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Editorial |1 TerraVida. edição 2010/2011 a freguesia em revista VivaLumiar! Autoridade Educava Familiar As Linhas de Torres e a sua Alameda Lenda do Lumiar A Rua do Lumiar hoje

a freguesia em revista - Vivatelheiras's Blog | Just another … · 2011-02-18 · de alguma coisa, mas que a esposa enganada ... È a rua principal do Lumiar não só porque tem

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1

a freguesia em revistaVivaLumiar!

Autoridade Educativa FamiliarAs Linhas de Torres e a sua Alameda

Lenda do Lumiar A Rua do Lumiar hoje

índice |3

Índice04 Editorial. 05 A Lenda do Lumiar.

06 A Rua do Lumiar hoje.

11 Autoridade educativa familiar.

15 Alameda das Linhas de Torres: 1810 – 2010 Bicentenário das Invasões Francesas.

16 A Associação de Moradores do Bairro da Cruz Vermelha do Lumiar.

19 Pagina Literária: Cesário Verde.

20 Mapa do Lumiar.

22 Mapa do Paço do Lumiar .

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Ficha Técnica Promoção. TerraVida - Iniciativas socio-ambientais

Editor. Guilherme PereiraTextos. João Muñoz de Oliveira e João Carlos Beça

Fotografia, paginação e concepção gráfica. Diana GonçalvesConceito. Pieter Van Hoekk

Redacção. Isabel Lopes PereiraComercial/Publicidade. António Duarte e Joaquim Garcia

Revisão. Anabela TiburcioPropriedade. FJGP

[email protected]://vivatelheiras.blogspot.com

http://vivatelheiras.wordpress.com Facebook. Viva Telheiras

Pré-impressão e Produção. Light Ideas, Consultoria de Comunicação

Impressão.Peres-Soctip, 2135-114 Samora Correia

Depósito Legal.Distribuição Gratuita

Distribuição. 3 por UmN.º de exemplares. 50 000

A reprodução total ou parcial dos conteúdos só é permitida com a indicação da sua origem e

autores

2| Editorial

a lenda do lumiar |5

A LENDA DO LUMIARMuitos lugares, países, tribos ou povos, têm

o seu mito fundador. O Lumiar tem o seu. El-rei D.Dinis (1261-1325), homem fogoso, amante de sua esposa mas também de outras senhoras, tinha encontros com uma abadessa do Convento de Odivelas, Madre Brígida, a quem visitava amíude. A Rainha, D.Isabel de Aragão, boa esposa - que por tal paciência, muitos generosos feitos e pelo milagre das rosas, viria a ser canonizada Santa - decidiu-se a por travão a tal situação. Não sabemos com que sucesso posterior, mas que a medida foi hábil e astuta, foi! Vejamos como foi! Senhora sensata e serena, preparou um estratagema que fizesse o marido cair em si e mostrar-lhe o quão ela sabia e não queria mais suportar. Tanto mais que desta vez o desaparecimento do rei por alguns dias se fazia mais notar com prejuízo para os assuntos do Estado!

Saía D.Dinis, altas horas da noite, de mais um encontro com a sua amada, transpunha o portão e fazia-se ao caminho de volta a Lisboa. O Lumiar nessa época, séc.XIII–XIV, era bem afastado da capital. D.Dinis depara-se com uma estrada iluminada por luzes que lhe sinalizavam a passagem. O rei admirado depara-se com a esposa que o esperava. Podemos imaginar o possível diálogo que terá sido deste género:

- O que fazeis aqui senhora minha esposa? Porquê toda esta luz?

– Por vós espero, senhor para vos alumiar com todo este candeio, mandei-o eu colocar para que do vosso passeio, pudésseis bem regressar!

É pouco seguro que a lição tivesse servido de alguma coisa, mas que a esposa enganada se desafrontou dum modo elegante, isso sim! E D.Dinis, poeta, sábio, bom governante e alegre homem – um bon vivant e chaud-lapin - terá continuado seus amores como era uso e costume nesses tempos, de que aliás deixou filhos bastardos. D.Dinis tanto gostava do lugar e do que lá viveu que está sepultado no Convento de Odivelas em paz e eterno descanso! Popularmente o lugar passou a ser conhecido por Lumiar. Mas se não acreditar na lenda, tem as explicações mais eruditas para a topologia do lugar, que dão como Lumiar derivado de limiar, termo ou fronteira de Lisboa.

G.P.

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4| editorial

Editorial. Lançamos o Viva Lumiar! Com satisfação e

esperança. Satisfação por ser um primeiro passo, esperança, para que cresça, continue. Porque o Lumiar o merece: pela sua grandeza, valor, tradição, pelas suas gentes. Pretendemos levar até si um outro conhecimento, novo ou renovado, das suas associações, moradores, entidades, empresas, comércios, escolas.

Queremos revelar quem sabe ou vê melhor do que nós, mostrar caminhos, dar algumas luzes, às vezes tão perto de nós, que os meios de comunicação de massa – globais e de interesses alheios – não mostram. O artigo que o Sr. Prof. Muñoz de Oliveira, administrador do Colégio S. João de Brito, teve a amabilidade de nos enviar, é um exemplo disso. Ajuda-nos a reflectir sobre um problema que sentimos forte, hoje, que é o da perda da autoridade, da crise da escola, do enfraquecimento da família: tudo ligado entre si, que toca a cada um de nós em particular e à sociedade em geral.

Queremos com este Viva Lumiar! Mostrar as associações de moradores que ajudam a criar laços, a fazer um bairro de pessoas para pessoas e começamos pelo Bairro da Cruz Vermelha!

