67
A Globalização e a A Globalização e a Utopia na Sociedade da Utopia na Sociedade da Informação Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Globalização e a Utopia na A Globalização e a Utopia na Sociedade da InformaçãoSociedade da Informação

Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL)

Universidade de Brasília (UnB)

Page 2: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

IntroduçãoIntrodução A globalização significa coisas diferentes para A globalização significa coisas diferentes para

pessoas diferentes. pessoas diferentes.

Um grupo de autores acredita que a Globalização Um grupo de autores acredita que a Globalização é um MITO.é um MITO.

Um outra corrente a identifica como Um outra corrente a identifica como um um processoprocesso..

Existe ainda um grupo de autores que vê a Existe ainda um grupo de autores que vê a Globalização de outra forma. Acreditam que ela já Globalização de outra forma. Acreditam que ela já é um fato e uma realidade.é um fato e uma realidade.

Page 3: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

O Mito da O Mito da GlobalizaçãoGlobalização

(Batista, Hirst & Thompson)(Batista, Hirst & Thompson)

Page 4: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Globalização como um MitoA Globalização como um Mito(Batista, Hirst & Thompson)(Batista, Hirst & Thompson)

Os seus argumentos podem ser resumidos da Os seus argumentos podem ser resumidos da seguinte forma:seguinte forma:

Não há consenso sobre novo modelo da “nova Não há consenso sobre novo modelo da “nova economia globalizada”.economia globalizada”.

Na ausência de um modelo amplamente aceita, Na ausência de um modelo amplamente aceita, cita-se tendências de determinados setores como cita-se tendências de determinados setores como evidência de uma economia dominada pelas evidência de uma economia dominada pelas forças de mercado.forças de mercado.

Page 5: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Argumentos Contrários a Argumentos Contrários a existência da Globalização (I)existência da Globalização (I)

Contra a tese da globalização, notam que:Contra a tese da globalização, notam que:

a) a anual internacionalização da economia mundial não é a) a anual internacionalização da economia mundial não é inédita: ela é apenas uma das fases que a anual inédita: ela é apenas uma das fases que a anual economia industrial tem passado, que em termos de economia industrial tem passado, que em termos de grau de abertura comercial é inferior ao regime que grau de abertura comercial é inferior ao regime que prevaleceu entre 1870 e 1914;prevaleceu entre 1870 e 1914;

b) poucas empresas são realmente multinacionais. A b) poucas empresas são realmente multinacionais. A maioria das empresas é baseada em apenas um pais e maioria das empresas é baseada em apenas um pais e opera transnacionalmente (em vários países), mas elas opera transnacionalmente (em vários países), mas elas tendem a continuar dependentes de um mercado tendem a continuar dependentes de um mercado principal (o seu mercado doméstico);principal (o seu mercado doméstico);

Page 6: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Argumentos Contrários a Argumentos Contrários a existência da Globalização (I)existência da Globalização (I)

c)c) a inabilidade de capital não está proporcionando a inabilidade de capital não está proporcionando uma grande mudança de investimentos e uma grande mudança de investimentos e empresas dos países desenvolvidos para os países empresas dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento (PED);em desenvolvimento (PED);

d) a economia mundial não é global. Os d) a economia mundial não é global. Os investimentos, comércio e fluxos financeiros investimentos, comércio e fluxos financeiros concentram-se na Europa, Japão e América do concentram-se na Europa, Japão e América do Norte (o G-3).Norte (o G-3).

e) Não há um modelo de Economia Globale) Não há um modelo de Economia Global

Page 7: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Modelo de Economia GlobalizadaModelo de Economia Globalizada 1. Uma mesma visão acerca do futuro com objetivos comuns.1. Uma mesma visão acerca do futuro com objetivos comuns.

2. A não existência de barreiras tarifárias entre os países.2. A não existência de barreiras tarifárias entre os países.

3. A não existência de barreiras não tarifárias entre as economias.3. A não existência de barreiras não tarifárias entre as economias.

4. Livre fluxo de capital para investimentos e empréstimos.4. Livre fluxo de capital para investimentos e empréstimos.

5. Livre fluxo de mão-de-obra entre as regiões do planeta; 5. Livre fluxo de mão-de-obra entre as regiões do planeta;

6. As normas econômicas decididas em comum.6. As normas econômicas decididas em comum.

7. A não interferência dos governos na atividade econômica.7. A não interferência dos governos na atividade econômica.

8. Liberdade de investimento em qualquer pais.8. Liberdade de investimento em qualquer pais.

9. As condições de infra-estrutura similares9. As condições de infra-estrutura similares

10. A regulamentação e supervisão acerca da movimentação dos 10. A regulamentação e supervisão acerca da movimentação dos fluxos financeiros ficaria a cargo de autoridade supra-nacionais. fluxos financeiros ficaria a cargo de autoridade supra-nacionais.

Page 8: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Razões para a não existência Razões para a não existência de uma Economia Globalde uma Economia Global

O Estado Nacional não deixou de existir O Estado Nacional não deixou de existir

Há a prevalência de objetivos políticos e de Há a prevalência de objetivos políticos e de segurança nas relações internacionais (interesse segurança nas relações internacionais (interesse nacional)nacional)

A rivalidade dos Estados, substitui a competição A rivalidade dos Estados, substitui a competição ente agentes econômicos.ente agentes econômicos.

