48
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A gestão de pessoas e o seu funcionamento na organização Por: Antonio Carlos da Silva Orientador Prof. Carlos Cereja Niterói 2014

A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A gestão de pessoas e o seu funcionamento na organização

Por: Antonio Carlos da Silva

Orientador

Prof. Carlos Cereja

Niterói

2014

Page 2: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A gestão de pessoas e o seu funcionamento na organização

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão de Recursos Humanos.

Por: Antonio Carlos da Silva

Page 3: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me

abençoou de maneira grandiosa em mais

esta etapa da minha vida, possibilitando-me

concluir o curso. Agradeço muito também a

minha família, em especial a minha

maravilhosa esposa Janaina, que esteve ao

meu lado me incentivando em todos os

momentos e a minha irmã Rafaela.

Page 4: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

4

DEDICATÓRIA

Dedico o fim deste trabalho a Deus e a minha

família, que mais uma vez mantiveram-se ao

meu lado torcendo e dando palavras de

incentivo para que eu seguisse esta etapa até

o final. A todos que me ajudaram e

incentivaram eu digo: Prosseguimos e

conseguimos!

Page 5: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

5

RESUMO

A contratação de um novo colaborador, que corresponda às expectativas da

organização, que seja adequado aos requisitos da vaga e ao perfil profissional

desejado pela empresa não é somente uma função do setor de recursos humanos.

Esse processo vai muito além de entrevistas ou indicações, portanto toda a

organização deve estar alinhada com sua visão estratégica. Para a manutenção da

produtividade do capital humano nas empresas e para o alcance das metas

estabelecidas pelo planejamento estratégico dessa organização, é necessário que

haja uma boa política de qualidade de vida no trabalho e se invista no

desenvolvimento tanto profissional quanto pessoal dos colaboradores, o que se

transforma em um grande desafio para o setor de recursos humanos atualmente.

Palavras-chave: Emprego, profissionais, rotatividade, talentos, prestação de

serviço, custo e recursos humanos.

Page 6: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

6

METODOLOGIA

O tema escolhido foi baseado na importância da gestão de pessoas para

uma humanização organizacional adequada, que assegure um ambiente de

trabalho saudável, suprindo as expectativas positivas do colaborador a respeito da

empresa, e assim, estimulando todo o potencial funcional do mesmo.

Segundo o autor Gil (2001, p.17) define-se a gestão de pessoas como uma

“função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações

para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais.”

O estudo foi fundamentado em bibliografias especializadas em Gestão de

pessoas.

Page 7: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Gestão de Pessoas desde a década de 50 10

aos dias atuais

CAPÍTULO II - Recrutamento e Seleção e suas boas práticas 23

CAPÍTULO III - Avaliação de desempenho 32

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ÍNDICE 47

Page 8: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

8

INTRODUÇÃO

O foco desta pesquisa encontra-se na Gestão de Pessoas e Recursos

Humanos, bem como suas técnicas, estratégias e o funcionamento prático das

mesmas no dia-a-dia das organizações atualmente.

A busca de novos colaboradores seja para aumentar o quadro de

funcionários de uma empresa ou substituí-lo, é uma fase muito importante nas

organizações nos dias atuais. Estar atento para que todos os requisitos do cargo

que está disponível sejam preenchidos, é fundamental, mantendo assim a

competitividade da empresa e garantindo que as necessidades pontuais sejam

atendidas.

Para garantir que as necessidades pontuais do plano estratégico de uma

organização sejam atendidas, precisa-se medir o real desempenho de cada

funcionário e o quanto o mesmo alcança as metas determinadas pelos gestores

para suas atividades. Com isso faz-se necessária a correta aplicação dos métodos

de avaliação de desempenho mais adequados à empresa.

Esta pesquisa visa responder a seguinte questão: qual a importância e

influencia que a gestão de pessoas tem no recrutamento, seleção, avaliação de

desempenho e qualidade de vida nas empresas?

O setor de recursos humanos é o grande responsável para que todos os

fatores citados se entrelacem e formem uma união que trará bons frutos, tanto para

o colaborador quanto para a empresa.

CHIAVENATO (2010, p.9) define a gestão de pessoas como o “conjunto

integrado de atividades de especialistas e de gestores – como agregar, aplicar,

recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas – no sentido de

proporcionar competências e competitividade à organização”.

A hipótese formulada ao problema apresentado é a de quando todo o

processo de gerir pessoas dentro de uma organização é bem feito, desde o

recrutamento e seleção de um profissional, o treinamento, o desenvolvimento, a

criação de meios para a melhora da qualidade de vida no trabalho, até a avaliação

do desempenho desse profissional, que compõe o capital intelectual da empresa,

esta aumenta as possibilidades de ser bem sucedida.

Page 9: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

9

O objetivo desta monografia é mensurar como as técnicas de gestão de

pessoas podem garantir um ambiente humanizado, que supra as necessidades da

empresa a ser gerida, atuando no recrutamento, na seleção, na avaliação de

desempenho e na qualidade de vida dos funcionários da organização.

O primeiro capítulo fará referencia a área de gestão de pessoas com base

nas obras de alguns atores e sua evolução por várias décadas até os tempos

atuais.

O segundo capítulo fará referencia ao recrutamento, seleção e suas boas

práticas.

O terceiro capítulo fará menção de algumas técnicas para avaliação de

desempenho de colaboradores e suas usabilidades.

Page 10: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

10

CAPÍTULO I

A Gestão de Pessoas desde a década de 50 aos dias

atuais

CONCEITO

A gestão de pessoas possui como foco principal estimular, potencializar e

integrar cada indivíduo de uma forma conjunta com a empresa, trazendo assim para

a realidade do dia-a-dia de trabalho a satisfação, sendo o catalizador de energia

que ajuda o colaborador a cumprir os projetos ou metas que lhe são atribuídas.

1.1 – Gestão de Pessoas e sua evolução

O autor DUTRA (2002, p. 17) descreve a Gestão de pessoas como “Um

conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a

organização e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo”.

Observa-se que gerir pessoas é algo bem amplo e que necessita de tempo,

disponibilidade, melhorias e liderança.

Tempo, pois os resultados só aparecerão ao decorrer da trajetória do

funcionário na empresa, não se pode fazer uma gestão sem conhecer a progressão

do colaborador no ambiente de trabalho.

A disponibilidade é necessária para que o gestor visualize com criticidade

cada ponto forte e fraco de seus colaboradores, pois um gestor que conhece seus

funcionários tende a ter o senso apurado e consegue manter o nível de serviço nos

níveis que a organização necessita.

TACHIZAWA, FERREIRA e FORTUNA (2001, p. 191) afirmam que a

descrição de um cargo “contém um conjunto de funções, quase sempre correlatas,

Page 11: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

11

que mantêm coerência com os níveis de escolaridade e responsabilidade do seu

ocupante”.

GIL (2001, p. 175) ressalta que a descrição de um cargo “é a exposição

ordenada das tarefas ou atribuições de um cargo. Ela procura descrever o que o

ocupante do cargo faz, como faz e por que faz”.

As melhorias são métodos para a humanização no trabalho. Entre as

décadas de 50 e 80 a gestão de pessoas era identificada como administração de

pessoal, relações industriais e administração de recursos humanos, não importando

se os termos utilizados eram bem quistos, os colaboradores das empresas eram

tratados como simples recursos passíveis de substituição. Nos dias atuais esta

nomenclatura passou a ser Gestão de pessoas, pois é uma parte fundamental da

empresa e quando respeita os princípios da humanização, faz o diferencial da

melhoria nos resultados obtidos pelos colaboradores.

A liderança pode ser subjetiva ao ponto do funcionário, mas é muito

importante no ponto organizacional. O funcionário não deve ver seu líder como

quem concentra o poder e sim alguém que escuta e é aberto a novas ideias que

gerem benefícios para todos.

Com essa readequação, o novo gestor passou a desenvolver outros papéis

na organização como:

ü Capacitação de pessoas;

ü Desenvolvimento de competências;

ü Remuneração por competência.

Prezar o lado humano é a nova forma da gestão de pessoas que não visa

os seus colaboradores somente como recursos passíveis de substituição, mas sim

como colaboradores que possam acrescentar à empresa novas ideias, para que os

ideais mensurados sejam alcançados.

