A Gestão Costeira no Brasil e os dez anos do Projeto Orla
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http://www.aprh.pt/rgci/pdf/rgci-308_Oliveira.pdf DOI:10.5894/rgci308 A Gestão Costeira no Brasil e os dez anos do Projeto Orla. Uma análise sob a ótica do poder público * Coastal Management in Brazil and ten years of the Orla Project. An analysis from the government’s standpoint Revista da Gestão Costeira Integrada 12(1):89-98 (2012) Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(1):89-98 (2012) Márcia Regina Lima de Oliveira 1 , João Luiz Nicolodi @, 2 * Submissão: 8 Novembro 2011; Avaliação: 5 Dezembro 2011; Recepção da versão revista: 6 Janeiro 2012; Aceitação: 30 Março 2012; Disponibilização on-line: 24 Abril 2012 @ - Corresponding author: [email protected]1 - Ministério do Meio Ambiente, Gerenciamento Costeiro – GERCO, Esplanada dos Ministérios, bloco B. 9º andar, Brasília, DF, CEP 70068-900, Brasil. e-mail: [email protected]2 - Universidade Federal de Rio Grande (FURG), Instituto de Oceanografia – Laboratório de Oceanografia Geológica – LOG, Av. Itália, km 8 S/N. Campus Carreiro. Rio Grande, RS, CEP 96201-900, Brasil. e-mail: [email protected]RESUMO A gestão costeira e marinha do Brasil dá-se a partir de espaços definidos pela legislação específica do tema, tais como ‘Mar Territorial’, ‘Zona Costeira’, entre outros. A partir de 2004 o Decreto 5.300, que regulamentou a Lei do Gerenciamento Costeiro no país, definiu um novo espaço geográfico de gestão do território: a Orla Marítima. No Brasil, uma das principais frentes de ação do Ministério do Meio Ambiente é o Projeto ORLA, que tem como objetivo otimizar o ordenamento dos espaços litorâneos sob domínio da União, aproximando as políticas ambiental, urbana e patrimonial. O presente artigo descreve os dez anos de existência do Projeto ORLA sob a ótica da situação legal dos espaços de orla marítima e praia, identificando as principais contribuições e entraves do referido projeto à gestão da zona costeira brasileira. Como principal conclusão, aponta-se para a necessidade de retomada do Projeto junto aos municípios atendidos, com foco na revisão dos Planos de Gestão da Orla e na definição das formas de apoio à implementação das ações propostas nos Planos de Gestão. Embora apresente problemas específicos, principalmente na implementação das ações supracitadas, o Projeto Orla pode ser considerado uma ação governamental exitosa, dada a consistente mobilização por parte da sociedade em torno de seus objetivos e por tratar-se de um projeto consolidado, com metodologia validada e amplamente aplicada ao longo de seus dez anos de existência. Palavras Chave: Praias, Zona Costeira, Projeto ORLA, Políticas Públicas, Gerenciamento Costeiro. ABSTRACT e coastal and marine management in Brazil was defined from specific legislation, such as ‘Territorial Waters’, ‘Coastal Zone’, among others. From 2004, Decree 5300, which regulated the Coastal Management Act in the country, set a new geographical area of land management: the seashore. In Brazil, one of the main line of action of the Ministry of Environment is the ORLA Project, which aimed to optimize planning of coastal areas under national jurisdiction, by harmonizing environmental, urban, and national heritage policies. is paper is a proposed study on Orla Project’s ten years of existence from a legal perspective; a review of the situation of coastlines and beaches, plus a description of the main contributions – as well as obstacles – of the Orla Project to management of the Brazilian coastal zone. As a main conclusion, pointing to the need to resume the project in the municipalities served, focusing on reviewing the seashore Management Plans and defining ways to support the implementation of actions proposed in the management plans. Although it has specific problems, especially in implementing the above actions, the Orla Project can be considered a successful government action; given the consistent mobilization by the society around their goals and that this is a consolidated project, with validated methodology and widely applied throughout its ten years of existence. Keywords: Beach’s, Coastal Zone, ORLA Project, Coastal Management, Public Policies
A Gestão Costeira no Brasil e os dez anos do Projeto Orla
Trabalho publicado na Revista da Gestão Costeira Integrada.
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1. Revista da Gesto Costeira Integrada 12(1):89-98 (2012)
Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(1):89-98 (2012)
http://www.aprh.pt/rgci/pdf/rgci-308_Oliveira.pdf
DOI:10.5894/rgci308 A Gesto Costeira no Brasil e os dez anos do
Projeto Orla. Uma anlise sob a tica do poder pblico * Coastal
ManagementinBrazil and tenyears of theOrlaProject. An analysis from
thegovernments standpoint Mrcia Regina Lima de Oliveira 1, Joo Luiz
Nicolodi @, 2Resumo A gesto costeira e marinha do Brasil d-se a
partir de espaos definidos pela legislao especfica do tema, tais
como Mar Territorial,Zona Costeira, entre outros. A partir de 2004
o Decreto 5.300, que regulamentou a Lei do Gerenciamento Costeiro
no pas, definiuum novo espao geogrfico de gesto do territrio: a
Orla Martima. No Brasil, uma das principais frentes de ao do
Ministrio doMeio Ambiente o Projeto ORLA, que tem como objetivo
otimizar o ordenamento dos espaos litorneos sob domnio da
Unio,aproximando as polticas ambiental, urbana e patrimonial. O
presente artigo descreve os dez anos de existncia do Projeto ORLA
soba tica da situao legal dos espaos de orla martima e praia,
identificando as principais contribuies e entraves do referido
projeto gesto da zona costeira brasileira. Como principal concluso,
aponta-se para a necessidade de retomada do Projeto junto aos
municpiosatendidos, com foco na reviso dos Planos de Gesto da Orla
e na definio das formas de apoio implementao das aes propostasnos
Planos de Gesto. Embora apresente problemas especficos,
principalmente na implementao das aes supracitadas, o Projeto
Orlapode ser considerado uma ao governamental exitosa, dada a
consistente mobilizao por parte da sociedade em torno de seus
objetivose por tratar-se de um projeto consolidado, com metodologia
validada e amplamente aplicada ao longo de seus dez anos de
existncia.Palavras Chave: Praias, Zona Costeira, Projeto ORLA,
Polticas Pblicas, Gerenciamento Costeiro.Abstract The coastal and
marine management in Brazil was defined from specific legislation,
such as Territorial Waters, Coastal Zone, amongothers.From2004,
Decree5300, which regulatedtheCoastal ManagementActin the
country,set a new geographical areaof land
management:theseashore.In Brazil,oneof the mainline of actionof the
Ministry ofEnvironmentis theORLAProject, whichaimed to optimize
planning ofcoastal areas under national jurisdiction, by
harmonizing environmental, urban, and national heritage policies.