Queremos que seja um guia do Lumiar, útil e sempre à mão, por isso tem mapas, sobretudo das zonas novas ainda mal conhecidas e cartografadas. Mais que não fosse, esta publicação vale por isso e deve estar sempre à mão!

Mas o Lumiar se é novo e de crescimento urbano actual, também é memória. Relembramos o seu mito fundador, estória poética que muitos conhecerão mas outros não. E retratamos a sua Rua do Lumiar na actualidade, espaço que espera remodelação, sempre prometida mas sempre adiada, mas que é continuidade e comunidade.

E em ano de centenário da República, também aqui encontramos sinais dessa época, em que republicanos aqui viveram, como Pina Monteiro, ou instituições dessa época aqui funcionaram, como a Escola e infantário José Estêvão, hoje abandonada em lenta agonia, para nossa vergonha cívica e desagrado visual!

Mas o Lumiar também nos evoca outras datas: a sua Alameda principal, coluna dorsal de toda a freguesia, é afinal a memória dum outro bicentenário, o das Invasões Francesas, que tão vitoriosamente foram batidas, faz agora 200 anos e que vale a pena recordarmos hoje, tempo em que outras “invasões” se fazem de outros modos, igualmente nefastos mas igualmente vencíveis, assim haja arte, engenho, organização pátria.

Boa leitura e até para o ano, assim os ventos e as vontades o queiram!

O Editor

a rua do lumiar hoje |7

Desde 1970 que tem este nome, que assenta bem a um clube, mas desde 1932 que era uma charcutaria, embora a memória de alguns dê como centenária a actividade no local. A grade trabalhada na montra em ferro forjado dá o toque de bom gosto a este café de bairro, bem lisboeta, com duas vitrinas: uma com taças e medalhas de campeões locais, alguns que fazem ali ponto de encontro quotidiano, outra vitrina expõe chávenas de café. Os petiscos - caracol, caracoleta, moelas, camarão, berbigão - acompanham a cerveja de pressão que no dizer do gerente Miguel “imperial não há melhor nem mais bem tirada em todo o Lumiar!”

Funerária do Lumiar Ld.ªRua do Lumiar, 40. Tel. 21 757 58 84

Freguesia ou bairro que se preze tem o seu cemitério, igreja e serviço funerário próprios e o Lumiar tem os seus! O espaço é grande e cuidado, forrado a pedra mármore. A frota de carros é toda de bons modelos Mercedes

e o serviço – cremação ou exumação – é por experiente profissional, Sr.João Cardoso, gerente desta firma com mais de 40 anos que afiança: “Sabemos adequar a cerimónia aos vários ritos, consoante os clientes” e esse ecletismo está espelhado nas duas grandes montras com uma variedade de imagens e de santos, de Iemanjá, de budas, mas é a Nª Srª de Fátima que detem o centro com a maior imagem. Com um armazém de 600 m2 com instalações frigorificas, assegura traslações para todo o país e estrangeiro, bem como toda a tramitação legal. Tem 2 filiais – a Funerária da Charneca e a Funerária Central da Póvoa de Sº Adrião.

E depois das mágoas vem o convívio: em frente o Flight Club, o bar que só abre à noite.

Agostinho Figueiredo & Filho Ld.ª Marcenaria e Carpintaria Rua do Lumiar, 31. Tel. 21 759 15 79São dois besonhosos artífices, marceneiro e

carpinteiro, que não têm tempo para conversas: o melhor é dizer logo ao que vai para ser atendido!

Formóveis, Fabrica de MoveisMário & Seixas Ldº Central da Ameixoeira, Rua do Lumiar, 47/49 Tel. 21 757 67 36

Foi em tempos um correeiro antes que em 1975 o Sr. Antonio Seixas a transformar em casa de móveis, armários de cozinha e casa de banho, roupeiros, mesas, já feitos ou por medida. A casa é pequena mas plena de escolhas para decorar e mobilar o lar,

como p.ex. coloridas e vistosas flores artificiais.

Mercearia Antiga Firma Pedroso & Gameiro Rua do Lumiar, 60/66. Tel. 21 759 00 55

É a mercearia típica na sua elegância de bons armários em madeira pintados em castanho claro. O frigorifico General Electric, grande e centralmente colocado, de majestosa porta branca, pronto a guardar qualidade refrigerada, é hoje

vistoso sinal duma época de abundância. Muitos expositores de hortaliça, frutas, são a fartura fresca no dia-a-dia. Até na rua há caixas expostas “já foram mais, toda a frente tinha caixas e caixas e o Tio Américo, pensionista dos Inválidos do Comércio é que guardava a venda, dava a quem pedia e não podia pagar, antes que roubar! Havia também ao centro da casa a salgadeira para as

6| a rua do lumiar hoje

A Rua do Lumiar hojeÈ a rua principal do Lumiar não só porque tem o seu nome mas porque foi e é a via principal deste

núcleo antigo. Foi uma das entradas de Lisboa até a Cçª de Carriche e a Av. Padre Cruz a terem substituído. Mas não deixa de ter muito movimento, transito que sobe de Odivelas, sobretudo transportes públicos, o que lhe tira o sossego. O encerramento ao trânsito muitas vezes previsto e a reabilitação de edifícios, que aqui e ali, vão melhorando dando-lhe nova vida, ajudam, com os seus moradores e lojistas a mantê-la viva. Chamou-se a rua Direita do Lumiar e liga à Estrada da Ameixoeira e à Estrada do Desvio. Hoje é uma rua tão local e familiar que muitas das lojas não têm reclamos nem tabuletas, tão conhecidas são dos seus frequentadores, vizinhos na maior parte. Que actividades encontramos hoje aqui?