Para o autor MASCARENHAS (2008) a Gestão de Pessoas é definida como

a mobilização, a orientação, o direcionamento e administração do fator humano no

ambiente organizacional.

Page 12: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

12

Observa-se que a Gestão de Pessoas é uma área aplicável em qualquer

organização. Podemos considerar que a gestão de pessoas contribui para a

evolução das empresas, incorporando nas mesmas uma nova visão organizacional

e definindo os perfis dos novos gestores.

No ano de 1930 a industrialização brasileira foi impulsionada pelo setor

agrícola, mas precisamente pelo plantio e colheita de café.

A partir deste marco se deu inicio a Gestão de pessoas. Desta década a

diante vários acontecimentos históricos se destacaram no Brasil. A criação do

ministério do trabalho, indústria e comércio em 1930, as leis trabalhistas em 1943, o

direito trabalhista à greve em 1946, a indústria automobilística em 1957, a resseção

da economia e inflação na década de 80 e na década de 90 a abertura da economia

brasileira com a integração no mercado mundial de comércio.

Desde o século 21 a área de recursos humanos vem se desdobrando para

poder levar a humanização da classe trabalhista nas corporações, deixando de lado

a visão que as empresas passavam sobre a desvalorização dos funcionários. O

gestor capacitado do novo século é cobiçado pelas empresas, pois o cargo dele é

muito além de liderança, indo desde o planejamento, organização, coordenação,

comando e controle das atividades relacionadas. Estas atividades são conhecidas

como POCCC de Henry Fayol.

1.2 – O começo da Gestão de Pessoas.

O cargo de chefe pessoal surgiu com o objetivo de garantir a saúde física

dos trabalhadores que podiam chegar a trabalhar 18 horas diárias. A partir do

século 19, esta função que oprimia usando sua força de poder, foi se tornando mais

consciente dos seus deveres e passou a priorizar o bem estar de seus funcionários.

Com este novo modelo de gestão, surgiu uma nova função, conhecida como

gerente de pessoal.

O gerente de pessoal ia além de gerir ou administrar, ele contabilizava os

salários, controlava as horas trabalhadas e seus respectivos atrasos ou extras e

Page 13: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

13

também suas remunerações. Tendo em vista que o acumulo de processos em uma

só pessoa era visto como um excesso de poder, esta função foi repartida em várias

outras e assim reduzindo a responsabilidade e humanizando este cargo que passou

a se chamar Gestor de Pessoas.

A área de Gestão de Pessoas é verdadeiramente ampla, os colaboradores

possuem perfis variados e geri-los para que alcancem o objetivo da empresa é uma

tarefa que possui muitos percalços, dentre eles a permanência de funcionários

qualificados dentro da organização. Criar motivação e desafios, passar segurança e

confiança por meio de suas políticas e estratégias, são umas das variadas

responsabilidades dos gestores.

1.3 – A evolução histórica da gestão de pessoas.

A gestão de pessoas passou por diversas fases, conforme listadas a seguir:

Contabilista, antes de 1930: Os trabalhadores eram vistos de forma

contábil, meramente como custos e lucros.

Legal, de 1930 a 1950: Criação dos sindicatos.

Tecnicista, de 1950 a 1965: O termo chefe de pessoal passou a ser gestão

de pessoal, com um cargo de nível gerencial. Treinamento, recrutamento e seleção,

cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios, entre outros, foram

implementados no mercado de trabalho.

Sindicalista, de 1965 a 1985: O cargo de gestor de pessoas passou a ser

gerente de recursos humanos (GRH), nesta época ocorreu o início da humanização

na gestão de funcionários.

Estratégica, de 1985 até atualmente: O cargo de gerente de recursos

humanos é visto como fundamental para o sucesso da organização, passando a ser

reconhecido como um dos pilares para a sustentabilidade e eficácia da empresa.

A área de gestão de pessoas vem ao longo dos anos (como mostrado

acima) evoluindo, conseguindo atuar de forma eficaz na humanização das

empresas, deixando para trás o autoritarismo e paternalismo das mesmas.

Page 14: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

14

Percebe-se também que, comparando as empresas de antigamente com as atuais,

o nível de satisfação no trabalho pelos colaboradores aumentou, acrescendo assim

mais qualidade de vida e aprazimento para a construção de uma empresa capaz e

competitiva.

1.4 Teorias Motivacionais.

O ator Chiavenato (2002, p.145) define motivo com as seguintes palavras:

"motivo é o impulso que leva a pessoa a agir de determinada maneira, isto é, que

dá origem a um comportamento especifico".

A gestão da organização nos leva ao conceito da motivação, pois as

atitudes, pensamentos, visões e valores são diretamente ligados a pessoa em si e

cada indivíduo possui suas qualidades e defeitos intrínsecos.

A motivação organizacional depende de fatores internos e externos que são

fatores cruciais para os resultados positivos para cada um de acordo com suas

necessidades. O comportamento humano é exemplificado de acordo com o autor

LEWIN (apud Chiavenato, 2000), conforme descrito a seguir:

ü Comportamento causado, hereditário e influenciado pelos estímulos internos

e externos;

ü Comportamento motivado direcionado e orientado para um objetivo; e

ü Comportamento orientado para objetivos pessoais.

Existem outras teorias motivacionais que explicam como funciona o

processo de motivação humana:

Teorias motivacionais: de acordo com Maslow (apud CHIAVENATO, 2000),

o que motiva o ser humano a fazer algo são as suas necessidades, podendo ser as

mesmas de segurança, fisiológica, social, de estima ou autorrealização. Qualquer

uma destas é capaz de influenciar e interferir diretamente na motivação de todo

indivíduo.

Page 15: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

15

Tal teoria tem como base a ideia que o comportamento humano é motivado

por meio da conquista e satisfação das suas necessidades, assim, os seus desejos

renovam-se constantemente mantendo o homem destinado a buscar novas

realizações gradativamente.

Teoria de dos fatores: tal teoria, que pode ser chamada também de "teoria

dos fatores higiênicos e fatores motivacionais", foi desenvolvida por um renomado

psicólogo, o Frederick Herzberg (1959).

O mesmo definiu como fatores higiênicos aqueles que estão fora do

controle do trabalhador, apesar de estar presente no seu dia-a-dia, sendo

administrados pela organização. Por exemplo: salários, benefícios, ambiente de

trabalho, ferramenta de trabalho, etc.

Para que a motivação e satisfação sejam alcançadas, é essencial que o

colaborador e o gestor construam um objetivo em comum em pró da saúde mental

para que os fatores higiênicos e motivacionais se completem e os resultados

apareçam.

1.5 – Fundamentação científica das atividades administrativas.

Frederick Taylor e Henri Fayol foram os pioneiros na administração

cientifica. Taylor introduziu em 1881 o método de otimização da produtividade,

revolucionando assim as organizações das empresas. Neste método o processo de

produção era subdividido em várias partes, economizando assim tempo e fazendo

com que a produção crescesse visivelmente.

Fayol por sua vez, desenvolveu a teoria da gestão nas empresas,

conhecido até hoje como: Planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar.

Os dois estudos puderam interligar a estratégia e a teoria empresarial,

aperfeiçoando a gestão e a liderança, modificando assim, várias esferas das

organizações.

Seguindo as ideias de Taylor e Fayol, o plano estratégico é a primeira parte

da definição de objetos, que evolui para uma definição dos mesmos para que a

Page 16: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

16

estrutura do plano possa ser praticável. O gestor possui a tarefa de coordenar,

avaliar e controlar os métodos para que o plano seja seguido e suas metas

alcançadas.

A missão do gestor vai além do resultado final. Para conseguir o sucesso

ele precisa motivar e compreender seus funcionários, gerir de forma homogênea e

instiga-los para que as metas e os desafios da organização sejam realizados.

1.6 - Gestão de Pessoas

Todas as organizações funcionam por meio das pessoas, que fazem parte

das mesmas decidindo e agindo em seu nome. Utilizam-se diversos termos

diferentes para definir as pessoas que trabalham nas organizações. Podem ser

chamadas de empregados, funcionários, operários, pessoal, trabalhadores, quando

as organizações as tratam como tal. Ou podem ser chamadas de recursos

humanos, associados, colaboradores se as organizações as tratam dessa forma.

