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20 VERDADES SOBRE A HISTÓRIA DO NASCIMENTO DE JESUS Prof. Gildo Gomes

A História do Nascimento de Cristo

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As 20 verdades sobre a historia do Nascimento de Jesus.

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Page 1: A História do Nascimento de Cristo

20 VERDADES SOBRE A HISTÓRIA

DO NASCIMENTO DE JESUS

Prof. Gildo Gomes

Page 2: A História do Nascimento de Cristo

20 verdades sobre a HISTÓRIA DO

NASCIMENTO DE JESUS

Dezembro é um mês especial no calendário ocidental, pois é

um tempo de confraternização, troca de presentes, árvores e

enfeites natalinos nas casas e centros comerciais. É uma

época da figura constante do velho Noel que alimenta o

imaginário infantil na recompensa pelo bom comportamento

durante o ano. É um tempo de peru e panetone na ceia com

familiares e amigos. Um momento de cumprimentos e

saudações entre as pessoas. “Feliz Natal e um Próspero Ano

Novo”, é expressão bastante ouvida no encontro e

despedida de pessoas até mesmo desconhecidas. Amizades

desfeitas são reatadas, parentes distantes se aproximam e

perdões são pedidos e atendidos na esperança de um novo

tempo que se aproxima para todos. Mas, diante disso

pergunta-se: O que foi realmente o nascimento de Cristo? O

porquê do 25 de dezembro? O que tantas cores, luzes e

enfeites tem a ver com a encarnação de Jesus? E quais as

principais verdades que as pessoas deveriam aprender com

esse acontecimento ocorrido há mais de 2 mil anos naquela

manjedoura em Belém? São essas e outras perguntas que

iremos responder nesse artigo cujo enfoque maior será nos

conceitos do relato bíblico e histórico como fonte primária

sobre Jesus. Infelizmente em nossos dias essas verdades

passam despercebidas pela mídia e pelas pessoas, inclusive

pelos cristãos.

Page 3: A História do Nascimento de Cristo

É fato que nem todas as expressões religiosas dentro do

cristianismo celebram o natal. As Testemunhas de Jeová,

por exemplo, são contra a celebração natalina. Ao tornar-

me protestante aos 14 anos cresci numa denominação

evangélica, hoje centenária, que em sua trajetória não

comemorava o natal, mas atualmente celebra-o até com

enfeites natalinos dentro do templo. Ao contrário do

catolicismo, no protestantismo existem divergências sobre

a validade bíblica se o cristão deve ou não comemorar o

nascimento de Cristo. Não vou deter-me nesse aspecto.

Embora eu nunca celebrei o natal não vejo razão para

discórdias entre cristãos por causa disso. O historiador

cearense, Jeovah Mendes, chega a dizer que o verdadeiro

cristão não comemora o natal. Bem, alguém pode ser um

cristão verdadeiro e ainda assim celebrar o natal. Até

porque para ser um cristão verdadeiro existem outras

razões bíblicas muito além da comemoração natalina.

Nosso objetivo aqui é expor as 20 verdades sobre a história

do nascimento de Cristo que geralmente não se comentam

e nem atentam para sua devida importância, seja no mês

de dezembro ou ainda no restante do ano. Assim como na

páscoa omite-se a realidade e apresenta-se a ficção do

coelhinho e do ovo, no natal prefere-se enfatizar a lenda do

papai Noel e suas renas em lugar da realidade do

nascimento do filho de Deus. É um exemplo de como uma

cultura anticristã utiliza-se de elementos cristãos para

negar sua historicidade e reduzi-los a mitos populares.Igreja da Natividade em Belém

Page 4: A História do Nascimento de Cristo

1ª VERDADE: A PRIMEIRA VEZ QUE SE MENCIONA A VINDA DO SALVADOR AO MUNDO

A ÊNFASE DA ESCRITURA ESTÁ NA MORTE E NÃO NO NASCIMENTO; ESTÁ NA

EXPIAÇÃO DA CULPA E NÃO NA CELEBRAÇÃO NATALÍCIA.