Page 9: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Sociedade Global A Sociedade Global como uma Realidadecomo uma Realidade

Otávio IanniOtávio Ianni

Page 10: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Sociedade Global eA Sociedade Global eA Sociedade Civil MundialA Sociedade Civil Mundial

Ianni defende que as sociedades contemporâneas, a Ianni defende que as sociedades contemporâneas, a despeito das suas diversidades e tensões internas e despeito das suas diversidades e tensões internas e externas estão articuladas em uma sociedade global externas estão articuladas em uma sociedade global

Para Ianni, a sociedade global Para Ianni, a sociedade global já é uma realidadejá é uma realidade, não só em , não só em termos econômicos, mas também políticos sociais e culturaistermos econômicos, mas também políticos sociais e culturais

Ao contrário dos críticos da globalização que negam que Ao contrário dos críticos da globalização que negam que esta exista porque uma economia completamente esta exista porque uma economia completamente globalizada ainda não se concretizou (e talvez jamais se globalizada ainda não se concretizou (e talvez jamais se concretize), Ianni sugere que a sociedade global já é uma concretize), Ianni sugere que a sociedade global já é uma realidade não só em termos econômicos, mas também realidade não só em termos econômicos, mas também políticos sociais e culturais. políticos sociais e culturais.

Ianni argumenta que a despeito das disparidades entre Ianni argumenta que a despeito das disparidades entre essas esferas (essas esferas (econômicas, sociais, políticas e culturaiseconômicas, sociais, políticas e culturais), ), bem como entre regiões, nações e continentes, nenhum bem como entre regiões, nações e continentes, nenhum projeto nacional terá condições de realização se for de projeto nacional terá condições de realização se for de encontro aos movimentos que governam a sociedade global. encontro aos movimentos que governam a sociedade global.

Page 11: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

O SISTEMA INTERNACIONALO SISTEMA INTERNACIONAL Existem grupos e entidades presentes no plano Existem grupos e entidades presentes no plano

internacional que influenciam o processo de decisão internacional que influenciam o processo de decisão doméstico. doméstico.

Entre as quais pode-se mencionar as Organizações Entre as quais pode-se mencionar as Organizações Não-Governamentais ONGsNão-Governamentais ONGs

poder na realidade, está relacionado com cada área. poder na realidade, está relacionado com cada área. Os atores e os agentes que participam do processo Os atores e os agentes que participam do processo

decisório variam de área para área. decisório variam de área para área. Na área de finanças, há o clude de Paris e o G-7. Na área de finanças, há o clude de Paris e o G-7. Em termos de investimentos, destaca-se o G-7 e a Em termos de investimentos, destaca-se o G-7 e a

OCDE e em termos comerciais, inclui-se desde os EUA OCDE e em termos comerciais, inclui-se desde os EUA e Canadá até a EU, o Mercosul e o Japão. e Canadá até a EU, o Mercosul e o Japão.

Page 12: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

CENTROS DE PODERCENTROS DE PODER Ianni considera que os principais centros de mando e Ianni considera que os principais centros de mando e

decisão dispersam-se em distintas instituições, decisão dispersam-se em distintas instituições, organizações, agências, empresas, corporações, organizações, agências, empresas, corporações,

conglomerados conglomerados

Em primeiro lugar, estaria a ONU. Em primeiro lugar, estaria a ONU.

Em segundo colocam-se as poderosas instituições Em segundo colocam-se as poderosas instituições ligadas ao sistema monetário mundial, como o Fundo ligadas ao sistema monetário mundial, como o Fundo Monetário Internacional, e o Banco Mundial. Monetário Internacional, e o Banco Mundial.

Em terceiro lugar, estariam, para Ianni, as empresas, Em terceiro lugar, estariam, para Ianni, as empresas, corporações e conglomerados ditos multinacionais, corporações e conglomerados ditos multinacionais, transnacionais, mundiais, globais ou planetários. transnacionais, mundiais, globais ou planetários.

Em quarto lugar estaria a indústria culturalEm quarto lugar estaria a indústria cultural

Page 13: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Críticas a IanniCríticas a Ianni

A ONU não consegue impor sua vontade e não A ONU não consegue impor sua vontade e não há consenso dentro delahá consenso dentro dela

O FMI são organizações mais frágeis que O FMI são organizações mais frágeis que parecem e não conseguem governar os parecem e não conseguem governar os mercados financeiros globais;mercados financeiros globais;

Da mesma forma, não há convergência entre Da mesma forma, não há convergência entre U.E., Estados Unidos, Japão e China (ex. ; U.E., Estados Unidos, Japão e China (ex. ; Protocolo de Quioto).Protocolo de Quioto).

Page 14: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Globalização como A Globalização como um Processoum Processo

(Molina & Trinca, Caldas)(Molina & Trinca, Caldas)

Page 15: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Visão de Processo A Visão de Processo (Molina & Trinca, Caldas)(Molina & Trinca, Caldas)

A globalização refere-se ao processo da gradual eliminação de barreiras econômicas e concomitante de nas trocas internacionais e na interação transnacional. Isto a identifica apropriadamente como um processo e não como fato (IANNI).

Esse foi um aspecto fundamental no processo de liberalização comercial estimulado pelo GATT, entre 1947 e 1994.

O processo de globalização estão associado com o aumento das trocas e interação internacional. Assim, o conceito passa incluir não apenas a atuação das transnacionais como também do próprio Estado (diplomatas).

Molina & Trinca (1993 sugerem que a globalização é a contínua integração do comércio mundial e da produção mundial.