Começando pelo seu inicio, do lado da Alameda das Linhas de Torres temos o

Cabeleireiro Saúde Velhinho Rua do Lumiar, 1 F. Tel. 91 350 81 42.

É um agradável salão moderno de Maria Saúde, cabeleireira há mais de 27 anos e que abriu ali em 2009. Com manicura, a pedicura a cargo de Tina, depilação, “é com simplicidade, amizade e receber bem os clientes, o que traz as minhas clientes” todas

ali da zona onde vive depois de ter trabalhado em diversos salões de Lisboa. Rosto simpático e bonito, olhos vivos e verdes, é seguramente o encanto da rua, logo na sua primeira porta.

Centro de Estética Carmo Xavier Rua do Lumiar, 1 H. Tel. 21 241 46 47

É o mais moderno e aparatoso estabelecimento de toda a rua graças à fachada em vidro e um vistoso reclamo em laranja vivo. Uma equipe de jovens senhoras cuida da beleza feminina: corpo, rosto, pele mãos e pés. É o local onde pode entrar

de corpo cansado e sair recuperado!

O Retiro da Matilde Rua do Lumiar, 18/20. Tel. 21 759 02 87

Antiga taberna e mercearia em 15/7/93 tornou-se num restaurante da gastronomia tradicional portuguesa pela mão de Otilio Almeida que com a sua esposa Matilde Rosa, que deu o nome à casa, são os donos desta tasquinha bem lisboeta,

espaço aconchegado, bem acolhedor. Casal de excelentes cozinheiros, preparam suculentos pratos como pernil de porco no forno, pato no forno com laranja, cabrito assado no forno, arroz de polvo com camarão, choquinhos á algarvia e na época própria caça, sável, lampreia. O doce da casa é de maçã reineta com suspiro e doce de ovos: diz quem provou que é de comer e chorar por mais!

Vitória Bar Rua do Lumiar, 25. Tel. 21 759 04 77

a rua do lumiar hoje |9

É uma sapataria e pronto-a-vestir para homem, bem abastecida, balcão corrido a todo o comprimento, um espelho na porta, duas amplas montras. A alfaiataria e camisaria vinha de 1947 mas foi em Julho 1976 que o sr. Norberto Antunes a tomou com o irmão por cedência de quotas, vindo da Casa Caldeira - sapataria e pronto-a-vestir, já desaparecida mas não das memórias locais. “Fornecíamos as vendedeiras da região saloia, da Malveira, de Loures que vinham ao mercado da Ribeira e compravam aqui no regresso ou no Lgº de S.Paulo. Tivemos 2 alfaiates a trabalhar para nós e costureiras, alem de 3 empregados e o meu irmão que tinha o curso de corte, cortava mesmo ao balcão. Um dia um cliente que mandou cá fazer o fato de noivo, queria sair de cá já vestido para a boda mas isso não foi possível pois tínhamos sempre a casa cheia!”.

Catagás Assistência técnica a electrodomésticos Ld.ª Rua do Lumiar, 126. Tel. 21 759 02 85 / 21 756 79 84

Aberta em 2000, num prédio bem remodelado, é um e s t a b e l e c i m e n t o moderno e bem apetrechado para um serviço certificado em esquentadores e aquecedores das marcas Vulcano, Zeus, Junkers, Neckar e para a

instalação de canalizações de água e gás.

Tasca do João Rua do Lumiar. 122Hoje com a gerência

do sr. Luis Alves, é um típico restaurante especializado na lampreia, sável, lebre, coelho, perdiz, tordo, nas épocas próprias,

que traz gente de toda a cidade, cuja fama já vem do nº 51-53, onde antes se encontrava.

O cantinho da Lena, Snack bar e café Travessa do Morais, 11. Tel. 21 758 63 14

A D.Lena é a gentileza em pessoa, a encher a rua, com simpatia e bom atendimento, no seu bar com esplanada, moderno, simples e bem arranjado em que só falta o arranjo do espaço publico que confina com a Av.Pde.Cruz e que se devidamente

arranjado poderia ser um recanto muito mais agradável! “Abri em 2000 e estas fotos e aguarelas sobre o antigo Lumiar foram-me oferecidos pelo então presidente da Junta de Freguesia, Rui Malta Vacas, que recordo com saudade. E esta é uma cerâmica a representar a capela de S.Sebastião no Paço do Lumiar feita pelo sr.Vitor para mim. Reúne-se aqui uma vez por mês o grupo A Velha guarda do Lumiar, uma trintena de amigos e antigos moradores”. E assim se faz uma casa com alma, que serve comida caseira à 2ª fª bacalhau, à narciso ou cozido, e à 5ª fª cozido à portuguesa.

Relojoeiro António Leal Rua do Lumiar, 119.

É uma sala, minúscula, mas bem iluminada como compete a um ofício de visão fina, bem arranjada, que por fora nada indica o que vai lá dentro, de Antonio Leal: “Aprendi na Relojoaria Guerra quando vim para esta profissão em

1967, logo depois da escola. Comecei a aprender com as peças velhas, despertadores, a montar e desmontar depois é que passei aos relógios de

8| a rua do lumiar hoje

carnes de porco, entrecosto, chispe”. Fundada em 1868, atestado pela bandeira pintada a dourado no centro da casa, são os dois sócios, antigos empregados da firma, Armindo e Artur, desde os anos 80, que hoje atendem a clientela, num ambiente de vizinhança, quase familia. “Tínhamos galinhas, coelhos vivos, ovos que íamos buscar a Vale de Cavalos. As carnes salgadas estavam numa banca de pedra de lioz aqui ao centro. Vendíamos uma carga de bacalhau por semana. Haviam hortas para lá do cemitério até ao Paço do Lumiar e íamos com a camioneta levar comida para os animais e buscar frutas e hortaliças: era uma produção local”!

