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A FINALIDADE DA POLÍTICA PARA OS GREGOS Prof. Jorge Miklos Primeiro Semestre - 2015

A Finalidade da Política para os Gregos

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Slides que tratam da concepção de política para os gregos antigos a partir do pensamento de Platão e Aristóteles.

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A FINALIDADE DA POLTICA PARA OS GREGOSProf. Jorge MiklosPrimeiro Semestre - 2015

se numa democracia, um partido poltico tem peso poltico, porque tem fora para mobilizar um certo nmero de eleitores. Se um sindicato tem peso poltico, porque tem fora para deflagrar uma greve. Assim, fora no significa necessariamente a posse de meios violentos de coero, mas de meios que permitam influir no comportamento de outras pessoas. A fora no sempre um revlver apontado para a cabea de algum, pode ser o charme do ser amado quando me extorque alguma deciso. Em suma a fora a canalizao da potncia, em sua determinao (LEBRUN, 1980, p. 57)

LEBRUN, Gerard. O que poder? So Paulo: Brasiliense, 1980.O autor afirma uma relao entre poder e fora. Todo poder implica em algum tipo de fora?Qual a concepo de fora que o autor apresenta? possvel pensar numa ao poltica que no envolva fora, ou violncia fsica ou simblica?No cotidiano as palavras fora, poder e poltica so utilizadas por muitos como se fossem parecidas. muito comum escutar que tal poltico usou do seu poder para fazer isso ou aquilo ou que esse presidente tem mais ou menos fora do que o outro. comum tambm o uso da palavra poltica como uma capacidade de persuaso, de convencimento.

Dizemos que tal pessoa conquistou um cargo na empresa, pois ela ou ele poltica, ou seja, consegue fazer acordos, atrair aliados, mediar conflitos, agradar gregos e troianos para, enfim, alcanar um objetivo, uma meta, que muitas vezes nada mais do que o prprio poder. Essa ltima forma, parece-nos a mais comum: (poltica) seria o uso de recursos e estratgias (fora) para se alcanar o poder.

Mas, o senso comum repleto de armadilhas e muitas vezes nos d uma viso ingnua e parcial da realidade, quando no uma viso at distorcida do real. O dicionrio de poltica organizado por Norberto Bobbio nos oferece uma viso acerca dessa indeterminao:

A LINGUAGEM poltica notoriamente ambgua. A maior parte dos termos usados no discurso poltico tem significados diversos. Esta variedade depende, tanto do fato de muitos termos terem passado por longa srie de mutaes histricas alguns termos fundamentais, tais como "democracia", "aristocracia", "dspota" e "poltica", foram-nos legados por escritores gregos , como da circunstncia de no existir at hoje uma cincia poltica to rigorosa que tenha conseguido determinar e impor, de modo unvoco e universalmente aceito, o significado dos termos habitualmente mais utilizados. A maior parte destes termos derivada da linguagem comum e conserva a fluidez e a incerteza dos confins. Da mesma forma, os termos que adquiriram um significado tcnico atravs da elaborao daqueles que usam a linguagem poltica para fins tericos esto entrando continuamente na linguagem da luta poltica do dia-a-dia, que por sua vez combatida, no o esqueamos, em grande parte com a arma da palavra, e sofrem variaes e transposies de sentido, intencionais e no-intencionais, muitas vezes relevantes. Na linguagem da luta poltica quotidiana, palavras que so tcnicas desde a origem ou desde tempos imemoriais, como "oligarquia", "tirania", "ditadura" e "democracia", so usadas como termos da linguagem comum e por isso de modo no-unvoco. Palavras com sentido mais propriamente tcnico, como so todos os "ismos" em que rica a linguagem poltica "socialismo", "comunismo", "fascismo", peronismo", "marxismo", "lenilismo", stalinismo", etc. , indicam fenmenos histricos to complexos e elaboraes doutrinais to controvertidas que no deixam de ser suscetveis das mais diferentes interpretaes.

O QUE POLTICA?Deriva da palavra polis ( cidade, em grego). a arte de governar, de gerir o destino da cidade. o poltico aquele que atua na vida pblica e investido do poder de imprimir determinado rumo sociedade.