Page 16: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Característica da GlobalizaçãoCaracterística da Globalização

De acordo com Molina & Trinca, a globalização está relacionada com o vínculo interativo entre países ou grupo de países através de um comércio mundial caracterizado pela abertura, ou seja, pela desmontagem progressiva do protecionismo direto e indireto.

Page 17: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Globalização como um Globalização como um Fenômeno ModernoFenômeno Moderno

O comércio internacional não é a única medida de O comércio internacional não é a única medida de globalização.globalização.

É preciso analisar os progressos nas comunicações É preciso analisar os progressos nas comunicações (telefone, fax, internet, twiter, etc.).(telefone, fax, internet, twiter, etc.).

Deve-se considerar os efeitos da criação da informática.Deve-se considerar os efeitos da criação da informática.

É preciso analisar o impacto da maior disponibilidade da É preciso analisar o impacto da maior disponibilidade da informação sobre a economia.informação sobre a economia.

Os fluxos monetários internacionais estão crescendo em Os fluxos monetários internacionais estão crescendo em taxas superiores ao crescimento do comércio taxas superiores ao crescimento do comércio internacionalinternacional

Os fundos de Pensão tornaram-se atores financeiros Os fundos de Pensão tornaram-se atores financeiros institucionaisinstitucionais

Page 18: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

O Novo Paradigma Tecnológico O Novo Paradigma Tecnológico e a Globalizaçãoe a Globalização

Principal Característica:

Geração de novos, produtos, serviços, sistemas e indústrias.

Geração de novos princípios, conceitos com um impacto nas organizações e no comportamento humano.

Fundamentos do novo paradigma:

A tecnologia de Comunicações. A tecnologia da micro-eletrônica. os softwares. A tecnologia de informática

Em suma, estamos na era das Tecnologias de Informação.Em suma, estamos na era das Tecnologias de Informação.

Page 19: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

O Mundo Atual como a O Mundo Atual como a Sociedade da InformaçãoSociedade da Informação

Manuel CastelsManuel Castels

Page 20: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Globalização A Globalização na visão de Castellsna visão de Castells

Castells ficou famoso no mundo todo com a sua Castells ficou famoso no mundo todo com a sua obraobra:

““A Era da Informação: A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura” Economia, Sociedade e Cultura”

Page 21: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Era da Informação: A Era da Informação:

O objetivo do livro é descrever a dinâmica O objetivo do livro é descrever a dinâmica econômica e social da nova era da informação. econômica e social da nova era da informação.

Baseado em pesquisas nos EUA, Ásia, América Baseado em pesquisas nos EUA, Ásia, América Latina e Europa, ele analisa os aspectos comuns Latina e Europa, ele analisa os aspectos comuns do que se convencionou denominar de do que se convencionou denominar de ‘Sociedade da Informação’.‘Sociedade da Informação’.

Page 22: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Exemplos HistóricosExemplos Históricos

China China (Desenvolvimento Estagnação)(Desenvolvimento Estagnação)

Japão Japão (Estagnação Desenvolvimento)(Estagnação Desenvolvimento)

Ex-URSS:Ex-URSS:Estagnação Desenvolvimento Estagnação Desenvolvimento

EstagnaçãoEstagnação (séc. XIX) (1.½ séc.XX) (2 ½ (séc. XIX) (1.½ séc.XX) (2 ½

séc. XX)séc. XX)

Page 23: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Fases (Belll, Touraine)Fases (Belll, Touraine)

Pré-industrialismoPré-industrialismo

IndustrialismoIndustrialismo

Pós-Industrialismo (internacionalismo)Pós-Industrialismo (internacionalismo)

Page 24: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A GlobalizaçãoA Globalização

Na perspectiva de Castells, a Sociedade da Informação Na perspectiva de Castells, a Sociedade da Informação é um reflexo do desenvolvimento, reestruturação e é um reflexo do desenvolvimento, reestruturação e transformação do capitalismo em escala Global. transformação do capitalismo em escala Global.

Isto não significa que nos já tenhamos uma Sociedade Isto não significa que nos já tenhamos uma Sociedade da Informação no sentido mais específico do termo, da Informação no sentido mais específico do termo, pois cada país se adapta de sua forma às evoluções do pois cada país se adapta de sua forma às evoluções do capitalismo. capitalismo.

Page 25: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Tipos de ProduçãoTipos de Produção

Industrialismo: voltado para a produção e para o Industrialismo: voltado para a produção e para o crescimento econômico (sec. XIX e primeira metade crescimento econômico (sec. XIX e primeira metade do Séc. XX)do Séc. XX)

Informacionalismo: voltado para o desenvolvimento Informacionalismo: voltado para o desenvolvimento tecnológico (segunda metade do séc. XX, partir dos tecnológico (segunda metade do séc. XX, partir dos anos 70 e Séc. XXI)anos 70 e Séc. XXI)

Page 26: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Mudança de Mudança de Paradigma dos ModelosParadigma dos Modelos

Fordismo (rigidez)Fordismo (rigidez)

(1900-1970)(1900-1970)

Toyotismo ou Volvismo (flexível)Toyotismo ou Volvismo (flexível)(1970-?)(1970-?)

