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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ
FACULDADE CEARENSE
CURSO DE JORNALISMO
SILVIO CESAR CUNHA FERREIRA
A Fé Católica através do Fotojornalismo
Fortaleza
2012
Silvio Cesar Cunha Ferreira
A Fé Católica através do Fotojornalismo
Trabalho de Conclusão de Curso
submetido à aprovação. Coordenação do
curso de Jornalismo do Centro Superior
de Ensino do Ceará, como registro parcial
para obtenção do grau de Graduação.
Orientador: Professor Me. Sidney Cláudio
Gonçalves dos Santos
Fortaleza
2012
Bibliotecária Maria Albaniza de Oliveira CRB-3/867
F383f Ferreira, Sílvio César Cunha.
A fé católica através do fotojornalismo / Sílvio César Cunha
Ferreira. – 2012.
69 f. ; il.
Orientador: Prof. Ms. Sidney Cláudio Gonçalves dos Santos.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade
Cearense, Curso de Comunicação Social – habilitação em
Jornalismo, 2012.
1. Fotografia. 2. Fotojornalismo. 3. Catolicismo. I. Santos,
Sidney Cláudio Gonçalves dos. II. Título.
CDU 279.127:77.044
Aos meus pais maravilhosos
que me educaram com tanto amor e carinho. Amo vocês.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, autor da vida e fonte de minha existência.
Aos meus pais, que com todo zelo e dedicação, nunca desistiram de mim.
À minha esposa, Cinthia, que com sua dedicação aos estudos me inspiraram para
que pudesse chegar até aqui. Te amo.
À minha família que sempre torceu por mim e esteve presente na minha vida.
Ao meu orientador e amigo Prof. Ms. Sidney Cláudio que se dispôs e acreditou em
mim.
Aos professores Dra.Cinthia Mendonça Cavalcante e Me. Henrique Pereira Rocha
pela disponibilidade e gentileza em aceitarem o convite para comporem a banca
examinadora.
Aos meus amigos, de forma especial ao Evaldo, pelo privilégio de sua amizade.
À Comunidade Católica Shalom, na pessoa do Moderador Geral, Moysés Azevedo,
que com o seu sim a Deus atingiu tantas vidas, inclusive a minha.
Aos meus amigos do SGB que me deram força e me encorajaram para concluir este
trabalho.
A todos que de forma direta ou indireta colaboraram para a conclusão deste
trabalho.
“É preciso esquecer-se, esquecer a máquina... estar vivo e olhar. É o único meio de expressão do instante”.
(Henri Cartier-Bresson)
RESUMO
A fotografia é, sem nenhuma dúvida, uma das técnicas mais utilizadas no
mundo pelo ser humano. O mundo imagético ainda exerce um grande fascínio sobre
o homem. A fotografia é, certamente, um campo muito vasto e extenso para ser
explorado. A fé Católica é um dos assuntos que tem sido bastante explorado e
divulgado nos dias de hoje, através de fotografias. O objetivo deste estudo é mostrar
a fé dos fiéis católicos através de fotografias de Fotojornalismo, identificando como o
fotógrafo pode interferir no resultado final dessas imagens. Para isso, fez-se uma
breve demonstração e leitura de fotografias de minha autoria, produzidas a partir da
realidade e cenário de cada uma delas. Concluiu-se ser importante entender de que
forma o fotógrafo pode intervir no resultado final dessas imagens. Como ele pode
contribuir através do seu olhar e de sua experiência, levando-se em consideração
sua intencionalidade no ato da construção dessas imagens.
Palavras chave: Fé Católica, Fotojornalismo, Intencionalidade.
ABSTRACT
The photo is one of the most used techniques in the world by humans.
The imagery world still holds a great fascination about the man. The photograph is
certainly a vast field to be explored. The Catholic faith is one of the issues that has
been extensively explored and published today, through photographs. The objective
of this study is to show the faith of Catholics through Photojournalism, identifying how
the photographer can interfere the outcome of these images. For this, a brief
statement and reading was made of my own photographs, produced from reality and
catholic scenario. Was found to be important to understand how the photographer
can intervene in the outcome of these images. How can he contribute through his
eyes and experience, taking into consideration his intent in the act of constructing
these images.
Keywords: Catholic Faith, Photojournalism, Intentionality.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 Procissão de Entrada – Missa Festa dos Arcanjos .............................. 28
FIGURA 2 Prelude – Missa Eu Creio na Vida Eterna ............................................ 29
FIGURA 3 Rito Inicial – Missa Eu Creio na Vida Eterna ........................................ 29
FIGURA 4 Oração de Cura – Eu Creio na Vida Eterna ......................................... 30
FIGURA 5 Oração de Cura – Eu Creio na Vida Eterna ......................................... 30
FIGURA 6 Louvor – Festa dos Arcanjos ................................................................ 31
FIGURA 7 Louvor/Oração – Festa dos Arcanjos ................................................... 31
FIGURA 8 Preparação das Ofertas – Missa Halleluya .......................................... 32
FIGURA 9 Purificação das Ofertas – Missa Halleluya ........................................... 32
FIGURA 10 Elevação – Missa Eu Creio na Vida Eterna .......................................... 33
FIGURA 11 Comunhão – Missa Halleluya ............................................................... 33
FIGURA 12 Comunhão – Missa Eu Creio na Vida Eterna ....................................... 34
FIGURA 13 Momento de Intercessão – Eu Creio na Vida Eterna ........................... 34
FIGURA 14 Procissão com o Santíssimo – Festa dos Arcanjos .............................. 35
FIGURA 15 Procissão com o Santíssimo – Festa dos Arcanjos .............................. 35
FIGURA 16 Procissão com o Santíssimo – Eu Creio na Vida Eterna ...................... 36
FIGURA 17 Procissão com o Santíssimo – Eu Creio na Vida Eterna ...................... 36
FIGURA 18 Oração/Intercessão – Festa dos Arcanjos ........................................... 37
FIGURA 19 Procissão com o Santíssimo no Carro – Halleluya............................... 38
FIGURA 20 Show Kelly Patricia – Halleluya ............................................................ 38
FIGURA 21 Oração de Cura e Libertação – Festa dos Arcanjos............................. 39
FIGURA 22 Momento de Oração – Festa dos Arcanjos .......................................... 39
FIGURA 23 Momento de Oração – Eu Creio na Vida Eterna .................................. 40
FIGURA 24 Show Adriana Arydes – Halleluya ........................................................ 40
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES .............................................................................. 09
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 12
2 CONCEITUANDO FOTOGRAFIA ................................................................... 14
3 A RELAÇÃO ENTRE FOTOGRAFIA E PERCEPÇÃO VISUAL ...................... 17
4 CONCEITO SOBRE FOTOJORNALISMO ..................................................... 21
5 CATOLICISMO: UMA EXPERIÊNCIA ATRAVES DA RENOVAÇÃO
CARISMÁTICA ............................................................................................... 23
5.1 Catolicismo ........................................................................................... 23
5.2 Renovação Carismática Católica ......................................................... 24
5.3 Comunidade Católica Shalom .............................................................. 24
5.3.1 Festival Halleluya ................................................................................. 25
5.3.2 Festa dos Arcanjos ............................................................................... 26
5.3.3 Eu Creio na Vida Eterna ....................................................................... 26
6 AS FOTOGRAFIAS ........................................................................................ 28
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 41
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 43
APÊNDICES ................................................................................................... 45
APÊNDICE A .................................................................................................. 46
APÊNDICE B .................................................................................................. 47
APÊNDICE C .................................................................................................. 48
APÊNDICE D .................................................................................................. 49
APÊNDICE E .................................................................................................. 50
APÊNDICE F .................................................................................................. 51
APÊNDICE G .................................................................................................. 52
APÊNDICE H .................................................................................................. 53
APÊNDICE I.................................................................................................... 54
APÊNDICE J ................................................................................................... 55
APÊNDICE K .................................................................................................. 56
APÊNDICE L................................................................................................... 57
APÊNDICE M.................................................................................................. 58
APÊNDICE N .................................................................................................. 59
APÊNDICE O .................................................................................................. 60
APÊNDICE P .................................................................................................. 61
APÊNDICE Q .................................................................................................. 62
APÊNDICE R .................................................................................................. 63
APÊNDICE S .................................................................................................. 64
APÊNDICE T .................................................................................................. 65
APÊNDICE U .................................................................................................. 66
APÊNDICE V .................................................................................................. 67
APÊNDICE X .................................................................................................. 68
APÊNDICE Y .................................................................................................. 69
12
1 INTRODUÇÃO
A paixão pela fotografia despertou em mim o interesse e a motivação de
me especializar e trabalhar nessa área. Logo no terceiro semestre do curso de
Comunicação Social (Jornalismo), das Faculdades Cearenses (FAC) tive meu
primeiro contato de forma mais concreta e profissional com a fotografia. A partir daí,
o interesse e a motivação só cresceram e, no quinto semestre, quando cursei a
disciplina de fotojornalismo, entendi que a fotografia não era somente uma paixão,
mas, o que realmente desejava estudar e fazer.
