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Conteudista: Antônio José Lopes Bigode EPISÓDIO 02 A Flauta de Hamelin AS CHAVES DE MARDUM TV ESCOLA

A Flauta de Hamelin

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Conteudista: Antônio José Lopes Bigode

EPISÓDIO 02

A Flauta deHamelin

AS CHAVES DE MARDUMTV ESCOLA

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O s irmãos Cacá e Nina chegam com os pais à casa em que passarão as fé-rias. Eles não veem a hora de explo-rar tudo. Mas por onde começar? Pelo quarto de despejo da casa! Uma estante empoeirada chama a aten-ção dos irmãos. Na verdade, não é uma estante comum. Atrás dela as crianças encontram uma porta que os leva direto para a oficina de Ano-nimus, outro lugar repleto de obje-tos interessantes, como uma flauta mágica – a flauta de Hamelin. Ela é uma das chaves musicais que dá a quem as tiver o direito ao trono de Mardum, um mundo extremamente colorido e musical.

A LUTA PELO TRONOAnonimus foi escolhido pelo bom rei Ghor para proteger as chaves mágicas e, assim, evitar que elas caiam nas mãos do terrível Rum-pus, seu ambicioso irmão. Mas as chaves estão perdidas e preci-sam ser recuperadas o mais rápido possível. Para realizar essa missão, Anonimus contará com a ajuda de Nina e Cacá que, além de muito corajosos, adoram uma aventura. E aventura é o que não vai faltar para eles e também para seus alu-nos, professor (a). Até recuperar as chaves musicais, os irmãos passarão por muitas peripécias.

Professor (a), nos episódios de O Mundo de Mardum, Cacá e Nina circulam entre o real e o imaginá-rio: o Mundo Paralelo de Mardum. Mas tanto lá quanto cá, as crianças usam conhecimentos, ou concei-tos matemáticos, para enfrentar os desafios que encontram. Os seus alunos, certamente, também fazem isso, por isso é importante valorizar os conhecimentos prévios que eles já têm, tanto em relação aos temas e questões que são explorados nesta série quanto em outros momentos em que os conteúdos matemáticos são estudados.

Bom divertimento a todos vocês!

Mundo ParaleloNos episódios, o mundo paralelo de Mardum é uma referência ao universo paralelo,

teoria desenvolvida pelos físicos em que eles buscam comprovar a existência de outra realidade que é paralela, ou existe ao mesmo tempo, à realidade na qual vivemos.

No mundo mágico de Mardum Na série, Cacá e Nina usam seus conhecimentos matemáticos para enfrentar desafios

MATEMÁTICA E NOVAS MÍDIAS

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Enquanto vivem as aventuras desse episódio, os irmãos conversam sobre o mundo ao seu redor e notam que nele há coisas gordas e finas e pessoas –

ou mardunianos – grandes, pequenas, ou médias. Cacá e Nina chegam a essas conclusões por comparação, ou por relacionarem uma coisa com a outra.

Em muitas situações de seu dia a dia, os alunos também fazem comparações. Mesmo que ainda não dominem os conceitos, na prática eles recorrem

a conteúdos de grandezas e medidas.

A

ATENÇÃO!

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PALAVRAS-CHAVEgrandezas e medidas, grosso e fino, atributos métricos.

s crianças cumprem o prometido a Anonimus e voltam a Mardum. Como primeira tarefa, os irmãos devem encontrar um marduniano baixinho, amigo de Anonimus, que vive em um cano. “Procurem cinco canos gordos, Ambrósio deve estar num dos cinco”, recomenda o co-milão. Ele confia que o seu peque-no amigo poderá ajudá-los. Porém, isso não acontece, pois Ambrósio não está em casa.

RUMPUS E OS RATOSMas o pior ainda está por vir: Cacá e Nina descobrem que Rumpus está usando os poderes da flauta de Ha-melin para controlar um exército de ratos e, assim, dominar o Reino. Mais do que nunca, eles precisam de um plano contra o vilão. Porém, não será nada fácil colocá-lo em prática. An-tes disso, terão que enfrentar muitos desafios, como o medo de Nina por ratos, que avançam de todos os lados.