Podem ainda ser denominadas por capital humano, talento humano, capital

intelectual quando essas pessoas agregam um valor maior para a organização.

A denominação dada às pessoas dentro das empresas é um reflexo do grau

de importância que aquelas têm para as organizações. Em geral, a maneira como

as organizações denominam as pessoas que nelas trabalham sinaliza claramente

qual é o papel e o valor atribuídos às mesmas.

A área de Gestão de pessoas é bastante significativa nas organizações,

possibilitando que os gestores tracem estratégias, valorizando os talentos dentro da

empresa, assim, favorecendo a busca pela vantagem competitiva, melhorando a

qualidade de vida dos trabalhadores e ajudando a alcançar metas e objetivos da

empresa e dos seus colaboradores.

Antes consideradas como recursos organizacionais, agora as pessoas são

vistas como fatores que impulsionam o sucesso empresarial, alcançando os

resultados planejados e assim conquistando novos mercados.

Page 17: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

17

O autor Chiavenato (2010, p. 9) salienta que “Gestão de Pessoas é a área

que constrói talentos por meio de um conjunto integrado de processos e cuida do

capital humano das organizações, o elemento fundamental do seu capital intelectual

e a base do seu sucesso”.

Dutra (2002, p. 17) define a Gestão de pessoas como “um conjunto de

políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a organização

e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo”.

Chiavenato (2010) define seis processos básicos dinâmicos e interativos de

Gestão de Pessoas, que são citados a seguir:

Processos de Agregar Pessoas: Podem também ser denominados como

processos de provisão ou de suprimentos de pessoas, e incluem o recrutamento e a

seleção de pessoas.

Processos de Aplicar Pessoas: São processos como desenho de cargos,

desenho organizacional, análise e descrição de cargos, orientação de pessoal e

avaliação de desempenho.

Processos de Recompensar Pessoas: São utilizados para incentivar e

motivar as pessoas, aplicando recompensas por desempenho, remuneração e

benefícios, bem como serviços sociais.

Processos de Desenvolver Pessoas: São processos responsáveis pela

capacitação e desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores, utilizando

como ferramentas o treinamento, gestão do conhecimento e gestão de

competências, programas de mudanças e desenvolvimento de carreiras, e outros

programas relacionados ao crescimento individual e profissional das pessoas.

Processos de manter pessoas: São processos responsáveis por melhorar a

qualidade de vida na organização, criando condições ambientais e psicológicas

satisfatórias para as atividades das pessoas. Nestes processos estão incluídas a

administração da cultura e do clima organizacional, higiene e segurança do trabalho

e manutenção de relações sindicais.

Processos de monitorar pessoas: Processos responsáveis por acompanhar

e controlar as atividades dos colaboradores, verificando os resultados. Neles estão

incluídos bancos de dados e sistemas de informações gerenciais.

Page 18: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

18

Observa-se que a Gestão de pessoas é inerente em qualquer organização,

valorando as empresas e auxiliando no caminho de busca da excelência e

competitividade.

1.7- QVT (Qualidade de vida no trabalho)

A qualidade de vida no trabalho foi alvo de estudo no século 20 pelos

pesquisadores Abraham Maslow, Douglas MacGregor, Elton Mayo e Frederick

Herzberg, dentre outros, porém somente na década de 60 que houve um consenso,

o qual mensurava que, para se obter produtividade por parte dos colaboradores,

estes devem ter uma boa qualidade de vida.

Do ponto de vista da área de Recursos Humanos, a qualidade de vida no

trabalho está diretamente relacionada à higiene e segurança do trabalho, ambas

são necessidades básicas e primordiais para que os colaboradores possam exercer

suas funções minimamente satisfeitos e motivados dentro das organizações.

Segundo o autor CHIAVENATO (2009, p. 334), “Qualidade de vida implica

criar, manter e melhorar o ambiente de trabalho seja em suas condições físicas –

higiene e segurança – seja em suas condições psicológicas e sociais.”

O autor também salienta que, nas organizações, à Gestão de Pessoas

participam as responsabilidades legais e morais de assegurar um ambiente de

trabalho livre de riscos desnecessários e de condições ambientais que possam

provocar danos à saúde física e mental dos funcionários.

Para esclarecer melhor as bases da qualidade de vida no trabalho

citaremos conceitos de alguns autores sobre higiene do trabalho e segurança do

trabalho:

A Higiene do Trabalho refere-se ao conjunto de normas e procedimentos

que visa à proteção da integridade física e mental do trabalhador,

preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao

ambiente físico onde são executadas. A higiene do trabalho está

relacionada com o diagnóstico e com a prevenção de doenças

Page 19: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

19

ocupacionais a partir do estudo e controle de duas variáveis: o homem e

seu ambiente de trabalho.

BAPTISTA, Hilton (apud CHIAVENATO 2009, p. 334)

Geralmente, um plano de higiene do trabalho deve abranger o seguinte

conteúdo:

Um plano Organizado: Com a prestação de serviços médicos, enfermeiros e

auxiliares em tempo integral ou parcial, de acordo com o tamanho da empresa.

Serviços médicos adequados: devendo incluir exames médicos de admissão,

primeiros socorros, cuidados quanto a injúrias pessoais, registros médicos

adequados, eliminação e controle de áreas insalubres, supervisão quanto à higiene

e saúde, exames médico periódicos de revisão, estatísticas e ações preventivas

quanto à alimentação, fumo, hábitos sedentários, etc.

Prevenção de riscos à saúde: localizando, diagnosticando e eliminando ou

minimizando riscos ambientais (riscos químicos, físicos e biológicos).

Serviços adicionais: convênios médicos e odontológicos, previsões de

cobertura financeira para casos esporádicos de afastamento prolongado do trabalho

por doença ou acidente através de planos de seguro de vida em grupo ou outros a

fim de que o colaborador receba o salário normal (completado por esse plano)

durante esse período.

Extensão de benefícios médicos a empregados aposentados.

Os autores David Thelan, Donna Ledgerwood e Charles Walters (apud

CHIAVENATO 2010 p. 477) definem Segurança do Trabalho como “o conjunto de

medidas de ordem técnica, educacional, médica e psicológica utilizadas para

prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer

instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas.”

CHIAVENATO (2009) destaca que um bom plano de segurança do trabalho

deve necessariamente envolver a adaptação do funcionário ao trabalho (seleção de

pessoal) e do trabalho ao funcionário (racionalização do trabalho), bem como

fatores sociológicos, motivo este pelo qual muitas organizações vinculam a

segurança do trabalho ao órgão de Recursos Humanos.

Atualmente a Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca a qualidade

de vida como um conjunto de fatores, sendo eles: saúde física, saúde psicológica,

Page 20: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

20

nível de independência, relações sociais e meio ambiente. Definindo a qualidade de

vida como:

Uma percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura

e sistema de valores em que ele vive e em relação aos seus objetivos,

expectativas, padrões e preocupações. É um conceito de limites extensos e

influenciados numa maneira complexa pela saúde física, estado

psicológico, crenças pessoais, relacionamentos sociais e suas relações

com características relevantes do meio ambiente. (The WHOQOL Group,

1995, p.1403)

Para FERNANDES (1996), o fator humano deve ser levado em conta no

ambiente de trabalho, pois o desempenho muitas vezes é comprometido pela da

insatisfação do colaborador em relação ao seu trabalho, podendo assim, externar

para o cliente no seu atendimento e comprometendo as estratégias e melhorias dos

produtos e serviços.

1.7.1 - MODELO DE AVALIAÇÃO DE QVT DE WALTON

Em 1976 foi criado o modelo de avaliação de WALTON, conceituando oito

categorias para avaliar a qualidade de vida no trabalho posto em prática nas

organizações.

Remuneração justa e adequada: trata-se da relação de salário com outros

trabalhos, desempenho da comunidade e padrão subjetivo do empregado. Em

síntese, equidade salarial.

Segurança e salubridade do trabalho: os trabalhadores não devem ser

expostos a condições ambientais, jornada de trabalho nem a riscos que possam

ameaçar sua saúde.

Oportunidade de utilizar e desenvolver habilidades: o uso e o

desenvolvimento das capacidades devem atender a certas condições, como

autonomia, variedade de habilidades, informação e perspectiva de atividade,

significado e planejamento da tarefa.

