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A história contada através dos livros: o Brasil em manuais escolares oitocentistas Isadora Tavares Maleval * O avanço da alfabetização, galgada, em certa medida, pela ampliação do material de leitura, foi um divisor de águas na história da humanidade. A instrução ia sendo pouco a pouco implementada como de vital importância para as sociedades, como forma de garantir a “civilização dos costumes e dos espíritos” (HÉBRARD, 1999, p. 48). Tal fato ganha destaque, principalmente no século XIX, momento em que a preocupação com a criação e fortalecimento dos Estados nacionais estava unida, em muitos casos, com a idéia de “instruir para civilizar”. Esse ideal fica perceptível no que diz respeito à própria construção da história como disciplina e profissão. Nesse sentido, apoiando-se em François Furet (1980), pode-se dizer que o século XIX foi o momento em que a história seria responsável por ensinar a “evolução da humanidade” e a “civilização”, sem esquecer que essa “marcha para o progresso” teria como artífice o Estado Nacional. A história, portanto, passou a ser a pedagogia do cidadão e a biografia da nação. No Brasil, houve um momento crucial para a formação desses debates, após a década de 1830. A fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a consolidação do colégio Pedro II e os escritos de Varnhagen são exemplos da importância que essas questões alcançaram no Brasil. Segundo Manoel Salgado, o IHGB traria, em sua fundação, a preocupação de escrever uma biografia da nação brasileira. Isso porque o Brasil tentava mostrar-se naquele momento como uma nação civilizada e o projeto da escrita de uma história nacional seria um dos pressupostos trazidos da Europa para que uma nação fosse vista como tal 1 . Em 1838, o Instituto foi inaugurado pela necessidade de se delinear um perfil para a nação brasileira, colocando para si a tarefa de desvendar o processo de gênese da nação, suas peculiaridades e, em última análise, produzir uma homogeneização da visão de Brasil, no interior das elites brasileiras. Foi, ainda, através do IHGB que a historiografia nacional nasceu, não em oposição à colonização portuguesa, mas justamente em favor dela. A nação propagada pela história * Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob orientação da Prof. Drª. Lucia Maria Bastos Pereira das Neves. Pesquisa feita através de apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 1 Como exemplo, basta perceber que o IHGB foi feito nos moldes do Instituto Histórico de Paris.

A história contada através dos livros: o Brasil em manuais … · 5 Pedro II durante doze anos, quando acabou substituído por Lições de História do Brasil, de Joaquim Manuel

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A história contada através dos livros: o Brasil em manuais escolares oitocentistas

Isadora Tavares Maleval*

O avanço da alfabetização, galgada, em certa medida, pela ampliação do material de

leitura, foi um divisor de águas na história da humanidade. A instrução ia sendo pouco a

pouco implementada como de vital importância para as sociedades, como forma de garantir a

“civilização dos costumes e dos espíritos” (HÉBRARD, 1999, p. 48). Tal fato ganha destaque,

principalmente no século XIX, momento em que a preocupação com a criação e

fortalecimento dos Estados nacionais estava unida, em muitos casos, com a idéia de “instruir

para civilizar”.

Esse ideal fica perceptível no que diz respeito à própria construção da história como

disciplina e profissão. Nesse sentido, apoiando-se em François Furet (1980), pode-se dizer

que o século XIX foi o momento em que a história seria responsável por ensinar a “evolução

da humanidade” e a “civilização”, sem esquecer que essa “marcha para o progresso” teria

como artífice o Estado Nacional. A história, portanto, passou a ser a pedagogia do cidadão e a

biografia da nação.

No Brasil, houve um momento crucial para a formação desses debates, após a década

de 1830. A fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a consolidação do colégio

Pedro II e os escritos de Varnhagen são exemplos da importância que essas questões

alcançaram no Brasil.

Segundo Manoel Salgado, o IHGB traria, em sua fundação, a preocupação de escrever

uma biografia da nação brasileira. Isso porque o Brasil tentava mostrar-se naquele momento

como uma nação civilizada e o projeto da escrita de uma história nacional seria um dos

pressupostos trazidos da Europa para que uma nação fosse vista como tal1. Em 1838, o

Instituto foi inaugurado pela necessidade de se delinear um perfil para a nação brasileira,

colocando para si a tarefa de desvendar o processo de gênese da nação, suas peculiaridades e,

em última análise, produzir uma homogeneização da visão de Brasil, no interior das elites

brasileiras. Foi, ainda, através do IHGB que a historiografia nacional nasceu, não em oposição

à colonização portuguesa, mas justamente em favor dela. A nação propagada pela história

* Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sob orientação da Prof. Drª. Lucia Maria Bastos Pereira das Neves. Pesquisa feita através de apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 1 Como exemplo, basta perceber que o IHGB foi feito nos moldes do Instituto Histórico de Paris.

2

empreendida pelo Instituto se reconheceu enquanto continuadora de uma tarefa “civilizadora”,

que teria sido iniciada pela colonização portuguesa.