DE VOLTA PARA MARDUM

A flauta mágica está em poder de Rumpus, mas Nina e Cacá farão de tudo para recuperá-la neste episódio

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Cantagem não é contagem

inda hoje, a maioria das crianças adora “soltar os pulmões” em dife-rentes sequências de números, como acontece em “a galinha do vizinho, bota ovo...”; ou em “1, 2, feijão com arroz” entre tantas outras. Além de animar as brincadeiras, as cantigas com números têm um papel rele-vante no ensino e aprendizagem du-rante a pré-escola. Mas, como você sabe, professor, contar é diferente de cantar e, no 1º ano do ensino funda-mental a contagem deve ir além da cantoria dos números.

A contagem é uma ferramenta das mais importantes nesse início da escolaridade. Daí a necessidade de apresentar aos alunos situações de contagem mais desafiadoras a serem trabalhadas na sala de aula. Crianças ou adultos contam quan-do precisam responder a pergunta: “quantos?”, mas não têm como, ou não podem, distinguir a quantidade visualmente.

Por outro lado, para a maioria das pessoas é fácil distinguir a quanti-dade de lápis ao lado apenas “ba-tendo o olho” sobre eles. Isso acon-tece porque o seu senso numérico lhes permite reconhecer de pronto até 5 ou 6 objetos.

ATIVIDADES DE CONTAGEMEm diversos momentos os seus alu-nos serão confrontados com dife-rentes desafios em que é preciso identificar quantidades. Chame a atenção deles para essas situações e, também, para aquelas que são pro-postas no game do episódio. Agora, observe outro exemplo de atividade que também pode, facilmente, ser reproduzida na classe.

À primeira vista é possível concluir rapidamente, e sem necessidade de contar, que há 10 ovos coloridos, pois estão arrumados de maneira adequada. Mas quando estão desor-ganizados, é preciso contá-los para se chegar a uma boa conclusão. Ob-serve nas imagens ao lado:

Muito provavelmente, no 1º ano, os seus alunos ainda usam os de-dos para essa contagem, ou seja, fazem uma correspondência um a um, em que associam a cada dedo uma palavra da sequência numérica

- é isso mesmo, professor. Na cor-respondência um a um, a cada dedo associa-se uma palavra que expres-sa uma ideia numérica, “um”, “dois”, “três” e assim por diante.

Como é possível perceber, con-tar é um procedimento de natureza matemática muito mais sofisticado do que pode parecer.

NA SALA DE AULA

No início do ensino fundamental é hora de trocar a cantoria dos números por situações significativas de contagem

©IMAGEM: REPRODUÇÃO

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QUANTIFICAÇÃO DE OBJETOSOutra forma do aprendizado da contagem é a quantificação de ob-jetos. Com base em estudos e pes-quisas, a psicopedagoga Constance Kamii ressalta a importância de se encorajar os alunos a criar uma ló-gica para a quantificação, podendo usá-la para resolver problemas à sua maneira, ou do “seu jeito”. Assim, é possível tornar o aprendizado mais significativo e de fácil entendimento.

No livro A criança e o número, Ka-mii sugere que as crianças sejam encorajadas a:

pensar sobre número e quantidades de objetos que tenham significados para elas;

quantificar objetos logicamente e comparar conjuntos (em vez de encorajá-las a contar);

formar conjuntos com objetos móveis.

À DIREITA OU À ESQUERDAAinda em torno da contagem, pro-videncie uma imagem como a que se vê abaixo. Mostre-a para os alu-nos e os incentive a contar quan-tos ratos eles veêm na figura. Em seguida, peça-lhes que os identifi-quem por seus tamanhos. Há mais ratos grandes ou pequenos, e quan-tos deles estão andando em direção ao lado direito?

