustração original de

Acianthera hamosa, preparada na natureza por Barbosa Rodrigues, constitui o único

material original disponível e por esse motivo é aqui selecionada como lectótipo.

01.2. Acianthera ochreata (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase subsp. ochreata, Lindleyana

16(4): 245, 2001.

Pleurothallis ochreata Lindl., Bot. Reg. 21 (n.s. 8): sub t. 1797, 1836.

Erva rupícola. Rizoma 5,0 mm comp. entre pseudobulbos, 3,0 mm diâm., raízes

emergindo de todo o rizoma. Caule 60-70 x 2,0-2,5 mm, 1-foliado, ereto, cilíndrico,

amarelo-alaranjado a esverdeado, coberto por bainhas. Folha 90-100 x 10 mm, séssil,

ereta, lanceolada, amarelo-alaranjada a esverdeada, carnosa, ápice agudo, base atenuada.

Inflorescência racemo terminal, ereto; escapo 30-45 mm comp., amarelado; brácteas

escapais 3,0-4,0 x 3,5-4,0 mm, ovadas, membranáceas, ápice agudo apiculado, base

amplexicaule; raque 20-35 mm comp., 5-9 flores; brácteas florais 2,5-3,0 x 4,0-4,5 mm,

ovadas, membranáceas, ápice agudo apiculado, base amplexicaule. Flores ressupinadas;

pedicelo incluindo o ovário 2,5-3,0 mm comp. Sépalas eretas, amarelo-alaranjada,

carnosas, ápice agudo, base truncada; dorsal 5,5-6,0 x 1,0-1,5 mm, lanceolada; laterais 5,5-

6,0 x 1,0-1,5 mm, concrescidas da base até o ápice formando uma navícula. Pétalas 2,0-

2,5 x 0,5-1,0 mm, eretas, lineares, amarelo-alaranjada, carnosas, ápice agudo apiculado,

base truncada, margem serrilhada. Labelo preso ao pé de coluna, ereto, 3-lobado, oblongo,

amarelo-alaranjado, carnoso, base truncada; calosidade em forma de duas quilhas erguidas

na porção mediana do lobo terminal; lobos laterais 1,0-1,5 x 0,5-1,0 mm, erguidos,

25

oblongos, ápice obtuso; lobo terminal 1,0-1,5 x 1,0 mm, ereto, oblongo, ápice obtuso.

Coluna 2,5-3,0 x 0,5-1,0 mm, 0,5-1,0 mm alt., alada, prolongada na base em pé 0,5-1,0

mm comp.; antera 0,5 x 0,4 mm, prolongada em bico; polínias 2, obovadas. Fruto cápsula

14-14,5 x 5,0-6,0 mm.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

11.jun.2002, C.Azevedo & J.Oliveira 139 (HUEFS); Unidade de Manejo Sustentável,

04.jan.1997, UMS 124 (HRB); Unidade de Manejo Sustentável, 01.nov.1996, UMS 345

(HRB).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, 10 km N da cidade na rod.

para Andaraí, 27.jan.2000, J.G.Jardim et al. 2550 (CEPEC); 2 km al N de Mucugê, camino

a Andaraí, 20.jan.1997, M.M.Arbo et al. 7571 (CEPEC); by rio Cumbuca, about 3 km N of

Mucugê on the road to Andaraí, 15.fev.1977, R.M.Harley et al. 18712 (CEPEC).

Esta espécie foi descrita originalmente da Serra do Monte Santo, Bahia (Lindley,

1836a). Pabst & Dungs (1975) registraram sua ocorrência para Pernambuco e Bahia.

Segundo Borba & Semir (2001), Acianthera ochreata é uma espécie com ampla

distribuição no Nordeste do Brasil, especialmente no estado da Bahia, mas também é

encontrada em Pernambuco e na Paraíba. Na Bahia é conhecida da Serra do Curral Feio,

Morro do Chapéu, Serra do Sincorá, Serra do Rio de Contas, Serra das Almas (Harley &

Mayo, 1980), Catolés (Toscano de Brito & Queiroz, 2003), e dos municípios de

Mucugê/Andaraí (Harley & Simmons, 1986), Rio de Contas (Toscano de Brito, 1995),

Lençóis (Toscano de Brito, 1998) e Palmeiras (Toscano de Brito, 1998; Conceição &

Giulietti, 2002). Acianthera ochreata subsp. ochreata é abundante nos campos rupestres da

Chapada Diamantina, e muito comum na área do Parque, onde cresce em grandes

populações, diretamente sobre as rochas a pleno sol. Sua coloração e textura podem variar

de acordo com o habitat. Plantas mais expostas ao sol apresentam folhas mais carnosas e

coloração amarelo-alaranjada, enquanto as que crescem em áreas mais sombreadas

apresentam folhas menos carnosas e coloração esverdeada. Floresce entre novembro e

fevereiro. Segundo Borba & Semir (2001), suas flores possuem néctar na base do labelo,

cheiram a queijo estragado e são polinizadas por Megaselia spp., dípteros da família

Phoridae.

O próprio Pabst (1966), após examinar o holótipo de A. ochreata, concluiu que a

espécie descrita por ele para a Chapada Diamantina, entre Lençóis e Palmeiras,

26

Pleurothallis bahiensis (Pabst, 1956), era somente uma forma mais robusta daquela.

Recentemente, uma subespécie de A. ochreata foi descrita A. ochreata subsp. cylindrifolia,

baseada em diferenças morfológicas de caracteres vegetativos, diferenças químicas e de

localização geográfica. A. ochreata subsp. cylindrifolia diferencia-se vegetativamente da

subespécie tipo por apresentar folhas cilíndricas sulcadas e ocorre apenas na Cadeia do

Espinhaço em Minas Gerais. A. ochreata subsp. ochreata apresenta folhas carnosas

nitidamente conduplicadas (Borba et al., 2002).

A. ochreata subsp. ochreata é reconhecida por suas folhas carnosas de coloração

amarelo-alaranjada, e por suas flores de sépalas laterais concrescidas da base até o ápice,

formando uma navícula. Assemelha-se a A. teres, por apresentar caracteres florais bastante

similares, mas difere em caracteres vegetativos e em suas distribuições geográficas, sendo

que esta ocorre, principalmente, em Minas Gerais, e algumas populações no Rio de Janeiro

e Espírito Santo (Borba et al., 2002). Ao contrário de A. teres, A. fabiobarrosii (Borba &

Semir) F.Barros & F.Pinheiro apresenta grande similaridade vegetativa com A. ochreata

subsp. ochreata, sendo que esta ocorre apenas na região centro-norte da Cadeia do

Espinhaço, em Minas Gerais (Borba et al., 2000).

02. ANATHALLIS Barb.Rodr.

Chave de identificação para as espécies de Anathallis ocorrentes no Parque Municipal de

Mucugê.

1. Inflorescência com uma única flor em antese, flores vináceas, sépalas e pétalas de

margem ciliada. ..........................................................................................................................

..................................................................................................... Anathallis microphyta (02.1)

1’. Inflorescência com duas flores, flores amareladas, sépalas e pétalas de margem não

ciliada. ................................................................................ Anathallis montipelladensis (02.2)

02.1. Anathallis microphyta (Barb.Rodr.) C.O.Azevedo & Van den Berg (Capítulo 3)

Pleurothallis microphyta (Barb.Rodr.) Cogn., Fl. bras. 3(4): 484, 1895.

Erva rupícola. Rizoma inconspícuo. Caule 20-40 x 0,5-1,0 mm, 1-foliado, ereto,

cilíndrico, marrom, coberto por bainhas. Folha 5,0-10 x 3,0-4,0 mm, séssil, ereta,

lanceolada a orbicular, verde, coriácea, ápice agudo a obtuso retuso, base atenuada.

27

Inflorescência racemo terminal, ereto; escapo 3,5-6,0 mm comp., marrom; brácteas

escapais inconspícuas; raque 3,0-8,0 mm comp., 1 flor; brácteas florais 1,5-2,0 x 1,0-1,5

mm, orbiculares, membranáceas, ápice agudo, base amplexicaule. Flores ressupinadas;

pedicelo incluindo o ovário 1,0-1,5 mm comp. Sépalas lanceoladas, membranáceas, ápice

agudo, base truncada, margem ciliada; dorsal 3,0-3,5 x 1,0-1,5 mm, ereta, concrescida na

base às sépalas laterais, vinácea; laterais 3,0 x 1,0 mm, reflexas, concrescidas na base, até

1/3 do comprimento, vináceas com lista branca na base. Pétalas 3,0 x 0,5-1,0 mm, eretas,

lineares, vináceas, membranáceas, ápice agudo, base truncada, margem ciliada. Labelo

articulado com o pé de coluna de 1,0 mm comp., ereto, 3-lobado, orbicular-oblongo,

vináceo, carnoso, base atenuada; calo convexo na porção basal do labelo; lobos laterais

inconspícuos, eretos, semi-orbiculares, ápice obtuso, ciliado; lobo terminal 2,0 x 1,0 mm,

orbicular-oblongo, ápice obtuso. Coluna 2,0 x 0,5 mm, 0,5 mm alt., branca com manchas

vináceas; antera 0,3 x 0,4 mm; polínias 2, orbiculares, amarelas. Fruto cápsula 4,0-5,0 x

2,0-3,0 mm.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

18.set.2002, C.Azevedo & R.Oliveira 152 (HUEFS).

Descrita originalmente de espécime originário da Serra do Mar (Barbosa

Rodrigues, 1882), esta espécie é citada para Argentina, e no Brasil, para os estados do Rio

de Janeiro e Rio Grande do Sul (Pabst & Dungs, 1975; Sprunger et al., 1996), sendo aqui

registrada pela primeira vez para o estado da Bahia (CAPÍTULO 3). Anathallis microphyta

é rara na área do Parque, encontrada somente em áreas sombreadas e úmidas das matas de

grotão, crescendo sobre rochas cobertas por musgos, o que dificulta ainda mais sua

localização. Floresce entre maio e setembro.

Anathallis microphyta é reconhecida por seu pequeno porte e suas flores vináceas.

Assemelha-se muito a A. corticicola (Schltr. Ex Hoehne) Pridgeon & M.W.Chase,

diferindo por apresentar pétalas de margem inteira, lisa, enquanto A. microphyta possui

sépalas e pétalas de margem ciliada.

28

02.2. Anathallis montipelladensis (Hoehne) F.Barros, Bradea 8(43): 295, 2002.

Pleurothallis montipelladensis Hoehne, Arch. Inst. Biol. (São Paulo) 2: 36, pl. 6, fig.

1, 1929.

Erva rupícola. Rizoma 0,5-1,0 mm comp. entre pseudobulbos, 1,0-1,5 mm diâm., coberto

por bainhas, raízes emergindo ao longo de todo o rizoma. Caule (1,5-)3,0-6,0 x 0,5-1,5

mm, 1-foliado, ereto, cilíndrico, verde, coberto por bainhas. Folha 6-16 x 2,5-4,0 mm,

séssil, ereta, lanceolada a quase orbicular, verde, carnosa, ápice agudo acuminado, base

atenuada. Inflorescência racemo terminal, ereto; escapo 9-29 mm comp., amarelado;

brácteas escapais inconspícuas; raque 3,5-10 mm comp., 2 flores; brácteas florais

inconspícuas. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 0,5-1,5 mm comp. Sépalas

eretas, lanceoladas, amareladas, membranáceas, ápice obtuso, base truncada; dorsal 3,0-3,5

x 1,0-1,5 mm, concrescidas na base às sépalas laterais; laterais 3,0-3,5 x 0,5-1,0 mm,

concrescidas na base. Pétalas 2,5-3,0 x 0,5-1,0 mm, eretas, lineares, amareladas,

membranáceas, ápice obtuso, base atenuada, margem serrilhada. Labelo articulado com o

pé da coluna, ereto, 3-lobado, oblongo, amarelado, membranáceo, base truncada; lobos

laterais inconspícuos, erguidos, semi-orbiculares, ápice obtuso, margem ciliada; lobo

terminal 1,0-1,5 x 0,5-1,0 mm, ereto, oblongo, ápice arredondado. Coluna 1,5 x 0,5 mm,

0,6 mm alt., amarelada, alada; antera 0,3 x 0,3 mm; polínias 2. Fruto cápsula 4,0-5,0 x 2,0-

3,0 mm.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

13.jul.2002, C.Azevedo 142 (HUEFS); Parque Municipal de Mucugê, 14.ago.2002,

C.Azevedo & J.Oliveira 146 (HUEFS); Unidade de Manejo Sustentável, 06.nov.1996,

UMS 343 (HRB).

Citada para a Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso (Pabst & Dungs,

1975). Na Chapada Diamantina, foi registrada para o município de Rio de Contas (Toscano

de Brito, 1995) e Mucugê (Stradmann, 1998). Cresce em paredões rochosos no campo

rupestre. Foi observada florida nos meses de abril, julho, agosto e novembro.

Anathallis montipelladensis é facilmente reconhecida pelo seu pequeno porte, 10-20

mm alt., e sua inflorescência com duas flores amareladas.

29

03. BRASSAVOLA R.Br.

03.1. Brassavola tuberculata Hook., Bot. Mag. 56: t. 2878, 1829.

Erva rupícola. Rizoma 5,0-10 mm comp. entre pseudobulbos, 4,0-5,0 mm diâm., coberto

por bainhas, raízes emergindo ao longo de todo o rizoma. Caule 60-110 x 4,0 mm, 1-

foliado, pendente, cilíndrico, marrom, coberto por bainha. Folha 220 x 5,0 mm, séssil,

pendente, terete, verde, carnosa, ápice agudo, base truncada. Inflorescência racemo

terminal, pendente; escapo 10-20 mm comp., verde; brácteas escapais 3,0-4,0 x 4,0-5,0

mm, ovadas a orbiculares, paleáceas, ápice agudo, base amplexicaule; raque 10-20 mm

comp., 3 flores; brácteas florais 3,0-5,0 x 2,0-3,0 mm, ovadas, paleáceas, ápice agudo, base

truncada. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 40-55 mm comp. Sépalas

patentes, lanceoladas, creme-amareladas, membranáceas, ápice agudo, base truncada;

dorsal 30-38 x 4,0-5,0 mm; laterais 30-35 x 5,0-6,0 mm. Pétalas 30-36 x 3,0-4,0 mm,

patentes, lanceoladas, creme-amareladas, membranáceas, ápice agudo, base obtusa. Labelo

30-35 x 15-20 mm, concrescido à base da coluna, ereto, 1-lobado, ovado, branco com

centro amarelo, membranáceo, ápice agudo cuspidado, base atenuada, margem

ligeiramente revoluta. Coluna 10 x 3,0 mm, 4,0 mm alt., branca; alada; antera 2,0-2,5 x 2,0

mm, 1,0 mm alt., branca; polínias 8, cerosas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

26.nov.2002, C.Azevedo & R.Oliveira 165 (HUEFS).

Espécie conhecida da Bolívia e Brasil (Sprunger, 1991), onde foi citada para os

estados de Sergipe, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas

Gerais (Pabst & Dungs, 1975), neste último, para a Serra do Cipó (Barros, 1987). Na

Bahia, foi citada para Monte Santo (Harley & Mayo, 1980), sendo aqui registrada pela

primeira vez para a Chapada Diamantina. É rara no Parque, sendo encontrada crescendo

sob paredões rochosos apenas em matas de grotão. Floresce em novembro.

Brassavola tuberculata é caracterizada por seu hábito pendente, folha terete e flores

de sépalas e pétalas creme-amareladas e labelo branco com centro amarelo. Withner (1998)

considerou B. fragrans, B. perrinii e B. tuberculata espécies diferentes, apesar de afirmar

que B. perrinii, B. fragrans e B. flagellaris são parte de um complexo de espécies

proximamente relacionadas, que diferem apenas em sua localização. Aqui, preferiu-se

30

seguir Pabst & Dungs (1975) e Sprunger (1991) que consideram B. fragrans Lem. B.

gibbiana hort. e B. perrinii Lindl. sinônimos de B. tuberculata.

04. BULBOPHYLLUM Thouars

Chave de identificação para as espécies de Bulbophyllum ocorrentes no Parque Municipal

de Mucugê.

1. Inflorescência de escapo ereto e raque genuflexa, pétalas lineares. .......................................

................................................................................................... Bulbophyllum weddellii (04.4)

1’. Inflorescência sem a característica acima, pétalas não lineares.

2. Pétalas muito reduzidas, c. 0,5 mm comp., semi-orbiculares, pé de coluna longo, c. 4,0

mm comp. .......................................................................... Bulbophyllum cribbianum (04.2)

2’. Pétalas 2-5 mm comp., ovadas a triangulares, pé de coluna 1,5-2,0 mm comp.

3. Sépalas ovadas, base não falcada, pétalas ovadas, de ápice obtuso, margem ciliada

labelo púrpuro com ápice branco ......................................................................................

.................................................................................... Bulbophyllum involutum (04.3)

3’. Sépalas triangulares, base ligeiramente falcada, pétalas triangulares, de ápice

agudo, margem não ciliada, labelo vináceo com manchas e pontuações creme-

amareladas com relances metálicos. ............................ Bulbophyllum ×cipoense (04.1.)

04.1. Bulbophyllum ×cipoense Borba & Semir, Lindleyana 13: 113-120, 1998.

Erva rupícola. Rizoma 15-20 mm comp. entre pseudobulbos, 5,0 mm diâm., coberto por

bainhas, raízes emergindo principalmente da base do pseudobulbo. Pseudobulbos 22-25 x

12-15 mm, 1-foliados, eretos, ovóides-tetrágonos, amarelados, cobertos por bainhas. Folha

80-95 x 15-18 mm, séssil, semi-ereto, elíptico-oblonga, verde, coriácea, ápice agudo

acuminado, base atenuada. Inflorescência racemo lateral; escapo 50-55 cm comp., ereto,

vináceo; brácteas escapais 10-14 x 5,0-7,0 mm, orbiculares, paleáceas, ápice agudo

acuminado, base amplexicaule; raque 30-35 cm comp., pendente, 3-4 flores em antese;

brácteas florais 5,0-9,0 x 2,0-3,0 mm, triangulares a ovadas, membranáceas, ápice agudo,

base truncada. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 4,0 mm comp. Sépalas

triangulares, creme-arroxeadas com manchas e pontuações purpúreas na base,

membranáceas, ápice agudo; dorsal 10-15 x 3,0-4,0 mm, ereta, base truncada; laterais 10-

31

15 x 3,0-4,0 mm, reflexas, base ligeiramente falcada. Pétalas 4,0-5,0 x 1,0-2,0 mm,

patentes, triangulares, cremes com manchas e pontuações purpúreas, membranáceas, ápice

agudo, base truncada. Labelo articulado com o pé da coluna, ereto, 3-lobado, obovado,

vináceo com manchas e pontuações creme-amareladas com relances metálicos, carnoso,

base atenuada; calo convexo, piloso; lobos laterais 2,0-2,5 x 1,0 mm, eretos, auriculares,

ápice obtuso, ciliado; lobo terminal 5,0-6,0 x 3,0-4,0 mm, oblongo, ápice obtuso, ciliado.

Coluna 2,0 x 1,0 mm, 1,0 mm alt., creme-amarelada; provido de dois longos braços

cruzados voltados para frente e dois menores para baixo; prolongada na base em pé de 2,0

mm comp.; antera 1,0 x 1,0 mm, conectada a coluna, amarela, papilosa, ápice prolongado

em bico; polínias 2. Fruto cápsula 10-12 x 6,0-9,0 mm, verde com nuances vinácea.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

18.mar.2003, C.Azevedo & E.Oliveira 182 (HUEFS).

Recentemente, Bulbophyllum ×cipoense, um híbrido natural de B. weddellii e B.

involutum, foi descrito para a Cadeia do Espinhaço, Minas Gerais (Borba & Semir, 1998).

Na área em estudo, os parentais de B. ×cipoense estão presentes, ocorrendo muitas vezes

sobre a mesma rocha. Espécimes encontrados no Parque apresentam caracteres que

sugerem que o mesmo evento possa ter ocorrido.

Borba & Semir (1998), através de estudos de biologia floral e fenologia, concluíram

que as espécies parentais são simpátricas, possuem eventos fenológicos sincronizados,

caracterizados por um período de floração longo. Compartilham os mesmos polinizadores,

fêmeas de Pholeomyia, dípteros da família Milichiidae, e são intercompatíveis, o que pode

levar à formação de híbridos naturais.

Borba & Semir (1998), quando descreveram B. ×cipoense, chamaram a atenção de

que o híbrido atrai os mesmos polinizadores dos parentais, o que pode causar introgressão.

Este evento parece estar acontecendo no Parque, onde os espécimens encontrados

apresentam caracteres intermediários entre os parentais e entre si. Como o espécime

C.Azevedo & J.Oliveira 177 (HUEFS) (Figura XVI - H), que apesar de semelhante ao

descrito por Borba & Semir (1998), apresenta algumas diferenças na coloração, tamanho e

forma de seus segmentos florais. B. ×cipoense apresenta sépalas e pétalas oval-lanceoladas,

pouco falcadas, sépalas com manchas e pontuações purpúreas na base e labelo purpúreo

com terço distal e margens laterais brancas com manchas purpúreas, e o indivíduo aqui

tratado possui sépalas e pétalas ovadas, não falcadas, sépalas com manchas e pontuações

32

purpúreas em praticamente todo seu comprimento e labelo sem terço distal e margens

laterais brancas. Apesar, de Borba & Semir (1998) destacarem que o híbrido por eles

descrito possui um alto grau de esterilidade ou auto-incompatibilidade, e características do

labelo fazem com que sua polinização seja ineficiente.

O indivíduo aqui estudado e o descrito para Minas Gerais apresentam muitas

semelhanças no formato e coloração de suas peças florais, tais como sépalas ligeiramente

falcadas, com manchas e pontuações purpúreas apenas na base. Porém, o espécime

encontrado no Parque difere-se por apresentar pétala de margem não ciliada e labelo sem

terço distal e margens laterais brancas.

Rieseberg (1995) chama a atenção de que a maioria dos híbridos verdadeiros não

apresenta caracteres intermediários aos de seus parentais, da mesma maneira, caracteres

intermediários não indicam necessariamente hibridação. Este fato foi observado por Borba

et al. (2000), que inicialmente imaginaram que Acianthera fabiobarrosii tratava-se de um

híbrido entre Acianthera ochreata, devido à similaridade vegetativa, e Acianthera

johannensis, pela similaridade nos caracteres florais. Após testarem hipótese de origem por

hibridação, detectaram tratar-se de uma nova espécie e não de um híbrido como era

esperado.

Foram realizados estudos para testar hipótese de origem por hibridação (dados não

publicados), onde foram utilizados 12 loci em 10 sistemas enzimáticos. Tal hipótese não

pode ser definitivamente comprovada, devido à ausência de loci diagnósticos entre os

supostos parentais (B. weddellii e B. involutum). Porém, a mesma pode ser fortalecida por

dois motivos: o primeiro é que entre os três táxons testados, B. ×cipoense é o único que

não apresentou alelos exclusivos, e segundo é que, entre os 14 indivíduos de possíveis

híbridos, a hipótese de hibridação não pode ser descartada em nenhum, exceto dois deles,

por estes possuírem em todos os loci alelos presentes em ambos os parentais. Os outros

dois indivíduos são homozigotos em pelo menos um locus para um alelo que não está

presente em B. weddellii (alelo exclusivo de B. involutum). Isto sugere a ocorrência de

introgressão em B. involutum, que pode ser reforçada por caracteres morfológicos, como

discutido acima.

Outro fato interessante é que a variabilidade encontrada em B. ×cipoense indica que

o evento de hibridação entre B. involutum e B. weddellii não foi único na população

estudada, mas que os indivíduos foram originados por múltiplos eventos de hibridação.

33

04.2. Bulbophyllum cribbianum Toscano, Kew Bull. 47(4): 774, 1992.

Bulbophyllum micropetalum Barb.Rodr., Gen. spec. Orchid. 2: 121, 1882. (non

Lindl. 1862).

Erva rupícola. Rizoma 5,0-10 mm comp. entre pseudobulbos, 2,0 mm diâm., coberto por

bainhas, raízes emergindo apenas na base dos pseudobulbos. Pseudobulbos 10-15 x 5,0-

8,0 mm, 1-foliados, eretos, ovóides-tetrágonos, amarelados, cobertos por bainhas. Folha

25-55 x 6,0-10 mm, séssil, ereto-patente, elíptico-oblonga a oblonga, verde, coriácea, ápice

agudo apiculado, base atenuada. Inflorescência racemo lateral; escapo 70-120 mm comp.,

ereto, verde; brácteas escapais 10-15 x 2,0-3,0 mm, lanceoladas, paleáceas, ápice agudo,

base amplexicaule; raque 25-30 mm comp., pendente, 2-3 flores em antese; brácteas florais

5,0-6,0 x 3,0-4,0 mm, ovadas, membranáceas, ápice agudo, base amplexicaule. Flores

ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 2,0-2,5 mm comp. Sépalas eretas, amarelo

esverdeadas com veios púrpuros, membranáceas; dorsal 5,0-6,0 x 5,0-6,0 mm, ovada a

orbicular, ápice obtuso, base truncada; laterais 6,0-7,0 x 5,0-6,0 mm, fundidas lateralmente

ao pé da coluna, triangulares a ovadas, ápice obtuso, base truncada. Pétalas 0,5 x 1,0 mm,

eretas, semi-orbiculares, róseas a amareladas com veios púrpuros, membranáceas, ápice

obtuso, base truncada. Labelo 5,0-6,0 x 3,5-4,0 mm, articulado com o pé da coluna, ereto,

1-lobado, oblongo, magenta com margem vinho, membranáceo, ápice obtuso, base

atenuada. Coluna 2,5 x 2,0 mm, 1,5 mm alt., esbranquiçada; prolongada na base em pé de

4,0 mm comp.; antera 0,5 x 1,0 mm, conectada a coluna; polínias 2, orbiculares,

amareladas. Fruto cápsula 5,0-7,0 x 4,0 mm, amarelo-esverdeado.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

26.nov.2002, C.Azevedo & R.Oliveira 167 (HUEFS).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Gerais do Guiné,

17.nov.2001, E.L.Borba 2127 (HUEFS).

Este Bulbophyllum foi descrito originalmente do Rio de Janeiro (Barbosa

Rodrigues, 1882), e citado também para o estado do Espírito Santo (Pabst & Dungs, 1975;

Sprunger et al., 1996). Na Bahia, ocorre no município de Rio de Contas (Toscano de Brito,

1995), sendo aqui o primeiro registro para o município de Mucugê. Raro na área do

Parque, esta espécie foi encontrada crescendo em paredões rochosos de matas de grotão.

Floresce em novembro.

34

Bulbophyllum cribbianum não foi encontrado em flor. Sua identificação foi

possível, não só pela análise da porção vegetativa característica da espécie, como pelos

restos florais encontrados no fruto. É facilmente reconhecido por suas pétalas muito

pequenas, semi-orbiculares e pelo longo pé de coluna. A descrição e ilustração das flores

desta espécie foram feitas baseadas em material conservado em líquido, coletado no

município de Mucugê, por E.L.Borba, 2127. Toscano de Brito (1995) comenta que B.

cribbianum parece ser rara em herbários brasileiros, pois o espécime citado para Rio de

Contas, foi a terceira coleção por ele examinada.

Como existe uma espécie de Bulbophyllum na África com o epíteto micropetalum,

descrita por Lindley antes de Barbosa Rodrigues publicar Bulbophyllum micropetalum

Barb.Rodr., houve a necessidade de se criar um novo nome para a espécie brasileira

(Toscano de Britto, 1992).

04.3. Bulbophyllum involutum Borba, Semir & F.Barros, Novon 8(3): 225-229, 1998.

Erva rupícola. Rizoma 10-25 mm comp. entre pseudobulbos, 3,0-5,0 mm diâm., coberto

por bainhas, raízes emergindo principalmente da base do pseudobulbo. Pseudobulbos 20-

30 x 15-20 mm, 1-foliados, eretos, ovóides-tetrágonos, amarelados, cobertos por bainhas.

Folha 50-80 x 15-25 mm, séssil, semi-ereto, elíptico-oblonga a oblonga, verde, coriácea,

ápice agudo apiculado, base atenuada. Inflorescência racemo lateral; escapo 24-50 cm

comp., ereto, vináceo; brácteas escapais 10-18 x 5,0-7,0 mm, oblongas a orbiculares,

paleáceas, ápice obtuso apiculado, base amplexicaule; raque (7,0-)23-28 cm comp.,

pendente, 1-2 flores em antese; brácteas florais 5,0-7,5 x 2,5-4,0 mm, triangulares a

ovadas, paleáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o

ovário 6,0-6,5 mm comp. Sépalas ovadas, creme com manchas e pontuações purpúreas

cobrindo quase completamente a superfície, membranáceas, ápice agudo, base truncada;

dorsal 8,0-9,0 x 3,5-4,0 mm, recurvada; laterais 8,0-8,5 x 3,5-4,0 mm, reflexas. Pétalas

2,0-2,5 x 1,0-1,5 mm, patentes, ovadas, creme com manchas e pontuações purpúreas,

membranáceas, ápice obtuso, base truncada, margem ciliada. Labelo articulado com o pé

da coluna, ereto, 3-lobado, orbicular, púrpuro com ápice branco, carnoso, base atenuada;

calo convexo, piloso; lobos laterais 1,0-1,5 x 0,5-1,0 mm, eretos, auriculares, ápice obtuso,

ciliado; lobo terminal 2,0-2,5 x 1,5-2,0 mm, orbicular, ápice obtuso ciliado. Coluna 2,5 x

1,5 mm, 1,0-1,5 mm alt., esbranquiçada; provido de dois longos braços voltados para

frente e dois menores para baixo; prolongada na base em pé 1,5-2,0 mm comp.; antera 1,0-

35

1,5 x 0,5-1,0 mm, conectada a coluna, verde, papilosa, o ápice prolongado em bico;

polínias 2. Fruto cápsula 10-11,5 x 9,0-10 mm, verde.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

17.set.2002, C.Azevedo & J.Oliveira 149 (HUEFS)

Descrito originalmente de Minas Gerais, é encontrado também nos campos

rupestres da Bahia, ao longo da Cadeia do Espinhaço (Borba et al., 1998). Em Minas

Gerais foi citado para a Serra de Grão-Mogol (Barros & Pinheiro, no prelo). No estado da

Bahia, foi citado para Rio de Contas (Harley & Mayo, 1980; Toscano de Brito, 1995) e

Mucugê (Harley & Simmons, 1986), identificado como B. ipanemensis. O espécime deste

último levantamento, CFCR 1477, foi mais tarde designado como parátipo de B. involutum

(Borba et al., 1998). Cresce diretamente sobre as rochas em áreas abertas de campo

rupestre, dividindo o mesmo habitat com B. weddellii. As duas espécies podem ser

encontradas vivendo sobre a mesma rocha. Floresce em setembro.

Bulbophyllum involutum é reconhecido no campo pela coloração púrpura de suas

flores, brácteas, escapo e raque, sempre com uma única flor em antese, diferentemente de

B. warmingianum e B. ipanemensis que têm inflorescências verdes ou amarelo-

esverdeadas, e três a cinco flores simultaneamente em antese. Estas características

auxiliam no reconhecimento de B. involutum em material de herbário, uma vez que a

coloração do escapo, brácteas e sépalas não se perde. As pétalas ovadas com ápice obtuso

são muito peculiares em comparação com as das outras duas espécies, que são triangulares

com ápice agudo (Borba et al., 1998). Sua polinização ocorre através de correntes de vento

que movimentam o labelo e pressionam o polinizador contra a coluna da flor (Borba &

Semir, 1998).

04.4. Bulbophyllum weddellii (Lindl.) Rchb.f., Ann. bot. syst. 6: 251, 1861.

Erva rupícola. Rizoma 10 mm comp. entre pseudobulbos, 4,0-5,0 mm diâm., coberto por

bainhas, raízes emergindo da base dos pseudobulbos. Pseudobulbos 20-25 x 10-15 mm, 1-

foliados, eretos, ovóides-tetrágonos, amarelados, cobertos por bainhas. Folha 40-50 x 15-

20 mm, séssil, semi-ereto, elíptico-oblonga a oblonga, verde, coriácea, ápice agudo

apiculado, base atenuada. Inflorescência racemo lateral; escapo 15-20 cm comp., ereto,

verde; brácteas escapais 10-15 x 5,0-6,0 mm, orbiculares, ápice agudo, base amplexicaule;

36

raque 5-10 cm comp., genuflexa, 6-20 flores; brácteas florais 7,0-9,5 x 2,0-3,0 mm,

ovadas. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 4-5 mm comp. Sépalas

triangulares, creme com manchas e pontuações purpúreas na base, membranáceas; dorsal

10-15,5 x 2,5-3,0 mm, recurvada, triangular, creme com manchas e pontuações purpúreas

na base, membranácea, ápice agudo caudado, base truncada; laterais 10-15,5 x 2,5-3,0 mm,

reflexas, ápice agudo, base falcada. Pétalas 3,0-4,5 x 0,5-1,0 mm, patentes, lineares,

falcada na base, cremes com manchas e pontuações purpúreas, membranáceas, ápice

agudo, base truncada, margem ciliada. Labelo articulado com o pé da coluna, ereto, 3-

lobado, lanceolado, creme com manchas e pontuações purpúreas, carnoso, base obtusa;

calo convexo, piloso; lobos laterais 1,0-1,5 x 0,5-1,0 mm, eretos, auriculares, ápice obtuso,

ciliado; lobo terminal 8,0-12,5 x 2,0-4,0 mm, lanceolado, ápice agudo. Coluna 3,0-3,5 x

1,5-2,0 mm, 1,5-2,0 mm alt., branca com manchas purpúreas; provido de dois longos

braços voltados para frente e dois menores para baixo; prolongada na base em pé 2,0-2,5

mm comp.; antera 1,5 mm comp., verde, papilosa, ápice prolongado em bico; polínias 2.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

12.jun.2002, C.Azevedo & O.Oliveira 140 (HUEFS); Parque Municipal de Mucugê,

13.abr.2003, C.Azevedo 188 (HUEFS).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, 06.jul.1998, C.Azevedo 88

(HRB).

