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IMPRESSO ESPECIAL 9912287935/2011-DR/MG SBOT ... Correios ... DEVOLUÇÃO GARANTIDA ...Correios ... ... SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA REGIONAL MINAS GERAIS Comissão Organizadora do 49º CBOT agiliza preparativos do maior evento científico da Ortopedia | 8 Defesa profissional | 13 Como eu faço | 18 Participe do 1º FUTSBOT | 21 JORNAL SBOT MINAS abril a junho | 2017 Ano VIII - Nº 30 Projeto Memórias da Ortopedia Mineira registra a história do Hospital Ortopédico, referência no país | 12

a história do Hospital Ortopédico, referência no país | 12 · EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE Dr. Robinson Esteves Santos Pires Gestão 2017 O inimigo silencioso Prezados colegas

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IMPRESSOESPECIAL

9912287935/2011-DR/MGSBOT

... Correios ...

DEVOLUÇÃO GARANTIDA

...Correios ...

...S O C I E D A D E B R A S I L E I R A DE

ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA REGIONAL MINAS GERAIS

Comissão Organizadora do 49º CBOT agiliza preparativos do maior evento científico da Ortopedia | 8

Defesa profissional | 13

Como eu faço | 18

Participe do 1º FUTSBOT | 21

JORNAL SBOT MINAS abri l a junho | 2017Ano VII I - Nº 30

Projeto Memórias da Ortopedia Mineira registra a história do Hospital Ortopédico, referência no país | 12

• Mais de 5 milhões de implantações8

• Mais de 300 publicações9

• Sobrevivência de 100% por 17 anos1

• A mais baixa taxa de revisão2-5

(cimentado, não cimentado e fixação híbrida)

• Referência para PROMs6

• Classificação ODEP 10A* para CR cimentado e Joelhos PS com e sem patela7

• A cada 90 segundos, um paciente recebe um Joelho NexGen8

1. CR cemented, n=80, per Kim, Y.H., et al. Cementless and cemented total knee arthroplasty in patients younger than fifty five years. Which is better? International Orthopaedics (SICOT) (2014) 38:297–303.2. Australian Orthopaedic Association National Joint Replacement Registry. Annual Report. Adelaide.AOA 2015: Table KT8 Cumulative Percent Revision of Primary Total Knee Replacement with Cement Fixation.3. Australian Orthopaedic Association National Joint Replacement Registry. Annual Report. Adelaide.AOA 2015: Table KT9 Cumulative Percent Revision of Primary Total Knee Replacement with Cementless Fixation.4. Australian Orthopaedic Association National Joint Replacement Registry. Annual Report. Adelaide. AOA 2015: Table KT10 Cumulative Percent Revision of Primary Total Knee Replacement with Hybrid Fixation.5. Select variants per 2015 Swedish National Registry disponíveis em http://myknee.se/en/ (pp. 42-43).6. Baker, P.N., et al. The effect of surgical factors on early patient-reported outcome measures (PROMs) following total knee replacement. J Bone Joint Surg Br. 2012;94:1058.7. As Latest ODEP ratings encontram-se em http://www.odep.org.uk.8. 2015 Sales data disponíveis na Zimmer Biomet.9. Pesquisa no EMBASE: «NexGen» E «Knee».

Salvo indicação em contrário, todo o conteúdo e as marcas comerciais neste documento são propriedade da Zimmer Biomet ou de suas afiliadas; não é permitido redistribuir, duplicar ou divulgar, no todo ou em parte, sem o expresso consentimento, por escrito, da Zimmer Biomet. Este material se destina a profissionais da saúde. A distribuição a qualquer outro destinatário é proibida. Não se destina a distribuição na França. Verifique as liberações do produto por país e consulte as instruções de uso específicas do produto. Para informações completas do produto, inclusive indicações, contraindicações, advertências, precauções e potenciais efeitos adversos, consulte a bula.

©2016 Zimmer Biomet

Comprovado.

Para mais informações, entre em contato com seu representante de vendas da Zimmer Biomet ou visite zimmerbiomet.com

O sistema de joelho total mais amplamente utilizado e clinicamente comprovado do mundo.

0813.1-GLBL-pt-REV0816

EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

Dr. Robinson Esteves Santos PiresGestão 2017

O inimigo silenciosoPrezados colegas ortopedistas,

Quando a atual diretoria da SBOT MINAS reuniu-se para a definição das diretrizes que norteariam a gestão, uma das principais demandas era a orientação ao ortopedista sobre os riscos da exposição à radiação e a busca por remuneração diferenciada por conta desse risco.

Há estudos demonstrando relação direta entre exposição à radiação e o desenvolvimento de neoplasias. Nós, cirurgiões expostos à radiação, possuímos um risco cinco vezes maior de desenvolvermos câncer que a população não exposta (Mastrangelo G et al. Occup Med. 2005;55:498-500).

No entanto, o problema é ainda maior se pensarmos que estamos expostos à radiação ionizante em situações do dia a dia. A dose de radiação da iluminação natural é de 0,01mSv/dia. A dose de radiação dos raios cósmicos em voos com altitude elevada é de 0,01mSv/hora, sem contar no scanner do aeroporto, cuja dose é de 0,05mSv. Em última análise, estamos constantemente sendo expostos à radiação ionizante.

Pois bem, fez-se necessária a realização de um estudo transversal para diagnosticarmos o conhecimento dos ortopedistas sobre aspectos importantes como posicionamento seguro do arco-C, distância de segurança do tubo, dose anual de radiação recebida capaz de gerar efeito somático, áreas do corpo com maior risco, período da ges-tação com maior risco de exposição do feto à radiação, tipo de arco-C que mais expõe o cirurgião e o auxiliar à radiação, frequência do uso de equipamentos de proteção contra a radiação, utilização do dosímetro, incidência de lombalgia relacionada com o uso de aventais de chumbo, além de curiosidades como a influência da radiação na determinação do gênero dos filhos dos ortopedistas expostos. Durante o XXIII Congresso Brasileiro de Trau-ma Ortopédico, realizado em maio de 2017, na cidade de Brasília, 257 ortopedistas responderam os questionários com perguntas abordando as questões supracitadas e as respostas receberam tratamento estatístico.

Os resultados do estudo demonstraram que o ortopedista necessita, urgentemente, receber orientações quanto a aspectos básicos de segurança e à necessidade da utilização de equipamentos de proteção contra a radiação.

A incidência de lombalgia relacionada com uso de aventais de chumbo por mais de 10 horas semanais é de 52% (Brian Moore. The Relationship Between Back Pain and Lead Apron Use in Radiologists. AJR. 1992). Em nosso meio, com aventais extremamente pesados e desconfortáveis, em péssimo estado de conservação, a incidência é ainda maior.

A situação é mais preocupante porque, além de diariamente expostos, não documentamos a exposição à radia-ção com o uso dos dosímetros, o que pode impactar diretamente nossas questões trabalhistas.

Temos que dar um basta nessa situação. A SBOT MINAS está preparando uma aula-padrão que será ministra-da nos cursos e simpósios oficiais da Sociedade, orientando os ortopedistas quanto aos aspectos de segurança na sala de cirurgia, especialmente relacionados com o uso correto do intensificador de imagem e dos equipamentos de proteção individual. Os resultados da pesquisa serão disponibilizados à SBOT nacional para que as orientações se multipliquem e que possamos dar a real importância à nossa proteção contra esse “inimigo silencioso”.

Adicionalmente, iniciamos uma ação junto às operadoras de planos de saúde ratificando a necessidade da in-corporação rotineira do código já existente na tabela CBHPM, que reconhece um pagamento para procedimentos cirúrgicos que envolvem exposição à radiação. Firmamos com o ortopedista mineiro um compromisso de busca por melhores condições de trabalho e remuneração justa. Como diz o ditado, compromisso é compromisso! Ha-veremos de cumprir, para o bem de toda classe.

Até breve!