O texto de Gênesis é comumente chamado de protoevangelho, ou seja, o primeiro anúncio das boas novas de

salvação e esperança ao homem caído. O pronunciamento da sentença divina é feito após a queda de Adão e

Eva. O termo queda na teologia, apesar de parecer algo acidental, refere-se a rebelião voluntária do primeiro

casal em desobedecer os princípios do Criador no jardim do Éden. A inimizade é entre a serpente e sua

semente (o mal representado pela serpente e seus seguidores) e a mulher e sua semente (o bem na promessa

de Deus descendendo da mulher). Aqui o mal seria ferido pelo descendente da mulher na cabeça, uma ferida

mortal e de derrota final, enquanto isso o feridor também seria ferido no calcanhar, uma terrível dor e sofrimento

de sua humanidade. É impossível não associar esse texto com a crucificação de Jesus. Essa é a primeira

referência bíblica sobre a vinda de Jesus em carne e a ênfase está justamente na sua morte expiatória no lugar

de pecadores. A encarnação está clara pois ele é chamado de “semente da mulher”, portanto um nascimento

sem participação do sexo masculino. Seria semente apenas de mulher e não de homem, mesmo que a mulher

tenha pecado primeiro. Pela mulher entra o pecado no mundo e da mulher Deus tira o salvador do mundo. Na

promessa da mulher e sua semente ao casal Adão e Eva lá estava Maria e nas dores de parto de Maria lá

estava a sentença dada a Eva. A ferida no calcanhar é simplesmente uma expressão para uma morte dolorosa,

assim como um animal foi morto para providenciar as peles para cobrir Adão e Eva. Era o princípio de

substituição. Após o pecado, Adão e Eva envergonharam-se um do outro cobrindo-se com folhas de figueira e

esconderam-se de Deus ao ouvir sua voz no jardim. Depois dos juízos e a esperança de Gn 3.15 as folhas de

figueiras são substituídas pelas peles de um animal. Era uma maneira de dizer claramente que o homem não

tem condições de cobrir sua maldade pelos seus próprios meios. E Deus em sua bondade e justiça requer uma

morte substitutiva para justificar o homem do mal que praticou. Ainda hoje homens usam meras “folhas de

figueira” na tentativa vã de salvar-se a si mesmos. Mas como o ser humano finito pode justificar-se ante um

Deus infinito? É necessário, portanto que a providência venha do próprio Deus e não do homem. Santo

Agostinho já dizia: “Deus exige o que quiseres, mas proveja o que tu exiges”. E foi assim que aconteceu no

Éden. Deus não apenas exigiu obediência, ele proveu tudo o que exigiu. E dessa forma a “semente” prometida

no Éden, nascida em Belém, feriu frontalmente o mal e isso custou-lhe sua vida em dolorosas feridas na cruz.

“E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente;

esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gênesis 3:15)

Page 5: A História do Nascimento de Cristo

2ª VERDADE: A CHEGADA DE CRISTO SE DEU NUM ESTÁGIO APROPRIADO DA

HISTÓRIA HUMANA PARA QUE TODOS OS HOMENS CONHECESSEM A BONDADE DE

DEUS.

A expressão “plenitude dos tempos” em Gálatas 4.4 significa que Jesus nasceu no momento determinado por

Deus e quando tudo estava historicamente preparado, pois o texto diz que “vindo a plenitude dos tempos

Deus enviou seu Filho, nascido de mulher...” É interessante percebermos como estava as condições

históricas do mundo no primeiro século para receber o Messias. Primeiro, Jesus nasceu após o cativeiro dos

judeus em Babilônia por Nabucodonosor, ou seja, os judeus espalhados pelo mundo propagaram a

esperança da chegada do Messias. No livro de Atos se diz que em cada cidade havia uma sinagoga(escola

judaica) “Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue e, cada sábado, é

lido nas sinagogas.” (Atos 15:21). Os magos vieram de longe para adorar Jesus em seu nascimento,

certamente porque a mensagem sobre a vinda do filho de Deus, do rei de Israel, estava espalhada nos mais

distantes rincões do mundo de então. Segundo, quando Jesus nasceu Alexandre, o Grande, filho de Filipe II,

rei da Macedônia, estreitara os costumes e língua grega aos demais povos com sua política helenizante

contribuindo assim para a expansão do cristianismo. Nessa espécie de globalização da época a língua grega

tornou-se um idioma internacional, quebrando barreiras linguísticas e tornando a mensagem do cristianismo

acessível para todos os povos. Basta lembrar que os livros do NT foram escritos no grego simples ao alcance

das pessoas comuns. Terceiro, Jesus nasceu no período da chamada Pax Romana, uma paz imposta pela

força onde toda a região mediterrânea havia sido conquistada por Roma. Era um tempo de relativa paz, e isso

facilitou bastante para o ministério público de Jesus. E no meio dessas conquistas os romanos investiram

muito em estradas, dando acessos aos cantos mais longínquos, ao ponto de surgir o velho adágio: todos os

caminhos levam a Roma. E essas estradas foram muito importante para a difusão do evangelho. Então Jesus

chegou quando o palco da história estava preparado para receber o maior mensageiro e mensagem do

mundo. Até um decreto de César Augusto para cumprimento de profecia sem o conhecimento do imperador,

forçou o casal José e Maria a se dirigem até sua cidade natal - Belém, um pequeno povoado, cujo significado