Page 27: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

O Ser na Sociedade O Ser na Sociedade InformacionalInformacional

Page 28: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Manuel CastellsManuel Castells

Em um mundo de fluxos globais de riqueza, poder e Em um mundo de fluxos globais de riqueza, poder e images, images, a busca por identidade, coletiva ou a busca por identidade, coletiva ou individual, existente ou construída, se torna a individual, existente ou construída, se torna a fonte fundamental de significado social fonte fundamental de significado social

A Identidade se torna a principal e às vezes a A Identidade se torna a principal e às vezes a única fonte de significado em um periodo única fonte de significado em um periodo historico caracterizado por ampla historico caracterizado por ampla desestruturação das organizaçãosdesestruturação das organizaçãos, , deslegitimação das instituições, desaparecimento deslegitimação das instituições, desaparecimento dos principais movimentos sociais, e efêmeras dos principais movimentos sociais, e efêmeras expressões culturais. expressões culturais.

Page 29: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Manuel CastellsManuel Castells

A Imprensa e os Meios de Comunicação se A Imprensa e os Meios de Comunicação se tornam realmente interconectadas globalmente e tornam realmente interconectadas globalmente e os programas e as mensages circulam na rede os programas e as mensages circulam na rede global global

Por outro lado, para Catells, não vivemos ainda Por outro lado, para Catells, não vivemos ainda em uma aldeia global (Mac Luhan), mas em em uma aldeia global (Mac Luhan), mas em aldeias locais ainda que os produtos sejam aldeias locais ainda que os produtos sejam produzidos globalmente e distribuídos produzidos globalmente e distribuídos localmente. localmente.

Page 30: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Características da Características da Sociedade da Sociedade da Informação Informação

Page 31: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Princípio OrganizacionalPrincípio Organizacional

Principal Princípio: IdentidadePrincipal Princípio: Identidade

Identidade: Processo pelo qual um ator social se Identidade: Processo pelo qual um ator social se reconhece e constrói significado com base em reconhece e constrói significado com base em determinado atributo ou conjunto de atributos culturais determinado atributo ou conjunto de atributos culturais a ponto de excluir uma referência mais ampla a outras a ponto de excluir uma referência mais ampla a outras estruturas sociais. (=Grupo de Status de Weber).estruturas sociais. (=Grupo de Status de Weber).

Page 32: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Sociedade da Informação Sociedade da Informação (‘information (‘information Society’)Society’)

ou ou Sociedade Informatizada Sociedade Informatizada (‘Informational (‘Informational Society’)Society’)??

Em todas as sociedades a Em todas as sociedades a informação informação sempre foi importante, sempre foi importante, inclusive na sociedades medievais;inclusive na sociedades medievais;

O que caracteriza a sociedade atual ‘sociedade informatizada’ é que O que caracteriza a sociedade atual ‘sociedade informatizada’ é que estamos em um tipo de organização social onde a geração, estamos em um tipo de organização social onde a geração,

processamento e a utilização da informação se tornaram centrais processamento e a utilização da informação se tornaram centrais para a produtividade e competitividade das para a produtividade e competitividade das firmas;firmas;

Esta é a marca da atual fase da Globalização. Esta é a marca da atual fase da Globalização.

Page 33: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Sociedade da Informação Sociedade da Informação e da Comunicação e da Comunicação

1. Estamos em uma Era Pós-industrial 1. Estamos em uma Era Pós-industrial A A Sociedade hoje tem uma Sociedade hoje tem uma orientaorientaçãoção para a para a

Informação Informação O Setor de Informação é o O Setor de Informação é o setor de maior crescimento setor de maior crescimento

econômicoeconômico A Tecnologia A Tecnologia da Informação e de Comunicação (TICs) da Informação e de Comunicação (TICs)

são as tecnologias centraissão as tecnologias centrais

Page 34: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Sociedade da Informação como Sociedade da Informação como uma uma Sociedade Pós-industrialSociedade Pós-industrial

Orientação eOrientação econômica e conômica e tecnológicatecnológica

Daniel Bell: A chegada daDaniel Bell: A chegada da Sociedade Pós-industrial (73)Sociedade Pós-industrial (73)

O Conhecimento Teórico é central para o O Conhecimento Teórico é central para o Processo de Processo de Tomada de Decisão e Planejamento Tomada de Decisão e Planejamento

A racionalidade cientifica e tecnologica alcançou a A racionalidade cientifica e tecnologica alcançou a economia, a sociedade e a cultura;economia, a sociedade e a cultura;

A Informação é o recurso central para o planejamento, A Informação é o recurso central para o planejamento, pois as TICs se tornam essenciais.pois as TICs se tornam essenciais.

Page 35: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Sociedade da Informação como A Sociedade da Informação como a Sociedade Pós-Industrial a Sociedade Pós-Industrial

Informação como fundamental para o crescimento Informação como fundamental para o crescimento econômico;econômico;

Tecnocratas dominam a sociedade e exercem o poder Tecnocratas dominam a sociedade e exercem o poder em razão de suas habilidades tecnicas e conhecimento; em razão de suas habilidades tecnicas e conhecimento;

Educação é necessária e imprescindível;Educação é necessária e imprescindível;

Um país que deixar de investir na educação ficará para Um país que deixar de investir na educação ficará para trás na Sociedade da Informação.trás na Sociedade da Informação.

Page 36: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A UTOPIAA UTOPIAEvolução e CriseEvolução e Crise

Page 37: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Utopia de PlatãoA Utopia de Platão Platão é considerado o criador do conceito de uma ‘Sociedade Platão é considerado o criador do conceito de uma ‘Sociedade

Perfeita’Perfeita’

A ‘Sociedade Perfeita’ de Platão seria governada por sábios. A ‘Sociedade Perfeita’ de Platão seria governada por sábios.