ComunidadePara os gregos, a finalidade da vida poltica era a justia na comunidade.

O PENSAMENTO POLTICO DE PLATO

(428-347 a.C.)

O Rei-FilsofoOs males no cessaro para os humanos antes que a raa dos puros e autnticos filsofos chegue ao poder, ou antes que os chefes das cidades, por uma divina graa, se no ponham a filosofar verdadeiramente. (Plato)

PlatoO pensamento poltico de Plato (428-347 a.C.) est sobretudo nas obras A Repblica e Leis. Com recurso a alegorias, Plato escreve em dilogos, tendo sempre o seu mestre Scrates como principal interlocutor. Seu verdadeiro nome era Arstocles, e foi apelidado de Plato por ter ombros largos. PlatoEra ateniense de famlia aristocrtica e sempre foi fascinado pela poltica, apesar de ter sofrido pesados reveses. Na Siclia, tentou em vo convencer Dionisio, o Velho, a respeito de suas teorias polticas. Inicialmente bem recebido, aps srias desavenas Plato acabou sendo vendido como escravo e s por sorte foi reconhecido e libertado por um rico armador. Nem por isso desistiu, retornando outras duas vezes Siclia, mais cauteloso, porm sem sucesso. A amargura dessas tentativas frustradas transparece nas Leis, sua ltima obra.

Atenas e a DemocraciaO sculo V a.C. foi a "poca das luzes" da Grcia, mas, ao final dele, a derrota de Atenas na guerra contra Esparta, a condenao e morte de Scrates, as convulses sociais que agitaram a cidade acentuam em Plato o descrdito na democracia. bem verdade que no se trata apenas disso, pois Plato de origem aristocrtica, e seu posicionamento terico de valorizao da reflexo filosfica o leva a conceber uma "sofocracia" (etimologicamente, "poder da sabedoria"). Segundo ele, os homens comuns so vtimas do conhecimento imperfeito, da "opinio", e portanto devem ser dirigidos por homens que se distinguem pelo saber.

Alegoria da CavernaNo livro VII de A Repblica, Plato ilustra o seu pensamento com a Alegoria da CavernaA narrativa alegrica pode dar margem a uma interpretao epistemolgica, pela qual se explica a teoria das ideias platnica. Segundo ela, o filsofo, representado por aquele que se liberta das correntes ao contemplar a verdadeira realidade, passa da opinio cincia e deve retornar ao meio dos homens para orient-los.

A Alegoria da Caverna

Luzes para as sombras Deriva da a segunda interpretao do mito da caverna, que resulta da dimenso poltica surgida da pergunta: Como influenciar os homens que no veem? Cabe ao sbio ensinar e dirigir!Trata-se da necessidade da ao poltica, da transformao do homens e da sociedade, desde que essa ao seja dirigida pelo modelo ideal contemplado.

Cidade Ideal nesse sentido que Plato imagina uma cidade utpica, a Callipolis (Cidade Bela). Etimologicamente, utopia significa "em nenhum lugar" (em grego, u-topos). Plato imagina uma cidade que no existe, mas que deve ser o modelo da cidade ideal.

Educao EstatalPartindo do princpio de que as pessoas so diferentes e por isso devem ocupar funes diversas na sociedade.Plato imagina que o Estado, e no a famlia, deveria se incumbir da educao das crianas. Para isso, prope estabelecer-se uma forma de comunismo em que eliminada a propriedade e a famlia, a fim de evitar a cobia e os interesses decorrentes dos laos afetivos, alm da degenerescncia das ligaes inadequadas.

Seres Perfeitos O Estado orientaria as formas de eugenia para evitar casamentos entre desiguais, oferecendo melhores condies de reproduo e, ao mesmo tempo, criando creches para a educao coletiva das crianas. Alguns nasceram para trabalhar...apenas.....A educao promovida pelo Estado deveria, segundo Plato, ser igual para todos at os 20 anos, quando dar-se-ia a primeira separao identificando as pessoas que, por possurem "alma de bronze", tm a sensibilidade grosseira e por isto devem se dedicar agricultura, ao artesanato e ao comrcio. Estes cuidariam da subsistncia da cidade.