Barbearia Minhota Rua do Lumiar, 69. Tel. 91 281 39 32

Aqui desde 1990, Paulo Vieira, jovem em atitude informal, é barbeiro porque gosta, sem a bata, a atender no pequeno salão, tendo dois canários por companhia, neste espaço que herdou do avô João Vieira, ele também barbeiro. É o ponto de encontro da gente nova da rua, onde mais que cortar cabelo e pentear se faz o ponto de situação e se cruzam conhecimentos e amizades: é o barbeiro de sempre, o centro da rua!

Cova Funda Snack bar e café Rua do Lumiar. Tel. 21 757 77 68

Da antiga casa de petiscos com carvoaria e petrolino, de que guarda o nome, é hoje um moderno snack-bar e café que oferece cozido à portuguesa à 4ª fª e ao sábado e outros pratos nos restantes dias, regados com vinho da casa, de Aveiras.

Drogaria Tó-Zé de José Ramos Engrácia Ld.ª Rua do Lumiar, 96/102. Tel. 21 759 00 71

É a clássica drogaria, perfumaria e casa de utilidades para o lar, casa cheia e bem aprovisionada em que temos dificuldade na escolha: desde artigos de higiene e limpeza até ao objecto, ao móvel, para a cozinha ou casa de banho. O sr. Ramos Engrácia, de bata azul, profissional há 50 anos lembra: “Vim para esta profissão porque calhou, era um negócio regular. Vendíamos lixívia, cloreto de potássio para lavar a roupa, potassa, pó para pulgas e baratas, plásticos, botas de borracha, isto nos anos 1960, o forte das vendas, quando abri esta casa em Novembro de 1962 e cá continuo”.

Lumiar Moderno Ld.ª Sapataria e pronto-a-vestir Rua do Lumiar, 114. Tel. 21 758 54 79

autoridade educativa familiar |11

Autoridade Educativa Familiar

Na cultura em que hoje vivemos, a autoridade familiar é um tema inevitável. Os recentes escândalos registados nas escolas envolvendo jovens e professores, a crescente dificuldade de os pais entenderem as reais necessidades dos filhos e, principalmente, a difícil tarefa de estimular os filhos para os valores em que acreditamos faz com que exista uma tensão permanente entre o exercício da autoridade paternal e uma sã convivência entre todo o agregado familiar.

A verdade, nem sempre evidente, é que nenhuma criança, mesmo que aparente o contrário, deseja ser criada sem autoridade.

Com este artigo pretendo abordar as questões da autoridade educativa familiar, e colocar em evidência a sua importância no crescimento maduro e consistente de uma criança ou jovem.

1. Há boas e más Autoridades?Toda a autoridade negativa é tirana,

exploradora e manipuladora das outras pessoas. É também negativa a autoridade ineficaz, ignorante e desorganizada, ou então a que simplesmente coordena, mas sem estimular as pessoas, ou ainda a que simplesmente consola, sem saber tomar decisões.

A autoridade positiva compreende vários elementos e fontes de influência:

Comunicação e diálogo, com liberdade de expressão e com escuta empática (= escuta activa, a partir do quadro de referência do outro);

Eficácia na tomada de decisões (= exercício equilibrado e eficiente do poder);

Satisfação nas relações humanas (actuar com consideração pelas pessoas);

Ambiente de segurança e liberdade;Modelo de identificação dos valores e

objectivos que promove. Capacidade de transmitir valores pelo modo de ser e de actuar. A coerência é o exemplo.

Toda a autoridade supõe a capacidade de motivação e de estímulo, para conseguir um determinado objectivo e o poder de coordenação e de decisão.

A autoridade é indispensável em qualquer sociedade humana e, quanto mais não seja por esse motivo, é boa em si mesma. Contudo, está sujeita a ser exercitada com ambiguidade, aliás, como tudo na actividade humana, pois pode ser praticada com vista ao bem comum, respondendo às necessidades de todos e de cada um; ou pode ser instrumentalizada, em função da satisfação e afirmação de quem a exerce (autoritarismo).

Azinhaga Torre do Fato, 33B, Escritório C, 1600-774 LisboaTel.: 217 143 023

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10| a rua do lumiar hoje

2ª fª bacalhau cozido com grão, à 5ª fª cozido à portuguesa com carne nacional, à 3ª pataniscas de bacalhau com arroz de feijão ou de pimentos, galinha de cabidela, iscas à portuguesa, frango de caril, favas à portuguesa. ”As caras de bacalhau são primeiro cozidas e depois grelhadas, a sardinha é óptima, de exportação, para assar e a alheira é mesmo de Mirandela. O pão cozido a lenha vem de Camarate” conclui Vitor Santos lenda viva do Lumiar e grande animador do local.

E assim concluímos a nossa volta pela rua do

Lumiar de hoje, da melhor forma: no retiro de fados do Vitor ou da Castiça!

pulso e depois aos de sala de parede, que são os que eu mais gosto de arranjar, para depois passar aos de pé alto, hoje raros mas tenho aqui um na oficina”. É o relojoeiro do bairro conhecido de todos, procurado na hora certa – aquela em que o relógio pára...