Comissão de Interlocução com o SINMEDChristiano Esteves Simões | Rodrigo Santos Lazzarini

Comissão CientíficaTrauma: Nathan Oliveira Moreira Santos

Coluna: Bruno FontesOsteometabólica: Sérgio Nogueira Drumond Júnior

Pé e Tornozelo: Daniel Soares BaumfeldJoelho: Guilherme Moreira de Abreu e Silva

Ombro e Cotovelo: Lucas Braga Jacques GonçalvesCirurgia da mão: Gustavo Pacheco Martins Ferreira

Alongamento e Reconstrução: Henrique Carvalho de ResendeMedicina Esportiva: Rodrigo Otávio Dias de AraújoQuadril: Carlos Emílio Durães da Cunha Pereira

SeccionaisCoordenador Científico das Seccionais

Elmano de Araújo Loures

Diretor de Políticas Públicas das SeccionaisPaulo Henrique Lemos de Moraes

SulPresidente: Júlio César Falaschi Costa

Vice-Presidente: Eugênio César Mendes

SudoestePresidente: Anderson Amaral de Oliveira

Vice-Presidente: Tiago Rodrigues Calil

MetropolitanaPresidente: Marco Túlio Guimarães Leão

Vice-Presidente: Leonardo Marques Adami

LestePresidente: José Mauro Drumond Ramos

Vice-Presidente: Luiz Henrique Vilela

Zona da MataPresidente: Oseas Joaquim de OliveiraVice-presidente: Leonardo de Castro

NortePresidente: Lucas Carvalho

Vice-Presidente: Raphael Cândido Brandão

TriânguloPresidente: Fabiano Canto

Vice-Presidente: Anderson Dias

VertentesPresidente: Mauro Roberto Grissi Pissolati

Vice-Presidente: Leonardo Elias Esper

Av. Brasil, 916 s/603 - 6º andar - Funcionários CEP 30.140-001 - B. Hte. / MG Telefax: (31) 3273-3066

E-mail: [email protected] - www.sbot-mg.org.br

Diretoria

Presidente 2017 – Vice-Presidente 2018Robinson Esteves Santos Pires

Vice-Presidente 2017 - Presidente 2018Cristiano Magalhães Menezes

Secretário Geral: Antônio Tufi Neder FilhoTesoureiro Geral: Matheus Braga Jacques Gonçalves

Secretário Adjunto: Rodrigo Barreiros VieiraTesoureiro Adjunto: Roberto Zambelli Almeida Pinto

Coordenador Científico: Túlio Vinícius Oliveira CamposEditor-Chefe da Revista Mineira de Ortopedia:

Marco Antônio de Castro VeadoRevisor da revista SBOT MINAS:

Arnóbio Moreira Félix

Conselho Fiscal: Fábio Ribeiro Baião | José Carlos Souza Vilela

Petrônnius Mônico de Rezende

Comissão de Ex-Presidentes:Wilel Almeida Benevides | Wagner Nogueira da Silva

Ildeu Afonso Almeida Filho | Carlos César Vassalo Marco Túlio Lopes Caldas

DelegadosElmano de Araújo Loures | Francisco Carlos Salles Nogueira

Gilberto Francisco Brandão | Glaydson Gomes GodinhoIldeu Afonso Almeida Filho | Marcelo Back Sternick

Marco Antônio de Castro Veado | Marco Túlio Lopes Caldas Valdeci Manoel de Oliveira | Wagner Nogueira da Silva

Comissão de Ensino e TreinamentoPresidente 2017: Wither de Souza Gama Filho

Membro Consultor: Túlio Vinícius Oliveira Campos

Membros:Leonardo Pelucci Machado | Alessandro Cordoval

Egídio Oliveira Santana Junior | Guilherme Barbosa MoreiraHenrique Carvalho de Resende | Marcelo Mendes FerreiraLucas Amaral dos Santos | Lucas da Silveira Guerra Lages

Carlos Mourão | Heraldo Barbosa CarlosGustavus Lemos Ribeiro Melo | Hugo Bertani Dressler

André Couto Godinho | Jader de Andrade NetoMarcos Antônio Ribeiro Mendes | Kleber Miranda Linhares

Comissão de Educação ContinuadaAntônio Augusto Guimarães Barros | Flávio Márcio Lago e Santos

Frederico Silva Pimenta | Gustavo Pacheco Martins FerreiraLincoln Paiva Costa | Saulo Garzedim Freire

Rodrigo D’Alessandro de Macedo | Lúcio Flávio Biondi Pinheiro Jr.

Comissão de Comunicação e MarketingEduardo Frois Temponi | Otaviano Oliveira Junior

Comissão de Políticas PúblicasAgnus Welerson Vieira | Guilherme Zanini Rocha

Hudson César José Vieira | Márcio Gholmie LabriolaMiller Gomes de Assis

Comissão de Defesa ProfissionalEduardo Luiz Nogueira Gonçalves | Philipe Maia

Rodrigo Galinari da Costa Faria

Comissão de Benefícios e PrevidênciaEgídio Oliveira Santana Junior | Roberto Garcia

Comissão de Controle de MateriaisFrederico de Souza Ferreira | Petrônnius Mônico de Rezende

Comissão de Tecnologia da InformaçãoThiago Ildefonso Dornellas Torres | Eduardo Frois Temponi

Antônio Augusto Guimarães Barros

JORNAL SBOT MINASEdição e Arte Final: Via Comunicação - Tel.: (31) 3291-1305

Fotolito/Impressão: Gráfica PremierPeriodicidade: trimestral | Tiragem: 1.500 exemplares

As informações da revista SBOT MINAS podem ser reproduzidas, desde que citadas as fontes.

ÍNDICE

07 | Opinião: Dr. Glaydson GodinhoNesta coluna nossos convidados falam sobre temas de interesse dos ortopedistas

08 | CBOT

11 | SeccionaisDr. Júlio Falaschi Costa (Seccional Sul)

12 | Memórias da Ortopedia Mineira

13 | Defesa ProfissionalDr. Leonardo Adami

14 | Maio AmareloEvento IMetodologia Científica

15 | Eventos IIPé DiabéticoSimpósio Márcio Ibrahim de Carvalho

16 | Evento IIICirurgia de MãoTrauma | JF

17 | Evento IVJornada - SBQArtroplastia do Joelho

18 | Como eu façoConheça a opinião de colegas sobre um mesmo procedimento. E você, como faria?

20 | Sugestão de Leitura

21 | FUTSBOT - Inscreva-se já!

22 | Meu hobbyDr. Rodrigo Lazzarini

Atualização científica: SBOT MINAS e Hexagon firmam parceria | 10

07

OPINIÃO

Ortopedista: o médico no meio de uma nação com feridas expostas.

“Nós temos que ser a mudança que queremos ver”

Dr. Glaydson Gomes GodinhouMestre e Doutor em Ortopedia

Colocar-se de pé a cada dia, ouvindo as mais recentes listas de criminosos que lesaram a sociedade brasileira. Deitar-se a cada noite em busca de notícias mais favoráveis e, novamente mais nomes, conhecidos ou não, mas que se uniram para destruir a economia, a segurança, a saúde e as regras de convivência moral em todo o país.

Se tudo isto dói muito e nos agride como cidadãos, maior ainda é a dor quando nos lembramos do nosso dia a dia limitado pela falta de recursos, cobrados por todos os setores como se fôssemos nós médicos os gestores de todo o sis-tema de saúde e, colocados na linha de frente de uma guerra social crescente. Mas dói muito, quando vemos médicos de reconhecida capacidade técnica e administrativa deixarem que seu lado imoral e ganancioso domine os mais sa-grados deveres da profissão, levando-os para o lado daqueles que roubam, dilapidam os meios de assistência médica, social e educacional, levando à morte diretamente pela falta de assistência médica ou pela devastadora violência, que é fruto da falta da educação, milhares de pessoas, muitas delas em plena construção da vida.

O que fazer diante da formação profissional cada vez mais crítica, consequência do populismo Lulopetista que abriu milhares de escolas médicas com a mesma irresponsabilidade com que sempre iludiu as massas, trocando qua-lidade por quantidade para dizer à população que saúde é uma equação que se resolve enchendo o país de médicos, não importando de onde e de como vêm? Distribuir “médicos” como se distribui bolsas-famílias e outras migalhas de ilusão social?

Se o cenário sangrante da nossa sociedade é este, vamos fazer valer o nosso compromisso de vida como cidadãos e médicos. A mudança tem que começar agora e tem que começar a partir de cada um de nós, de cada lar, de cada escola médica e dos centros de especialização médica. Não vamos esperar pela mudança que vem de fora para dentro, ela tem que sair a partir das nossas ações, do nosso compromisso com nossas futuras gerações, construindo uma sociedade digna, honrada, crítica, sem esquecer os erros e crimes do passado, especialmente do passado recente que levaram nosso país ao caos socioeconômico.