Outros nasceram para guerrear.....apenas Os outros continuariam os estudos por mais dez anos, at o segundo corte. Aqueles que tivessem a "alma de prata" e a virtude da coragem essencial aos guerreiros constituiriam a guarda do Estado, os soldados que cuidariam da defesa da cidade. E outros nasceram para filosofar...e para governar.... Os mais notveis, que sobrariam desses cortes, por terem a "alma de ouro", seriam instrudos na arte de pensar a dois, ou seja, na arte de dialogar.Estudariam filosofia, que eleva a alma at o conhecimento mais puro e a fonte de toda verdade. Justia para a polis Aos cinquenta anos, aqueles que passassem com sucesso pela srie de provas estariam aptos a ser admitidos no corpo supremo dos magistrados. Caberia a eles o governo da cidade, o exerccio do poder, pois apenas eles teriam a cincia da poltica.Sua funo seria manter a cidade coesa. Por serem os mais sbios, tambm seriam os mais justos, uma vez que justo aquele que conhece a justia. A justia constitui a principal virtude, a prpria condio das outras virtudes. A arte de governarSe para Plato a poltica "a arte de governar os homens com o seu consentimento" e o poltico precisamente aquele que conhece essa difcil arte, s poder ser chefe quem conhece a cincia poltica. Por isso a democracia inadequada, pois desconhece que a igualdade deve se dar apenas na repartio dos bens, mas nunca no igual direito ao poder. Para que o Estado seja bem governado, preciso que "os filsofos se tornem reis, ou que os reis se tornem filsofos". Sofocracia Plato prope um modelo aristocrtico de poder. No entanto, no se trata de uma aristocracia da riqueza, mas da inteligncia, em que o poder confiado aos melhores, ou seja, uma sofocracia. A virtude suprema...a qualquer preoO rigor do Estado concebido por Plato ultrapassa de muito a proposta de educao. Se a virtude suprema a obedincia lei, o legislador tem de conseguir o seu cumprimento pela persuaso em primeiro lugar, aguardando a atuao consentida dos cidados livres e racionais. Caso no o consiga, deve usar a fora: a priso, o exlio ou a morte. Da mesma forma, a censura justificvel quando visa manter a integridade do Estado. DegenaraoCom a utopia, Plato critica a poltica do seu tempo e recusa as formas de poder degeneradas. A aristocracia, por exemplo, pode se corromper em timocracia, quando o culto da virtude substitudo pela forma guerreira; ou em oligarquia, quando prevalece o gosto pelas riquezas, e o censo a medida de capacidade para o exerccio do poder.

O povo no sabe votar....No livro VIII de A Repblica, Plato explica como essas formas degeneradas podem fazer surgir a democracia. A democracia no corresponde aos ideais platnicos porque, por definio, o povo incapaz de possuir a cincia poltica.

TiraniaQuando o poder pertence ao povo, fcil prevalecer a demagogia, caracterstica do poltico que manipula e engana o povo (etimologicamente, "o que conduz o povo"). Plato critica a noo de igualdade na democracia, pois para ele a verdadeira igualdade de ordem geomtrica, porque se baseia no valor pessoal que sempre desigual (j que uns so melhores do que outros), no considerando todos igualmente cidados. Por fim, a democracia levaria fatalmente tirania, a pior forma de governo, exercido pela fora por um s homem e sem ter como objetivo o bem comum. O tirano a anttese do magistrado-filsofo.

ORGANIZAO DO GOVERNO NA POLTICA DE PLATOPartes da AlmaFunoClasses da CidadeFunoQUEMRacional (Cabea) Responsvel pelo uso da razo Aspira sabedoria1Governar com sabedoriaMagistrados e Governantes 50 anos (OURO) Irracional/irascvel (VONTADE) (Peito)Responsvel pelos impulsos e afetos Aspira coragem2Proteger a cidade com fortalezaGuerreiros 30 anos (PRATA) Irracional/concupiscente (DESEJO) (Baixo Abdome)Responsvel pelas necessidades bsicas Desejo de ser controlado3Prover as necessidades da cidade com temperanaArtesos, Agricultores, Comerciantes 20 anos (BRONZE)Harmonia justiaA Cidade perfeita aquela em que predomina a temperana (moderao) na primeira classe social, a fortaleza ou coragem na segunda e a sabedoria na terceira. A "justia nada mais que a harmonia que se estabelece entre essas trs virtudes. Quando cada cidado e cada classe social desempenham as funes que lhes so prprias da melhor forma e fazem aquilo que por natureza e por lei so convocados a fazer, ento a justia perfeita se realiza.

