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A Guerra dos Mundos O rson W elles Baseado no romance de Herbert G. Wells Design por Diana Teixeira

A Guerra dos Mundos

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Banda Desenhada da obra "The war of the worlds" de Orson Welles

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A Guerra dos Mundos

O r s o n W e l l e s

Baseado no romance de

Herbert G. Wells

Design porDiana Teixeira

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guerra dos MundosEscrito por Orson Welles baseado no Romance de Herbert George Wellstradução,capas e Design por diana teixeira

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guerra dos MundosEscrito por Orson Welles baseado no Romance de Herbert George Wellstradução,capas e Design por diana teixeira

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Domingo, 30 de outubro de 1938

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7Domingo, 30 de outubro de 1938

Columbia Broad-casting System e as suas Emis-soras afiliadas apresentam Orson Welles e o Teatro Mercury no ar com “A Guerra dos Mundos” Baseado no Romance de H.G. Well’s, num pro-grama de radio por HoWard Koch. Senhoras e Sen-hores: o Director do Teatro Mer-cury e a estrela destas emissões,

Orson Welles!

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“Agora sabemos que nos primeiros anos do sécu-lo XX o mundo era observado de perto por inteligên-cias superiores ao Homem e tão mortais como a sua.Sabemos agora que como seres humanos se ocuparam de diferentes preocupaçoes que foram analisadas e estu-dadas, talvez quase tão estritamente tal como um homem que com um Microscópio pode examinar as criaturas transitórias que se multiplicam numa gota de àgua. Com infinita complacência, pessoas foram e vieram para a Terra sob os seus pequenos assuntos, serenos na certe-za do seu domínio sobre este pequeno fragmento solar de fiação de troncos que, por acaso ou desenhado pelo Homem, este herdou fora do mistério obscuro do Tempo e do espaço. No entanto, num imenso abismo volátil, mentes que para as nossas mentes e para mentes como as nossas são os monstros da selva, intelectos vastos, frios e in-sensíveis, considerou esta terra com olhos invejosos e, lenta e seguramente, atraiu os seus planos contra nós. No trigésimo-nono ano do século XX veio a grande desilusão. Foi perto do final de outubro. O negócio era mel-hor. O medo da guerra tinha acabado. Mais homens re-gressaram ao trabalho. As vendas estavam a crescer. Nesta noite especial, 30 de outubro, o serviço Crosley estima que trinta e dois milhões de pessoas estavam a ouvir rádio.”

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Senhoras e senhores, boa noite. Directa-mente do Meridi-an's, do Hotel Plaza, no centro de Nova York, apresenta-mos a orquestra de Raymond Russelo, que vai Interpre-tar La Cumparsita.

Senhoras e senhores, interrompemos o nosso programa de música de dança a fim de transmitir um boletim extrada Intercontinental Radio News. Às l9h40m de hoje, o pro-fessor Farrel, do observatório do Monte Jennings, emChicago, Illinois, Informou ter observado, sobre a superfície do planeta Marte, em intervalos regulares, várias explosões de gás Incandescente. O espectroscópio indicou que o gás em questão é hi-drogénio e que as suas partículas se deslocam rumo à Terra com velocidade fantástica. O fenómeno foi confirmado pelo profes-sor Pearson, do Observatório de Princeton, que o descreveu com as seguintes palavras; ™Parecem chamas azuladas saldas do cano de um revólverº. Voltamos agora a transmitir do Meridian's Room do Hotel Plaza, no centro de Nova York, com a orquestra de Raymond Russelo.

Não há previsão de

grandes mudanças de tem-peratura nas próximas 24 horas.

Uma ligeira depressão atmosférica, de origem desconhecida, foi observada nas

proximidades de Nova Escócia; em consequên-cia, é possível que caiam chuvas leves sobre os Estados da Região Norte. Máxima: 66 graus Fahrenhett; mínima: 48 graus. Previsão do Instituto Meteorológico Nacional. A partir

deste momento passaremos a transmitir directamente do Meridian's Room, no Hotel Plaza, com Raymond Russelo

e sua orquestra.