Através deste trabalho foi feito uma breve demonstração de fotografias,
de minha autoria, inerentes à fé, mais especificamente, à fé católica, através do
fotojornalismo. Porém, não foi feita só uma leitura ou interpretação sobre essas
fotografias, mas, uma reflexão sobre como essas imagens foram produzidas. Na
fotografia estão implícitos, não apenas técnicas, mas, elas vêm carregadas de
intenções e interpretações, provenientes daquele que a construiu (VILELA 2005, p.
28).
O fotojornalismo, por ser ainda uma área muito extensa do vasto campo
da fotografia, foi abordado de duas formas. Em seu sentido lato: através de
fotografias informativas, interpretativa, documentais ou ilustrativas. E, em seu
sentido restrito: através de fotografias de acontecimentos e da cobertura de
assuntos de interesse jornalísticos (SOUSA, 2000, apud VILELA 2005, p. 43).
A percepção visual, além de captação sensorial e orgânica, é também
uma ação de decodificação e interpretação de tudo que é captado pelo nosso
cérebro. Esse conceito traz em sua essência, o ver, o interpretar e dar significado.
No entanto, essa captação não diz respeito somente ao visual, mas de todos os
outros sentidos do ser humano. O que dá sentido é a percepção (MORRIS, 2004, p.
104). Por se tratar de um trabalho referente à imagem fotográfica, somente foi
abordado o sentido no campo visual.
O tema proposto nesta exposição é a manifestação da fé católica através
de eventos religiosos ligados à Renovação Carismática Católica. Para a realização
deste trabalho foram utilizadas fotografias de eventos promovidos pela Comunidade
Católica Shalom. São eles, o Festival Halleluya, a Festa dos Arcanjos e o Eu creio
13
na Vida Eterna. Todos os eventos citados foram realizados no ano de dois mil e
doze.
Entretanto, para melhor compreensão, é preciso conhecer um pouco do
cenário e contexto de produção das imagens aqui utilizadas. Foram abordados, de
maneira rápida, alguns conceitos e históricos, acerca do Catolicismo, Renovação
Carismática Católica, Comunidade Católica Shalom, os eventos acima mencionados
e, também, com um pouco mais de profundidade, os conceitos referentes à
fotografia, percepção visual e fotojornalismo.
14
2 CONCEITUANDO FOTOGRAFIA
É natural do ser humano o fascínio pelo mundo visual. Em diferentes
momentos de sua existência, desde a pré-história (pinturas rupestres) até os dias
atuais (imagem digital), o homem sempre buscou novas formas da construção da
imagem. A fotografia, indiscutivelmente, tornou-se, durante todo o seu processo de
evolução, uma das técnicas mais aplicadas do mundo pelo homem. Mesmo após
dois séculos, a fotografia ainda é capaz de surpreender, despertando ainda mais
interesse entre jovens, adultos, idosos e crianças.
Mas, o que é fotografia? O questionamento parece simples. Mas a
resposta, porém, é bem mais complexa. Cláudio Kubrusly (2003) levanta uma série
de questionamentos em torno desse conceito:
Afinal o que é fotografia? A possibilidade de parar o tempo, retendo para sempre uma imagem que jamais se repetirá? Um processo capaz de gravar e reproduzir com perfeição imagens de tudo que nos cerca? Um documento histórico, prova irrefutável de uma verdade qualquer? Ou a possibilidade mágica de preservar a fisionomia, o jeito e até mesmo um pouquinho da alma de alguém de quem gostamos? Ou apenas uma ilusão? Uma ilusão de ótica que engana nossos olhos e nosso cérebro com uma porção de manchas sobre o papel, deixando uma sensação tão viva de que estamos diante da própria realidade retratada? (...) Fotografia é tudo isso e mais um monte de coisa também. (KUBRUSLYp. 8-9).
A fotografia é, portanto, segundo o autor, uma somatória de todas as
indagações acima colocadas, e muito mais. “Fiz a pergunta a várias pessoas —
inclusive alguns fotógrafos — e não houve sequer duas respostas iguais” (p. 9).
Diante disso, percebemos quão complexo é o conceito acerca da fotografia. Não é
tão simples quanto parece.
Ainda de acordo com o autor acima, a fotografia é abordada como uma
linguagem: “Assim, preferi abordá-la como uma linguagem que, bem ou mal, vem
sendo usada intensivamente tanto pelos fotógrafos como por quase todo mundo” (p.
12). Tudo isso, todos os questionamentos, interesses e conclusões, são decorrentes
do grande fascínio que o mundo imagético exerce sobre a figura do ser humano.
Contudo, para Philippe Dubois (1994) a fotografia é bem mais que o ato
de se criar uma imagem. Não é somente apertar um botão, nem, tampouco, uma
ação isolada. Para ele é bem mais que isso. A fotografia pode ser entendida de
várias formas, depende do exato ponto de vista em que ela é abordada, ou seja,
quem dá sentido a ela é o fotógrafo.
15
Em suma, a fotografia não pode ser compreendida somente como um ato isolado e nem como uma produção pura e simples da imagem. A fotografia deve ser compreendida desde o ato de criação, passando pela recepção, chegando ao final do processo com a contemplação da imagem. (p. 30)
Dessa forma, pode-se levantar a seguinte reflexão: se a fotografia não é
somente o fato de apertar um botão, não se resume a algo puramente mecânico e,
não podendo ser compreendida isoladamente, ela contém interpretações e/ou
intervenções do autor no seu conteúdo. E, se dependendo de sua abordagem ela
pode ser arte, ciência ou até mesmo uma maneira de auto expressão, devendo ser
compreendida desde a sua criação até a sua contemplação, então, o autor da
imagem, no ato de sua construção, de sua concepção, certamente exerce influência
no seu resultado final atribuindo valores artísticos, culturais, políticos, dentre outros.