This paper is a proposed studyon Orla Projects ten years of
existence from a legal perspective; a review of the situation of
coastlines and beaches, plus a description of the maincontributions
as well as obstacles of the Orla Project to management of the
Brazilian coastal zone. As a mainconclusion,pointingtotheneed
toresumethe projectin the municipalities served,focusing
onreviewing theseashoreManagement Plansand definingways to support
theimplementation ofactionsproposed in themanagement plans.Although
it hasspecific problems, especiallyin implementing
theaboveactions,theOrla Projectcan be
consideredasuccessfulgovernment action;giventhe consistent
mobilizationby the societyaround theirgoalsandthat
thisisaconsolidated project, with validated methodologyandwidely
appliedthroughout itsten yearsof existence.Keywords: Beachs,
Coastal Zone, ORLA Project, Coastal Management, Public Policies@ -
Corresponding author: [email protected] - Ministrio do Meio
Ambiente, Gerenciamento Costeiro GERCO, Esplanada dos Ministrios,
bloco B. 9 andar, Braslia, DF, CEP 70068-900, Brasil.e-mail:
[email protected] - Universidade Federal de Rio Grande
(FURG), Instituto de Oceanografia Laboratrio de Oceanografia
Geolgica LOG, Av. Itlia, km 8 S/N. CampusCarreiro. Rio Grande, RS,
CEP 96201-900, Brasil. e-mail: [email protected]* Submisso: 8
Novembro 2011; Avaliao: 5 Dezembro 2011; Recepo da verso revista: 6
Janeiro 2012; Aceitao: 30 Maro 2012; Disponibilizao on-line: 24
Abril 2012
2. Oliveira & Nicolodi Revista de Gesto Costeira Integrada
/ Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(1):89-98
(2012)1. Introduo Tais definies no nascem em um rompente de impulso
A Constituio Federal de 1988 consagrou o meio legislador, e sim so
derivadas de alguns anos de experinciaambiente como bem de uso
comum, e declarou a Zona do Ministrio do Meio Ambiente na execuo do
ProjetoCosteira como patrimnio nacional. O conceito de ORLA, que
foi implementado em 2001 e encontra-se empatrimnio nacional tem o
significado de domnio eminente, plena execuo no ano de 2011, quando
completou seus 10isto , de um conjunto de poderes outorgados
sociedade anos de atividade.que, independente de qualquer outro
ttulo, condiciona ou O Projeto Orla consiste em uma ao integrada
entre osubmete todos os outros direitos sobre as coisas, inclusive
a MMA e a Secretaria do Patrimnio da Unio (SPU/MPOG),propriedade
privada ou publica. visando otimizar o ordenamento dos espaos
litorneos sob Ao declarar a zona costeira patrimnio nacional, a
domnio da Unio, no caso em questo a orla, aproximandoConstituio
afirmou um princpio jurdico que sustenta as polticas ambiental,
urbana e patrimonial.toda a aplicao da legislao federal e estadual
relativa A experincia acumulada em dez anos de existncia dozona
costeira, gerando assim, um sistema de alta coerncia projeto o
objeto do presente artigo, sendo que a mesmae eficcia. ser
analisada sob a tica da situao legal dos espaos de orla Neste
contexto, o Plano Nacional de Gerenciamento martima e praia,
identificando as principais contribuiesCosteiro - PNGC foi
institudo pela Lei n. 7.661 em do ORLA gesto costeira brasileira.
Constitui-se tambm1988 (D.O.U., 1988) e regulamentado em 2004 por
em objeto do presente estudo, a identificao e discussomeio do
Decreto n 5.300 (D.O.U., 2004). O PNGC dos principais entraves
execuo das metas estabelecidascoordenado pelo Ministrio do Meio
Ambiente (MMA) e pelo poder executivo para essa poro do territrio
brasileiro.tem como um dos objetivos principais o ordenamento dos
Para tanto, faz-se premente contextualizar a Zona Costeirausos na
zona costeira visando a conservao e proteo dos Brasileira (ZCB) no
mbito legal, analisando seus principaisrecursos costeiros e
marinhos. O processo de gesto da zona componentes territoriais,
tanto de cunho natural quantocosteira desenvolvido de forma
integrada, descentralizada e social.participativa, sendo que a
responsabilidade de formulao eimplementao dos planos regionais e
locais de gerenciamento 2. A Zona Costeira Brasileiracosteiro
atribuda aos estados e municpios costeiros. A delimitao da zona
costeira no Brasil baseia-se em A Zona Costeira Brasil (ZCB) se
estende da foz do riocritrios polticos e administrativos. A poro
terrestre Oiapoque (045245N) foz do arroio Chu (334510S)delimitada
pelos limites polticos dos municpios litorneos e dos limites dos
municpios da faixa costeira, a oeste, at ase contguos conforme os
Planos Estaduais de Gerenciamento 200 milhas nuticas, incluindo as
reas em torno do AtolCosteiro, enquanto a poro marinha delimitada
pela das Rocas, dos arquiplagos de Fernando de Noronha eextenso do
Mar Territorial (12 milhas nuticas ou 22,2kma partir da linha de
base). de So Pedro e So Paulo e das ilhas de Trindade e Martin Em
termos legais, a partir de 2004 institui-se um novo Vaz, situadas
alm do citado limite martimo (Figura 1).espao de gesto territorial:
a Orla Martima, que foi definida Essa configurao espacial definida
por um conjunto deno Artigo 22 do Decreto 5.300 D.O.U., 2004) como
a faixa leis e decretos publicados pelo Governo Federal nas
ltimascontida na zona costeira, de largura varivel, compreendendo
duas dcadas, alguns dos quais decorrentes de acordosuma poro
martima e outra terrestre, caracterizada pela internacionais
assinados pelo Brasil, entre os quais se destacainterface entre a
terra e o mar. a Conveno das Naes Unidas sobre o Direito do Mar J o
Artigo 23 do mesmo Decreto define os critrios (CNUDM). A faixa
terrestre, de largura varivel, se estendepara delimitao da orla
martima, sendo eles: I limite por aproximadamente 10.800 quilmetros
ao longo da costa,martimo: isbata de dez metros, profundidade na
qual se contabilizadas suas reentrncias naturais, e possui uma reaa
ao das ondas passa a sofrer influncia da variabilidadetopogrfica do
fundo marinho, promovendo o transporte de de aproximadamente 514
mil km2, dos quais 324 mil km2sedimentos; II limite terrestre:
cinquenta metros em reas correspondem ao territrio de 395 municpios
distribudosurbanizadas ou duzentos metros em reas no urbanizadas,
ao longo dos 17 estados litorneos (Zamboni &
Nicolodi,demarcados na direo do continente a partir da linha de
2008).preamar ou do limite final de ecossistemas, tais como as A
ZCB, por sua beleza singular e grande biodiversidade,caracterizadas
por feies de praias, dunas, reas de escarpas, reconhecida como
Patrimnio Nacional na Constituiofalsias, costes rochosos,
restingas, manguezais, marismas, Federal, correspondendo ao espao
geogrfico de interaolagunas, esturios, canais ou braos de mar,
quando do ar, do mar e da terra (incluindo seus recursos),
abrangendoexistentes, onde esto situados os terrenos de marinha1 e
seus uma faixa martima e uma faixa terrestre.acrescidos. A carta
magna identifica as praias martimas, os terrenos de marinha e seus
acrescidos, o mar territorial, as ilhas ocenicas1 - Conforme o
Decreto-Lei 9760/46, que lista os bens da Unio, os terrenos e
costeiras como bens da Unio. Tal identificao se d emde marinha so:
funo da importncia destes espaos defesa da soberania- os que ocupam
a faixa litornea de terra 33 metros medida a partir da nacional,
conservao do meio ambiente, proteo aoslinha das reas inundadas pela
mar alta do ano de 1831;- os situados no continente, na costa
martima e nas margens dos rios e povos indgenas (habitantes e
proprietrios originais dolagoas, at onde se faa sentir a influncia
das mars; territrio brasileiro), ao controle sobre a explorao dos-
os que contornam as ilhas situadas em zona onde se faa sentir a
influncia recursos naturais e garantia da propriedade sobre os
imveisdas mars. adquiridos pela Unio. - 90 -
3. Oliveira & Nicolodi Revista de Gesto Costeira Integrada
/ Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(1):89-98 (2012)
O conceito de patrimnio nacional tem o significado O patrimnio
natural contido na zona costeira do Brasilde domnio eminente, isto
, de um conjunto de poderes pode ser qualificado como de grande
valor ambiental,outorgados sociedade que, independente de qualquer
outro apresentando recursos altamente valiosos, tanto do
pontottulo, condiciona ou submete todos os outros direitos sobre de
vista ecolgico quanto socioeconmico. Contudo, esteas coisas,
inclusive a propriedade privada ou publica. Ao patrimnio
encontra-se sob crescente risco de degradao,declarar a zona
costeira patrimnio nacional, a Constituio proporcionalmente presso
da ocupao antrpicaafirmou um princpio jurdico que sustenta toda a
aplicao desordenada (Freire, 2002).da legislao federal e estadual
relativa zona costeira, Podem ser apontados como principais vetores
degerando assim, um sistema de alta coerncia e eficcia.