Restaurante da Castiça Rua do Lumiar, 2/2A. Tel. 21 757 41 39

É o ambiente de restaurante típico, repleto das recordações do patrão, benfiquista dos quatro costados e de modelos de carro, que reparou e estofou quando tinha a oficina em frente, e figura bem disposta, Vitor Santos, de vida cheia de

memórias suas e do Lumiar, que enche e dá vida à casa. “Fechamos ao domingo para descanso dos clientes, senão não paravam de cá vir! Eu canto o fado desde 1968/70 e cantei com Amália – está aqui esta foto minha com ela, vê? Prendiam os burros em frente, na que era a Casa Caldeira e bebia o animal e bebia o dono! O Fernando Pessa vinha cá comer a cabeça de pescada cozida. Existia uma esquadra da PSP com muitos policias que comiam e viviam por aqui, todos protestamos quando tiraram a esquadra de cá. A rua do Lumiar era mesmo um mar de gente e de vida!” Frente ao grande portão em madeira da entrada, o sr.Vitor Santos está ao assador a fazer os churrascos e canta fado quando se proporciona. “A construção da casa tem uns 328 anos, há um poço aqui no canto da sala, tapado e as casas ao lado são igualmente muito antigas. O restaurante, famoso em toda a Lisboa, foi durante muitos anos explorado por uma senhora que ficou conhecida pela Castiça e de que se desconhece o nome próprio. Sucedeu-lhe a filha Irene e eu com a minha mulher estou aqui há uma dúzia de anos”. E passa a enumerar algumas das iguarias da casa, saídas da mão de Libania Carvalho, a cozinheira há mais de 20 anos:

autoridade educativa familiar |13

É a importância de conversar gratuitamente, pelo gosto de conviver e acompanhar a obra imensa do desenvolvimento de uma personalidade, como testemunha privilegiada e única de pai/mãe, sem pretender ter nada em troca. Curiosamente, este acto gratuito é o que mais fruto e realização proporcionam. Sendo o mais gratuito, não há nada que o ‘pague’...

Mandar de mútuo acordo entre pai e mãe, com ternura e exigência, de acordo com a psicologia evolutiva de cada idade.

E, segundo o modo como se manda, também se ensina a tomar decisões...

Ser modelo de identificação, através da coerência entre o que dizemos/fazemos.

Ter valores autênticos e saber justificá-los, ou dar razão daquilo que se vive e acredita, embora nem tudo se possa explicar racionalmente... É a força do testemunho.

Proporcionar os elementos para o crescimento de acordo com factores:

. Físico-biológicos (alimentação, vestir, calçar, casa, brinquedos...)

. Culturais (escola, actividades extra-escolares...)

Habitualmente, a família demasiado carinhosa e branda ‘produz’ adolescentes desorientados; a família demasiado rígida e severa tende a ‘produzir’ personalidades tímidas e inseguras.

Vejamos ainda a relação entre os diversos ‘papéis’ e o compromisso pessoal de relacionamento entre pais e filhos:

Ensinar e criar hábitos: pentear-se, cumprimentar, lavar os dentes, bicicleta, fazer os ‘deveres’, computador, ritmo de trabalho/descanso/brincadeira... Exigir este tipo de práticas é actuar como pais, mas compromete relativamente pouco as pessoas.

Aceitá-los como são, dar carinho, manter com os filhos uma comunicação aberta, franca, confiante, indefesa, terna e frontal... Este tipo de relacionamento envolve pais e filhos a um

12| autoridade educativa familiar

2. Autoridades mais significativas para a criança? A Família e a EscolaPara a criança, não tem significado vital a

autoridade do Presidente da Câmara, do Governo, das Nações Unidas... O horizonte imediato de autoridade é preenchido pelos Pais e Educadores. Na Escola, o écrã é ocupado pelos Professores e Tutores mais próximos, que tomam as decisões concretas no dia a dia.

Estas duas autoridades (Família e Escola) deveriam estar “condenadas” a entender-se, para bem da criança e, na realidade, deveriam aceitar complementar-se porque a Família não pode dar o desenvolvimento intelectual e social suficiente, nem desenvolver certos aspectos da personalidade, e porque a Escola não pode dar a intimidade, o afecto, a segurança, os valores básicos.

Quanto mais estas duas ‘instâncias’ colaboram, se complementam e aceitam dar as mãos, tanto maior o benefício para a criança.

A convergência faz crescer. A descoordenação e a contradição confundem e atrofiam. O mesmo se diga, no interior da família, em relação à ‘autoridade parental’, à actuação conjunta e concertada de Pai/Mãe.

Daqui se pode concluir que:É prejudicial a divisão de papéis educativos no

seio familiar: “para ti a compreensão, para mim o rigor”. Não é bom acentuar a divisão de funções, fazendo a mãe de boa e o pai de mau da fita, ou vice-versa. Pode e deve existir, isso sim, uma distinção de estilos: a compreensão e a exigência do pai e da mãe têm “estilos” distintos, quer em função do temperamento, quer pela marcação feminina ou masculina.

É mau entregar só ao pai ou só à mãe, o acompanhamento do processo educativo na escola, ou, pior ainda, evidentemente, entregar a criança à escola para que a eduquem...

3. Para que serve a autoridade?Toda a autoridade tem uma finalidade

precisa. E, por isso, tem que se tornar capaz de se questionar a si própria sobre o “para que serve?”.

A palavra Autoridade vem do latim Auctor e esta palavra do verbo augere que significa ‘dar crescimento’. Logo, seria uma contradição “in terminis” exercer a autoridade para possuir o poder pelo poder.