Entretanto, Dubois ainda aborda o conceito da fotografia, a partir de
discussões provenientes desde o século XIX: “(sabe-se que o nascimento da prática
fotográfica foi acompanhado de imediato por um número impressionante de
discursos de escolha)” (DUBOI, 2008, p. 27). Segundo ele, as declarações eram das
mais variadas, desde as mais contraditórias e polêmicas até as mais “entusiastas”.
O autor fala que dentro de todas essas discussões, por mais variadas que
sejam, é possível observar a presença de um fator em comum: a fotografia é vista
como “a imitação mais perfeita de realidade”. De forma contrária ou a favor, elas
“compartilham uma concepção geral bastante comum”.
E, de acordo com os discursos da época, essa capacidade mimética procede de sua própria natureza técnica, de seu procedimento mecânico, que permite fazer aparecer uma imagem de maneira “automática”, “objetiva”, quase “natural” (segundo tão-somente as leis da ótica e da química), sem que a mão do artista intervenha diretamente (p. 27).
Kubrusly (2003) também trata a fotografia como um processo mecânico.
“O que mais os impressionava era o fato de ser possível obter uma imagem “sem o
auxílio da mão do homem” — como se dizia então.” Ainda compara a fotografia a um
ato de mágica: “parecia mágico — quase bruxaria (...)” (p. 08).
Susan Sontag, ensaísta norte-americana, concorda com a ideia de que a
fotografia é algo mágico. “(...) nossa sensação irreprimível de que o processo
fotográfico é algo mágico assenta-se em bases verdadeiras (apud KUBRUSLY,
2003, p. 20). O autor afirma ainda, que a fotografia: “é consequência inevitável do
deslumbramento do homem diante das imagens da câmara escura” (p. 24).
Porém, segundo Salgado, ao fotografar, o fotógrafo não apenas aperta
um botão, mas, ele usa toda sua cultura, ideologias e conhecimento de mundo.
16
Existe uma corrente que diz que a fotografia é o objetivo, representa uma realidade, nem mais nem menos. Ele é imparcial e mostra a realidade total. Não é verdade. Isso é a maior mentira do mundo. Você não fotografa com a sua máquina. É a coisa mais subjetiva que existe. Você fotografa com toda sua cultura, os seus conhecimentos ideológicos. Você aumenta, diminui, deforma, deixa de mostrar [...] (SALGADO, apud VILELA, 2005, p. 28).
Como afirma o autor acima, do ponto de vista da subjetividade, a
fotografia traz consigo, não apenas técnica, mas, uma carga de intencionalidade e
interpretatividade provenientes daquele que a construiu. Ou seja, a fotografia pode
não ser a representação fiel da realidade. A partir da interpretação de cada um, ela
pode representar outra realidade contida, que não venha representar, fielmente, a
situação no exato momento em que foi capturada. Nela sempre encontramos valores
embutidos que são agregados por seus autores, seja do ponto de vista sociológico,
seja do ponto de vista antropológico.
De acordo com o pensamento de Kossoy (2002), pode-se afirmar que as
imagens fotográficas não se esgotam em si mesmas. Elas nos relatam apenas algo
que foi selecionado em um instante específico. Por conseguinte, segundo o autor,
não podemos concordar, ao menos de forma imediata, que ela seja uma cópia fiel
da realidade. Não é um ponto final, e sim, um ponto de partida. Pode-se considerar
que o autor da imagem é uma espécie de filtro, onde serão levados em conta, na
construção de suas imagens, cargas de cunho social, religioso, artístico, político,
cultural etc.
17
3 A RELAÇÃO ENTRE FOTOGRAFIA E PERCEPÇÃO VISUAL
A fotografia é uma linguagem (KUBRUSLY, 2003). Todo o interesse do
homem sobre esse tipo de linguagem é proveniente do grande fascínio que o mundo
imagético exerce sobre ele. Mas, para que ocorra este fascínio, é necessário antes,
que as informações cheguem até seu cérebro. Sem isso não seria possível perceber
o mundo existente ao seu redor. Para decifrar essa linguagem, entra em cena, a
percepção visual.
Em seu trabalho, Morris (2004), a percepção visual são os sentidos
responsáveis por levar todas as informações ao cérebro. Porém é preciso que esses
“dados” sejam interpretados. O mesmo autor, ao citar Willian James (1990), diz que:
“nossos sentidos nos trazem os dados brutos do ambiente; se não interpretássemos
essas informações, o mundo não seria nada além de uma confusão estrondosa e
alvoroçada”.
O olho capta os padrões da luz e da escuridão, mas não “vê” um pássaro voando de galho em galho. O tímpano vibra de maneira particular, mas não “escuta” uma sinfonia. O ato de decifrar padrões que façam sentido em meio a essa mixórdia de informações sensoriais é chamado de percepção (MORRIS, 2004, p. 104).
Nesse sentido, a percepção visual não é apenas uma captação sensorial
e orgânica. Mas, há uma ação de decodificação e interpretação dos dados que são
captados. Portanto, esse conceito traz em sua essência, não somente o ver, mas, o
interpretar e dar significado a esse ver. O que dá sentido não é o neurônio em si,
mas a percepção (p. 104). É importante ainda ressaltar que a captação sensorial não
se dá exclusivamente a nível visual. No entanto, por se tratar de fotografia,
trataremos a percepção, apenas no campo visual.
Ao utilizar-se dessas informações sensoriais, o cérebro gera experiências
perceptivas. Ele passa a perceber e a decodificar tudo aquilo que está ao seu redor,
tudo o que está no meio ambiente (p. 104). Portanto, de acordo com o pensamento
do autor, essa experiência de percepção ocorre no cérebro.
Ainda de acordo com Morris (2004), foi a partir das experiências de um
grupo de psicólogos gestaltistas alemães, no início do século XX, que descobriu-se
os princípios básicos da percepção. Eles acreditavam que as experiências
perceptivas que são geradas no cérebro não se resumem à soma de informações
18
sensoriais que estão presentes no meio. “Isso acontece de maneira previsível” (p.
107). Essa ocorrência, se dá através da relação figura/fundo.
Um aspecto importante da percepção é a distinção de figuras separadamente do fundo diante do qual elas aparecem. Uma cadeira de estofado colorida sobressai diante das paredes vazias de um quadro. Uma estátua de mármore é vista como um todo separado da parede atrás dela. A distinção entre uma figura e seu fundo é uma característica de todos os nossos sentidos, e não apenas da visão. (MORRIS, 2004, p. 107).
Para Davidoff (2001), a percepção “é um processo cognitivo, uma forma
de conhecer o mundo” (p. 141). É preciso levar em conta que o processo de
percepção depende ainda de dois outros fatores; ele tanto depende do meio
ambiente em que se dá como do observador, ou seja, das pessoas.
Precisamos levar informações para mente antes que possamos fazer alguma coisa com elas. A percepção é um processo complexo que depende tanto do meio ambiente como das pessoas que o percebe. Como sujeito de percepção, conseguimos recuperar, a partir das informações sensoriais, as propriedades válidas do mundo que nos rodeia (GIBSON, 1997, apud DAVIDOFF, 2001, p. 141).