A criação do Imperial Colégio de Pedro II era outro elemento institucional do processo

civilizatório geral, que estava sendo desenvolvido pelo Segundo Reinado. A instrução pública

passou a ser percebida como uma das bases para a construção da idéia de nação. Após as lutas

de independência, a ausência de um sentimento de pertencimento nacional exigiu da

monarquia um esforço no sentido de construir essa nação. E essa tarefa foi iniciada também

através da educação. Nesse sentido, os professores assumiram o papel de agentes do governo,

enquanto, especificamente, o ensino de história constituiu-se na base para a fundamentação da

cultura do pertencimento. Pertencimento este tanto com relação ao Brasil, como em relação à

civilização ocidental européia (ANDRADE, 1998).

É de notável importância o papel atribuído à história na formação erudita garantida

pelo Colégio Pedro II. No início de 1849, foi criada a cadeira de História do Brasil, primeiro

ministrada por Gonçalves Dias e, depois, por Joaquim Manuel de Macedo. Havia, portanto,

uma demanda por livros que pudessem suprir essa disciplina (NEVES, 2007, p. 45)2.

Tornava-se importante escrever uma história que pudesse ser transmitida àqueles que

deveriam se tornar os futuros cidadãos ativos do Império do Brasil. Assim, através da escrita

de uma história nacional, voltada para um público delimitado – a mocidade brasileira – seria

possível abordar de forma inteligível os propósitos claros de associar o ensino da história à

construção de um ideal de Brasil como “nação civilizada nos Trópicos” (GUIMARÃES,

1988, p. 3-27).

Escrever manuais de história para a mocidade brasileira passou a ser uma tarefa de

fôlego, que, caso bem empregada, garantia notoriedade ao autor. Isso fica claro nas discussões

que ocorriam no Instituto Histórico e Geográfico do Brasil em torno da aprovação de alguns

livros, em detrimento da negação de outros. Escrever esse tipo de história era algo examinado

de perto pelas autoridades imperiais, sendo isso compreensível, visto que constituía uma

tarefa importantíssima para aqueles que viviam naquele momento.

2 Em um primeiro momento, o ensino de história do Brasil era feito a partir do Resumo de História do Brasil, de Henrique Luis de Niemeyer Bellegard, que era uma tradução do homônimo de Ferdinand Denis. A partir da criação da disciplina separada da história geral, foi o livro de Southey que passou a ser consultado. O Compendio de História do Brasil de Abreu e Lima passou a ser utilizado depois que Joaquim Manuel de Macedo assumiu a cadeira, entre 1850 e 1862, quando foi substituído por Lições de Historia do Brasil, do então professor de História do Brasil do CPII, o próprio Macedo.

3

Ora, um manual desse porte é, antes de tudo, um livro. Um livro que possui uma

história de produção, editoração e publicação. Um livro que possui propósitos claros com

relação a um público leitor específico, e que está em diálogo direto com outros livros –

consequentemente, outros autores e leitores.

Segundo Roger Chartier, a tarefa do historiador é reconstruir as variações que

diferenciam os textos nas suas formas materiais, discursivas e as diferentes leituras

interpretativas advindas desses discursos (1994, p. 12). Nesse sentido, o métier deveria se

preocupar em garantir a apreensão dos três elementos que constituem esse contexto: o livro

(sua materialidade), o texto (sua argumentação) e a leitura (sua interpretação e apreensão

pelos leitores).

Entretanto, desde já desloca-se o foco para o primeiro pólo dessa tríade. O público

leitor, já explicitado, pode ser vislumbrado apenas como uma “classe” própria – de estudantes

ou professores do Segundo Reinado – mas a leitura que tiveram desses textos, sua

interpretação, e a forma como se apropriaram (CHARTIER, 1992, p. 232-233)3 de suas

idéias será, nesse momento, uma lacuna. Também o texto e as práticas discursivas envolvidas

em sua composição são aspectos que não serão desenvolvidos neste trabalho.

Através dos objetos principais do estudo – os livros de Caetano Lopes de Moura e de

José Pedro Xavier Pinheiro – comparados com outros da mesma categoria – como, no caso, o

livro de José Inácio de Abreu e Lima – tentar-se-á dar conta de um pouco do livro, neste

momento, enquanto materialidade, fruto de trabalho árduo por parte do autor e dos seus

editores.

O primeiro exemplo será o compêndio de autoria de José Inácio de Abreu e Lima.

Nascido em Pernambuco, em 1794, Abreu e Lima teve uma vida muito conturbada. Da

formação militar, adquirida através do curso feito na Real Academia Militar, passou a

prisioneiro político (devido ao envolvimento de seu pai, o “Padre Roma”, com a Revolução

Pernambucana), sendo exilado. Acabou combatendo pela independência das colônias

espanholas na América (por isso passou a ser chamado de “General de Bolívar”). Quando

finalmente conseguiu voltar para o Brasil, em 1832, passou a desempenhar o papel de

jornalista polêmico, publicando em jornais que ele mesmo editava suas opiniões a respeito,

principalmente, do ex-imperador D. Pedro I, de quem era adepto, depois de sua partida para

3 Segundo o historiador Roger Chartier, “a noção de apropriação torna possível avaliar as diferenças na partilha cultural, na invenção criativa que se encontra no âmago do processo de recepção”, chamando a atenção para “usos diferentes e opostos dos mesmos bens, dos mesmos textos e das mesmas idéias”.