desenvolvimento, que vm alterando a configurao de uso A Constituio
Federal reconhece ainda trs outros e ocupao desse espao, a
urbanizao, a industrializaodireitos coletivos que precisam ser
tratados no mbito (petrleo e gs, os complexos industriais e
porturios),do gerenciamento costeiro integrado: os direitos ao a
explorao turstica e imobiliria (implantao deplanejamento das
cidades, ao meio ambiente equilibrado e loteamentos, condomnios
verticais e horizontais para fins de participao popular na gesto
das cidades. Consolidado segunda residncia, grandes empreendimentos
tursticos) e ano Estatuto da Cidade (Lei Federal n10.257/01)
(D.O.U., maricultura. Cabe ressaltar que embora alguns vetores
no2001), a propriedade da terra, seja ela pblica ou privada,
estejam diretamente localizados no espao da orla martima,deve
cumprir uma funo socioambiental. acabam por exercerem forte presso
sobre ela, requerendo Neste contexto institudo, tambm em 1988, pela
cuidados especiais, principalmente pelos aspectos conflitantesLei
n. 7.661 (D.O.U., 1988c). o Plano Nacional de com a beleza cnica
(Freire, 2004).Gerenciamento Costeiro PNGC, como parte integrante
Neste contexto, torna-se imperativa a atuao do poderdas polticas de
Recursos de Mar (Decreto no 74.557/1974) pblico enquanto mediador
dos processos de planejamento(D.O.U., 1974). e de Meio Ambiente
(Lei n. 6.938/1981) desta poro do territrio nacional, em
conformidade com(D.O.U., 1981). O PNGC visa orientar a utilizao
racional os conceitos e aspectos legais que orientam a formulaodos
recursos na Zona Costeira de forma a contribuir para dos
instrumentos de gesto costeira. A aplicao desteselevar a qualidade
de vida de sua populao, e, tambm, instrumentos e seu respectivo
impacto na sociedadea proteo do seu patrimnio natural, histrico,
tnico e depender, em grande medida, do grau de prioridade dada
cultural. A zona costeira do Brasil constituda pelo mar gesto
costeira pelas trs esferas governamentais e do poderterritorial e
pelo conjunto dos territrios dos municpios de participao da
sociedade civil organizada.litorneos. A populao residente na zona
costeira atinge quase 44 3. Um novo espao de gesto: A Orlamilhes de
habitantes, com uma densidade populacional de Martima135 hab/km2
(seis vezes a mdia nacional). Destaca-se que 16 A orla espao de
multiuso sujeito a srios conflitosregies metropolitanas brasileiras
encontram-se beira-mar, socioambientais resultantes do seu processo
de uso erepresentando mais de 35 milhes de habitantes cerca de
ocupao, constituindo a borda martima imediata a escala20% da
populao do pas - em menos de 1% do territrio de planejamento
definida como zona costeira (Moraes,nacional. 2007). Entende-se
como orla o espao imediato de contato Essas reas de adensamento
populacional na costa entre os meios terrestre e marinho, cujos
limites, definidoconvivem com amplas extenses de povoamento
disperso no Decreto n. 5.300/2004 (D.O.U., 2004), so, na zonae
rarefeito. So os habitats das comunidades de pescadores marinha, at
a isbata de 10 m e, na zona terrestre, 50m emartesanais, dos
remanescentes de quilombos, de tribos reas urbanizadas ou 200
metros em reas no urbanizadas,indgenas e de outros agrupamentos
imersos em gneros demarcados na direo do continente a partir da
linha dede vida "tradicionais". Tais reas, pelo nvel elevado de
preamar ou do limite final de ecossistemas, tais como reaspreservao
de seus ecossistemas, vo se constituir naquelas de de escarpa,
falsias, manguezais, entre outros (figura 2).maior relevncia para o
planejamento ambiental preventivo A proposta de delimitao adotada
combina os critrios(Zamboni & Nicolodi, 2008). de fragilidade
e/ou vulnerabilidade natural com as situaes e Em estudo coordenado
pelo MMA referente s reas ritmos de ocupao ocorrentes no litoral
brasileiro. Estabelece,Prioritrias para a Conservao, Uso Sustentvel
e Repartio portanto, uma faixa de proteo da costa na perspectiva
dede Benefcios da Biodiversidade Brasileira da Zona Costeira manter
as caractersticas paisagsticas e prevenir quanto e Marinha
destacam-se que, em mais de 50% das reas elevao do nvel do mar,
contemplando o "princpio daidentificadas, a importncia biolgica foi
classificada como precauo" (Freire, 2002).extremamente alta, com
recomendaes de aes de criao De acordo com o Decreto n.5.300/2004
(D.O.U.,de diferentes categorias de Unidades de Conservao 2004), a
gesto da orla martima tem como objetivo(UCs), de recuperao de reas
degradadas e/ou espcies planejar e implementar aes nas reas que
apresentemameaadas, de criao de mosaicos e corredores ecolgicos
maior demanda por intervenes na zona costeira, a fim dee de
ordenamento pesqueiro (Zamboni & Nicolodi, 2008). disciplinar o
uso e ocupao do territrio. A norma prevEm contraste a esta situao,
somente 1,5% da zona costeira que ser elaborado o Plano de
Interveno da Orla Martima,e marinha encontra-se protegida no mbito
do Sistema de modo participativo com o colegiado municipal,
rgos,Nacional de Unidades de Conservao - SNUC (MMA, instituies e
organizaes da sociedade. Dispe ainda que o2010). uso e ocupao da
orla martima devem ser compatibilizados - 91 -
4. Oliveira & Nicolodi Revista de Gesto Costeira Integrada
/ Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(1):89-98 (2012)
Figura1. Delimitao da zona costeira brasileira, com destaque para
os municpios que compem sua poro terrestre e o limite da Zona
Econmica Exclusiva (200 milhas nuticas). Figure 1. Delimitation of
theBraziliancoastal zone, especiallyfor municipalities thatcompose
the onshore portionand the limitof theExclusive Economic
Zone(200nautical miles).Figura 2. Desenho esquemtico da orla
martima do Brasil, segundo metodologia proposta no Projeto ORLA
(Freire, 2002).Figure 2. Schematic drawingof the waterfrontof
Brazil,according to the methodology proposed in the ORLA Project
(Freire, 2002). - 92 -
5. Oliveira & Nicolodi Revista de Gesto Costeira Integrada
/ Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(1):89-98
(2012)com o Zoneamento Ecolgico Econmico Costeiro (ZEEC) complexos
navais e outros complexos nuticos, desenvolvimentoou outros
instrumentos similares de ordenamento do uso do do turismo, de
atividades pesqueiras, da aquicultura, daterritrio. explorao de
petrleo e gs natural, de recursos hdricos e Dentre o contexto legal
que envolve a aplicao dos minerais, aproveitamento de energia
hidrulica e outrosinstrumentos previstos para a gesto costeira,
destaca-se empreendimentos considerados de interesse nacional...