Esta espécie foi descrita originalmente de material proveniente de Minas Gerais

(Lindley, 1852). Barros (1987) citou sua presença também para a Serra do Cipó. É

conhecida também do estado do Rio de Janeiro (Pabst & Dungs, 1975), e, na Bahia, do

município de Rio de Contas (Toscano de Brito, 1995). É aqui registrada pela primeira vez

para Mucugê, onde cresce diretamente sobre as rochas dos campos rupestres. A

polinização, como em B. involutum, ocorre através de correntes de vento que movimentam

o labelo e pressionam o polinizador contra a coluna da flor (Borba & Semir, 1998).

Floresce entre abril e julho.

Bulbophyllum weddellii é facilmente reconhecido pela inflorescência genuflexa na

raque, pela coloração creme com manchas e pontuações purpúreas, além da forma de seus

segmentos florais, que apresentam sépalas laterais de base falcada e pétalas lineares.

37

05. CAMPYLOCENTRUM Bentham

05.1. Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe, Orchid Rev. 11(128): 245, 1903.

Erva epífita. Caule 6,0-12 cm comp., 3,0 mm diâm., ereto, cilíndrico, verdes, coberto

pelas bainhas das folhas, raízes emergindo ao longo de todo o caule, 4-7 folhas. Folhas

2,0-3,5 x 0,5-1,0 cm, dísticas, sésseis, patentes, lanceoladas, verdes, coriáceas, ápice

obtuso retuso, base atenuada, articulada com a bainha. Inflorescência racemo lateral,

raque 1,0-1,5 cm comp, 6-15 flores; brácteas florais 1,0-1,5 x 1,0-1,5 mm, ovadas,

membranáceas, ápice agudo, base truncada, margem serrilhada. Flores ressupinadas;

pedicelo incluindo o ovário 2,0-2,5 mm comp. Sépalas 3,5-4,0 x 1,0-1,5 mm, eretas,

concrescidas na base, lanceoladas, amareladas, membranáceas, ápice agudo reflexo, base

truncada. Pétalas 3,5-4,0 x 0,5-1,0 mm, eretas, lanceoladas, amareladas, membranáceas,

ápice agudo reflexo, base truncada. Labelo ereto, 3-lobado, ovado, amarelado,

membranáceo, base atenuada; esporão 2,0-2,5 x 0,5-1,0 mm; lobos laterais 1,5-2,0 x 0,5-

1,0 mm, eretos envolvendo a coluna, orbiculares, ápice obtuso; lobo terminal 4,0-4,5 x 2,0-

2,5 mm, lanceolado, ápice agudo. Coluna 0,5-1,0 x 0,5-1,0 mm, 0,5 mm alt., amarelada;

antera 0,5 x 0,5 mm, amarelada; polínias 2, orbiculares.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

27.jan.2003, C.Azevedo 173 (HUEFS).

Campylocentrum micranthum ocorre desde o México até o Panamá e também da

Venezuela à Bolívia, Guianas, Brasil, Trindade e Índias Ocidentais (Dunsterville & Garay,

1961b; Sprunger, 1991). É amplamente distribuído no Brasil, sendo encontrado nos estados

do Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, São

Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso (Pabst & Dungs, 1977). É aqui registrado pela

primeira vez para a Chapada Diamantina. É a única espécie epífita encontrada no Parque,

sendo raro na área, crescendo em galhos finos de árvores e arbustos de matas de grotão.

Foi encontrado com flor em janeiro.

Campylocentrum micranthum é facilmente reconhecido por sua forma de

crescimento, sendo o único gênero brasileiro de crescimento monopodial (Pabst & Dungs,

1975), além de sua inflorescência lateral mais curta que as folhas e pela presença de

esporão. Dunsterville & Garay (1961b) e Sprunger (1991) apresentam uma lista de

38

sinônimos para esta espécie.

06. CATTLEYA Lindl.

06.1. Cattleya elongata Barb.Rodr., Gen. spec. Orchid. 1: 72, t.363, 1877. Tipo: Brasil,

Barbosa Rodrigues s.n. (perdido). Lectótipo aqui designado: ilustração original

preparada por João Barbosa Rodrigues, t.363, que consta de sua Iconographie des

orchidées du Brésil, depositada no Herbário Oakes Ames, na Universidade de

Harvard, reproduzida por Sprunger et al. (1996) sob o número t.48 do volume 4.

Erva rupícola. Rizoma 5,0-10 mm comp. entre pseudobulbos, 7,0-8,0 mm diâm., coberto

por bainhas, raízes emergindo ao longo de todo o rizoma. Pseudobulbos 10-32 x 0,7-1,5

cm, 2-3-foliados, eretos, cilíndricos, verde-arroxeados, cobertos por bainhas. Folhas 6-11 x

3-5 cm, sésseis, semi-eretas a patentes, elípticas a oblongas, verdes, fortemente coriáceas,

ápice obtuso retuso, base atenuada. Inflorescência racemo terminal, ereto, espata 5-9 x 1

cm, oblíqua, ápice obtuso apiculado, base amplexicaule; escapo (10-)46-50 cm, vermelho-

amarronzado; brácteas escapais 5,0-7,0 x 3,0-5,0 mm, triangulares a ovadas, paleáceas,

ápice agudo, base truncada; raque 3-11 cm comp., 1-6(-12) flores; brácteas florais 4,0-5,0 x

2,0-3,0 mm, triangulares a ovadas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores

ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 3,5-5,0 cm comp. Sépalas patentes, oblongo-

lanceoladas, vermelho-amarronzadas, carnosas, ápice agudo acuminado, base atenuada,

margem revoluta; dorsal 40-45 x 10-15 mm; laterais 35-40 x 10-15 mm. Pétalas 40-45 x

10-15 mm, patentes, oblongo-lanceoladas, vermelho-amarronzadas, carnosas, ápice

acuminado, base atenuada, margem ondulada. Labelo ereto, 3-lobado, magenta, carnoso,

base truncada; 2 calos conspícuos centrais e 2-3 laterais menores; lobos laterais 25-30 x

10-15 mm, eretos envolvendo completamente a coluna, triangulares, ápices agudos

sobrepostos; lobo terminal 22-25 x 20-25 mm, dividido em 2 lóbulos, transversalmente

oblongo, ápice obtuso emarginado. Coluna 20-25 x 10-15 mm, 10 mm alt., branca;

estigma bilobado, antera 5,0 x 4,0 mm; polínias 4.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

20.fev.2003, C.Azevedo & T.C.Faustino 179 (HUEFS); Unidade de Manejo Sustentável,

04.jan.1997, UMS 123 (HRB); Unidade de Manejo Sustentável, 05.abr.1997, UMS 210

(HRB).

39

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: Serra do Sincorá, 6,5 km SW of

Mucugê on the Cascavel road, 27.mar.1980, R.M.Harley et al. 21024 (CEPEC); South of

Andaraí, along road to Mucugê near small town of Xique-Xique, 14.fev.1977, R.M.Harley

et al 18690 (CEPEC). Mucugê, Serra do Sincorá, 7 km N of Mucugê on road to Andaraí,

09.mai.1976, C.E.Calderon et al. 2422 (CEPEC); nova rodovia Mucugê/Andaraí, coletas

entre os km 0 e 10. Área do Parque Nacional da Chapada Diamantina, 19.mai.1989, L.A.

Matos Silva et al. 2788 (CEPEC); a 7 km, estrada Mucugê/Andaraí, 23.mai.1985,

W.N.Fonseca & A.P.Araújo 451 (HRB).

Descrita originalmente de material proveniente de Carangola, Minas Gerais

(Barbosa Rodrigues,1877), esta espécie foi citada também para os estados de Pernambuco

e Bahia (Pabst & Dungs, 1975; Sprunger et al., 1996). Na Chapada Diamantina, foi citada

para Morro do Chapéu, Serra do Sincorá (Harley & Mayo, 1980), Mucugê/Andaraí (Harley

& Simmons, 1986), Rio de Contas (Toscano de Brito, 1995), Lençóis (Toscano de Brito,

1998), Palmeiras (Toscano de Brito, 1998; Conceição & Giulietti, 2002) e Catolés

(Toscano de Brito & Queiroz, 2003). É comum no Parque e cresce a pleno sol, diretamente

sobre rochas. Floresce entre janeiro e maio.

Em 1892, plantas de C. elongata foram exportadas para a Inglaterra, onde foram

descritas como C. alexandrae. Só mais tarde se descobriu que era a mesma planta descrita

anteriormente por Barbosa Rodrigues (Withner, 1988). O próprio Rolfe (1894) reconheceu

que a espécie descrita por ele era sinônimo de C. elongata.

É facilmente reconhecida por apresentar pseudobulbos cilíndricos alongados, 2-3-

foliados e por suas grandes flores vermelho-amarronzadas, de labelo magenta, cujos lobos

envolvem completamente a coluna. Uma lista de sinônimos é dada em Sprunger et al.

(1996).

O holótipo desta espécie encontra-se perdido. Conseqüentemente a ilustração

original de Cattleya elongata, preparada na natureza por Barbosa Rodrigues e ilustrada em

sua Iconographie des orchidées du Brésil, e recentemente publicada por Sprunger et al.,

(1996), constitui o único material original disponível. Por esse motivo, esta ilustração é

aqui selecionada como lectótipo.

40

07. CLEISTES L.C.Rich. ex Lindl.

07.1. Cleistes exilis Hoehne, Comm. Linh. Telegr. Matto Grosso Amoz. Annexo 5 Bot. 9:

26, t. 167, f. 1, 1916.

Erva terrestre. Raízes com segmentos espessados, 10-15 x 5,0-10 mm, formando

tuberóides e o resto mais fino. Caule 450-700 x 1-5 mm, ereto, cilíndrico, verde, 3-4

folhas. Folhas 10-20 x 3,0-4,0 mm, dísticas, sésseis, eretas, oblongas a ovadas, verdes,

membranáceas, ápice agudo, base truncada. Inflorescência racemo terminal, ereto; raque

15-20 cm comp., 1-3 flores; brácteas florais foliáceas 10-20 x 2,0-3,0 mm, ovadas,

membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o

ovário 15-20 mm comp. Sépalas eretas, lanceoladas, róseas, membranáceas, ápice agudo,

base truncada; dorsal 25-30 x 5,0-8,0 mm; laterais 20-25 x 4,0-5,0 mm. Pétalas 20-25 x

5,0-7,0 mm, eretas, lanceoladas, róseas, membranáceas, ápice agudo, base truncada.

Labelo ereto, 3-lobado, rósea, calosidade amarela, membranáceo, base atenuada;

calosidade (glândulas) em todo comprimento central do labelo; lobos laterais 10-15 x 3,0-

3,5 mm, envolvendo a coluna, semi-obovados, ápice obtuso; lobo terminal 6,0-7,0 x 4,0-

5,0 mm, ereto, orbicular, ápice agudo reflexo, margem ondulada. Coluna 10-13 x 2,0-3,0

mm, 1,5-2,0 mm alt., rósea; antera 3,0-3,5 x 2,0-2,5 mm; polínias 2.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

20.fev.2003, C.Azevedo et al. 178 (HUEFS).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: entre Andaraí e Mucugê, 15.fev.1974,

Ghillány s.n. (HB 63141); Serra do Sincorá, 10 km S of Andaraí on the road to Mucugê,

16.fev.1977, R.M.Harley et al. 18765 (CEPEC, HB, HRB, K, NY). Mucugê: Serra do

Sincorá, c. 15 km N.W. of Mucugê, on the road to Guiné and Palmeiras, 26.mar.1980,

R.M.Harley et al. 20984 (CEPEC, K); Serra do Sincorá, c. 15 km N.W. of Mucugê, on the

road to Guiné and Palmeiras, 26.mar.1980, R.M.Harley et al. 20986 (CEPEC, K); Serra do

Sincorá, by rio Cumbuca, S of Mucugê, 04.fev.1974, R.M.Harley et al. 15941 (CEPEC,

K).

Citada por Hoehne (1940) para Minas Gerais, esta espécie também foi citada para

Goiás (Pabst & Dungs, 1975), e na Bahia para a Chapada Diamantina, nos municípios de

Mucugê/Andaraí (Harley & Mayo, 1980; Harley & Simmons, 1986), Rio de Contas

41

(Toscano de Brito, 1995), Lençóis (Toscano de Brito, 1998) e Catolés (Toscano de Brito &

Queiroz, 2003). Segundo Silva (2002), Cleistes exilis é comum na Chapada Diamantina,

ocorrendo nos municípios de Abaíra, Andaraí, Lençóis, Mucugê, Piatã e Rio de Contas. O

espécime R.M.Harley et al. 20984, citado para Mucugê (Harley & Simmons, 1986) como

C. aphylla (Barb.Rodr.) Hoehne, foi identificado como C. exilis por Silva (2002). Cresce

em áreas abertas e ensolaradas, dominadas por gramíneas, em solo arenoso. Floresce entre

fevereiro e abril.

No Parque, C. exilis é facilmente reconhecida pelo porte esguio e delicado, pelo

tamanho muito reduzido de suas folhas, e pela coloração rósea de suas flores. A morfologia

do labelo é bastante variável, principalmente na forma do lóbulo terminal. É difícil de ser

encontrada, pois a planta fenece logo após a floração e frutificação, restando apenas o

tuberóide subterrâneo, que brota novamente na floração seguinte.

08. CYRTOPODIUM R. Br.

Chave de identificação para as espécies de Cyrtopodium ocorrentes no Parque Municipal

de Mucugê.

1. Flor branca com máculas purpúreas, brácteas, sépalas e pétalas fortemente onduladas. .......

............................................................................................. Cyrtopodium edmundoi (08.1)

1’. Flor amarela esverdeada a marrom-avermelhada, brácteas, sépalas e pétalas planos ou

fracamente ondulados. .......................................................... Cyrtopodium polyphyllum (08.2)

08.1. Cyrtopodium edmundoi Pabst, Orquideologia 6(4): 207, 1971. without type; Bradea

1(8): 54-55, fig. C, 1971.

Erva rupícola. Rizoma inconspícuo. Pseudobulbos 30-33 x 4-5 cm, eretos, fusiformes,

marrons, cobertos por bainhas. Folhas 30-35 x 1,0-1,5 cm, dísticas, sésseis, eretas,

plicadas, lineares, verdes, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Inflorescência

panícula lateral, ereta; escapo 65-75 cm comp., verde; brácteas escapais 25-30 x 10-15

mm, ovadas, paleáceas, ápice agudo, base amplexicaule; raque 35-50 cm comp., c. 30

flores; brácteas florais 20-25 x 10-15 mm, ovadas, coloridas como as sépalas,

membranáceas, ápice agudo caudado, base obtusa, margem ondulada. Flores ressupinadas;

pedicelo incluindo o ovário 20-25 mm comp. Sépalas 15-20 x 10-15 mm, ovada, branca

42

com máculas purpúreas, membranácea, ápice agudo caudado, base truncada, margem

ondulada; dorsal patente; laterais reflexa. Pétalas 15-20 x 10-15 mm, reflexas, obovadas,

brancas com máculas purpúreas, membranáceas, ápice agudo, base atenuada, margens

onduladas. Labelo articulado com o pé da coluna, ereto, 3-lobado, branco com máculas

purpúreas, calo amarelo, membranáceo, base atenuada; calo convexo, verrugoso; lobos

laterais 9,0-10 x 6,0-7,0 mm, eretos, obovado, ápice obtuso; lobo terminal 8,0-11 x 5,0-7,0

mm, obovado a orbicular, ápice obtuso caudado, margem ondulada. Coluna 5,0-7,0 x 2,0-

3,0 mm, 2,0-2,5 mm alt., rósea, prolongada na base em pé de 3,0-4,0 mm comp.; antera

2,0-3,0 x 1,5-2,0 mm, verde; polínias 4, amarelas, oblongas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

15.ago.2002, C.Azevedo & O.A.Oliveira 147 (HUEFS); Unidade de Manejo Sustentável,

02.nov.1996, UMS 342 (HRB).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, a 3 km da cidade em direção a

Igatu, 22.ago.1986, J.D.C.Arouck Ferreira et al. 363 (HRB); 10.out.1987, L.P.Queiroz

1850 (HUEFS); a 1 km ao N, 10.out.1987, M.L.Guedes et. al 1428 (ALCB).

Cyrtopodium edmundoi foi descrito originalmente da Bahia, entre Palmeiras e

Lençóis (Pabst, 1971). Mais tarde, Pabst & Dungs (1975) também citaram sua ocorrência

para este estado. Em Minas Gerais é conhecido de Grão-Mogol (Barros & Pinheiro, no

prelo). Na Chapada Diamantina, foi citado para Mucugê/Andaraí (Harley & Simmons,

1986), Rio de Contas (Toscano de Brito, 1995), Lençóis (Toscano de Brito, 1998),

Palmeiras (Toscano de Brito, 1998; Conceição & Giulietti, 2002) e Catolés (Toscano de

Brito & Queiroz, 2003). Cresce nos campos rupestres, em áreas abertas e ensolaradas, e foi

encontrado em flor nos meses de julho, agosto e novembro.

C. edmundoi é reconhecida pela coloração branca com máculas purpúreas e forma de

seus segmentos florais de margens onduladas.

08.2. Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F.Barros, Acta Bot. Brasil. 8(1): 12,

1994.

Epidendrum polyphyllum Vell., Fl. flumin. Ic. 9:t. 17, 1827.

Cyrtopodium paranaense Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 16: 333, 1920.

Erva rupícola. Rizoma inconspícuo. Pseudobulbos 25-49 x 3-4 cm, eretos, fusiformes,

43

marrons, cobertos por bainhas. Folhas 20-27 x 0,5-1 cm, dísticas, sésseis, eretas, plicadas,

lineares a lanceoladas, verdes, membranáceas, ápice agudo, base atenuada. Inflorescência

panícula lateral, ereta; escapo 65-70 cm comp., verde; brácteas escapais 40-60 x 15-30

mm, ovadas, paleáceas, ápice truncado a agudo, base amplexicaule; raque 30-40 cm comp.,

40-45 flores; brácteas florais 15-25 x 5-10 mm, lanceoladas, elípticas a ovadas, coloridas

como as sépalas, membranáceas, ápice agudo acuminado, base atenuada. Flores

ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 20-30 mm comp. Sépalas 15-20 x 7,0-10 mm,

patentes, ovadas, amarela esverdeada a marrom-avermelhada, mais escuras que as pétalas,

membranáceas, ápice agudo caudado, base truncada a atenuada, margens ligeiramente

onduladas. Pétalas 15-17 x 7,0-11 mm, patentes, lanceoladas a orbiculares, amarelas a

amarelas com mancha marrom-avermelhadas no ápice, membranáceas, ápice agudo

reflexo, base atenuada. Labelo articulado com o pé da coluna, ereto, 3-lobado, amarelo,

calo avermelhado, membranáceo, base atenuada; calo verrugoso, convexo; lobos laterais

8,0-10 x 5,0-7,0 mm, eretos, auriculares a orbiculares, ápice obtuso; lobo terminal 8,0-10 x

10-12 mm, orbicular, ápice retuso. Coluna 5,0-6,5 x 3,0-4,0 mm, 1,5-2,5 mm alt.,

esverdeada, prolongada na base em pé de 5,0 mm comp., amarelo; antera 2,0-3,0 x 1,5-2,0

mm, verde; polínias 4, amarelas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

19.set.2002, C.Azevedo & E.Ribeiro 155 (HUEFS); Parque Municipal de Mucugê,

20.set.2002, C.Azevedo 157 (HUEFS).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, 10.out.1987, L.P.Queiroz

1844 (HUEFS).

Cyrtopodium paranaense foi descrito originalmente para o estado do Paraná

(Schlechter, 1920), e citado por Pabst & Dungs (1975) para Pernambuco, Bahia, Distrito

Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Na Chapada Diamantina,

Cyrtopodium polyphyllum é conhecido do município de Lençóis (Toscano de Brito, 1998),

sendo aqui registrado pela primeira vez para o município de Mucugê. Ocorre também nas

restingas do litoral do Brasil, crescendo sobre solo arenoso. Floresce entre setembro e

outubro.

Epidendrum polyphyllum foi por muito tempo tratado como sinônimo de Cyrtopodium

andersonii R.Br., que é na verdade endêmica das Índias Ocidentais, não ocorrendo no

Brasil. Apenas recentemente, passaram a ser consideradas espécies distintas. Por outro

44

lado, Barros (1994) considerou que o nome correto desta espécie é Cyrtopodium

polyphyllum, com base na ilustração de Epidendrum polyphyllum na Flora Fluminensis.

09. ENCYCLIA Hook.

09.1. Encyclia alboxanthina Fowlie, Orchid Digest. 54: 26-27, 1990.

Erva rupícola. Rizoma inconspícuo. Pseudobulbos 5-8 x 2-4 cm, 2-4-foliados, eretos,

ovóides, verdes, cobertos por bainhas. Folhas 20-30 x 2-3 cm, sésseis, semi-eretas a eretas,

lanceoladas, verdes, coriáceas, ápice agudo mucronado, base atenuada. Inflorescência

panícula terminal, ereta; escapo 65-80 cm comp., verde; brácteas escapais 6,0-10 x 10-12

mm, ovadas a orbiculares, paleáceas, ápice agudo, base amplexicaule; raque 45-50 cm

comp., 8-30 flores; brácteas florais 3,0-5,0 x 2,0-3,0 mm, ovadas, paleáceas, ápice agudo,

base truncada. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 2,5-3,0 cm comp. Sépalas

20-25 x 8,0-10 mm, patentes, amarelo-esverdeadas com estrias vinácea, membranáceas,

ápice agudo apiculado, base truncada; dorsal levemente obovada; laterais lanceoladas.

Pétalas 20-25 x 7,0-10 mm, patentes, espatuladas, amarelo-esverdeadas com estrias

vinácea, membranáceas, ápice obtuso apiculado, base atenuada. Labelo concrescido à base

da coluna, ereto, 3-lobado, branco com linhas purpúreas no lobo terminal, disco amarelo,

membranáceo, base atenuada; disco carnoso, com duas carenas; lobos laterais 8,0-11 x 5,0-

6,0 mm, envolvendo a coluna e então reflexos, obtusos, ápice obtuso; lobo terminal 15-18

x 11-13 mm, orbicular, ápice agudo, margem ligeiramente ondulada. Coluna 12-13 x 5,0-

6,0 mm, 3,0-4,0 mm alt., amarelo-esverdeada; provida de dois braços voltados para baixo,

antera 3,0 x 4,0 mm, amarela; polínias 4, amarelas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Parque Municipal de Mucugê, 18.out.2002,

C.Azevedo 159 (HUEFS); Mucugê, Reserva do Projeto Sempre-Viva, 24.out.2000,

E.R.Souza et al. 88 (HUEFS); sede do "Projeto Sempre-Viva", 16.dez.1999, L.P.Queiroz et

al. 5585 (HUEFS); Unidade de Manejo Sustentável, 03.jan.1997, UMS 70 (HRB); Unidade

de Manejo Sustentável, 06.abr.1997, UMS 284 (HRB); Unidade de Manejo Sustentável,

02.nov.1996, UMS 348 (HRB).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: estrada entre Andaraí e Mucugê,

20.nov.1983, L.R.Noblick & A.Pinto 2883 (HUEFS); 10 km S. of Andaraí, on the road to

Mucugê, 16.fev.1977, R.M.Harley et al. 18767 (ALCB, CEPEC, HUEFS). Mucugê, Serra

45

do Capa Bode, nov.1973, G.C.P.Pinto s.n. (ALCB 477, HRB 31060); by rio Cumbuca c. 3

km S of Mucugê, near site of small dam on road to Cascavel, 04.fev.1974, R.M.Harley et

al 15962 (CEPEC).

Descrita originalmente do município de Mucugê (Fowlie, 1990), esta espécie foi

citada para Serra do Curral Feio e Serra do Sincorá, identificada como E. advena e E.

osmantha (Harley & Mayo, 1980), para Mucugê/Andaraí como E. advena (Harley &

Simmons, 1986), e para Lençóis (Toscano de Brito, 1998) e Catolés (Toscano de Brito &

Queiroz, 2003). No Plano de Manejo do Parque, UMS 70, foi identificada como E. advena.

Esta espécie foi por muito tempo confundida com E. advena e E. osmantha, até ser

descrita como espécie nova (Fowlie, 1990). E. advena foi sempre um nome de aplicação

controversa, até ser mais recentemente aplicado à espécie comumente chamada de E.

megalantha (Castro & Campacci, 2000). E. alboxanthina difere de E. osmantha por suas

plantas e flores bem maiores, labelo branco, por vezes maculado, e de textura lisa, hastes

florais muito mais longas e por ser de hábito exclusivamente rupícola na Chapada

Diamantina, enquanto que em E. osmantha existem rugosidades sobre as venulações,

sendo epífita nas matas de galeria em vegetação de cerrado em Minas Gerais, Goiás e

Sudoeste da Bahia. E. alboxanthina é abundante nos campos rupestres do Parque,

crescendo diretamente sobre as rochas a pleno sol, muitas vezes ao lado de Cattleya

elongata. Floresce entre outubro e fevereiro.

Fowlie (1990), ao descrever E. alboxanthina, comenta que por muito tempo ele e o

Dr. Denis Duveen sabiam sobre esta espécie que crescia na Serra do Sincorá, na região de

Mucugê, e que o próprio Pabst, antes de sua morte, reconheceu que esta era uma espécie

nova, mas não teve oportunidade de nomeá-la. No Parque, Encyclia alboxanthina é

reconhecida por suas longas inflorescências e grande quantidade de flores de coloração

amarelo-esverdeadas com estrias vináceas e labelo branco com linhas purpúreas.

10. EPIDENDRUM L.

Chave de identificação para as espécies de Epidendrum ocorrentes no Parque Municipal de

Mucugê.

1. Inflorescência ereta, longa, entre 36-71 cm comp., escapo mais longo que a raque,

brácteas escapais não imbricadas.

46

2. Flores ressupinadas, marrom-esverdeadas, labelo com margem inteira. ............................

........................................................................................... Epidendrum orchidiflorum (10.2)

2’. Flores não ressupinadas, róseas, labelo com margem denticulada. ...................................

................................................................................................. Epidendrum secundum (10.3)

1’. Inflorescência pendente, curta, entre 11-23 cm comp., escapo mais curto que a raque

brácteas escapais imbricadas.

3. Flores amarelas com máculas vináceas, e labelo amarelo com máculas vináceas, de

margem laciniada. ............................................................. Epidendrum cristatum (10.1)

3’. Flores marrom-esverdeadas, e labelo branco-esverdeado, de margem lisa. ................

............................................................................................... Epidendrum warasii (10.4)

10.1. Epidendrum cristatum Ruiz & Pav., Syst. veg. fl. peruv. chil. 1: 243. 1798.

Erva terrestre. Rizoma inconspícuo. Caule 150-200 x 1-2 cm, ereto, cilíndrico, verde,

coberto por 7-12 folhas. Folhas 10-15 x 1,5-2 cm, dísticas, sésseis, semi-eretas, oblongas,

verdes, semicoriáceas, ápice obtuso, base truncada, articulada com a bainha.

Inflorescência racemo terminal, pendente; escapo 8-10 cm comp., vináceo; brácteas

escapais 50-75 x 10-15 mm, oblongas, imbricadas, paleáceas, ápice agudo, base truncada;

raque 10-15 cm comp., 25-30 flores; brácteas florais 3,0-8,0 x 1,0-2,0 mm, triangulares,

paleáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário

40-45 mm comp. Sépalas reflexas, lanceoladas, amareladas com máculas vinácea,

membranáceas, ápice agudo, base truncada; dorsal 15-20 x 4,0-6,0 mm; laterais 15-17 x

5,0-6,0 mm. Pétalas 15-17 x 4,0-5,0 mm, reflexas, obovadas, amareladas com máculas

vinácea, menos máculas que as sépalas, membranáceas, ápice agudo, base truncada.

Labelo 10-15 x 10-15 mm, concrescido à face adaxial da coluna em toda sua extensão,

patente, 3-lobado, orbicular, amarelado com máculas vinácea, membranáceo, base

atenuada, margem laciniada; lobos laterais patentes, orbiculares, ápice obtusa; lobo

terminal patente e reflexo, dividido em lóbulos, lineares, ápice obtuso. Coluna 10-15 x 3,0

mm, 2,0 mm alt., branca com ápice vináceo; antera 2,0 x ,02 mm, branca; polínias 4.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

20.set.2002, C.Azevedo 156 (HUEFS).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, 14.out.1996, M.C.Ferreira

1199 (HRB).

47

Citada para Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Brasil, Equador, Peru,

Bolívia, (Bennett & Christenson, 1993; Sprunger et al., 1996), esta espécie ocorre no

Brasil nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná,

Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Pabst & Dungs, 1975; Sprunger et al., 1996). Na

Bahia, foi citado para Catolés (Toscano de Brito & Queiroz, 2003), sendo aqui registrada

pela primeira vez para o município de Mucugê. Floresce entre setembro e outubro.

Esta espécie é altamente variável, tanto vegetativamente quanto em suas partes

florais e, como conseqüência disso, foi descrita várias vezes, apresentando um grande

número de sinônimos. Pabst & Dungs (1975) consideram E. raniferum Lindl., entre outros

(E. calliferum Lem., E. hexadactyllum Barb.Rodr., E. longovarium Barb.Rodr., E.

bathyschistum Schltr., E. validum Schltr., E. alexandrii Schltr., E. loefgrenii (Cogn.)

Cogn., E. millei Schltr.) como sinônimos de E. cristatum, enquanto Dunsterville & Garay

(1961c) e Sprunger et al. (1991, 1996), além de considerarem todos os citados por Pabst &

Dungs (1975), citaram todas as variedades de E. raniferum (E. raniferum var. luteum

Lindl., E. raniferum var. obtusilobum Cogn., E. raniferum var. hexadactyllum (Barb.Rodr.)

Cogn., E. raniferum var. lutescens Lindl. ex Broadw., E. raniferum var. loefgrenii Cogn.)

como sinônimos da espécie, além de E. rantierium Lindl. ex Sanchez, Bennett &

Christenson (1993) comentam que E. raniferum, anteriormente considerado sinônimo de E.

cristatum, é agora aplicado a espécies mexicanas e mesoamericanas. As variedades aceitas

por eles como sinônimas, foram apenas aquelas baseadas em coleções da América do Sul

(E. calliferum, E. hexadactyllum, E. longovarium, E. bathyschistum, E. validum, E.

alexandrii, E. raniferum var. luteum, E. raniferum var. obtusilobum, E. raniferum var.

hexadactylum, E. raniferum var. lutescens).

Assemelha-se vegetativamente a E. warasii pelo porte alto de suas plantas, que

chegam a 2 m de altura, embora diferencie-se deste por apresentar folhas mais longas e de

textura mais fina. As duas apresentam escapo mais curto que a raque, brácteas escapais

longas e imbricadas, mas diferenciam-se na coloração e formato de suas flores, já que E.

cristatum tem flores amareladas com máculas vináceas e labelo de margem laciniada.

10.2. Epidendrum orchidiflorum Salzm. ex Lindl., Gen. sp. orchid. pl.103, 1831.

Epidendrum huebneri Schltr., Beih. Bot. Centralbl. 42, pt 2: 99, 1925.

Erva rupícola. Rizoma inconspícuo. Caule 16-40 x 0,5-1 cm, ereto, cilíndrico, marrom,

coberto pelas bainhas das folhas, 6-22 folhas. Folhas 4-5 x 1-2 cm, dísticas, sésseis, semi-

48

eretas, lanceoladas, verdes, coriáceas, ápice agudo, base atenuada, articulada com as

bainhas. Inflorescência racemo terminal, ereta; escapo 50-65 cm comp., marrom-

esverdeado; brácteas escapais 30-45 x 5,0-10 mm, oblongas, paleáceas, ápice agudo, base

amplexicaule; raque 3-6 cm comp., 5-10 flores; brácteas florais 4,0-7,0 x 1,0-2,0 mm,

triangulares, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas; pedicelo

incluindo o ovário 20-25 mm comp. Sépalas patentes, marrom-esverdeadas,

membranáceas, ápice agudo, base atenuada; dorsal 10-15 x 5,0-6,0 mm, obovada; laterais

10-12 x 5,0-6,0 mm, oblongo-obovadas. Pétalas 10-12 x 1,0-2,0 mm, patentes, lineares,

marrom-esverdeadas, membranáceas, ápice agudo, base atenuada. Labelo 8,0-10 x 15 mm,

concrescido à face adaxial da coluna em toda sua extensão, patente, 1-lobado, orbicular,

marrom-esverdeado, carnoso, ápice obtuso retuso, base atenuada. Coluna 6,0-7,0 x 2,5-3,0

mm, 2,5-3,0 mm alt., marrom-esverdeada; antera 1,5-2,0 x 1,0-1,5 mm, orbicular, marrom-

esverdeada; polínias 4, deltóides.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

11.jun.2002, C.Azevedo & J.Oliveira 138 (HUEFS); Unidade de Manejo Sustentável,

12.jan.1997, UMS 159 (HRB); Unidade de Manejo Sustentável, 02.nov.1996, UMS 346

(HRB).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, próximo à área do Parque da

Chapada Diamantina, 29.jun.1997, M.L.Guedes et al. 5109 (ALCB); 31.jan.1997, PCD

4745 (HUEFS).