É preciso sair da estagnação para a qual somos tentados quando as frustrações diárias nos batem à cara. É pre-ciso convocar nossos pares para criarmos em torno de nós médicos um exemplo a ser seguido de união, de esforço coletivo pelo bem comum e de ações dignas que nos permitam excluir do nosso meio, aquele cuja opção pelo crime venham macular a imagem institucional da nossa profissão.

É preciso sim, apoiarmos lideranças políticas exemplares, como já citado em edição anterior deste jornal, servindo de exemplo para o surgimento de novos líderes para a medicina e, em consequência, para a sociedade, que precisa acreditar em nós, precisa também ser reeducada em seus valores que, tão facilmente, foram deturpados pela volúpia do poder e da vantagem a qualquer custo ensinada nos últimos anos. A mesma doutrina que contrapõe empregados a enxergarem seus patrões como inimigos e pacientes como adversários de médicos, prontos para a denúncia pura, cruel e gratuita dada pela conhecida justiça gratuita que é outra aberração brasileira.

Vamos apoiar e cobrar da nossa representação mais legítima que é a SBOT, o seu posicionamento em defesa do médico, em defesa do profissional que luta nos mais longínquos rincões dos centros de excelência, servindo esta ex-pressão apenas para definir a distância assistencial porque estes “rincões” estão aqui mesmo, bem no centro das maio-res capitais do país, totalmente desmantelados e, às vezes, até mesmo dilapidados por administradores desonestos.

É preciso ter uma SBOT infiltrada nesta nova sociedade brasileira, que nasce de um símbolo chamado Sérgio Moro e dos chamados “meninos promotores” por um ministro Gilmar Mendes que mais se julga Deus ao se justificar “nós somos o Supremo”, odiando os novos e honrados membros do judiciário. Sejamos esta nova mensagem, este novo exemplo e nossa instituição honrada haverá de ser sempre a SBOT.

Sigamos o ensinamento de Ghandi: “nós temos de ser a mudança que queremos ver”.

08

Em novembro, você tem um encontro marcado com a Ortopedia Brasileira

Dr. Michael J. Gardner - Considerado um dos maiores expoentes do Trauma Orto-pédico mundial. É professor de Cirurgia Ortopédica na Universidade de Stanford, na Califórnia/EUA, chefe do Serviço do Trauma e vice-presidente no Departamento de Cirurgia Ortopédica da mesma instituição. Mais informações: https://goo.gl/QsPRmD .

Dr. William Bugbee - Cirurgião ortopédico e referência no estudo da cartilagem na Orto-pedia. É membro de diversas sociedades, incluindo a AAOS. Foi chefe cirurgião de Artrite e Reconstrução Conjunta e diretor do Programa de Transplante de Cartilagem na Univer-

sity of California, San Diego (UCSD/EUA). Mais informações: www.drbugbee.com

Dr. Gilles Walch - Lyon, França. É uma das maiores experiências mundiais em Artro-plastia Reversa e Cirurgia de Latarjet. Possui mais de 300 publicações na França e em outros países. Já ministrou mais de 500 palestras. Nos últimos 20 anos, tem concentra-do seu trabalho exclusivamente em cirurgia e artroscopia do ombro com instabilidade, ruptura do manguito rotador e artroplastia do ombro. Mais informações: http://www.lafosseshoulder-annecy.com/faculties/gilles-walch/

Dr. Mark W. Pagnano - Especialista em cirurgia de próteses e artroplas-tias de quadril e joelho. Atua em Rochester, Minnesota/EUA.

Presenças já confirmadas

A

09

A Comissão Organizadora do 49º CBOT está agilizando todos os preparativos do maior evento da Ortopedia do país, marcado para 15 a 18 de novembro, no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia (CCGO), em Goiás, considerado um dos melhores do Brasil e um dos mais modernos da América Latina.

De acordo com o presidente da Comissão Científica, Dr. Marco An-tônio Percope, os trabalhos estão bem adiantados e tudo está sendo cuidadosamente planejado para re-ceber todos os colegas ortopedistas e suas respectivas famílias.

O CCGO está localizado no coração de Goiânia, com várias vias de acesso e próximo a hotéis, restaurantes, rede bancária e di-versos estabelecimentos comer-ciais. O empreendimento em si impressiona todo visitante pela sua beleza e espaço. São mais de 51 mil metros quadrados de área construída - toda climatizada - para todo o tipo de evento.

“Nossa expectativa é de que 4 mil ortopedistas participem do evento. Por isso mesmo, estamos tomando todo o cuidado para que tudo saia perfeito - da recepção, passando pela grade científica, à

Em novembro, você tem um encontro marcado com a Ortopedia Brasileira

Inscrições abertas no site cbot2017.com.br

R$ 1.200,00 para sócios quitesR$ 2.290,00 para sócios não quites

Até 31 de outubroR$ 860,00 para sócios quitesR$ 1.620,00 para sócios não quites

R$ 280,00 para graduandos e residentes (preço único)

Até 30 de junhoR$ 660,00 para sócios quitesR$ 1.010,00 para sócios não quites

Valores:

No evento

programação social”, destaca.Com relação ao temário do

evento, acrescenta o presidente da Comissão Científica, irá en-globar assuntos de interesse de todas as especialidades da Orto-pedia e da Traumatologia, com destaque para temas relacionados à medicina esportiva, quadril, co-luna, mão, ombro e a outras su-bespecialidades”.

Presenças - “Nossa maior preo-cupação é oferecer ao colega con-gressista uma grade científica que contemple todos os interesses dos participantes. Nesse sentido, es-tamos convidando as maiores au-toridades em cada assunto. Além de médicos de referência nacional e de representantes de diversas sociedades latino-americanas de Ortopedia e Traumatologia, o 49º CBOT também vai receber repre-sentantes de Portugal, convida-dos para proferirem conferências para os colegas congressistas, e, também, dos Estados Unidos e da França, como os colegas Gilles Walch, Mark Pagnano, Michael Gardner e William Bugbee.

Assim, conclui, “convidamos todos a participar desse grande evento da ortopedia brasileira”.

Estamos

preparando uma

grande festa para os

colegas ortopedistas

e suas respectivas

famílias

Dr. Marco Antônio Percope

10

Projeto Vias de Acesso

Tendo como objetivo proporcionar ao associado a melhor atualização científica em Ortopedia, a nova di-retoria da SBOT MINAS fechou uma parceria com a Hexagon para disponibilizar vídeos científicos para o colega ortopedista, associado à SBOT.

O Projeto só foi possível graças ao patrocínio da Hexagon, através do gerente geral da empresa, Paulo Rigolo, e da Stereoworks, responsável pela filmagens, feitas em 3D, das cirurgias realizadas pelo grupo de or-topedistas mineiros que participaram desta iniciativa, incluindo o presidente da SBOT MINAS, Dr. Robinson Esteves, e os colegas Matheus Jacques, Antônio Tufi, Lucas Jacques, Roberto Zambelli e Daniel Baumfeld.

Os procedimentos foram realizados no IRCAD, lo-calizado na cidade de Barretos, interior de São Paulo, considerado o maior centro de treinamento em cirurgia minimamente invasiva/endoscópica da América Latina.

Foram feitos 22 vídeos (12 em 3D e 10 em HD) de vias de acesso cirúrgico em peças anatômicas de mem-bros superiores e inferiores.

De acordo com o Dr. Robinson Esteves, o IRCAD é um dos melhores locais do mundo para este propósito. Trata-se de projeto inovador que viabilizará ao orto-pedista, que é sócio quite da SBOT, a oportunidade de visibilizar qualquer das 22 vias de acesso para o trata-mento de fraturas. “No momento estamos trabalhando na edição dos vídeos, que serão disponibilizados aos as-sociados no segundo semestre de 2017”.

SBOT MINAS f irma parceria com Hexagonpara f i lmagem de procedimentos cirúrgicos no IRCAD

IRCAD - alta tecnologia

Participantes do projeto Vias de Acesso

11

Seccionaisquem é quem

O trabalho do ortopedista no interior mineiro

Para o Dr. Júlio Falaschi, “o tema é amplo e complexo, pois temos cidades de pequeno, médio e grande porte, com suas respectivas infraestruturas, poder econômico e nível so-cial, que fazem toda a diferença no atendimento ao paciente. Quanto menor a cidade e mais longe for dos grandes centros, menores são os importantes recursos hospitalares, o que difi-culta o tratamento de pacientes graves, ou que necessitam de atendimento multidisciplinar”. Para ter ideia dessa realidade, informa, “Minas Gerais tem 853 municípios, sendo que 666 deles têm menos de 20 mil habitantes. Dos outros, 117 mu-nicípios têm entre 20 mil e 50 mil habitantes, 38 municípios têm entre 50 mil e 100 mil habitantes, 19 municípios - entre 100 mil e 200 mil habitantes, 9 municípios têm entre 200 mil e 500 mil habitantes e apenas quatro municípios têm acima de 500 mil habitantes. Em contrapartida somos aproxima-damente 1.300 ortopedistas associados à SBOT MINAS, divididos muito desigualmente, pois estamos concentrados nos municípios de médio e grande porte, fazendo com que surjam cidades polo e cidades satélites.”