uma peculiaridade da orla martima de natureza jurdica: A Lei de
Crimes Ambientais (n. 9.605/98) prevsua dominialidade, em grande
parte, pertence Unio, penalidades nos casos em que se promovam
alteraes ementretanto, sujeita aos instrumentos de ordenamento
local especialmente protegido por lei, a exemplo da zonamunicipal
decorrente do Estatuto das Cidades. costeira, praia e manguezais.
Tambm esto sujeitas a pena O Decreto Lei n 9.760/46 (D.O.U., 1946)
define os e multa as construes em solo no edificvel, ou no
seuterrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e
entorno, sem autorizao da autoridade competente ou emtrs) metros,
medidos horizontalmente, para a parte da terra, da desacordo com a
concedida.posio da linha da preamar mdio de 1831: a) Os situados
nocontinente, na costa martima e nas margens dos rios e lagos, at
4. O Conceito de Praias alm dosonde se faa sentir a influncia das
mars; b) Os que contornam depsitos sedimentaresas ilhas situadas em
zonas onde se faa sentir a influncia dasmars. Os acrescidos de
marinha so formados, naturalmente, Consideradas como um dos
principais atrativospela ao dos ventos e das guas, ou
artificialmente, e esto tursticos no Brasil, as praias correspondem
a uma rea delocalizados na costa martima do litoral brasileiro, no
continente aproximadamente 82.800 hectares, sendo que apenas 2,7%e
nas margens dos rios e lagoas, at onde ocorre a influncia das esto
inseridas em territrios protegidos por Unidades demars. Conservao
de proteo integral. No caso de Unidades de Os terrenos de marinha e
seus acrescidos compreendem Conservao de uso sustentvel, este
percentual sobe parauma faixa que, originariamente, foi reservada
Unio por 21,5%, totalizando algo em torno de 24% (MMA, 2010).razes
de aproveitamento econmico e defesa da Nao. Segundo a Lei n.
7.661/88 (D.O.U., 1988c), entende-Entretanto, luz da Constituio
Federal de 1988, trata- se por praia a rea coberta e descoberta
periodicamente pelasse de um espao estratgico para polticas pblicas
como a guas, acrescida da faixa subsequente de material detrtico,
talregularizao fundiria, ordenamento das cidades, proteo como
areias, cascalhos, seixos e pedregulhos, at o limite onde sedo meio
ambiente e das comunidades tradicionais e de apoio inicie a vegetao
natural, ou, em sua ausncia, onde comeceao desenvolvimento
sustentvel, conferindo aos bens da outro ecossistema.Unio sua funo
socioambiental (Saule Junior, 2006). Em seu Art. 10, a praia
conceituada como bens pblicos Segundo o Decreto n. 5.300/2004
(D.O.U., 2004), que de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre,
livre e francoestabelece critrios para gesto da orla, as aes de
gesto de acesso a elas e ao mar, em qualquer direo e sentido,
ressalvadosreas de domnio da Unio, previstas no Plano de Interveno,
os trechos considerados de interesse de segurana nacional oupodero
ser objeto de convnios e contratos entre a Secretaria includos em
reas protegidas por legislao especfica. Destado Patrimnio da Unio e
os Municpios. Os terrenos de forma, no ser permitida a urbanizao ou
qualquer formamarinha e seus acrescidos tm sua destinao de uso sob
de utilizao do solo na Zona Costeira que impea oudiferentes
regimes, como permisso de uso e concesso de dificulte o acesso
praia.direito real de uso resolvel, locao, arrendamento, alienao,
Os bens de uso comum do povo so destinados ao usoocupao, cesso e
aforamento (que pode ser gratuito ou coletivo, podendo ser usados
indistintamente pelas pessoas,oneroso). A cesso pode se dar de
forma onerosa, gratuita em igualdade de condies. So inalienveis (no
podem(para finalidades de cunho social) e especial, para atividades
ser transmitidos, mediante doao, venda, permuta),diversas, tais
como reservas extrativistas aquicultura, portos, imprescritveis (no
podem ser objeto de usucapio),marinas, trapiches e embarcadouros,
entre outros. Sempre impenhorveis (no podem ser transferidos
foradamente,observando o interesse social, os encargos, normas e
restries seja para garantir a execuo de um ttulo judicial ouda
cesso originria (Freire, 2004). extrajudicial) e insuscetveis de
serem onerados (no podem Desta forma, a possibilidade de aes de
gesto da orla ser dados em garantia por uma dvida contrada pelo
poderpode se dar tanto nos procedimentos de autorizao ou cesso
pblico) (Saule Junior, 2006).para a utilizao dos terrenos de
marinha e acrescidos, como De acordo com o Decreto Federal n.