Descrito originalmente de material proveniente da Bahia (Lindley, 1831), E.

orchidiflorum foi citado para a Venezuela e Brasil, neste para os estados de Alagoas e

Bahia (Pabst & Dungs, 1975) Amazonas, Roraima, Para, Sergipe, Bahia e Rio de Janeiro

(Sprunger et al., 1996), e países como Venezuela, Guiana, Brasil e Peru por Bennett &

Christenson (1993) e Sprunger et al. (1996). Na Chapada Diamantina, é citado para os

municípios de Lençóis (Toscano de Brito, 1998), Palmeiras (Toscano de Brito, 1998;

Conceição & Giulietti, 2002), e no município de Mucugê foi citado para o Parque

(Stradmann, 1998). Comum na área do Parque, E. orchidiflorum ocorre em vários

ambientes da reserva. Foi observado em flor entre novembro e janeiro, e no mês de julho.

Embora Pabst & Dungs (1975) considerem E. orchidiflorum e E. huebneri como

espécies distintas, Bennett & Christenson (1993) comentaram ter seguido Carnevali

(unpubl.), que considera E. huebneri sinônimo de E. orchidiflorum, além de outros

49

sinônimos: E. caespitosum Barb.Rodr., E. rectopedunculatum C.Schweinf., E. acrirachis

Pabst, E. garayanum Hawkes. A mesma delimitação foi seguida por Sprunger et al. (1996),

sendo esta a adotada neste trabalho.

10.3. Epidendrum secundum Jacq., Enum. syst. pl. 29, 1760.

Epidendrum crassifolium Lindl., Gen. et Sp. Orch. 107, 1831.

Epidendrum elongatum Jacq., Coll. 3: 260, 1789.

Epidendrum ellipticum Grah., Edinb. N. Phil. J. 1: 171, 1826.

Erva terrestre. Rizoma inconspícuo. Caule (7-)20-27 x 0,5-1 cm, ereto, cilíndrico, verde,

coberto pelas bainhas das folhas, 6-20 folhas. Folhas 5-8 x 1-2 cm, dísticas, sésseis, semi-

eretas, lanceoladas, verdes, coriáceas, ápice agudo, base atenuada, articulada com as

bainhas. Inflorescência racemo terminal, ereta; escapo (17-24-)33-48 cm comp., verde;

brácteas escapais 35-55 x 2,0-4,0 mm, oblongo-lanceoladas, paleáceas, ápice agudo, base

amplexicaule; raque 3-5 cm comp., 4-6 flores; brácteas florais 2,0-5,0 x 1,0 mm, ovadas a

triangulares, paleáceas, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas; pedicelo

incluindo o ovário 10-20 mm comp. Sépalas róseas, membranáceas, base truncada; dorsal

10-15 x 3,0-5,0 mm, reflexa, lanceolada, ápice agudo; laterais 10-14 x 4,0-5,0 mm,

patentes, oblongas a obovadas, ápice obtuso apiculado. Pétalas 10-14 x 2,0-3,0 mm,

patentes, lanceoladas, róseas, membranáceas, ápice agudo, base atenuada. Labelo

concrescido à face adaxial da coluna em toda sua extensão, ereto, 3-lobado, orbicular,

róseo, membranáceo, base atenuada, margem denticulada, calosidade branca com centro

amarelo; lobos laterais 2,0-3,0 x 2,0-3,0 mm, eretos, ovados a orbiculares, ápice obtuso,

lobo terminal 3,0-4,5 x 3,0-4,5 mm, ereto, orbicular, ápice agudo. Coluna 4,0-5,0 x 1,0-2,0

mm, 1,0-1,5 mm alt., rósea; antera 1,0-1,5 x 1,0-1,2 mm, amarela; polínias 4, obovadas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

18.out.2002, C.Azevedo 158 (HUEFS); Unidade de Manejo Sustentável, 06.abr.1997, UMS

262 (HRB); Unidade de Manejo Sustentável, 02.nov.1996, UMS 347 (HRB).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: estrada entre Andaraí e Mucugê,

20.nov.1983, L.R.Noblick & A.Pinto 2900 (HUEFS). Mucugê, Guiné, 21.out.2002,

E.C.Smidt 289 (HUEFS); caminho para Guiné, 15.feb.1997, PCD 5708 (ALCB); estrada

Mucugê - Andaraí, c. 8 km de Mucugê, torre da Telebahia, 12.nov.1998, R.P.Oliveira et al.

37 (HUEFS); fazenda Paiol, 20.out.1986, R.P. Orlandi et al. 792 (HRB).

50

É uma espécie de ampla distribuição geográfica, conhecida de toda a América

tropical (Dunsterville & Garay, 1961b; Pabst & Dungs, 1975; Sprunger et al., 1996). No

Brasil, é citada para os estados da Amazonas, Amapá, Pará, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro,

Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, São Paulo, Paraná, Pernambuco,

Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Pabst & Dungs, 1975). Na Bahia, foi citada por

Harley & Mayo (1980) para Alcobaça, Ilhéus, Serra do Curral Feio, Serra do Sincorá e

Serra das Almas, identificada como E. crassifolium e E. elongatum, foi citada também para

Mucugê/Andaraí como E. crassifolium, e E. elongatum (Harley & Simmons, 1986), Rio de

Contas (Toscano de Brito, 1995), Lençóis (Toscano de Brito, 1998), Palmeiras (Toscano

de Brito, 1998; Conceição & Giulietti, 2002) e Catolés (Toscano de Brito & Queiroz,

2003), e na Cadeia do Espinhaço para a Serra do Cipó (Barros, 1987) e Grão-Mogol

(Barros & Pinheiro, no prelo). Cresce em locais ensolarados, com substratos pedregosos e

arenosos. Floresce entre outubro e fevereiro.

Esta espécie é altamente variável, tanto vegetativamente como no tamanho, forma e

cor de suas flores, e por este motivo foi aparentemente descrita várias vezes. Pabst &

Dungs (1975) consideram E. crassifolium, E. ellipticum e E. elongatum espécies distintas,

enquanto Sprunger et al. (1991, 1996) consideram E. crassifolium e E. ellipticum sinônimo

de E. elongatum. Neste trabalho seguimos Dunsterville & Garay (1961b), que consideram

todos os quatro nomes conspecíficos, além de apresentar uma longa lista com outros

sinônimos, totalizando 37 nomes, e ainda ilustração mostrando a variação de formas do

labelo e calo. Entre as outras espécies de Epidendrum da área, E. secundum pode ser

reconhecida por suas flores não ressupinadas, pequenas, róseas e pelo formato de seu

labelo, de margem denticulada.

10.4. Epidendrum warasii Pabst, Orchid. Rev. 79(941): 306, 1971.

Erva rupícola. Rizoma inconspícuo, raízes emergindo de todo o rizoma. Caule 66-200 x

1,5-2 cm, ereto, cilíndrico, verde, recoberto pelas bainhas das folhas, 8-16 folhas. Folhas

6-7 x 1,5-2 cm, dísticas, sésseis, semi-eretas, ovadas a oblongas, verdes, carnosa, ápice

obtuso, base truncada. Inflorescência racemo terminal, pendente; escapo 8-9 cm comp.;

brácteas escapais 30-40 x 10 mm, ovadas, imbricadas, paleáceas, ápice agudo, base

truncada; raque 30-40 mm comp., 10-15 flores; brácteas florais 7,0-10 x 3,0-4,0 mm,

ovadas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas; pedicelo

incluindo o ovário 15-33 mm comp. Sépalas patentes, lanceoladas, marrom-esverdeadas,

51

membranáceas, base truncada; dorsal 15-20 x 5,0-6,0 mm, ápice agudo; laterais 15-20 x

5,0-7,0 mm, ápice obtuso apiculado. Pétalas 10-15 x 3,0-4,0 mm, patentes, lanceoladas,

marrom-esverdeadas, membranáceas, ápice levemente obtuso apiculado, base atenuada.

Labelo concrescido à face adaxial da coluna em toda sua extensão, ereto, 3-lobado,

branco-esverdeado, carnoso, base atenuada; disco com 2 calosidades; lobos laterais 7,0-10

x 3,0-4,0 mm, patentes e reflexos, oblongos, ápice obtuso; lobo terminal 5,0-9,0 x 6,0-7,0

mm, patente, orbicular, ápice truncado mucronado. Coluna 8,0-9,0 x 3,0-4,0 mm, 4,0-5,0

mm alt., branca-esverdeada; antera 1,5-2,0 x 2,0 mm, branca; polínias 4.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

20.fev.2003, C.Azevedo & J.Oliveira 176 (HUEFS).

Citada por Pabst & Dungs (1975) apenas para o estado de Minas Gerais, e

posteriormente para a Serra do Cipó (Barros, 1987) e Grão-Mogol (Barros & Pinheiro, no

prelo), esta espécie foi também citada na Bahia para Rio de Contas (Toscano de Brito,

1995) e Catolés (Toscano de Brito & Queiroz, 2003), sendo aqui registrada para o

município de Mucugê, onde cresce em áreas abertas, diretamente sobre as rochas em

campo rupestre. Floresce em fevereiro.

É vegetativamente parecido com E. cristatum, pela altura da planta, que chega a 2

m alt., diferindo desta por seu porte mais robusto, suas folhas mais curtas e carnosas, além

da coloração e formato de suas flores, marrom-esverdeadas e labelo branco-esverdeado, de

margem lisa.

11. EPISTEPHIUM Kunth

11.1. Epistephium lucidum Cogn., Fl. bras. 3(4): 141, pl. 30, 1893.

Erva terrestre. Rizoma inconspícuo. Caule 150-200 x 0,5-1 cm, ereto, cilíndrico, verde,

coberto por 4-11 folhas. Folhas (4-)8-11 x 2-4 cm, dísticas, sésseis, semi-eretas, ovadas,

verdes, coriáceas, ápice agudo apiculado, base amplexicaule, margem ligeiramente reflexa,

nervação reticulada. Inflorescência racemo terminal, ereto; raque 15-26 cm comp., 1-3

flores; brácteas florais 3,0-6,0 x 4,0-6,0 mm, ovadas a orbiculares, membranáceas, ápice

agudo, base truncada. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 35-40 mm comp.,

presença de epicálice. Sépalas 40-50 x 15-20 mm, patentes, lanceoladas, lilás,

52

membranáceas, ápice agudo apiculado, base atenuada. Pétalas 40-50 x 20-25 mm,

patentes, obovadas, lilás, membranáceas, ápice obtuso, base atenuada. Labelo 50-60 x 40-

50 mm, concrescido à face lateral da coluna até 1/3 de seu comprimento, os outros 2/3

envolvem a mesma, ereto, 1-lobado, obovado, lilás, ápice mais escuro, internamente

branco com veias lilás, membranáceo, ápice obtuso retuso, base atenuada, margem

ondulada, pêlos em todo comprimento na porção central do labelo. Coluna 30-35 x 5,0

mm, 4,0-5,0 mm alt., lilás com ápice branco; estigma fechado; antera 4,0-5,0 x 4,0-5,0

mm, branca; polínias 4. Fruto cápsula 40-50 x 5,0-7,0 mm, verde.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

27.jan.2003, C.Azevedo 172 (HUEFS); c. 4 km N de Mucugê na Chapada para Andaraí,

sede do "Projeto Sempre-Viva", 23.jan.2000, L.P.Queiroz 5619 (HUEFS); Unidade de

Manejo Sustentável, 04.jan.1997, UMS 114 (HRB).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia, 2 km al N de Mucugê, camino a

Andaraí, 20.jan.1997, M.M.Arbo et al. 7575 (CEPEC, CTES); 10 km S of Andaraí on the

road to Mucugê, 16.fev.1977, R.M. Harley et al. 18773 (CEPEC); by rio Cumbuca c. 3 km

S of Mucugê, near site of small dam on road to Cascavel, 04.fev.1974, R.M.Harley et al.

15905 (CEPEC). Mucugê, Serra do Capa Bode, nov.1973, G.Pinto s.n. (ALCB 471).

Hoehne (1945) citou a ocorrência de E. lucidum para o Espírito Santo, Rio de

Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, sendo também conhecido dos estados da Bahia, Distrito

Federal, Goiás e Roraima (Pabst & Dungs, 1975). Na Bahia, foi citado para a Serra de

Jacobina, Serra do Sincorá, Serra das Almas e Belmonte (Harley & Mayo, 1980), e para

Mucugê/Andaraí (Harley & Simmons, 1986), Palmeiras (Conceição & Giulietti, 2002), Rio

de Contas (Toscano de Brito, 1995) e Catolés (Toscano de Brito & Queiroz, 2003). Na

porção mineira da Cadeia do Espinhaço, foi citado para Grão-Mogol (Barros & Pinheiro,

no prelo). Cresce em áreas abertas e ensolaradas, dominadas por gramíneas, em solo

arenoso, ocorrendo também em restinga. Floresce entre janeiro e fevereiro.

Facilmente reconhecido por suas plantas grandes, chegando até a 2 m de altura,

pela nervura reticulada de suas folhas, pela presença de epicálice e por suas flores grandes

de cor lilás, que se assemelham às flores de Cattleya.

53

12. HABENARIA Willd.

12.1. Habenaria fluminensis Hoehne, Arq. Bot. Estado São Paulo n.s. 1: 41, tab. 46, 1939.

Erva terrestre. Rizoma inconspícuo. Caule 80-100 x 0,5-1 cm, até 1a flor, ereto,

cilíndrico, verde, coberto pelas bainhas das folhas, 4-6 folhas. Folhas 20-27 x 1-1,5 cm,

dísticas, sésseis, semi-eretas a eretas, linear-lanceoladas, verdes, membranáceas, ápice

agudo, base truncada. Inflorescência racemo terminal, ereto; raque 20-25 cm comp., 15-17

flores; brácteas florais 2-3 x 1 cm, obovadas, membranáceas, ápice obtuso caudado, base

atenuada. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 2,5-3 cm comp., sulcado.

Sépalas esverdeadas, membranáceas, base truncada; dorsal 12-15 x 7,0-9,0 mm, patente,

ovada, ápice obtuso acuminado; laterais 12-14 x 4,0-5,0 mm, reflexas, ovadas a

lanceoladas, ápice agudo. Pétalas 12-14 x 4,0-5,0 mm (base), bipartidas até perto da base,

reflexas, lineares, esverdeadas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Labelo

patente, tripartido, linear, esverdeado, membranáceo, base truncada; lobos laterais 15-17 x

1,0-2,0 mm, patentes, lineares, ápice agudo; lobo mediano 15-16 x 3,0-4,0 mm, patente,

linear, ápice agudo. Cálcar 20-25 x 2,0-3,0 mm, dilatado no ápice. Coluna 4,0-5,0 x 3,0-

4,0 mm, 2,0 mm alt., verde; polínias 2.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

12.jun.2002, C.Azevedo & O.Oliveira 141 (HUEFS); Parque Municipal de Mucugê, acima

da cachoeira, 13.jul.2002, C.Azevedo 144 (HUEFS).

Descrita originalmente da Serra do Mar, São Paulo e Petrópolis, Rio de Janeiro

(Hoehne, 1939), esta espécie foi citada também para Minas Gerais (Pabst & Dungs, 1975),

Bahia e Espírito Santo (Batista & Bianchetti, 2002). No estado da Bahia, Harley & Mayo

(1980) citaram sua ocorrência para o município de Morro do Chapéu. É aqui registrada

para o município de Mucugê. Cresce em solo arenoso, em área aberta, ensolarada,

dominada por gramíneas. Floresce entre junho e julho.

Habenaria fluminensis é facilmente reconhecida no Parque por suas flores

esverdeadas, pétalas bipartidas, labelo tripartido e por apresentar um longo cálcar. Planta

encontrada apenas no período de floração e frutificação, já que, logo após esta fase, a

planta fenece, perdendo toda parte vegetativa.

54

13. MAXILLARIA Ruiz & Pav.

13.1. Maxillaria cerifera Barb.Rodr., Gen. spec. Orchid. 1: 118, 1877. Tipo: Brasil,

Barbosa Rodrigues s.n. (perdido). Lectótipo aqui designado: ilustração original

preparada por João Barbosa Rodrigues, que consta de sua Iconographie des

orchidées du Brésil, depositada na biblioteca do Jardim Botânico do Rio de Janeiro,

reproduzida por Sprunger et al. (1996) sob o número t. 296 do volume 6.

Erva rupícola. Rizoma 5,0-10 mm comp. entre pseudobulbos, 2,0-3,0 mm diâm., coberto

por bainhas, raízes emergindo ao longo de todo o rizoma. Pseudobulbos 10-15 x 5,0-7,0

mm, 2-foliados, eretos, ovóides, verdes, cobertos por 2 bainhas das folhas laterais. Folhas

laterais 15-20 x 3,0-4,0 mm, sésseis, semi-eretos, lanceoladas a oblongas, verdes,

coriáceas, ápice obtuso retuso, base atenuada. Folhas apicais 40-60 x 4,0-5,0 mm, sésseis,

semi-eretos, oblongas, verdes, coriáceas, ápice obtuso, retuso, base atenuada formando

pseudopecíolo. Inflorescência uniflora, lateral; escapo 4-4,5 cm comp., ereto, marrom;

brácteas escapais 5-8, 7,0-10 x 2,0-3,0 mm, oblongas, paleáceas, ápice agudo, apiculado,

base amplexicaule. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 10-12 mm comp.

Sépalas 8,0-10 x 2,0-3,0 mm, eretas, esverdeadas, ápice com nuances vinácea,

membranáceas, ápice agudo, base truncada; dorsal linear; laterais triangulares. Pétalas 6,0-

7,0 x 1,5-2,0 mm, eretas, lanceoladas, esverdeadas, ápice com nuances vinácea,

membranáceas, ápice agudo, base atenuada. Labelo articulado com o pé da coluna, ereto,

3-lobado, esverdeado, ápice com nuances vinácea, calosidade amarelada, membranácea,

base atenuada; calo convexo orbicular; lobos laterais 1,5 x 0,5 mm, eretos, oblongos, ápice

obtuso; lobo terminal 6,0-7,0 x 2,0-3,0 mm, ereto, lanceolado, coberto por substância

cerosa na face adaxial, em forma de V, ápice agudo. Coluna 4,0 x 1,0 mm, 1,0 mm alt.,

prolongada na base em pé, vinácea, levemente curvada; antera 1,0 x 1,0 mm, vinácea,

orbicular, prolongada em bico granuloso; polínias 4, orbiculares, amarelas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

19.set.2002, C.Azevedo & J.Oliveira 153 (HUEFS).

Descrita originalmente de material proveniente de Petrópolis, Rio de Janeiro

(Barbosa Rodrigues, 1877), Maxillaria cerifera é citada também para os estados do

Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais

55

(Pabst & Dungs, 1977; Sprunger et al., 1996), sendo aqui registrada pela primeira vez para

o estado da Bahia. Rara na área do Parque, esta espécie é encontrada em paredões rochosos

verticais e floresce entre maio e setembro.

M. cerifera assemelha-se muito a M. notylioglossa Rchb.f., apesar da última ter

sido descrita a partir de material proveniente de Caracas, Venezuela (Reichenbach, 1854).

Dunsterville & Garay (1961a) indicaram seu endemismo para este país, embora Pabst &

Dungs (1977) tenham citado sua ocorrência no Brasil para Minas Gerais e São Paulo.

Toscano de Brito (1998) citou a ocorrência desta espécie para a Serra da Chapadinha,

Bahia. Infelizmente, este material (PCD 1290) encontra-se estéril, tendo sido possível

estudar apenas suas características vegetativas, que se assemelham bastante ao material do

Parque. Por outro lado, o espécime aqui estudado concorda inteiramente com as ilustrações

de Barbosa Rodrigues (Sprunger et al., 1996). Diante disso, preferiu-se considerá-lo como

M. Cerifera, até que estudos posteriores investiguem a delimitação de M. cerifera em

relação a M. notylioglossa.

O holótipo desta espécie encontra-se perdido, desta forma a ilustração original de

M. cerifera, preparada na natureza por Barbosa Rodrigues e ilustrada em sua Iconographie

des orchidées du Brésil, recentemente publicada por Sprunger et al., (1996), constitui o

único material original disponível, e, por esse motivo, é aqui selecionado como lectótipo.

14. OCTOMERIA R.Br.

Chave de identificação para as espécies de Octomeria ocorrentes no Parque Municipal de

Mucugê.

1. Folhas teretes, verdes, flores brancas com máculas vinácea a amarelas.

2. Planta 28-55 mm alt., labelo 1-lobado, flores brancas, translúcidas com máculas

vinácea. .................................................................................... Octomeria flabellifera (14.2)

2’. Planta 70-150 mm alt., labelo 3-lobado, flores amarelas. .... Octomeria alexandrii (14.1)

1’. Folhas lanceoladas, verdes a arroxeadas, flores róseas com margem alaranjada e labelo

avermelhado. ................................................................................... Octomeria stellaris (14.3)

56

14.1. Octomeria alexandrii Schltr., Mem. Inst. Butantan, Secc. Bot. 1. 4:53, pl. 12, 1922.

Erva rupícola. Rizoma inconspícuo, raízes emergindo ao longo de todo o rizoma. Caule

40-90 x 1,0-2,0 mm, 1-foliado, ereto, cilíndrico, marrom, coberto por bainhas. Folha 30-60

x 5,0 mm, séssil, ereta, terete, verde, carnosa, ápice agudo, base atenuada. Inflorescência

fasciculada terminal; raque 3,0-4,0 mm comp., 1-2 flores em antese. Flores ressupinadas;

pedicelo incluindo o ovário 5,0 mm comp. Sépalas 5,0-6,0 x 2,5-3,0 mm, patentes, ovadas,

amarelas com ápice amarronzado, membranáceas, ápice obtuso reflexo, base truncada.

Pétalas 5,5-6,0 x 2,5 mm, patentes, elíptico-lanceoladas, amarelas com ápice amarronzado,

membranáceas, ápice obtuso reflexo, base truncada. Labelo articulado com o pé da coluna,

ereto, 3-lobado; obovado, amarelo, membranáceo, base atenuada; calosidade provida de

duas quilhas erguidas; lobos laterais 1,0-1,5 x 0,5-1,0 mm, eretos, oblongos, ápice obtuso;

lobo terminal 1,5-2,0 x 2,0-2,5 mm, ereto, obovado, ápice emarginado. Coluna 2,0-3,0 x

0,5-1,0 mm, 0,5 mm alt., prolongada na base em pé de 2,0 mm comp., amarelada,

levemente curvada; antera 0,5-1,0 x 0,6 mm, amarelada; polínias 8, obovadas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

11.jun.2002, C.Azevedo & J.Oliveira 137 (HUEFS); Parque Municipal de Mucugê,

13.jul.2002, C.Azevedo 145 (HUEFS).

Descrita originalmente de São Paulo (Schlechter, 1922), O. alexandrii é citada

também para o estado do Rio de Janeiro (Pabst & Dungs, 1975). Na Bahia, foi citada para

Lençóis e Palmeiras (Toscano de Brito, 1998), sendo aqui registrada pela primeira vez para

o município de Mucugê. Esta espécie é comum na área do Parque, onde cresce diretamente

sobre as rochas em campo rupestre, e é encontrada em flor nos meses de abril, junho e

setembro.

O. alexandrii caracteriza-se por apresentar folha terete, ereta e inflorescência

uniflora ou, mais raramente, duas flores simultaneamente em antese, e pela forma e

coloração de suas flores, amarelas com ápice amarronzado.

57

14.2. Octomeria flabellifera Pabst, Bradea 2(10): 56, t. 1, fig. H, 1975.

Erva rupícola. Rizoma inconspícuo. Caule 13-20 x 0,5-1,0 mm, 1-foliado, ereto,

cilíndrico, marrom, coberto por bainhas. Folha 15-35 x 2,0-3,0 mm, séssil, ereta, terete,

verde, coriácea, ápice agudo, base truncada. Inflorescência fasciculada terminal; raque

4,0-5,0 mm comp., 1 flor em antese; brácteas florais inconspícuas. Flor ressupinada;

pedicelo incluindo o ovário 2,5-3,0 mm comp. Sépalas 7,0-8,0 x 2,0-2,5 mm, eretas,

lanceoladas, brancas translúcidas com máculas vinácea, uma maior, bem marcante na base

das sépalas laterais, membranáceas, ápice agudo, base truncada; laterais concrescidas na

base e com o pé da coluna. Pétalas 7,0-8,0 x 1,5-2,0 mm, eretas, lanceoladas, brancas

translúcidas com máculas vinácea, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Labelo 3,5-

4,0 x 2,5-3,0 mm, articulado com o pé da coluna, ereto, 1-lobado, transversalmente

elíptico, branco translúcido, calosidade central amarela e quilhas vinácea, membranáceo,

ápice obtuso retuso, base ungüiculada; disco do labelo com calosidade central e três

quilhas erguidas. Coluna 2,0-2,5 x 0,5 mm, 1,0 mm alt., esverdeada; antera 0,5 x 0,7 mm.,

amarela; polínias 8, amarelas. Fruto cápsula 8,0-9,0 x 2,5-3,0 mm.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

18.set.2002, C.Azevedo & R.Oliveira 151 (HUEFS).

Originalmente descrita do Morro do Cambirela, Florianópolis, Santa Catarina

(Pabst, 1975), esta espécie foi citada por Pabst & Dungs (1975) apenas para o estado de

Santa Catarina e é aqui citada pela primeira vez para a Bahia. Planta rara no Parque, foi

encontrada crescendo em paredões rochosos, apenas em áreas sombreadas de matas de

grotão. Foi observada em flor nos meses de maio, setembro e outubro.

Octomeria flabellifera é facilmente reconhecida por seu labelo de base muito

estreita e lâmina largamente flabelada, característica que a diferencia da outra espécie da

Seção Kinetoglossum, O. campos-portoi Schltr. (Pabst, 1975). Diferencia-se das outras

Octomeria do Parque por seu porte delicado e por apresentar flores grandes em relação à

sua planta, sendo maior que as das outras, além do formato de suas flores, principalmente

do labelo, que apresenta um único lóbulo e formato bastante característico. Suas flores

apresentam coloração branco-translúcida com máculas vináceas, uma das quais é maior e

mais marcante na base de cada sépala lateral, calosidade central amarela e quilhas

vináceas.

58

14.3. Octomeria stellaris Barb.Rodr., Gen. spec. Orchid. 2: 99, t.580, 1882.

Tipo: Brasil, Barbosa Rodrigues s.n. (perdido). Lectótipo aqui designado: ilustração

original preparada por João Barbosa Rodrigues, t.580, que consta de sua

Iconographie des orchidées du Brésil, depositada na biblioteca do Jardim Botânico

do Rio de Janeiro, reproduzida por Sprunger et al. (1996) sob o número t.189A do

volume 3.

Erva rupícola. Rizoma 1,0-3,0 mm comp. entre pseudobulbos, 1,0 mm diâm., raízes

emergindo ao longo de todo o rizoma. Caule (4,5-)11-22 x 1,0 mm, 1-foliado, ereto,

cilíndrico, verde a arroxeado, coberto por bainhas. Folha 15-25 x 4,0-8,0 mm, séssil, ereta,

lanceolada, verde a arroxeada, carnosa, ápice agudo, base obtusa. Inflorescência

fasciculada terminal; raque 2,0-3,0 mm comp., 1 flor em antese; brácteas florais

inconspícuas. Flor ressupinada; pedicelo incluindo o ovário 1,0-2,0 mm comp. Sépalas

4,0-5,0 x 1,5-2,0 mm, ovadas, róseas com margem alaranjada, membranáceas, ápice agudo,

base truncada; dorsal patente a ereta; laterais patentes, concrescidas na base até 1/3 do

comprimento. Pétalas 3,5-4,0 x 1,0-1,5 mm, patentes, lanceoladas, róseas com margem

alaranjada, membranáceas, ápice agudo, base obtusa. Labelo articulado com o pé da

coluna, ereto, 3-lobado, obovado, avermelhado, membranáceo, base obtusa; calosidade

formada por duas quilhas erguidas; lóbulos laterais 0,5-1,0 x 0,5 mm, eretos, arredondados,

ápice obtuso; lóbulo terminal 2,5-3,0 x 1,0-1,5 mm, ereto, obovado, ápice obtuso

emarginado. Coluna 1,0-1,5 x 0,5 mm, 0,5 mm alt., amarelada; prolongada na base em pé

de 0,5-1,0 mm comp.; antera branco-amarelada; polínias 8, obovadas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

13.jul.2002, C.Azevedo 143 (HUEFS).

Descrita originalmente do Rio de Janeiro (Barbosa Rodrigues, 1882), esta espécie

foi citada também para São Paulo (Pabst & Dungs, 1975). É aqui registrada pela primeira

vez para o estado da Bahia. Na área do Parque, é encontrada em paredões rochosos,

florindo nos meses de abril, julho e setembro.

Octomeria stellaris diferencia-se das outras Octomeria pelo seu pequeno porte, por

apresentar folhas lanceoladas, carnosas, e pela coloração e formas de suas flores, róseas

com margem alaranjada, apresentando sépalas ovadas e pétalas lanceoladas, ambas de

ápice agudo, não caudado, sépalas dorsais concrescidas na base, apenas até 1/3 do

59

comprimento e labelo trilobado, obovado, avermelhado, com calosidade formada por duas

quilhas erguidas e lóbulo terminal obovado de ápice obtuso emarginado.

O holótipo desta espécie encontra-se perdido. Desta forma, a ilustração original de

Octomeria stellaris, preparada na natureza por Barbosa Rodrigues e ilustrada em sua

Iconographie des orchidées du Brésil, recentemente publicada por Sprunger et al. (1996),

constitui o único material original disponível e por esse motivo é aqui selecionado como

lectótipo.

15. ONCIDIUM Sw.

15.1. Oncidium blanchetii Rchb.f., Linnaea. 22: 845, 1849.

Erva terrestre. Rizoma inconspícuo. Pseudobulbos 5-10 x 2-3 cm, 2-foliados, eretos,

ovóides, amarelo-esverdeados, cobertos pelas bainhas das folhas laterais. Folhas laterais

10-15 x 1-2 cm, 2-3, sésseis, semi-eretas, linear-lanceoladas, verdes, coriáceas, ápice

agudo, base articulada com as bainhas 8-10 x 1,5-2 cm, lanceoladas, verdes. Folha apical

33-35 x 1,5-2 cm, séssil, semi-ereta, linear-lanceolado, verde, coriácea, ápice agudo, base

atenuada. Inflorescência panícula lateral, ereta; escapo 25-85 cm comp., verde; brácteas

escapais 8,0-10 x 5,0-7,0 mm, ovadas, paleáceas, ápice agudo, base truncada; raque 18-22

cm comp., 20-30 flores; brácteas florais 3,0-7,0 x 1,0-2,0 mm, triangulares, membranáceas,

ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 8,0-10 mm

comp. Sépalas amarelas com máculas marrons, membranáceas, ápice agudo, base

atenuada; dorsal 6,0-7,0 x 3,0-4,0 mm, ereta, ovada, côncava; laterais 8,0-9,0 x 3,5-4,0

mm, reflexas, concrescidas na base até a metade, lanceoladas. Pétalas 6,0-7,0 x 4,0-5,0

mm, reflexas, orbiculares, amarelas com máculas marrons, membranáceas, ápice obtuso,

base atenuada. Labelo patente, 3-lobado, orbicular, amarelo com máculas marrons no calo

e na face adaxial, membranáceo, base atenuada; calo formado por uma calosidade central

de quilhas curtas e elevadas e por verrugas laterais; lobos laterais 4,5-5,0 x 1,5-2,5 mm,

patentes, oblongos, ápice obtuso; lobo terminal 7,0-11 x 15-18 mm, patente, orbicular,

ápice obtuso emarginado. Coluna 3,5-5,0 x 2,0-2,5 mm, 1,5-2,0 mm alt., marrom; tábula

infrastigmática amarela; antera 2,0-2,5 x 1,0-1,6 mm, obovada, marrom; polínias 2,

amarelas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

60

11.jun.2002, C.Azevedo & J.Oliveira 135 (HUEFS).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Guiné, 19.nov.2002,

E.C.Smidt 274 (HUEFS); Serra do Capa Bode, set.1973, G.C.P.Pinto s.n. (ALCB 9076).

Pabst & Dungs (1977) citaram a ocorrência desta espécie para a Bolívia, e no Brasil

para Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Minas

Gerais. Na Bahia foi citado para a Serra do Ouro - Barra da Estiva/Ituaçú (Harley & Mayo,

1980) e para os municípios de Rio de Contas, identificado como O. ramosum (Toscano de

Brito, 1995), Lençóis (Toscano de Brito, 1998), Palmeiras (Toscano de Brito, 1998;

Conceição & Giulietti, 2002) e Catolés (Toscano de Brito & Queiroz, 2003). Silva (1999)

cita sua ocorrência para Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Ibicoara, Lençóis, Mucugê,

Palmeiras, Rio de Contas, Seabra e Jacobina. Cresce geralmente em solos rasos, entre as

rochas dos campos rupestres, florescendo entre junho e julho.

Oncidium blanchetii possui morfologia floral bastante variável, principalmente no

formato do labelo, dos lóbulos laterais e verrugas laterais ao calo central, as quais podem

estar ausentes ou presentes em diferentes indivíduos e em número bastante variável (Silva,

1999). As sépalas e pétalas também variam em forma e coloração. Pabst & Dungs (1977)

apresentaram três ilustrações desta espécie, que mostram as variações que esta pode

apresentar. Assemelha-se a O. hydrophilum, embora este último apresente flores maiores e

inflorescência racemosa.

16. POLYSTACHYA Hook.

16.1. Polystachya micrantha Schltr., Repert. Beih. 35: 81, 1925.

Erva rupícola. Rizoma inconspícuo, raízes emergindo ao longo de todo o rizoma.