Os hospitais são a base de tudo na ortopedia e trauma-tologia, acrescenta, chamando a atenção para o fato de que “são eles que nos permitem ou não, alçar voos no que tange à grande gama de procedimentos envolvidos em nossa im-portante especialidade, procedimentos estes que vão desde pequenos atos cirúrgicos eletivos, como uma ressecção de cistos, pequenos tumores, dedos em gatilho, correções de algumas deformidades congênitas ou adquiridas, passando por cirurgias de médio porte, até chegar às cirurgias de ur-gência, de grande porte e de alta complexidade. A atual crise econômica e política do país tem agravado esse quadro, refle-tindo diretamente nos serviços hospitalares de todo o estado mas com consequências mais danosas para o interior. Com isso, são muitas as dificuldades encontradas para exercermos nossa especialidade: falta de materiais, muitas vezes básicos, falta de medicamentos e dificuldade na reposição de órteses, próteses e materiais especiais, principalmente devido ao não pagamento dos fornecedores. Em consequência, forma-se um ciclo vicioso, com suspensão de cirurgias, aumento da fila de pacientes que precisam das mesmas, desativação de

Para saber sobre esse assunto, o jornal SBOT MINAS entrevistou o Dr. Júlio César Falaschi Costa,

presidente da Seccional Sul da Regional mineira da SBOT.

Prós e contras

leitos e salas de procedimentos, com grave repercussão na saúde pública”.

De acordo com o Dr. Júlio Falaschi, “a grande maioria dos ortopedistas do interior do estado é generalista, mas muitos desenvolvem também uma predileção para uma ou outra subespecialidade, aumentando, assim, sua capacidade reso-lutiva. Muitos participam de congressos, cursos, jornadas de atualização, mas esbarram, na maioria das vezes, na falta de recursos municipais e hospitalares para porem em prática tudo que aprenderam, somando-se ainda a certas barreiras impostas por convênios e planos de saúde”. Outra dificulda-de frequente, acrescenta, é a falta de outro colega ortopedista que possa auxiliá-lo nas cirurgias, bem como trocar ideias sobre a melhor conduta a ser tomada.

Fazendo aqui uma analogia, os economistas brasilei-ros são muito valorizados no exterior, pois são, frequente-mente, deparados com crises econômicas de vários tipos e tamanhos. Com isso, possuem uma experiência ímpar para solucioná-las, ficando experts em crises. Da mesma forma, ressalta, o ortopedista do interior é expert em adaptar so-luções para os muitos problemas que deparam no dia a dia.

Apesar de todas essas dificuldades, morar no interior tem muitas vantagens, destaca o Dr. Júlio Falaschi. Uma delas, aponta, é o aprofundamento da relação médico/paciente. Segundo ele, “nas cidades do interior a área geográfica é me-nor. Assim, as famílias se conhecem e, frequentemente, você esbarra com seu paciente em um momento de lazer. E nada melhor do que você ouvir “olha doutor foi ótimo o seu tra-tamento, estou bem melhor”, caso contrário a notícia corre rápida. Por isso, a relação médico-paciente tende a tornar-se mais pessoal. Além disso, não temos trânsito, não temos fi-las, nossas cidades são mais seguras, nossa mobilidade urba-na é fantástica, com isso ganhamos tempo de vida, podemos fazer academia ou jogar um tênis antes do trabalho, almoçar em casa com a família e ter um tempo livre no final do dia para estudar uma língua, ler artigos nas revistas, ler um bom livro, abrir uma garrafa de vinho, ver o jornal nacional ... e, brincando, destaca: é melhor eu parar por aqui senão o pes-soal da capital vai ficar com inveja”.

12

Primeiro vídeo já no YouTube

história da formação do grupo Or-topédico, desde os seus primórdios, a relação com a Ortopedia em Belo Horizonte na época, a experiência institucional (SBOT e Regional), incluindo os congressos mineiros de ortopedia, atividades científicas, residência e fatos curiosos do grupo.

Para o Dr. Marcelo Sternick, “esse primeiro encontro reafirma a importância do projeto Memó-rias da Ortopedia Mineira, que dá

continuidade ao livro Ortopedia das Gerais, que publicamos em 2008, quando eu era presidente da SBOT MINAS”.

O próximo encontro será no dia 04 de julho, no Hospital Felício Ro-cho, cujo Serviço de Ortopedia é também referência nacional.

Para acessar o primeiro e os de-mais programas a serem disponibi-lizados sistematicamente, click em https://youtu.be/Zc8xpoQjwss .

Durante o encontro, a história do Hospital Ortopédico foi resgatada para a posteridade

Representantes do Hospital Ortopédico e diretores da SBOT MINAS

OO vídeo do primeiro encontro do projeto Memórias da Ortopedia Mi-neira já pode ser acessado no canal Youtube. O programa foi gravado no último dia 04 de abril, no Hospi-tal Ortopédico, instituição escolhi-da para inaugurar o projeto por sua referência e tradição na área.

O programa foi coordenado pe-los colegas Marcelo Sternick e Mar-co Antônio de Castro Veado, que entrevistaram os representantes e dirigentes do Hospital Ortopédico, Ângelo Paolucci, Arlindo Pardini, José Márcio Gonçalves de Souza, Nelson Baisi, Sérgio Drumond e Ro-berto Sakamoto Falcon, que foram homenageados pela SBOT MINAS com uma placa pelos seus valoro-sos serviços prestados à Ortopedia mineira, entregue pelo presidente e vice-presidente da regional mineira, respectivamente, Dr. Robinson Es-teves e Dr. Cristiano Menezes.

De acordo com o Dr. Marcelo Sternick, o projeto tem como pro-pósito resgatar a história da espe-cialidade a partir de entrevistas com os pioneiros da Ortopedia mi-neira de diversos serviços e dispo-nibilizá-las no canal da SBOT MI-NAS no Youtube.

O primeiro programa enfoca o Hospital Ortopédico, uma das ins-tituições mais conceituadas do país. Através de depoimentos e relatos dos entrevistados, o vídeo conta a

13

Defesa profissional

Há décadas o curso de Medicina é um dos mais concorridos nos vesti-bulares do país, o que demonstra um grande interesse pela profissão e, prin-cipalmente, por um mercado de traba-lho sempre aquecido. Segundo o Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, a Medicina está em primeiro lugar entre as 48 melhores profissões de nível superior. De acordo com o vi-ce-presidente da Seccional Metropoli-tana da SBOT MINAS, Dr. Leonardo Adami, a Medicina oferece um grande mercado em suas mais de 50 especiali-dades, dentre elas a Ortopedia.

Segundo informa, “vivemos em um país onde cerca de 70% da po-pulação depende do SUS e, princi-palmente em cidades do interior, o Sistema Único de Saúde é a melhor propaganda do ortopedista recém-chegado. Porém, o atendimento am-bulatorial eletivo pelo SUS tem suas particularidades em cada município, mas o que vejo na maioria das vezes é a baixa remuneração e as péssimas condições de trabalho”.

Para o Dr. Adami, que é também diretor técnico e coordenador do Ser-viço de Ortopedia do Pronto atendi-mento da Unimed em Conselheiro Lafaiete, o mercado é vasto em um país onde a demanda por um aten-dimento ortopédico aumenta siste-maticamente em função do crescente número de acidentes, principalmente com motos. Nesse sentido, o plantão em Ortopedia é uma rotina na vida da maioria dos colegas, seja nos hospi-tais privados, públicos ou mistos.

Neste mercado sempre aquecido e com forte demanda reprimida, “com a crise econômica, as condições de trabalho nos hospitais públicos pio-raram muito. Esta piora, inclusive, levou o CRMMG a publicar uma nota dirigida à sociedade, no último dia 07 de abril, com todas as instituições de saúde com dificuldades de aten-dimento em Minas Gerais. Somado a esta situação, o já baixo honorário médico não acompanha os índices in-flacionários, em contraponto também ao aumento do rol de procedimentos cobertos pelas cooperativas médicas (exigidos pela ANS). De acordo com o Dr. Adami, há mais de 10 anos a Tabela do SUS não tem reajuste. Por outro lado, em média, os planos de saúde pagam de 3 a 10 vezes mais que o SUS, dependendo da cirurgia, do plano e da acomodação do paciente.