é “casa do pão”, onde nasceu aquele que mais tarde iria dizer: “Eu sou o pão da vida”.

“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob

a lei.” Gálatas 4.4

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3ª VERDADE: A VINDA DE CRISTO NÃO É APENAS UM NASCIMENTO, É ANTES DE

TUDO, UMA ENCARNAÇÃO E DESSA FORMA A COMEMORAÇÃO DO SEU

ANIVERSÁRIO NÃO TEM SEMELHANÇA NA HISTÓRIA DO MUNDO

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus ( Jo 1.1).

E o Verbo se fez carne... ( Jo 1.14)

Os termos encarnação e reencarnação são parecidos mas totalmente diferentes em significado. A

reencarnação é uma crença em que a alma, após a morte passa para outro corpo. E dependendo da

ramificação espírita pode ser em alguma pessoa ou animal. Já a encarnação que é o conceito que nos

interessa aqui é a doutrina cristã da união das duas naturezas humana e divina de Jesus Cristo o que em

teologia chamamos de União Hipostática. Em palavras simples é resumida pela seguinte frase: “Jesus,

permanecendo o que era, tornou-se o que não era.” Significa que ao nascer Jesus não deixou de ser Deus,

ou seja não houve diminuição de sua divindade, mas por outro lado aconteceu um acréscimo de

humanidade e por isso tornou-se o que até então ele não era – humano. O apostolo João fala primeiro do

“Verbo que era Deus” e depois do “Verbo que se fez carne”. No primeiro caso o apóstolo fala de sua

eternidade e no segundo de sua entrada na história humana como “verbo encarnado”, já que seu

nascimento foi virginal, gerado pelo Espírito Santo sem participação masculina e sem pecado herdado. Mas

a diferença entre Ele e nós vai além disso. Todos nascemos e contamos nossos dias de existência a partir

do dia do nosso nascimento e por isso é a data de nosso aniversário. Mas isso porque somos um ser e

temos uma natureza enquanto Cristo é um ser com duas naturezas. Entramos no mundo como seres

existentes sem nenhuma pré-existência, mas no caso de Cristo ele já existia plena e completamente desde

a eternidade e por isso não existe paralelos na história do mundo em comemorar o aniversário de quem

sempre existiu. Alguém poderá alegar que o aniversário refere-se a natureza humana e não a divina, mas

ao falarmos de Jesus, embora distingamos os atributos de cada natureza, referimo-nos a ele como pessoa.

Exemplo, sabe-se que Jesus morreu e isso é uma experiência de sua natureza humana e não divina, mas

nem por isso digo que a natureza humana de Cristo morreu, digo sim que a pessoa de Cristo morreu. E o

mesmo pode-se dizer de seu nascimento e sem essa visão a ideia de aniversário de Cristo passa a

mensagem errada de nascimento sem a correta compreensão da doutrina da encarnação.

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4ª VERDADE: A NAÇÃO QUE DEU O SALVADOR PARA O MUNDO É A MAIS ODIADA DA

HISTÓRIA E É ELA MESMA UMA PROVA CONCRETA DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Com a preservação de Noé e sua família das águas diluvianas, os filhos de Noé Sem, Jafé e Cam geraram

descendência. De Sem, nasceu Asfaxade e dessa descendência nasceu Terá, filho de Naor e Naor gerou Abrão

entre outros filhos. E sendo Abrão da terra de Ur dos Caldeus, Deus chamou-lhe para uma terra que iriamostrar-lhe(Gn 12.1-9). Sendo a esposa de Abrão(posteriormente Abraão), Sarai(depois Sara), estéril, Abraão

recebeu a promessa de um filho e na sua velhice, nasceu-lhe Isaque e de Isaque com Rebeca, nasceram doisfilhos: Esaú e Jacó. E de Jacó descendem doze filhos de suas quatro mulheres e destes filhos constituiu-se as

doze tribos de Israel que foram depois escravizados por 430 anos no Egito. Ao saírem do Egito pela liderançade Moisés, o povo israelita vagueou por quarenta anos pelo deserto até que finalmente chegou na terra

prometida, Canaã. Com o tempo Israel deixou de ser uma teocracia e tornou-se um reino monárquico, sendo