Oportunidade de progresso e segurança no emprego: manifestam-se no

desenvolvimento pessoal, no desenvolvimento da carreira, na possibilidade de

Page 21: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

21

aplicação de novas habilidades, na sensação de segurança no emprego e na

remuneração.

Integração social na organização: um ambiente favorável nas relações

pessoais é atingido com ausência de preconceitos, democracia social, ascensão na

carreira, companheirismo, união e comunicação aberta.

Leis e normas sociais: o grau de integração social na organização está

relacionado com o direito à privacidade e a liberdade de expressão de ideias, com

tratamento equitativo e normas claras.

Trabalho e vida privada: as condições de crescimento na carreira não

devem interferir no descanso nem na vida familiar do empregado.

Significado social da atividade do empregado: a atuação social da

organização tem significado importante para os empregados tanto em sua

percepção da empresa quanto em sua autoestima.

A recomendação de FERNANDES (1996) para que os conceitos da QVT

sejam implantados, é que os colaboradores devem ter suas ideias consultadas, não

se restringindo a somente uma parte da organização, mas a totalidade.

1.8 – Mercado de trabalho

O mercado de trabalho na maioria das vezes é considerado a interligação

entre os que oferecem um produto ou serviço aos que procuram este produto ou

serviço. Caracteriza-se pela oferta e a procura, sendo impulsionado por diversos

fatores como: economia alavancada, crescimento econômico, inserção em novos

mercados, aumento de produtividade pelo crescimento da demanda, etc.

A legislação trabalhista com suas regulações e restrições não

acompanharam a evolução do mercado de trabalho, ao contrário do mercado, que

vem criando alternativas para driblar as cláusulas e artigos, como a terceirização de

serviços que vem aumentando consideravelmente. A adoção do horário flexível e o

“home office” (escritório em casa), são exemplos dos novos conceitos de

Page 22: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

22

empregabilidade. A consequência desse avanço tecnológico é o surgimento das

empresas virtuais, que não possuem espaço físico, porém possuí a estrutura

matricial interligada como uma empresa física.

A administração de carreiras está cada vez mais presente nas

organizações, estimulando o planejamento das carreiras e o desenvolvimento dos

empregados, para que sejam sempre posicionados nas opções que surgem de

crescimento na carreira.

Segundo Martins (2001), as instituições podem aplicar diversas estratégias

de desenvolvimento para facilitar o enlace dos interesses organizacionais com os

interesses do profissional.

Principais ferramentas segundo Martins:

Rodízio (Job rotation): Movimentação das pessoas em vários cargos na

organização.

Avaliação de desempenho: Informa pontualmente o desempenho de cada

colaborador em determinado período de realização de suas funções para melhor

avaliação na gestão de desempenho.

Remuneração por habilidades: Utilização de uma parcela variável do salário

relacionada às habilidades do profissional que são utilizadas para complementar a

atividade fim do cargo relacionado.

Sistema de informação de carreiras: Comunica internamente na

organização informações sobre vagas, com suas respectivas descrições,

competências e qualificações necessárias.

Coaching: O gerente ou figura com competência gerencial acompanha o

desempenho dos subordinados, identificando necessidades de capacitação

profissional, desenvolvimentos intrapessoal e interpessoal.

Mentoring: Programa corporativo e formal destinado à avaliação,

planejamento e consultoria interna de carreira, com o objetivo de abranger desde

aspectos ligados à capacitação técnica quanto comportamental, relacionando-os à

cultura organizacional.

Programa de gestão de carreira: Cursos, workshops (oficinas), palestras e

outras formas que avaliem e planejem carreiras.

Page 23: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

23

CAPÍTULO II

Recrutamento e Seleção e suas boas práticas

O CONCEITO

Serão abordados com ênfase ao processo de recrutamento e seleção de

pessoas, os referenciais teóricos dos conceitos da área de gestão de pessoas, para

compreendermos como a eficiência e o desempenho de pessoal podem ser

potencializados seguindo estas boas práticas.

2.1 – Delimitação dos cargos

O processo de recrutamento segue etapas como a de levantamento de

requisitos do candidato como, por exemplo: Características, habilidades,

experiências e formação. Para desempenhar as atividades que são pertinentes ao

cargo, é necessário que se estabeleça as atribuições, responsabilidades e objetivos

da função.

Segundo Chiavenato (2002), delimitação de cargos é “a descrição de um

cargo como uma unidade da organização que consiste em um grupo de deveres e

responsabilidades que o tornam separado e distinto dos outros cargos”.

O organograma define quais responsabilidades o colaborador possui naquele

nível hierárquico, seus direitos e seus deveres, em que ele possui autoridade e

quais são os seus subordinados.

Descrevendo os cargos, pode-se definir o perfil do profissional e assim

formular a fase de recrutamento, e saber quais profissionais estão aptos para

ocupar a vaga disponível na empresa.

Page 24: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

24

2.2 – Recrutamento

Chiavenato (2009, p.154) resume o recrutamento como:

[...] um conjunto de técnicas e procedimentos que visa a atrair candidatos

potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da

organização. É basicamente um sistema de informação, através do qual a

organização divulga e oferece ao mercado de RH oportunidades de

emprego que pretende preencher. [...] O recrutamento é feito a partir das

necessidades presentes e futuras de recursos humanos da organização.

Consiste na pesquisa e intervenção sobre as fontes capazes de fornecer à

organização um número suficiente de pessoas necessárias à consecução

de seus objetivos.

O foco do recrutamento é dividido em três fases: A necessidade da

organização, quais são os profissionais disponíveis para o cargo pretendido e quais

são as técnicas de recrutamento a serem aplicadas.

A pesquisa interna das necessidades é feita pelo setor de RH, que possui

todo o mapeamento da empresa desde a sua necessidade pontual no momento do

recrutamento, qual a sua necessidade em médio prazo e qual a sua necessidade

em longo prazo.

Chiavenato (1999, p.54) diz, "para melhor identificar e mapear as fontes de

recrutamento, dentro dos requisitos que a organização exigirá dos candidatos, são

necessários dois tipos de pesquisa: a pesquisa externa e interna".

Para Chiavenato (2009) a pesquisa interna é a análise das reais

necessidades da empresa em relação às suas carências de recursos humanos em

curto, médio e longo prazo, analisando também as políticas internas.

A pesquisa mista abrange fatores internos e externos, segundo Gil (2001), a

seleção de pessoal tem sido confiada à própria chefia imediata com uma frequência

crescente. Deve-se considerar que, se em um sistema descentralizado todas as

gerencias e chefias começam a ter atribuições referentes à seleção e também

competência técnica.

Considerando as evoluções do processo, as responsabilidades atribuídas

aos cargos superiores, líderes e gestores aumentaram consideravelmente, pois

Page 25: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

25

para conhecer o cargo disponível é exigido um maior grau de conhecimento da

empresa.

2.3 – Tipos de Recrutamento

Segundo Chiavenato (2009), existem três meios de recrutamento: interno,

externo e misto.

O recrutamento interno ocorre quando um colaborador é o candidato para o

cargo disponível na empresa em que trabalha, este processo pode ocorrer por meio

de promoção de cargo (conhecida também por movimentação vertical),

transferência (também chamada de movimentação horizontal) ou transferência com

promoção de cargo (ou movimentação diagonal). Este recrutamento possui suas

vantagens como: rapidez, economia e conhecimento do colaborador, trazendo

maior segurança no âmbito institucional.

A economia em relação ao recrutamento interno é explícita, pois descarta a

necessidade de anúncios de emprego e também de empresas especializadas. O

processo de recrutamento é mais ágil, permitindo ao colaborador uma transferência

ou promoção para o cargo desejado.

O recrutamento interno pode ser um grande motivador possibilitando o

candidato a crescer, de acordo com o seu plano de carreira, incentivando uma

competitividade proativa entre os colaboradores.

De acordo com o autor Chiavenato (2009, p.161), “o recrutamento interno

exige uma intensa e contínua coordenação e integração do órgão de recrutamento

com os demais órgãos da empresa e envolve vários sistemas e banco de dados”.