Se as crianças ainda não desenvol-veram a lateralidade e não têm fa-miliaridade com a terminologia de orientação - à esquerda ou à direita, por exemplo – acrescente um refe-rencial à imagem, como um queijo. Na imagem há 28 ratos pequenos e 18 grandes; 7 ratos grandes e 12 pe-quenos estão caminhando em dire-ção ao queijo.

Finalmente, o desafio das crianças é agrupar os ratinhos de 2 em 2 e dizer quantos pares existem. Eles devem concluir que há 23 pares de ratos.

Vale a pena propor às crianças di-versas outras situações problematiza-doras. Assim, você aguça a curiosi-dade natural dos alunos e amplia o seu interesse em aprender.

Pensando nos númerosNo texto “Matemática: soluções para dez desafios do professor”, da série Nós da Educação,

Antonio J.L.Bigode e Janete B. Frant, diferentes estratégias para trabalhar com as crianças a construção das ideias numéricas e do sentido da medida. Tais estratégias mostram como preparar o caminho

para as operações partindo-se do sentido numérico e dos vários significados para os números.

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C rianças são naturalmente curiosas. Elas querem conhecer o mundo que as rodeia e, se a escola lhes oferece oportunidades, não se intimidam diante de situações em que é preci-so investigar, estabelecer relações e enfrentar problemas usando tanto os saberes prévios quanto seus no-vos conhecimentos.

Logo nas primeiras cenas deste episódio, Nina quer saber como farão para novamente encontrar Rampus em Mardum. Anonimus responde, oferecendo somente as

primeiras pistas que os irmãos de-vem seguir para realizar sua “mis-são de resgate”. No reino mágico é a vez de Cacá recorrer à lógica e usar imaginação e criatividade para re-solver as situações-problemas que surgem a cada momento.

Chame a atenção de seus alunos para tais situações: algumas delas relacionam-se direta ou indireta-mente aos conteúdos de grandezas e medidas, que já são assunto das aulas de Matemática do primeiro do ensino fundamental.

AMBRÓSIO E OS CANOSAnonimus orienta Cacá e Nina a procurarem por Ambrósio, o amigo baixinho que mora em alguns canos gordos. As crianças seguem as instru-ções, mas em vez de Ambrósio en-contram uma senhora mardoniana e, mais adiante, se deparam com canos finos antes de chegarem aos gordos. É assim, que as relações entre gran-dezas vão sendo apresentadas e po-dem ser exploradas em sala de aula.

No estudo dessas relações com os alunos, professor, lembre-se de que

MEDIR É COMPARAR

Relações entre grandezasEspecialmente nessa fase da aprendizagem, as crianças adoram um bom desafio. Você pode testar isso, professor

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A B

CD E

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ao dizer que um objeto é “gordo” ou “fino”; que uma pessoa é “alta”, “bai-xa”, você está conferindo às coisas e pessoas um atributo, que é um con-ceito relativo, ou seja, que só têm sig-nificado em comparação com outro.

Por exemplo, como saber se o cano abaixo é “grosso”, “médio” ou “fino”? Não é possível saber, já que você está diante de apenas um cano, certo?

MEDIDAS COMPARADASMas como explicar essa afirmação? Com base no fato de que alguns atri-butos são relativos, e vocês estão dian-te de um deles: um cano pode ser mais “gordo” que outro, mais “fino” que outro ou maior que outro. Sendo assim, pode-se afirmar que determi-nadas características das coisas são ou não são em relação a outras coisas.

Indo mais fundo, não é possível dizer que uma criança é alta, mas sim que ela é mais alta que outra criança, que

uma criança não é maior e sim que é maior que outra. Ao dizermos que uma determinada criança é alta, quer dizer que a estamos comparando com a maioria das crianças de sua idade.

De volta aos canos, mostre aos seus alunos uma variedade deles e peça que os organizem de acordo com al-gumas características e nomeiem cada uma dessas particularidades.