Saul o seu primeiro rei, sucedido por Davi, pai de Salomão. No tempo de Salomão o reino de Israel dividiu-seficando Israel (reino do norte, com Jeroboão, perdurou até 722 a.C. quando foram dominados pelos Assírios); e

o reino do sul, Judá, dominado depois pelos babilônicos, na invasão de Jerusalém por Nabucodonosor em 586

a.C. Foi dessa tribo que descendia Davi, filho de Jessé e é dessa linhagem que nasceu Jesus. Na história da

humanidade não existe um povo que mais amargou sofrimento que os judeus. Monarcas cruéis tentaram de

todas as formas esmagar Israel. Homens da mesma estirpe de um Adolfo Hitler ou Saddan Hussein tentaram

eliminar os judeus. Historicamente somente um milagre explica a existência de Israel. Outros povos da

antiguidade não sofreram nem metade do que os judeus experimentaram não existem mais, por exemplo, osfenícios, assírios, babilônicos e outros. São os chamados povos extintos. Imagine o seguinte: Israel tem mais de

5 mil anos, e desse tempo cerca de 3 mil anos os judeus estiveram sob opressão. O resumo a seguir elucida

melhor

430 anos no Egito 270 anos sob os Gregos

117 anos na Assíria 699 anos sob os Romanos

70 anos em Babilônia 463 anos sob os Árabes

203 anos na Pérsia 814 anos sob os Turcos

34 anos sob os Ingleses = 3.100 anos de sofrimento

“...porque a salvação vem dos judeus” ( Jo 4.22)

Page 8: A História do Nascimento de Cristo

Mark Twain, notável escritor americano, ficou

espantado e escreveu um texto magnífico em 1897

sobre a existência dos judeus na história. Suas

palavras na época já refletiam muito bem o milagre

que acabamos de frisar. “Se as estatísticas estiverem

corretas, os judeus constituem menos de um quarto de

1% da raça humana. Isso sugere um minúsculo e

obscuro pontinho perdido em meio à Via Láctea. Na

verdade, nem se deveria ouvir falar acerca dos judeus;

mas eles são citados, sempre se falou deles. O povo

judeu tem tanto destaque no planeta quanto qualquer

outro povo, e sua importância é exageradamente

desproporcional à pequenez de seu tamanho. Suas

contribuições à lista mundial de grandes nomes na

literatura, ciência, arte, música, finanças, medicina e

erudição profunda são igualmente desproporcionais ao

seu número reduzido... Os egípcios, os babilônios e os

persas surgiram, encheram o planeta de barulho e

esplendor, e então murcharam e desapareceram. Os

gregos e os romanos vieram logo após, provocaram

um alarido imenso, e se foram... Os judeus

presenciaram a todos eles e são hoje o que sempre

foram... Todas as coisas são mortais, menos os

judeus. Todas as outras forças passam, mas os judeus

permanecem. Qual o segredo de sua imortalidade”?. A

pergunta final de Twain pode ser respondido com

Salmo 105.6,7: Vós, descendentes de Abraão...vós,

filhos de Jacó, seus escolhidos. Ele é o Senhor nosso

Deus.”

Page 9: A História do Nascimento de Cristo

5ª VERDADE: O PROBLEMA DA CELEBRAÇÃO DO 25 DE DEZEMBRO NÃO É

APENAS SUA ORIGEM PAGÃ, MAS SUA MÁ COMPREENSÃO BÍBLICA NUMA DATA

IMPROVÁVEL COM UMA RELAÇÃO MERAMENTE CULTURAL E COMERCIAL.

Assim como os cristãos pregam a segunda vinda de Cristo sem conhecer quando isso ocorrerá, igualmente

os judeus acreditavam na vinda do Messias com grande anelo, mas não sabiam a data de seu nascimento.