O recrutamento externo funciona da seguinte forma: candidatos que não

são da empresa são convocados para entrevistas, provas de nivelamento, etc. As

técnicas de contato com os candidatos podem variar, sendo as mais conhecidas:

recrutamento online, indicações por parte dos colaboradores da empresa sobre

conhecidos com a capacidade requerida pelo cargo, sindicatos, cartazes ou

Page 26: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

26

anúncios na portaria da empresa, anúncios em jornais e revistas, agências de

recrutamento, etc.

Recrutamento online: Utilizado vastamente por ter baixo custo e ser

facilmente acessado pelos candidatos, com a crescente evolução tecnológica e de

sites de busca de empregos, esta ferramenta é cada vez mais utilizada.

Arquivos de candidatos: Candidatos que participaram de processos

anteriores e deixaram seu currículo na empresa, ou que foram espontaneamente a

mesma.

Indicação de candidatos por colaboradores da empresa: Com custo baixo,

esta opção é bem vista gerencialmente, pois o colaborador que indica o candidato

tem noções de quais atributos são necessários para determinada função.

Cartazes ou anúncios na portaria da empresa: Utilizado quando o nível de

expertise do cargo é baixo, seu custo é quase zero.

Sindicatos: Funcionam como apoio, indicando candidatos com o nível de

experiência necessária para o para o cargo disponível.

Anúncios em jornais e revistas: Ao passar dos anos vem sendo substituído

pelo recrutamento online, porém ainda é bastante utilizado para atrair candidato.

Agência de recrutamento: Quando a empresa não possui disponibilidade de

fazer refinamentos de vários candidatos, para saber se os mesmos alcançam os

objetivos da vaga, recorrem às agências para fazê-lo.

As vantagens do recrutamento externo podem ser descritas como:

Inovação, novas culturas, novos hábitos, experiência, etc. A desvantagem é que o

processo é mais lento e requer maior investigação por parte da empresa para saber

se está agindo corretamente no processo da candidatura e suprimento da vaga.

Recrutamento misto: Faz uso o recrutamento interno e externo para a

ocupação da vaga, na maioria das empresas este é o tipo de recrutamento mais

executado.

Segundo Chiavenato (2009), pode-se adotar o recrutamento misto

com três alternativas:

Inicialmente, recrutamento externo, seguido de recrutamento interno, caso

aquele não apresente resultados desejáveis.

Page 27: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

27

Inicialmente recrutamento interno, seguido de recrutamento externo, dando

prioridade a candidatos que já estejam na organização.

Recrutamento interno e externo simultâneo.

2.4 – Seleção de pessoal

A seleção de pessoal se difere do recrutamento da seguinte forma: O

recrutamento atrai candidatos para a vaga divulgada, enquanto a seleção escolhe o

candidato ideal para a vaga dentre aqueles que se candidataram.

Segundo Chiavenato (2010, p.133), “seleção é um processo decisório

baseado em dados confiáveis para agregar talentos e competências capazes de

contribuir no longo prazo para o sucesso da organização”.

Para David Cenzo e Stephen (1996, apud Chiavenato 2010, p.133),

“seleção é o processo de escolher o melhor candidato para o cargo“.

Mikovich e Boudreau (1994, apud Chiavenato 2010, p.133) definem seleção

como sendo “a obtenção e uso da informação a respeito de candidatos recrutados

extremamente para escolher qual deles deverá receber a oferta de emprego”.

Há outras vertentes, Ivancevich (1995, apud Chiavenato 2010, p.133)

“seleção é o processo pelo qual uma organização escolhe de uma lista de

candidatos, a pessoa que melhor alcança os critérios de seleção para a posição

disponível”.

O processo de seleção é fundamental para reconhecer se o candidato é

adequado para a vaga, o conhecimento do mesmo sobre as funções aplicadas e se

o mesmo possui o perfil adequado da corporação.

A seleção é conceituada por duas variáveis, os requisitos do cargo e o perfil

dos candidatos que estão participando do processo seletivo. A primeira variável

possui a descrição e análise do cargo, a segunda possui os resultados das técnicas

de seleção que apontam para o candidato mais adequado ou a falta dele.

Page 28: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

28

A decisão final de rejeitar ou aceitar o candidato é da responsabilidade de

linha (chefia ou gerente). Conforme Chiavenato (2009) cita, há três modelos de

decisão, sendo elas: Colocação, seleção e classificação.

Modelo de colocação: Quando há uma única vaga e um único candidato,

logo a vaga é preenchida por este candidato.

Modelo de seleção: Quando há uma única vaga e diversos candidatos,

necessita-se analisar cada candidato e identificar qual é o mais propício para o

cargo.

Modelo de classificação: Quando há várias vagas e diversos candidatos,

analisa-se cada candidato para direcioná-los as vagas cabíveis, ou não.

Segundo Chiavenato (2009), O modelo de classificação é fundamentado em

um conceito mais ampliado de candidato, não considerando este para apenas uma

única posição a ser preenchida, e sim visando aloca-lo na vaga que melhor se

adequa às suas características pessoais, Por esse motivo, tal modelo é considerado

superior aos modelos de colocação e de seleção, redirecionando-se ao melhor

aproveitamento de candidatos, à eficiência dos processos e consequentemente à

diminuição dos custos gerados com todos os procedimentos de seleção.

2.5 – A entrevista

Aquino (1980, p.164-165), “A entrevista é um meio para se conhecer o

candidato. É uma ferramenta bastante útil, mas se aplicada sem um objetivo, pode

ter seus resultados distorcidos. Seu objetivo é conhecer bem o candidato”.

Chiavenato (2009, p.182), cita: “A entrevista de seleção merece cuidados

especiais que podem promover seu aproveitamento”. A melhor maneira de delinear

tais cuidados é acompanhar as etapas que ocorrem no desenrolar do processo da

entrevista.

Chiavenato (2009) cita algumas etapas:

Page 29: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

29

Preparação: As entrevistas devem possuir um preparo e um planejamento,

não devem ser improvisadas. Neste planejamento alguns aspectos devem ser

identificados e determinados: Objetivos da entrevista, métodos para atingir os tais

objetivos da entrevista, todas as informações pertinentes possíveis do candidato,

informações sobre o cargo disponível e as competências do cargo.

Ambiente: É preciso preparar o ambiente físico onde será realizada a

entrevista, bem como o ambiente psicológico. Devendo ser o local confortável e

privado, sem a presença de outras pessoas que possam interferir no andamento da

mesma. Também é de bom grado que se proporcione um clima ameno e cordial ao

entrevistado, evitando coações ou imposições.

Processamento: É a entrevista propriamente dita, onde ocorre a troca de

informações desejadas por ambos os participantes (entrevistador e entrevistado).

Esta etapa deve levar em consideração dois aspectos importantes: o material - que

é o conteúdo da entrevista, ou seja, o conjunto de informações fornecidas pelo

candidato a seu respeito - , e o aspecto formal - que é a maneira como o candidato

se porta e reage dentro da situação, ou seja, o comportamento do candidato.

Encerramento: É obrigação do entrevistador fazer algum sinal claro a fim de

demonstrar a conclusão da entrevista, proporcionando ao candidato algum tipo de

informação relacionada à ação futura, de que forma será contatado para saber o

resultado ou quais serão os desdobramentos daquele contato.

Avaliação do candidato: Assim que o candidato deixa a sala, o entrevistador

deverá concluir a tarefa de avaliação do entrevistado, decidindo se o mesmo deve

ser rejeitado ou aceito, e qual sua colocação em relação aos outros candidatos que

disputam a mesma vaga.

Segundo a afirmação de Chiavenato (2010), todas as informações

referentes ao cargo a ser preenchido devem ser transparentes ao selecionador e as

competências preenchidas na ficha profissiográfica, após isto, conhecer, comparar

e definir os candidatos com perfis adequados.

Há vários grupos de técnicas de entrevista, de acordo com o autor

Chiavenato (2010):

Page 30: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

30

Entrevista de seleção: Realizada por profissionais qualificados, possui três

fases: planejamento, preparação e execução, podendo ser padronizada

(estruturada e flexível), padronizada apenas quanto às perguntas (com perguntas

pré-estruturadas), diretiva (analisando os conhecimentos do candidato) e não

diretiva (nada preestabelecido, entrevista livre).