Proponha que eles construam fra-ses relacionando os cinco canos de acordo com os seus atributos, como o descrito no exemplo a seguir:

O cano A é do mesmo tamanho que cano B, mas é mais grosso (mais gordinho).

O cano E é mais grosso que o cano A, apesar de ser menor.

Nas ilustrações, os canos C e E são parecidos e algumas crianças pode-rão dizer que C é uma miniatura de E. Chame a atenção da turma para isso. Mais adiante, os alunos irão apren-der que esses canos são, na verdade, figuras tridimensionais semelhantes, obtidas da ampliação de C.

Por fim, lembre-se que há outras qualidades que se pode atribuir a ob-jetos que estão relacionadas a medi-das: tempo (cedo, tarde), temperatura (quente – frio), velocidade (rápido – lento), assim por diante.

Esferas e suas cinturasAproveite o fascínio que as crianças têm pelas bolas e explore outro aspecto das relações entre grandezas. Leve duas ou três bolas de tamanhos diferentes para a sala de aula, mostre uma delas às crianças e pergunte-lhes se acham que tal bola é “gordinha”.Muito provavelmente a maioria dirá que sim, a bola é “gordinha”.

Em seguida, mostre-lhes as outras bolas, de tamanhos diferentes, e repita a questão: “vocês acham que todas essas bolas são “gordinhas”? É possível que muitos alunos respondam afirmativamente. As bolas podem ser grandes ou pequenas, mas sempre serão gordinhas. Isto porque elas são esféricas e, assim, suas “cinturas” são sempre maiores, ou ”gordas”, no centro da bola.

©IMAGEM: REPRODUÇÃO

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História infantilAs histórias e fábulas da Idade Média não eram histórias para crianças. Eles serviam para difundir normas sociais e instruir as pessoas sobre hábitos e costumes. Na Europa do século XIV, os ratos

foram os responsáveis por espalhar a peste bubônica que levou milhares de pessoas à morte. Era bom mantê-los longe. Olhe aí um ótimo pretexto para trabalhar higiene e saúde com a turma.

PARA SABER MAISBigode, Antonio José Lopes e Frant, Janete Bolite, Matemática; soluções para dez desafios do professor,

série Nós da Educação, Editora Ática Educadores. São Paulo (SP), 2011.

Nunes, Terezinha e Bryan, Peter, Crianças fazendo Matemática. Editora Artes Médicas, Porto Alegre (RS), 1997.

Kamii, Constance, A Criança e o Número, Ed. Papirus, 1986.

Contos dos Irmãos Grimm. Organização de Clarissa Pinkola Estes (organizadora) e tradução de Lia Wyler, Editora Rocco, s/d.

revistaescola.abril.com.br/matematica/fundamentos/pensar-matematico-428559.shtml

youtu.be/YHW41NtgFUE

youtu.be/sZKbK0X0Nwo

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Aprender nunca é demais

s peripécias de O flautista de Ha-melin são contadas há muito tem-po. Mas somente no século XIX é que sua narrativa foi recolhida pe-los irmãos Grimm e transformada em história infantil. Deste então, ela tem feito brilhar os olhos das crianças pelo fundo afora. Acre-dita-se que esse antigo conto fol-

clórico seja baseado em fatos reais acontecidos, em 1284, na cidade de Hamelin, situada no que hoje é o norte da Alemanha.

A IMPORTÂNCIA DA HIGIENEA Europa vivia em plena Idade Média, um período em que o lixo e a sujeira espalhavam-se por toda

parte e os hábitos de higiene não faziam parte do dia a dia das pes-soas. Ruas e casas juntavam ratos e outros bichos que transmitiam doenças. Foi o que aconteceu em Hamelin, que acabou infestada por ratos. Isso até a chegada de certo flautista. Mas essa história é para você contar, professor.

ATIVIDADES E ESTUDOS COMPLEMENTARES

Os poderes da famosa flauta de Hamelin estão no centro desse episódio e, certamente, vão encantar os seus alunos