Voltando à questão da finalidade da Autoridade, repare-se, por exemplo, na circulação rodoviária, onde a Brigada de Trânsito exerce autoridade com a finalidade de manter a ordem e a segurança de quem conduz ou caminha nas estradas. Perdendo de vista esta finalidade, em breve se instalaria a arbitrariedade e o caos, e a BT deixaria de ser autoridade.

O mesmo se pode dizer em relação à sala de aula ou à Escola, onde o Professor tem autoridade com um objectivo específico: a formação humana, técnica e artística dos alunos. Não sendo respeitada esta finalidade, por parte de professores ou alunos, abrir-se-iam as portas à anarquia e desautorizar-se-iam os professores que a exercem.

Do mesmo modo, na família, os Pais têm autoridade na medida em que favorecem, promovem e transmitem a existência, o crescimento biológico e humano dos filhos, intimamente ligado ao crescimento dos próprios pais. Se perdem de vista esta finalidade, os pais desautorizam-se e não se desenvolve o sentido de justiça nos filhos.

4. Que papéis são os pais chamados a desempenhar no crescimento dos filhos?

Proporcionar carinho, convivência, entusiasmo, aceitação – elemento afectivo.

Comunicar através da linguagem do gesto e, sobretudo, escutar com interesse o que dizem e como dizem – escuta activa de empatia.

Saber estar relaxadamente com os filhos, falando sem pretender convencê-los dos nossos pontos de vista de pais.

1810-2010 bicentenário das invasões francesas |15

Alameda das linhas de Torres1810 - 2010 BICENTENÁRIO

DAS INVASÕES FRANCESASOfuscado pelo centenário da implantação

da Républica, é este o tempo de recordar a 3ª e ultima das Invasões Francesas, em 1810, em que definitivamente se pôs fora de Portugal o invasor. A Alameda das Linhas de Torres do Lumiar, evoca as Linhas de defesa militar construídas em 1810, em volta de Torres Vedras e todo o Oeste para defender militarmente Lisboa, das invasões francesas. Construídas em total segredo pelas populações locais – 7.000 homens, mulheres, crianças, a troco de alimentos – segundo um plano do marechal Wellington e execução do ten.-coronel de engenharia Fletcher e do major Neves Costa, num tempo recorde de menos dum ano, contiveram o avanço de Massena sobre Lisboa, onde não pode chegar, retido por estes 50 km de trincheiras, fossos, fortes e fortins, com 427 peças de artilharia e tropas, permitindo alojar um total de mais de 34 mil homens. De facto 28.000 entre portugueses, espanhóis e ingleses bastaram para conter os franceses, que definitivamente retiraram de Portugal. Estende-se do vale do Tejo à costa atlântica, por linhas de cumeada e montes. Completava-se por um sistema de sinais de comunicação por bandeiras semelhantes aos usados na Marinha – que permitiam rapidamente movimentar homens dum para outro lado consoante as deslocações do inimigo. Estas mensagens levavam 5 a 7 minutos a percorrer os 50 km de extensão, passando por 5 mastros situados em Alhandra, Sobral, Serra do Socorro, Torres e Ponte de Rol, manobrados por hábeis marinheiros. Não foram precisas grandes batalhas para que os invasores se dessem conta da sua intransponibilidade, ao fim de poucos meses de imobilização frente a uma obra de defesa que viria a ser modelo ao longo do séc.XIX. Algumas fortificações podem ainda ser observados em

alguns locais, num total de 59 fortins e casamatas de diversa importância, de que se destacam o Forte de S.Vicente em Torres Vedras, o Forte Grande na Serra de Casais a sul de Sobral de Mt.Agraço, Arruda e Alhandra. Para sul havia um 2ª linha de defesa - Mafra, Montachique, Bucelas a Vialonga; e uma 3ª linha - o ultimo reduto – o forte de S.Julião da Barra e o Forte das Mais em Oeiras. São uma obra notável de engenharia, na maior parte dos casos em terra e alguma pedra, indevidamente esquecidas e abandonadas Foram desactivadas em 1818. No bicentenário da sua construção – e utilização vitoriosa! - merecem a sua visita.

Fonte:“A Guerra Peninsular” de J.J. Teixeira Botelho (1915, Lello e Irmão),

14| autoridade educativa familiar

nível mais profundo. Compromete-os mais como pessoas, porque exige presença, convivência, autenticidade e sinceridade, atenção aos problemas, amor autêntico.

Ajudá-los a encontrar um sentido na vida, a procurar e a interessarem-se pelas questões da vida (segundo a sua capacidade) sem se contentarem com qualquer resposta; acompanhá-los na arte da balança que vai pesando e avaliando o que fazem; crescer com eles na capacidade de preferir e escolher o que querem, assumindo depois as consequências dessas decisões.

Este é um nível ainda mais profundo de ser pai/mãe, porque nos compromete ainda mais como pessoas. Obriga-nos a clarificarmos os valores humanos e cristãos, a saber o porquê daquilo que dizemos, a aprender a dizer pouco a pouco e segundo a capacidade do receptor, o que pensamos, no tempo e no modo oportunos.

5. A liderança educativa dos PaisHabitualmente, entende-se por liderança

possuir qualidades brilhantes e sedutoras para falar ou actuar em público, ou em pequenos círculos.

Líder significa aquele que leva ou conduz de um sítio para outro, que orienta.

No âmbito educativo, um líder pedagógico seria aquele que ajuda a orientar e a percorrer o caminho da maturidade.

Em família liderar significaria não só gerir o existente, mas também criar um dinamismo que opere uma transformação real. Pode haver famílias muito bem “organizadas” exteriormente, mas com pouca capacidade de escuta, pobre de afectos, com pouco equilíbrio entre ternura e firmeza e com fraca capacidade de transmitir valores...