Um dos aspectos mais conhecidos e polêmicos da utopia de Um dos aspectos mais conhecidos e polêmicos da utopia de Platão é o que trata dos governantes (arcontes), pois para ele Platão é o que trata dos governantes (arcontes), pois para ele a sociedade ideal deveria ser governada pelos filósofos, ou a sociedade ideal deveria ser governada pelos filósofos, ou pelo filósofo-rei, porque somente o homem sábio tem a inteira pelo filósofo-rei, porque somente o homem sábio tem a inteira idéia do bem, do belo e da justiça. idéia do bem, do belo e da justiça.

Consequentemente, ele terá menos inclinação para cometer Consequentemente, ele terá menos inclinação para cometer injustiças ou de praticar o mal, impedindo os governados de se injustiças ou de praticar o mal, impedindo os governados de se rebelarem contra a ordem social. rebelarem contra a ordem social.

É inegável a influência de Platão na obra de Thomas Morus, A É inegável a influência de Platão na obra de Thomas Morus, A Utopia, de 1516, na de Dominico Campanella, A Cidade do Sol Utopia, de 1516, na de Dominico Campanella, A Cidade do Sol (Civitas Solis), de 1602, bem como na maioria das doutrinas (Civitas Solis), de 1602, bem como na maioria das doutrinas políticas socialistas que emergiram nos séculos XVIII e XIX. políticas socialistas que emergiram nos séculos XVIII e XIX.

Page 38: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Utopia como um Lugar IdealA Utopia como um Lugar Ideal Utopia tem como significado mais comum a idéia de Utopia tem como significado mais comum a idéia de civilização idealcivilização ideal, ,

imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo. A palavra foi cunhada a partir dos radicais paralelo. A palavra foi cunhada a partir dos radicais gregosgregos οὐ, "não" e οὐ, "não" e τόπος, "lugar", portanto, o "não-lugar" ou "lugar que não existe".τόπος, "lugar", portanto, o "não-lugar" ou "lugar que não existe".

Utopia é o termo inventado por Utopia é o termo inventado por Thomas MoreThomas More que serviu de título a uma que serviu de título a uma de suas obras escritas em latim por volta de de suas obras escritas em latim por volta de 15161516. .

Segundo a versão de vários historiadores, More se fascinou pelas Segundo a versão de vários historiadores, More se fascinou pelas narrações extraordinárias de Américo Vespucio sobre a recém avistada narrações extraordinárias de Américo Vespucio sobre a recém avistada ilha de ilha de Fernando de NoronhaFernando de Noronha, em , em 15031503. More decidiu então escrever . More decidiu então escrever sobre um lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita.sobre um lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita.

O "utopismo" consiste na idéia de idealizar não apenas um lugar, mas O "utopismo" consiste na idéia de idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e normalmente contrária ao mundo real. O utopismo é um fantasiosa e normalmente contrária ao mundo real. O utopismo é um modo não só absurdamente otimista, mas também irreal de ver as modo não só absurdamente otimista, mas também irreal de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem.coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem.

Page 39: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Utopia de Thomas More A Utopia de Thomas More More descreve uma sociedade organizada racionalmente.More descreve uma sociedade organizada racionalmente.

Na Utopia de More é estabelecida a propriedade comum dos bens. Na Utopia de More é estabelecida a propriedade comum dos bens.

Não enviam seus cidadãos à guerra - salvo em casos extremos -, mas contrata Não enviam seus cidadãos à guerra - salvo em casos extremos -, mas contrata mercenários entre seus vizinhos mais belicosos. mercenários entre seus vizinhos mais belicosos.

Todos os cidadãos da ilha vivem em casas iguais, trabalham por períodos no Todos os cidadãos da ilha vivem em casas iguais, trabalham por períodos no campo e em seu tempo livre se dedicam a leitura e a arte. Toda a organização campo e em seu tempo livre se dedicam a leitura e a arte. Toda a organização social da ilha aponta a dissolver as diferenças e a fomentar a igualdade. Por social da ilha aponta a dissolver as diferenças e a fomentar a igualdade. Por exemplo, que todas as cidades sejam geograficamente iguais. exemplo, que todas as cidades sejam geograficamente iguais.

Há uma harmonia de interesses que são resultado de sua organização social. Há uma harmonia de interesses que são resultado de sua organização social. Eliminou-se por completo o conflito e seus potenciais possibilidades de Eliminou-se por completo o conflito e seus potenciais possibilidades de materialização. materialização.

Em geral se concebe a comunidade utopiana como uma sociedade perfeita em Em geral se concebe a comunidade utopiana como uma sociedade perfeita em sua organização e completamente equitativa na distribuição dos recursos sua organização e completamente equitativa na distribuição dos recursos escassos.escassos.

Page 40: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

As Utopias ModernasAs Utopias Modernas As Utopias na modernidade também estão As Utopias na modernidade também estão

orientadas para o futuro. orientadas para o futuro.

Assim, as utopias modernas expressam uma Assim, as utopias modernas expressam uma rebelião frente ao dado na realidade e propõem rebelião frente ao dado na realidade e propõem uma transformação radical, que em muitos casos uma transformação radical, que em muitos casos passa por processos revolucionários.passa por processos revolucionários.