5.300/2004na regularizao e inscrio de ocupaes ou na contratao
(D.O.U., 2004), o Poder Pblico Municipal, em conjuntoda venda do
domnio til para a constituio da enfiteuse ou com o rgo ambiental,
assegurar no mbito do planejamentoaforamento. urbano, o acesso s
praias e ao mar, ressalvadas as reas de O Decreto federal n. 3.725,
de 10 de janeiro de 2001 segurana nacional ou reas protegidas por
legislao especfica.(D.O.U., 2001), regulamenta a Lei n 9.636
(D.O.U., Nas reas j ocupadas por loteamentos beira mar sem
acesso1998b), que dispe sobre a regularizao, administrao, praia, as
reas de servido de passagem sero definidas eaforamento e alienao de
bens imveis de domnio da Unio. implantadas pelo Poder Pblico
Municipal, em conjuntoA norma prev a criao de reas para gesto
ambiental, de com o rgo ambiental. Nas reas a serem loteadas,
deverocomum acordo entre Unio, estados e municpios, para ser
identificados os locais de acesso praia.implementao de projetos
demonstrativos de uso sustentvel A Secretaria do Patrimnio da Unio,
o rgo ambientaldos recursos naturais a ttulo de compensao por
possveis e o Poder Pblico Municipal so os responsveis por
definirimpactos decorrentes de: ... instalaes porturias, marinas,
as diretrizes necessrias para a garantia do acesso a praia. - 93
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6. Oliveira & Nicolodi Revista de Gesto Costeira Integrada
/ Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(1):89-98 (2012)
Excepcionalmente, possvel atribuir aos particulares o expressar o
consenso local do que se almeja para a orla douso temporrio desta
categoria de bens, a exemplo das reas municpio. constitudo um Comit
Gestor responsvel porcedidas para a realizao de eventos de natureza
recreativa, supervisionar, de formar articulada com Comisso
Tcnicaesportiva, cultural, religiosa ou educacional. Mas essa
outorga Estadual e GI-GERCO, a implantao, monitoramento edo uso de
curta durao e est vinculada ao cumprimento avaliao do Plano de
Gesto3.da funo socioambiental do bem (Saule Junior,
2006).Dependendo do porte do evento o poder municipal pode 5.1 Os
resultados obtidosexigir um Estudo de Impacto de Vizinhana. Como
forma de sistematizar os resultados obtidos A Lei de Crimes
Ambientais (Lei n. 9.605/98) prev durante os dez anos de existncia
do ORLA pode-se definirpenalidades nos casos em que se dificulte ou
impea o uso trs perodos distintos em termos de conjectura
poltica,pblico das praias. J o Cdigo Florestal (Lei n. 4771/65)
estratgia de ao e evoluo do escopo do projeto: entreestabelece como
reas de preservao permanente, diversos 2001 e 2004, de 2004 a 2008
e de 2008 at 2011.ecossistemas costeiros, como restingas, dunas, ,
manguezais,mata ciliar entre outros, que so regulamentados por meio
Primeira Fase: 2001 a 2004de Resolues CONAMA. O primeiro perodo diz
respeito elaborao da metodologia, verificao e validao das etapas a
serem5. Os dez anos de execuo do Projeto implementadas, e como
qualquer novo projeto, de ajustes Orla metodolgicos em funo das
anlises preliminares. A metodologia foi aplicada e validada em seis
municpios, O Plano de Ao Federal da Zona Costeira (PAF), sendo trs
deles estrategicamente localizados no Delta doinstrumento previsto
no Decreto n.5.300/2004 (D.O.U., Parnaba, Piau: Cajueiro da Praia,
Parnaba e Luiz Corra, os2004), visa o planejamento de aes
estratgicas para a quais compem uma das regies mais paradoxais do
Brasil,integrao de polticas pblicas incidentes na zona costeira,
que apresenta ao mesmo tempo grande potencial turstico ebuscando
responsabilidades compartilhadas de atuao de conservao da natureza,
aliados a ndices de risco sociale estabelecendo o referencial
acerca da atuao da Unio bastante elevados. Alm destes locais, a
metodologia dona regio. Nessa perspectiva, um dos projetos
prioritrios ORLA foi testada em Tibau do Sul (Rio Grande do Norte)
eapontados no PAF o Projeto Orla, uma ao conjunta do nas capitais
do Esprito Santo (Vitria) e de Santa CatarinaMMA e da SPU/MP, no
mbito do Grupo de Integrao (Florianpolis).para o Gerenciamento
Costeiro (GI-GERCO).2 Este perodo inicial foi tambm marcado pela
publicao O Projeto Orla, que completa seus dez anos de criao dos
materiais didticos de apoio, que contm a base, noem 2011, introduz
uma ao sistemtica de planejamento somente metodolgica, mas tambm
filosfica do projeto.da ao local visando gesto compartilhada desse
espao, Este perodo coincide com o incio do incremento
dasincorporando normas ambientais e urbanas na poltica atividades
relacionadas a leo e gs no Brasil, principalmentede regulamentao
dos usos dos terrenos e acrescidos de no que tange s bacias
sedimentares de Santos e Campos,marinha, como um processo mais
inclusivo de alocao de responsveis pela maior parte da produo de
petrleo e gsrecursos e tomada de decises. Trata-se, portanto, de
uma natural offshore nacional. Entre 2000 e 2005 o petrleo e
opoltica estratgica que contribui para qualificar a tomada de gs
natural obtidos a partir dos poos martimos nestas duasdeciso com
vista a cumprir a funo socioambiental da orla bacias
corresponderam, respectivamente, a 85% e 59% domartima. Suas linhas
de ao esto embasadas em mtodos total. Em relao aos poos martimos,
em 2005, o estado doque exploram fundamentos de avaliao
paisagstica, a Rio de Janeiro respondeu por 96% da produo de
petrleodinmica geomorfolgica e de uso e ocupao do litoral, e 77% da
produo de gs do Brasil (Zamboni & Nicolodi,para pensar cenrios
com rebatimentos na aplicao dos 2008).instrumentos de ordenamento
do uso do solo para gesto da Evidentemente, os reflexos de tais
atividades rebatemorla. A sua rea de abrangncia envolve 17 estados
costeiros primordialmente na zona costeira e, mais especificamente,
nae cerca de 300 municpios defrontantes. orla de tais localidades.
Os municpios de Maca e Campos A implementao do Projeto Orla no nvel
local inicia-se dos Goytacazes se destacam - em relao aos outros
municpioscom a adeso municipal, por intermdio do rgo Estadual do
norte fluminense - pelas densidades de ocupao e porde Meio Ambiente
OEMA e da Gerncia Regional do concentrarem as atividades econmicas
ligadas exploraoPatrimnio da Unio (GRPU/SPU) nos respectivos
Estados, de petrleo e gs natural. No perodo 1991-2000, entre
aspassando pela etapa de capacitao, que envolve os gestores
localidades que apresentaram maiores taxas de crescimentolocais,
universidades, sociedade civil organizada e entidades demogrfico
esto os municpios litorneos Armao deprivadas, culminando com a
estruturao do Plano de Gesto Bzios, Rio das Ostras, Iguaba Grande,
Cabo Frio e Maca,Integrada da Orla (PGI) que pode envolver a orla
municipal todos eles intrinsecamente envolvidos com as
atividadescomo um todo ou atender s especificidades de setores
petrolferas na bacia de Campos (Strohaecker, 2008).pr-selecionados.