O sujeito é quem dá sentido a percepção. É de acordo com seu
conhecimento de mundo, suas experiências e registros de informações que esse
processo é possível. O sujeito, continuamente, capta e reúne as informações para
que sejam posteriormente combinadas e decodificadas. “Estamos sempre
redirecionando nossos esforços de detecção e registrando novos conteúdos. Pouco
a pouco, vamos combinando os dados das sucessivas explorações” (DAVIDOFF,
2001, p.141).
Partindo do pensamento de Davidoff (2001) pode-se dizer que a imagem
fotográfica é, portanto, passível de identificação e interpretação. Para Kossoy
(2002), a imagem fotográfica é ainda composta de várias realidades. Uma delas, a
segunda realidade1 está voltada diretamente para o conteúdo da imagem fotográfica.
Toda realidade do tema ou assunto que foi fotografado. Portanto, passível de
identificação e interpretação.
No que diz respeito à perspectiva sociológica ou antropológica, a
fotografia não esgota suas possibilidades em si mesmas, é o que fala José de Sousa
Martins (2008). Segundo o autor, há de se levar em consideração a inspiração e
perspectiva do fotógrafo. Vejamos seus comentários acerca desse assunto:
1 A segunda realidade é a realidade do assunto representado, contidos nos limites bidimensionais da
imagem fotográfica, não importando qual seja o suporte no qual esta imagem se encontre gravada.
19
Por trás da fotografia, mesmo aquela com intenção documental, há uma perspectiva do fotógrafo, um modo de ver que está referido a situações e significados que não são diretamente próprios daquilo que está sendo fotografado e daqueles que estão sendo fotografados, mas referido à própria e peculiar inserção do fotógrafo no mundo social (MARTINS, 2008, p. 223).
Faz-se necessário que se diga, ainda em concordância com Martins, que
outro ponto importante a ser observado são as “limitações propriamente técnicas” da
fotografia. Ele não só nos fala, como também nos dá exemplo, sobre repercussões
culturais causadas por essas limitações que também devem ser levadas em conta
na observância das fotografias (MARTINS 2008). Tais limitações se referem às
fotografias que dependiam de longa exposição para serem capturadas. Nesse tipo
de fotografia, evidentemente, não havia uma perspectiva por parte do fotógrafo,
uma vez que se trabalhava com poses pré-determinadas e longas exposições. É até
difícil imaginar, nos dias de hoje, esse tipo de fotografia, devido aos grandes
avanços tecnológicos, que permitem fotografar em curtíssimo espaço de tempo.
Sem contar, obviamente, as limitações propriamente técnicas da fotografia, que chegam a ter repercussões culturais duradouras. Um bom exemplo é que nas populações sertanejas do Brasil ainda hoje, mesmo em face de câmeras ultra-rápidas, as pessoas se perfilam diante da máquina, o corpo enrijecido, a respiração contida. Algo que, a rigor, nada tem a ver com a fotografia na atualidade, mas é de fato memória de um tempo em que a fotografia dependia de exposições longas e até de poses pré-determinadas. Frequentemente, o fotografado tinha que contar com o apoio de algum meio disfarçado, como a cadeira de espaldar alto, um poste, uma parede, um portão, para manter-se imóvel pelo longo tempo necessário ao ato de fotografar (MARTINS, 2008, p. 223).
Não obstante, também podemos encontrar dimensões, significações e
determinações não reveladas na realidade de cada fotografia. Aquilo que parecia ser
verdadeiro, concreto, pode não ser exatamente o que parece ser, apesar de real. O
autor coloca em discussão, que ao fotografar, a imaginação do autor da fotografia
está presente na construção da imagem (MARTINS, 2008). Dessa forma, o que se
vê (o fotografado), pode não ser exatamente aquilo que acontecera, mas, uma
imaginação fotográfica daquele que construiu a imagem.
O verossímil não é necessariamente o verdadeiro e, certamente, não é o concreto, embora seja o real. Por seu lado, ao fotografar, o fotógrafo imagina. Também o sociólogo e o antropólogo, ao fotografar, imaginam, do mesmo modo que imaginam quando fazem suas outras formas de registro, mesmo que se possa e até se deva pensar numa imaginação fotográfica (...) (MARTINS, 2008, p. 223).
Assim sendo, a imaginação fotográfica compreende uma série de fatores:
um modo de produção da fotografia, a sua composição, a perspectiva nela contida,
uma variedade de recursos técnicos disponíveis nos equipamentos que lhe permite
20
a escolha e utilização de várias funções para compor a imagem, definindo aquilo que
deve ou não ficar de fora dela. É uma construção pensada, calculada. Ele imagina e,
utilizando-se de todos esses recursos, constrói sua imagem fotográfica, congelando
as temporalidades contidas na composição da fotografia (MARTINS, 2008). Não é
apenas um simples click. Por traz da fotografia existe uma série de fatores que
devemos levar em conta, principalmente, fatores sócios culturais provenientes
daquele que a construiu.
A imaginação fotográfica envolve um modo de produção de imagens fotográficas, a composição e a perspectiva, o apelo a recursos técnicos para escolher e definir a profundidade de campo, enfim um modo de construir a fotografia, de juntar no espaço fotográfico o que da fotografia deve fazer parte e o modo como deve fazer parte. O chamado "congelamento" do instante fotográfico é, na verdade, a redução das desencontradas temporalidades contidas nos diferentes componentes da composição fotográfica a um único e peculiar tempo, o tempo da fotografia. É nessa construção, nessa redução dos tempos da realidade social ao espaço da imagem fotográfica e ao seu tempo aparentemente único, que o fotógrafo imagina, isto é, constrói a sua imagem fotográfica, aquilo que quer dizer através da fotografia (MARTINS, 2008, p. 224).
Porém, é preciso que se diga que ao fotografar, de forma inevitável, irão
agregar-se à imagem fotográfica decodificadores que a descongelam. Diz José de
Sousa Martins, “(...) isto é, que revelam a dimensão sociológica e antropológica do
que foi fotografado.” (p. 224). Aquilo que ela congela é, do ponto de vista
sociológico, descongelado. “Se a fotografia aparentemente "congela" um momento,
sociologicamente, de fato, ela "descongela" esse momento ao remetê-lo para a
dimensão da história, da cultura e das relações sociais”. Ainda segundo o autor:
(...) o "congelar" não é mais do que o sublinhar elementos de referência de um imaginário cujo âmbito não se restringe ao reducionismo dos supostos "congelamentos". O pressuposto de que a fotografia é um ato de "congelamento" não é mais do que ideologia do ato fotográfico, algo bem distante da apreciação propriamente científica do que é a fotografia (MARTINS, 2008, p. 224).
Portanto, a realidade daquilo que foi fotografado já não é mais a mesma.
Ela pertence a uma realidade advinda do próprio tempo da fotografia e do olhar do
fotógrafo (p. 224). Ela traz consigo, traços da personalidade do fotógrafo e de seu
conhecimento de mundo. Dessa forma, tudo que vemos por meio das imagens
fotográficas são mediações de um instrumento técnico, aliados ao olhar e técnicas
utilizadas pelo autor dessas imagens.
21
4 CONCEITO SOBRE FOTOJORNALISMO
Sabemos que a fotografia se traduz em um campo muito extenso, vasto e
diversificado. Por sua vez, de acordo com Sousa (2000) apud Vilela (2005), o
fotojornalismo compreende uma área ainda bastante vasta da fotografia. Portanto,
por ser um tema muito complexo, é, segundo o autor, melhor abordá-lo em seu
sentido lato (lato sensu) e em seu sentido restrito (stricto sensu).