Para reverter essa situação, a clas-se médica deveria se unir em defesa de seus interesses. Dentro dessa luta, ressalta, “as Sociedades e Sindicatos Médicos deveriam ter políticas de pu-blicidade voltadas a informar à popu-lação os honorários pagos aos médi-cos, pelo SUS. Sempre que pergunto aos meus pacientes quanto acham que recebo para operar, por exemplo, uma fratura distal do rádio pelo SUS, me respondem, uns R$ 2.000,00, ‘né Dou-tor`. Quando falo que recebo cerca de R$ 54,00, todos acham um absurdo”.

A exemplo de Conselheiro Lafaie-te, que conseguiu um incremento de 150% nas cirurgias eletivas pelo SUS, outros municípios têm fechado acor-

dos também, acrescenta, observando ainda que independentemente da re-muneração, “como médicos, temos o dever de prestar o melhor atendimen-to ao paciente do SUS que, inclusive, não tem acesso aos mesmos materiais oferecidos pelos planos de saúde.

Só lembrando, completa, “desde janeiro de 2017, a tabela usada para pacientes da UNIMED INTERCÂM-BIO é a CBHPM 2015, com 15% de redutor. Houve um aumento nos honorários dos procedimentos e os colegas devem conferir se esses ho-norários estão sendo repassados in-tegralmente por sua cooperativa. Em abril de 2015, o Ministério da Saúde publicou ainda a Portaria nº 288, es-pecífica para cirurgias ortopédicas com vários procedimentos. Desta forma, o colega ortopedista consegue receber todos os procedimentos reali-zados: 04.15.02.006-9 – Procedimen-tos Sequenciais em Ortopedia.

Esta Portaria permite a inclusão de um procedimento principal e até mais quatro sequenciais, por exemplo, na ci-rurgia principal de reconstrução do LCA, pode-se cobrar sequencialmente (se for também realizado) Reconstrução do LCP, Reconstrução extra-articular do jo-elho, Meniscectomia, Transposição mio-tendinosa, Osteotomia de ossos longos.

Segundo o Dr. Adami, todos os pro-cedimentos principais e sequenciais podem ser consultados no link: ftp://ftp.saude.sp.gov.br/ftpsessp/bibliote/informe_eletronico/2015/iels.abr.15/iels62/U_PT-MS-SAS-288_010415.pdf .

Mercado de trabalho médico

Dr. Leonardo AdamiVice-presidente da Seccional Metropolitana da SBOT MINAS

Diretor técnico e coordenador do Serviço de Ortopedia do Pronto Atendimento da Unimed / Conselheiro Lafaiete

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As mortes causadas por acidentes de trânsito no Brasil trazem tragédias para muitas famílias, além de sequelas graves para as suas vítimas. O número de óbitos é mais elevado do que o das guerras atu-ais ao redor do mundo. Como compara-ção, somente em 2015, foram mortos 43 mil brasileiros em acidentes de trânsito, contra mais de 55 mil mortes verificadas no mesmo período na Síria, país que vive um dos conflitos mais violentos da história da humanidade (Dados do Ob-servatório Sírio dos Direitos Humanos).

Diante desse quadro, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatolo-gia - SBOT participou no mês de maio dessa importante conscientização, dis-tribuindo milhares de pequenos laços amarelos aos seus 12.000 ortopedistas associados para serem usados na lapela durante todo o período. A iniciativa in-tegrou o movimento iniciado pela ONU que, com a campanha Maio Amarelo, pretende reduzir durante esta década pela metade, em todo o mundo, o total de mortes causadas por acidentes de trânsito, que sobem a 1,3 milhão a cada ano, às quais se somam 40 milhões de ví-timas não fatais em todo o mundo, cujo atendimento e recuperação, é missão que envolve justamente os ortopedistas.

Segundo dados do Ministério da Saúde (DATASUS), em 2013, Minas Ge-rais registrou 4.243 óbitos em decorrên-cia dos acidentes no trânsito. Em 2014 esse número saltou para 4.396, caindo para 3.899, em 2015. Apesar da queda, um número ainda bastante elevado.

Para o presidente da Sociedade Bra-sileira de Ortopedia e Traumatologia

SBOT participa do projeto Maio Amarelo da ONU para reduzir acidentes no trânsito

- Regional Minas Gerais, Dr. Robinson Esteves, a prevenção de acidentes é o fator mais importante, uma vez que as sequelas físicas e psicológicas de um aci-dente grave são, quase em sua totalida-de, irreparáveis.

De acordo com o presidente da SBOT nacional, Dr. João Maurício Barreto, esta não é a primeira vez que a entidade se associa à campanha da Organização das Nações Unidas. Ele recorda que no passado coube à SBOT a liderança da campanha por um trans-porte seguro de crianças e, também, por iniciativa da entidade, foi instituído o uso obrigatório do capacete para os motociclistas brasileiros.

“No Brasil as estatísticas indicam que superamos a marca de 43.000 mortes anuais no trânsito em 2.015”, salienta o ortopedista, destacando que este foi o quarto pior resultado entre os países do mundo. Embora esse número já seja impressionante, ele diz que a população em geral não leva em conta outro pro-blema gravíssimo - o custo das cirur-gias reparadoras e das amputações que muitas vezes são necessárias. Temos que acrescentar ainda o longo tempo de re-cuperação e sofrimento do acidentado e o prejuízo das famílias que, por meses e até anos, ficam privadas do dinheiro que a vítima deixa de ganhar enquanto não volta a ter condições de trabalhar.”

Dados do Ministério da Saúde regis-tram que até 70% dos Serviços de Emer-gência do Brasil são ocupados por víti-mas de acidentes de trânsito. De acordo com os estudos, o atendimento a esses pacientes custa 2% do PIB brasileiro.

2º Módulo de Treinamento de Residentes realizado pela CET da SBOT MINAS

MetodologiacientíficaCurso de revisão

sistemática e meta análise

A SBOT realizou nos dias 23 e 24 de junho, no auditó-rio do hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, o curso de metodologia científica - REVI-SÃO SISTEMÁTICA E META ANÁLISE. O evento foi ide-alizado pelo Dr. César Fonte-nelle, presidente da Comissão de Educação Continuada da SBOT Nacional, e ministrado pelo prof. Daniel Umpierre do Rio Grande do Sul, considera-do uma das maiores autorida-des do Brasil em medicina ba-seada em evidências.

A organização local ficou a cargo da SBOT MINAS e foi coordenada pelos doutores Robinson Esteves e Roberto Zambelli.

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Grupo do Pé Diabético do Mater Dei realiza evento em BH

Simpósio Márcio Ibrahim de Carvalho

A Rede Mater Dei de Saúde, em conjunto com o seu Centro Avançado no Cuidado de Feridas, coordenado pelo ortopedista Roberto Zambelli, realizou nos dias 2 e 3 de junho, em seu auditó-rio, em Belo Horizonte, o Simpósio do Pé Diabético - Edição 2017, em comemoração aos dez anos do Grupo Multidisciplinar do Pé Diabético do Mater Dei.

O evento gratuito reuniu mais de 250 pessoas, entre médicos de diversas especialidades, estudantes, profissionais de enfermagem e outras áreas relacionadas, no Auditório do Hospital do Mater Dei, para uma rica discussão sobre o assunto.

Dividido em três módulos: diagnóstico, tratamento e preven-ção, o evento abordou temas relevantes como: O impacto do pé diabético na qualidade de vida do paciente diabético; O papel da investigação por imagem no Pé Diabético; Como definir o nível de amputação ideal? Existem marcadores confiáveis?; e Salvamento e Reconstrução no Pé Diabético infectado grave.

Entre os palestrantes, o destaque ficou para a participação dos doutores Alexandre Godoy (USP/SP), Ana Lucia Munhoz (USP/SP), José da Mota Neto (UFJF) e Márcio Figueiredo (FAMERP), que compartilharam suas experiências e desafios com tratamento do Pé Diabético.

Outro destaque foi a homenagem feita ao ortopedista Fernan-do Araújo Silva Lopes, um dos fundadores do Grupo Multidisci-plinar do Pé Diabético, referência nesta área.