Uma vez elaborado, o Plano de Gesto Com intuito de fornecer
subsdios para uma pactuao legitimado, por meio de audincia pblica,
de forma a entre os diversos interesses conflitantes que se
intensificavam2 - Supervisionado pela Comisso de Recursos do Mar
(CIRM), conforme 3 - Cabe ressaltar que o Plano de Gesto Integrada
da Orla (PGI) o equiva-previsto no Plano Nacional de Gerenciamento
Costeiro (PNGCII, 1997). lente ao Plano de Interveno, previsto no
Decreto n. 5.300/2004. - 94 -
7. Oliveira & Nicolodi Revista de Gesto Costeira Integrada
/ Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(1):89-98
(2012)na regio, foram inseridos os seguintes municpios cariocas O
ano de 2004 encerrado com I Seminrio Nacional dono Projeto Orla:
Araruama, Iguaba Grande, So Pedro da Projeto Orla: Fortalecimento
no mbito regional e local, queAldeia, Saquarema, Armao dos Bzios,
Arraial do Cabo, reuniu representantes estaduais do gerenciamento
costeiroCabo Frio, Casemiro de Abreu e Rio das Ostras, Campos e das
Superintendncias do Patrimnio da Unio (SPUs),dos Goytacases,
Carapebus, Maca, Quissam, Angra dos alm do MMA e SPU. O objetivo
foi fazer um balizamentoReis, Mangaratiba e Paraty. conceitual e
contribuir para a definio de procedimentos Alm destes, tambm
passaram a fazer parte do escopodo projeto os Municpios de Macap e
Santana (Amap), para conduo do Projeto nos estados envolvidos.
AlmBeberibe e Icapu (Cear), Joo Pessoa e Cabedelo (Paraba), disso,
neste perodo estabeleceu-se a assinatura dos primeirosCabo de Santo
Agostinho e S. Jos da Coroa Grande vinte e oito convnios entre
municpios, SPU e MMA.(Pernambuco), Itaporanga dAjuda; e Estncia
(Sergipe), Um dos fatores mais importantes do perodo refere-seConde
(Bahia), Pontal do Paran, Matinhos e Guaratuba efetivao do retorno
da SPU ao conjunto de parceiros(Paran), Navegantes, Itaja, Balnerio
Cambori, Itapema, idealizadores do ORLA, fato que j havia sido
indicadoPorto Belo e Bombinhas (Santa Catarina) e Torres, Arroio do
por meio das recomendaes do Grupo InterministerialSal e Capo da
Canoa (Rio Grande do Sul). composto por 18 instituies, que formulou
um documento4 A criao de uma linha de financiamento junto ao
indicativo de Gesto do Patrimnio da Unio com asPrograma Nacional do
Meio Ambiente (PNMA II) viabilizou seguintes diretrizes:o
atendimento destes 45 municpios, denotando o graude prioridade dada
ao projeto por parte da administrao Consolidar a parceria entre os
rgos Ambientaispblica federal. Estaduais/OEMAs e as Gerncias
Regionais de Patrimnio da Unio/GRPUs.Segunda Fase: 2004 a 2008
Trabalhar os conflitos entre a Secretaria de Patrimnio At 2004,
haviam sido capacitados 57 municpios em da Unio/SPU e as
Prefeituras Municipais para que14 estados litorneos por meio de
oficinas do ORLA que alcancem um objetivo comum.resultaram na
elaborao de 55 Planos de Gesto Integrados(PGIs) de trechos da orla
definidos pelas equipes locais. Na A mudana no papel da SPU,
enquanto entidade responsvelanlise do conjunto dos planos, 100%
apresentaram aes pelo patrimnio pblico brasileiro, passa a ser
estruturadade projetos de urbanizao; paisagsticos; de conteno de em
uma viso focada na gesto pblica participativa, emrisco e eroso;
organizao e padronizao de quiosques e detrimento de atividades
fundamentalmente cartoriais,sinalizao. As aes consideradas
setoriais corresponderam tendo o Projeto Orla como uma de suas
prioridades.a 93% dos PGIs, tratando de questes como saneamento,
Foram tratados temas como a aproximao do projetoregularizao
fundiria, recuperao de reas de preservao Orla com a questo de
regularizao fundiria, mobilizaopermanente (APP) e disciplinamento
de uso e atividades. O da sociedade civil e orientaes quanto o
papel dos atoresgrfico da figura 3 detalha esta informao. do
arranjo institucional. Os resultados destas discusses orientaram na
construo das diretrizes, metas e ajustes para segunda fase do
projeto. Este perodo coincide com a publicao do Decreto 5.300/2004
(D.O.U., 2004), que, aps 16 anos, regulamenta a Lei do
Gerenciamento Costeiro (Lei n.7661/88). Tal decreto traz, como uma
de suas principais contribuies, as definies do escopo do Projeto
Orla para o processo de gesto costeira integrada no pas e
estabelecendo as bases para a formulao de polticas, planos e
programas federais, estaduais e municipais. no captulo IV que so
definidos os limites, objetivos, instrumentos e competncias para a
gesto da orla martima. No perodo entre 2004 e 2008 foi definida uma
nova estratgia por parte da equipe executora do ORLA, com foco em
capacitao de multiplicadores da metodologia,Figura 3. Percentual
das demandas oriundas de 50 Planos de comunicao e articulao com
outros setores do governoGesto da Orla de municpios brasileiros
participantes do Projeto com papel preponderante na zona
costeira.ORLA (Dados do Ministrio do Meio Ambiente, MMA) Como
exemplo desta estratgia pode-se citar a capacitaoFigure 3.
Percentage of requests from 50 Management de 250 multiplicadores do
Projeto Orla envolvendo osPlans of municipalities participating in
the ORLA Project (Data 17 estados costeiros, abrangendo um pblico
compostofromMinistry of Environment, MMA). por gestores federais,
estaduais, municipais, membros da 4 - Relatrio do I Seminrio
Nacional do Projeto Orla: Fortalecimento no mbito regional e local,
MMA e MP, 2004. - 95 -
8. Oliveira & Nicolodi Revista de Gesto Costeira Integrada
/ Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(1):89-98
(2012)academia, e representantes da sociedade civil. Alm disso,
podem ser citados os seguintes avanos: a incorporao dasfoi criada
uma rede virtual de discusso do Projeto Orla, aes definidas nos
PGIs em Planos Diretores Participativos;que conta, em 2011, com
3495 associados e mais de seis mil a constituio de novas reas de
proteo ambiental (Ex:mensagens. Fortaleza criou/instituiu o Parque
Natural das Dunas; Criao Em termos de articulao com outros setores,
foi criado o da Unidade do Parque da Lagoinha em Bzios) e a incluso
deComit de Articulao do Projeto Orla, no mbito do Grupo Zonas de
Especial Interesse nos Planos Diretores Participativosde Integrao
do Gerenciamento Costeiro (GI-GERCO), do Municpio (Ex: Zona
Especial do Projeto Orla ZEPO;com a participao do MMA, SPU,
Ministrio das Cidades, ZEIS em Itapema).Ministrio da Pesca,
Ministrio do Turismo, Agencia Houve um avano tambm na participao
das SPUs nasNacional de Transportes Aquavirios (Antaq), Associao
discusses sobre o PGI e sua aproximao com as OEMAs,de Brasileira de
Entidades Estaduais de Meio Ambiente promovida pelo formato da
Coordenao Estadual e da(ABEMA), Associao Nacional de rgos
Municipais de Comisso Tcnica Estadual. Esta aproximao propiciou
oMeio Ambiente (Anamma) e representante da sociedade aprimoramento
tcnico, principalmente na questo ambiental,civil. dos
representantes das SPUs para a tomada de deciso quanto As
principais linhas de integrao do ORLA com outras cesso de uso das
terras da Unio.polticas pblicas tiveram foco na Agenda do Petrleo e
Uma das principais linhas de anlise em questo anas Agendas do
Turismo e Cidades. Em relao primeira, efetividade do Projeto Orla
enquanto poltica pblica. Talprocurou-se a articulao com o processo
de licenciamento efetividade diretamente ligada capacidade de
articulaode petrleo e gs, cujo objetivo foi o de construir
mecanismos entre os diferentes atores e instituies envolvidas.