O PENSAMENTO POLTICO DE ARISTTELES

O Filsofo de EstragiraAristteles (384-322 a.C.), discpulo de Plato, logo se torna crtico do mestre e elabora uma filosofia original. Enquanto Plato privilegia a matemtica, cincia abstrata por excelncia, Aristteles, filho de mdico, influenciado pelo estudo da biologia.Da seu gosto pela observao e classificao, o que o leva a recolher informaes sobre 158 constituies existentes.

A virtude no est separada da amizade.Aristteles critica o autoritarismo de Plato, considerando sua utopia impraticvel e inumana. Recusa a sofocracia platnica que atribui poder ilimitado a apenas uma parte do corpo social, os mais sbios, o que torna a sociedade muito hierarquizada. No aceita a proposta de dissoluo da famlia nem considera que a justia, virtude por excelncia do cidado, possa vir separada da amizade.

A vida individual est imbricada na vida comunitria.A reflexo aristotlica sobre a poltica no se separa da tica, pois a vida individual est imbricada na vida comunitria. Se Aristteles conclui que a finalidade da ao moral a felicidade do indivduo, tambm a poltica tem por fim organizar a cidade feliz.

O Senso ComunitrioPor isso, diante da noo fria de justia proposta por Plato, Aristteles considera que a justia no pode vir separada da philia. A palavra grega philia tia, embora possa ser traduzida por "amizade", um conceito mais amplo quando se refere cidade. Significa a concordncia entre as pessoas que tm ideias semelhantes e interesses comuns, donde resulta o senso comunitrio.Da a importncia da educao na formao tica dos indivduos, preparando-os para a vida em comunidade.

A amizade e a justiaA amizade no se separa da justia. Essas duas virtudes se relacionam e se complementam, fundamentando a unidade que deve existir na cidade. Se a cidade a associao de homens iguais, a justia o que garante o princpio da igualdade. Justo o que se apodera de parte que lhe cabe, o que distribui o que devido a cada um.

MeritocraciaMas preciso lembrar que Aristteles no se refere igualdade simples ou aritmtica, mas justia distributiva, segundo a qual a distribuio justa a que leva em conta o mrito das pessoas. Isso significa que no se pode dar o igual para desiguais, j que as pessoas so diferentes.

A razo freia as paixesA justia est intimamente ligada ao imprio da lei, pela qual se faz prevalecer a razo sobre as paixes cegas. Retomando a tradio grega, a lei para Aristteles o princpio que rege a ao dos cidados, a expresso poltica da ordem natural.CostumesMesmo considerando a importncia das leis escritas, Aristteles valoriza o direito consuetudinrio (ou seja, das leis no escritas, impostas pelo costume): "Com efeito, de nada serve possuir as melhores leis, mesmo que ratificadas por todo o como de cidados, se estes ltimos no estiverem submetidos a hbitos e a uma educao presentes no esprito da Constituio".

Homem Livre o Homem da PolisO fato de se morar na mesma cidade no torna seus habitantes igualmente cidados. So excludos os escravos, os estrangeiros, as mulheres. O que tambm no significa que todo homem livre, nascido na polis, possa participar da administrao da justia ou ser membro da assembleia governante. Para Aristteles, necessrio ter qualidades que variam conforme as exigncias da constituio aceita pela cidade. O Bem Comum.De forma geral, Aristteles concorda que o bom governante deve ter a virtude da prudncia prtica (plironesis), pela qual ser capaz de agir visando o bem comum. Trata-se de virtude difcil, que no se acha disponvel a muitos. O cio e virtudePor isso exclui da cidadania a classe dos artesos, comerciantes e trabalhadores braais em geral, em primeiro lugar porque a ocupao no lhes permite o tempo de cio necessrio para participar do governo e em segundo lugar porque, reforando o desprezo que os antigos tinham pelo trabalho manual. Aristteles pondera que esse tipo de atividade embrutece a alma e torna o indivduo incapaz da prtica de uma virtude esclarecida.