Pseudobulbos 10-20 x 5-10 mm, eretos, ovóides, marrons, cobertos pelas bainhas das

folhas. Folhas 2-10 x 0,5-1,5 cm, sésseis, semi-eretas, oblongas, verdes, coriáceas, ápice

obtuso, base truncada. Inflorescência panícula terminal, ereta; escapo 7-10 cm comp.,

verde; brácteas escapais 40-64 x 4,0-5,5 mm, oblongas, paleáceas, ápice agudo, base

amplexicaule; raque 44-90 mm comp., ciliado, 3-12 flores; brácteas florais 2,5-4,0 x 1,0-

1,5 mm, ovadas a triangulares, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores não

ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 3,0-4,0 mm comp. Sépalas semipatentes,

amarelo-esverdeadas, membranáceas, ápice agudo acuminado, base truncada; dorsal 2,5-

61

3,0 x 1,5-2,0 mm, ovada; laterais 3,0-3,5 x 2,0-2,5 mm, ovado-orbiculares. Pétalas 2,0-2,5

x 0,5-1,0 mm, semipatentes, linear-lanceoladas, amarelo-esverdeadas, membranáceas,

ápice obtuso, base truncada. Labelo ereto, 3-lobado, amarelo-esverdeado, membranáceo,

base obtusa, calosidade em forma de quilha erguida no centro do labelo; lobos laterais 1,0-

1,5 x 0,5-1,0 mm, erguidos, orbiculares, ápice obtuso; lobo terminal 2,5-3,0 x 1,5-2,0 mm,

ereto, oblongo, ápice agudo reflexo, porção central, da face adaxial, coberto por tricomas.

Coluna 1,0-1,5 x 1,0-1,5 mm, 0,7 mm alt., amarelo-esverdeada; antera 1,0 x 1,0 mm,

amarela; polínias 2, cilíndricas, amarelas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

18.mar.2003, C.Azevedo & J.Oliveira 181 (HUEFS); Parque Municipal de Mucugê,

13.abr.2003, C.Azevedo 189 (HUEFS); Unidade de Manejo Sustentável, 01.nov.1996,

UMS 344 (HRB).

Esta espécie foi citada por Pabst & Dungs (1975) para São Paulo e Rio Grande do

Sul, sendo aqui registrada pela primeira vez para o estado da Bahia. Cresce diretamente

sobre as rochas do campo rupestre. Floresce entre março e abril, podendo ser encontrada

florida em outros meses, como novembro.

Polystachya micrantha apresenta flores não ressupinadas, o que a diferencia de

grande parte das espécies do Parque. Possui labelo trilobado, amarelo-esverdeado e

calosidade em forma de quilha erguida no centro do labelo.

17. PRESCOTTIA Lindl.

Chave de identificação para as espécies de Prescottia ocorrentes no Parque Municipal de

Mucugê.

1. Entre 2-3 folhas, inflorescência alongada, raque 8-24 cm comp.

2. Folhas verde-prateadas de margem inteira, labelo de ápice obtuso levemente

emarginado. ........................................................................... Prescottia leptostachya (17.1)

2’. Folhas verdes com lista branca na margem, esta ligeiramente serrilhada, labelo de

ápice agudo. .............................................................................. Prescottia stachyodes (17.3)

1’. Uma única folha, inflorescência congesta, cônica, raque c. 6 cm comp. ..............................

.......................................................................................................... Prescottia montana (17.2)

62

17.1. Prescottia leptostachya Lindl., Bot. Reg. 22:sub t. 1916, 1836.

Erva terrestre. Raízes carnosas, pilosas emergindo do rizoma. Caule inconspícuo, 2-3

folhas em roseta. Folhas 4-5,5 x 2-2,5 cm, pecioladas 1,5-2 cm comp., patentes,

lanceoladas, verde-prateadas, membranáceas, ápice agudo, base obtusa. Inflorescência

racemo terminal, ereta; escapo 22-28 cm comp., verde; brácteas escapais 5,0-15 x 2,0 mm,

ovadas a lanceoladas, membranáceas, ápice agudo, base amplexicaule; raque 8-20 cm

comp., 35-40 flores; brácteas florais inconspícuas, triangulares, membranáceas, ápice

agudo, base truncada. Flores não ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 3,0-4,0 mm

comp. Sépalas ovadas, verdes, membranáceas, ápice obtuso, base truncada; dorsal 2,0-2,5

x 0,5-1,0 mm, completamente enrolada para trás; laterais 3,0-3,5 x 0,5-1,0 mm, reflexas,

concrescidas na base. Pétalas 2,0-2,5 x 0,3 mm, completamente enroladas para trás,

lineares, verdes, membranáceas, ápice obtuso, base truncada. Labelo 3,0-3,5 x 1,5-2,0 mm,

ereto, cuculado, na base bi-auriculado c. 1,0 mm comp., verde, membranáceo, ápice obtuso

levemente emarginado, base truncada, margem involuta, internamente glabro. Coluna 1,0

x 0,6 mm, 0,4 mm alt., verde; antera amarela; polínias 4, obovadas, granulosas, amarelas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

26.nov.2002, C.Azevedo & R.Oliveira 164 (HUEFS).

Descrita originalmente de espécime proveniente do estado da Bahia (Lindley,

1836b), esta espécie é conhecida também do Rio de Janeiro (Hoehne, 1945; Pabst &

Dungs, 1975). Na Chapada Diamantina, foi citada para Rio de Contas (Toscano de Brito,

1995), Lençóis (Toscano de Brito, 1998) e Catolés (Toscano de Brito & Queiroz, 2003),

sendo aqui registrada pela primeira vez para o município de Mucugê. Cresce em matéria

orgânica acumulada sobre as rochas em matas de grotão. Floresce em novembro.

Prescottia leptostachya é caracterizada por apresentar folhas de coloração verde-

prateada de margem inteira, inflorescência alongada com raque 8-20 cm comp., flores

diminutas e labelo de ápice obtuso levemente emarginado.

63

17.2. Prescottia montana Barb.Rodr., Gen. Spec. Orchid. 1:178, t.485, 1877.

Tipo: Brasil, Barbosa Rodrigues s.n. (perdido). Lectótipo aqui designado: ilustração

original preparada por João Barbosa Rodrigues, t.485, que consta de sua

Iconographie des orchidées du Brésil, depositada na biblioteca do Jardim Botânico

do Rio de Janeiro, reproduzida por Sprunger et al. (1996) sob o número t.89 do

volume 2.

Erva terrestre. Raízes carnosas, pilosas emergindo do rizoma. Caule inconspícuo, 1 folha

basal (em roseta). Folha 10-11 x 1,5-2 cm, peciolada 8-9 cm comp., semi-ereta,

lanceolada, verde, membranácea, ápice agudo, base obtusa. Inflorescência racemo

terminal, congesto, cônico, ereto; escapo 45-50 cm comp., verde; brácteas escapais 15-40 x

4,0-6,0 mm, orbiculares, membranáceas, ápice agudo caudado, base amplexicaule; raque c.

6 cm comp., 30-35 flores; brácteas florais 7,0-9,0 x 2,0 mm, orbiculares a lanceoladas,

membranáceas, ápice agudo caudado, base truncada. Flores não ressupinadas; pedicelo

incluindo o ovário 3,5 mm comp. Sépalas eretas, amarelo-esverdeadas, membranáceas,

base truncada; dorsal 3,0-3,5 x 1,5 mm, ovada, ápice obtuso; laterais 4,0-4,5 x 1,5 mm,

concrescidas na base, lanceoladas, ápice agudo. Pétalas 3,0-3,5 x 1,0 mm, eretas, lineares,

amarelo-esverdeadas, membranáceas, ápice obtuso, base truncada. Labelo 4,0-4,5 x 3,0

mm, ereto, cuculado, na base levemente bi-auriculado c. 0,5 mm comp., verde,

membranáceo, ápice obtuso, base truncada, margem involuta, internamente glabro. Coluna

1,5 x 1,5 mm, 1,0 mm alt., verde; antera amarela; polínias 4, obovada, granulosa, amarelas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

16.dez.2002, C.Azevedo & J.Oliveira 192 (HUEFS).

Descrita originalmente da Pedra Branca, Caldas (Barbosa Rodrigues, 1877), esta

espécie é citada para os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais (Hoehne,

1945; Pabst & Dungs, 1975; Sprunger et al., 1996), Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina

(Pabst & Dungs, 1975; Sprunger et al., 1996), sendo aqui registrada pela primeira vez para

o estado da Bahia. É conhecida para outras áreas de campo rupestre, em Minas Gerais, na

Serra do Cipó (Barros, 1987) e Grão-Mogol (Barros & Pinheiro, no prelo). No Parque,

cresce em área fechada de mata, sobre a serrapilheira. Foi encontrada em flor em

dezembro. Embora todas as espécies deste gênero apresentem plantas terrestres com brotos

64

anuais, dificultando sua localização quando estas não estão férteis, esta espécie é menos

comum na área do Parque que as outras duas.

Prescottia montana é facilmente reconhecida por sua inflorescência congesta, de

forma cônica, por apresentar apenas uma folha e flores amarelo-esverdeadas. Uma lista de

sinônimos é fornecida por Sprunger et al. (1996).

O holótipo desta espécie encontra-se perdido, e desta forma a ilustração original de

Prescottia montana, preparada na natureza por Barbosa Rodrigues e ilustrada em sua

Iconographie des orchidées du Brésil, recentemente publicada por Sprunger et al. (1996),

constitui o único material original disponível, e por esse motivo é aqui selecionado como

lectótipo.

17.3. Prescottia stachyodes (Sw.) Lindl., Bot. Reg. 22: sub t., 1916:1, 1836.

Erva terrestre. Raízes carnosas, pilosas emergindo do rizoma. Caule inconspícuo, 2-3

folhas em roseta. Folhas (4,5-)8-11 x 2-4 cm, pecioladas 2-4 cm comp., semi-eretas,

lanceoladas, verdes com lista branca na margem, membranáceas, ápice agudo, base obtusa,

margem ligeiramente serrilhada. Inflorescência racemo terminal, ereta; escapo 36-63 cm

comp., verde; brácteas escapais 20-50 x 5-10 mm, oblongas, membranáceas, ápice agudo,

base amplexicaule; raque 15-24 cm comp., 40-50 flores; brácteas florais 6,0-7,0 x 2,0-2,5

mm, lanceoladas, membranáceas, ápice agudo caudado, base truncada. Flores não

ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 6,0-6,5 mm comp. Sépalas completamente

enroladas para trás, ovadas, verdes, membranáceas, ápice agudo, base truncada; dorsal 3,0-

3,5 x 1,0 mm; laterais 6,0-6,5 x 1,5 mm, concrescidas na base. Pétalas 3,0-3,5 x 1,0 mm,

completamente enroladas para trás, lineares, verdes, membranáceas, ápice agudo, base

truncada. Labelo 5,0-5,5 x 2,5-3,0 mm, ereto, cuculado, na base bi-auriculado c. 1 mm

comp., verde, membranáceo, ápice agudo, base truncada, margem involuta, internamente

glabro. Coluna 2,0 x 1,5 mm, 0,7 mm alt., verde; antera amarela; polínias 4, obovada,

granulosa, amarelas.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

16.ago.2002, C.Azevedo & J.Oliveira 148 (HUEFS).

Esta espécie foi citada desde o México até o Panamá, Venezuela, Colômbia,

Equador, Peru, Brasil (Dunsterville & Garay, 1961a; Pabst & Dungs, 1975; Sprunger et al.,

65

1996), Guianas e Índias Ocidentais (Dunsterville & Garay, 1961a). No Brasil, é citada para

os estados do Pará, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa

Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal (Pabst & Dungs, 1975;

Sprunger et al., 1996). É aqui registrada pela primeira vez para a Chapada Diamantina. Na

Cadeia do Espinhaço já era conhecida da Serra do Cipó (Barros, 1987). Ocorre no Parque

apenas em área fechada, bastante sombreada, crescendo na serrapilheira, e floresce em

agosto.

Prescottia stachyodes apresenta folhas verdes de margem branca e ligeiramente

serrilhada, inflorescência alongada com raque 15-24 cm comp. e labelo de ápice agudo. As

folhas de Prescottia são muito variáveis em seu formato e dimensões, em função do

ambiente em que as plantas crescem. Plantas que vegetam sobre rochas diferem muito

daquelas que habitam a terra farta, o que é bastante notável em P. stachyodes (Hoehne,

1945), motivo pelo qual devem ter ocorrido tantos sinônimos para algumas espécies do

gênero. Sprunger et al. (1996) apresentam uma lista de sinônimos.

18. PROSTHECHEA Knowles & Westc.

18.1. Prosthechea moojenii (Pabst) W.E.Higgins, Phytologia 82(5): 379, 1998.

Encyclia moojenii (Pabst) Pabst, Orquídea (Rio de Janeiro) 29(6): 276, 1967.

Erva rupícola. Rizoma 10-25 mm comp. entre pseudobulbos, 5,0-10 mm diâm., coberto

por bainhas, raízes emergindo ao longo do rizoma. Pseudobulbos 4,5-5,0 x 1,5-2,0 cm, 1-

2-foliados, eretos, ovóides, verdes, base arredondada, coberto por bainhas. Folhas 12-14 x

1,5-2 cm, sésseis, semi-eretas, lanceoladas a oblongas, verdes, coriáceas, ápice agudo, base

atenuada. Inflorescência racemo terminal, pendente, espata 10-15 x 10 mm, ovada, ápice

agudo, base amplexicaule; escapo 40-60 mm comp., verde; brácteas escapais inconspícuas;

raque 7-8 cm comp., 4-6 flores; brácteas florais inconspícuas. Flores não ressupinadas;

pedicelo incluindo o ovário 8,0-11 mm comp. Sépalas 15-20 x 5,0 mm, patente, amarelo-

esverdeadas, carnosa, ápice agudo, base truncada; dorsal lanceolada; laterais oblongas.

Pétalas 12-15 x 5,0 mm, patentes, lanceoladas, amarelo-esverdeadas, carnosas, ápice

agudo, base atenuada. Labelo 12-15 x 6,0 mm, parcialmente concrescido à base da coluna,

ereto, 1-lobado, ovado, branco podendo apresentar linhas purpúreas, carnoso, ápice agudo,

base arredondada. Coluna 7,0-8,0 x 4,0-5,0 mm, 4,0 mm alt., amarelo-esverdeada; antera

2,0 x 2,5 mm, orbicular, amarela; polínias 4, deltóides.

66

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

26.nov.2002, C.Azevedo & J.Oliveira 163 (HUEFS); Parque Municipal de Mucugê,

26.nov.2002, C.Azevedo & R.Oliveira 166 (HUEFS).

Esta espécie é citada para os estados da Bahia e Minas Gerais (Pabst & Dungs,

1975), tendo sido descrita originalmente a partir de material da Chapada Diamantina, entre

Lençóis e Palmeiras (Pabst, 1955). É aqui registrada pela primeira vez para o município de

Mucugê, onde cresce em paredões rochosos. Floresce em novembro.

Pabst (1955) provavelmente se enganou quanto à localização desta espécie,

referindo-se ao local de coleta como município de Castro Alves, ao mesmo tempo em que

afirma ter sido entre Lençóis e Palmeiras. Prosthechea moojenii apresenta flores não

ressupinadas, amarelo-esverdeadas, labelo branco podendo apresentar linhas purpúreas,

inteiro, parcialmente concrescido à base da coluna.

19. SCAPHYGLOTTIS Poepp. & Endl.

19.1. Scaphyglottis cf. modesta Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 23: 46, 1926.

Tetragamestus modestus Rchb.f., Bonplandia 2, 21, 1854.

Erva rupícola. Rizoma inconspícuo. Pseudobulbos 30-90 x 2,0-3,0 mm, 2-foliados,

eretos, cilíndricos, verdes, sobrepostos, emergindo do ápice do pseudobulbo anterior,

coberto por bainhas. Folhas 40-80 x 7,0-12 mm, sésseis, semi-eretas, lanceoladas a

oblongas, verdes, coriáceas, ápice obtuso, base atenuada. Inflorescência fasciculada

terminal. Flores não observadas, restos florais Sépalas 4,0-5,0 x 2,0-2,5 mm, ápice agudo,

base truncada; dorsal elíptica; laterais ovada. Pétalas 4,0-5,0 x 1,5 mm, lanceoladas, ápice

agudo, base truncada. Labelo 5,0 x 2,0 mm, ereto, discretamente 3-lobado, oblongo, base

atenuada; calo bilobado; lobos laterais auriculares, ápice obtuso; lobo terminal orbicular,

ápice obtuso. Coluna 4,0 x 1,5 mm, 1,0 mm alt., prolongada na em pé de 2 mm comp.;

antera 1,0 x 1,0 mm, orbicular; polínias 4. Fruto cápsula 8,0-10 x 3,0-5,0 mm.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

19.out.2002, C.Azevedo & R.Oliveira 160 (HUEFS).

67

A planta tipo de Tetragamestus modestus tem origem desconhecida (Reichenbach,

1854). Esta espécie foi citada para a Guiana, Venezuela, Caribe, Trindade e no Brasil, para

os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio

Grande do Sul e Minas Gerais (Pabst & Dungs, 1975), sendo aqui registrada pela primeira

vez para a Bahia. Rara na área do Parque, cresce somente em áreas de matas de grotão, em

paredões rochosos.

O material examinado não foi encontrado em flor, mas sua identificação foi feita

através da análise da porção vegetativa e dos restos florais persistentes no fruto.

Scaphyglottis modesta pode ser facilmente diferenciada das outras espécies do Parque por

apresentar pseudobulbos sobrepostos, onde novos pseudobulbos crescem também do ápice

do pseudobulbo antigo.

Neste trabalho, seguimos a revisão de Adams (1993), que inclui o gênero

Tetragamestus em Scaphyglottis, posição confirmada por dados moleculares (Dressler &

Whitten, no prelo). Adams (1993) propôs duas subespécies: Scaphyglottis modesta subsp.

modesta com plantas mais delgadas, folhas até 12-16 mm largura, flores bastante abertas,

sépala dorsal 5,5-6 mm comp., labelo com calo proeminente bilobado, e Scaphyglottis

modesta subsp. striolata, que caracteriza-se por apresentar plantas robustas, folhas 12-23

mm largura, flores pouco abertas, aparentemente cleistógama, sépala dorsal 4-5,5 mm

comp., labelo com calo indistintamente bilobado ou somente carnoso entre os lobos

laterais. As subespécies apresentam distribuição geográfica diferente, S. modesta subsp.

modesta ocorrendo no Suriname e sudeste do Brasil e S. modesta subsp. striolata

ocorrendo nas Índias Ocidentais e na América do Sul, desde as Guianas até o norte do

Brasil e Equador. O material aqui estudado apresenta caracteres intermediários entre as

duas subespécies, assemelhando-se a S. modesta subsp. modesta por apresentar folhas 7,0-

12 mm largura e labelo com calo bilobado, embora apresente sépala dorsal 4,0-5,0 mm

comp. e um grande número de frutos, o que pode ser resultante de possível cleistogamia, o

que é comum em S. modesta subsp. striolata. Uma conclusão definitiva sobre as afinidades

infraspecíficas do material do Parque não pode ser obtida até que se tenha material com

flores e se estude uma amostragem mais ampla desta espécie, e seus tipos.

68

20. SOBRALIA Ruiz & Pav.

20.1. Sobralia sessilis Lindl., Bot. Reg. Misc. 3. t. 17, 1841.

Erva terrestre. Rizoma inconspícuo, raízes espessas emergindo ao longo do rizoma. Caule

100-150 x 0,5-1 cm, ereto, cilíndrico, verde, coberto pelas bainhas das folhas, 6-7 folhas.

Folhas 7-12 x 1,5-2,5 cm, dísticas, sésseis, plicadas, semi-eretas, oblongo-lanceoladas,

verdes, coriáceas, ápice agudo acuminado, base atenuada. Inflorescência racemo terminal,

bráctea escapais 28-38 x 2,5-4,5 mm, imbricadas, paleáceas, purpúreas, ápice agudo; 1-2

flores em antese. Flores ressupinadas; pedicelo incluindo o ovário 26-37 mm comp.

Sépalas patentes, lanceoladas, purpúreas, membranáceas, ápice agudo apiculado reflexo;

dorsal 45-46 x 12-14 mm, base atenuada; laterais 45-50 x 13-15 mm, base truncada.

Pétalas 40-45 x 14-15 mm, patentes, lanceoladas, purpúreas, membranáceas, ápice agudo

reflexo, base atenuada. Labelo 40-45 x 25-27 mm, ereto, 1-lobado, obovado, púrpuro,

membranáceo, ápice arredondado retuso, base atenuada, margem ondulada; apresentam 2

calos na base do labelo. Coluna 22-24 x 3,5-4,0 mm, 4,0-4,5 mm alt., branca; 2 braços

voltadas para frente; antera 3,5-4,0 x 1,5-2,0 mm, conectada a coluna; polínias 4, brancas.

Fruto cápsula 70-75 x 15-20 mm, verde.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

11.jun.2002, C.Azevedo & J.Oliveira 136 (HUEFS); Mucugê, Parque Municipal de

Mucugê, 16.dez.2002, C.Azevedo & J.Oliveira 171 (HUEFS); Mucugê, Parque Municipal

de Mucugê, 20.fev.2003, C.Azevedo & J.Oliveira 180 (HUEFS).

Esta espécie é citada para a Venezuela, Colômbia, Peru (Sprunger, 1991), Guianas

e Brasil (Hoehne, 1945; Sprunger, 1991), e, neste último, do Pará até Minas Gerais

(Hoehne, 1945). Pabst & Dungs (1975) também citaram sua ocorrência para os estados do

Amazonas, Roraima, Acre, Amapá, Pará e Minas Gerais. Na Bahia, Harley & Mayo (1980)

indicaram sua presença em Morro do Chapéu, sendo aqui registrada pela primeira vez para

o município de Mucugê. Cresce sobre matéria orgânica que se acumula sobre rochas do

campo rupestre, formando densas touceiras. Foi encontrada em flor nos meses de fevereiro,

maio, junho e dezembro.

No Parque, Sobralia sessilis é reconhecida por suas folhas plicadas, brácteas

imbricadas e grandes flores purpúreas, porém bastante efêmeras, murchando em

69

aproximadamente 24 horas. Embora não tenha sido encontrada na área do Parque, outra

espécie do gênero, S. liliastrum, é comum não só no município de Mucugê, como na

Chapada Diamantina, em afloramentos rochosos e na restinga. É facilmente distinguível de

S. sessilis por apresentar folhas mais estreitas, inflorescências sem brácteas imbricadas, em

zig-zag e flores brancas com centro do labelo amarelo.

21. SOPHRONITIS Lindl.

Recente o gênero Laelia sensu lato sofreu mudanças nomenclaturais (van den Berg

& Chase, 2000) baseadas em análises de seqüências de DNA na subtribo Laeliinae, onde as

espécies brasileiras ficaram posicionadas em um clado distinto das mexicanas.

Conseqüentemente, as espécies brasileiras foram, então, transferidas para o gênero

Sophronitis (van den Berg et al., 2000).

21.1. Sophronitis bahiensis (Schltr.) Van den Berg & M.W.Chase, Lindleyana 15(2): 116,

2000.

Laelia bahiensis Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 17: 272, 1921.

Erva rupícola. Rizoma inconspícuo. Pseudobulbos 4-6 x 1,5-2 cm, 1-foliados, eretos,

ovóides, verdes a arroxeados, cobertos por bainhas. Folha 10-11 x 1,5-2,5 cm, séssil, semi-

ereta a ereta, oblonga a lanceolada, verde a arroxeada, coriácea, ápice obtuso, base

truncada. Inflorescência racemo terminal, ereto, espata 40-75 x 10-20 mm, ovada a

oblonga, ápice agudo, base amplexicaule; escapo 42-80 cm comp.; brácteas escapais 5,0-

10 x 5,0-9,0 mm, ovadas a orbiculares, paleáceas, ápice agudo aculeado, base

amplexicaule; raque 10-15 cm comp., 4-8 flores; brácteas florais 3,0-6,0 x 1,0-2,0 mm,

triangulares a ovadas, membranáceas, ápice agudo, base truncada. Flores ressupinadas;

pedicelo incluindo o ovário 25-40 mm comp. Sépalas 18-20 x 4,0-5,0 mm, patentes,

oblongo-lanceoladas, amarelas a laranja, membranáceas, ápice agudo apiculado reflexo,

base truncada. Pétalas 18-20 x 4,0-6,0 mm, patentes, obtusas, amarelas a laranja,

membranáceas, ápice agudo reflexo, base ligeiramente obtusa. Labelo ereto, 3-lobado,

obovado, amarelo a laranja, membranáceo, base atenuada; disco com 4 pequenas quilhas

centrais, mais ou menos até o meio do labelo; lobos laterais 5,0-6,0 x 3,0-4,0 mm, eretos

envolvendo a coluna, obtusos, ápice obtuso; lobo terminal 7,0-9,0 x 5,0-6,0 mm, obovado,

ápice agudo, ungüiculado, reflexo e ondulado. Coluna 7,0-9,0 x 3,0-4,0 mm, 3,0 mm alt.,

70

levemente curvada; antera 1,5-2,0 x 1,5-2,0 mm, orbicular; polínias 8.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

19.set.2002, C.Azevedo & E.Ribeiro 154 (HUEFS); Parque Municipal de Mucugê,

19.out.2002, C.Azevedo 161 (HUEFS).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: estrada entre Andaraí e Mucugê,

20.nov.1983, L.R.Noblick & A.Pinto 2884 (CEPEC). Mucugê, Serra do Capa Bode,

nov.1973, G.C.P.Pinto s.n (ALCB 633, HRB 31062); a 7 km de Mucugê em direção a

Andaraí, 17.nov.1983, H.P.Bautista 1418 (HRB, HUEFS).

Descrita originalmente de material procedente da Bahia (Schlechter, 1921), Pabst &

Dungs (1975) também citaram sua presença no estado. S. bahiensis foi descrita como

sendo epífita, a partir de um espécime coletado pelo Dr. Philipp von Luetzelburg, sem

localidade. Em 1926, Luetzelburg publicou em Estudo Botânico do Nordeste a sua correta

localização como Serra do São José, próximo a Feira de Santana. Em 1968, ela foi

redescoberta por Anton de Ghillany na Serra do Sincorá (Toscano de Brito, A. L. V. &

Robins, S. 1992). Na Chapada Diamantina foi citada para Mucugê/Andaraí (Harley &

Simmons, 1986), Rio de Contas (Toscano de Brito, 1995) e Catolés (Toscano de Brito &

Queiroz, 2003), identificada como Laelia bahiensis. Cresce diretamente sobre as rochas do

campo rupestre a pleno sol, e floresce entre setembro e janeiro.

Sophronitis bahiensis é a única espécie do gênero com flores amarelas na Bahia.

Apresenta uma variação grande na coloração não só de suas flores, como também

vegetativamente, apresentando pseudobulbos e folhas que variam de verde a arroxeado, e

flores de amarelo a laranja. Luetzelburg provavelmente se enganou quanto à procedência

desta espécie, pois esta planta não foi mais coletada nesta serra, sendo aparentemente

encontrada, apenas, na Chapada Diamantina.

22. THELYSCHISTA Garay

22.1. Thelyschista ghillanyi (Pabst) Garay, Bot. Mus. Leafl. 28(4): 377, 1982.

Odontorrhynchus ghillanyi Pabst, Bradea 2: 166, 1977.

Erva terrestre. Rizoma inconspícuo, raízes engrossadas emergindo ao longo do rizoma.

Caule inconspícuo, 3-4 folhas em roseta. Folhas (5-)10-16 x 2,5-4,5 cm, sésseis, semi-

71

eretas, oblongo-lanceoladas, verdes, membranáceas, ápice agudo, base atenuada.

Inflorescência racemo terminal, ereto; escapo 17-40 cm comp., verde; brácteas escapais

30-35 x 5,0-10 mm, ovadas, membranáceas, ápice agudo, base atenuada; raque 13-22 cm

comp, 10-23 flores; brácteas florais 20-23 x 7,0-8,0 mm, lanceoladas, membranáceas,

ciliadas, ápice agudo, base truncada, margem ciliada. Flores ressupinadas; pedicelo

incluindo o ovário 14-15 mm comp. Sépalas verdes, membranáceas, ciliadas, base

truncada; dorsal 18-20 x 4,0-5,0 mm, ereta, lanceolada, ápice obtuso e reflexo; laterais 20-

23 x 3,0-4,0 mm, patentes, lineares, ápice agudo e reflexo, margem involuta. Pétalas 18-20

x 5,0-6,0 mm, eretas, lanceoladas, esbranquiçadas, membranáceas, ápice agudo e reflexo,

base atenuada, margem serrilhada, adnadas a sépala dorsal. Labelo preso ao pé da coluna,

ereto, 3-lobado, oblongo, esbranquiçado, membranáceo, base atenuada; lobos laterais 8,0-

10 x 2,0-3,0 mm, envolvendo a coluna e concrescido na base a sua face lateral, semi-

orbiculares, ápice obtuso; lobo terminal 7,0-7,5 x 7,0-8,0 mm, oblongo, ápice obtuso e

reflexo, margem ondulada. Coluna 6,0-7,5 x 3,0-3,5 mm, 1,5 mm alt., branca, prolongada

na base em pé de 3,0-4,0 mm comp.; antera ovada a oblonga; polínias 2, lineares.

Material examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, Parque Municipal de Mucugê,

27.nov.2002, C.Azevedo et al. 169 (HUEFS); Parque Municipal de Mucugê, 28.jan.2003,

C.Azevedo & J.Oliveira 174 (HUEFS); Área da UMS, 25.jan.2000, L.P.Queiroz 5681

(HUEFS); Unidade de Manejo Sustentável, 03.jan.1997, UMS 67 (HRB); Unidade de

Manejo Sustentável, 12.jan.1997, UMS 187 (HRB).

Material adicional examinado: BRASIL, Bahia: Mucugê, 2 km al N de Mucugê, camino

a Andaraí, 20.jan.1997, M.M.Arbo et al. 7574 (CEPEC, CTES); by Rio Cumbuca, about 3

km N of Mucugê on the Andaraí road, 05.fev.1974, R.M.Harley et al. 15993 (CEPEC, K);

by Rio Cumbuca, c. 3 km S of Mucugê, near site of small dam on road to Cascavel,

04.fev.1974, R.M.Harley et al. 15965 (CEPEC); a 3 km ao S de Mucugê, estrada que vai

para Jussiape, 22.dez.1979, S.A.Mori & F.P.Benton 13172 (CEPEC).

Thelyschista ghillanyi foi originalmente descrita de espécime vindo da Chapada da

Calabocaria, entre o município de Mucugê e Andaraí (Pabst, 1977). Foi citada para a Serra

do Sincorá por Harley & Mayo (1980) e para Mucugê/Andaraí por Harley & Simmons

(1986), identificada como Odontorrhynchus ghillanyi. Thelyschista é um gênero

monotípico, endêmico do estado da Bahia. Através de estudos mais detalhados, Smidt

(2003) confirmou o seu endemismo para a região central da Chapada Diamantina: Andaraí,

72

Lençóis e Mucugê, e recentemente foi citada para Catolés (Toscano de Brito & Queiroz,

2003). No Parque, T. ghillanyi cresce tanto em área mais fechada de mata, como sobre a

matéria orgânica que se acumula sobre as rochas do campo rupestre. Floresce entre

novembro e fevereiro.

Esta espécie é facilmente reconhecida por suas grandes folhas dispostas em roseta e

por suas flores ressupinadas, verdes e de labelo branco.

73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADAMS, B.R. 1993. A taxonomic revision of the genus Scaphyglottis Peoppig & Endl.

(Orchidaceae-Epidendroideae). Degree of Doctor of Fhilosophy. Department of

Plant Biology, Graduate School, Southern Illinois University at Carbondale. 418 p.

BARBOSA RODRIGUES, J. 1877. Genera et species Orchidearum novarum I. C. & H.

Fleiuss. Sebastianópolis, Rio de Janeiro. 191 p.

BARBOSA RODRIGUES, J. 1882. Genera et species Orchidearum novarum II. C. & H.

Fleiuss. Sebastianópolis, Rio de Janeiro. 295 p.

BARROS, F. 1987. Orchidaceae. In: A.M. GIULIETTI; N.L. MENEZES; J.R. PIRANI;

M. MEGURO & M.G.L. WANDERLEY. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais:

caracterização e lista de espécies. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 9: 1-151.

BARROS, F. 1994. Novas combinações, novas ocorrências e notas sobre espécies pouco

conhecidas, para as orquídeas do Brasil. Acta Bot. Brasil. 8(1): 12.

BARROS, F. 2002. Notas Nomenclaturais em Pleurothallidinae (Orchidaceae),

principalmente brasileiras. Bradea 8(43): 293-297

BARROS, F. & F. PINHEIRO (no prelo). Flora de Grão-Mogol, Minas Gerais:

Orchidaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo.

BATISTA, J.A.N. & L.B. BIANCHETTI. 2002. A review of Habenaria (Orchidaceae) in

Pabst and Dungs’ Orchidaceae Brasilienses. Lindleyana 17(2): 75-84.

BENNETT Jr., D.E. & E.A. CHRISTENSON. 1993. Icones Orchidacearum Peruviarum.

Privately published by A. Pastorelli de Bennett, Lima. 600 p.

BORBA, E.L.; J.M. FELIX; J. SEMIR & V.N. SOLFERINI. 2000. Pleurothallis

fabiobarrosii, a new Brazilian species: morphological and genetic data with notes on

the taxonomy of Brazilian rupicolous Pleurothallis. Lindleyana 15(1): 2-9.

BORBA, E. L. & J. SEMIR. 2001. Pollinator specificity and convergence in fly-pollinated

Pleurothallis (Orchidaceae) species: a multiple population approach. Ann. Bot. 88: 75-

88.

BORBA, E.L.; J. SEMIR & F. BARROS. 1998. Bulbophyllum involutum Borba, Semir &

F.Barros (Orchidaceae), a New Species from the Brasilian “Campos Rupestres”.

Novon 8(3): 225-229.