Nessepara que aes proposta nos Planos de Gesto Integrada sentido,
ressalta-se o importante papel da Coordenaoda Orla pudessem
subsidiar a proposio de medidas Estadual, que tem como frum de
articulao e apoio acompensatrias no processo de licenciamento,
melhorar o Comisso Tcnica Estadual (CTE). A CTE constitui-se em
umcontrole social no acompanhamento das condicionantes grupo que
articula e contribu na harmonizao de polticasdas licenas expeditas
e criar condies para uma adequada estaduais atuantes na orla.
Entretanto, at 2008, poucas CTEparticipao popular, com garantia de
acesso s informaes tinham sido formalizadas nos estados costeiros,
com atuaoem todas as etapas do processo de licenciamento. Alm ainda
muito incipiente.disso, buscou-se apoiar o processo de regularizao
fundiriade comunidades pesqueiras nos processos de licenciamento
Terceira Fase: 2009 a 2011ambiental de atividades de leo e gs. A
segunda linha de articulao, com as Agendas de Com base na avaliao
do Projeto Orla e na agenda do IITurismo e Cidades, teve a celebrao
de um Protocolo de Seminrio, a Coordenao Nacional do ORLA executou,
emIntenes, cujo objetivo unir esforos institucionais com 2009,
capacitaes especficas para as Coordenaes Estaduaisvistas harmonizao
das leis urbansticas e ambientais e das e CTEs em nove estados
costeiros (BA, RN, ES, RJ, SC, PA,polticas pblicas incidentes na
zona costeira. O principal SE, PE e CE), com objetivo de otimizar a
atuao das mesmasmote de tal iniciativa foi o estabelecimento de
colaborao e definir uma agenda de trabalho conjunta.mtua para
integrar as aes relacionadas ao Projeto Orla e Deve-se ressaltar
que no final de 2008 o MMA passouao Plano Diretor Participativo.
por uma reestruturao interna de seus setores e prioridades. No
final deste perodo, em 2008, foi realizada a Avaliao Uma das reas
mais atingidas foi a Coordenao Nacional dodo estado atual de
implementao do Projeto Orla na esfera Gerenciamento Costeiro, que
teve reduzida sensivelmente amunicipal e proposio das estratgias
para seu fortalecimento sua equipe, agenda e oramento. Este fator
teve rebatimento noe aperfeioamento. Durante o II Seminrio Nacional
do andamento do ORLA, determinando problemas na estratgiaProjeto
Orla, foram apresentados os resultados da pesquisa de comunicao e
apoio aos estados, o que prejudicou o plenode avaliao do Projeto
Orla e discutida as diretrizes e metas desenvolvimento do projeto.
Alm disso, a agenda articuladapara o seu fortalecimento, com
elaborao de uma agenda para os setores de petrleo e gs, turismo e
cidades no tiveramde compromissos entre as trs esferas de governo.
A agenda continuidade.compreendia as seguintes linhas: a) Divulgao,
mobilizao Apesar dessas dificuldades transitrias na esfera
federal,e sensibilizao pblica, b) Fortalecimento institucional e c)
o esforo de sensibilizao e mobilizao para implantaoFomento e apoio
execuo das aes dos PGIs, do ORLA resultou, ao final de 2010, na
criao das CTEs Os resultados da avaliao indicaram a falta de
recursos em 11 estados costeiros e cerca de 80 municpios com
PGIshumanos e da disponibilidade de recursos financeiros nos
elaborados.municpios como as principais dificuldades enfrentadas
para a No final de 2010 foi realizado o III Seminrio Nacional
doimplementao dos PGIs. Projeto Orla com objetivo de definir uma
agenda de diretrizes Apesar da baixa implementao dos PGIs, a
implantao para fortalecer a cooperao interinstitucional e suas
respectivasdo ORLA nos estados e municpios costeiros possibilitou
capacidades de fomentar os Planos de Gesto Integrada6.momentos de
discusso e de levantamento de conflitos gerando Foram cerca de 100
participantes (governos federal, estaduala aproximao dos atores
envolvidos na gesto da orla martima e municpios, entre outros) que
debateram e apontaram aesconsolidando uma viso integrada da orla.
Nesta perspectiva sobre: fomento e apoio execuo das aes previstas
nos PGIs;5 - Em julho de 2011. 6 - Relatrio do III Seminrio
Nacional do Projeto Orla. MMA: Braslia, 2011. - 96 -
9. Oliveira & Nicolodi Revista de Gesto Costeira Integrada
/ Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(1):89-98
(2012)monitoramento, informao e comunicao; fortalecimento do Embora
apresente problemas especficos, principalmentearranjo institucional
do Projeto Orla (GI-GERCO, Comisso na implementao das aes definidas
pelos Planos deTcnica Estadual e Comit Gestor); e Projeto de
Extenso do Gesto, o Projeto Orla pode ser considerado uma aoProjeto
Orla e rede de multiplicadores. governamental exitosa, pois alm de
mobilizar milhares Outra ao representativa nesse perodo a criao de
de cidados brasileiros em torno de seus objetivos, trata-seum
convnio entre a SPU e a Universidade Federal de Rio de um projeto
consolidado, com metodologia validada eGrande (FURG) visando
operacionalizao de um Curso amplamente aplicada ao longo de seus
dez anos de existncia.de capacitao distncia na metodologia de
planejamento Tais constataes o credenciam a ser considerado como
umae implementao do Projeto Orla. Tal iniciativa pretende poltica
de estado, visto que desde sua implantao ocorreramqualificar a
insero dos atores no mbito do projeto, para que trs eleies para o
governo federal, e, conforme descritoos mesmos participem das
oficinas j com uma preparao na neste estudo, o projeto foi sendo
aperfeioado e adaptado aometodologia e implementao do projeto. O
curso atender contexto atual.uma de manda aproximada de 500 atores
sociais envolvidos na Cabe ao poder pblico incentivar a busca por
soluestemtica, entre tcnicos de secretarias municipais, dos estados
e para os entraves da plena execuo do ORLA, promovendodo governo
federal, alm do setor privado e terceiro setor. o incremento das
articulaes polticas nas trs esferas de governo, bem como com a
sociedade civil organizada eConcluses demais atores atuantes nesta
poro do territrio brasileiro. Os padres de desenvolvimento da zona
costeira, emespecial a orla, devem decorrer da integrao das
dimenses Bibliografiaeconmica, social e ambiental, refletindo os
diferentes D.O.U. (1974) - Decreto-Lei n 74.557, de 12 de
setembrointeresses e necessidades dos grupos sociais que vivem na
de 1974 - Cria a Comisso Interministerial para oszona costeira.