De acordo com o Dr. Roberto Zambelli, “o Simpósio foi uma oportunidade de todos aprimorarem seus conhecimentos e, assim, termos uma classe médica ainda mais preparada para lidar com pacientes que possuam o Pé Diabético”.Dr. Roberto Zambelli

Drs. Breno Figueiredo, Jorge Menezes, Fernando Lopes, José Mariano e Roberto Zambelli

Fotos Eugênio Gurgel

Participaram do evento 117 colegas e, entre os pales-trantes convidados, estiveram presentes o Dr. Luiz An-tonio Munhoz da Cunha (Presidente da SBOT 2016); a Dra. Bárbara Campolina Carvalho Silva (endocrino-logista do HFR); o Dr. Lucas Leonardo de Castro Bor-ges (reumatologista do HFR); a professora Ana Lúcia Almeida Gazzola (Ex-Reitora da UFMG e Ex-Secretá-ria da Educação de MG); e o homenageado, Dr. Márcio Ibrahim de Carvalho, que falou sobre “os 60 anos da Or-topedia do Hospital Felício Rocho”.

O Serviço de Ortopedia do Hospital Felício Rocho realizou nos dias 2 e 3 de junho, no Núcleo de Ciências do referido hospital, o VIII Simpósio Márcio Ibrahim de Carvalho. O evento, já tradicional, teve como presiden-te o Dr. Pedro José Pires Neto e como vice-presidente o Dr. Robinson Esteves (presidente da SBOT MINAS). No temário “As inovações do Serviço de Ortopedia da Instituição”.

De acordo com o Dr. Pedro Pires, todas as áreas da Ortopedia foram contempladas, cada uma apresentando o que tem inovado em suas respectivas áreas de atuação, como Frozen Bone, WALANT, artroplastias do ombro, quadril e tornozelo, alongamento ósseo, preservação dos meniscos, reparação da cartilagem do joelho, Radioci-rurgia para a coluna, abordagem das metástases na co-luna, halux valgus, transferência livre do músculo grácil, mini-placas, estratégias nas fraturas metafisárias da tíbia e tratamento ortopédico da Paralisia Cerebral.

“Este ano o Serviço de Ortopedia do Hospital Felício Rocho completa 60 anos e nada melhor para comemo-rarmos esta data do que voltar às origens”, afirmou o pre-sidente do evento. As edições anteriores foram realizadas na histórica Tiradentes.

Dr. Márcio Ibrahim (centro) relatando os 60 anos da Ortopedia do Hospital Felício Rocho

SBOT MINAS e o Conselho Regional de Medicina/MG realizaram no dia 05 de maio, em Juiz de Fora, o Sim-pósio de Trauma, tendo como tema central “Atualização em Trauma Ortopédico”. Para falar sobre o assunto, foram convidados os colegas Paulo Roberto Barbosa, do Rio de Janeiro, e Pedro José Labronici, de Petrópolis/RJ.

À frente da organização do evento, o Dr. Robinson Esteves, presidente da SBOT MINAS, o Dr. Eduardo Gonçalves, Conselheiro do CRM-MG, e o Dr. Oséas Joaquim, de Juiz de Fora.

Na foto, os ortopedistas Jair Moreira e Elmano Loures, de Juiz de Fora, Pedro Labronici (Petrópolis), Paulo Barbosa (RJ), e João Wagner, Robinson Esteves, Eduardo Gonçalves, Ildeu Almeida e Rodrigo Garcia, de Belo Horizonte

ATrauma é tema de simpósio em Juiz de Fora

37°

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O 37º Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão reuniu cerca de 600 especialistas do país, em Belo Horizonte, para discutir os avanços da área. O encontro aconteceu entre os dias 30 de março e 1º de abril de 2017, no Ouro Minas Hotel. Na programação, os principais te-mas da especialidade, como as lesões do carpo, nervos e cotovelo.

Como novidade, o evento apresentou o curso sobre Ci-rurgia WALANT, realizado pela primeira vez na América do Sul e ministrado pelo Dr. Donald Lalonde, do Canadá. Esta técnica permite a realização de procedimentos cirúr-gicos com o paciente totalmente acordado, sob anestesia local, e sem a necessidade do uso de torniquete. Após o

cirurgia da mãoprocedimento o paciente é liberado para casa, não neces-sitando de internação.

De acordo com o Dr. Pedro Pires, à frente do evento, o congresso contou ainda com a presença do Dr. Graham King, também do Canadá, que falou sobre as doenças que acometem o cotovelo. Outro convidado estrangeiro foi o Dr. Marc Garcia-Elias, da Espanha. Ele será o próximo Presidente da Federação Internacional das Sociedades de Cirurgia da Mão.

“Garcia-Elias nos mostrou, de forma magnífica, a bio-mecânica da mais complexa articulação do corpo humano que é o carpo (punho)”, destaca o Dr. Pedro Pires.

O Congresso Brasileiro da SBCM (Sociedade Brasileira De Cirurgia da Mão) é o maior evento científico da espe-cialidade na América Latina.

“Apesar da instabilidade política e econômica que o Bra-sil ainda passa, as nossas metas foram superadas, tanto na participação dos patrocinadores que, mesmo num cenário econômico difícil, mantiveram a nossa parceria, quanto na forte presença dos congressistas”, observa.

“Para mim foi uma grande honra e uma enorme res-ponsabilidade presidir este evento”, afirmou o Dr. Pedro Pi-res, ao anunciar a próxima edição do Brasileiro de Cirurgia da Mão. O evento será realizado em Fortaleza, Ceará, entre os dias 16 e 18 de agosto de 2018. Assim, os colegas interes-sados já podem agendar esta data.

c o n g r e s s o

A

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Jornada Científica da SBQ

O Grupo de Cirurgia do Joelho da Rede Mater Dei de Saúde realizou no último dia 30 de março, mais um curso de atualização para residentes em formação em cirurgia do joelho (R4), desta vez sobre “Prevenção de erros do eixo nas artroplastias totais e critérios para cortes ósseos e balanço ligamentar”. O evento contou ainda com a participação de demais colegas e preceptores da instituição.

O assunto foi abordado pelos ortopedistas Marco Demange, da USP, e Marcelo Kubota, da Escola Paulista de Medicina, além do Dr. Lúcio Flávio Biondi Pinheiro Jr., de Belo Horizonte.

A coordenação foi do Dr. Marcos Henrique Cenni. Apoio da Johnson & Johnson.

Artroplastia total do Joelho

O encontro contou com a presença do professor e che-fe do Pronto Socorro da UNIFESP, Dr. Hélio Fernandes, e do professor da USP / Ribeirão Preto, Dr. Rogério Bitar. A abertura do evento foi feita pelo atual presidente da Regional Sudeste da SBQ, Dr. Carlos Emílio Durães, que passou, em seguida, a palavra para o presidente da SBOT MINAS, Dr. Robinson Esteves.

No temário, “fraturas atípicas do fêmur” proferida pelo Dr. Hélio Fernandes, “fratura da pelve e acetábulo - Fixação percutânea”, proferida pelo presidente da regional mineira, e “Artroplastia primária nas fraturas do acetábulo”, com o Dr. Gustavus Lemos. Constando ainda na programação as me-sas redondas “Fratura da pelve e acetábulo”, que teve como moderador o diretor científico da SBQ-Sudeste, Dr. André Gaudêncio, e como debatedores, os colegas Carlos Emílio Durães e Eduardo Tavares / Hospital Lifecenter, Marcos Thadeu / Santa Casa, e João Wagner / Hospital Mater Dei; e “Fratura do fêmur proximal” - que contou como moderador o Dr. Edson Barreto Paiva e como debatedores o vice-presi-dente da SBQ-Sudeste, Dr. Leonardo Brandão, o vice-presi-dente SBQ-Nacional, Dr. Guydo Marques, e os professores Hélio Fernandes e Rogério Bitar.

Nos últimos dias 23 e 24 de junho, a SBQ-Sudeste reali-zou mais uma reunião científica, desta vez, no Renaissance Work Center, em Belo Horizonte, com sete renomados con-vidados nacionais.

primeira reunião científica desse ano da Sociedade Brasileira de Quadril - Regional Sudeste reuniu, no último dia 23 de março, 92 especialistas no Hospital Mater Dei, para discutir o “trauma pélvico, acetabular e da re-gião proximal do fêmur”.

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Como eu faço

C o n d u t aq u a l s e r i a a s u a ?