BORBA, E.L. & J. SEMIR. 1998. Bulbophyllum ×cipoense (Orchidaceae), a new natural

hybrid from the Brazilian "campos rupestres": description and biology. Lindleyana 13:

113-120.

74

BORBA, E.L; G.J. SHEPHERD; C. VAN DEN BERG & J. SEMIR. 2002. Floral and

Vegetative Morphometrics of Five Pleurothallis (Orchidaceae) Species: Correlation

with Taxonomy, Phylogeny, Genetic Variability and Pollination Systems. Ann. Bot.

90: 1-12.

BRAEM, G.J. 1984. Die Bifoliaten Cattleyen Brasiliens. Hildesheim, Brucke-Verlag Kurt

Schmersow, Germany. 94 p.

BRIDSON, G.D.R. & E.R. SMITH (eds.) 1991. Botanico-Periodicum-

Huntianum/Supplementum. Hunt Institute for Botanical Documentation. Carnegie

Mellon University, Pittsburgh. 1068 p.

BRUMMIT, R.K & C.E. POWELL (eds.) 1992. Authors of Plant Names. Royal Botanic

Gardens, London. 732 p.

CAMERON, K.M.; M.W. CHASE; W.M. WHITTEN; P.J. KORES; D.C. JARRELL; V.A.

ALBERT; T. YUKAWA; H.G. HILLS & D.H. GOLDMAN. 1999. A phylogenetic

analysis of the Orchidaceae: evidence from rbcL nucleotide sequences. Amer. J. Bot.

86(2): 208-224.

CAMERON, K.M. & M.W. CHASE. 2000. Nuclear 18S rDNA sequences of Orchidaceae

confirm the subfamilial status and circumscription of Vanilloideae. In: K.L. WILSON

& D.A. MORRISON (eds.) Monocots Systematics and Envolution. CSIRO,

Melbourne, pp. 457-464.

CASTRO, V.P. & M.A. CAMPACCI. 2000. Icones Orchidacearum Brasiliensis I. Edição

do autor, São Paulo.

COGNIAUX, A. 1893-1896. Orchidaceae. In: C.F.P. MARTIUS & A.G. EICHLER (eds.)

Flora Brasiliensis. vol. 3(4). Frid. Fleischer, Lipsiae, 1-672.

COGNIAUX, A. 1898-1902. Orchidaceae. In: C.F.P. MARTIUS & A.G. EICHLER (eds.)

Flora Brasiliensis. vol. 3(5). Frid. Fleischer, Lipsiae, 1-663.

COGNIAUX, A. 1904-1906. Orchidaceae. In: C.F.P. MARTIUS & A.G. EICHLER (eds.)

Flora Brasiliensis. vol. 3(6). Frid. Fleischer, Lipsiae, 1-604.

CONCEIÇÃO, A.A. & A.M. GIULIETTI. 2002. Composição florística e aspectos

estruturais de campo rupestre em dois platôs do Morro do Pai Inácio, Chapada

Diamantina, Bahia, Brasil. Hoehnea 29(1): 37-48, 3 tab., 3 fig.

CRIBB, P. & A.L.V. TOSCANO DE BRITO. 1996. Histórico. In: S. SPRUNGER; P.

CRIBB & A.L.V. TOSCANO DE BRITO (eds.) Iconographie des Orchidées du

Brèsil. vol. 1. Reinhardt, Basle, pp. 42-47.

DRESSLER, L.R. 1993. Phylogeny and classification of the orchid Family. Dioscorides

75

Press, Portland, 314 p.

DRESSLER, R.L. & WHITTEN, W.M. (no prelo). Phylogenetic relationships of

Scaphyglottis and related genera (Laeliinae: Orchidaceae) based on ITS sequence data.

Brittonia.

DUNSTERVILLE, G.C.K. & L.A. GARAY. 1961a. Venezuelan Orchids Illustrated. vol.

1. Andre Deutsch Limited, London, pp. 232, 366.

DUNSTERVILLE, G.C.K. & L.A. GARAY. 1961b. Venezuelan Orchids Illustrated. vol.

2. Andre Deutsch Limited, London, pp. 52, 148.

DUNSTERVILLE, G.C.K. & L.A. GARAY. 1961c. Venezuelan Orchids Illustrated. vol.

3. Andre Deutsch Limited, London, pp. 100.

DUNSTERVILLE, G.C.K. & L.A. GARAY. 1961d. Venezuelan Orchids Illustrated. vol.

4. Andre Deutsch Limited, London. pp.234.

FOWLIE, J.A. 1990. A New Encyclia Species From Serra da Sincorá National Park,

Bahia, Brazil; Encyclia alboxanthina Fowl., sp. nov. Orchid Digest 54(1): 27.

GUEDES, M.L.S. & M.D. ORGE (eds.) 1998. Checklist das Espécies Vasculares do

Morro do Pai Inácio (Palmeiras) e Serra da Chapadinha (Lençóis), Chapada

Diamantina, Bahia, Brasil. UFBA, Salvador, 68 p.

HARLEY, R.M. 1995. Introdução. In: B.L. STANNARD (ed.) Flora of the Pico das

Almas: Chapada Diamantina, Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, London, pp. 43-

76.

HARLEY, R.M. & S.J. MAYO. 1980. Towards a Checklist of the Flora of Bahia. Royal

Botanic Gardens, London, 245 p.

HARLEY, R.M. & N.A. SIMMONS. 1986. Florula of Mucugê: Chapada Diamantina -

Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, London, 228 p.

HOEHNE, F.C. 1939. Orchidaceae. Arq. Bot. Estado São Paulo n.s. 1: 41, tab. 46.

HOEHNE, F.C. 1940. Orchidaceae. In: F.C. HOEHNE (ed.) Flora Brasilica. vol. 12(1).

Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo, São Paulo, pp. 1-254.

HOEHNE, F.C. 1942. Orchidaceae. In: F.C. HOEHNE (ed.) Flora Brasilica. vol. 12(6).

Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo, São Paulo, pp. 1-128.

HOEHNE, F.C. 1945. Orchidaceae. In: F.C. HOEHNE (ed.) Flora Brasilica. vol. 12(2).

Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo, São Paulo, pp 1-389.

HOEHNE, F.C. 1953. Orchidaceae. In: F.C. HOEHNE (ed.) Flora Brasilica. vol. 12(7).

Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo, São Paulo, pp. 1-397.

HOLMGREN, P.K.; N.H. HOLMGREN & L.C. BARNETT (eds.) 1990. Index

76

Herbariorum Part I: The Herbaria of the World (Regnum Veg. 120). New York

Botanical Garden, New York. 693 p.

LINDLEY, J. 1830. Pleurothallis prolífera. Bot. Reg. 15: t. 1298.

LINDLEY, J. 1831. Genera and Species of Orchidaceous Plants, Part I. Ridgways,

London. pp. 65.

LINDLEY, J. 1836a. Pleurothallis Gróbyi.Bot. Reg. 21 (n.s. 8) sub t. 1797.

LINDLEY, J. 1836b. Prescóttia colórans. Bot. Reg. 22 sub t. 1916.

LINDLEY, J. 1852. Folia Orchidacea. 2. London.

MORI, S.A; L.A. SILVA; G. LISBOA & L. CORADIN. 1989. Manual de Manejo do

Herbário Fanerogâmico. 2.ed. CEPLAC, Ilhéus - Bahia. 104 p.

PABST, G.F.J. 1955. Um Epidendrum novo da Bahia. Orquídea (Rio de Janeiro) 17(6):

204.

PABST, G.F.J. 1956. Additamenta ad Orchideologiam Brasiliensem - III. Orquídea (Rio

de Janeiro) 18(5): 184-185, t. 1, fig. A.

PABST, G.F.J. 1966. Additamenta ad Orchideologiam Brasiliensem - IX. Orquídea (Rio

de Janeiro) 28(3): 165.

PABST, G.F.J. 1971. Additamenta ad Orchideologiam Brasiliensem -XI. Bradea 1(8): 54-

55, fig. C.

PABST, G.F.J. 1975. Additamenta ad Orchideologiam Brasiliensem - XX. Bradea 2(10):

56, t. 1, fig. H.

PABST, G.F.J. 1977. Additamenta ad Orchideologiam Brasiliensem - XXIV. Bradea

2(24): 166-167, t. 1, fig. C.

PABST, G.F.J. & F. DUNGS. 1975. Orchidaceae Brasilienses. vol. 1. Kurt Schmersow,

Hildesheim, 408 p.

PABST, G.F.J. & F. DUNGS. 1977. Orchidaceae Brasilienses. vol. 2. Kurt Schmersow,

Hildesheim, 418 p.

PRIDGEON A.M. & M.W. CHASE. 2001. A phylogenetic reclassification of

Pleurothallidinae (Orchidaceae). Lindleyana 16(4): 235-271.

PRIDGEON, A.M.; R. SOLANO & M.W. CHASE. 2001. Phylogenetic relationships of

Pleurothallidinae (Orchidaceae): combined evidence from nuclear and plastid DNA

sequences. Amer. J. Bot. 88: 2286-2308.

REICHENBACH, H.G. 1854. Die Wagener’schen Orchideen. Bonplandia 2, 21-22.

REICHENBACH, H.G. 1854. Die Wagener’schen Orchideen. Bonplandia 2, 16.

RIESEBERG, L.H. 1995. The role of hybridization in evolution: old wine in new skins.

77

Amer. J. Bot. 82(7): 944-953.

ROLFE, R.A. 1894. Cattleya elongata. Orchid Review 2, 206 p.

SCHLECHTER, R. 1920. Cyrtopodium paranaense. Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 16:

333.

SCHLECHTER, R. 1921. Laelia bahiensis. Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 17: 272.

SCHLECHTER, R. 1922. Octomeria alexandrii. Mem. Inst. Butantan, Secc. Bot. 1. 4:53,

pl. 12.

SILVA, D.G. 1999. O gênero Oncidium Sw. (Orchidaceae) na Chapada Diamantina,

Bahia, Brasil. Monografia (Especialização em Botânica) - Departamento de Biologia,

Universidade Estadual de Feira de Santana. 41 p.

SILVA, D.G. 2002. O gênero Cleistes Rich. ex Lindl. (Orchidaceae: Vanilloideae:

Pogoniinae) na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Dissertação (Mestrado em

Botânica) - Programa de Pós-graduação em Botânica, Universidade Estadual de Feira

de Santana. 69 p.

SMIDT, E.C. 2003. A subtribo Spiranthinae Lindl. (Orchidaceae - Orchidoideae) na

Capada Diamantina, Bahia, Brasil. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Programa

de Pós-graduação em Botânica, Universidade Estadual de Feira de Santana. 113 p.

SPRUNGER, S. 1991. Catalogue. In: S. SPRUNGER; P. CRIBB & W.T. STEARN (eds.)

Orchids from the Botanical Register 1815-1847. The illustrations. Birkhauser, Verlag.

SPRUNGER, S.; P. CRIBB & A.L.V. TOSCANO DE BRITO (eds.) 1996. Iconographie

des Orchidées du Brèsil. vol. 1. Reinhardt, Basle. 540 p. il.

SPRUNGER, S.; P. CRIBB & A.L.V. TOSCANO DE BRITO (eds.) 1996. Iconographie

des Orchidées du Brèsil. vol. 2. Reinhardt, Basle. 182 p.

STAFLEU, F.A & R.S. COWAN. 1976-1978. Taxonomic Literature. vol. 1-7. Bohn

Schetel & Hoekma, Utrech.

STANNARD, B.L. (ed.) 1995. Flora of the Pico das Almas: Chapada Diamantina, Bahia,

Brazil. Royal Botanic Gardens, London. 853 p.

STRADMANN, M.T.S. 1998. Plano de Manejo do Parque Municipal de Mucugê.

Prefeitura Municipal de Mucugê. Projeto Sempre Viva/Convênio MMA/PNMA/PED

96 CV 00027/96. Mucugê. 164 p. il. Mapas.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. 1995. Orchidaceae. In: B. L. STANNARD (ed.) Flora of

the Pico das Almas: Chapada Diamantina, Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens,

London, pp. 725-767.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. 1998. Orchidaceae. In: M.L.S. GUEDES & M.D. ORGE

78

(eds.) Checklist das Espécies Vasculares do Morro do Pai Inácio (Palmeiras) e Serra

da Chapadinha (Lençóis), Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. UFBA, Salvador, pp.

33, 53-54.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. 1992. Notes on Brazilian Orchidaceae I. Kew Bull. 47 (4):

774.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. & L.P. QUEIROZ. 2003. Orchidaceae. In: D.C. ZAPPI;

E. LUCAS; B.L. STANNARD; E.N. LUGHADHA; J.R. PIRANI; L.P. QUEIROZ;

S. ATKINS; D.J.N. HIND; A.M. GIULIETTI; R.M. HARLEY & A.M.

CARVALHO. Lista das plantas vasculares de Catolés, Chapada Diamantina, Bahia,

Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 21(2): 396-397.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. & S. ROBINS. 1992. Laelia bahiensis. Kew Mag. 9 (3):

116-120.

VAN DEN BERG, C.; W.E. HIGGINS; R.L. DRESSLER; W.M. WHITTEN; M.A. SOTO

ARENAS; A. CULHAM & M.W. CHASE. 2000. A phylogenetic analysis of

Laeliinae (Orchidaceae) based on sequence data from internal transcribed spacers

(ITS) of nuclear ribosomal DNA. Lindleyana 15(2): 96:114

VAN DEN BERG, C. & M.W. CHASE. 2000. Nomenclatural notes on Laeliinae - I.

Lindleyana 15(2): 115-119

WITHNER, C.L. 1988. The Cattleyas and their relatives. The Cattleyas. vol. 1. Timber

Press, Portland. 147 p.

WITHNER, C.L. 1998. The Cattleyas and their relatives. Brassavola, Encyclia and other

genera of México and Central America. vol. 5. Timber Press, Portland. 198 p.

ZAPPI, D.C; E. LUCAS; B.L. STANNARD; E.N. LUGHADHA; J.R. PIRANI; L.P.

QUEIROZ; S. ATKINS; D.J.N. HIND; A.M. GIULIETTI; R.M. HARLEY & A.M.

CARVALHO. 2003. Lista das plantas vasculares de Catolés, Chapada Diamantina,

Bahia, Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 21(2): 345-398.

D A

C B

1 mm

2 mm

1 cm E

F

1 mm 1 cm

2 mm

Figura I: Acianthera hamosa: A. hábito, B. diagrama floral, C. detalhe do labelo (C.Azevedo &

R.Oliveira 150) e Acianthera ochreata subsp. ochreata: D. hábito, E. diagrama floral, F.

detalhe do labelo (C.Azevedo & J.Oliveira 139).

B A

C 2 mm

2 mm

E

D

2 mm2 mm

2 mm

Figura II: Anathallis microphyta: A. hábito, B. diagrama floral, C. fruto (C.Azevedo &

R.Oliveira 152) e Anathallis montipelladensis: D. hábito, E. diagrama floral (C.Azevedo

& J.Oliveira 142).

1 cm 5 mm

A

C

5 mm D

B

3 mm

5 mmE F

2 mm

H

3 mmG

5 mm 2 mm I

Figura III: Bulbophyllum ×cipoense: A. diagrama floral, B. coluna e labelo em vista lateral

(C.Azevedo & E.Oliveira 182), Bulbophyllum cribbianum: C. hábito (C.Azevedo &

R.Oliveira 167), D. diagrama floral, E. coluna e labelo em vista lateral (E.L.Borba 2127),

Bulbophyllum involutum: F. diagrama floral, G. coluna e labelo em vista lateral

C.Azevedo & J.Oliveira 149) e Bulbophyllum weddellii: H. diagrama floral, I. coluna e

labelo em vista lateral (C.Azevedo & O.Oliveira 140).

B H

1 mm

2 mm

1 cm F G

2 mm

A 2 cm

E

D

2 mm 2 cm

C

2 mm

Figura IV: Brassavola tuberculata: A. hábito, B. diagrama floral, C. folha em corte transversal

(C.Azevedo & R.Oliveira 165) e Campylocentrum micranthum: D. hábito, E.

inflorescência em detalhe, F. flor em vista lateral, G. diagrama floral, H. coluna em vista

lateral (C.Azevedo 173).

B

A

2 cm C

2 cm

E D

4 cm

1 cm

4 cm F

1 cm

Figura V: Cattleya elongata: A. hábito, B. diagrama floral, C. coluna em vista lateral

(C.Azevedo & T.C.Faustino 179) e Cleistes exilis: D. hábito, E. diagrama floral, F. coluna

e labelo em vista lateral (C.Azevedo et al. 178).

B 5 mm

3 cm

5 mm C

A

5 mm D

E

5 mm

Figura VI: Cyrtopodium edmundoi: A. hábito, B. diagrama floral, C. coluna e labelo em vista

lateral (C.Azevedo & O.A.Oliveira 147) e Cyrtopodium polyphyllum: D. diagrama floral,

E. coluna e labelo em vista lateral (C.Azevedo 157).

A 1 cm

B

1 cm C

2 cm

5 mm 1 cm E D

Figura VII: Epidendrum cristatum: A. hábito, B. diagrama floral (C.Azevedo 156),

Epidendrum orchidiflorum: C. diagrama floral (C.Azevedo & J.Oliveira 138),

Epidendrum secundum: D. diagrama floral (C.Azevedo 158) e Epidendrum warasii: E.

diagrama floral (C.Azevedo & J.Oliveira 176).

A B 1 cm

C 4 cm

5 mm

2 cm

E 4 cm

D

2 cm 1 cm F

Figura VIII: Encyclia alboxanthina: A. hábito, B. diagrama floral, C. coluna e labelo em vista

lateral (C.Azevedo 159) e Epistephium lucidum: D. hábito, E. diagrama floral, F. coluna

em vista lateral (C.Azevedo 172).

B

C

A

5 mm

E D

2 cm

3 mm

F 1 cm

3 mm

Figura IX: Habenaria fluminensis: A. hábito, B. flor, C. diagrama floral (C.Azevedo 141) e

Maxillaria cerifera: D. hábito, E. diagrama floral, F. coluna e labelo em vista lateral

(C.Azevedo & J.Oliveira 153).

5 mm A B C

5 mm 2 mm

E 2 mm D

2 mm

F 4 mm

1 mm G

I 1 mm

1 mm H

J 2 mm

2 mm L K 2 mm

1 mm M

Figura X: Octomeria alexandrii: A. folha em corte transversal, B. diagrama floral, C.

coluna e labelo em vista lateral, D. labelo em detalhe (C.Azevedo & J.Oliveira

137), Octomeria flabellifera: E. hábito, F. folha em corte transversal, G. diagrama

floral, H. coluna e labelo em vista lateral, I. labelo em detalhe (C.Azevedo &

R.Oliveira 151) e Octomeria stellaris: J. folha em corte transversal, K. diagrama

floral, L. coluna e labelo em vista lateral, M. labelo em detalhe (C.Azevedo 143).

A

B

5 mm

2,5 cm

2,5 cm D

C

1 mm

E

1 mm

Figura XI: Oncidium blanchetii: A. hábito, B. diagrama floral (C.Azevedo & J.Oliveira 135) e

Polystachya micrantha: C. hábito, D. diagrama floral, E. coluna e labelo em vista lateral

(C.Azevedo & J.Oliveira 181).

B A

2 mm 1 mm C

E

2 cm D

2 mm E

2 mm

F

2 mm G

2 mm

Figura XII: Prescottia leptostachya: A. hábito, B. flor, C. diagrama floral (C.Azevedo &

R.Oliveira 164), Prescottia montana: D. flor, E. diagrama floral (C.Azevedo & J.Oliveira

192) e Prescottia stachyodes: F. flor, G. diagrama floral (C.Azevedo & J.Oliveira 148).

D C

5 mm 5 mm

B 4 cm

A 1 cm

Figura XIII: Prosthechea moojenii: A. hábito, B. flor, C. coluna e labelo em vista frontal, D.

coluna e labelo em vista lateral (C.Azevedo & J.Oliveira 163).

B

2 cm 5 mm

A

3 cm

2 cm

C D

Figura XIV: Scaphyglottis cf. modesta: A. hábito, B. fruto (C.Azevedo & R.Oliveira 160) e

Sobralia sessilis: C. hábito, D. diagrama floral (C.Azevedo & J.Oliveira 180).

B

2 cm

1 cm A

2 cm

C

D

1 cm

Figura XV: Sophronitis bahiensis: A. hábito, B. diagrama floral (C.Azevedo & E.Ribeiro 154)

e Thelyschista ghillanyi: C. hábito, D. diagrama floral (C.Azevedo & J.Oliveira 174).

E F

G I

L

H

J K

D

CBA

Figura XVI: A. Acianthera hamosa, B. Acianthera ochreata subsp. ochreata, C-D. Anathallis microphyta, E-F. Anathallis montipelladensis, G. Brassavola tuberculata, H-I. Bulbophyllum ×cipoense, J. Bulbophyllum involutum, K. Bulbophyllum weddellii e L. Campylocentrum micranthum.

A B C

D E F

G I

L

H

J K

Figura XVII: A. Cattleya elongata, B. Cleistes exilis, C. Cyrtopodium edmundoi,D. Cyrtopodium polyphyllum, E. Encyclia alboxanthina, F. Epidendrum cristatum, G. Epidendrum orchidiflorum, H. Epidendrum secundum, I. Epidendrum warasii, J. Epistephium lucidum, K. Habenaria fluminensis e L. Maxillaria cerifera.

A B C

D F G

M

H

J

E

I

M

OLK

Figura XVIII: A. Octomeria alexandrii, B. Octomeria flabellifera, C. Octomeria stellaris, D. Oncidium blanchetii, E. Polystachya micrantha, F. Prescottia montana, G-H. Prescottia stachyodes, I. Prosthechea moojenii, J. Sobralia sessilis, K. Sophronitis bahiensis e L-M. Thelyschista ghillanyi.

97

CAPÍTULO 2 - ANÁLISE COMPARATIVA DA FAMÍLIA ORCHIDACEAE EM

ÁREAS DE CAMPO RUPESTRE DA CADEIA DO ESPINHAÇO, BAHIA E MINAS

GERAIS, BRASIL

Este capítulo é um artigo expandido, formatado para publicação na revista Sitientibus série

Ciências Biológicas.

98

RESUMO

Este trabalho apresenta uma análise comparativa da família Orchidaceae em áreas da

Cadeia do Espinhaço, nos estados de Minas Gerais e Bahia realizada por meio de análises

de similaridade e agrupamento, utilizando-se os coeficientes de Jaccard e Dice. Todas as

áreas apresentaram uma grande proporção de espécies exclusivas. Os valores de

similaridade obtidos foram relativamente baixos e três grupos foram indicados,

equivalendo respectivamente à Serra do Cipó, Grão-Mogol, e às áreas da Chapada

Diamantina. Este apresentou-se dividido em dois subgrupos, um representado pelo setor

norte da Serra do Sincorá, incluindo a Serra da Chapadinha, o Parque Municipal de

Mucugê e o Pai Inácio, e outro constituído pela porção sudoeste da Chapada Diamantina,

incluindo o Pico das Almas e Catolés.

Palavras-chave: Florística, Cadeia do Espinhaço, Chapada Diamantina, Orquídea.

ABSTRACT

In this paper we present a comparative analysis of the Orchidaceae family in seven areas at

the Espinhaço Range at the states of Minas and Bahia, Brazil. The orchid floras were

compared through similarity and clustering based on presence/absence data from species

composition. All areas included a large proportion of exclusive species, and overall

similarity among areas was low. Despite this, three groups were indicated, equivalent

respectively to Serra do Cipó, Grão-Mogol and a cluster with all the areas of the Chapada

Diamantina.

Keywords: Chapada Diamantina, Espinhaço Range, Floristics, Orchids.

99

INTRODUÇÃO

O presente trabalho pretende comparar a diversidade e composição florística da

família Orchidaceae em áreas de campo rupestre na Cadeia do Espinhaço, localizadas nos

estados de Minas Gerais e Bahia, através de análises de similaridade e agrupamento.

Os campos rupestres, formação que, no Brasil, ocorre principalmente nos estados

da Bahia e Minas Gerais, são considerados importantes centros de diversidade da flora

brasileira, destacando-se por apresentarem um grande número de espécies endêmicas

(Harley & Simmons, 1986; Giulietti & Pirani, 1988). A composição florística dos campos

rupestres da Bahia e de Minas Gerais é bastante semelhante (Zappi et al., 2003), embora,

na Bahia, este esteja predominantemente cercado por caatinga, enquanto em Minas Gerais

encontra-se inserido no cerrado (Harley & Simmons, 1986). Apesar dessa semelhança

florística, devido à abundância das mesmas famílias e gêneros, cada região possui uma

composição característica, apresentando um grande número de espécies exclusivas. Do

ponto de vista biogeográfico, os campos rupestres apresentam dois aspectos bastante

interessantes, a elevada diversidade florística e elevado número de espécies com

distribuição restrita (Harley & Simmons, 1986; Giulietti & Pirani, 1988; Harley, 1988,

1995; Giulietti et al., 1996).

A Cadeia do Espinhaço, a leste do Brasil, é constituída por dois blocos principais, a

porção mineira, composta pelas Serras da região de Ouro Preto, Serra do Cipó, Planalto de

Diamantina, Serra do Cabral e Serra de Grão-Mogol, e a porção baiana, denominada

Chapada Diamantina. Esta estende-se desde a Serra de Jacobina (norte da Bahia), até a

Serra de Ouro Branco, sul de Minas Gerais (Harley, 1995). Os estudos na Cadeia do

Espinhaço tiveram início na década de setenta, e, desde então, muitos trabalhos vêm sendo

realizados na área (e.g. Harley & Simmons, 1986; Giulietti et al., 1987; Stannard, 1995;

Guedes & Orge, 1998; Pirani et al., 2003; Zappi et al., 2003).

Orchidaceae constitui uma das maiores famílias de angiospermas, com cerca de

20.000 espécies, distribuídas em todos os continentes, exceto nos pólos, predominando nos

trópicos e subtrópicos (Dressler, 1993). Apresenta uma grande importância florística nos

campos rupestres da Bahia e Minas Gerais, estando sempre entre as dez famílias de maior

riqueza específica, juntamente com Compositae, Eriocaulaceae, Gramineae, Leguminosae,

Melastomataceae, Myrtaceae, Rubiaceae, Velloziaceae e Xyridaceae (Harley & Simmons,

1986; Giulietti et al., 1987; Stannard, 1995; Guedes & Orge, 1998; Pirani et al., 2003;

Zappi et al., 2003).

100

Alguns estudos foram realizados na Chapada Diamantina, tais como a Flórula de

Mucugê (Harley & Simmons, 1986); a Flora do Pico das Almas (Stannard, 1995); o

Checklist das Espécies Vasculares do Morro do Pai Inácio, Palmeiras e Serra da

Chapadinha, Lençóis (Guedes & Orge, 1998); a Lista das Plantas Vasculares de Catolés

(Zappi et al., 2003) e o levantamento da família Orchidaceae no Parque Municipal de

Mucugê (Capítulo 1). Em Minas Gerais foram estudadas a Flora da Serra do Cipó

(Giulietti et al., 1987) e a Flora de Grão-Mogol (Pirani et al., 2003).

MATERIAL E MÉTODOS

Dados de distribuição

Os dados de distribuição das espécies usadas neste trabalho, foram baseados em

floras publicadas para áreas de campo rupestre da Cadeia do Espinhaço, na Bahia e em

Minas Gerais, e do levantamento da família Orchidaceae para o Parque Municipal de

Mucugê (Capítulo 1). Foram incluídas a Flórula de Mucugê (Harley & Simmons, 1986); a

Flora da Serra do Cipó (Barros, 1987); a Flora do Pico das Almas (Toscano de Brito,

1995); o Checklist das Espécies Vasculares do Morro do Pai Inácio (Palmeiras) e Serra da

Chapadinha (Lençóis) (Toscano de Brito, 1998); a Lista das Plantas Vasculares de Catolés

(Toscano de Brito & Queiroz, 2003) e a Flora da Serra de Grão-Mogol (Barros & Pinheiro,

no prelo) , como pode ser observado no Apêndice II.

A Flórula de Mucugê foi retirada da análise de agrupamento, pois a área do

levantamento da família Orchidaceae no Parque Municipal de Mucugê (Capítulo 1) está

contida na área da Flórula, que não foi um trabalho de amostragem intensa. Desta forma,

apresentou menos espécies de orquídeas que o levantamento do Parque. O universo aqui

comparado se restringe a estas áreas. Não se pretende aqui abordar padrões biogeográficos,

mas comparar a distribuição das Orchidaceae apenas nas áreas citadas a cima.

Localização geográfica das áreas incluídas

Os levantamentos da porção baiana da Cadeia do Espinhaço foram realizados nas

seguintes áreas: Parque Municipal de Mucugê, localizado no setor oriental da Serra do

Sincorá; Serra da Chapadinha, no município de Lençóis e Morro do Pai Inácio, no

município de Palmeiras, localizados no setor noroeste da Serra do Sincorá; Pico da Almas,

que inclui partes dos municípios de Rio de Contas e Água Quente, e corresponde à área

mais meridional da Chapada Diamantina; Catolés, que compreende partes dos municípios

101

de Piatã e Abaíra, e corresponde a um conjunto de serras elevadas, incluindo o ponto mais

alto da Chapada Diamantina, o Pico do Barbado, com 2.050 m de altitude. Na porção

mineira as áreas analisadas foram: Grão-Mogol, situada no nordeste de Minas Gerais,

apresentando-se em posição intermediária e disjunta à Cadeia do Espinhaço de Minas e

Bahia, e Serra do Cipó, situada na porção centro-sul da Cadeia do Espinhaço.

Considerações taxonômicas

A subtribo Pleurothallidinae foi tratada segundo Pridgeon & Chase (2001), assim

como o gênero Laelia sensu lato, segundo van den Berg & Chase (2000), alterações

baseadas em análise filogenética molecular (Pridgeon, Solano & Chase, 2001; van den

Berg et al., 2000).

As coleções referentes aos levantamentos abordados neste trabalho, depositadas nos

herbários: ALCB, CEPEC, HRB e HUEFS (acrônimos de acordo com Holmgren et al.,

1990), foram examinadas (Apêndice III). O material referente ao levantamento do Parque

Municipal de Mucugê encontra-se citado no Capítulo 1. Alguns ajustes foram necessários

devido ao uso de diferentes delimitações genéricas e específicas em cada levantamento

(Apêndice IV). Sinônimos nomenclaturais foram agrupados, sendo eles: Encyclia

odoratissima a Encyclia patens; Epidendrum crassifolium e Epidendrum elongatum a

Epidendrum secundum; Habenaria vaupellii a Habenaria johannensis e Galeandra

alagoensis a Galeandra montana. Algumas coleções estão referidas pelas seguintes siglas:

Coleção Flora dos Campos Rupestres (Universidade de São Paulo) - CFCR e Projeto

Chapada Diamantina (Universidade Federal da Bahia) - PCD.

Para a análise de agrupamento, os seguintes critérios foram aplicados: espécimes

identificados apenas até gênero foram removidos quando outras espécies do gênero já

constavam na lista, como em Cleistes, Habenaria e Octomeria. Espécies que constavam

como cf. (identificação a conferir) em uma área e perfeitamente identificadas em outra área

foram consideradas conspecíficas (ex. Habenaria graciliscapa, Oncidium hydrophilum,

Pelexia parva, Sarcoglottis schwackei e Veyretia sincorensis). Espécies que estavam

identificadas como cf. ao mesmo tempo em que a espécie em questão, constando no

mesmo levantamento, foram consideradas como espécies separadas (ex. Epistephium

lucidum e Epistephium cf. lucidum; e Rodriguezia obtusifolia e Rodriguezia cf.

obtusifolia).

102

Análises de similaridade

Para comparação entre as áreas foram utilizados dois coeficientes de similaridade,

freqüentemente utilizados na literatura. O primeiro foi o de Jaccard, que é calculado pela

fórmula:

J aa b cxy = + +

onde a é o número de espécies compartilhadas entre as áreas x e y, b é o número de

espécies presentes em x e ausentes em y, e c o número de espécies presentes em y e

ausentes em x. Dessa forma, as ausências de espécies compartilhadas não são levadas em

conta como evidência de similaridade.

O outro coeficiente utilizado foi o de Dice, também conhecido como Sorensen. Este

coeficiente foi utilizado devido ao fato de que as áreas deste trabalho apresentam poucas

espécies compartilhadas em relação ao número de espécies únicas em cada área. Assim, o

coeficiente de Dice atribui um maior peso nas espécies compartilhadas utilizando a

seguinte equação:

D aa b cxy = + +

22

onde a é o número de espécies compartilhadas entre as áreas x e y, b é o número de

espécies presentes em x e ausentes em y, e c é o número de espécies presentes em y e

ausentes em x.

Análises de agrupamento

Após calcular a similaridade, foi feita uma análise de agrupamento das sete áreas da

Bahia e Minas Gerais, utilizando o algorítmo UPGMA (Unweighted Pair-Group Method

using Arithmetic Averages) para agrupamento (Sneath & Sokal, 1973), que é o de uso mais

comum na literatura. Este método procede de forma hierárquica, agrupando o par de OTUs

mais similares, e em seguida calculando uma nova matriz de similaridades com a média

das similaridades das OTUs do grupo formado a todas as outras OTUs, e assim por diante.

As análises de agrupamento foram realizadas no software PAST (Paleontological

Statistics) Versão 0.79 (Hammer & Harper, 2002).

103

RESULTADOS

Ao comparar a composição florística das oito áreas, foi possível notar que a Serra

do Cipó apresentou o maior número de espécies, seguida de Catolés, Pico das Almas,

Parque Municipal de Mucugê, Grão-Mogol, Serra da Chapadinha, a região de

Andaraí/Mucugê e Morro do Pai Inácio, como pode ser visto na Tabela I. Os gêneros de

maior riqueza foram Habenaria, Epidendrum, Oncidium, Bulbophyllum e Cleistes.