A liderança educativa dos pais é talvez mais uma liderança de influência, em constante interacção, desde que assumem a responsabilidade de ser pais. Qualquer pessoa que tenta ajudar outra não pode ser espectador-ausente, mas tem sempre que “entrar na dança”, como interveniente-activo (o que acontece ainda mais, inevitável e felizmente, no caso da relação de ajuda pais-filhos). É esta atitude que dá autoridade aos pais e educadores.

Podem pensar: será que existem famílias capazes de exercer autoridade e ao mesmo tempo ser capazes de ajudar os filhos a encontrar um sentido na vida? Eu conheço algumas, e acreditem que são realmente motivadoras para que todos passemos a agir com os nossos filhos de uma nova maneira, a do Amor!

E como afirma o P. Pedro Arrupe: “ O Mundo anda sem nós, de nós depende que ande connosco.”

João Muñoz de OliveiraAdministrador Colégio S. João de Brito

Membro do Conselho Nacional de Educação

Pedro CandeláriaMédico OftalmologistaAssist. Graduado OftalmologiaHCLEsp. O. M.

Av. Duque de Loulé, nº 56º Andar - C

1050-085 LisboaTelf.: 21 357 16 10

a associação de moradores do bairro da cruz vermelha do lumiar |17

Somos uma Associação que Promove e Desenvolve:

1. Actividades DesportivasProva de Atletismo Luzia Dias (dia 21 de

Novembro de 2010, 4ª edição), Passeios de Ciclo turismo, Concursos de Pesca Desportiva, Torneios de Snooker, de Sueca e de Dominó, Malha, promoção de encontros de Paintball.

2. Actividades FestivasFesta de aniversário da Associação em Maio,

passeios pelo país, festas dos Santos Populares, Magusto, Festa de Natal, entrega dos prémios aos moradores exemplares.

3. Actividades de Índole Social – Projecto “Associação em Movimento” O nosso Objectivo é “Fomentar um

envelhecimento activo e a qualidade de vida dos idosos do Bº da Cruz Vermelha, combatendo o risco de isolamento social, de solidão e de pobreza através da promoção da socialização, do seu bem-estar físico e psicológico e da sua valorização pessoal e social.”

3.1. Espaço de Convívio Sénior – 16 participantes idososSão muitas as actividades que promovemos,

tais como o Atelier Artesanato “Mãos de Fada”, Atendimento Social – presença de 1 Assistente Social para apoio e ajuda aos problemas sociais dos moradores, Apoio Social – Aconselhamento e encaminhamento de situações ligadas a problemas da habitação, Loja Sénior, Área da Saúde e Bem-Estar, Alfabetização de Adultos – 2 turmas (37 alunos); Professores do Ministério da

Educação, “Memórias Convida”, Encontros Inter-Geracionais, Informática Sénior, Transporte de Idosos, Redes Comunitárias – Grupo Comunitário da Alta de Lisboa (GCAL), Rede Social, Grupo Inter-institucional de Apoio a Idosos (GIAI), Grupo de Trocas, Experiências, Acção e Movimento (TEAM)

3.2. Projecto «BIS»:Em parceria com a ARAL e o K cidade,

desenvolve este Banco de Informação de Serviços (Trabalho Ocasional), que é um projecto com o objectivo de criar uma ponte entre prestadores de serviços, essencialmente residentes no Bairro, e pessoas que necessitam dos respectivos serviços.

3.3. Projecto «Aprender a Aprender»: É um projecto que se traduz no apoio extra-

escolar dinamizado por voluntários a crianças e jovens da comunidade, com dificuldades a nível escolar. Actualmente, este apoio escolar faz-se mais ao nível da matemática.

No dia 19 de Maio de 2010, a Associação de Moradores, recebeu do Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Sr. Rui António Ferreira da Cunha na sequência da Candidatura da AMBCV Lumiar, aos Prémios “Nunes Correia Verdades de Faria”, relativamente ao ano 2009, passo a citar. “É-me muito grato comunicar a V. Ex.ª que o respectivo Júri, presidido pelo Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, é composto por personalidades de reconhecido mérito no âmbito da segurança social e da saúde. Decidiu, por unanimidade, atribuir à Associação de Moradores do bairro da Cruz Vermelha

16| a associação de moradores do bairro da cruz vermelha do lumiar

A Associação de Moradores do Bairro da Cruz Vermelha

do Lumiar A Associação de

Moradores do Bairro da Cruz Vermelha do Lumiar (AMBCVL) foi fundada no ano de 1994 (Diário da República Nº 146, III série de 27 de Junho

de 1994) com sede na Rua Maria Carlota, nº8, Loja A/B, Tel.21 4087288 com o seguinte correio electrónico: [email protected]

O objectivo estatutário da associação consiste em criar e melhorar as infra-estruturas de apoio directo à comunidade residente, nomeadamente, através de uma melhor iluminação pública, de uma eficaz segurança policial, da criação de recintos desportivos e zonas verdes, da resolução dos problemas relacionados com habitação, da promoção o aperfeiçoamento social, cultural, físico e cívico.