As utopias têm derivações no pensamento As utopias têm derivações no pensamento político - como por exemplo nas correntes político - como por exemplo nas correntes socialistas ligadas ao socialistas ligadas ao marxismomarxismo e e anarquismoanarquismo, , literário e incluindo cinematográfico literário e incluindo cinematográfico

Page 41: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Utopia EconômicaA Utopia Econômica A maioria das idéias utópicas economicas surgiram no A maioria das idéias utópicas economicas surgiram no

século XIX com a divisão social surgida com o século XIX com a divisão social surgida com o capitalismocapitalismo. .

As utopias socialistas e comunistas se centraram na As utopias socialistas e comunistas se centraram na distribuição equitativa dos bens, com frequência abolindo distribuição equitativa dos bens, com frequência abolindo completamente a existência do dinheiro e cidadãos fazendo completamente a existência do dinheiro e cidadãos fazendo trabalhos que realmente gostam e com tempo livre para trabalhos que realmente gostam e com tempo livre para desfrutar as artes e as ciências. desfrutar as artes e as ciências.

Anarquistas e marxistas divergem apenas quanto ao meio Anarquistas e marxistas divergem apenas quanto ao meio de instaurar essa sociedade. Entretando, a medida que o de instaurar essa sociedade. Entretando, a medida que o socialismo se desenvolveu ele foi se afastando das idéias socialismo se desenvolveu ele foi se afastando das idéias utópicas utópicas

Page 42: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Utopia EcológicaA Utopia Ecológica Os primeiros críticos desse modelo de civilização capitalista Os primeiros críticos desse modelo de civilização capitalista

foram os românticos: de Rousseau até nossos dias, o foram os românticos: de Rousseau até nossos dias, o romantismo protestou contra a quantificação, a mecanização romantismo protestou contra a quantificação, a mecanização e o desencantamento do mundo, em nome de valores e o desencantamento do mundo, em nome de valores culturais, sociais, éticos pré-capitalistas. culturais, sociais, éticos pré-capitalistas.

O movimento romântico leva a uma viagem entre a ecologia O movimento romântico leva a uma viagem entre a ecologia e o socialismo, demonstrando que a perspectiva socialista e o socialismo, demonstrando que a perspectiva socialista morre em si mesma se não unir o desenvolvimento das forças morre em si mesma se não unir o desenvolvimento das forças produtivas à preservação dos recursos naturais.produtivas à preservação dos recursos naturais.

““Em ‘Tempos difíceis’ – um dos romances preferidos de Karl Em ‘Tempos difíceis’ – um dos romances preferidos de Karl Marx – Charles Dickens descreve a cidade industrial Marx – Charles Dickens descreve a cidade industrial imaginária como uma ‘vilã cidadela’ onde o ‘tijolo opunha imaginária como uma ‘vilã cidadela’ onde o ‘tijolo opunha uma resistência tão grande à entrada da natureza quanto à uma resistência tão grande à entrada da natureza quanto à saída do ar e dos gases mortíferos’.saída do ar e dos gases mortíferos’.

Page 43: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Socialismo e EcologiaSocialismo e Ecologia O socialismo e a ecologia são, cada um à sua maneira, O socialismo e a ecologia são, cada um à sua maneira,

herdeiros da crítica romântica. herdeiros da crítica romântica.

Seus objetivos comuns implicam a superação da Seus objetivos comuns implicam a superação da racionalidade instrumental, do reino da quantificação, da racionalidade instrumental, do reino da quantificação, da produção como objetivo em si, da ditadura do dinheiro, da produção como objetivo em si, da ditadura do dinheiro, da redução do universo social ao cálculo das margens de redução do universo social ao cálculo das margens de rentabilidade e à necessidade da acumulação do capital. rentabilidade e à necessidade da acumulação do capital.

Tanto o socialismo como a ecologia reivindicam valores Tanto o socialismo como a ecologia reivindicam valores qualitativos: o valor de uso, a satisfação das necessidades, qualitativos: o valor de uso, a satisfação das necessidades, a igualdade social para o primeiro, a salvaguarda da a igualdade social para o primeiro, a salvaguarda da natureza e o equilíbrio ecológico para a segunda.natureza e o equilíbrio ecológico para a segunda.

Page 44: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Classificações da Classificações da Utopia EcológicaUtopia Ecológica

1. a Política (os militantes –o movimento verde)1. a Política (os militantes –o movimento verde)

2. A Conservacionista-Preservacionista (defesa do 2. A Conservacionista-Preservacionista (defesa do ecossitema)ecossitema)

3. Técno-Científica (prática, voltada em particular 3. Técno-Científica (prática, voltada em particular para a agricultura e solos)para a agricultura e solos)

4. A Filosófica (herdeira do movimento romântico: 4. A Filosófica (herdeira do movimento romântico: alternativos, esotéricos, comunitaristas etc.).alternativos, esotéricos, comunitaristas etc.).

Page 45: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

O Debate Atual O Debate Atual sobre Meio-Ambiente sobre Meio-Ambiente

Todo o debate Todo o debate atual atual sobre o tema meio-ambiente parte de dois sobre o tema meio-ambiente parte de dois pressupostos básicos: pressupostos básicos:

1)1) a essencialidade da relação ser humano-natureza; a essencialidade da relação ser humano-natureza;

2)2) o conceito de ambiente, tal como o entendemos, é construído pela ação o conceito de ambiente, tal como o entendemos, é construído pela ação humana, e dessa forma pode ser repensado, reconstruído e modificado, humana, e dessa forma pode ser repensado, reconstruído e modificado, tendo em vista nossa responsabilidade presente e futura com a tendo em vista nossa responsabilidade presente e futura com a existência, as condições e a qualidade de vida, não só dos seres humanos existência, as condições e a qualidade de vida, não só dos seres humanos como de toda a biosfera. como de toda a biosfera.