Provas de conhecimentos ou capacidades: tem como objetivo analisar o

grau de conhecimento do candidato, diversificando conforme o cargo pretendido. A

aplicação de tais provas podem se dar de várias formas diferentes, como por

exemplo: prova oral, escrita, etc.

Teste psicológico ou psicométrico: Analisa o comportamento do candidato,

suas aptidões e suas habilidades, com amostras estatísticas de comparação e

aplica-se em condições padronizadas. Estes testes apresentam características

únicas como:

Preditor: O teste oferece resultados com perspectivas capazes de servir

como prognósticos para o desemprenho do cargo.

Validade: Avalia-se a variável humana que se pretende medir.

Precisão: Capacitável de apresentar resultados constantes para várias

aplicações com o mesmo candidato.

Teste de personalidade: Também conhecido como psicodiagnóstico, possui

o objetivo de analisar o caráter temperamental do candidato.

2.6 – Entrevista por competência

As etapas citadas anteriormente podem não ser suficientes, a eficácia do

profissional de recursos humanos é uma responsabilidade muito grande pois

depende-se dele para a triagem dos profissionais mais adequados ao cargo

disponível.

Page 31: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

31

O processo seletivo pode impactar junto ao sucesso da empresa, iniciando

no recrutamento e se estendendo à ambientação, consolidação de cultura pessoal,

objetivos e valores, existindo assim uma corresponsabilidade entre empregados e

empregadores.

CHIAVENATO (2009, p.160 e 161) afirma que:

O mercado de RH é constituído pelo conjunto de candidatos que podem

estar aplicados ou empregados (trabalhando em alguma empresa) ou

disponíveis (desempregado). Os candidatos aplicados ou disponíveis

podem ser tanto reais (que estão procurando emprego ou pretendem

mudar de emprego) como potenciais (que não estão interessados em

procurar emprego). Ocorre que os candidatos aplicados - sejam reais ou

potenciais - estão trabalhando em alguma empresa [...]

Page 32: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

32

CAPÍTULO III

Avaliação de Desempenho

O CONCEITO

Podemos dizer que a prática da avaliação é um processo bem antigo que já

acompanha o homem desde os tempos bíblicos. O autor Farias (2001, p. 7) relata

que, em um trecho da Bíblia Sagrada (Êxodo 18, 13-27) que descreve um diálogo

entre Moisés (chefe de um povo) e seu sogro Jetro sobre a necessidade da

nomeação de auxiliares, já indicava vestígios de um ser humano avaliando outro.

[...] O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. Sem

dúvida, desfalecerás, tanto tu como este povo que está contigo; pois isto é

pesado demais para ti; tu só não o podes fazer. [...] Procura dentre o povo

homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a

avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de

cinquenta e chefes de dez; para que julguem este povo em todo o tempo.

[...] Escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os constituiu por

cabeças sobre o povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta,

e chefes de dez. [...]

A frase dita por Jetro “Não é bom o que fazes” indica que o mesmo estava

julgando o comportamento de Moisés, ou seja, estava avaliando-o. No trecho

“Procura dentre o povo homens capazes” percebe-se que, para atender tal ordem,

Moisés deveria fazer uma comparação entre os homens a fim de escolher aqueles

que eram mais capacitados de acordo com as especificações de Jetro. Essa

comparação que Moisés fez entre os homens do povo também conota uma forma

de avaliação.

Page 33: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

33

Segundo o autor Pontes (1999, p.24), “a avaliação de desempenho é a

função principal dos lideres, já que eles respondem pelos papeis de planejar,

liderar, facilitar, educar e acompanhar os resultados da sua equipe de trabalho”.

3.1 – A importância da avaliação de desempenho

A avaliação do desempenho de pessoas dentro de uma organização deve

ser entendida como um processo, que se inicia no planejamento, e termina na

comparação entre o resultado e o planejado.

Segundo a afirmação dos autores MILKOVICH e BOUDREAU (2009, p.98),

“a avaliação de desempenho procura fornecer aos empregados informações sobre

sua própria atuação, de forma que possam aperfeiçoá-la sem diminuir sua

independência e motivação para fazer um bom trabalho”.

Podemos observar que a avaliação possui duas facetas, a primeira, que é

divulgada mais amplamente pelos teóricos de recursos humanos é vista como um

instrumento de desenvolvimento de recursos humanos. Neste caso, ela interessaria

ao colaborador porque seria uma forma dele ser beneficiado com treinamentos,

reconhecimentos e premiações (financeiras ou outras). A outra faceta mostra a

avaliação como um meio de controle dos funcionários, pois por seu intermédio a

organização registra o que o indivíduo faz e como ele realiza seu trabalho.

De uma forma geral a avaliação de desempenho é utilizada como uma

ferramenta importante para aumentar a produtividade, tendo um caráter individual

que pode trazer benefícios a curto, médio e longo prazo, favorecendo a organização

como um todo.

Utilizando as variáveis de desempenho, a avaliação pode otimizar o

planejamento, a produtividade e os resultados da empresa, interferindo também no

comprometimento de cada colaborador que busca melhorar o seu desempenho em

suas atividades profissionais.

Kanaane e Ortigoso (2001, p.148) definem e relacionam a avaliação de

desempenho tanto como comportamental quanto “às atitudes subjacentes ao

cotidiano”.

Page 34: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

34

Os autores Gómez-Mejía, Balkin e Cardy (1995, apud Chiavenato 2010,

p.241) definem avaliação de desempenho da seguinte forma:

É a identificação, mensuração e administração do desempenho humano

nas organizações. A identificação se apoia na análise de cargos e procura

determinar quais as áreas de trabalho que se deve examinar quando se

mede o desempenho. A mensuração é o elemento central do sistema de

avaliação e procura determinar como o desempenho pode ser comparado

com certos padrões objetivos. A administração é o ponto chave de todo

sistema de avaliação. A avaliação deve ser mais do que uma atividade

orientada para o passado, ou seja, deve estar orientada para o futuro para

poder alcançar todo o potencial humano da organização.

Segundo Chiavenato (2010), a avaliação de desempenho é um processo

que permite que vários níveis hierárquicos estreitem seus relacionamentos,

analisando problemas de forma integrada, melhorando e evoluindo cada vez mais.

O mesmo autor enfatiza questões que são indispensáveis quanto a avaliar o

desempenho humano nas organizações:

Por que avaliar o desempenho?

A preocupação para avaliar o desempenho dos colaboradores, possui

várias razões entre elas:

Recompensas: A avaliação é conhecida como avaliação por mérito, o que

justifica promoções, aumentos salariais, transferências, desligamentos, etc.;

Retroação: Permite que as pessoas que exercem atividades e convivem

com o colaborador, identifiquem seu desempenho e competência;

Desenvolvimento: Permite que cada colaborador melhore seu

relacionamento com as pessoas que o cercam, após tomas ciência de como os

outros colaboradores enxergam;

Percepção: Permite que o colaborador identifique qual é a percepção das

pessoas que o cercam ao seu respeito, desenvolvendo sua autopercepção;

Page 35: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

35

Potencial de desenvolvimento: Oferece meios de identificar o potencial dos

colaboradores, com a finalidade de propor treinamento, desenvolvimento, plano de

carreira, etc.;

Os autores Hunter, Schmidt e Judiesch (1990, apud Milkovich e Boudreau

2009) citam o resultado de um estudo que calculou as diferenças percentuais entre

os desempenhos de trabalhadores em tarefas e níveis hierárquicos diversos, para

justificar a afirmativa de que as discrepâncias entre desempenhos individuais

podem ter um enorme impacto no alcance de metas e sucesso de uma

organização.

Qual o desempenho que deve ser avaliado?

Uma avaliação de desempenho pode focar o cargo ocupado pelo avaliado

ou as competências que o mesmo oferece à empresa para contribuir com o sucesso

da organização.

Muitas coisas podem ser medidas para determinar o desempenho de uma

pessoa no trabalho: as características individuais (como habilidades, capacidades,

necessidades e traços de personalidade), os comportamentos, e os resultados.

Segundo Milkovich e Boudreau (2009), As características individuais se

combinam com tarefas e fatores organizacionais, gerando assim comportamentos

que podem ser analisados e avaliados. Os comportamentos adequados levam a

resultados capazes de refletir o esforço conjunto de um grupo de vários indivíduos.