O Parque Municipal de Mucugê está compreendido na área da Flórula de Mucugê,

que envolveu partes dos municípios de Andaraí e Mucugê, abrangendo uma área de 896

km2 (Harley & Simmons, 1986). Este levantamento revelou a presença de 26 espécies da

família Orchidaceae, em 13 gêneros. As duas floras só apresentaram 10 espécies em

comum, enquanto 16 espécies foram encontradas apenas na Flórula e não no Parque. Este

número de espécies exclusivas da Flórula era esperado, pois a área em questão era

consideravelmente maior que a área do Parque, porém o fato do Parque apresentar 26

espécies exclusivas, que não foram encontradas na Flórula, é bastante significativo. Este

caso representa um exemplo de que a metodologia e o esforço amostral podem influenciar

nos resultados. As Orchidaceae do Parque Municipal de Mucugê foram acompanhadas

durante todos os meses do ano, sendo que todos os esforços estavam voltados para esta

família.

Tabela I. Comparação da composição florística da Cadeia do Espinhaço – Minas gerais e

Bahia.

Flora Espécie Gênero

Serra do Cipó (Barros, 1987) 80 32

Catolés (Toscano de Brito & Queiroz, 2003) 76 31

Pico das Almas (Toscano de Brito, 1995) 46 19

Parque Municipal de Mucugê (Capítulo 1) 35 22

Grão-Mogol (Barros & Pinheiro, no prelo) 30 17

Serra da Chapadinha (Toscano de Brito, 1998) 27 20

Andaraí/Mucugê (Harley & Simmons, 1986) 26 13

Morro do Pai Inácio (Toscano de Brito, 1998) 18 12

104

Das 191 espécies consideradas para este estudo, ocorrentes na Cadeia do

Espinhaço, 67% (128 spp.), ocorreram apenas em uma determinada área, não tendo sido

encontrada nas outras áreas comparadas. Minas Gerais e Bahia compartilham apenas 16 %

(30 spp.) das espécies. 45% (86 spp.) é compartilhada por áreas da Chapada Diamantina e

não são encontradas em Minas Gerais, enquanto que 39% (75 spp.) ocorrem apenas na

porção mineira da Cadeia do Espinhaço, e não foram encontradas na porção baiana. Esta

distinção também ocorreu em relação aos gêneros, dos 55 ocorrentes, 31% foram

encontrados apenas na porção baiana da Cadeia do Espinhaço, enquanto 24%, apenas na

porção mineira.

Na Chapada Diamantina, sete espécies são comuns a todas as suas cinco áreas:

Acianthera ochreata subsp. ochreata, Cyrtopodium edmundoi, Epidendrum secundum e

Epistephium lucidum, que também são encontradas em alguma das áreas de Minas Gerais;

e Acianthera hamosa, Cattleya elongata e Oncidium blanchetii, que não ocorrem nas áreas

de Minas aqui estudadas. Na Cadeia do Espinhaço, Grão-Mogol e Serra do Cipó

apresentam apenas nove espécies em comum: Cyrtopodium parviflorum, Epidendrum

secundum, Epidendrum warasii, Habenaria caldensis, Prescottia montana, que também

são encontradas em algumas áreas da Bahia, e Cyrtopodium eugenii, Pelexia parva,

Sophronitis mirandae e Veyretia rupicola, que não ocorrem nas áreas estudadas da Bahia.

Apenas Epidendrum secundum foi encontrado em todas as sete áreas comparadas, sendo

esta espécie de ampla distribuição geográfica, conhecida da região neotropical

(Dunsterville & Garay, 1961; Pabst & Dungs, 1975; Sprunger et al., 1996) e, no Brasil, dos

estados do Amazonas, Amapá, Pará, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas

Gerais, Goiás, Distrito Federal, São Paulo, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul (Pabst & Dungs, 1975). Muitas das espécies de Orchidaceae ocorrentes na

Cadeia do Espinhaço apresentam ampla distribuição, sendo encontrada também em outros

estados, principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil.

Todos os valores de similaridade foram relativamente baixos, tanto a partir do

coeficiente de Jaccard como de Dice (Figuras I e II). A análise de agrupamento revelou a

existência de três grupos. Os dois coeficientes apresentaram a mesma seqüência de

agrupamento. O Grupo 1 corresponde à Serra do Cipó; o Grupo 2 à Grão-Mogol e o Grupo

3 às áreas da Chapada Diamantina, apresentndo-se dividido em dois subgrupos. O

Subgrupo 1 corresponde ao setor norte da Serra do Sincorá, incluindo a Serra da

Chapadinha, o Parque Municipal de Mucugê e o Pai Inácio, e o Subgrupo 2 que

corresponde à porção sudoeste da Chapada Diamantina, incluindo o Pico das Almas e

105

Catolés.

O Grupo 1 apresentou 51 espécies exclusivas a esta área, não tendo sido

encontradas nas outras áreas comparadas, enquanto o Grupo 2 apresentou 20 espécies

restritas. O Subgrupo 1 apresenta 20 espécies restritas, das quais oito são exclusivas de

Mucugê, três da Chapadinha e duas do Pai Inácio. Epidendrum orchidiflorum, Octomeria

alexandrii são comuns às três áreas. O Parque Municipal de Mucugê se agrupou primeiro à

Serra da Chapadinha (Lençóis). Estas duas áreas apresentam três espécies exclusivas em

comum, que são Cyrtopodium polyphyllum, Maxillaria cerifera e Sobralia sessilis,

enquanto Campylocentrum linearifolium e Sarcoglottis curvisepala são exclusivas das

áreas da Chapadinha e Pai Inácio. O Subgrupo 2 apresenta 51 espécies restritas, das quais

31 são exclusivas de Catolés, e 15 do Pico das Almas. Cleistes pluriflora, Epidendrum

ochrochlorum, Habenaria johannensis, Habenaria pseudohamata e Oncidium warmingii

são comuns às duas áreas.

106

Figura I. Dendrograma mostrando a similaridade entre áreas de campo rupestre da Bahia e

Minas Gerais, utilizando coeficiente de Jaccard com UPGMA.

0,1

0,2

0,3

0,4

0,50,6

0,7

0,8

0,9

1

Sim

ilarid

ade

(Jac

card

)

Serra

do

Cip

ó

Grã

o-M

ogol

Chap

adin

ha

P.M

un. M

ucug

ê

Pai I

náci

o

Pico

das

Alm

as

Cato

lés

0,1

0,2

0,3

0,4

0,50,6

0,7

0,8

0,9

1

Sim

ilarid

ade

(Jac

card

)

Serra

do

Cip

ó

Grã

o-M

ogol

Chap

adin

ha

P.M

un. M

ucug

ê

Pai I

náci

o

Pico

das

Alm

as

Cato

lés

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

Sim

ilarid

ade

(Dic

e)

Serra

do

Cip

ó

Grã

o-M

ogol

Chap

adin

ha

P. M

un. M

ucug

ê

Pai I

náci

o

Pico

das

Alm

as

Cato

lés

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

Sim

ilarid

ade

(Dic

e)

Serra

do

Cip

ó

Grã

o-M

ogol

Chap

adin

ha

P. M

un. M

ucug

ê

Pai I

náci

o

Pico

das

Alm

as

Cato

lés

Figura II. Dendrograma mostrando a similaridade entre áreas de campo rupestre da Bahia e

Minas Gerais, utilizando coeficiente de Dice com UPGMA.

107

DISCUSSÃO

Os Grupos 1 e 2, obtidos na análise de agrupamento, equivalem à porção mineira da

Cadeia do Espinhaço, diferindo bastante do outro grupo e também entre si. A baixa

similaridade destes com a porção baiana é um padrão que foi verificado em outros grupos

de plantas. Harley (1988), ao estudar a distribuição de Eriope (Labiatae) no Brasil,

verificou que nenhuma das espécies associadas a campo rupestre é comum às porções

mineira e baiana da Cadeia do Espinhaço, sugerindo que pode ter havido algum tipo de

barreira de migração destas espécies entre as duas áreas. Ao comparar a representatividade

das famílias em áreas de campo rupestre utilizando a Flórula de Mucugê (Harley &

Simmons, 1986), a Flora do Pico das Almas (Stannard, 1995) e a Flora da Serra do Cipó

(Giulietti et al, 1987), Harley (1995), observou que as duas áreas da Chapada Diamantina

são muito semelhantes entre si, enquanto a flora da Cadeia do Espinhaço, em Minas Gerais

apresenta maiores diferenças em sua composição florística. Rapini et al. (2002), em estudo

na porção mineira da Cadeia do Espinhaço, observou que, das 47 espécies de

Asclepiadoideae que apresentam forte associação com os campos rupestres, 83% não

foram encontradas na porção baiana da Serra, embora ressalte que a quantidade de coletas

para o grupo nesta área corresponde a 10% do coletado para a porção mineira.

A Serra do Cipó apresentou maior número de Orchidaceae que Grão-Mogol,

resultado também encontrado por Rapini et al. (2002) para as Asclepiadoideae. O mesmo

ressalta que o esforço amostral foi muito maior na região sul, decrescendo

progressivamente para o norte. A relação do número de coletas por número de espécie no

sul foi de 15, enquanto na região norte este valor ficou entre 4 e 5.

O Grupo 3 reuniu todas as áreas da Chapada Diamantina. A subdivisão deste segue

um padrão geográfico previsível, pois, nesta área, a Chapada divide-se em duas cadeias

independentes, a Serra do Sincorá, a leste, que corresponde ao Subgrupo 1, e a Serra do

Rio de Contas e Serra das Almas, a oeste, que correspondem ao Subgrupo 2,

compreendendo os pontos de maior altitude da Chapada Diamantina. Este mesmo

agrupamento foi obtido por Souza (2001), apenas diferindo no agrupamento mais próximo

do Pai Inácio com Lençóis. No presente estudo, Mucugê agrupou primeiro com a

Chapadinha (Lençóis). Isto pode estar relacionado ao maior número de espécies

encontradas nestas duas áreas, aumentando a chance de apresentarem maior número de

espécies em comum, conforme verificado. O mesmo não ocorreu entre o Parque Municipal

de Mucugê e Pai Inácio, que não possuem espécies em comum restritas a estas áreas. Por

108

outro lado, a Chapadinha e o Parque são áreas de fisionomia bastante similares, próximas

de cursos d’água e com matas de grotão, enquanto o Pai Inácio é um morro tabular isolado,

de maior altitude e com predominância de afloramentos rochosos. Entretanto, os valores de

similaridade entre as áreas do Subgrupo 1 são próximos. Por este motivo, temos que levar

em consideração a hipótese de que Chapadinha-Parque Municipal de Mucugê tenham sido

agrupados primeiro devido a questões de amostragem. Baixos índices de similaridade entre

áreas de cerrado foram obtidos por Simon & Proença (2000) em análise biogeográfica para

o gênero Mimosa, bem como em áreas de campo rupestre da Chapada Diamantina obtidos

por Souza (2001), em análise baseada na distribuição de espécies do gênero Calliandra.

O fato dos valores de similaridade terem sido baixos pode expressar a grande

diversidade florística dos campos rupestres, justificado pelo número muito baixo de

espécies compartilhadas, sendo que a grande maioria é exclusiva de uma única área. Por

outro lado, esse grande número de espécies restritas pode estar relacionado a uma

subamostragem das áreas, o que pode gerar uma falsa impressão da situação, o que é

claramente verificado para a Flórula de Mucugê e o Parque Municipal de Mucugê. Outro

ponto discutido por Rapini et al. (2002) foi o período em que essas coletas vêm sendo

realizadas. Muitos grupos de plantas na Cadeia do Espinhaço apresentam um período

limitado de floração e frutificação, como em Asclepiadoideae, sendo que o mesmo foi

observado, neste trabalho, para a família Orchidaceae. Na ausência de coletas extensivas, a

fenologia pode influenciar nos resultados de levantamentos florísticos em áreas onde o

acompanhamento é realizado apenas algumas vezes durante o ano (Rapini et al., 2002).

Outro fato que pode interferir é a ausência de especialistas em certas famílias no campo,

como foi sugerido por Harley (1995) e Zappi et al. (2003), justificando o baixo número de

determinadas famílias, como Gramineae e Xyridaceae, quando comparado a outras áreas

de campo rupestre. Fatos que podem ter influenciado nos resultados obtidos para a Flórula

de Mucugê, comparada com os do Parque Municipal de Mucugê.

109

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, F. 1987. Orchidaceae. In: A.M. GIULIETTI; N.L. MENEZES; J.R. PIRANI;

M. MEGURO & M.G.L. WANDERLEY. 1987. Flora da Serra do Cipó, Minas

Gerais: caracterização e lista de espécies. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 9: 1-151.

BARROS, F. & F. PINHEIRO (no prelo). Flora de Grão-Mogol, Minas Gerais:

Orchidaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo.

DRESSLER, L.R. 1993. Phylogeny and classification of the orchid Family. Dioscorides

Press, Portland, 314 p.

DUNSTERVILLE, G.C.K. & L.A. GARAY. 1961. Venezuelan Orchids Illustrated. vol. 2.

Andre Deutsch Limited, London, pp. 148.

GIULIETTI, A.M & J.R. PIRANI. 1988. Patterns of geographic distribution of some plant

species from the Espinhaço Range, Minas Gerais and Bahia, Brazil. In: P.E.

VAZZOLINI & W.R. HEYER (eds.) Proceedings of a workshop on neotropical

distributions patterns. Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, pp. 39-68.

GIULIETTI, A.M.; N.L. MENEZES; J.R. PIRANI; M. MEGURO & M.G.L.

WANDERLEY. 1987. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: caracterização e lista de

espécies. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 9: 1-151.

GIULIETTI, A.M.; L.P. QUEIROZ & R.M. HARLEY. 1996. Vegetação e Flora da

Chapada Diamantina, Bahia. In: REUNIÃO ESPECIAL DA SBPC, n. 4, 1996, Feira

de Santana. Anais... Feira de Santana, pp. 144-156.

GUEDES, M.L.S. & M.D. ORGE (eds.) 1998. Checklist das Espécies Vasculares do

Morro do Pai Inácio (Palmeiras) e Serra da Chapadinha (Lençóis), Chapada

Diamantina, Bahia, Brasil. UFBA, Salvador, 68 p.

HAMMER, O. & D.A.T. HARPER. 2002. PAST - Paleontological Statistics, Versão 0.79.

Versão eletrônica (http://folk.uio.no/ohammer/past, acesso em 12/12/2003).

HARLEY, R.M. 1988. Evolution and distribution of Eriope (Labiatae) and its relatives in

Brazil. In: P.E. VAZZOLINI & W.R. HEYER (eds.) Proceedings of a workshop on

neotropical distributions patterns. Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro,

pp. 71-120.

HARLEY, R.M. 1995. Introdução. In: B.L. STANNARD (ed.) Flora of the Pico das

Almas: Chapada Diamantina, Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, London, pp. 43-

76.

110

HARLEY, R.M. & N.A. SIMMONS. 1986. Florula of Mucugê: Chapada Diamantina -

Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, London, 228 p.

HOLMGREN, P.K.; N.H. HOLMGREN & L.C. BARNETT (eds.) 1990. Index

Herbariorum Part I: The Herbaria of the World (Regnum Veg. 120). New York

Botanical Garden, New York, 693 p.

PABST, G.F.J. & F. DUNGS. 1975. Orchidaceae Brasilienses. vol. 1. Kurt Schmersow,

Hildesheim, 408 p.

PIRANI, J.R.; R. MELLO-SILVA & A.M. GIULIETTI. 2003. Flora de Grão-Mogol,

Minas Gerais, Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 21(1): 1-24.

PRIDGEON A.M. & M.W. CHASE. 2001. A phylogenetic reclassification of

Pleurothallidinae (Orchidaceae). Lindleyana 16(4): 235-271.

PRIDGEON, A.M.; R. SOLANO & M.W. CHASE. 2001. Phylogenetic relationships of

Pleurothallidinae (Orchidaceae): combined evidence from nuclear and plastid DNA

sequences. Amer. J. Bot. 88: 2286-2308.

RAPINI, A.; R. MELLO-SILVA & M.L. KAWASAKI. 2002. Richness and endemism in

Asclepiadoideae (Apocynaceae) from the Espinhaço Range of Minas Gerais, Brazil –

a conservationist view. Biodiversity and Conservation 11: 1733-1746.

SIMON, M.F. & C. PROENÇA. 2000. Phytogeographic patterns of Mimosa

(Mimosoideae, Leguminosae) in the Cerrado biome of Brazil: an indicator genus of

high-altitude centers of endemism? Biol. Conservation 96: 279-296.

SNEATH, P.H.A. & R.R. SOKAL. 1973. Numerical Taxonomy. W. H. Freeman, San

Francisco.

SOUZA, E.R. 2003. Aspectos Taxonômicos e Biogeográficos do Gênero Calliandra Benth.

(Leguminosae – Mimosoideae) na Capada Diamantina, Bahia, Brasil. Dissertação

(Mestrado em Botânica) - Programa de Pós-graduação em Botânica, Universidade

Estadual de Feira de Santana. 187 p.

SPRUNGER, S.; P. CRIBB & A.L.V. TOSCANO DE BRITO (eds.) 1996. Iconographie

des Orchidées du Brèsil. vol. 1. Reinhardt, Basle. 540 p. il.

STANNARD, B.L. (ed.) 1995. Flora of the Pico das Almas: Chapada Diamantina, Bahia,

Brazil. Royal Botanic Gardens, London, 853 p.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. 1995. Orchidaceae. In: B.L. STANNARD (ed.) Flora of

the Pico das Almas: Chapada Diamantina, Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens,

London, pp.725-767.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. 1998. Orchidaceae. In: M.L.S. GUEDES & M.D. ORGE

111

(eds.) Checklist das Espécies Vasculares do Morro do Pai Inácio (Palmeiras) e Serra

da Chapadinha (Lençóis), Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. UFBA, Salvador, pp.

33, 53-54.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. & L.P. QUEIROZ. 2003. Orchidaceae. In: D.C. ZAPPI;

E. LUCAS; B.L. STANNARD; E.N. LUGHADHA; J.R. PIRANI; L.P. QUEIROZ;

S. ATKINS; D.J.N. HIND; A.M. GIULIETTI; R.M. HARLEY & A.M.

CARVALHO. Lista das plantas vasculares de Catolés, Chapada Diamantina, Bahia,

Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 21(2): 396-397.

VAN DEN BERG, C.; W.E. HIGGINS; R.L. DRESSLER; W.M. WHITTEN; M.A. SOTO

ARENAS; A. CULHAM & M.W. CHASE. 2000. A phylogenetic analysis of

Laeliinae (Orchidaceae) based on sequence data from internal transcribed spacers

(ITS) of nuclear ribosomal DNA. Lindleyana 15(2): 96:114

VAN DEN BERG, C. & M.W. CHASE. 2000. Nomenclatural notes on Laeliinae - I.

Lindleyana 15(2): 115-119.

ZAPPI, D.C; E. LUCAS; B.L STANNARD; E.N. LUGHADHA; J.R. PIRANI; L.P.

QUEIROZ; S. ATKINS; D.J.N. HIND; A.M. GIULIETTI; R.M. HARLEY & A.M.

CARVALHO. 2003. Lista das plantas vasculares de Catolés, Chapada Diamantina,

Bahia, Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 21(2): 345-398.

112

CAPÍTULO 3 - A NEW COMBINATION IN THE GENUS ANATHALLIS

(ORCHIDACEAE), AND A NEW RECORD FOR BAHIA STATE, BRAZIL.

Artigo submetido para publicação no Kew Bulletin em outubro de 2003

113

RESUMO

A subtribo Pleurothallidinae sofreu uma série de mudanças nomenclaturais, baseadas em

análise filogenética molecular, dentre elas o restabelecido do gênero Anathallis Barb.Rodr.

Durante a realização do levantamento da família Orchidaceae no Parque Municipal de

Mucugê (Capítulo 1) percebeu-se a necessidade de uma nova combinação para

Pleurothallis microphyta (Barb.Rodr.) Cogn. O exame da descrição original e ilustração de

P. microphyta, juntamente com o material coletado em Mucugê, indicaram que esta

espécie pertence ao gênero Anathallis. Esta espécie foi descrita de espécime originário da

Serra do Mar, anteriormente foi citada para Argentina e no Brasil para os estados do Rio de

Janeiro e Rio Grande do Sul, sendo aqui registrada pela primeira vez para o estado da

Bahia. No Parque Municipal de Mucugê A. microphyta é encontrada somente em áreas

sombreadas e úmidas das matas de grotão, crescendo sobre rochas cobertas por musgos. O

holótipo de A. microphyta encontra-se perdido, desta forma a ilustração original desta

espécie, preparada na natureza por Barbosa Rodrigues, constitui o único material original

disponível e por esse motivo foi aqui selecionada como lectótipo.

114

A new combination in the genus Anathallis (Orchidaceae), and a new record for Bahia

State, Brazil.

Cecília Oliveira de Azevedo1,2 & Cássio van den Berg1

Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Biologia, Km 03, BR 116. 44.031-

460, Feira de Santana, Bahia, Brasil.

2 Author for correspondence ([email protected])

Summary. The new combination Anathallis microphyta (Barb.Rodr.) C.O.Azevedo & Van

den Berg is proposed herein. This taxon is also lectotypified and recorded for the first time

in Bahia State, Brazil.

Many nomenclatural changes in the subtribe Pleurothallidinae were proposed by Pridgeon

& Chase (2001), based on molecular phylogenetic analyses (Pridgeon, Solano & Chase,

2001). Well-supported clades in these analyses warranted nomenclatural reassignments

within Pleurothallidinae, including the resurrection of Anathallis Barb.Rodr. In the course

of preparing an orchid flora of the “Parque Municipal de Mucugê”, Mucugê, Bahia, Brazil,

we realized the need of a new combination for A. microphyta. Careful examination of the

original description and illustration of Pleurothallis microphyta (Barb.Rodr.) Cogn.

together with additional herbarium material deposited at HUEFS, collected in Mucugê,

Bahia indicates this species is a member of the genus Anathallis, and it is duly transferred

here. A. microphyta was first collected in the Serra do Mar range (Barbosa Rodrigues,

1882), and it was afterwards recorded for Argentina and Brazil, in the latter only for the

states of Rio de Janeiro and Rio Grande do Sul. In the Parque Municipal de Mucugê this

species grow on rocks covered with mosses in shady positions within grooves where a thin

scrub forest has developed. In the original publication, no type specimen was designated,

and after verifying at the Herbarium of the Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Rio de

Janeiro Botanical Gardens) that Barbosa Rodrigues’ original specimen is lost, we chose to

lectotypify the basionym upon the plate mentioned by the author in the original description

(plate 557), recently reproduced in Sprunger et al. (1996).

115

Anathallis microphyta (Barb.Rodr.) C.O.Azevedo & Van den Berg, comb. nov.

Basionym: Lepanthes microphyta Barb.Rodr., Gen. spec. Orchid. 2:67, 1882. Type: Brazil,

Serra do Mar, près de la gare du chemin de fer nomée Rodeio. Barbosa Rodrigues s.n.

(now lost). Lectotype, here chosen; Barbosa Rodrigues’ original drawing (plate 557)

in the library of the Jardim Botânico do Rio de Janeiro [reproduction printed in

“Iconographie des Orchidées du Brésil”, Sprunger, S.; Cribb, P. & Toscano de Brito,

A.L.V. (1996). 6: t.298B]

Pleurothallis microphyta (Barb.Rodr.) Cogn., Fl. bras. 3(4): 484, 1895.

REFERENCES

Barbosa Rodrigues, J. 1882. Genera et species Orchidearum novarum II. Rio de Janeiro:

C. & H. Fleiuss. Sebastianópolis. 294 p.

Pridgeon A. M. & Chase, M. W. (2001). A phylogenetic reclassification of

Pleurothallidinae (Orchidaceae). Lindleyana 16(4): 235-271.

Pridgeon, A. M., Solano, R. & Chase, M. W. (2001). Phylogenetic relationships of

Pleurothallidinae (Orchidaceae): combined evidence from nuclear and plastid DNA

sequences. Amer. J. Bot. 88: 2286-2308.

Sprunger, S., Cribb, P. J. & Toscano de Brito, A. L. V. (1996). Iconographie des Orchidées

du Brèsil. vol. 1. Reinhardt, Basle. 540 p. il.

116

CONCLUSÃO GERAL

Foram encontradas no Parque Municipal de Mucugê 35 espécies de orquídeas,

distribuídas em 22 gêneros. Os gêneros de maior riqueza de espécie foram Bulbophyllum,

Epidendrum, Octomeria e Prescottia, enquanto a maioria dos gêneros apresenta apenas

uma espécie. Das espécies coletadas no Parque, 11 são novos registros para o município de

Mucugê, três para a região da Chapada Diamantina e outras sete para o estado da Bahia. O

Parque possui espécies como Encyclia alboxanthina, Sophronitis bahiensis e Thelyschista

ghillanyi endêmicas da porção baiana da Cadeia do Espinhaço. Acianthera hamosa,

Anathallis microphyta, Cattleya elongata, Maxillaria cerifera, Octomeria stellaris e

Prescottia montana, foram lectotipificadas. Uma nova combinação para Pleurothallis

microphyta foi proposta: Anathallis microphyta.

A Serra do Cipó apresentou a maior riqueza de espécies, seguida de Catolés, Pico

das Almas, Parque Municipal de Mucugê, Grão-Mogol, Serra da Chapadinha, e Morro do

Pai Inácio. A análise de agrupamento revelou a existência de três grupos. O Grupo 1

corresponde a Serra do Cipó; o Grupo 2 a Grão-Mogol, representando à porção mineira da

Cadeia do Espinhaço, estes dois diferem bastante do outro grupo e entre si. O Grupo 3

reuniu todas as áreas da Chapada Diamantina, apresentndo-se dividido em dois subgrupos,

que segue um padrão geográfico. Um corresponde ao setor norte da Serra do Sincorá,

incluindo a Serra da Chapadinha, o Parque Municipal de Mucugê e o Pai Inácio, e o outro

corresponde à porção sudoeste da Chapada Diamantina, incluindo o Pico das Almas e

Catolés.

Os baixos valores de similaridade podem expressar a grande diversidade florística

dos campos rupestres, que apresentam muitas espécies exclusivas de uma única área. Por

outro lado, esse grande número de espécies restritas pode estar relacionado a problemas de

amostragem, sendo que muitas áreas ainda foram pouco coletadas. Além de questões

metodológicas, onde muitos inventários vêm sendo realizados a partir de excussões

concentradas apenas em alguns meses do ano, não acompanhando o ciclo reprodutivo de

muitas espécies que apresentam floração curta, outro fator que interfere é a ausência de

especialistas no campo.

117

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADAMS, B.R. 1993. A taxonomic revision of the genus Scaphyglottis Peoppig & Endl.

(Orchidaceae-Epidendroideae). Degree of Doctor of Fhilosophy. Department of

Plant Biology, Graduate School, Southern Illinois University at Carbondale. 418 p.

ATWOOD, J. 1986. The size of the Orchidaceae and the systematic distribution of

epiphytic orchids. Selbyana 9: 171-186

BARBOSA RODRIGUES, J. 1877. Genera et species Orchidearum novarum I. C. & H.

Fleiuss. Sebastianópolis, Rio de Janeiro. 191 p.

BARBOSA RODRIGUES, J. 1882. Genera et species Orchidearum novarum II. C. & H.

Fleiuss. Sebastianópolis, Rio de Janeiro. 295 p.

BARROS, F. 1987. Orchidaceae. In: A.M. GIULIETTI; N.L. MENEZES; J.R. PIRANI;

M. MEGURO & M.G.L. WANDERLEY. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais:

caracterização e lista de espécies. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 9: 1-151.

BARROS, F. 1994. Novas combinações, novas ocorrências e notas sobre espécies pouco

conhecidas, para as orquídeas do Brasil. Acta Bot. Brasil. 8(1): 12.

BARROS, F. 2002. Notas Nomenclaturais em Pleurothallidinae (Orchidaceae),

principalmente brasileiras. Bradea 8(43): 293-297

BARROS, F. & F. PINHEIRO (no prelo). Flora de Grão-Mogol, Minas Gerais:

Orchidaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo.

BATISTA, J.A.N. & L.B. BIANCHETTI. 2002. A review of Habenaria (Orchidaceae) in

Pabst and Dungs’ Orchidaceae Brasilienses. Lindleyana 17(2): 75-84.

BENNETT Jr., D.E. & E.A. CHRISTENSON. 1993. Icones Orchidacearum Peruviarum.

Privately published by A. Pastorelli de Bennett, Lima. 600 p.

BORBA, E.L.; J.M. FELIX; J. SEMIR & V.N. SOLFERINI. 2000. Pleurothallis

fabiobarrosii, a new Brazilian species: morphological and genetic data with notes on

the taxonomy of Brazilian rupicolous Pleurothallis. Lindleyana 15(1): 2-9.

BORBA, E. L. & J. SEMIR. 2001. Pollinator specificity and convergence in fly-pollinated

Pleurothallis (Orchidaceae) species: a multiple population approach. Ann. Bot. 88: 75-

88.

BORBA, E.L.; J. SEMIR & F. BARROS. 1998. Bulbophyllum involutum Borba, Semir &

F.Barros (Orchidaceae), a New Species from the Brasilian “Campos Rupestres”.

Novon 8(3): 225-229.

BORBA, E.L. & J. SEMIR. 1998. Bulbophyllum ×cipoense (Orchidaceae), a new natural

118

hybrid from the Brazilian "campos rupestres": description and biology. Lindleyana 13:

113-120.

BORBA, E.L; G.J. SHEPHERD; C. VAN DEN BERG & J. SEMIR. 2002. Floral and

Vegetative Morphometrics of Five Pleurothallis (Orchidaceae) Species: Correlation

with Taxonomy, Phylogeny, Genetic Variability and Pollination Systems. Ann. Bot.

90: 1-12.

BRAEM, G.J. 1984. Die Bifoliaten Cattleyen Brasiliens. Hildesheim, Brucke-Verlag Kurt

Schmersow, Germany. 94 p.

BRIDSON, G.D.R. & E.R. SMITH (eds.) 1991. Botanico-Periodicum-

Huntianum/Supplementum. Hunt Institute for Botanical Documentation. Carnegie

Mellon University, Pittsburgh. 1068 p.

BRUMMIT, R.K & C.E. POWELL (eds.) 1992. Authors of Plant Names. Royal Botanic

Gardens, London. 732 p.

CAMERON, K.M.; M.W. CHASE; W.M. WHITTEN; P.J. KORES; D.C. JARRELL; V.A.

ALBERT; T. YUKAWA; H.G. HILLS & D.H. GOLDMAN. 1999. A phylogenetic

analysis of the Orchidaceae: evidence from rbcL nucleotide sequences. Amer. J. Bot.

86(2): 208-224.

CAMERON, K.M. & M.W. CHASE. 2000. Nuclear 18S rDNA sequences of Orchidaceae

confirm the subfamilial status and circumscription of Vanilloideae. In: K.L. WILSON

& D.A. MORRISON (eds.) Monocots Systematics and Envolution. CSIRO,

Melbourne, pp. 457-464.

CASTRO, V.P. & M.A. CAMPACCI. 2000. Icones Orchidacearum Brasiliensis I. Edição

do autor, São Paulo.

COGNIAUX, A. 1893-1896. Orchidaceae. In: C.F.P. MARTIUS & A.G. EICHLER (eds.)

Flora Brasiliensis. vol. 3(4). Frid. Fleischer, Lipsiae, 1-672.

COGNIAUX, A. 1898-1902. Orchidaceae. In: C.F.P. MARTIUS & A.G. EICHLER (eds.)

Flora Brasiliensis. vol. 3(5). Frid. Fleischer, Lipsiae, 1-663.

COGNIAUX, A. 1904-1906. Orchidaceae. In: C.F.P. MARTIUS & A.G. EICHLER (eds.)

Flora Brasiliensis. vol. 3(6). Frid. Fleischer, Lipsiae, 1-604.

CONCEIÇÃO, A.A. & A.M. GIULIETTI. 2002. Composição florística e aspectos

estruturais de campo rupestre em dois platôs do Morro do Pai Inácio, Chapada

Diamantina, Bahia, Brasil. Hoehnea 29(1): 37-48, 3 tab., 3 fig.

CRIBB, P. & A.L.V. TOSCANO DE BRITO. 1996. Histórico. In: S. SPRUNGER; P.

CRIBB & A.L.V. TOSCANO DE BRITO (eds.) Iconographie des Orchidées du

119

Brèsil. vol. 1. Reinhardt, Basle, pp. 42-47.

DRESSLER, L.R. 1993. Phylogeny and classification of the orchid Family. Dioscorides

Press, Portland, 314 p.

DRESSLER, R.L. & WHITTEN, W.M. (no prelo). Phylogenetic relationships of

Scaphyglottis and related genera (Laeliinae: Orchidaceae) based on ITS sequence data.

Brittonia.

DUNSTERVILLE, G.C.K. & L.A. GARAY. 1961a. Venezuelan Orchids Illustrated. vol.

1. Andre Deutsch Limited, London, pp. 232, 366.

DUNSTERVILLE, G.C.K. & L.A. GARAY. 1961b. Venezuelan Orchids Illustrated. vol.

2. Andre Deutsch Limited, London, pp. 52, 148.

DUNSTERVILLE, G.C.K. & L.A. GARAY. 1961c. Venezuelan Orchids Illustrated. vol.

3. Andre Deutsch Limited, London, pp. 100.

DUNSTERVILLE, G.C.K. & L.A. GARAY. 1961d. Venezuelan Orchids Illustrated. vol.

4. Andre Deutsch Limited, London. pp.234.

FOWLIE, J.A. 1990. A New Encyclia Species From Serra da Sincorá National Park,

Bahia, Brazil; Encyclia alboxanthina Fowl., sp. nov. Orchid Digest 54(1): 27.