Portanto, a consciência da responsabilidade planetária promovida pelo novo Portanto, a consciência da responsabilidade planetária promovida pelo novo paradigma ambiental, cujas etapas se busca delinear neste número paradigma ambiental, cujas etapas se busca delinear neste número temático, tenta superar a ideologia antropocêntrica (de domínio do ser temático, tenta superar a ideologia antropocêntrica (de domínio do ser humano sobre a natureza) presente em todas as teorias sociológicas e humano sobre a natureza) presente em todas as teorias sociológicas e biomédicas anteriores, integrando-as, dialeticamente numa nova forma biomédicas anteriores, integrando-as, dialeticamente numa nova forma de ver o mundo, em busca de um desenvolvimento sustentável. de ver o mundo, em busca de um desenvolvimento sustentável.

Page 46: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

O Fim do Comunismo e O Fim do Comunismo e a Crise das Utopiasa Crise das Utopias

O fim do modelo socialista de Partido Único (SRE) levou a uma O fim do modelo socialista de Partido Único (SRE) levou a uma crise do pensamento marxista e, em alguns casos, da crise do pensamento marxista e, em alguns casos, da discussão sobre o advento do socialismodiscussão sobre o advento do socialismo

Os socialistas moderados aderiram ao capitalismo, formando a Os socialistas moderados aderiram ao capitalismo, formando a social-democracia, aceitando a a propriedade privada;social-democracia, aceitando a a propriedade privada;

Os demais críticos do capitalismo ficaram sem uma bandeira Os demais críticos do capitalismo ficaram sem uma bandeira clara.clara.

A crise financeira mundial de 2007/2008 demonstrou, por A crise financeira mundial de 2007/2008 demonstrou, por outro lado, as fragilidades das instituições que governam o outro lado, as fragilidades das instituições que governam o mundo capitalista e demandaram mais intervenção do Estado.mundo capitalista e demandaram mais intervenção do Estado.

Page 47: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

As Novas UtopiasAs Novas Utopias

Page 48: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

A Chegada da Sociedade da A Chegada da Sociedade da Informação (Informação (Yonej MasudaYonej Masuda ) )

Computopia, 1980Computopia, 1980

A Sociedade e o desenvolvimento econômico serão A Sociedade e o desenvolvimento econômico serão liderados por redes integrados de informação para todos liderados por redes integrados de informação para todos os cidadãosos cidadãos

Mesmo antes da Queda do Muro de Berlim, com a achegada Mesmo antes da Queda do Muro de Berlim, com a achegada da Sociedade da Informação, já havia uma mudança de da Sociedade da Informação, já havia uma mudança de enfoque da economia (p. Ex.: propriedade privada) para enfoque da economia (p. Ex.: propriedade privada) para outras áreas (informação, tecnologia e meio-ambiente).outras áreas (informação, tecnologia e meio-ambiente).

A queda do Muro de Berlim acelera uma tendência já A queda do Muro de Berlim acelera uma tendência já existente.existente.

Page 49: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Utopias Tecnológicas e Utopias Tecnológicas e Programas da Sociedade da InformaçãoProgramas da Sociedade da Informação

As novas TICs foram vistas como a salvação da As novas TICs foram vistas como a salvação da crise economica crise economica

Muitos países organizações internacionais Muitos países organizações internacionais lançaram Programas da Sociedade da lançaram Programas da Sociedade da Informação;Informação;

A Finlandia lançou seu primeiro programa in 1994 A Finlandia lançou seu primeiro programa in 1994 e o Brasil lançou o seu no final dos anos noventa.e o Brasil lançou o seu no final dos anos noventa.

Page 50: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Comentários e SumárioComentários e Sumário Houve uma clara mudança de uma economia industrial Houve uma clara mudança de uma economia industrial

para uma economia de serviços ou para uma sociedade para uma economia de serviços ou para uma sociedade pós-industrialpós-industrial

Alguns autores denominam a nossa era de Economia da Alguns autores denominam a nossa era de Economia da Informação. Informação.

O Desenvolvimento tecnólogico está guiando nossas O Desenvolvimento tecnólogico está guiando nossas economias;economias;

A Informação Cientifica é um recurso centralA Informação Cientifica é um recurso central Orientação Futura: Propostas Orientação Futura: Propostas As TICs são o agente da mudança As TICs são o agente da mudança Os principais setores da economia global hoje são as os Os principais setores da economia global hoje são as os

serviços e as TICs. EUA 75%.serviços e as TICs. EUA 75%.