Podemos observar uma reação em cadeia, e por isso faz-se necessário o uso de

múltiplas medidas. O comportamento reflete uma tendência pessoal ao

desempenho, as características individuais explicam as causas do comportamento

e os resultados garantem um vínculo entre o comportamento individual e as metas

mais amplas.

Page 36: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

36

Como avaliar o desempenho?

A avaliação deve ser feita de maneira que cubra tanto o desempenho atual

nas atividades exercidas pelo avaliado, como também o alcance de metas e

objetivos estipulados para o mesmo;

Deve concentrar-se em uma análise objetiva do desempenho, e não em

uma avaliação subjetiva de hábitos pessoais;

Deve ser aceita por ambas as partes, tanto avaliador quanto avaliado;

Deve ser um mecanismo que contribui para a melhora da produtividade do

avaliado dentro da empresa.

A autora Lucena (1992), destaca que é importante seguir uma estratégia

metodológica para implantação do processo, que podem ser divididas em três

estágios: Conhecimento, implantação e comprometimento.

Quem deve fazer a avaliação do desempenho?

Chiavenato (2010) afirma que o ideal seria um sistema simples de avaliação

em que o próprio trabalho proporcionasse toda a retroação a respeito do

desempenho do colaborador, sem necessidade de intermediários ou a intervenção

de terceiros, pois a hierarquia sempre acaba burocratizando o processo de

avaliação.

As avaliações devem priorizar as necessidades da empresa, sendo assim

necessário que cada organização crie seus próprios métodos. A avaliação de

desempenho pode ser realizada por:

ü Colaborador e gestor;

ü Equipe;

ü Gestor;

ü Avaliação de 360º;

ü Avaliação para cima;

ü Comitê de avaliação de desempenho;

ü Recursos humanos.

Page 37: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

37

Quando avaliar o desempenho?

A avaliação do desempenho deve ser um processo contínuo de análise da

atuação do avaliado frente às suas tarefas, responsabilidades, metas, objetivos e

aos comportamentos do cargo ou função. A periodicidade dessa avaliação deverá

depender da definição dos indicadores de medição das metas e objetivos de cada

cargo em relação às metas e estratégias da organização.

Como comunicar a avaliação de desempenho?

Essa etapa é um ponto fundamental dos sistemas de avaliação de

desempenho, pois de nada adianta avaliar se o maior interessado (o próprio

avaliado) não tomar conhecimento dos resultados da mesma. Para que haja o

“feedback” do processo faz-se necessária uma entrevista de avaliação do

desempenho, na qual o avaliador passará ao colaborador informações significativas

e relevantes de seu desempenho, para que os objetivos e metas possam ser

amplamente alcançados.

3.2 – Métodos de avaliação de desempenho

A área de recursos humanos possui vários métodos para avaliar o

desempenho dos profissionais, Chiavenato (2009) cita cinco deles que são:

Método das escalas gráficas: Sendo o mais utilizado, pois é de simples

compreensão, definindo os macro e micro processos de cada colaborador.

Método da escolha e distribuição forçada: Avalia o desempenho dos

colaboradores através de fases descritivas com alternativas de tipos de

desempenhos individuais. O avaliador deve escolher obrigatoriamente apenas uma

ou duas frases que mais se aplicam ao desempenho do subordinado entre cada

bloco composto de duas, quatro ou mais frases.

Page 38: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

38

Método de pesquisa de campo: Fundamentado em entrevistas de um

especialista em avaliação com o superior imediato para avaliar o desempenho dos

seus subordinados levantando-se as origens, causas e motivos de tal desempenho

através da analise de fatos e situações.

Método dos incidentes críticos: É um método simples, mensurando

características externas do comportamento humano, julgando-os negativos ou

positivos.

Método de comparação de pares: Compara pares de funcionários. Porém é

pouco eficiente, usado somente nos casos em que os avaliadores não têm

condições de utilizar métodos mais evoluídos.

Existem outros meios de se avaliar o desempenho humano nas

organizações, como:

Auto avaliação: Método em que cada indivíduo se avalia constantemente

em relação a sua eficiência, eficácia e performance, baseando-se em alguns

parâmetros que são fornecidos por seu superior ou pela tarefa a ser executada.

Avaliação 360°: Chiavenato (2009) a descreve como uma avaliação

realizada de maneira circular por todos os elementos que mantém alguma interação

com o avaliado, participando da mesma o superior, colegas e pares, subordinados,

clientes internos e externos, fornecedores e todas as pessoas que giram em torno

do avaliado, tendo uma abrangência de 360º.

Frases descritivas: Este método é um pouco parecido com o método de

escolha forçada, diferenciando-se apenas por não exigir obrigatoriedade na escolha

de frases por blocos.

Avaliação para cima: Este modelo permite que a equipe avalie o líder, nos

termos de como ele proporcionou os meios para que sua equipe alcance os

objetivos e como ele poderia melhorar a eficácia e os resultados de sua equipe.

Com este modelo, o comando arbitrário do líder passa a ser substituído por uma

forma de liderar mais democrática, consultiva e participativa.

Podemos ainda citar outros métodos de avaliação, como estatística de

performance, avaliação de resultados, avaliação participativa por objetivos, padrões

Page 39: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

39

de desempenho, avaliação de competências e resultados, avaliação de potencial e

Balanced Scorecard.

3.3 - Os benefícios da avaliação de desempenho

O desempenho pode ser avaliado e orientado para objetivos tanto

organizacionais quanto para cada indivíduo que atua na empresa. Os benefícios se

manifestam em todas as áreas, algumas em maior número, pelo elo com o

processo, mas no final, todos são beneficiados, tanto os gerentes (gestor de

pessoas), como os subordinados e a própria organização.

CHIAVENATO (2009, p.252 e p. 253) cita alguns benefícios da avaliação de

desempenho para os gerentes, subordinados e para a própria organização:

Para os gerentes:

ü Avaliar o desempenho e o comportamento dos subordinados,

baseando-se em fatores de avaliação, e contando com um sistema

de mediação capaz de neutralizar a subjetividade.

ü Propor providências no sentido de melhorar o padrão de desempenho

de seus subordinados.

ü Comunicar-se com seus subordinados, a fim de fazê-los compreender

a avaliação do desempenho, como um sistema objetivo, através

desse sistema.

Para os subordinados:

ü Conhecer quais são os aspectos de comportamento e desempenho

dos colaboradores que são valorizados pela organização.

ü Obter um “feedback” de seu líder a respeito de seus pontos fortes e

fracos e seu desempenho em geral.

ü Conhecer as providências tomadas pelo líder em relação ao

crescimento de seu desempenho e quais as providencias ele deve

tomar por conta própria para sua melhoria.

ü Fazer uma autocrítica e auto avaliação quanto ao seu

desenvolvimento, desempenho e autocontrole.

Page 40: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

40

Para a organização:

ü Avaliar seu potencial humano em curto, médio e longo prazo.

ü Identificar os colaboradores que necessitam de reciclagem,

treinamento e aperfeiçoamento, e selecionar os funcionários com

condições de promoção ou transferência.

3.4 – Algumas críticas à avaliação de desempenho

O autor Gil (2001) afirma que muitas das críticas que são feitas à avaliação

de desempenho são devidas aos equívocos cometidos na implantação do sistema e

também a uma metodologia por vezes não adequada às novas realidades

organizacionais.

Dentre as principais críticas que são feitas quanto à avaliação de

desempenho podemos citar:

A definição equivocada dos objetivos, que muitas vezes não são colocados

pelas empresas com clareza. Por esse motivo muitos avaliadores são incapazes de

perceber as consequências concretas de uma avaliação, como promoções,

remanejamentos, programas de treinamento e desenvolvimento, etc.

O baixo nível de participação das chefias: como a participação das chefias

no processo avaliatório não é muito ativa e costuma restringir-se ao preenchimento

de formulários, as mesmas tendem a demonstrar pouco comprometimento com a

avaliação de desempenho. As informações geradas pelo processo são pouco

utilizadas e analisadas pela gerência, ficando apenas na área de recursos

humanos.