4

Portugal. Para Abreu e Lima, a abdicação foi a causadora da maioria dos problemas do Brasil,

e o resgate da figura do ex-Imperador seria de central importância para garantir a unidade do

Império. Foi também autor de uma série de livros, professor de matemática, editor de

pasquins e sócio do IHGB, onde seus trabalhos nem sempre foram bem aceitos. Morreu em

sua terra natal, Pernambuco, em 1869 (MATTOS, 2007).

O Compendio da Historia do Brasil foi publicado, em 1843, pelos Laemmert. Foi

levado a cabo através de escolhas de temas e de recopilações. A composição não é

inteiramente original e o autor chega mesmo, em algumas partes, a copiar outros livros de

história, sobretudo, o História do Brasil, de Beauchamp (1817) – o que garantiu grande

polêmica com Varnhagen (MATTOS, 2007, p. 9, 178-197).

Abrindo o compêndio, verifica-se uma dedicatória feita pelo autor ao Imperador Pedro

II:

Ao Muito Alto, muito poderoso SENHOR D. PEDRO II Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil ODC Este Compêndio de História Pátria Em sinal de profundo respeito e da mais Pura afeição e lealdade Seu reverendo súdito José Inácio de Abreu e Lima (ABREU E LIMA, 1843)

Abreu e Lima dedicava o Compendio à figura que considerava vital para o

reerguimento do Brasil, enquanto nação forte. Desde a partida de D. Pedro I para Portugal que

o pernambucano percebia o enfraquecimento do Brasil, agravado no período regencial. Por

isso, envolveu-se em debates sobre o resgate da figura do primeiro Imperador, visando,

sobretudo, a retomada da obra iniciada por ele, em 1822 (MATTOS, 2007, p. 61). Abreu e

Lima foi logo defensor da Maioridade daquele que viria a ser o segundo Imperador. A busca

pelo prestígio de sua obra é, em parte, traduzida nesta pequena dedicatória, na qual se coloca

como o “reverendo súdito” de Pedro II. Essa busca por legitimidade acabou definindo

também, em certa medida, a vida de Abreu e Lima, que sempre tentou colocar-se à disposição

do Segundo Reinado, fosse como militar ou como jornalista (MATTOS, 2007, p. 61).

Tais questões ficam perceptíveis na própria trajetória do livro. Em um primeiro

momento, o Compendio teve aceitação, talvez, devido à falta de existência de um livro tão

voltado para o propósito de ser um manual escolar como o de Abreu e Lima – algo que pode

ser também atribuído ao esforço de seus editores. Desse modo, ele foi utilizado no Colégio

5

Pedro II durante doze anos, quando acabou substituído por Lições de História do Brasil, de

Joaquim Manuel de Macedo, na época, professor da disciplina na instituição.

Apesar da utilização do livro de Abreu e Lima em suas aulas, Macedo chegou a negar

algumas qualidades do Compendio, em 1854, em uma sessão do IHGB, ao observar a falta de

um bom livro de história da pátria. Talvez a negação da obra de Abreu e Lima deveu-se

menos ao seu caráter didático, e mais pela sua concepção antiga de história, fato já discutido

por Varnhagen em 1844 (1844, p. 60-83). Para Varnhagen, Abreu e Lima escolhera

“compilar”, adotando critérios antigos ou clássicos de escrita da história, e não utilizando

como base a noção de verdade a partir do critério de prova, associado ao método crítico dos

testemunhos, característico da noção moderna de história.

Voltando ao Compendio, outro aspecto toma relevância capital: o papel dos editores.

Os Laemmert publicaram duas edições do mesmo livro no ano de lançamento. A primeira

edição, que continha dois tomos e muitas notas de pé-de-página, além da transcrição de

muitos documentos, acabou substituída por uma segunda edição que tinha apenas um tomo.

Muita coisa foi “enxugada”, sobretudo, as estampas, retratos e documentos que acabaram

sendo suprimidos nessa segunda edição de 18434.

O principal motivo para essa transformação do Compendio explica-se, segundo Selma

Rinaldi Mattos, pelo fato de os donos da Livraria – e Tipografia – Universal desejarem que

este livro se tornasse mais acessível ao público leitor, visto que um livro com menos páginas e

quase sem figuras seria mais barato para ser produzido e, consequentemente, seria mais

vendido (MATTOS, 2007, p. 102-103).

Além disso, a quantidade de transcrições de documentos contidos na primeira edição

acabava por se afastar um pouco da idéia central da formação do compêndio: a de que ele

seria um manual, cujo caráter de resumo fazia com que fosse desnecessária a quantidade de

documentos, notas de rodapé e mesmo de gravuras ao longo do texto. O interesse dos

Laemmert estava voltado para o público escolar, isso era evidente. A busca dos editores era

atingir as escolas e a primeira edição parecia fugir um pouco dessa concepção. Tudo isso não

deixando de levar em consideração que os editores intencionavam ampliar o número de

leitores do livro de Abreu e Lima.