Page 51: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Comentários e SumárioComentários e Sumário As Novas Tecnologias ditarão o futuro; As Novas Tecnologias ditarão o futuro;

A C& T cada vez mais importante;A C& T cada vez mais importante;

Globalização: Fluxos globais de informação, capitais Globalização: Fluxos globais de informação, capitais e serviços: Papel fundamental da OMC e da Rodada e serviços: Papel fundamental da OMC e da Rodada Doha Doha

Temas: Tempo, Espaço e identidade, local e o global, Temas: Tempo, Espaço e identidade, local e o global, os riscos do capital os riscos do capital

Page 52: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Propostas para Propostas para DesenvolvimentoDesenvolvimento

Reduzir analfabetismo, Reduzir analfabetismo, Melhorar a qualidade da educação;Melhorar a qualidade da educação; Informatizar as Escolas Públicas;Informatizar as Escolas Públicas; Reduzir o Hiato TecnológicoReduzir o Hiato Tecnológico Aumentar os gastos em C &T; Aumentar os gastos em C &T; Ter uma política mais agressiva para as TICs e novas Ter uma política mais agressiva para as TICs e novas

descobertas;descobertas; Criar um ambiente favorável para novas Descobertas: Criar um ambiente favorável para novas Descobertas:

legislação, respeito a marcas e patentes etc;legislação, respeito a marcas e patentes etc; No plano global: retomar as discussões sobre o Tobin No plano global: retomar as discussões sobre o Tobin

TaxTax Ter uma Política Ambiental mais agressiva. Temos um Ter uma Política Ambiental mais agressiva. Temos um

só planeta e só uma chance. Não podemos falhar. só planeta e só uma chance. Não podemos falhar.

Page 53: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Citação de Boaventura SantosCitação de Boaventura Santos

“ “(...) No final do século a (...) No final do século a única utopia realista é a única utopia realista é a

utopia ecológica e utopia ecológica e democrática (...).” democrática (...).”

Page 54: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Telefone x InternetTelefone x Internet

Page 55: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

PD x PEDsPD x PEDs

Page 56: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Divisões GeográficasDivisões Geográficas

Page 57: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

As TICsAs TICs

Page 58: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

As TIC e o As TIC e o Crescimento EconômicoCrescimento Econômico

Page 59: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

TICsTICs

Page 60: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

OS TIC e o PIBOS TIC e o PIB

Page 61: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Comércio Eletrônico e Comércio Eletrônico e NegóciosNegócios

Page 62: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Governo EletrônicoGoverno Eletrônico

Page 63: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Economia de Tempo e Economia de Tempo e EficiênciaEficiência

    

Fonte: ITU adaptado de Broadband Stakeholder Group (BSG, 2004)

Abertura de Firmas

Page 64: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Distribuição da Banda LargaDistribuição da Banda Larga

Page 65: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

ReferencesReferences Kumar, K.: Kumar, K.: From Post-Industrial to Post-Modern Society. From Post-Industrial to Post-Modern Society.

New Theories of the Contemporary WorldNew Theories of the Contemporary World. Blackwell, Oxford . Blackwell, Oxford 1995 1995

Webster, F.: Webster, F.: Theories of the Informação SocietyTheories of the Informação Society. Routledge, . Routledge, London 1995 London 1995

Castells, M.: Castells, M.: The Informação Age vols. 1-3The Informação Age vols. 1-3. Blackwell, . Blackwell, Oxford 1996-7 Oxford 1996-7

Drucker, P.: Drucker, P.: The Post-Capitalist SocietyThe Post-Capitalist Society. Butterworth-. Butterworth-Heinemann, Oxford 1993 Heinemann, Oxford 1993

Jensen, R.: Jensen, R.: The Dream SocietyThe Dream Society. New York 1999 . New York 1999 Informação, Communicação & SocietyInformação, Communicação & Society (1998-) (1998-)

http://www.infosoc.co.ukhttp://www.infosoc.co.uk http://www.info.uta.fi/winsoc/engl/lect/THEORY.htmhttp://www.info.uta.fi/winsoc/engl/lect/THEORY.htm

Page 66: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

ReferencesReferences Beck, U. & Giddens A. & Lash S. (1994): Reflexive Beck, U. & Giddens A. & Lash S. (1994): Reflexive

Modernização. Cambridge: Polity Press Modernização. Cambridge: Polity Press Beck, U. (1992): Risk Society. London: Sage Beck, U. (1992): Risk Society. London: Sage Gastells, M. (1996): The Rise of Network Society. London: Gastells, M. (1996): The Rise of Network Society. London:

Blackwell Publishers Blackwell Publishers Lash, S. & Urry, J. (1994): Economies of Signs and Space. Lash, S. & Urry, J. (1994): Economies of Signs and Space.

London: Sage London: Sage http://www.brunel.ac.uk/research/virtsoc/nordic/lash.htmhttp://www.brunel.ac.uk/research/virtsoc/nordic/lash.htm

Page 67: A Globalização e a Utopia na Sociedade da Informação Prof. Ricardo Wahrendorff Caldas, Instituto de Ciência Política (IPOL) Universidade de Brasília (UnB)

Manuel CastellsManuel Castells Information society and globalizationInformation society and globalization The analysis in three volumes:The analysis in three volumes: Castells, M. (1996): Castells, M. (1996): The Rise of the Network Society. The The Rise of the Network Society. The

Information Age, Vol IInformation Age, Vol I. Oxford: Blackwell . Oxford: Blackwell Castells, M. (1997): Castells, M. (1997): The Power and Identity. The Information The Power and Identity. The Information

Age, Vol IIAge, Vol II. Oxford: Blackwell . Oxford: Blackwell Castells, M. (1997): Castells, M. (1997): The End of Millennium. The Information The End of Millennium. The Information

Age, Vol IIIAge, Vol III. Oxford: Blackwell . Oxford: Blackwell