O baixo nível de envolvimento da alta gerência no processo: por vezes nas

empresas percebemos que a alta administração costuma envolver-se mais nas

estratégias de produção e marketing do que nas questões de pessoal. De uma

maneira geral ela não tem consciência clara da importância da força de trabalho no

sucesso dos negócios, e consequentemente não tem consciência quanto a

relevância da avaliação de desempenho para a gestão de pessoas. Nestes casos

os profissionais de recursos humanos precisam formular bons argumentos para

Page 41: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

41

conseguir demonstrar à alta administração que os funcionários não são apenas

meios acessórios, e sim componentes essenciais para a gestão e sucesso do

negócio.

Avaliação limitada a um dia: o fato de os avaliadores geralmente terem um

curto prazo para avaliar seus subordinados faz com que esta avaliação tenda a ser

pessoal e seja naturalmente influenciada pelos acontecimentos mais próximos,

impossibilitando que a discrepância entre o desempenho esperado e o real

desempenho do funcionário seja identificada. O ideal seria que a avaliação de

desempenho fosse realizada de maneira contínua e com o estabelecimento efetivo

de seus parâmetros.

Exclusão dos colaboradores no planejamento: as organizações não tem o

costume de incluir os funcionários no processo de planejamento da avaliação de

desempenho. Todavia a participação do colaborador em todo o processo é

substancial quando uma empresa procura se orientar para resultados. É

aconselhável que chefia e subordinados negociem juntos o desempenho esperado,

e que o acompanhamento desse desempenho seja operacionalizado mediante

reuniões periódicas entre ambas as partes.

Page 42: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

42

CONCLUSÃO

Com o fim desta pesquisa, conclui-se que com o passar dos anos as

organizações obtiveram cada vez mais a consciência de que as pessoas que as

integram, ou seja, os colaboradores, são de grande importância para a

sobrevivência das mesmas, portanto passaram a reconhecer os trabalhadores não

somente como mão de obra e veículo de exploração para se obter lucro, mas

reconhecê-los também como capital intelectual.

As necessidades humanas passaram a ser exaltadas, mais respeitadas e

melhor consideradas. Os gestores e líderes da área de Recursos Humanos

começaram a desenvolver estratégias e técnicas para maior assertividade na

contratação de novos funcionários, para melhorar a qualidade de vida no trabalho, e

para aumentar o desempenho de cada funcionário dentro da organização.

Novos programas de treinamento e desenvolvimento de funcionários foram

criados e colocados em prática, deixando um pouco para trás velhos métodos de

treinamento que eram considerados maçantes e vistos pelos empregados apenas

como uma obrigação a ser cumprida no trabalho e não como meio de

aprimoramento e consequente crescimento profissional, que beneficia tanto a

empresa quanto o colaborador.

Como consequência desse conjunto de atitudes de valorização das

pessoas, as organizações notaram uma grande melhoria no potencial dos seus

colaboradores, pois os mesmos se sentiam mais motivados, desenvolvendo um

mercado cada vez mais competitivo e com melhores capitais intelectuais.

Atualmente já podemos observar algumas empresas inovadoras adotando

práticas de melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores que há uma ou duas

décadas atrás seriam consideradas utopia pelos funcionários: como o modelo de

gestão de uma gigante do comércio eletrônico americano, a Zapos, que eliminou

em alguns setores estratégicos a hierarquia, formando uma estrutura chamada

“holocracia”. Nesta estrutura os profissionais se organizam em círculos de trabalho

de acordo com as tarefas de cada um.

Page 43: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

43

As mudanças nas formas de gestão em algumas empresas não ocorrem

apenas porque as mesmas desejam “agradar” seus colaboradores, mas porque tais

organizações perceberam que um profissional que trabalha num ambiente

agradável se sente motivado e torna-se muito mais criativo, pró-ativo e produtivo.

A presença de um bom líder/gestor, que apoia e estimula o colaborador é

fundamental na caminhada e alcance do sucesso profissional, tornando-se a mola

que impulsiona as conquistas estabelecidas por metas da empresa. Uma

organização que atua com equipes motivadas, produz com mais qualidade, eficácia

e eficiência, tornando-se muito mais competitiva no mercado atual.

Page 44: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AQUINO, Cleber Pinheiro de. Administração de Recursos Humanos. São Paulo:

Atlas, 1980.

BERGAMINI, Cecília Whitaker, BERALDO, Deobel Garcia Ramos. Avaliação de

desempenho humano na empresa. 4º ed. São Paulo: Atlas, 1988.

BOM SUCESSO, E. de P. Trabalho e Qualidade de vida. Rio de Janeiro: Editora e

Dunya, 2002.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos

humanos nas organizações. Rio de janeiro: Campus, 1999.

____________. Introdução à teoria geral da administração. 6ª ed. Rio de

Janeiro: Campus, 2000.

____________. Desempenho Humano nas empresas: como desenhar cargos e

avaliar desempenho. São Paulo: Atlas, 2001.

____________. Construção de Talentos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

____________. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2002.

____________. Recursos Humanos: O capital humano das organizações. 9ª ed.

Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

____________. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas

organizações. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

Page 45: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

45

DAVEL, Eduardo e VERGARA, Sylvia. Gestão com pessoas e subjetividade.

Editora Atlas. São Paulo, 2001.

FARIAS, Antonio Carrillo. A influência da avaliação de desempenho humano

nos resultados e na produtividade na empresa. 2001. 132f. Tese (Mestrado em

Administracion de Empresas y Comércio Internacional) – Universidad de

Extremadura, Espanha, 2001.

FERNANDES, Eda Conte. Qualidade de vida no trabalho – como medir para

melhorar. São Paulo: Casa da Qualidade, 1996.

FLEURY, M.T.L.; FISHER, R.M. Cultura e poder nas organizações. São Paulo:

Atlas, 1998.

GIL, Antonio Carlos. Gestão de Pessoas: enfoque nos papéis profissionais. 1ª

ed. São Paulo: Atlas, 2001.

____________. Administração de Recursos Humanos: um enfoque

profissional. São Paulo: Atlas, 2004

KANNANE, R.; ORTIGOSO, S.A.F. Manual de treinamento e desenvolvimento

do potencial humano. São Paulo: Atlas, 2001.

LUCENA, M.D.S. Avaliação de desempenho. São Paulo: Ed. Atlas, 1992.

MASCARENHAS, André Ofenhejm. Gestão estratégica de pessoas: Evolução,

teoria e critica. São Paulo: Cengage Leaming, 2008.

MILKOVICH, George T, BOUDREAU, John W. Administração de recursos

humanos. 1ª ed. 7ª reimpressão. São Paulo. Atlas, 2009

Page 46: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

46

OMS. The World Health Organization Quality of Life Assessment (WHOQOL):

position paper from the World Health Organization. Social Science and

Medicine. N.10, 1995.

PONTES, Benedito Rodrigues. Avaliação de desempenho: nova abordagem. 7ª

ed. São Paulo: LTR editora, 1999.

RODRIGUES, Marcus Vinicius Carvalho. Qualidade de vida no trabalho:

Evolução e análise no nível gerencial. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1994.

Page 47: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

47

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A GESTÃO DE PESSOAS DESDE A DÉCADA DE 50 AOS DIAS ATUAIS 10

1.1. Gestão de Pessoas e sua evolução 10

1.2. O começo da Gestão de Pessoas 12

1.3. A evolução histórica da gestão de pessoas 13

1.4. Teorias Motivacionais 14

1.5. Fundamentação científica das atividades administrativas 15

1.6. Gestão de Pessoas 16

1.7. QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) 18

1.7.1. Modelo de avaliação de QVT de Walton 20

1.8. Mercado de Trabalho 21

CAPÍTULO II

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO E SUAS BOAS PRÁTICAS 23

2.1. Delimitação dos cargos 23

2.2. Recrutamento 24

2.3. Tipos de Recrutamento 25

2.4. Seleção de pessoal 27

2.5. A entrevista 28

2.6. Entrevista por Competência 30

Page 48: A Gestão de Pessoas e o Seu Funcionamento Na Organização

48

CAPÍTULO III

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 32

3.1. Avaliação de Desempenho 33

3.2. Critérios para a avaliação de desempenho 37

3.3. Os benefícios da avaliação de desempenho 39

3.4. Algumas críticas à avaliação de desempenho 40

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 44

ÍNDICE 47