“No sentido lato, entendo por fotojornalismo a atividade de realização de fotografias informativas, interpretativas, documentais ou ‘ilustrativas’ para a imprensa ou outros projetos editoriais ligados à produção de informação da atualidade.” suas palavras: “entendo por fotojornalismo a atividade de realização de fotografias informativas, interpretativas, documentais ou ‘ilustrativas’ para a imprensa ou outros projetos editoriais ligados à produção de informação da atualidade.” (SOUSA, 2000, apud VILELA 2005, p. 42).
Abordando o fotojornalismo em seu sentido restrito, Sousa (2000) o
entende como: “a atividade que pode visar informar, contextualizar, oferecer
conhecimento, através da fotografia de acontecimentos e da cobertura de assuntos
de interesse jornalístico” (apud VILELA 2005, p. 43). Ainda segundo Vilela, o
interesse jornalístico a que se refere Sousa, não necessariamente está ligado a
critérios de noticiabilidade dominantes, mas, pode variar de acordo com os
interesses particulares de cada órgão de comunicação onde é veiculado.
Em seu livro, Tudo sobre fotografia, Michael Busselle (1998), vê o
fotojornalismo ou fotos de reportagem como: “uma denominação genérica” (p. 164),
cabendo uma vasta gama de temas fotográficos. Segundo o autor, pode-se incluir
desde temas como o lançamento de um navio ao mar, uma exposição de cães na
cidade, de um prédio em chamas até a um desfile militar (p. 164). Como se pode
ver, a expressão fotojornalismo pode abranger uma grande variedade de assuntos.
Busselle afirma ainda, que, em sua essência, é possível dividir o
fotojornalismo em duas categorias.
A foto é o registro de um momento único, seja ele previsto ou espontâneo, digno de manchetes na imprensa ou corriqueiro; ou é elemento de uma série, destinado a formar uma história. Em ambos os casos, encontra-se uma vasta gama de possibilidades, desde uma missão jornalística até um retrato informal não-premeditado (BUSSELLE, 1998, p.164)
O fato é que todas as fotos jornalísticas, de um modo ou de outro,
registram fatos sem quaisquer montagens nem interferências sobres os
acontecimentos. O fotógrafo apenas contribui com o seu talento e sua experiência,
22
pois é ele quem escolhe o exato momento a ser fotografado. Momento esse,
denominado por Henri Cartier-Bresson de “momento decisivo” (BUSSELLE, 1998).
O fotógrafo que tem experiência e talento precisa apenas de alguns
segundos para se preparar. Com frequência, ele é capaz de “prever” o momento
decisivo, que pode ser encontrado em uma pequena área de todo conteúdo da
imagem. É preciso estar atento para não deixar passar a hora exata de capturar a
imagem, o momento decisivo (BUSSELLE, 1998).
As fotografias de jornalismo não são simplesmente um mero registro de
um determinado momento. Elas são decisões do fotógrafo sobre o que será
fotografado, onde, quando e como fazê-lo. Isso é o que vai determinar a eficácia da
imagem (BUSSELLE, 1998). Tudo está intrinsicamente ligado ao autor da imagem.
Os padrões e conteúdos a serem fotografados passam pelo crivo do fotógrafo e pelo
seu conhecimento de mundo. Seus valores são agregados ás imagens que ele
produz.
Vejamos o que diz Jorge Pedro Sousa, acerca do fotojornalismo.
O fotojornalismo é, na realidade, uma atividade sem fronteiras claramente delimitadas. O termo pode abranger quer as fotografias de notícias, quer as fotografias dos grandes projetos documentais, passando pelas ilustrações fotográficas e pelos features (as fotografias intemporais de situações peculiares com que o fotógrafo se depara), entre outras. De qualquer modo, como nos restantes tipos de jornalismo, a finalidade primeira do fotojornalismo, entendido de uma forma lata, é informar (SOUSA, 2002, pp. 7 e 8)
Devido a sua grande variedade, Sousa, (2002), considera como
fotojornalismo, de forma prática, as fotografias que possuem valor jornalístico, ou
seja, que são usadas para transmitirem informações úteis associadas a textos que
lhes são atribuídas. “(...) um fotojornalista circunscreveria o seu trabalho à
descrição/narração fotográfica do acontecimento em causa” (p. 8).
(...) um fotojornalista circunscreveria o seu trabalho à descrição/narração fotográfica do acontecimento em causa. Em todo o caso, fazer jornalismo ou fazer fotodocumentalismo é, no essencial, sinônimo de contar uma história em imagens, o que exige sempre algum estudo da situação e dos sujeitos nela intervenientes, por mais superficial que esse estudo seja. (SOUSA, 2002, pp. 8 e 9).
23
5 CATOLICISMO: UMA EXPERIÊNCIA ATRAVÉS DA RENOVAÇÃO
CARISMÁTICA
Neste capítulo, para uma melhor compreensão, foram abordados de
forma rápida, alguns conceitos e históricos acerca do cenário e contexto de
produção das imagens aqui utilizadas. O cenário constitui-se de eventos de cunho
católico, inseridos na Renovação Carismática e organizados pela Comunidade
Católica Shalom. Para tanto, foram abordados conceitos sobre o catolicismo, a
Renovação Carismática Católica e um breve histórico sobre a comunidade Católica
Shalom e alguns de seus eventos.
5.1 CATOLICISMO
Vejamos o que nos diz o dicionário sobre catolicismo. Segundo o
dicionário online de português, catolicismo é a religião dos cristãos que reconhece a
autoridade do Papa ou, a comunidade católica. Também podemos entender católica
como universal, logo, catolicismo diz respeito à universalidade da igreja. Indica que a
igreja é para todos. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, o catolicismo se refere
à missão da igreja, o seu mandato missionário, isto é, foi enviada pelo próprio Deus
às nações, para ser o sacramento universal.
O mandato missionário. «Enviada por Deus às nações, para ser o sacramento universal da salvação, a Igreja, em virtude das exigências íntimas da sua própria catolicidade e em obediência ao mandamento do seu fundador, procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens» (345). «Ide, pois, fazei discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei. E eis que Eu estou convosco todos os dias, até ao fim do mundo (VATICANA, 2006, § 849, P. 244).
O mandato missionário do Senhor para sua igreja surge, inicialmente, no
amor eterno da Santíssima Trindade. A igreja é missionária, pois tem sua origem,
segundo o desígnio de Deus Pai, na missão do Filho e do Espírito Santo, que tem
como fim último, fazer com que todos os homens sejam participantes na comunhão
que existe entre Pai, Filho e o Espírito Santo. A Igreja, em seu catolicismo, sua
missão, à qual foi confiada a verdade do Espírito de Amor, deve ir ao encontro dos
que a procuram para lhes levar a tal encontro. É por acreditar no desígnio universal
da salvação que a Igreja deve ser missionária, (VATICANA, 2006, § 851, p. 245).
24
5.2 RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA
A Renovação Carismática Católica (RCC), não pode ser vista como um
movimento novo que surgiu dentro da igreja. Ela é “uma corrente de graça que está
espontaneamente formando um novo tipo de grupo de oração por toda parte”
(ALDUNATE, 1976, p.p. 40 e 41). Segundo o sacerdote, a exemplo do que faziam os
primeiros cristãos, os fieis de hoje estão se reunindo para rezar juntos confiando na
presença do Senhor, que os renova e opera milagres, através do Espírito Santo (p.
41).