A descoberta de que os livros escolares poderiam ser fontes de enriquecimento dos

tipógrafos e livreiros do oitocentos parece também estar no foco dessa questão. O maior

4 Importante destacar que os Laemmert não tomavam esse tipo de decisão com total autonomia. Tudo foi feito em comum acordo entre eles e Abreu e Lima.

6

concorrente dos Laemmert, nesse período, era B. L. Garnier, por muito tempo considerado o

maior editor de livros voltados para a instrução. Segundo o historiador Laurence Hallewell, a

Garnier concentrou-se na literatura e nos escritores franceses que tratavam da ciência popular,

mas também chegou a publicar obras de história, como a História do Brasil de Robert

Southey e os seis volumes da obra de Pereira da Silva, História da fundação do Império do

Brasil. Apesar disso, Hallewell identifica nos Laemmert o interesse maior, no campo da

editoração, pela história (e pela ciência). Publicaram, entre outros, a História geral do Brasil,

de Varnhagen (HALLEWELL, 2005, p. 166).

Embora Garnier tenha sido o principal editor de livros escolares5 até o aparecimento

de Nicolau e Francisco Alves, Laemmert também publicou alguns livros voltados para esse

fim. Além do Compendio de Abreu e Lima, destaca-se no campo do ensino de história o livro

de José Pedro Xavier Pinheiro, Epítome da História do Brasil, cuja primeira edição data de

1854, mas que possuiu muitas reedições. Em cada reedição, o autor abordava os fatos

consequentes, como no caso da quinta edição do livro, de 1873, Epítome da História do

Brasil desde o seu descobrimento até a conclusão da Guerra do Paraguay.

Ilustração 1:

Fronstipício do Epítome da História do Brasil, por José Pedro Xavier Pinheiro (5ª edição, 1873).

Nascido na Bahia no ano da Independência do Brasil, Xavier Pinheiro era habilitado

com o curso completo de humanidades, além de membro do Conservatório Dramático

5 Lembramos que na década de 1860, a Garnier foi responsável pela publicação de Lições de História do Brasil, o livro de Joaquim Manuel de Macedo.

7

Brasileiro, jornalista, tradutor da Divina Comédia para o português, oficial da Secretaria dos

Negócios da Justiça do Império e da Secretaria do Ministério da Agricultura, Comércio e

Obras Públicas (MACOP). Foi também autor de pelo menos duas obras de cunho didático: o

já mencionado Epítome de história e um compêndio sobre gramática portuguesa, que fora

escrito por volta da década de 1860, sem ter sido, contudo, publicado6.

Despertado para a importância das letras, Pinheiro parece ter percebido o diferencial

produzido pela educação. Isso pode ser melhor verificado a partir do prólogo feito ao Epítome

da Historia do Brasil, intitulado “Ao leitor”. Nele, Pinheiro demonstra a qualidade

emancipadora da educação, necessária a qualquer sociedade que se queria civilizada. A

educação deveria ser, dessa forma, matéria consumida por toda a população. Contudo, haveria

nuanças de acordo com as hierarquias sociais vigentes. A proposta não era subverter a ordem,

muito pelo contrário – era perpetuá-la através do diferencial produzido pela civilização dos

costumes. No caso da história, por exemplo, seria interessante dar os fundamentos aos alunos

para que estes pudessem conhecer mais o país a que passariam a venerar, e que seria o local

onde desempenhariam seu papel social. Citando Xavier Pinheiro:

A instrução, pois, é pão que cabe a todos os membros do corpo social, qualquer que seja a tarefa cometida a cada um sobre a face da terra. Assim como a vida do corpo ha mister o alimento, assim a ciência, sob qualquer de suas formas, é essencial à vida do espírito. Nenhum indivíduo está dispensado desse preceito. Por humilde que seja a condição em que haja nascido, deve esmerar-se por dar ás suas faculdades novas forças, para desempenhar a sua missão na vida terreal, e corresponder á alteza de sua categoria de ser imortal. Daí se deriva para os regedores das nações o dever de facilitar quanto seja ocasionado á observância d’essa regra insculpida por Deus na mente humana, recomendada no livro sublime da Redenção, quando ensinou que o homem se alimentasse de doutrina. Assim vem a caber a todos o pão do ensino e da doutrina, a uns mais, a outros menos, conforme o mister a que se hão dedicado, segundo as condições do caráter que estão representando sobre a cena do mundo (PINHEIRO, 1873, P. 7-8).