Apresentação: Dr. Matheus Braga Jacques Goncalvesu Tesoureiro Geral da SBOT MINAS

CASO CLÍNICO

Paciente masculino, 20 anos, sofreu acidente de motocross.

Avaliado no PA com deformidade grosseira do joelho D, dor e incapa-cidade. Foram afastadas lesões neurovasculares e constatada fratura luxa-ção do joelho, ao exame radiográfico. Realizada redução incruenta na ur-gência e conseguida sua manutenção apenas com imobilização por brace.

Em seguida, a propedêutica foi estendida com exames de tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM). Definida a fratura do platô tibial classificada como Schatzker V ou Luo 2 colunas - lateral e posterior. Do ponto de vista ligamentar, a RM mostrou aparente avulsão óssea tibial do LCA e LCP inserido no fragmento ósseo póstero-medial. Observada ainda lesão do LCL e canto póstero-lateral, incluindo luxação da articulação tibio-fibular proximal, bem caracterizada na TC.

Qual a sua conduta para este caso agora?

Caso 01

Caso 02

Caso 03

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Dr. Marco Tú l io Ca ldasTrata-se de um caso de fratura-luxação e, como tal, significa que estamos frente a um trauma de alta

energia, com usual comprometimento de partes moles. A conduta inicial é a redução imediata seguida de uma imobilização segura. Sendo a redução estável, a utilização de um brace pode ser aceitável. Qualquer sinal de instabili-dade da redução é necessário uma imobilização mais rígida, ou seja, um fixador externo transarticular.

Enquadrar este caso pelas classificações tradicionais é mais difícil. A melhor classificação seria a de Luo (Tomográfica - 3 colunas), sendo identificado o comprometimento de duas colunas, lateral e posterior (póstero-medial).

O tratamento definitivo é cirúrgico e realizado dentro das primeiras duas semanas. Minha abordagem seria primeira-mente com o paciente em decúbito ventral, acesso posterior medial (Burks), que permitiria redução da coluna póstero-medial e fixação com placa de pequeno fragmento em T e parafusos de 3.5 mm. Ao se fixar este fragmento conseguiríamos restabelecer a tensão do LCP. Em pacientes mais magros é possível acessar a região póstero-lateral através deste acesso, o que poderia ajudar na redução do fragmento lateral (que não me parece ter grande deslocamento). A fixação neste ponto poderia ser com pequena placa semitubular. Na sequência, paciente seria colocado em decúbito dorsal e realizado acesso lateral para reparo das estruturas laterais e, se necessário, avaliar o fragmento lateral do platô. A seguir, pequena artrotomia medial para reinserção da avulsão do LCA, que poderia ser realizada com fios transósseos, pois o fragmento aparenta ser pequeno.

O paciente seria imobilizado com brace por três semanas, mas permitindo exercícios isométricos imediatos e mobiliza-ção ativa precoce. Muletas mantidas por pelo menos 10 a 12 semanas.

Trata-se de fratura do planalto tibial em jovem, cujo traço de fratura e subluxação na radiografia inicial permitem inferir um trauma de alta energia. A conduta na urgência seria a redução incruenta sob anestesia

e estabilização provisória com fixador externo transarticular. A tomografia computadorizada após a fixação externa possibilita o planejamento cirúrgico que no caso em questão tem

uma característica peculiar: a fratura acomete primordialmente a coluna posterior, como descrito em 2010 por Luo et al e, por isso, a redução e fixação por via posterior com o paciente em decúbito ventral seria minha escolha. A via de acesso descrita por Carlson preconiza a abordagem da fratura por acessos posteromedial e posterolateral. Por vezes, conseguimos posicionar uma ou duas placas em T de pequenos fragmentos. Deve-se ter cuidado para não colocar parafusos com com-primento excessivo, pois esses podem irritar estruturas da porção anterior da perna.

A reabilitação deve incluir exercícios para ganho de ADM, precocemente. O apoio é proscrito até a consolidação clí-nica e radiológica. Deve-se enfatizar o ganho de extensão, pois a manipulação do compartimento posterior pode gerar contratura em flexo. A RNM evidencia lesão do LCA e do LCL. Após a redução, o exame sob anestesia permite estimar a importância das lesões ligamentares. O LCP aparentemente íntegro, aderido a fragmento avulsionado, será fixado pela abordagem proposta.

Dr. Túlio Vinícius Campos

Em relação à conduta na urgência, caso não se mantenha a redução com o joelho em extensão, trata-se de uma indicação formal de estabilização provisória com fixador externo. Fato importante a se considerar é

que o traço de fratura principal está no plano coronal, e não no sagital, como de costume. Há alguns anos essa fratura era abordada com acesso anterior e o fragmento posteromedial consolidava em varo.

Neste caso temos um fragmento posteromedial grande, com uma cominuição posterolateral. Isto ocorre pelo maciço ósseo medial ser muito mais resistente que o lateral, que acaba formando uma fratura de padrão multifragmentar.

Minha indicação seria abordagem por via dupla posteromedial e posterolateral, descrita por Carlson. Inicialmente acesso posteromedial, redução da fratura tendo como referencia o fragmento distal, forçando a hiperextensão que facilita a redução, e fixação com placa de sustentação de pequenos fragmentos. Já no acesso posterolateral, faz-se a elevação do me-nisco lateral, que frequentemente já se apresenta luxado, para visibilizar a superfície articular. Como neste compartimento há cominuição do platô, é preciso que se faça redução por elevação e enxertia óssea.

Finalmente, no pós-operatório, deve-se estimular muito a manutenção e ganho da extensão completa do joelho, que tende ao flexo pela agressão às estruturas posteriores.

Dr. Wagner Guimarães Lemos

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comentários

abstract

autoresTítulo do artigo:Arthroscopic surgery for degenerative knee: systematic review an meta-analysis of benefits and harms

Autores:J B Thorlund, C B Juhl, E M Roos, L S Lohander; BMJ, 2015;350:h2747

Comentário: Dr. Glauco Almeida Passos Ortopedista do Corpo Clínico do Hospital Evangélico de Belo Horizonte

SUGESTÃO DE LEITURA

Cada vez mais, temos que tentar guiar nossos tratamentos na melhor evidência científica existente para podermos garantir ou não garantir o melhor prognóstico (resultado) daquele tratamento, com embasamento.

Cirurgia artroscópica na meia idade e na população idosa representa a maioria das artroscopias e é rotineiramente realizada baseada em uma lesão meniscal suspeita no exame clínico ou diagnosticada pela ressonância magnética, sendo a causa da dor atri-buída à lesão meniscal. Entretanto, lesões meniscais frequentemente coexistem com outras alterações estruturais do joelho como osteófitos, lesões condrais e lesões da medular óssea, características do joelho artrósico. E estas lesões estruturais são vistas tanto em joelhos dolorosos como em joelhos livres de dor.

Essa revisão sistemática e metanálise representa o melhor desenho científico a respeito de cirurgia artroscópica para tratar lesão meniscal em joelho degenerativo, com seus benefícios e danos. Foram selecionados os melhores trabalhos após o ano 2000, estratificados os dados e analisados dentro da melhor metodologia. Como benefício, o principal resultado pós-operatório avaliado foi melhora da dor e da função física. Como dano, os resultados observados foram trombose venose profunda, infecção, embolia pulmonar e morte.

Em relação à dor, o trabalho mostra uma pequena, mas estatisticamente significativa melhora quando comparado com os tra-tamentos controle até o terceiro e sexto mês pós-operatório, mas não além desse período. Em relação à função física, não houve melhora estatisticamente significativa pós-operatória, quando comparada com os tratamentos controle.

Sobre os danos, devido à carência de dados cientificamente confiáveis e a pobreza com a qual os eventos adversos são descritos nos trabalhos sobre artroscopia, a revisão sistemática teve que incluir estudos observacionais para obter informações sobre danos após meniscectomia, debridamento (toilet articular) ou ambos. Dos danos citados anteriormente, a trombose venosa profunda foi a mais relatada.

De acordo com as evidências disponíveis, a artroscopia em joelho degenerativo deveria estar diminuindo. Entretanto, na última década, publicações recentes mostram um aumento, ou não diminuição, na incidência de cirurgia artroscópica para ressecção de lesão meniscal degenerativa. Muitos especialistas estão convencidos dos seus benefícios baseados apenas em suas próprias experi-ências clínicas. A prática cirúrgica não deve ser guiada por motivos diferentes que a evidência científica.

OBJECTIVE - To determine benefits and harms of arthroscopic knee surgery involving partial meniscectomy, debridemente, or both for middle aged or older patients with knee pain and degenerative knee disease.