Recursos do Mar (CIRM) e d outras providncias. Nessa concepo, o uso
dos bens da Unio localizados Publicado no Dirio Oficial da Unio de
13.9.1974 ena Zona Costeira deve ser integrado ao Plano Nacional
revogado pelo Decreto n 3.939, de 26.9.2001, Braslia,Gerenciamento
Costeiro, tendo em vista o seu papel no DF, Brasil. Disponvel em
http://www.planalto.gov.br/estabelecimento de normas gerais visando
gesto ambiental ccivil_03/decreto/Antigos/D74557.htmda Zona
Costeira, em especial a orla, na formulao de D.O.U. (1946) -
Decreto-Lei n 9.760, de 5 de setembropolticas, planos e programas
estaduais e municipais. de 1946 - Dispe sobre os bens imveis da
Unio e dConferindo, assim, aos bens da Unio sua funo outras
providncias. Publicado no Dirio Oficial dasocioambiental ao
determinar as condies para diferentes Unio de 6.9.1946, Braslia,
DF, Brasil. Disponvel emusos e atividades que ocorrem nesse espao.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del9760.htm O
Projeto Orla d foco especial aos espaos litorneos D.O.U. (1981) -
Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981sob propriedade ou guarda da
Unio, sendo que o modelo - Dispe sobre a Poltica Nacional do Meio
Ambiente,descentralizado proposto para gesto da orla obedece ao
seus fins e mecanismos de formulao e aplicao, e dpacto federativo,
envolvendo princpios e procedimentos outras providncias. Publicado
no D.O.U de 2.9.1981,de ao, cuja execuo est alicerada nas
Coordenaes Braslia, DF, Brasil. Disponvel em
https://www.planalto.Nacional (MMA e MPOG), Estadual
(Superintendncias gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htmdo Patrimnio da
Unio/SPU e rgo Estadual de Meio D.O.U. (1988c) - Lei n 7.661, de 16
de maio de 1988 -Ambiente) e Municipal (prefeitura), como
instnciaspromotoras de articulaes intergovernamentais e Institui o
Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dinterinstitucionais,
apoiadas por colegiados nos trs nveis. outras providncias.
Publicado no D.O.U. de 18.5.1998,Estimula-se, assim, a implantao de
uma rede de parcerias Braslia, DF, Brasil. Disponvel em
http://www.planalto.que visa realizar intervenes necessrias ao uso
comum desse gov.br/ccivil_03/leis/L7661.htmespao, com planejamento
ambiental e territorial, e diviso D.O.U. (1998a) - Lei n 9.605, de
12 de fevereiro de 1998.clara de tarefas entre todas as partes.
Dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas Nos dez
anos de execuo do Projeto Orla, alguns pontos de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dnecessitam ser ajustados;
alguns em funo da experincia outras providncias. Publicado no
D.O.U. de 13.2.1998acumulada com a aplicao da metodologia em cerca
de eretificado no DOU de 17.2.1998, Braslia, DF, Brasil.80
municpios e outros em funo da conjuntura poltico- Disponvel em
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/institucional, que por sua
vez, vai alterando-se com o passar leis/l9605.htmdo tempo. D.O.U.
(1998b) - Lei n 9.636, de 15 de maio de 1998. Dentre estes pontos
destacam-se a retomada do Projeto Dispe sobre a regularizao,
administrao, aforamentojunto aos municpios atendidos, realizando a
reviso dos e alienao de bens imveis de domnio da Unio,Planos de
Gesto da Orla, a definio das formas de apoio altera dispositivos
dos Decretos-Leis nos9.760, de 5 deimplementao das aes propostas
nos Planos de Gesto, a setembro de 1946, e 2.398, de 21 de dezembro
de 1987,melhoria da efetividade da atuao das Comisses Tcnicas
regulamenta o 2o do art. 49 do Ato das DisposiesEstaduais e o
acompanhamento dos Comits Gestores Constitucionais Transitrias, e d
outras providncias.Locais. Outro ponto crucial o processo de
mobilizao local Publicado no D.O.U de 18.5.1998, Braslia, DF,
Brasil.e legitimao das aes (envolvimento das comunidades e
Disponvel em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/processos
participativos), que necessitam ser mais efetivos. leis/L9636.htm -
97 -
10. Oliveira & Nicolodi Revista de Gesto Costeira Integrada
/ Journal of Integrated Coastal Zone Management 12(1):89-98
(2012)D.O.U. (2001a) - Decreto n 3.725 , de 10 de janeiro de
Moraes, A.C.R. (2007) - Contribuio para a gesto costeira 2001 -
Regulamenta a Lei no9.636, de 15 de maio de do Brasil: elementos
para uma geografia do litoral brasileiro. 1998, que dispe sobre a
regularizao, administrao, 232p., Annablume, So Paulo, SP, Brasil.
ISBN: aforamento e alienao de bens imveis de domnio da
9788574196770 Unio, e d outras providncias. Publicado no Dirio
Freire, O.D. da S. (coord.) (2002) - Projeto Orla: Fundamentos
Oficial da Unio de 11.1.2001, Braslia, DF, Brasil. para gesto
integrada. 78p., Ministrio do Meio Ambiente, Disponvel em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Secretaria de Qualidade
Ambiental nos Assentamentos decreto/2001/d3725.htm Humanos /
Ministrio do Planejamento, Oramento eD.O.U. (2001) - LEI n 10.257,
de 10 de julho de 2001 Gesto, Secretaria do Patrimnio da Unio,
Braslia, DF, - Regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituio
Brasil. ISBN: 8577380297. Disponvel em http://www. Federal,
estabelece diretrizes gerais da poltica urbana e d
planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/spu/ outras
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(2004) - Projeto Orla: Subsdios
gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm para um projeto de
gesto. 104p., Ministrio do MeioD.O.U. (2004) - Decreto n 5.300 de 7
de dezembro de Ambiente, Secretaria de Qualidade Ambiental nos
Assentamentos Humanos / Ministrio do Planejamento, 2004.
Regulamenta a Lei no 7.661, de 16 de maio de Oramento e Gesto,
Secretaria do Patrimnio da Unio, 1988, que institui o Plano
Nacional de Gerenciamento Braslia, DF, Brasil. ISBN: 8577380505.
Disponvel em Costeiro - PNGC, dispe sobre regras de uso e ocupao
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/ da zona costeira
e estabelece critrios de gesto da orla
Arquivos/spu/publicacao/081021_PUB_ProjOrla_ martima, e d outras
providncias. Publicado no D.O.U. subsidios.pdf de 8.12.2004,
Braslia, DF, Brasil. Disponvel em Saule Junior, N. (coord.) (2006)
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004- fundiria em terras
da Unio. 120p., Ministrio do 2006/2004/Decreto/D5300.htm
Planejamento, Oramento e Gesto, Instituto Polis,Zamboni, Ademilson;
Nicolodi, Joo Luiz (org.) (2008) - So Paulo, SP, Brasil. ISBN:
8589199037, Disponvel Macrodiagnstico da Zona Costeira e Marinha do
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Ministrio do Meio Ambiente, Secretaria de Arquivos/spu/publicacao/
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ISBN: 9788577381128. Disponvel em ISBN: 9788577381425
ftp://gw.laget.igeo.ufrj.br/macro/03_populacao.pdf - 98 -