GIULIETTI, A.M. 1996. Novas espécies no gênero Syngonanthus Ruhl. (Eriocaulaceae)

para o Brasil. Bol. Bot. Univ. S. Paulo 15: 63-71.

GIULIETTI, A.M & J.R. PIRANI. 1988. Patterns of geographic distribution of some plant

species from the Espinhaço Range, Minas Gerais and Bahia, Brazil. In: P.E.

VAZZOLINI & W.R. HEYER (eds.) Proceedings of a workshop on neotropical

distributions patterns. Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, pp. 39-68.

GIULIETTI, A.M.; N.L. MENEZES; J.R. PIRANI; M. MEGURO & M.G.L.

WANDERLEY. 1987. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: caracterização e lista de

espécies. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 9: 1-151.

GIULIETTI, A.M.; L.P. QUEIROZ & R.M. HARLEY. 1996. Vegetação e Flora da

Chapada Diamantina, Bahia. In: REUNIÃO ESPECIAL DA SBPC, n. 4, 1996, Feira

de Santana. Anais... Feira de Santana, pp. 144-156.

GUEDES, M.L.S. & M.D. ORGE (eds.) 1998. Checklist das Espécies Vasculares do

Morro do Pai Inácio (Palmeiras) e Serra da Chapadinha (Lençóis), Chapada

Diamantina, Bahia, Brasil. UFBA, Salvador, 68 p.

HAMMER, O. & D.A.T. HARPER. 2002. PAST - Paleontological Statistics, Versão 0.79.

Versão eletrônica (http://folk.uio.no/ohammer/past, acesso em 12/12/2003).

HARLEY, R.M. 1988. Evolution and distribution of Eriope (Labiatae) and its relatives in

120

Brazil. In: P.E. VAZZOLINI & W.R. HEYER (eds.) Proceedings of a workshop on

neotropical distributions patterns. Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro,

pp. 71-120.

HARLEY, R.M. 1995. Introdução. In: B.L. STANNARD (ed.) Flora of the Pico das

Almas: Chapada Diamantina, Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, London, pp. 43-

76.

HARLEY, R.M. & S.J. MAYO. 1980. Towards a Checklist of the Flora of Bahia. Royal

Botanic Gardens, London, 245 p.

HARLEY, R.M. & N.A. SIMMONS. 1986. Florula of Mucugê: Chapada Diamantina -

Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, London, 228 p.

HOEHNE, F.C. 1939. Orchidaceae. Arq. Bot. Estado São Paulo n.s. 1: 41, tab. 46.

HOEHNE, F.C. 1940. Orchidaceae. In: F.C. HOEHNE (ed.) Flora Brasilica. vol. 12(1).

Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo, São Paulo, pp. 1-254.

HOEHNE, F.C. 1942. Orchidaceae. In: F.C. HOEHNE (ed.) Flora Brasilica. vol. 12(6).

Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo, São Paulo, pp. 1-128.

HOEHNE, F.C. 1945. Orchidaceae. In: F.C. HOEHNE (ed.) Flora Brasilica. vol. 12(2).

Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo, São Paulo, pp 1-389.

HOEHNE, F.C. 1953. Orchidaceae. In: F.C. HOEHNE (ed.) Flora Brasilica. vol. 12(7).

Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo, São Paulo, pp. 1-397.

HOLMGREN, P.K.; N.H. HOLMGREN & L.C. BARNETT (eds.) 1990. Index

Herbariorum Part I: The Herbaria of the World (Regnum Veg. 120). New York

Botanical Garden, New York. 693 p.

IPAC - BA. 1980. Inventário de Proteção do Acervo Cultural: Monumentos e Sítios da

Serra Geral e Chapada Diamantina. vol. 4. Secretaria da Indústria e Comércio,

Salvador.

LINDLEY, J. 1830. Pleurothallis prolífera. Bot. Reg. 15: t. 1298.

LINDLEY, J. 1831. Genera and Species of Orchidaceous Plants, Part I. Ridgways,

London. pp. 65.

LINDLEY, J. 1836a. Pleurothallis Gróbyi.Bot. Reg. 21 (n.s. 8) sub t. 1797.

LINDLEY, J. 1836b. Prescóttia colórans. Bot. Reg. 22 sub t. 1916.

LINDLEY, J. 1852. Folia Orchidacea. 2. London.

MORAES, W. 1991. Jagunços e Heróis. 4.ed. Empresa Gráfica da Bahia/IPAC, Salvador,

217 p.

MORI, S.A; L.A. SILVA; G. LISBOA & L. CORADIN. 1989. Manual de Manejo do

121

Herbário Fanerogâmico. 2.ed. CEPLAC, Ilhéus - Bahia. 104 p.

PABST, G.F.J. 1955. Um Epidendrum novo da Bahia. Orquídea (Rio de Janeiro) 17(6):

204.

PABST, G.F.J. 1956. Additamenta ad Orchideologiam Brasiliensem - III. Orquídea (Rio

de Janeiro) 18(5): 184-185, t. 1, fig. A.

PABST, G.F.J. 1966. Additamenta ad Orchideologiam Brasiliensem - IX. Orquídea (Rio

de Janeiro) 28(3): 165.

PABST, G.F.J. 1971. Additamenta ad Orchideologiam Brasiliensem -XI. Bradea 1(8): 54-

55, fig. C.

PABST, G.F.J. 1975. Additamenta ad Orchideologiam Brasiliensem - XX. Bradea 2(10):

56, t. 1, fig. H.

PABST, G.F.J. 1977. Additamenta ad Orchideologiam Brasiliensem - XXIV. Bradea

2(24): 166-167, t. 1, fig. C.

PABST, G.F.J. & F. DUNGS. 1975. Orchidaceae Brasilienses. vol. 1. Kurt Schmersow,

Hildesheim, 408 p.

PABST, G.F.J. & F. DUNGS. 1977. Orchidaceae Brasilienses. vol. 2. Kurt Schmersow,

Hildesheim, 418 p.

PINTO, G.O.; H.P. BAUTISTA & J.C. LIMA. 1990. A Chapada Diamantina, sua

Fitofisionomia e Peculiaridades Florísticas. Anais do XXXV Congresso Nacional de

Botânica, Manaus, 1984, Brasilia, 1990, pp. 256-295.

PIRANI, J.R.; R. MELLO-SILVA & A.M. GIULIETTI. 2003. Flora de Grão-Mogol,

Minas Gerais, Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 21(1): 1-24.

PRIDGEON A.M. & M.W. CHASE. 2001. A phylogenetic reclassification of

Pleurothallidinae (Orchidaceae). Lindleyana 16(4): 235-271.

PRIDGEON, A.M.; R. SOLANO & M.W. CHASE. 2001. Phylogenetic relationships of

Pleurothallidinae (Orchidaceae): combined evidence from nuclear and plastid DNA

sequences. Amer. J. Bot. 88: 2286-2308.

RAPINI, A.; R. MELLO-SILVA & M.L. KAWASAKI. 2002. Richness and endemism in

Asclepiadoideae (Apocynaceae) from the Espinhaço Range of Minas Gerais, Brazil - a

conservationist view. Biodiversity and Conservation 11: 1733-1746.

REICHENBACH, H.G. 1854. Die Wagener’schen Orchideen. Bonplandia 2, 21-22.

REICHENBACH, H.G. 1854. Die Wagener’schen Orchideen. Bonplandia 2, 16.

RIESEBERG, L.H. 1995. The role of hybridization in evolution: old wine in new skins.

Amer. J. Bot. 82(7): 944-953.

122

ROLFE, R.A. 1894. Cattleya elongata. Orchid Review 2, 206 p.

SCHLECHTER, R. 1920. Cyrtopodium paranaense. Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 16:

333.

SCHLECHTER, R. 1921. Laelia bahiensis. Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 17: 272.

SCHLECHTER, R. 1922. Octomeria alexandrii. Mem. Inst. Butantan, Secc. Bot. 1. 4:53,

pl. 12.

SILVA, D.G. 1999. O gênero Oncidium Sw. (Orchidaceae) na Chapada Diamantina,

Bahia, Brasil. Monografia (Especialização em Botânica) - Departamento de Biologia,

Universidade Estadual de Feira de Santana. 41 p.

SILVA, D.G. 2002. O gênero Cleistes Rich. ex Lindl. (Orchidaceae: Vanilloideae:

Pogoniinae) na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Dissertação (Mestrado em

Botânica) - Programa de Pós-graduação em Botânica, Universidade Estadual de Feira

de Santana. 69 p.

SIMON, M.F. & C. PROENÇA. 2000. Phytogeographic patterns of Mimosa

(Mimosoideae, Leguminosae) in the Cerrado biome of Brazil: an indicator genus of

high-altitude centers of endemism? Biol. Conservation 96: 279-296.

SMIDT, E.C. 2003. A subtribo Spiranthinae Lindl. (Orchidaceae - Orchidoideae) na

Capada Diamantina, Bahia, Brasil. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Programa

de Pós-graduação em Botânica, Universidade Estadual de Feira de Santana. 113 p.

SNEATH, P.H.A. & R.R. SOKAL. 1973. Numerical Taxonomy. W. H. Freeman, San

Francisco.

SOUZA, E.R. 2003. Aspectos Taxonômicos e Biogeográficos do Gênero Calliandra Benth.

(Leguminosae – Mimosoideae) na Capada Diamantina, Bahia, Brasil. Dissertação

(Mestrado em Botânica) - Programa de Pós-graduação em Botânica, Universidade

Estadual de Feira de Santana. 187 p.

SPRUNGER, S. 1991. Catalogue. In: S. SPRUNGER; P. CRIBB & W.T. STEARN (eds.)

Orchids from the Botanical Register 1815-1847. The illustrations. Birkhauser, Verlag.

SPRUNGER, S.; P. CRIBB & A.L.V. TOSCANO DE BRITO (eds.) 1996. Iconographie

des Orchidées du Brèsil. vol. 1. Reinhardt, Basle. 540 p. il.

SPRUNGER, S.; P. CRIBB & A.L.V. TOSCANO DE BRITO (eds.) 1996. Iconographie

des Orchidées du Brèsil. vol. 2. Reinhardt, Basle. 182 p.

STAFLEU, F.A & R.S. COWAN. 1976-1978. Taxonomic Literature. vol. 1-7. Bohn

Schetel & Hoekma, Utrech.

STANNARD, B.L. (ed.) 1995. Flora of the Pico das Almas: Chapada Diamantina, Bahia,

123

Brazil. Royal Botanic Gardens, London. 853 p.

STRADMANN, M.T.S. 1998. Plano de Manejo do Parque Municipal de Mucugê.

Prefeitura Municipal de Mucugê. Projeto Sempre Viva/Convênio MMA/PNMA/PED

96 CV 00027/96. Mucugê. 164 p. il. Mapas.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. 1995. Orchidaceae. In: B. L. STANNARD (ed.) Flora of

the Pico das Almas: Chapada Diamantina, Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens,

London, pp. 725-767.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. 1998. Orchidaceae. In: M.L.S. GUEDES & M.D. ORGE

(eds.) Checklist das Espécies Vasculares do Morro do Pai Inácio (Palmeiras) e Serra

da Chapadinha (Lençóis), Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. UFBA, Salvador, pp.

33, 53-54.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. 1992. Notes on Brazilian Orchidaceae I. Kew Bull. 47 (4):

774.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. & L.P. QUEIROZ. 2003. Orchidaceae. In: D.C. ZAPPI;

E. LUCAS; B.L. STANNARD; E.N. LUGHADHA; J.R. PIRANI; L.P. QUEIROZ;

S. ATKINS; D.J.N. HIND; A.M. GIULIETTI; R.M. HARLEY & A.M.

CARVALHO. Lista das plantas vasculares de Catolés, Chapada Diamantina, Bahia,

Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 21(2): 396-397.

TOSCANO DE BRITO, A.L.V. & S. ROBINS. 1992. Laelia bahiensis. Kew Mag. 9 (3):

116-120.

VAN DEN BERG, C.; W.E. HIGGINS; R.L. DRESSLER; W.M. WHITTEN; M.A. SOTO

ARENAS; A. CULHAM & M.W. CHASE. 2000. A phylogenetic analysis of

Laeliinae (Orchidaceae) based on sequence data from internal transcribed spacers

(ITS) of nuclear ribosomal DNA. Lindleyana 15(2): 96:114

VAN DEN BERG, C. & M.W. CHASE. 2000. Nomenclatural notes on Laeliinae - I.

Lindleyana 15(2): 115-119

WITHNER, C.L. 1988. The Cattleyas and their relatives. The Cattleyas. vol. 1. Timber

Press, Portland. 147 p.

WITHNER, C.L. 1998. The Cattleyas and their relatives. Brassavola, Encyclia and other

genera of México and Central America. vol. 5. Timber Press, Portland. 198 p.

ZAPPI, D.C; E. LUCAS; B.L. STANNARD; E.N. LUGHADHA; J.R. PIRANI; L.P.

QUEIROZ; S. ATKINS; D.J.N. HIND; A.M. GIULIETTI; R.M. HARLEY & A.M.

CARVALHO. 2003. Lista das plantas vasculares de Catolés, Chapada Diamantina,

Bahia, Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo. 21(2): 345-398.

124

Apêndice I - Índice dos espécimes examinados: coletor, seguido pelo número de coleta e

pela numeração do táxon.

C.E.Calderon et al. 2422 (06.1).

C.Azevedo 88 (04.4), 142 (02.2), 143 (14.3), 144 (12.1), 145 (14.1), 156 (10.1), 157 (08.2),

158 (10.3), 159 (09.1), 161 (21.1), 172 (11.1), 173 (05.1), 188 (04.4), 189 (16.1).

C.Azevedo & E.Oliveira 182 (04.1).

C.Azevedo et al. 169 (22.1), 178 (07.1).

C.Azevedo & E.Ribeiro 154 (21.1), 155 (08.2).

C.Azevedo & J.Oliveira 135 (15.1), 136 (20.1), 137 (14.1), 138 (10.2), 139 (01.2), 146

(02.2), 148 (17.3), 149 (04.3), 153 (13.1), 163 (18.1), 171 (20.1), 174 (22.1), 176 (10.4),

177 (04.1), 180 (20.1), 181 (16.1), 192 (17.2).

C.Azevedo & O.Oliveira 140 (04.4), 141 (12.1), 147 (08.1).

C.Azevedo & R.Oliveira 150 (01.1), 151 (14.2), 152 (02.1), 160 (19.1), 164 (17.1), 165

(03.1), 166 (18.1), 167 (04.2).

C.Azevedo & T.C.Faustino 179 (06.1).

E.L.Borba 2127 (04.2).

E.C.Smidt 274 (15.1), 289 (10.3).

E.R.Souza et al. 88 (09.1).

G.C.P.Pinto s.n. (ALCB 471) (11.1), (ALCB 477, HRB 31060)(09.1), (ALCB 633, HRB

31062) (21.1), (ALCB 9076) (15.1).

Ghillány s.n. (HB 63141) (07.1).

H.P.Bautista 1418 (21.1).

J.D.C.Arouck Ferreira et al. 363 (08.1).

J.G.Jardim et al. 2550 (01.2).

L.A.Matos Silva et al. 2788 (06.1).

L.P.Queiroz 1844 (08.2), 1850 (08.1), 5619 (11.1), 5681 (22.1).

L.P.Queiroz et al. 5585 (09.1).

L.R.Noblick & A.Pinto 2883 (09.1), 2884 (21.1), 2900 (10.3).

M.C.Ferreira 1199 (10.1).

M.L.Guedes et. al 1428 (08.1), 5109 (10.2).

M.M.Arbo et al. 7571 (01.2), 7574 (22.1), 7575 (11.1).

PCD 4745 (10.2), 5708 (10.3).

R.M.Harley et al. 15905 (11.1), 15941 (07.1), 15962 (09.1), 15965 (22.1), 15993 (22.1),

125

18690 (06.1), 18712 (01.2), 18765 (07.1), 18767 (09.1), 18773 (11.1), 20984 (07.1), 20986

(07.1), 21024 (06.1).

R.P.Oliveira et al. 37 (10.3).

R.P. Orlandi et al. 792 (10.3).

S.A.Mori & F.P.Benton 13172 (22.1).

W.N.Fonseca & A.P.Araújo 451 (06.1).

UMS 67 (22.1), 070 (09.1), 114 (11.1), 123 (06.1), 124 (01.2), 159 (10.2), 187 (22.1), 210

(06.1), 262 (10.3), 284 (09.1), 342 (08.1), 343 (02.2), 344 (16.1), 345 (01.2), 346 (10.2),

347 (10.3), 348 (09.1).

126

Apêndice II - Distribuição das espécies de Orchidaceae nas áreas comparadas, utilizada

para análise de similaridade.

Parque Municipal de Mucugê - PMM, Pico das Almas - PA, Chapadinha - CH, Pai Inácio -

PI, Catolés - CA, Grão-Mogol - GM e Serra do Cipó - CI.

Espécies PMM PA CH PI CA GM CI Acianthera adamantinensis x Acianthera fabiobarrosii x Acianthera hamosa x x x x x Acianthera ochreata subsp. ochreata

x x x x x x

Acianthera prolifera (aff.) x Acianthera rupestris x Acianthera saudersiana x x Amblostoma armeniacum x Anathallis imbricata (aff.) x Anathallis microphyta x Anathallis montipelladensis x x Anathallis rubens x x x x Anathallis sclerophylla x Barbosella crassifolia x Bifrenaria aureofulva x x Bifrenaria magnicalcarata x x x Bletia catenulata x Brachystele ulaei x Brassavola tuberculata x x Bulbophyllum cribbianum x x Bulbophyllum filifolium x Bulbophyllum involutum x x x Bulbophyllum ipanemensis x x Bulbophyllum mentosum x Bulbophyllum micropetaliforme x Bulbophyllum napelli x Bulbophyllum plumosum x Bulbophyllum warmingianum x Bulbophyllum weddellii x x x Campylocentrum aciculatum x Campylocentrum linearifolium x x Campylocentrum micranthum x Capanemia gehrtii x Cattleya elongata x x x x x Cattleya tenuis x Cattleya walkeriana x Centroglossa macroceras x Cleistes aphylla x Cleistes bella x Cleistes castanoides x Cleistes exilis x x x x Cleistes gracilis x Cleistes itatiaiae x Cleistes paranaensis x x Cleistes paranaensis var. bradeana x Cleistes pluriflora x x Constantia cipoensis x Constantia microscopica x Cyclopogon congestus x Cyclopogon elegans (aff.) x

127

Cyrtopodium blanchetii x Cyrtopodium edmundoi x x x x x x Cyrtopodium eugenii x x Cyrtopodium pallidum x x Cyrtopodium parviflorum x x x x Cyrtopodium polyphyllum x x Cyrtopodium punctatum x Cyrtopodium vernum x Dichaea sp. x Encyclia alboxanthina x x x Encyclia duveenii x Encyclia oncidioides x Encyclia patens x Epidendrum campestre x Epidendrum chlorinum x Epidendrum cristatum x x Epidendrum dendrobioides x x x Epidendrum martianum x Epidendrum ochrochlorum x x Epidendrum orchidiflorum x x x Epidendrum paranaense x Epidendrum saxatile x x x Epidendrum secundum x x x x x x x Epidendrum setiferum x x Epidendrum warasii x x x x x Epistephium lucidum x x x x x x Epistephium lucidum (cf.) x Epistephium sclerophyllum x Galeandra montana x x Galeandra stylomisantha x Grobya amherstiae x Habenaria ayangannensis (aff.) x Habenaria bractescens x Habenaria caldensis x x x Habenaria cultellifolia x Habenaria elegantula x Habenaria fluminensis x Habenaria graciliscapa x x x Habenaria guilleminii x Habenaria hamata x x Habenaria humilis x Habenaria inconspicua x Habenaria johannensis x x Habenaria lasioglossa x Habenaria lanata x Habenaria leucosantha x Habenaria meeana x x Habenaria mello-barretoi x Habenaria mystacina x Habenaria nasuta x Habenaria nuda x Habenaria petalodes x Habenaria pratensis x Habenaria pseudohamata x x Habenaria repens var. gracilis x Habenaria rostrata x Habenaria subviridis x Habenaria trichoceras (cf.) x Habenaria warmingii x Koellensteinia tricolor x

128

Liparis nervosa x Liparis vexillifera x Malaxis cipoensis x Malaxis sertulifera x Masdevallia infracta x Maxillaria barbosae x Maxillaria cerifera x x Maxillaria gracilis x Maxillaria madida x Maxillaria cochroleuca x Mesadenus glaziovii x Mesadenus rhombiglossus x Octomeria alexandrii x x x Octomeria flabellifera x Octomeria hatschbachii (cf.) x Octomeria lithophila (aff.) x Octomeria stellaris x Oncidium barbaceniae x Oncidium batemanianum x Oncidium blanchetii x x x x x Oncidium crispum x Oncidium flexuosum x Oncidium gravesianum x Oncidium hydrophylum x x Oncidium praetextum (cf.) x Oncidium spilopterum x Oncidium varicosum x Oncidium warmingii x x Paradisanthus micranthus x Pelexia cuculligera x Pelexia minarum x Pelexia orobanchoides x Pelexia orthosepala x Pelexia parva x x Platythelys paranaensis x Polystachya concreta x x Polystachya micrantha x Prescottia leptostachya x x x x Prescottia montana x x x Prescottia oligantha x Prescottia phleoides x Prescottia stachyodes x x Promenaea xanthina (aff.) x Prosthechea caetensis x Prosthechea calamaria x Prosthechea glumacea x Prosthechea moojenii x Prosthechea suzanensis x Prosthechea vespa x Pseudolaelia cipoensis x Rodriguesia obtusifolia x Rodriguesia obtusifolia (cf.) x Rodrigueziella gomezoides x Sacoila lanceolata x x Sacoila sincorensis x Sarcoglottis curvisepala x x Sarcoglottis homologastra x Sarcoglottis neuroptera x Sarcoglottis schwackei x x Scaphyglottis modesta x

129

Scuticaria hadwenii (cf.) x Skeptrostachys congestiflora x x x x Sobralia liliastrum x Sobralia sessils x x Sophronitella violacea x Sophronitis bahiensis x x x Sophronitis caulescens x Sophronitis ghillanyi x Sophronitis mirandae x x Sophronitis pumila x Stelis aprica x Stelis parvula x Sternorrynchos arechavaletanii x Thelyschista ghillanyi x x Vanilla chamissonis (cf.) x Veyretia rupicola x x Veyretia simplex x Veyretia sincorensis x x Zygopetalum mackayi x x x Zygopetalum sellowii x x Zygopetalum triste x

130

Apêndice III - Espécimes examinados referentes ao material utilizado para a análise de

similaridade depositadas nos herbários ALCB, CEPEC, HRB e HUEFS

Acianthera hamosa - Lençóis, Morro da Chapadinha, 23.nov.1994, PCD 1265 (ALCB, CEPEC,

HRB, HUEFS). Palmeiras, Pai Inácio, 30.dez.1994, PCD 1523 (ALCB); Pai Inácio, 26.out.1994,

PCD 1026 (ALCB, CEPEC, HRB)

Acianthera ochreata - Lençóis, Serra da Chapadinha, 30.jun.1995, PCD 2045 (ALCB, CEPEC);

Serra da Chapadinha, 24.nov.1994, PCD 1377 (ALCB, CEPEC, HRB); Serra da Chapadinha,

05.jul.1994, PCD 43 (ALCB, CEPEC, HUEFS). Mucugê, about 3 km N of Mucugê on the road to

Andaraí, 15.fev.1977, R.M.Harley et al. 18712 (CEPEC, NY). Palmeiras, Pai Inácio, 24.abr.1995,

PCD 1750 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS). Rio de Contas, c. 25 km WNW of the town of Rio de

Contas, 22.jan.1974, R.M.Harley et al. 15414 (CEPEC, NY); near Junco, by track to Pico das

Almas, c. 15 km WNW of the town of Rio de Contas, 24.jan.1974, R.M.Harley et al. 15636

(CEPEC, NY); vale acima da Faz. Silvina, 22.dez.1988, R.M.Harley et al. 27349 (CEPEC).

Anathallis montipelladensis - Água Quente, trilho do povoado da Sta. Rosa, 23 km ao O da cidade,

01.dez.1988, R.M.Harley et al. 27050 (CEPEC, K); entre Paramirim das Crioulas e a face NNW do

Pico, 16.dez.1988, R.M.Harley et al. 27522 (CEPEC, K, NY). Rio de Contas, campo do Queiroz,

25.dez.1988, R.M.Harley et al. 27369 (CEPEC, K); 26.nov.1988, R.M.Harley et al. 26293

(CEPEC, K); campo do Queiroz, 11.nov.1988, R.M.Harley et al. 26372 (CEPEC, K)

Anathallis rubens - Palmeiras, Pai Inácio, 24.abr.1995, PCD 1775 (CEPEC). Rio de Contas, vale

ao sudeste do Campo do Queiroz, 09.dez.1988, R.M.Harley et al. 27088 (CEPEC); Pico do Campo

do Queiroz, 16.nov.1988, R.M.Harley et al. 26168 (CEPEC, NY); Pico das Almas, 24.nov.1988,

R.M.Harley et al. 26267 (CEPEC).

Anathallis sclerophylla - Palmeiras, Pai Inácio, 24.abr.1995, PCD 1775 (ALCB, HRB, HUEFS).

Barbosella crassifolia - Rio de Contas, Trilho Faz. Silvina - Campo do Queiroz, 12.dez.1988,

R.M.Harley et al. 27219 (CEPEC).

Bifrenaria magnicalcarata - Rio de Contas, Campo do Queiroz, 12.nov.1988, R.M.Harley et al.

26104 (CEPEC).

Cattleya elongata - Bahia: 10 km S. of Andaraí, on the road to Mucugê, 16.fev.1977, R.M.Harley

et al. 18767 (ALCB, CEPEC, HUEFS); Serra do Sincorá, 6,5 km SW of Mucugê on the Cascavel

road, 27.mar.1980, R.M.Harley et al. 21024 (CEPEC); South of Andaraí, along road to Mucugê

near small town of Xique-Xique, 14.fev.1977, R.M.Harley et al. 18690 (CEPEC). Lençóis, Serra da

Chapadinha, 21.fev.1995, PCD 1661 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS). Mucugê, by rio Cumbuca c.

3 km S of Mucugê, near site of small dam on road to Cascavel, 04.fev.1974, R.M.Harley et al

15962 (CEPEC). Palmeiras, Pai Inácio, 24.abr.1995, PCD 1741 (CEPEC).

Cleistes sp1 - Palmeiras, Pai Inácio, 27.jun.1995, PCD 1927 (HUEFS).

131

Cleistes castanoides - Andaraí, 10 km S of Andaraí on the road to Mucugê, 16.fev.1977,

R.M.Harley et al. 18765A (CEPEC). Rio de Contas, near Junco, c. 15 km W.N.W of the town of

Rio de Contas, 22.jan.1974, R.M.Harley et al. 15613 (CEPEC, K)

Cleistes exilis - Serra do Sincorá, c. 15 km N.W. of Mucugê, on the road to Guiné and Palmeiras,

26.mar.1980, R.M.Harley et al. 20986 (CEPEC, K); Serra do Sincorá, c. 15 km N.W. of Mucugê,

on the road to Guiné and Palmeiras, 26.mar.1980, R.M.Harley et al. 20984 (CEPEC, K); Serra do

Sincorá, 10 km S of Andaraí on the road to Mucugê, 16.fev.1977, R.M.Harley et al. 18765

(CEPEC, HB, HRB, K, NY); Lençóis, Serra da Chapadinha, 05.jul.1994, PCD 37 (ALCB, CEPEC,

HRB, HUEFS).

Cleistes pluriflora - Mucugê: Serra do Sincorá, 2-3 km approximately S.W. of Mucugê on the road

to Cascavel, 17.fev.1977, R.M.Harley et al. 18813 (CEPEC, K). Rio de Contas, c. 25 km W.N.W.

of the Vila do Rio de Contas, 17.fev.1977, R.M.Harley et al. 19513 (CEPEC, K, HB).

Cyrtopodium blanchetii - Rio de Contas, entre Junco - Faz. Brumadinho, 9-14 km ao NO da cidade,

11.nov.1988, R.M.Harley et al. 27121 (CEPEC , K).

Cyrtopodium edmundoi - Lençóis, Chapadinha, 27.out.1994, PCD 1070 (ALCB); Chapadinha,

27.set.1994, PCD 933 (ALCB, HRB, HUEFS); Morro da Chapadinha, 22.nov.1994, PCD 1253

(ALCB, CEPEC). Palmeiras, Pai Inácio, 21.nov.1994, PCD 1136 (ALCB, CEPEC). Rio de Contas.

4 km ao N de Rio de Contas, 21.jul.1979, S.A.Mori et al. 12397(CEPEC).

Cyrtopodium parviflorum - Rio de Contas, trilho Faz. Silvina – Queiroz, 13.nov.1988, R.M.Harley

et al. 26139 (CEPEC, K).

Encyclia alboxanthina - Andaraí: 10 km S. of Andaraí, 16.fev.1977, R.M.Harley et al. 18767

(ALCB, CEPEC, HUEFS). Lençóis, Morro da Chapadinha, 29.dez.1994, PCD 1489 (ALCB,

CEPEC); Morro da Chapadinha, 24.nov.1994, PCD 1333 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS); Serra

da Chapadinha, 21.fev.1995, PCD 1663 (ALCB, CEPEC).

Epidendrum orchidiflorum - Lençóis, Morro da Chapadinha, 29.nov.1994, PCD 1474 (ALCB,

HRB, HUEFS); Morro da Chapadinha, 27.out.1994, PCD 1133 (ALCB, HRB). Palmeiras, Pai

Inácio, 21.nov.1994, PCD 1205 (ALCB, HRB, HUEFS).

Epidendrum secundum - Lençóis, Morro da Chapadinha, 23.nov.1994, PCD 1282 (ALCB); Serra

da Chapadinha, 25.set.1994, PCD 750 (ALCB, HRB, HUEFS). Palmeiras, Pai Inácio, 29.ago.1994,

PCD 449 (ALCB); Pai Inácio, 25.out.1994, PCD 1009 (ALCB); Pai Inácio, 21.nov.1994, PCD

1164 (ALCB); Pai Inácio, 21.nov.1994, PCD 1200 (ALCB, HRB, HUEFS).

Epistephium lucidum - 10 km S of Andaraí on the road to Mucugê, 16.fev.1977, R.M.Harley et al.

18773 (CEPEC, NY); by rio Cumbuca c. 3 km S of Mucugê, 04.fev.1974, R.M.Harley et al. 15905

(CEPEC, NY). Lençóis, Morro da Chapadinha, 22.nov.1994, PCD 1209 (CEPEC, HRB); Morro da

Chapadinha, 23.nov.1994, PCD 1266 (CEPEC). Palmeiras, Pai Inácio, 27.dez.1994, PCD 1407

(ALCB, CEPEC). Rio de Contas, Trilho Faz. Silvina - Queiroz, 31.out.1988, R.M.Harley et al.

132

25805 (CEPEC); near Junco, c. 20 km WNW of the town of Rio de Contas, 22.jan.1974,

R.M.Harley et al. 15396 (CEPEC, NY).

Habenaria bractescens - Rio de Contas, between 2,5 and 5 km S of the vila of Rio de Contas on

side road to W of the road to Livramento, 28.mar.1977, R.M.Harley et al. 20099 (CEPEC, NY).

Habenaria graciliscapa - Rio de Contas, c. 25 km WNW of the vila of Rio de Contas, 17.fev.1977,

R.M.Harley et al. 19532 (CEPEC); Junco 9-11 km ao NO da cidade, 06.nov.1988, R.M.Harley et

al. 25928 (CEPEC, K).

Habenaria hamata - Palmeiras, Pai Inácio, 30.ago.1994, PCD 601 (ALCB, CEPEC, HRB).

Habenaria humilis - Serra do Sincorá, c. 15 km NW of Mucugê on road to Guiné e Palmeiras,

26.mar.1980, R.M.Harley et al. 21013 (CEPEC).

Habenaria johannensis - 2-3 km SW of Mucugê on road to Cascavel, 17.fev.1977, R.M.Harley et

al. 18787 (CEPEC); 9 km SW of Mucugê on road to Cascavel, 06.fev.1974, R.M.Harley et al.

16086 (CEPEC). Rio de Contas, c. 25 km WNW of the vila of Rio de Contas, 17.fev.1977,

R.M.Harley et al. 19597 (CEPEC).

Habenaria lasioglossa - Rio de Contas, c. 25 km WNW of the vila of Rio de Contas, 20.mar.1977,

R.M.Harley et al. 19760 (CEPEC).

Habenaria meeana - Água Quente, a 17 km a NW de Rio de Contas, 25.mar.1980, S.Mori &

F.Benton 13593 (CEPEC). Rio de Contas, ca. 25 km NW of the Vila de Rio de Contas,

17.fev.1977, R.M.Harley et al.19531 (HRB).

Habenaria mystacina - Serra do Sincorá, c. 15 km NW of Mucugê on road to Guiné e Palmeiras,

26.mar.1980, R.M.Harley et al. 20985 (CEPEC).

Habenaria nasuta - Rio de Contas, c. 25 km WNW of the vila of Rio de Contas, 17.fev.1977,

R.M.Harley et al. 19506A (CEPEC).

Habenaria pratensis - Rio de Contas, 18 km WNW along road from vila of Rio de Contas to the

Pico das Almas, 21.mar.1977, R.M.Harley et al. 19793 (CEPEC).

Habenaria repens - 9 km SW of mucugê, on road from Cascavel, 07.fev.1974, R.M.Harley et al.

16115 (CEPEC).

Habenaria subviridis - Água Quente, a 17 km ao NW de Rio de Contas, 24.mar.1980, S.Mori &

F.Benton 13580 (CEPEC). Rio de Contas, c. 25 km WNW of the vila of Rio de Contas,

18.mar.1977, R.M.Harley et al. 19626 (CEPEC).