Verifica-se através de documentação encontrada no Arquivo Geral da Cidade do Rio

de Janeiro, um preâmbulo para a entrada do livro de Xavier Pinheiro no espaço de publicação

dos Laemmert, no qual se descortinam algumas tensões inerentes ao próprio ato de aceitação

(ou não) de obras desse nível, primeiro passo para a entrada desse tipo de livro nas tipografias

e editoras e, posteriormente, no mercado livreiro. O ensino público do Município da Corte,

6 Quanto ao compendio de gramática portuguesa, segundo a documentação do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, parece não ter sido aprovado para ser utilizado nas escolas e, por isso, nem chegou a ser publicado. Ver AGCRJ. Códice 11.1.29. Oficios diversos, 1861: f. 83, 89, 90, 96, 97, 99.

8

centro político e administrativo do país, deveria ser matéria de destaque. Por isso, autores que

desejassem que seus livros fossem publicados já com a certeza de que seriam utilizados nas

salas de aula deveriam mandá-los ao Conselho de Instrução Pública, convocado pela

Inspetoria Geral da Instrução Primária e Secundária do Município da Corte (IGIPSC), então

presidida por Eusébio de Queirós 7. O livro de Xavier Pinheiro seguiu esse caminho antes de

poder ser publicado no Rio de Janeiro. A obra já havia sido publicada e utilizada no ensino de

sua terra natal, a Bahia, em 1854, mas, passando a morar no Município da Corte, fazia sentido

que quisesse tê-la também nos circuitos do mercado editorial fluminense. Até em função da

maior notoriedade garantida ao autor por ter um livro seu sendo utilizado no centro do país.

Xavier Pinheiro mandou seu livro para ser avaliado pelos membros do Conselho já

mencionado, tendo em vista tornar sua obra parte do conjunto de livros destinados à mocidade

brasileira:

Tenho a honra de trazer à presença de V. Exa o meu opúsculo intitulado – Epítome de História do Brazil – que, depois de ter sido aprovado pelo Conselho de Instrução Publica da Bahia e como tal impresso e distribuído às aulas de ensino primário, foi amplamente refundido e acrescentado. Apresentando à V. Exa este humilde trabalho, é propósito meu pedir-lhe que mande proceder aos competentes exames e verificar se por ventura acha se acomodado ao fim a que desde seu princípio foi destinado, e a que ainda agora parece-me aplicável, isto é se merece entrada nas escolas de primeiras letras. Não levanto mais alto as minhas aspirações: o plano, em que delineei e executei o meu livro, não o torna apropriado a mais do que à instrução dos meninos (AGCRJ. Série Instrução Pública. Códice 11.1.6, 1859, f. 61).

Posteriormente, o livro seria aceito pelo Conselho e poderia ser publicado para ganhar,

então, o mercado a que era destinado. Os Laemmert acabaram sendo os responsáveis por levar

essa primeira tarefa a cabo, assim como o tinham feito anos antes com o livro de Abreu e

Lima.

As intenções editoriais dos Laemmert acabavam por se casar com o movimento já aqui

citado de constituição dos Estados nacionais modernos. Quem dá a pista é Selma Rinaldi de

Mattos:

À semelhança das “Nações civilizadas”, também no Império do Brasil a constituição de um corpo político moderno, assim como dos sujeitos que ele contém, pressupunham a “escola moderna”, e tudo aquilo que lhe diz respeito, aí incluídos os manuais escolares – ou seja, compêndios para a instrução pública (MATTOS, 2007, p. 107).

7 A IGIPSC tinha função de analisar os manuais adotados nas escolas públicas, fazendo correções (que eram pedidas aos autores dos livros), e substituindo-os também, quando necessário. A Inspetoria era também responsável por convocar o Conselho da Instrução Pública, que examinava os métodos e sistemas de ensino, além de avaliar os manuais escolares. Importante mencionar que essa avaliação era feita por pessoas de confiança das autoridades, sobretudo, por professores.

9

O empenho dos editores do Compendio da Historia do Brasil e do Epítome da

História do Brasil não deixava, portanto, de estar na preocupação central dos projetos

nacionais em vigor no século XIX. O ideal de nação casava-se com o de uma educação

fortalecida, nesse caso, estabelecida através do ensino da história pátria. Mais do que isso, era

necessário ao cidadão dessa nação perceber o lugar que esta ocupava no cenário de todas as

outras nações. Essa tarefa estava presente no ensino da história e deveria ser colocada em sala

de aula a partir da utilização de obras formadas com esse intuito.

José Pedro Xavier Pinheiro foi categórico a esse respeito na primeira parte de seu

livro. Nessa passagem, a educação era vista como mola propulsora da nação e a história –

junto com a geografia – como de importância categórica para conseguir chegar a esse fim:

Em todo o programa regular de instrução, que seja distribuída em estabelecimentos mantidos às custas do erário, quer prestem-na os institutos estipendiados [sic] pela bolsa dos particulares, o ensino da historia e geografia deve ser cuidadosamente compreendido. É do interesse do Estado que a mocidade conheça quanto se refere ao seu país, os acontecimentos de que foi teatro, as mudanças que sofreu, sua organização social no rodear dos séculos, como a civilização começou a ser nele um fato visível, como cresceu e se acrescentou, que lugar ocupa no mapa das nações, que forças possui para considerar-se membro ativo e proveitoso do gênero humano. Desta verdade se hão convencido os povos que hoje em dia podem ser apresentados como modelo à imitação. Todos têm inserido nos seus planos de estudos a obrigação de esclarecer o entendimento da juventude com lições tiradas de seus anais que lhe digam o que há sido e o que é a sua pátria (PINHEIRO, 1873, p. 10-11).