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Tal como notas em papel, estou obcecado pela ideia de que eu possa ser o último homem vivo na Terra. Eu escondido nesta casa vazia perto de Grovers Mill - uma pequena ilha de luz cortada pela fumaça preta do resto do mundo. Tudo o que aconteceu antes da chegada destas criatu-ras monstruosas no mundo agora passa a fazer parte de outra vida. . . uma vida que não tem continuidade com a existência, furtivo presente do desamparado solitário destas palavras a lápis no verso de algumas notas astronómicas com a assinatura de Richard Pierson. Eu olho para as minhas mãos enegrecidas, sapatos rasgados, roupas rasgadas, e tento conectar-nos com um professor que vive em Princeton, e que na noite de 30 de outubro, vislumbrava através do seu telescópio um esguicho de luz laranja sobre um planeta distante. A minha esposa, os meus colegas, alunos, livros, observatório, o meu. . . o meu mundo. . . onde estão eles? Será que eles já existem? Que dia é hoje? Não existem dias sem calendários? Será que o tempo não passa? A mão humana deixou ao vento os relógios? Ao escrever a minha vida diária eu digo a mim mesmo que devo preservar a história humana entre o escuro cobre deste pequeno livro que estava destinado para registrar os movimentos dos astros. . . Mas para escrever eu preciso viver, e para viver eu devo comer. . . Encontrei pão mofado na cozinha, e uma laranja não muito mimada de engolir. Mantenho o relógio na janela. De vez em quando avisto um marciano acima do fumo preto. Há um som de assobio e de repente eu vejo um marciano montado na sua máquina, pulveri-zando o ar com um jato de vapor, como se a dissipar o fumo. Vejo como as pernas enormes de metal quase tocam na casa. Exausto pelo terror, eu caio no sono. . . Manhãs. . .

(Silêncio)

Bom dia! A nuvem negra de gás tem levantado, e vejo os prados arrasados ao olhar para o Norte, como se uma tempestade de neve negra passasse por cima deles. Atrevo-me fora de casa. Faço meu caminho por uma estrada. Nenhum tráfego. Aqui e ali, um carro destruído, a bagagem virada, um esqueleto enegrecido. Por alguma razão me sinto mais segura da fuga desses monstros que fugir deles. Mantenho um olhar atento. Tenho visto os marcianos. . . Se uma das suas máquinas aparecem no topo das árvores, eu estou pronto para me aventurar na terra plana. Vejo um cas-tanheiro, vou encher os bolsos de castanhas, devo manter-me vivo.

Há dois dias que ando para norte, vagueio por um mundo desolado. Finalmente vejo uma criatura viva. . . um pequeno esquilo vermelho numa árvore de faia. Admiro-o. Ele olha para trás em mim. Acredito que naquele momento o animal e eu compartilhamos a mesma emoção. . . A alegria de encontrar outro ser vivo. Ao andar mais para Norte encontro vacas mortas num campo. . No dia seguinte, cheguei a uma cidade vagamente familiar nos seus contornos, mas os edifícios estavam estranhamente diminuídos, como se uma mão gigante cortasse as torres mais altas com um movimento de mão caprichosa. Cheguei à periferia. Achei Newark, mas humilhado por um capricho dos marcianos avançandos. Actualmente, com uma estranha sensação de estar a ser observado, avistei algo agachado numa porta. Eu dirigi-me a ele, e ele levantou-se e tornou-se um homem! Um homem, armado com uma faca grande.

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Após a separação com o artilheiro, finalmente cheguei a Túnel Holland. Entrei naquele tubo silêncioso ansioso para saber o destino da grande cidade do outro lado do Hudson. Cautelosa-mente saí do túnel e fiz meu caminho até Canal Street. Cheguei a XIV Street, e lá estavam mais corpos queimados, e um mau cheiro do gradeamentos das caves de algumas das casas. Andei para cima, estava sozinho em Times Square. Vi um cão magro a atravessar a Sétima Avenida, com um pedaço de carne na sua mandíbula. Ele fez um grande círculo à minha volta, como se ele temesse que eu podesse revelar-me um concorrente. Perto de Columbus Circle vi modelos de automóveis de 1939 nas salas de exposições enfrentando ruas vazias. Na parte superior do edifício da General Motors, vi um bando de pássaros negros a circular no céu. Corri. De repente, avistei a capa de uma máquina de Marte, em algum lugar do Central Park, brilhando ao sol da tarde. Uma ideia insana! Corri de forma imprudente em Columbus Circle para o Parque. Subi uma pequena colina, acima da lagoa em Sexagésima Street. De lá eu podia ver, de pé em uma fila em silêncio, dezenove dos Titãs de metal grande, tinham os capuzes vazios, os seus grandes braços de aço pendurados ao seu lado. Eu olhei em vão para os monstros que habitam as máquinas. De repente, os meus olhos foram atraídos para o imenso rebanho de aves negras que pairavam abaixo de mim. Eles circularam no chão e perante os olhos e silêncio dos marcianos leigos, os pássaros esfomeados picando e arrancando pedaços de carne marron dos corpos.