Habenaria cf. trichoceras - Rio de Contas, c. 25 km WNW of the vila of Rio de Contas,

17.fev.1977, R.M.Harley et al. 19506B (CEPEC).

Habenaria trichoceras - Rio de Contas, c. 25 km WNW of the vila of Rio de Contas, 20.mar.1977,

R.M.Harley et al. 19760A (CEPEC).

Habenaria warmingii - Rio de Contas, c. 25 km WNW of the vila of Rio de Contas, 17.fev.1977,

R.M.Harley et al. 19506C (CEPEC).

Maxillaria notyliglossa - Lençóis, Morro da Chapadinha, 23.nov.1994, PCD 1290 (ALCB).

133

Octomeria alexandrii - Lençóis, Morro da Chapadinha, 22.nov.1994, PCD 1240 (ALCB, CEPEC).

Palmeiras, Pai Inácio, 24.abr.1995, PCD 1757 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS)

Octomeria cf. decumbens - Serra do Sincorá 6,5 km SW of Mucugê on the Cascavel road,

27.mar.1980, R.M.Harley et al. 21023 (CEPEC).

Oncidium blanchetii - Lençóis, Morro da Chapadinha, Chapadinha, 22.nov.1994, PCD 1241

(ALCB).

Oncidium warmingii - c. 25 km WNW of the town of Rio de Contas, 23.jan.1974, R.M.Harley

15444 (CEPEC).

Paradisanthus micranthus - Lençóis, Chapadinha, 26.abr.1995, PCD 1824 (ALCB, CEPEC); Serra

da Chapadinha, 21.fev.1995, PCD 1652 (ALCB, CEPEC, HRB).

Pelexia orthosepala - Rio de Contas, Pico das Almas, 10.nov.1988, R.M.Harley 26332 (CEPEC,

K).

Polystachya concreta - Lençóis, Serra da Chapadinha, 21.fev.1995, PCD 1669 (ALCB).

Prescottia leptostachya - Rio de Contas, Pico das Almas, 25.dez.1988, R.M.Harley et al. 27370

(CEPEC).

Sacoila lanceolata - Lençóis, Serra da Chapadinha, 31.ago.1994, PCD 710 (ALCB).

Sarcoglottis curvisepala - Lençóis, Morro da Chapadinha, 23.nov.1994, PCD 1259 (ALCB,

CEPEC, HRB, HUEFS). Palmeiras, Pai Inácio, 21.nov.1994, PCD 1184 (ALCB).

Skeptrostachys congestiflora - Lençóis, Serra da Chapadinha, 23.fev.1995, PCD 1726 (ALCB,

CEPEC, HRB, HUEFS). Rio de Contas, Pico das Almas, 31.out.1988, R.M.Harley et al. 25811

(CEPEC, K); Pico das Almas, 09.nov.1988, R.M.Harley et al. 25997 (CEPEC, K, HUEFS); Pico

das Almas, 26.nov.1988, R.M.Harley et al. 26295 (CEPEC, K).

Sobralia liastrum - Lençóis, Chapadinha, 27.set.1994, PCD 922 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS);

Morro da Chapadinha, 24.nov.1994, PCD 1328 (ALCB, CEPEC, HRB, HUEFS)

Sobralia sesilis - Lençóis, Serra da Chapadinha, 23.fev.1995, PCD 1706 (ALCB, CEPEC, HRB,

HUEFS); Morro da Chapadinha, 29.dez.1994, PCD 1478 (CEPEC).

Sophronitis bahiensis - Rio de Contas, 10-13 km ao norte da cidade na estrada para o povoado de

Mato Grosso, 27.out.1988, R.M.Harley et al. 25698 (CEPEC, K); Pico das Almas, 23.out.1988,

R.M.Harley et al. 25308 (CEPEC); Pico das Almas, 30.out.1988, R.M.Harley et al. 25770

(CEPEC).

Stelis parvula - Rio de Contas, 26.nov.1988, R.M.Harley 26294 (CEPEC, HUEFS).

Thelyschista ghillanyi - Mucugê, by Rio Cumbuca, about 3 km N of Mucugê on the Andaraí road,

05.fev.1974, R.M.Harley et al. 15993 (CEPEC, K); by Rio Cumbuca, c. 3 km S of Mucugê,

04.fev.1974, R.M.Harley et al. 15965 (CEPEC).

Veyretia simplex - Rio de Contas, Pico das Almas, 05.dez.1988, R.M.Harley et al. 26591 (CEPEC).

Veyretia sincorensis - Lençóis, Morro da Chapadinha, 22.nov.1994, PCD 1210 (ALCB, CEPEC,

HRB); Morro da Chapadinha, 21.fev.1995, PCD 1664 (ALCB).

134

Zygopetalum mackayi - Rio de Contas, c. 25 km WNW of the vila of Rio de Contas,

19.mar.1977, R.M.Harley et al. 19705 (CEPEC).

Apêndice IV - Espécimes examinados que sofreram alterações.

Nome original Alteração Fonte Anathallis rubens PCD 1775 (Toscano de Brito, 1998) Anathallis sclerophylla C. Azevedo Bulbophyllum ipanemensis R.M.Harley et al. 19498 (Toscano de Brito,1995)

Bulbophyllum involutum Toscano de Brito

Bulbophyllum ipanemensis CFCR 1477 (Harley & Simmons, 1986)

Bulbophyllum involutum Borba et al (1998)

Cleistes paranaensis var. bradeana R.M.Harley et al. 15613 (Toscano de Brito,1995)

Cleistes castanoides Silva, 2002

Cleistes aphylla R.M.Harley et al. 20984 (Harley & Simmons, 1986)

Cleistes exilis Silva, 2002

Cleistes ionoglossa R.M.Harley et al. 18813 (Harley & Simmons, 1986)

Cleistes pluriflora Silva, 2002

Encyclia advena R.M.Harley et al. 15962, 18767 (Harley & Simmons, 1986)

Encyclia alboxanthina. C. van den Berg

Epistephium mardeni PCD 1209 (Toscano de Brito, 1998) Epistephium lucidum C. van den Berg Epistephium mardeni PCD 1266 (Toscano de Brito, 1998) Epistephium lucidum C.N. Fraga Epistephium mardeni PCD 1407 (Toscano de Brito, 1998) Epistephium lucidum C. van den Berg Epistephium praestans R.M.Harley et al. 18773 (Harley & Simmons, 1986)

Epistephium lucidum C. van den Berg

Habenaria entomantha S.Mori & F.Benton 13580, R.M.Harley et al. 19626 (Toscano de Brito,1995)

Habenaria subviridis J.Batista

Habenaria pentadactyla R.M.Harley et al. 16115 (Harley & Simmons, 1986)

Habenaria repens J.Batista

Odontorrhynchus ghillanyi, R.M.Harley 15965, 15993 (Harley & Simmons, 1986)

Thelyschista ghillanyi Smidt, 2002

Oncidium ramosum R.M.Harley et al. 24441 (Toscano de Brito,1995)

Oncidium blanchetii Toscano de Brito

Sarcoglottis simplex R.M.Harley 26591 (Toscano de Brito,1995)

Veyretia simplex Smidt, 2002

Sarcoglottis sincorensis PCD 1210, PCD 1664 (Toscano de Brito, 1998)

Veyretia sincorensis Smidt, 2002

Sarcoglottis fasciculata PCD 1259 (Toscano de Brito, 1998)

Sarcoglottis curvisepala Smidt, 2002

Sarcoglottis sp. PCD 1184 (Toscano de Brito, 1998) Sarcoglottis curvisepala Smidt, 2002 Sobralia sp 1 PCD 1706 (Toscano de Brito, 1998) Sobralia sesilis C. van den Berg

Sobralia sp 2 PCD 1478 (Toscano de Brito, 1998) Sobralia sesilis C. van den Berg

135

RESUMO

Este trabalho apresenta um inventário da família Orchidaceae no Parque Municipal de

Mucugê e uma análise comparativa desta família em áreas da Cadeia do Espinhaço,

situadas nos estados de Minas Gerais e Bahia. O levantamento foi realizado através de

coletas aleatórias nessa área, a partir de excursões mensais durante o período de um ano.

Foram encontradas 35 espécies distribuídas em 22 gêneros, das quais 11 são citadas pela

primeira vez para o Município de Mucugê; três para a região da Chapada Diamantina e

sete para o estado da Bahia. Os gêneros que apresentaram maior número de espécies

foram: Bulbophyllum, Epidendrum, Octomeria e Prescottia. Lectótipos foram selecionados

para Acianthera hamosa, Anathallis microphyta, Cattleya elongata, Maxillaria cerifera,

Octomeria stellaris e Prescottia montana. Descrições e ilustrações são apresentadas para

todas as espécies, além de chaves para identificação dos gêneros e espécies. Uma nova

combinação para Pleurothallis microphyta (Barb.Rodr.) Cogn. foi proposta: Anathallis

microphyta. A comparação florística levou em consideração sete áreas da Cadeia do

Espinhaço, sendo duas em Minas Gerais e cinco na Bahia. Para comparar as floras de

Orchidaceae, foram utilizadas análises de similaridade e agrupamento, utilizando os

coeficientes de Jaccard e Dice. Todas as áreas estão representadas por um grande número

de espécies exclusivas, apresentando valores de similaridade relativamente baixos. Três

grupos foram formados, um representado pela Serra do Cipó, outro por Grão-Mogol, e o

terceiro por todas às áreas da porção baiana da Cadeia do Espinhaço, sendo que esta foi

dividida em dois subgrupos, um compreendendo o setor norte da Serra do Sincorá,

incluindo a Serra da Chapadinha, o Parque Municipal de Mucugê e o Pai Inácio, e outro a

porção sudoeste da Chapada Diamantina, abrangendo o Pico das Almas e Catolés. Os

grupos encontrados correspondem ao esperado em relação às subdivisões topogeográficas

da Cadeia do Espinhaço e dentro da Chapada Diamantina.

136

ABSTRACT

This study presents a survey of the Orchidaceae occurring in the Parque Municipal de

Mucugê, Mucugê, and a comparative analysis of this family in areas at the Espinhaço

Range at the states of Minas and Bahia. The survey consisted of random sampling within

the Parque montly during one year. We found 35 species of orchids in 22 genera, of which

11 species are for the first time reported for Mucugê; three species are new records for the

Chapada Diamantina and seven are new records for state Bahia State. The main genera in

number of species are Bulbophyllum, Epidendrum, Octomeria ande Prescottia. Lectotypes

for Acianthera hamosa, Anathallis microphyta, Cattleya elongata, Maxillaria cerifera,

Octomeria stellaris e Prescottia montana are chosen here. All taxa are described and each

genus is illustrated. Identification keys for species and genera are provided. A new

combination for Pleurothallis microphyta (Barb.Rodr.) Cogn. is proposed: Anathallis

microphyta. For the floristic comparison seven areas of the Espinhaço Range were

included, being two in Minas Gerais State and five in Bahia. In order to compare the orchid

floras, we used similarity and clustering analysis based on presence/absence data from

species composition, with the coefficients of Jaccard and Dice. All areas included

presented a large proportion of exclusive species, and overall similarity among areas was

low. Despite this, three main groups were indicated, equivalent respectively to Serra do

Cipó, Grão-Mogol and a cluster with all the areas of the Chapada Diamantina. The latter is

subdivided in two subgroups, the first is equivalent to the north of Serra do do Sincorá,

namely Serra da Chapadinha, the Parque Municipal de Mucugê and Pai Inácio, and the

second corresponds to southwest Chapada Diamantina, namely Pico das Almas and

Catolés. The groups found to the pattern that could be expected from the geography and

relief of the Espinhaço Range and within the Chapada Diamantina.

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

Sitientibus Série Ciências Biológicas publica trabalhos científicos originais dedicados aqualquer ramo da Biologia, além de resenhas bibliográficas, resumos de tese, comunicações,revisões, cartas ao editor, réplicas e tréplicas.

Os manuscritos devem ser enviados, no original e duas cópias (incluindo figuras), aoEditor da Série Ciências Biológicas: UEFS, Departamento de Ciências Biológicas, km 03 -BR 116, Campus, 44031-460, Feira de Santana, Bahia, Brasil.Manuscrito: Os trabalhos devem ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol, O aceite deoutro idioma ficará a critério da Comissão Editorial.

Os trabalhos devem ser datilografados em papel A4, espaço duplo e com margens largas(2,5 cm). Alterações de pequena monta poderão ser feitas pela Comissão Editorial. Correçõese acréscimos encaminhados pelos autores após o aceite do trabalho poderão ser recusados.

Uma cópia do manuscrito em disquete deve ser enviada apenas após o aceite do trabalho,digitado em Word para Windows, formato Rich Text (.rtf), e deve ser acompanhada de umacópia impressa.

Cada página deve ser numerada, sendo que a página de rosto deve conter: (1) título dotrabalho; (2) nome dos autores com respectiva afil iação; (3) endereço profissional,preferencialmente, incluindo: (3.1) instituição; (3.2) departamento ou unidade equivalente;(3.3) caixa postal ou logradouro; (3.4) código de endereçamento postal; (3.5) cidade; (3.6)estado ou equivalente; (3.7) país; (3.8) e-mail do autor ao qual devem ser enviadas ascorrespondências. A Segunda página deve conter Resumo (e o título do trabalho, entreparênteses), três palavras-chave, Abstract (e título em inglês, entre parênteses) e três keywords.

No texto serão escritos em itálico, os nomes dos grupos taxonômicos de gênero e deespécie, além de palavras estrangeiras. Não devem ser usados quaisquer outros sinais demarcação ou ênfase. Em trabalhos taxonômicos, a primeira citação de um táxon no texto, deveser feita com a apresentação do nome científico por extenso, paraa nomes regidos pelo ICBN,ou nome e data, para os regidos pelo ICZN.

As citações bibliográficas no texto deverão seguir as seguintes modelos: Quate (1965);(Quate, 1965); Quate (1965: 820); Erwin & Sott (1980); Guimarães et al. (1983). Os artigosdevem ser citados em ordem cronológica.

Agradecimentos e indicações de financiamentos devem ser relacionados antes do itemReferências Bibliográficas.Referências Bibliográficas: todas as mencionadas no texto devem ser arroladas no final dotrabalho. O nome dos autores deve ser digitado em Caixa Alta. A forma de citações dasreferências deve estar de acordo com os seguintes exemplos:a) Periódicos (abreviados de acordo com o World List of Scientific Periodicals ou como

indicado pelo próprio periódico):QUATE, L.W. 1965. A taxonomic study of Philipine Psychodidae. Pacif. Ins. 7(4): 815-

902.

ERWIN, T.L. & J.C. SCOTT. 1980. Seasonal and size patterns, trophic structure, andrichness of Coleoptera in the tropical arboreal ecosystem: the fauna of the treeLuchea seemannii Triana and Planch in the Canal Zone of Panama. Coleopt. Bull.34(3): 305-322.

MORI, S.A., B.M.BOOM & G.T. PRANCE. 1981. Distribution patterns and conservation ofeastern Brazilian coastal tree species. Brittonia 33 (2): 233-245.

b) Livros:HENNIG, W. 1981. Insect phylogeny. Chichester, John Wiley, 514p.POLHILL, R.M. & P.H. RAVEN (eds.) 1981. Advances em Legume Systematics. London,

Royal Botanic Gardens Kew, 1049 p.c) Capítulos de livro:

HULL, D.L. 1974. Darwinism and historiography. In: T.F. GLICK (ed.), The comparativereception of Darwinism, pp. 388-402. Austin, Univ. Texas.

d) Teses e Dissertações:SILVEIRA, L.T. 1991. Revisão taxonômica do gênero Periandra Mart. ex Benth. Univ.

Estandarte. Campinas, MSc diss.e) Publicações em eventos:FERNANDES, A. & P. BEZERRA. 1982. O gênero Moldenhawera (Leg. Caesalp.) no Brasil.Sociedade Botânica do Brasil , XXX II Congresso Nacional de Botânica, Anais. Teresina, pp.58-62.FORTUNATO, R.H. 1994. Revisión del género Collaea. Sociedad Latinoamericana deBotánica, VI Congreso Latinoamericano de Botánica, Resúmenes, Mar del Plata, p. 252.

I lustrações e tabelas: fotografias, desenhos, gráficos e mapas são denominados figuras,devem ser numerados com algarismos arábicos e chamados no texto em ordem crescente.Desenhos devem ser feitos a nanquim e fotografias devem ter nitidez e contraste. Nãomisturar fotografias e desenhos na mesma página.

As figuras devem ser montadas em cartolina branca marcada, no verso, com nome dosautores e título do trabalho, proporcionais às dimensões do espelho (19,0 cm de largura x 23,0cm de altura; coluna de 9,0 cm) e reservando um espaço para a legenda.

Tabelas devem ser numeradas em algarismos romanos e apresentadas em páginasseparadas.Legendas devem ser datilografadas em folha à parte.

Espécime-testemunha, quando apropriado, deve ser mencionado juntamente com a coleção ea instituição depositária.25 separatas serão fornecidas aos autores.

Modelo: um exemplar recente da revista deve ser usado como modelo para organização dotexto. Uma orientação para checagem está disponível na página da UEFS (www.uefs.br).

KEW BULLETIN - GUIDE FOR AUTHORS

Kew Bulletin (KB) is published by the Royal Botanic Gardens, Kew. Four parts appear each year,usually in March, June, August and November.

SCOPE

KB publishes papers in the fields of vascular plant taxonomy, nomenclature, phylogeny,systematics, plant geography, and floristics, and in morphology, palynology, cytotaxonomy,chemotaxonomy, anatomy and other relevant disciplines where the results have implications forvascular plant taxonomy. Purely biographical and bibliographic papers are not usually accepted.

In recent years about 50% of Kew Bulletin’s content has been authored or co-authored by Kewstaff, but this is not a rigid policy. Work based in a large part on Kew material, or dealing withregions or groups of major interest to Kew, is always welcome.

THE TYPESCRIPT

Two copies of all typescripts are required, on clean thick A4 paper (we will request the text ondiskette or as an e-mail attachment after the review stage). The work should be clearly typed,double spaced, with wide margins on each side. Number all pages. Do not justify text.

Initial submission may be by e-mail attachment but check first with the Editor([email protected]). At present (May 2001) Kew uses Word 97 and Pegasus Mail. Diagramsand figures can cause problems and should be discussed before submission.

Distinguish between hyphens, typed without spaces (as in brown-tomentose; 3-flowered), anden-rules, typed with spaces (as in leaves 24 – 30 � 10 – 15 cm; inflorescences 2 – 3-flowered). No full stops after common contractions (e.g., Mt, Mts), nor after points of the compass (N, S, NEetc.), not after abbreviations for units of measurement (e.g., mm, cm, km). Include, however,after other abbreviations (e.g., R., fl., fr.).

Months are listed as follows: Jan., Feb., March, April, May, June, July, Aug., Sept., Oct., Nov., Dec.Give the year in full - 1991 not /91.

Tables should be submitted separately, as should captions for illustrations.

ILLUSTRATIONS

The KB printed area is 197 � 130 mm. However, illustrations which are to be used elsewhere,such as in Kew Floras, should be drawn to the old KB print area (197 � 114 mm).

Line drawings and maps in Indian ink should be drawn on smooth white card or plastic film, onethird larger than they are to appear. No illustration or map should have its longest dimensiongreater than 270 mm long before reduction. Label figures, and indicate lettering and scale barsclearly on a good-quality photocopy. Lettering and scale bars will be added electronically afterthe original is scanned (Kew Bull. does not use "I" or "O" in lettering figures). Photographs ('Plates') for continuous tone reproduction should be of the highest quality. Theyshould show good tonal range and be absolutely sharp. They should be either at the final size or

slightly larger. Provide two copies of each. Good photocopies will suffice for the review process,but we will require transparencies, sharp prints or electronic 'pict' or 'tif' files for reproduction. Incomposite 'plates' the individual photographs will be butted together unless that would createconfusion, in which case a white space will be interposed. It is usually simpler and quicker forcomposite plates to be made up electronically at Kew, but a clear mock-up must be provided.

Line drawings and plates are numbered in one sequence as figures (Fig. 1 , etc.); maps arenumbered separately (Map 1, etc.). Scale lines may be given on the illustration (preferred for'plates') or final (reduced) magnifications given in the caption (preferred for line drawings).Full- or part-page illustrations are acceptable. Captions should be brought together on a separatesheet. All illustrations and parts of composite artwork should be referred to in the text.

Colour illustrations can only be included in very special cases; advance warning is required fortheir inclusion, and a charge may be made.

FORMAT & STRUCTURELayout

Please refer to a recent part of KB (Vol. 47 or later) for details of the typographic and layoutcharacteristics of KB. If in any doubt, do not mark anything. The recommended layout foraccounts of taxa is given below.

Authors of plant names are normally omitted from the title. If relevant, the title shouldinclude the relevant family and an indication of the geographical area.

The summary is important. Most readers will read nothing else. Some may feel they onlyneed to write for the other specialists in their field, but if you wish your paper to reach a wideraudience, make the summary interesting and comprehensive. It should indicate what theresearch set out to achieve, how it was carried out, and the degree to which the objectives havebeen reached. It should include any authors of plant names omitted from the title, and the namesof all new taxa described, and of new combinations unless the number is very large. Conclusionsshould be included, and mention made of the methods used.

Headings

A careful division of your work using headings will make it easier for the reader to follow.Plan a sensible and consistent hierarchy; the more important headings are centred (in large andsmall capitals), the less important ranged left and italicised.

For longer papers, a contents list at the beginning may be appropriate. Extensive taxonomicrevisions may be made more useful by adding an index to epithets at the end.

Keys

Keys may be bracketed (preferable) or indented, but couplets should always be numbered;please consult a recent issue of KB and follow the key layouts used therein.

Synonyms

Homotypic synonyms should be listed in chronological order after the accepted name,followed by heterotypic synonyms, also with their respective homotypic synonyms inchronological order. New synonyms should be clearly marked ‘synon. nov.’.

Types

As required by the ICBN, for newly-described taxa the herbarium in which the holotype isdeposited must be specified. Herbaria that are definitely known to hold isotypes should also belisted. The Editors consider it to be best practice for type material to be deposited in the country oforigin. Authors are reminded that in some countries, national legislation requires that theholotype be deposited in a local or national herbarium.

Citation of types, when known, is encouraged. Please indicate if lectotypes, neotypes orepitypes are being designated ('chosen here'), or have been chosen before by giving a reference:-'Papua, Boridi, Carr 12345 (lectotype K! (selected by Bloggs 1977); isolectotypes BRI, L!).' Explainwhy you need to select lectotypes, neotypes and epitypes, and also the reasons for selecting aparticular specimen.

Whenever possible, try to see and cite types when publishing new combinations.

Citation of specimens

It is not easy to make hard and fast rules for this, but the following guidelines may be useful.Remember that you are citing specimens to (inter alia) help communicate your concept of ataxon to the user, and help curation of material in other herbaria.

For new taxa, all material seen should normally be cited. In revisions, space and cost generally prohibit publication of all the label details, and of all

specimens seen. Cite specimens chosen to represent the geographical and morphologicalvariation of the taxon, preferring collections distributed to several herbaria. The complete list ofspecimens seen should preferably be deposited somewhere accessible (e.g. Kew Library), andcopies made available on request. However, revisions of whole genera or higher taxa are moreuseful to curators if accompanied by an abbreviated list of all specimens with determinations (see,e.g., KB 55(1): 38 – 40 or KB 54(4): 851 – 852).

Reproduce only those label data that add significantly to localizing the collection or to fieldknowledge. Label data are normally translated into English, but data for types can be left in theoriginal language. Remember that it may be unwise to give very precise localities for rare andhorticulturally interesting taxa.

It is useful to state the number of collections examined, and to cite at least one specimen fromeach country in the range of the taxon.

In cases of long-standing confusion, there may be a case for citing all specimens, butconsider reducing detail to a bare minimum.

Use an exclamation mark (!) to show that a specimen has been seen, or state in theintroduction "All cited specimens have been seen by the author".

Basic Sources

Herbarium codes should follow Holmgren, Holmgren & Barnett (1990) and the associatedweb site (www.nybg.org/bsci/ih).

Citations of authors of plant names should follow Brummitt & Powell (1992 – see alsowww.ipni.org). If in doubt, do not abbreviate. Joint author abbreviations are linked by '&'.

Book abbreviations should follow those in Stafleu & Cowan — Taxonomic Literature Ed. 2(1976 – 88), although KB capitalizes most words. If in doubt, do not abbreviate.

Journal abbreviations should follow Botanico-Periodicum-Huntianum (1976) and itsSupplementum (1991). The principles therein should allow the correct abbreviations to be madefor journals not included (mostly recent); if in doubt, do not abbreviate.

Spellings of place-names should follow the Times Atlas (2000 edition if possible). A usefullist of country names and subdivisions is available (Hollis & Brummitt 1992 – new edition inpreparation). Use normally accepted English usage — Ghana not Gold Coast, Zimbabwe notRhodesia — but Thailand not Muang Thai, Brazil not Brasil. Some country names can beambiguous and at present Kew Bulletin uses Congo (Brazzaville) and Congo (Kinshasa), as well asMyanmar (Burma). Several large islands have well-established English names which should beused; Madagascar (not Malagasy Republic), Sicily (not Sicilia), New Guinea (for the whole island– the eastern part is Papua New Guinea and the western part, West Papua). Old names of

localities — as used on old labels — may be given with the modern equivalent in square brackets- Stanleyville [Kisangani]; Salisbury [Harare].

Altitudes are cited in metres to the nearest 50 m. If the label gives the altitude in feet, thisshould be converted to metres (to the nearest 50 m). The original label altitude may be given insquare brackets.

The use of latitude and longitude (in this order) for obscure localities is encouraged.

Layout of accounts of taxa in revisions

In revisions, taxon accounts should be laid out as follows. Note the positions of indents, spaces, bold and ita

6. Sclerochiton boivinii (Baill.) C. B. Clarke in Fl. Trop. Afr. 5: 110 (1899); [list further works in which thehas been treated]. Type: Kenya, Mombasa, Boivin s.n. (holotype P; isotype K).

Pseudoblepharis boivinii Baill., Bull. Mens. Soc. Linn. Paris 2: 837 (1890); [further works inwhich this homotypic synonym has been used].

Pseudoblepharis heinsenii Lindau, Bot. Jahrb. Syst. 24: 320 (1897); [further works in which thisheterotypic synonym has been used]; synon. nov. Type: Tanzania, E Usambara Mts, Nderema,Heinsen 4 (holotype B†; isotypes BR, K).

Description in the order: general habit; underground parts; stem; leaves; inflorescences;flowers (calyx, corolla, androecium, gynoecium); fruits; seeds. [In long descriptions it is helpful ifmajor headings are in italics]. Fig. 4.

DISTRIBUTION. Kenya, Tanzania. Map 5.

[specimen listings either by country — if listing is complete — e.g.:

KENYA. Kilifi Distr., N of Giriama, Adu, Jan. 1937, Dale 3664 (FT, K); Kwale Distr., MweleMdogo Forest, 6 Feb. 1953, Drummond & Hemsley 1143 (BR, FT, K) & Shimba Hills, MakadaraForest, 17 Sept. 1982, Polhill & Robertson 4795 (C, K, P).

or as SELECTED COLLECTIONS. KENYA: Kilifi Distr., N of Giriama, Adu, Jan. 1937, Dale 3664 (FT, K);

Kwale Distr., Mwele Mdogo Forest, 6 Feb. 1953, Drummond & Hemsley 1143 (BR, FT, K) &Shimba Hills, Makadara Forest, 17 Sept. 1982, Polhill & Robertson 4795 (C, K, P). TANZANIA:Lushoto Distr., E Usambara Mts, Maramba, 18 Nov. 1936, Greenway 4748 (BR, FHO, K, S) & EUsambara Mts, Ndola, 17 Feb. 1954, Faulkner 1350 (BR, K, S) & W Usambara Mts, Dindira, 6Aug. 1957, Faulkner 2032 (BR, K). 62 collections studied.

HABITAT. Shrub layer in lowland and medium-altitude evergreen and semi-evergreen forest,riverine forest; 0 – 1400 ( – 1500) m. [Note that the use of vernacular terms for vegetation typesis discouraged].

VERNACULAR NAME(S). [Give name and language].

NOTE(S). Sclerochiton boivinii is an isolated species, so distinct that it deserves to be placed ina section of its own. It differs from all other species of Sclerochiton in its yellow or orange corolla,..... [discussion continues].

Literature

Literature references from the text of the paper are normally gathered together under a'References' section at the end of the paper. They are referred to in the text as Bloggs (1962),Bloggs (1962: 234), (Bloggs 1962), (Bloggs 1962: 234) or (Bloggs 1962; Another 1976)

depending on the context. Use 'et al.' for papers with more than two authors, but give all authorsin the 'References' section. Literature references which appear only in citations of names, in abbreviated form, should not berepeated in the reference list. Loc. cit. (same work, same volume, same page); tom. cit. (same work, same volume, differentpage — give page number); op.cit. ( same work; different volume; different page — give volumeand page numbers) can all be used within reason.See section 'Basic Sources' above for abbreviations of book and journal titles. Include publisherand place of publication for books.

The following examples show the layout used for various kinds of reference:

Dransfield, J. (1989). Voanioala (Arecoideae: Cocoeae: Butiinae), a new palm genus fromMadagascar. Kew Bull. 44: 191 – 198.

Uhl, N.W. & Dransfield, J. (1987). Genera Palmarum: a classification of palms based on the workof H. E. Moore Jr. The L. H. Bailey Hortorium and the International Palm Society, Lawrence,Kansas, USA.

Li, H. (1979). Arisaema. In: C. Y. Wu & H. Li (eds.), Flora Reipublicae Popularis Sinicae 13 (2):116 – 194 (in Chinese).

Gentry, A. H. (1986). Endemism in tropical versus temperate plant communities. In: M. E. Soulé(ed.), Conservation Biology - The science of scarcity and diversity, pp. 153 – 181. SinauerAssociates, Sunderland, Massachusetts, USA.

Prance, G.T. (1989). Chrysobalanaceae. Flora Neotrop. Monogr. 98.

Some notes: Separate page numbers by an en-rule (type 1 – 2 not 1-2) Do not include part numbers of volumes unless the parts are separately paginated. Plant species names should be italicised in references, whether or not they were in italics in theoriginal reference. Do not include the total numbers of pages in single works.

Kew Bulletin: Up to and including 1941 - cite as (for example):

Bull. Misc. Inform., Kew 1929: 16 – 28. (Note that this is not as in BPH).From Vol.1 (1946) - cite as (for example): Kew Bull. 44: 601 – 680.

Latin

While Latin remains the official language of description, KB prefers the spirit to the letter ofthe law. Meagre diagnoses are discouraged, especially if comparison is made with only onesupposed 'relative' which further work may show to be unrelated. Full diagnoses comparing withmore than one other taxon are preferred, with or without brief Latin descriptions. In large generathe diagnosis should mention the infra-generic group to which the new taxon belongs — if suchgroupings exist.

Full English descriptions are required. Full Latin descriptions are no longer encouraged. Note that types of new species are usually given in abbreviated form after the diagnoses, and

repeated in full amongst the cited specimens. Please use W.T. Stearn's 'Botanical Latin' as the standard.

ACKNOWLEDGEMENTS

Please keep these brief; it is not necessary to spell out full titles of any institute which has anaccepted Herbarium Code.

ADDRESS FOR SUBMISSION

Manuscripts should be submitted to the Editor, Kew Bulletin, Royal Botanic Gardens, Kew,Richmond, Surrey, TW9 3AB, U.K. e-mail: [email protected]

PROOFS

Proofs are generally sent to the first-named author. However, where one of the co-authors(but not the first author) is based at Kew then the proofs will be sent to the Kew-based authorunless an alternative arrangement is requested. Please send proofs back promptly, markedclearly, not in pencil. Ensure that your marking is comprehensible; practices vary widely indifferent countries. Particularly for overseas authors, we prefer if you can advise us of correctionsby e-mail or fax if possible. Nominate someone else to deal with proofs if you expect to be awayat the time of their arrival.

Proofs are designed for the correction of printers' errors. Please do not regard them as anopportunity to change your mind and rewrite your paper. Please advise us if you are in doubt asto the quality of illustration proofs.

OFFPRINTS

20 offprints are given to each author, joint or sole. Extra offprints (in batches of 25) can beordered when proofs are returned. A rough estimate of costs will be provided at this stage — ifnot, please ask. KB offprints are expensive, and can only be printed at the time of production ofthe journal number in which they appear.

REFERENCES

Bridson, G. D. R. (ed.) (1991). Botanico-Periodicum-Huntianum/Supplementum. Hunt Institutefor Botanical Documentation, Pittsburgh.

Brummitt, R. K. & Powell, E. (eds.) (1992). Authors of Plant Names. Royal Botanic Gardens, Kew.See also http://www.ipni.org.

Hollis, S. & Brummitt, R. K. (1992). World Geographical Scheme for Recording PlantDistributions. Hunt Institute for Botanical Documentation, Pittsburgh.

Holmgren, P. K., Holmgren, N. H & Barnett, L. C. (eds.) (1990). Index Herbariorum Part 1: TheHerbaria of the World, 8th Edn. Website: http://www.nybg.org/bsci/ih/ih.html

Holttum, R. E. & Lin, Y. X. (1990). A re-assessment of the fern genus Pseudotectaria. Kew Bull. 45:257 – 263.

Lawrence, G. H. M., Buchheim, A. F. G., Daniels, G. S. & Dolezal, H. (1968). Botanico-Periodicum-Huntianum. Hunt Botanical Library, Pittsburgh.

Stafleu, F. A. & Cowan., R. S. (1976 – 1988). Taxonomic Literature. (2nd edn.) Bohn, Scheltema &Holkema, Utrecht. Later Supplements are also available.

The Times Atlas of the World. (10th (Millennium) Edn.). (1999). Times Books, London.