Nesse sentido, a produção de livros “elementares” voltados para a educação e, em

específico, para o ensino da história do Brasil deveria ser estimulada (PINHEIRO, 2007, p.

19-20). Em comparação com os países “modelos”, no Brasil esse tipo de publicação ainda

deixava muito a desejar. O propósito de livros como o de Abreu e Lima e o de Pinheiro

deveria ser, dessa forma, adotado não só pelo campo editorial, mas pela própria política

imperial como um todo, conforme alertava Pinheiro:

[...] certo desejará ver as nossas aulas de primeiras letras abastecidas d’esses meios de estudo em maior soma do que até o presente. É, pois, de grande conveniência animar a composição de livros que provejam essa necessidade, aplicando os meios que estão em voga no mundo civilizado, estimulando pelas

mercês honorificas ou pelas vantagens pecuniárias o apuro nesse gênero utilíssimo de feituras literárias (PINHEIRO, 2007, p. 20).

Apesar de, no caso individual de Xavier Pinheiro, não ter ocorrido propriamente o que

ele caracteriza como “estímulo pelas mercês honoríficas”, visto que ele não teria recebidos

maiores benesses imperiais, não estava também tão longe disso, tendo em vista que ganhou

10

um prêmio pela aceitação de seu epítome8. Além disso, ele não deixava de estar no interior do

aparelho estatal, já que era um funcionário público, sendo daí que retirava seu sustento,

inclusive, para poder escrever e exercer outras atividades para além de seu ofício formal.

Segundo José Murilo de Carvalho, o emprego público “[...] era procurado sobretudo como

sinecura, como fonte estável de rendimentos. A maioria dos escritores da época, por exemplo,

sobrevivia à custa de algum emprego público que deles exigia muito pouco” (CARVALHO,

2003, p. 56).

Por outro lado, há mais um exemplo de que a política cultural do Segundo Reinado

não ignorava esse tipo de apelo – o de garantir “mercês honorificas” aos autores de livros

destinados ao ensino.

Ilustração 2:

Fronstipício do Epítome Chronologico da História do Brasil, por Caetano Lopes de Moura (1860).

Esse foi o caso de Caetano Lopes de Moura, autor de Epítome Chronologico da

Historia do Brasil (1860). Nascido no dia 7 de agosto de 1780, na Bahia, Moura viveu a

maior parte de sua vida fora do Brasil e morreu na França. Atuou como ajudante de cirurgião

na Legião Portuguesa, formada por oficiais portugueses que se incorporaram ao exército

8 De acordo com documentação levantada no AGCRJ. Série Instrução Pública. Códice 11.1.6, 1859, f. 221, 231 e 242. O governo dava incentivos à produção de compêndios voltados às escolas, e mesmo à tradução dos publicados em línguas estrangeiras, de acordo com os artigos 56o e 95o da lei de 17 de fevereiro de 1854.

11

francês9 e foi tradutor de uma série de obras da literatura inglesa e francesa, como os

romances de Walter Scott e de La Rochefoucauld. Em determinado momento de sua

trajetória, passou a receber mercês do Imperador Pedro II, cuja relação foi tão próxima que

chegou mesmo a escrever uma autobiografia a pedido do mesmo. Essas mercês financiaram

sua carreira de pesquisador em muitos arquivos europeus, coletando dados relacionados ao

Brasil. Tornou-se sócio-correspondente do IHGB, para onde enviava suas pesquisas. Estas

contribuíram, também, para outra atividade que exercia: a de autor de livros para uso da

mocidade brasileira.

A partir dessa brevíssima biografia, percebe-se que Caetano Lopes de Moura, cujo

Epítome Chronologico da Historia do Brasil não chegou a ver em vida ser publicado, tivera

provas de que no Brasil havia a preocupação em “aplicar os meios em voga no mundo

civilizado”, estimulando esse tipo de produção literária, parafraseando José Pedro Xavier

Pinheiro, tendo em vista que recebeu nos últimos anos de sua vida benesses do Imperador

para financiar suas pesquisas, o que deve ter não só colaborado para a feitura do epítome,

como também este tipo de mercê não deixava de proporcionar uma tranquilidade maior para o

escritor poder efetivar a escrita do mesmo.

Caetano Lopes de Moura viveu boa parte de sua vida na Europa, onde morreu.

Portanto, publicou seus livros todos lá e, em sua maioria, pela casa Aillaud10. Entre estes,

muitas traduções para o português (HALLEWELL, 2005, p. 169), já assinaladas, mas também

livros “científicos”, como o já citado Diccionario geographico, historico e descriptivo do

Império do Brasil, de autoria de J. G. R. Millet de Saint-Adolphe, publicado em 1845. Além

disso, a editora publicou mais de trinta trabalhos de tradução de Moura (VEIGA, 1979, p.