Apesar de alguns detalhes proferidos pelos profetas sobre o Messias como: ele nasceria de uma nação

específica – Israel (Gn 22.18; compare Gl 3.16); seria de uma tribo específica de Israel – Judá (Gn 49.10);

e de uma família específica de Judá – a família do rei Davi (Jr 23.5); e nasceria de uma virgem conforme

Isaías 7.14, mesmo assim nenhuma profecia datava o seu o nascimento. Até o local onde o Messias

nasceria era conhecido através do profeta Miquéias (Mq 5.2), mas nunca a data do nascimento. E assim

como não houve data para sua encarnação não há data para seu retorno em glória. E diante disso pode-se

perguntar como chegou-se ao 25 de dezembro como data comemorativa do natal de Cristo. A data foi

escolhida no século III depois de Cristo e é altamente improvável devido a alguns fatos circunstanciais

envolvendo o nascimento de Cristo como questões climáticas e políticas. Os pastores de Belém estavam

com seus rebanhos nos campos, mas em dezembro eles ficam com os animais nos currais para protegê-

los do frio intenso e do inverno rigoroso. O inverno em Israel é tão forte que Jesus chegou a pedir aos seus

discípulos que orassem para que a invasão de Jerusalém não acontecesse no período invernoso (Mt 24.28;

ver Ct 2.11; Ed 10.9). Nesse tempo seria difícil também o imperador César Augusto ordenar o

recenseamento dos povos onde cada pessoa iria para sua terra natal se alistar. Ao chegar em Belém havia

tanta gente que José e Maria não encontraram vaga na hospedaria. Um decreto em pleno inverno

impossibilitava as pessoas de chegarem ao seu destino e o império romano teria prejuízos nos cofres dos

impostos. Então qual a dada do nascimento de Cristo? Ninguém conhece ao certo. Sabe-se que ele morreu

em 7 de abril do ano 33, mas desconhecemos totalmente a data de seu nascimento. Enquanto a maior

parte do mundo ocidental comemora em 25 de dezembro, os ortodoxos comemoram em 6 de janeiro e os

armênios em 19 de janeiro. Talvez o Dr. Franklin Klassen, co-organizador da Bíblia em Ordem Cronológica

tenha chegado mais perto em datar o nascimento de Cristo no dia 1º de abril do ano 5 antes da Era Cristã.

“...aprendais a não ir além do que está escrito...” 1Co 4.6

Page 10: A História do Nascimento de Cristo

Muitos se admiram por Klassen marcar a data do nascimento de Cristo para 1º de abril, popularmente

conhecido como dia da mentira. Mas o surgimento do dia da mentira é enigmático e há até quem diga que foi

da zombaria daqueles que comemoravam o nascimento de Cristo nessa data. As razões histórias de Klessen

são boas e podem ser resumidas assim: 1) O evangelho de João 1.14 diz que “o verbo se fez carne e habitou

entre nós...”. O Comentário Bíblico Moody afirma que o verbo habitou significa tabernaculou. É uma

comparação entre Cristo e o tabernáculo, lugar onde repousava a glória de Deus durante a peregrinação de

Israel no deserto. O que uma coisa tem a ver com a outra? O tabernáculo foi concluído no deserto no dia 1º de

abril de 1461 a.C., nada mais lógico que Jesus que foi o real tabernáculo nascesse também no dia 1º de abril.

2) Na celebração da páscoa o cordeiro morto “era um macho de um ano”, ou seja, o cordeiro que nascia numa

páscoa (mês de abril), morria na páscoa seguinte, também em abril. Jesus era o cordeiro de Deus que tira o

pecado do mundo (Jo 1.29) e já que ele morreu em abril nada mais compreensível que também nascesse no

mesmo mês conforme prefigurava os cordeiros mortos na páscoa; e 3) Na narrativa de Lucas Jesus

acompanha seus pais na festa da páscoa e isso ao completar 12 anos. Parece que ele tinha completado os 12

anos recentemente. E essa ida ao templo aos 12 anos na Bíblia em Ordem Cronológica é datado em abril de 8

d.C. Mas apesar da plausibilidade não é data definitiva e mesmo assim tudo indica que o 25 de dezembro

nunca mudará devido uma tradição milenar. E independente da data é fato que no livro de Atos dos Apóstolos

não temos menção nenhuma de celebração natalina na comunidade cristã primitiva. Essas comemorações

iniciaram-se no III século d. C., quando Hipólito, bispo de Roma escolheu a data de 2 janeiro para celebrar o

nascimento de Jesus. Outras datas como 6 de janeiro; 25 ou 28 de março; 18 ou 19 de abril e ainda 20 de

maio foram praticadas. Porém o 25 de dezembro estabeleceu-se como comemoração universal. Essa data é

atribuída a influência da conversão do imperador Constantino ao cristianismo em substituição das festas do

Natal do Sol Invicto, do mitraísmo persa e das festividades pela chegada do solstício de inverno como as

Saturnalias dos romanos, uma festa dedicada a Saturno, deus da agricultura. E como as saturnalias estavam

ligada a agricultura, claro a participação do sol e o desejo dos povos numa boa colheita era grande.