Como objetivo, a RCC busca oferecer mais uma vida espiritual aos
cristãos de hoje, sem intenção nenhuma de criar uma outra instituição paralela a
igreja. Aliás, para que essa graça seja frutuosa e duradoura, é necessário que esteja
em plena comunhão com a igreja.
Ela surgiu com o Concílio Vaticano II diante do convite do Papa Paulo VI
ao abrir o Ano Santo sob o signo de Pentecoste. Na ocasião, ainda se admitia que o
Concílio Vaticano II não estava devidamente acabado. Era preciso uma renovação
da igreja em profundidade, afim de que as reformas fossem aceitáveis e autênticas.
Pois, “somente o Espírito pode curar a sociedade de seus males mais temíveis”
(p.41). Era preciso viver o radicalismo do Espírito para que fosse gerada no mundo
uma nova raça de cristãos fiéis ao Espírito do Senhor e aos apelos dos homens. SS.
O Papa Paulo VI disse em seu discurso: “A igreja hoje precisa, acima de tudo,
daquele milagre de Pentecostes, daquele vento, daquele fogo, daquela energia,
daquela palavra, daquela riqueza, daquele poder espiritual que vem do Espírito
Santo.”(ALDUNATE, 1976, p. 42)
5.3 COMUNIDADE CATÓLICA SHALOM
A Comunidade Católica Shalom, é uma comunidade nova, com origem na
Renovação Carismática. Recentemente obteve o reconhecimento pontifício, como
Associação Privada Internacional de Fiéis. Tem como fim último a evangelização e a
formação dos filhos de Deus. Nascida no meio dos jovens, a Comunidade tem com
proposta, a evangelização dos jovens mais afastados de Deus. Para isso, tiveram a
ideia de transforma uma lanchonete em um meio de atração dos jovens.
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A Comunidade Católica Shalom é uma vocação no interior da Igreja
católica que pode ser vivenciada de duas formas que se complementam: a
Comunidade de Vida (estas são pessoas que se doam inteiramente. Elas deixam
tudo, família, emprego, etc., para viverem o chamado), e a Comunidade de Aliança
(essas, são chamadas a mesma entrega, porém, não deixam suas casas, famílias,
empregos, etc.). (http://www.comshalom.org/institucional/quemsomos.php)
5.3.1 FESTIVAL HALLELUYA
O Halleluya é o maior festival de artes integradas do Brasil. Teve início na
cidade de Fortaleza-CE, em 1997, quando lideranças da Comunidade Católica
Shalom tiveram a inspiração de oferecer aos jovens cearenses e turistas uma opção
a mais de lazer no final das férias. A fórmula do evento foi um sucesso.
Rapidamente cresceu em número de público e se multiplicou em outros estados.
Hoje acontecem edições do Festival Halleluya em Natal-RN, São Luís-MA, Salvador-
BA, Aracajú-SE, São Paulo – SP, Rio de Janeiro – RJ e em outros países, como
Israel e Roma. Em 2012, o Festival Halleluya completou 15 anos de atividades e
ainda marcou a comemoração dos 30 anos de fundação da Comunidade Católica
Shalom, idealizadora e promotora do evento.
Tudo começou em 1995, com a criação do Trifest – três dias de festa
promovidos pelo Projeto Juventude da Comunidade Católica Shalom. Três anos
depois, uma inspiração ousada transformou a festa em um grande evento, tornando
Fortaleza um ponto de intercâmbio entre artistas locais e nacionais. Assim nascia o
Halleluya. Durante os oito primeiros anos, o evento foi realizado no anfiteatro do
Parque do Cocó. Com a crescente adesão do público, o Halleluya precisou ser
transferido para um espaço mais amplo. Foi então que montou sua arena no
Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), no ano de 2005. O espaço fica próximo ao
estádio Plácido Aderaldo Castelo (Castelão), que atualmente passa por reformas em
vista dos jogos da Copa das confederações, em 2013, e da copa do Mundo, em
2014. A última edição do Halleluya, em julho de 2012, reuniu mais de um milhão de
pessoas. (http://www.festivalhalleluya.org/2012/evento/apresentacao-do-evento/).
26
5.3.2 FESTA DOS ARCANJOS
O evento, que em 2008 foi realizado no Ginásio Paulo Sarasate em sua
primeira edição, nasceu do desejo da Comunidade Católica Shalom de celebrar com
devoção os santos arcanjos em seu dia litúrgico. Os santos anjos são servos e
mensageiros de Deus, que o Glorificam sem cessar e prestam serviços litúrgicos
diante do Seu trono.
No último dia 29 de setembro, a Igreja Católica celebrou a festa em
memória aos arcanjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel. A Comunidade
Católica Shalom, em unidade com a Igreja, realizou a Festa dos Arcanjos, que em
2012 chegou a 5ª edição e aconteceu no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU).
Foram mais de 70 caravanas vindas dos mais diversos bairros de Fortaleza e
municípios do estado. A programação trouxe show com o Ministério de Música
Shalom e missa em favor dos enfermos com oração de Cura e Libertação, presidida
por Padre Antônio Furtado, além do Terço da Misericórdia às 15h.
(http://www.comshalom.org/festadosarcanjos)
5.3.3 EU CREIO NA VIDA ETERNA
Faz parte da tradição da Igreja Católica a oração pelos mortos. Já no
século II alguns cristãos visitavam e rezavam no túmulo dos mártires, costume que
no século V se tornou uma oração pelos mortos dos quais ninguém se recordava.
Foi no século XIII, por decreto papal, que o dia 2 de novembro se tornou o Dia de
Finados, um dia depois da Festa de Todos os Santos também parte da tradição da
Igreja.
A Comunidade Católica Shalom realizou neste ano, no dia 2 de
novembro, a 5º edição do “Eu Creio na Vida Eterna”, evento que visa aprofundar o
sentido do dia dos fieis defuntos, também conhecido como Dia de Finados, feriado
em nosso país. O evento foi organizado e realizado pela Comunidade Católica
Shalom no ano de 2008.
Neste ano, o evento reuniu mais de três mil pessoas para rezar e meditar
sobre esse que é um artigo do Credo Apostólico. Segundo Padre Antônio Furtado,
idealizador do evento e membro da comunidade de vida da Comunidade Shalom,
“para o cristão a morte não tem a última palavra e no Ano da Fé queremos recordar
27
a todos os fieis esse artigo de fé que professamos todos os domingos na missa: eu
creio na vida eterna”, concluiu o sacerdote.
Diante do exposto, veremos adiante as imagens utilizadas neste trabalho
com o intuito de buscar, como já foi dito antes, uma melhor compreensão do cenário
e contexto em que elas foram produzidas. Analisando e comentando cada uma
delas, mostraremos suas características relevantes e a intenção do autor no ato de
sua produção. (http://www.comshalom.org/eucreionavidaeterna).
28
6 AS FOTOGRAFIAS
A seleção das fotografias para demonstração e leitura, foi feita de acordo
com o ambiente e contexto de cada uma delas. A leitura das fotografias será
realizada do ponto de vista técnico, levando em consideração, critérios como
composição, harmonia enquadramento e perspectiva. Mais do que uma simples
leitura, uma reflexão, por se tratarem de imagens de cunho religioso que buscam
representar a fé católica. Serão também observadas, a partir das experiências
vividas no próprio campo.