118). A última publicação de Lopes de Moura foi feita também pela Aillaud, sendo,

justamente, o Epítome, em 1860.

Essas cifras fizeram parte da mencionada relação profissional entre Caetano Lopes de

Moura e a Livraria Aillaud. Nascido em Portugal de pai francês e mãe portuguesa, Jean-Pierre

Aillaud foi cônsul de Portugal em Caen. Seu estabelecimento, a Livraria Aillaud, foi fundada

em 1806 e acabaria sobrevivendo ao próprio fundador, que morreu em 1852. Segundo

Hallewell, Aillaud foi um dos responsáveis, junto com Bossange, por uma sociedade no Rio

9 Tinha, por esse motivo, forte ligação com Napoleão Bonaparte, a quem via com grande admiração, chegando a escrever uma História de Napoleão Bonaparte desde o seu nascimento até à sua morte (Paris: JP Aillaud, 1846), obra de caráter biográfico. 10 Chegou a publicar livros pelas editoras Didot e Baudry, mas essa foi uma atividade esporádica perto da quantidade de trabalhos seus pela Aillaud.

12

de Janeiro, que possuía como um dos representantes – da parte de Bossange – ninguém menos

que Eduard Laemmert (HALLEWELL, 2005, p. 160-161). Mostras de que as trajetórias

desses indivíduos não deixavam de se cruzar no emaranhado que ainda unia os dois lados do

Atlântico.

Através da autobiografia escrita por Caetano, é possível obter ter algumas pistas

acerca da política editorial do período e, sobretudo, sobre a forma como Aillaud fazia os seus

negócios:

Apesar desse elogio[elogio feito pelo Desembargador Tristão da Cunha Portugal sobre a tradução que Caetano fez do “Talismã” de Walter Scott], avaliou o Aillaud a minha tradução como avaliava as demais, não conforme a propriedade e valentia das expressões, mas sim segundo o número de letras, que tal era a bitola por onde ele regulava, senão o merecimento da tradução, o dinheiro que por ela devia dar (MOURA, 1912, p. 229).

Caetano demonstra aí, inclusive, certa antipatia pelo modo como Aillaud fazia os

pagamentos pelos trabalhos a serem publicados. Talvez pela vontade de ser pago “pela

valentia das expressões”, por seu bom português e pela qualidade de sua tradução, e não

somente pelo “número de letras”. O fato, porém, é que, naquele momento, o “mulato baiano”

não tinha outro recurso senão o de “viver da pena” (MOURA, 1912, p. 229), primeiro como

tradutor e depois com obras próprias, em sua maior parte, de caráter didático para uso da

mocidade brasileira, e aceitar a forma de fazer negócio do então seu editor.

Desse modo, as obras de Caetano Moura se enquadraram com perfeição na linha

editorial da Livraria Aillaud. Ali eram publicadas obras didáticas, livros para o entretenimento

da mocidade, obras de caráter utilitário, entre outros gêneros. Costumava também publicar

autores clássicos da língua portuguesa e muitas traduções para esta, muitas delas feitas por

Caetano Lopes de Moura (VEIGA, 1979, p. 120-124).

Mesmo após a morte do fundador, a Aillaud continuou a editar e publicar outras obras

de Caetano. No caso, depois de 1852, só chega a publicar duas obras desse autor, devido ao

fato do próprio estar “levando uma vida mais folgada” (VEIGA, 1979, p. 115), sem muitas

traduções ou mesmo trabalhos próprios: a nova edição revista e atualizada do Tratado de

geografia universal, física, histórica e política, de A. Balbi, e o Epítome Chronólogico de

História do Brasil.

O papel dos editores da Aillaud se fez sentir neste último livro. Foram eles que

dedicaram o Epítome ao Imperador do Brasil, D. Pedro II:

Um Resumo da História do Brasil, escrito por um Brasileiro, para uso da mocidade brasileira parece que de justiça, Imperial Senhor, devia ser posto debaixo da

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Proteção e Amparo de Vossa Majestade Imperial, do Monarca Ilustrado, que põe toda a sua gloria em editar, como é patente, a nação, cujo governo, para felicidade dela, foi Deus servido confiar-lhe... (MOURA, 1860).

O ato de dedicar uma obra a um soberano era, como já foi informado, de extrema

importância para uma sociedade cujos valores ainda estavam, de certa forma, calcados em

práticas reminiscentes de uma sociedade hierarquizada, próxima aos moldes do Antigo

Regime. Nesse caso, a dedicatória não só afirma a importância do livro, como indica também

a relação deste para com o Império do Brasil, fato que não podia deixar de satisfazer Pedro II.

Todas essas questões ganham especial particularidade à medida que se recorda que Caetano

Lopes de Moura, nos anos finais de sua vida, vivia na Europa através das mercês concedidas

pelo próprio D. Pedro II.