Page 11: A História do Nascimento de Cristo

6ª VERDADE: O CRISTO JUDEU E SANTO TEM NA SUA GENEALOGIA JUDEUS E

GENTIOS QUE COMETERAM PECADOS GROSSEIROS O QUE EVIDENCIA QUE

TODOS SÃO PECADORES E PRECISAM DE UM SALVADOR.

Genealogia é uma lista cronológica de filiação para conhecer a origem de um

indivíduo. Somente os evangelhos de Mateus e Lucas trazem genealogias de

Cristo e com diferenças que não temos espaço aqui para explicar suas

discrepâncias. Os judeus eram muito criteriosos na sua genealogia,

principalmente concernente ao sacerdócio levítico onde um candidato precisava

provar sua descendência da tribo de Levi. Em todas as genealogias do Antigo

Testamento percebe-se a ausência de mulheres, devido o patriarcalismo e claro

a ausência de gentios já que os judeus procuravam casamentos somente no

seio da comunidade judaica. Mas quando lemos a genealogia do evangelho de

Mateus algumas particularidades arregalaram os olhos dos judeus e fariseus: a)

Na genealogia Jesus é chamado de filho de Davi, ou seja descendente do rei

Davi, portanto herdeiro ao trono de Israel; b) Há menção explícita de nomes

femininos como Tamar, Raabe, Rute e o nome implícito de Bate-seba; c) Das

mulheres temos uma judia Tamar; Raabe, uma estrangeira e “prostituta”; e Rute

uma mulher moabita, um povo inimigo de Israel; e d) A expressão “mulher de

Urias” lembra o adultério de Davi com Bate-seba, terrível erro do maior rei de

Israel. Não eram apenas os gentios, tipo Raabe que cometiam pecados terríveis,

o povo de Deus, inclusive o rei escolhido pelo Senhor cometeu pecados

grosseiros também. Todos estavam debaixo do pecado, tanto judeus, povos da

aliança que Deus estabeleceu com Abraão e os gentios, povos que não eram do

pacto mas seriam abençoados por Deus através da descendência de Abraão. E

como Deus não faz acepção de pessoas, todos, homens e mulheres pecadores,

sejam judeus ou gentios, ambos aparecem na genealogia do Salvador.

“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Salmom gerou de Raabe a

Boaz; este, de Rute, gerou Obede; e Obede a Jessé; Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi,a

Salomão, da que fora mulher de Urias.” Mt 1.1,5,6

Page 12: A História do Nascimento de Cristo

7ª VERDADE: NUMA SOCIEDADE SEM O CRISTO DA PAZ, FALA-SE DA PAZ DE

CRISTO NA CELEBRAÇÃO NATALINA COM ALTOS ÍNDICES DE VIOLÊNCIA ANTES,

DURANTE E DEPOIS DO NATAL.

A palavra PAZ é tão citada no período do natal que parece mais um mantra

sagrado. Infelizmente esse ritualismo natalino não funciona e a zona de guerra

continua com elevados índices de homicídios que às vezes superam até

mesmo o período carnavalesco. Falar da paz de Cristo não é o mesmo que

crer no Cristo da paz. Geralmente o texto bíblico do evangelho de Lucas 2.14

é citado como base da mensagem de paz nessa época do ano. Nada de

errado nisso. Mas a referida passagem cita os anjos em louvor a Deus após o

nascimento de Cristo num canto celestial: “Glória a Deus nas maiores alturas,

e paz na terra entre os homens..”. O mesmo texto continua e afirma “a quem

ele [Deus] quer bem.” E eis a grande diferença da paz que os anjos cantam e

aquela que se fala nos pronunciamentos, desejos e cartões de natal. É uma

paz a quem Deus quer na sua soberana escolha e nas condições que ele

estabeleceu. A mensagem do nascimento de Cristo é que a paz não é o

resultado do querer humano que nem tem condições para isso e, sim, o querer

e o poder de Deus. E por isso mesmo Jesus deu aos discípulos uma paz

diferente daquela que o mundo oferece. O apóstolo Paulo diz em efésios 2.14

que “ele[Jesus] é a nossa paz” porque derrubou a parede de separação entre

nós e Deus. Ele desfez a inimizade. A morte de Cristo na cruz, nos reconciliou

com Deus Pai e agora temos uma consciência tranquila e paz na alma.