Essa foto foi feita na Festa dos Arcanjos, no momento da procissão de
entrada da missa de encerramento. Vemos os Acólitos, jóvens que ajudam o
sacerdote na missa, vestidos de branco e, ao centro da imagem, o olhar penetrante
do presidente da celebração, Pe. Antônio Furtado em meios a multidão que o cerca.
Logo a sua esquerda, um pouco mais a frente, a Palavra de Deus, livro utilizado nas
leituras, erguida por um dos acólitos. Através dessa imagem, buscou-se mostrar o
olhar direto e intrigante do sacerdote e a Palavra de Deus, erguida ao seu lado.
Figura 1 – Procissão de entrada – Missa Festa dos Arcanjos. Canon EOS 50D - f 2.8 – 1/100s – ISO 640
29
A imagem acima mostra uma apresentação artística momentos antes do
início da Celebração Eucarística. Percebe-se que a imagem mostra toda suavidade
do incenso ao cair no jarro e a serenidade no olhar da jovem voltado para o ele.
O sacerdote segura o turíbulo, instrumento usado para queima do incenso
purificando o altar. Na imagem, valorizou-se o contraste do vermelho com o dourado
e no lado esquerdo o segundo plano desfocado, levemente encoberto pela fumaça.
Figura 2 – Prelude – Missa Eu Creio na Vida Eterna. Canon EOS 50D – f/3.2 – 1/125s – ISO 640
Figura 3 – Rito Inicial – Eu Creio na Vida Eterna. Canon EOS 50D – F/3.5 – 1/250s – ISO 1000
30
O sacerdote ministra uma oração de cura e libertação. A assembleia, a
seu exemplo, eleva a mão direita à cabeça em um ato de fé. Valorizou-se a
harmonia e a sensação de movimento causado pelo posicionamento dos braços.
Ainda no mesmo momento, porém, em outra perspectiva, a imagem
conduz o olhar do leitor de baixo para cima, levando-o ao centro e valorizando-se a
profundidade de campo.
Figura 4 – Oração de Cura – Eu Creio na Vida Eterna. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/50s – ISO 320
Figura 5 – Oração de Cura – Eu Creio na Vida Eterna. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/25s – ISO 320
31
Nesta imagem, direciona-se o olhar do leitor, a partir do canto inferior
direito para o canto superior esquerdo, em uma diagonal, em virtude do
posicionamento da maioria dos braços dos fiéis, em um momento de oração.
Da mesma forma, como na imagem anterior, nota-se o sentido de uma
diagonal. Dessa forma, a leitura da imagem torna-se mais fácil e agradável. Nota-se,
também, um pequeno desfoque do segundo plano, valorizando-se o primeiro.
Figura 6 – Louvor – Festa dos Arcanjos. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/160s – ISO 340
Figura 7 – Louvor/Oração – Festa dos Arcanjos. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/100s – ISO 640
32
As ambulas e o cálice são preparados sobre o altar para o momento das
ofertas. Nota-se a imagem levemente desfocada na frente e atrás. O foco fica no
meio da imagem, dando a sensação de três planos, além de uma perfeita diagonal.
Neste caso, o pão e o vinho ofertados são purificados para o momento de
sua consagração. A imagem nos remete a sensação de movimento do sacerdote ao
incensar as ofertas, acentuando-se ainda mais, pelo efeito causado pela fumaça.
Figura 8 – Preparação das Ofertas – Missa Halleluya. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/200s – ISO 1000
Figura 9 – Purificação das Ofertas – Missa no Halleluya. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/100s – ISO 640
33
Evidencia-se na imagem, a profundidade de campo. Dessa forma,
percebe-se o olhar dos acólitos em direção à hóstia, no momento em que ela é
consagrada. O desfoque em primeiro plano valoriza o segundo.
Pão e o vinho, agora, Corpo e Sangue de Cristo, são partilhados entre
todos. Desfocou-se a imagem na frente, levemente no meio, ficando o foco nas
mãos. A intenção era conduzir o olhar para partícula nas mãos do sacerdote.
Figura 10 – Elevação – Missa Eu Creio na Vida Eterna. Canon EOS 50D – f/4 – 1/60s – ISO 1000
Figura 11 – Comunhão – Missa no Halleluya. Canon EOS 50D – f/4 – 1/640s – ISO 640
34
Este é o momento exato da comunhão. Procurou-se capturar o “momento
decisivo” do assunto, como nos diz Bresson. Nem antes, nem depois. Nota-se em
desfoque o segundo plano da imagem, valorizando a profundidade do campo.
Percebe-se claramente a profundidade de campo na imagem. Vê-se
nitidamente a parte detrás bem desfocada. Esse efeito só é possível em virtude da
distância entre o tema e a lente, no caso, uma tele-objetiva.
Figura 12 – Comunhão – Missa Eu Creio na Vida Eterna. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/100s – ISO 640
Figura 13 – Momento de Intercessão – Eu Creio na Vida Eterna. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/40s – ISO 640
35
Momento de adoração, onde o Santíssimo foi exposto entre os fiéis por
meio do ostensório. Procurou-se valorizar a fé através da disposição da fotografia
contida na imagem em direção ao Santíssimo.
Momento em que a jovem recebeu oração, por parte do sacerdote, diante
do Santíssimo. Valorizou-se, principalmente, o seu ato de fé, no instante em que o
Senhor passava no meio do povo. A imagem confronta o divino com o humano.
Figura 14 – Procissão com o Santíssimo – Festa dos Arcanjos. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/80s – ISO 1250
Figura 15 – Procissão com o Santíssimo – Festa dos Arcanjos. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/60s – ISO 1000
36
A fé não tem idade. Buscou-se mostrar através desta imagem que a fé é
inerente a todos. Em primeiro plano, vê-se uma criança tentando tocar no
ostensório. Em segundo plano, um senhor de idade avançada, demonstra sua fé.
Os olhares, tanto do rapaz, quanto da mulher, estão voltados na direção
do Santíssimo. Foi com a intenção de mostrar o semblante e o olhar de ambos,
denunciando suas emoções, que se construiu a imagem acima.
Figura 16 – Procissão com o Santíssimo – Eu Creio na Vida Eterna. Canon EOS 50D – f/4 – 1/60s – ISO 640
Figura 17 – Procissão Santíssimo – Eu Creio na Vida Eterna. Canon EOS 50D – f/3.5 – 1/100s – ISO 800
37
De quantas maneiras podemos expressar um ato de fé? Não dá pra
responder. É algo tão subjetivo quanto à fotografia. Simplesmente em baixar a
cabeça e fechar os olhos, ou ainda que seja, através de um olhar, aparentemente
perdido, trazendo nas mãos fotos daqueles que já se foram ou que precisam estar
ali, mesmo que por meio de algo que as representem, não importa, um ato de fé fala
por si só.
Figura 18 – Oração/Intercessão – Festa dos Arcanjos. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/60s – ISO 1250
38
O que mais chama a atenção nesta imagem? Exatamente. A luz. Tem-se
a impressão que o sacerdote junto aos acólitos, estão sub uma luz que desce do
céu. É essa a intenção, mostrar a luz que “ocasionalmente” se dispersa sobre eles.
Irmã Kelly Patrícia com o crucifixo na mão, em show no Halleluya. O
curioso é a forma como uma de suas bailarinas olha para a cruz. Percebe-se, que ao
inclinar-se, ela busca, num ato de fé, o Senhor crucificado. Essa foi a intenção.