Ainda com relação à dedicatória feita ao Imperador, no início do Epítome, fica clara

também a articulação do conceito de nação com o de história, segundo a qual esta seria

responsável por garantir o aprendizado por parte da mocidade daquilo que estava sendo

construído como Brasil. Era através desse resumo da história que os estudantes poderiam

conhecer o panteão de heróis brasileiros, responsáveis por grandes feitos que teriam, ao fim e

ao cabo, contribuído para a formação do Brasil. Quem sabe, através do ensino da história

adquirido pela leitura do Epítome, os alunos poderiam até imitá-los (KOSELLECK, 2006, p.

41-60).

Dessa maneira, o livro devia ser visto como uma obra à altura da instrução pública dos

futuros cidadãos ativos do Império. A mocidade teria, através do ensino da história do Brasil

ministrado por ele, condições de tornar-se, futuramente, a elite política do Brasil imperial. E,

por isso, o Imperador estaria ao lado dessa empreitada, visto que era o próprio “editor” da

nação brasileira, segundo a dedicatória.

O Império do Brasil era, em meados do século, um corpo político já formado e em vias

de consolidação. Perpetuar valores nacionais nesse momento era a tônica, o que pode ser

demonstrado pelos vários exemplos já anteriormente citados. Assim, atentar para a escrita de

livros de história voltados para o ensino não poderia deixar de ser preocupação dos dirigentes

imperiais, conquanto essa escrita tivesse como objetivo não só narrar o advento da nação

brasileira e sua constituição, como também deveria ser responsável por civilizar os leitores.

Tal objetivo seria possível através de artifícios dos autores, por meio de escolhas com as quais

poderiam tratar da fundação da nação a partir de diferentes enfoques – ou através da junção

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das três raças ou pela proeminência do português colonizador como aquele que trouxe a

civilidade.

Escrever a história do Brasil era narrar acontecimentos, vidas e intenções,

responsáveis por formar um todo coerente, uma mescla, um povo. Ensinar a história do Brasil

era formar cidadãos que tomariam consciência dessa unidade – palavra tão cara ao Segundo

Reinado.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Fontes

1.1. Manuscritas

Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (AGCRJ)

Série Instrução Pública.

Códice 11.1.6: Adopção e approvação de livros – Contractos – Aluguéis de casas para escolas

e certidões diversas – Papéis separados por mezes. 1859.

Códice 11.1.29: Oficios diversos. 1861.

Códice 11.2.9: Assuntos diversos. 1864.

Códice 11.4.21: Obras e publicações. 1874 a 1877.

1.2. Impressas

ABREU E LIMA, José Inácio de. Compendio da Historia do Brasil. Rio de Janeiro:

Laemmert, 1843.

Biografia do Dr. Caetano Lopes de Moura escrita por ele mesmo. Revista da Academia

Brasileira de Letras. Rio de Janeiro, n. 10, Ano III, outubro de 1912, p. 229.

MOURA, Caetano Lopes de. Epítome Chronológico da Historia do Brasil, para uso da

mocidade brasileira. Paris: J. P. Aillaud, Moulon e Ca, 1860.

PINHEIRO, José Pedro Xavier. Epítome da História do Brasil desde o seu descobrimento até

a conclusão da Guerra do Paraguay (adoptado para uso das aulas publicas de ensino

primário). 5ª edição, Rio de Janeiro: E. & H. Laemmert, 1873.

VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. Primeiro Juízo. Revista do IHGB. Rio de Janeiro, t. VI,

1844, p. 60-83.

2. Artigos e Livros

ANDRADE, Vera Cabana. Colégio Pedro II – Um lugar de memória. Tese de doutorado

apresentada ao Programa de Pós-graduação em História da UFRJ, Rio de Janeiro,

1998.

CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial. Teatro de

sombras: a política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CHARTIER, Roger. Comunidades de leitores. In: A ordem dos livros. Leitores, autores e

bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. Brasília: UNB, 1994.

16

CHARTIER, Roger. Textos, impressão, leituras. In: HUNT, Lynn. A nova história cultural.

São Paulo: Martins Fontes, 1992.

GUIMARÃES, Manoel Salgado. Nação e Civilização nos trópicos: o IHGB e o projeto de

uma história nacional. Estudos Históricos, v. 1, nº. 1, Rio de Janeiro, 1988, p. 3-27.

HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil (Sua história). São Paulo: EDUSP, 2005.

HÉBRARD, Jean. Três figuras de jovens leitores: alfabetização e escolarização do ponto de

vista da história cultural. In: ABREU, Márcia (org.). Leitura, História e História da

Leitura. Campinas, São Paulo: Mercado das Letras: Associação de Leitura do Brasil:

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MATTOS, Selma Rinaldi. Para formar os brasileiros. O compêndio da história do Brasil de

Abreu e Lima e a expansão para dentro do Império do Brasil. Tese de doutorado/

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CARVALHO, José Murilo de (org.). Nação e cidadania no Império: novos

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VEIGA, Cláudio. Um brasileiro soldado de Napoleão. São Paulo: Ática, 1979.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos.

Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2006.