Mais tarde, quando os seus corpos foram examinados nos laboratórios, verificou-se que eles foram mortos pelas bactérias putrefactas e doenças contra as quais os seus sistemas não es-tavam preparados. . . mortos, depois de todas as defesas do homem terem falhado, pela mais hu-milde coisa que Deus na Sua sabedoria, colocou sobre a Terra. Antes do cilindro cair, houve uma convicção geral de que em toda a profundidade do espaço naquele minuto não existia vida na pequena superfície da nossa esfera.

Vejamos mais adiante.

Escura e maravilhosa é a visão que tenho conjurada na minha mente sobre vida espalhada lentamente a partir deste pequeno ™canteiroº do sistema solar em toda a imensidade inanimada do espaço sideral. Mas isso é um sonho remoto. Pode ser que a destruição dos marcianos seja apenas provisória. Para eles, e não para nós, um futuro adiantado talvez.

Estranho parece agora o debruçar-me sobre o meu pacífico estudo em Princeton, escrever este último capítulo do registo que começou numa quinta abandonada em Grovers Mill. Estranho ver da minha janela torres escuras e azuis na universidade através de uma névoa de Abril. Es-tranho ver crianças a brincar nas ruas. Estranho ver jovens a passear no verde, onde a relva nova da Primavera cura as cicatrizes do passado negro de uma terra ferida. Estranho ver o sightseers entrar no museu onde as peças desmontadas de uma máquina de Marte são mantidas em exposição para o público. Estranho quando me lembro do momento em que vi pela primeira vez, brilhante e limpo, difícil e silencioso, sob o amanhecer o último grande dia.

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Senhoras e Senhores, este é Orson Welles, fora da personagem para lhe assegurar que ™A Guerra dos Mundosº não tem nenhum significado além do que uma oferta de férias se destina ter. A própria versão de rádio do Mercury Theatre vestiu-se numa folha e saltou de um arbusto dizendo: Boo! A partir de agora, não podemos pôr sabão em todas as suas janelas e roubar-lhe os portões do jardim (amanhã à noite). . . por isso fizemos a próxima melhor coisa. Aniquilamos o mundo muito antes dos seus ouvidos, e destruímos completamente a CBS você deve sentir-se aliviado, espero, por aprender o que não quisemos dizer com isso, e que ambas as instituições ainda estão abertas a negócios.

Adeus a todos, e lembre-se da terrível lição que aprendeu hoje:Que ao sorrir, o brilhante invasor globular da sua sala de estar é um habitante da abóbora, e se tocar à sua campainha e ninguém estiver lá, é porque não era um Marciano. . . é Halloween.

(Música do Mercury Theatre)

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Hoje à noite a Co-lumbia Broadcast-ing System e as suas Emissoras afilia-das de costa a cos-ta, trouxeram-lhe ™A Guerra dos Mun-dosº baseaso no ro-mance de HG Wells, o décimo sétimo na sua série se-manal de emissões dramáticas no ar com Orson Welles e o Teatro Mercury. Na próxima semana vamos apresentar uma dramatiza-ção de três famo-sos contos. Esta é a Columbia Broad-casting System.

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A Guerra dos Mundos de Orson Welles

Escrito por H. G. Wells

© Diana Teixeira, 2011

http://users.fba.up.pt/~lap09016/ebook/noar.html

Impresso em, PortoData 1ª edição: Junho 2011

Capa e design da publicação por Diana Teixeira

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