DESIGN - Systematic review and meta-analysis.

ELEGIBILITY CRITERIA FOR SELECTING STUDIESRandomised controlled trials assessing benefit of arthroscopic surgery involving partial meniscectomy, debridemente, or both for patients with or without radiographic signs of osteoarthrits were included. For harms, cohort studies, register based studies, and case series were also allowed.

RESULTS - The search identified nine trials assessing the benefits of knee arthroscopic surgery in middle aged and older patients with knee pain and degenerative knee disease. The mains analysis, combining the primary endpoints of the individual trials from three to 24 months postoperatively, showed a small difference in favour of interventions including arthroscopic surgery compared with control treatments for pain (effect size 0,14, 95% confidence interval 0.03 to 0.26). This difference corresponds to a benefit of 2,4 ( 95% confidence interval 0.4 to 4.3 mm) on a 0-100mm visual analogue scale. When analysed over time of follow-up, interven-tions including arthroscopy showed a small benefit of 3-5 mm for pain at three and six months but not later up to 24 months. No significant benefit on physical function was found (effect size 0.09,-0.05 to 0.24). Nine studies reporting o harms were identified. Harms included symptomatic deep venous thrombosis (4.13(95% confidence interval 1.78 to 9.60) events per 1000 procedures), pulmonary embolism, infection, and death.

CONCLUSIONS - The small inconsequential benefit seen from interventions that include arthroscopy for the degenerative knee is limited in time and absent at one to two years after surgery. Knee artrhroscopy is associated with harms. Taken together, these findings do not support the practise of arthroscopic surgery for middle aged or older patients wiht knee pain with or without signs of osteoarthritis.

Cirurgia artroscópica no joelho degenerativo: revisão sistemática e meta-análise dos benefícios e danos

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Prezados colegas ortopedistas e demais profissionais ligados à medicina esportiva,

É com grande satisfação que a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Regional Minas Gerais, comunica o lançamento do 1º FUTSBOT (Simpósio multidisciplinar de profis-sionais ligados ao futebol).

O Mineirão, palco maior do futebol de Minas Gerais, foi o local escolhido para acolhermos todos aqueles que se interessam em aprofundar seus conhecimentos na prevenção e tratamento das lesões ortopédicas ocasionadas pelo futebol.

Teremos uma grade científica atraente e repleta de grandes nomes que atuam não somente em nossos clubes, mas também na seleção brasileira. Inscreva-se e não perca esta oportunidade.

Robinson Esteves Santos PiresPresidente da SBOT-MG

Comissão OrganizadoraDr. Robinson Esteves Santos Pires | Dr. Cristiano Magalhães Menezes | Dr. Antônio Tufi Neder Filho

Dr. Matheus Braga Jacques Gonçalves | Dr. Rodrigo Barreiros Vieira | Dr. Roberto Zambelli de Almeida Pinto

Comissão CientíficaDr. Otaviano de Oliveira Júnior (Departamento Médico do Clube Atlético Mineiro)

Dr. Daniel Soares Baumfeld (Departamento Médico do Cruzeiro Esporte Clube)Dr. Túlio Vinícius Oliveira Campos (Presidente da Comissão Científica da SBOT MINAS)

Convidado já confirmado: Dr. André Pedrinelli / SP (Seleção Brasileira de Futebol Masculino)

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O

M e u h o b b y Dr. Rodrigo Lazzarini:

Em busca do quarto Medgames esse ano, em Marseille.

O Brasil é considerado o país do futebol, ao contrário da Inglaterra, onde o esporte foi oficialmente criado. Compreender o porquê dessa paixão nacional provavelmente é im-possível. Para alguns estudiosos, o futebol é uma manifestação cultural. Para outros, está no sangue, no talento do brasileiro. Daí, a grande empatia que tem. Atinge todas as classes sociais. E entre todas as modalida-des esportivas, talvez seja um dos principais hobbies, observa o Dr. Rodrigo Lazzarini, um verdadeiro amante desse esporte.

Formado em Medicina pela UFMG, com especialização em Ortopedia e Traumatologia (Cirurgia do Joelho), nesta entrevista ele fala um pouco sobre esta dobradinha entre futebol e medicina, paixão que começou quando era criança.

É muito difícil conciliar as duas coisas? - Na verdade, minha profissão e as atividades esportivas não estão muito distantes. Con-tinuo jogando com os amigos da AABB de Conceição do Mato Dentro, com os amigos médicos do CMD-Master e no Minas Tênis Clube. O desejo de participar destas ativida-des e, sobretudo, das amizades que isto envol-ve, me faz conciliar de alguma forma, apesar de nossa vida atribulada.

Desde quando o senhor faz essa dobra-dinha: medicina e futebol? - Desde que en-trei na Faculdade de Medicina e, consequen-temente, no seu time de futebol. Hoje temos uma seleção de ex-alunos da UFMG de nome CMD-Master, com encontros semanais e tor-neios nacionais e internacionais.

Como essa prática te ajuda no seu dia a dia profissional? - É relaxante, o que permite uma semana mais calma e produtiva. Além do mais, as amizades que fiz no futebol têm influência positiva na minha vida profissio-nal. São vários colegas, pacientes etc.

Quantas vezes por semana o senhor joga futebol? - De duas a quatro vezes. Meus amigos me chamam de “fominha”. Mas não abrem mão de minha presença.

Há muitos ortopedistas no time? - Sim. Temos vários. Dentre eles, posso citar os cole-gas Matheus Jacques, Marcos Laube, Marcelo Denaro, Bruno Teixeira, Marcelo Amorim, Leandro Marinho, Luis Fernando Machado, Éneas Rangel, Saulo, Glauco Passos, além do ex-seleção brasileira, Alessandro Cordoval, entre outros.

Há outros médicos? - Sim, todos são mé-dicos. A grande maioria formada na UFMG. Em campo, sai o doutor e entram os jogado-res de futebol e seus apelidos, como o golei-ro “Cara de cavalo”, os zagueiros Najazim e Carreta, os meias “BB Chines”, Chaves, Bre-no Kbção, Montova, Tank, Iza10, Boi, Bibiu, Anão, Ximbinha e por aí vai.

Como vocês formaram esse time? Qual é o nome dele? - Nossa turma do Futcampo da UFMG na verdade nunca se separou. É uma espécie de segunda família. Muita histó-ria, jogos e amizade na bagagem. Minha his-tória nesse time iniciou em 1997 e acho que nunca irá acabar. Além disso, os novos for-mandos são sempre convidados a participar de nosso grupo. Há uma renovação contínua.

Quais torneios vocês participam? - Joga-mos torneios amadores, como a Copa Green, o Coopgol. Mas o grande feito desse time é ter disputado três Medgames - torneio euro-peu, com 37 anos de tradição (uma espécie de Olimpíadas dos profissionais de saúde). Fomos à Croácia em 2010, e ficamos em oi-tavo; na Irlanda em 2015, buscamos a meda-lha de prata, perdendo a final para a Argélia, nos pênaltis, e na Eslovênia em 2016, des-falcados, buscamos o bronze e o troféu fair-play da competição. Marseille nos espera e a meta é a medalha de ouro. Temos vários troféus de Intermed, Copa Velha Guarda, Coopgol (campeonato de cooperativas), mas o verdadeiro prêmio é a resenha.

A família e amigos fazem torcida? - Sim. A família CMD cresceu e hoje mulhe-res e filhos de nossos atletas acompanham nossos jogos e viagens. É uma festa.

Qual a idade média dos jogadores e quem é o técnico? - Essa média vem au-mentando. Atualmente é cerca de 34 anos. Quanto ao técnico, não temos. Temos, na verdade, uma comissão técnica liderada pelo Dr. Marcos Laube. Eu sou o cobrador de faltas rsrs...

Vocês fazem treinamento físico? - Sim. Não como queríamos, mas cada um cuida de sua parte física para suportar a maratona de jogos. A idade vem pesando e se não hou-ver preparação, fica muito difícil. A maioria de nossas competições é categoria livre, sem limite de idade.

Que mensagem poderia deixar para os colegas ortopedistas? - O que importa não é o futebol em si, mas a resenha, as amiza-des, o companheirismo e as histórias para guardar para sempre. Essa seria a verdadeira essência do esporte: saúde e amizade. Esta-mos à disposição de qualquer time de médi-cos para um desafio. No final, o que vale é a amizade e o entretenimento.

Futebol: paixão nacional