Formas de GovernoAlm de descrever as diversas constituies, Aristteles estabelece uma tipologia das formas de governo que se tornou clssica. Usa o critrio do nmero, da quantidade, para distinguir a monarquia (ou governo de um s), a aristocracia (ou governo de um pequeno grupo) e a politeia (ou governo da maioria).

TaxionomiaEm seguida, usando o critrio axiolgico (de valor), Aristteles considera que as trs formas podem ser consideradas boas, quando visam o interesse comum, e ms, corrompidas, degeneradas, quando tm como objetivo o interesse particular.

DegeneraoPortanto, a cada uma das trs formas boas descritas correspondem respectivamente trs formas degeneradas: a tirania se refere ao governo de um s quando visa o interesse prprio; a oligarquia prevalece quando vence o interesse dos mais ricos ou nobres; e a democracia quando a maioria pobre governa em detrimento da minoria rica.

CLASSIFICAO DAS FORMAS DE GOVERNOCritrio de nmero Critrio do valorBoasCorrompidasUmMonarquiaTiraniaPoucosAristocraciaOligarquiaMuitosPoliteiaDemocraciaO Bom GovernoA teoria poltica grega est voltada para a busca dos parmetros do bom governo. Plato e Aristteles envolvem-se nas questes polticas do seu tempo e criticam os maus governos. Se por um lado Plato tentou efetivamente implantar um governo justo na Siclia, por outro esboou a idealizada Cailipolis como modelo a ser alcanado. Aristteles mesmo recusando a utopia do seu mestre, aspira tambm a uma cidade justa e feliz.

NormatizaoIsso significa que esses filsofos elaboram uma teoria poltica de natureza descritiva, j que a reflexo parte da anlise da poltica de fato, mas tambm de natureza normativa e prescritiva, porque pretende indicar quais so as boas formas de governo.tica e PolticaA ligao entre tica e poltica evidente, na medida em que a questo do bom governo, do regime justo, da cidade boa, depende da virtude do bom governante. Essa tendncia persiste na Idade Mdia, at ser criticada no sculo XVI, a partir de Maquiavel.CiclosOutra caracterstica tpica das teorias polticas antigas a concepo cclica da histria, segundo a qual os governos se alternam passando de uma forma para outra (de desenvolvimento ou de decadncia), representando um curso fatal dos acontecimentos humanos. Assim, por exemplo, quando a monarquia degenera em tirania, acontece a reao aristocrtica que, decaindo em oligarquia, gera a democracia e assim por diante.

O Analfabeto Poltico

O Analfabeto Poltico Bertolt BrechtO pior analfabeto o analfabeto poltico. Ele no ouve, no fala, nem participa dos acontecimentos polticos. Ele no sabe o custo de vida, o preo do feijo, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remdio dependem das decises polticas.O analfabeto poltico to burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a poltica. No sabe o imbecil que, da sua ignorncia poltica, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que o poltico vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.RefernciasARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando, Introduo Filosofia. Ed. Moderna: So Paulo, 1993.ARISTTELES. Os Pensadores. So Paulo: Ed. Abril, 1992. _____. Poltica. So Paulo: Editora Martin Claret, 2008. BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionrio de Poltica. Braslia: Editora Universidade de Braslia, 1991.CHAU, Marilena. Introduo Histria da Filosofia: dos pr-socrticos a Aristteles Vol. 1. So Paulo: Editora Brasiliense, 1994. PLATO . Repblica. 6 ed. Ed. Atena, 1992._____. Os Pensadores. So Paulo: Ed. Abril, 1992. REALE, Giovanni; ANTISERI Dario. Histria da Filosofia - Pag Antiga, v. 1 So Paulo Paulus. 2003.VERNANT, Jean Pierre. As Origens do Pensamento Grego. Rio de Janeiro: Difel, 2002.JBRF59