Desde da sua constituição a associação de moradores teve o cuidado de informar regularmente os moradores do bairro das principais questões do seu interesse, quer por correio, quer com a distribuição de um boletim (1.100 exemplares), quer organizando sessões de esclarecimento, quer apelando à sua participação em sessões públicas da Junta de Freguesia do Lumiar e da Câmara Municipal de Lisboa, actualmente contamos com o blogue AMBCV Lumiar, onde diariamente são colocadas notícias sobre o bairro http://ambcvlumiar.wordpress.com

Para além de informar, a associação preocupa-se em exercer uma forte pressão política, quer através da presença permanente nas reuniões públicas na Junta e Assembleia de Freguesia do Lumiar, quer através de reuniões com as várias vereações da Câmara Municipal de Lisboa, quer ainda reunindo com outras associações

de moradores e instituições de base local, actualmente fazemos parte da plataforma do Grupo Comunitário da Alta de Lisboa.

Ao longo destes 16 anos de existência,

consolidamos e desenvolvemos a nossa afirmação no Bairro, na Freguesia do Lumiar e na Cidade de Lisboa. Tem-se a certeza de que vale a pena o sacrifício e o trabalho diário, promovendo assim a capacidade de realização, por isso, somos uma Associação reconhecida e respeitada pelo trabalho desenvolvido.

O trabalho realizado em 16 anos de vida é a prova clara de que fomos capazes de melhorar, nomeadamente, a realidade do bairro:

Requalificação dos edifícios das Ruas Maria Margarida e Albertina, Lotes 1 a 7;

Inclusão de mais de 200 famílias no programa especial de realojamento (casas de alvenaria); Inclusão de mais de 60 famílias no programa especial de realojamento e demolição dos lotes, 1 a 7 da Rua Maria Carlota;

Lutamos pela requalificação dos Lotes 1 a 21 da Rua Pedro Queirós Pereira; obra que teve início este ano pelos lotes 19 a 21.

Acompanhamento do problema habitacional e social das famílias do pátio do Piçarra, na estrada da Torre à entrada do Bairro.

Pagina Literária: Cesário Verde (1855-1886)

poeta de Lisboa, que viveu e morreu no Paço do Lumiar.

Ave Marias

Nas nossas ruas, ao anoitecer,Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresiaDespertam-me um desejo absurdo de sofrer.

O céu parece baixo e a neblina,O gás extravasado enjoa-nos, perturba;E os edifícios, com as chaminés, e a turba,Toldam-se duma cor monótona e londrina.

Batem os carros d’aluguer, ao fundo, Levando à via férrea os que se vão. Felizes!Ocorrem-me em revista exposições, países:Madrid, Paris, Berlim, S.Petersburgo, o mundo!

Semelham-se a gaiolas com viveiros, As edificações somente emadeiradas:Como morcegos, ao cair das badaladas, Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.

Voltam os calafates, aos magotes, De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,Ou erro pelos cais a que se atracam botes.

E evoco então, as crónicas navais: Mouros, baixeis, heróis, tudo ressuscitado!Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!Singram soberbas naus que eu não verei jamais!

E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!De um couraçado inglês vogam os escaleres;E em terra num tinir de louças e talheres Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.

Num trem de praça arrengam dois dentistas;Um trôpego arlequim braceja numas andas;Os querubins do lar flutuam nas varandas;Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!

Vazam-se os arsenais e as oficinas;Reluz viscoso o rio; apressam-se as obreiras;E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras, Correndo com firmeza, assomam as varinas.

Vêm sacudindo as ancas opulentas!Seus troncos varonis recordam-me pilastras;E algumas, à cabeça, embalam nas canastras Os filhos que depois naufragam nas tormentas.

Descalças! Nas descargas de carvão,Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;E apinham-se num bairro aonde miam gatas,E o peixe podre gera os focos de infecção!

18| a associação de moradores do bairro da cruz vermelha do lumiar

Depois existem também aqueles que são sócios apenas para reclamar direitos! No entanto,

é necessário trabalhar, participar na vida activa da Associação ou Colectividade, é necessário trabalhar ao lado dos corpos sociais, porque

estando ao lado é o mesmo que trabalhar para o grupo ao qual você pertence. Costumamos dizer:

“Todos somos poucos na construção de uma sociedade melhor.” João Carlos Beça

Presid. Direcção

do Lumiar uma Menção Honrosa, na área a) CUIDADO E CARINHO DISPENSADOS AOS IDOSO DESPROTEGIDOS, face ao esforço desenvolvido ao longo dos tempos de uma actuação sempre direccionada para a concretização do bem-estar da comunidade residente, até ao mais recente projecto “AMBCV LUMIAR em Movimento” que tem como referência o Envelhecimento Activo, um dos princípios estratégicos para a nova Perspectiva de Desenvolvimento Social.”

A Direcção da AMBCV Lumiar, na reunião de 30 de Abril de 2010,no âmbito da comemorações do seu 16º aniversário, deliberou por unanimidade, homenagear 4 Instituições que tiveram um papel estruturante na origem do Bairro, a destacar é de reconhecer o trabalho da Cruz Vermelha Portuguesa e em particular a sua Secção Auxiliar Feminina, Câmara Municipal de Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Jornal “Diário de Notícias”.

Quem vive o Associativismo, quem tem dado muito do seu tempo na resolução e construção desta associação, sabe que esta é a mais relevante forma de participação democrática do cidadão e é uma via sem margem para dúvida, para o desenvolvimento local nas mais diversas áreas: social, política, desportiva, cultural e artística.

Com este movimento associativo de 16 anos, o bairro ficou mais organizado e representado. Somos 346 sócios, que se identificam com este projecto, e com a nossas prática, embora na nossa opinião pudéssemos ser muitos mais, pois muitos são aqueles residentes que vivem ainda de costas voltadas para as colectividades, não participando na discussão da vida da associação, não dando um pouco do seu tempo e do seu saber sem esperar algo em troca.

Mapa do Lumiar

NS

Mapa doPaço do Lumiar

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