Figura 19 – Procissão com o Santíssimo – Halleluya. Canon EOS 5D Mark II – f/2.8 – 1/60s – ISO 3200
Figura 20 – Show Kelly Patrícia – Halleluya. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/100s – ISO 800
39
Intencionou-se mostrar aqui, o olhar da senhora, sob a mão firme do
ministro de cura, que lhe fora imposta. Fica evidente certa carga de emoção em seu
olhar. Há um contraste entre os semblantes de que ora e de quem recebe oração.
Teve-se por intenção, ao construir esta imagem, expressar toda carga
emocional existente no momento da sua concepção. Levar até o leitor o sentimento
expressado em seu olhar. A luz e a imagem desfocada ao fundo, contribuíram.
Figura 21 – Oração de Cura e Libertação – Festa dos Arcanjos. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/40s – ISO 1250
Figura 22 – Momento de Oração –Festa dos Arcanjos. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/100s – ISO 1250
40
Os sinais e símbolos de fé estão espalhados por todos os lados. Basta,
apenas, um pouco de atenção para encontra-los. Mãos que se levantam para os
céus em busca do que é divino. Em cada detalhe presenciamos um ato de fé.
A cantora Adriana Arydes em apresentação no Festival Halleluya.
Considero como um ato de “fé coletiva” as mais de duzentas e cinquenta mil
pessoas presentes, todos em busca do mesmo objetivo: demonstrar sua fé.
Figura 23 – Momento de Oração – Eu Creio na Vida Eterna. Canon EOS 50D – f/2.8 – 1/15s – ISO 12500
Figura 24 – Show Adriana Arydes – Halleluya. Canon EOS 50D – f/3.5 – 1/125s – ISO 64
41
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Henri Cartier-Bresson diz algo muito singular sobre o momento em que se
constrói a fotografia: “É preciso esquecer-se, esquecer a máquina... estar vivo e
olhar. É o único meio de expressão do instante. E para mim só o instante importa...”.
É, de fato, preciso esquecer-se de si e esquecer-se da máquina, como disse
Bresson. É o desafio de você estrar em meio a algo que, inusitadamente, pode
passar despercebido, mas, que você tem a grande missão de capturar, de registrar.
É um momento mágico, onde você pode eternizar uma simples fração de um
determinado instante. É, sempre, um grande e prazeroso desafio. É assim,
exatamente assim, que me sinto ao fotografar.
Esse trabalho de conclusão de curso tinha como ideia principal mostrar
um pouco da fé católica através de imagens jornalísticas, discutindo sobre como
essas imagens foram construídas, no caso, imagens de minha autoria, e se elas
sofreram algum tipo de influência por parte de quem as construiu.
Para tanto, foram utilizadas fotografias de eventos de cunho católico,
inseridas no cenário da Renovação Carismática Católica, e promovidos pela
Comunidade Católica Shalom. Os eventos, o Festival Halleluya, a Festa dos
Arcanjos e o Eu creio na Vida Eterna, aconteceram no ano de dois mil e doze.
O trabalho desenvolveu-se, primeiramente, abordando e discutindo
conceitos inerentes à Fotografia, Percepção Visual e Fotojornalismo. Cada conceito
foi trabalhado com base nas diversas bibliografias e autores conceituados e
conhecidos nessa área. Foram utilizados autores como Boris Kossoy, Phelippe
Dubois, Kubrusly, dentre outros. A intenção foi de provocar uma conversa entre
esses autores, intercalando com algumas colocações e conclusões minhas,
observadas a partir dessas conversações.
Depois, em um segundo momento, foi feita a seleção das fotografias
utilizadas na estruturação do trabalho. Todas as fotografias são de minha autoria e
foram selecionadas e analisadas de acordo com o ambiente e contexto onde cada
uma delas estavam inseridas.
Acreditamos ter alcançado o objetivo, não só de mostrar através da
fotografia jornalística a fé católica, como também, ter atingido a proposta de
responder como essas imagens, e muitas outras, em vários outros segmentos,
sofrem influência por parte do autor no momento de sua concepção. Nelas, estão
42
escondidos valores. Trazem em si, não apenas técnicas, mas, intenções e
interpretações, provenientes de quem as construiu.
Ademais, Acreditamos ser relevante, pelo fato de que a imagem sempre
exerceu grande interesse sobre o ser humano. A fotografia é, certamente, uma das
técnicas mais utilizadas pelo homem. Basta olhar a quantidade de imagens que
todos os dias são publicadas em jornais, revistas ou em qualquer outro meio
midiático. A fotografia ainda é capaz de surpreender, mesmo depois de séculos de
existência. Quem, em sua sã consciência, nunca se sentiu atraído por algum tipo de
fotografia?
43
REFERENCIAS
ALDUNATE, PE. Carlos. A experiência de pentecostes: a renovação carismática na igreja católica. São Paulo: Loyola, 1976. BUSSELLE, Michael. Tudo sobre fotografia. São Paulo: Editora Pioneira, 1999. Comunidade Católica Shalom. Disponível a partir do http://www.comshalom.org/institucional/quemsomos.php. Acesso em 30 de novembro de 2012. _____. Festival Halleluya. Disponível a partir do http://www.festivalhalleluya.org/2012/evento/apresentacao-do-evento/. Acessado em 30 de novembro de 2012. _____. Festa dos Arcanjos. Disponível a partir do (http://www.comshalom.org). Acesso em 30 de novembro de 2012. _____. Eu Creio na Vida eterna. Disponível a partir de (http://www.comshalom.org). Acesso em 30 de novembro de 2012. DAVIDOFF, Linda L. Introdução à psicologia: terceira edição. São Paulo: Makron Books, 2001. DUBOIS, Phelippe. O ato fotográfico e outros ensaios. São Paulo: Papirus, 1994. KOSSOY, Boris. Historia & fotografia. 3. Ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. _____. Realidades e ficções na trama fotográfica. 3. Ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002. KUBRUSLY, Cláudio A. O que é fotografia. 4. Ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991. MARTINS, José de Souza. A imagem incomum: a fotografia dos atos de fé no Brasil. Estud. av.,São Paulo, v 16, n. 45, agosto de 2002. Disponível a partir do http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142002000200015&l ng=en&nrm=iso. Acesso em 07 de dezembro de 2012. http://dx.doi.org/10.1590/so103-40142002000200015. SOUSA, Jorge Pedro. Uma história crítica do fotojornalismo ocidental. Chapecó: Grifos; Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2000. _____. Fotojornalismo: Uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Porto, 2002. VATICANA, L. E. Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Edições Loyola, 2006.
44
VILELA, P.H.A.A.A. Fotojornalismo: a aplicação da arte nas fotografias jornalística. Monografia não-publicada. Curso de Comunicação Social. Departamento de Ciências da Comunicação. Centro Universitário de Belo Horizonte, pp. 88, 2005.
APÊNDICES
46
APÊNDICE A
47
APÊNDICE B
48
APÊNDICE C
49
APÊNDICE D
50
APÊNDICE E
51
APÊNDICE F
52
APÊNDICE G
53
APÊNDICE H
54
APÊNDICE I
55
APÊNDICE J
56
APÊNDICE K
57
APÊNDICE L
58
APÊNDICE M
59
APÊNDICE N
60
APÊNDICE O
61
APÊNDICE P
62
APÊNDICE Q
63
APÊNDICE R
64
APÊNDICE S
65
APÊNDICE T
66
APÊNDICE U
67
APÊNDICE V
68
APÊNDICE X
69
APÊNDICE Y