Ninguém pode falar em paz enquanto seus pecados o acusam diante de um

Deus justo e santo. A razão do ser humano não ter paz consigo e nem com o

seu semelhante é porque está em inimizade com Deus e somente Cristo como

reconciliador devolve a paz tão almejada.

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o

mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. Jo 14.27

Page 13: A História do Nascimento de Cristo

8ª VERDADE: OS PASTORES DE BELÉM COMO JUDEUS PRÓXIMOS E OS MAGOS DO

ORIENTE COMO GENTIOS DISTANTES NA VISITA DO MENINO JESUS PROVA QUE

TODOS SÃO PECADORES E QUE DEUS NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS.

Há um contraste interessante nas narrativas dos evangelhos. Enquanto Mateus ao

escrever para os judeus apresenta os sábios gentios na visita do rei Jesus; Lucas

escreve aos gregos e mostra os judeus indo até a manjedoura para ver o salvador.

Para os judeus ter o seu Messias, prometido pelos profetas e visitado por gentios

distantes era uma repreensão por estarem tão perto geograficamente e tão distantes

dos sinais das promessas divinas. As circunstâncias da chegada dos magos evidencia

a realidade espiritual fria dos israelitas. Quando Herodes quis saber sobre o local do

nascimento do menino rei, os sacerdotes e escribas citaram Belém conforme profecia

de Miqueias. Eles sabiam pelo estudo da escritura que Belém era o local do

nascimento do Messias, mas não tinham nenhum desejo de encontrá-lo. Os sábios,

vindos de tão longe e sem fazer parte da nação israelita, estavam ali porque como

disseram “vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.” Após a informação

da cidade natal eles continuaram a viagem e com grande alegria e júbilo encontraram

na casa o menino Jesus com sua mãe Maria. E como era comum a entrega de

presentes na visita aos reis, os sábios entregaram de seus tesouros ouro, mirra e

incenso. Depois partiram e embora estivessem comprometidos com Herodes que lhe

diriam onde estava o menino, resolveram obedecer antes a Deus que em sonhos os

advertiu para não procurarem o monarca. Não se obedece aos homens, mesmo

soberanos quando suas palavras contradizem o Soberano do Universo. Na vinda do

filho de Deus, simples pastores judeus correram até Belém e gentios distantes

viajaram até lá para encontrar o rei que nasceu. Os primeiros pelo anúncio do anjo e

os segundos pelo sinal da estrela, ambos pecadores, judeus e gentios na esperança e

certeza que a salvação havia chegado para Israel e para o mundo.

“Então, falou Pedro, dizendo: Reconheço, por verdade, que Deus

não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação,

aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.” At 10.34,35

Page 14: A História do Nascimento de Cristo

PASTORES DE BELÉM MAGOS DO ORIENTE

Nacionalidade Judeus Gentios

Contemplaram a Jesus Na manjedoura, pouco depois do

nascimento

Em casa, tempos depois do

nascimento

Souberam do nascimento Pelos anjos, um fenômeno

sobrenatural

Pelos astros, um fenômeno natural

Quantos eram Vários pastores Vários sábios, a tradição indica três

conforme os presentes

A quem se dirigiram Foram diretamente ao local do

nascimento

Foram primeiro até o palácio do rei

Herodes

Evangelhos que narram Lucas Mateus

Ênfase do texto O Salvador que nasceu em Belém O Rei dos judeus que nasceu

9ª VERDADE: AS DIFERENÇAS ENTRE OS PASTORES DE BELÉM E OS MAGOS DO

ORIENTE NA VISITA AO MENINO JESUS MOSTRA O PLANO DIVINO DE SALVAÇÃO

PARA OS POVOS DO MUNDO.

“...os pastores diziam uns aos outros: Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos...” Lc 2.15

“Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia... Eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém” Mt 2.1

Page 15: A História do Nascimento de Cristo

10ª VERDADE: NUM SENTIDO BÁSICO O CRISTIANISMO É DIFERENTE DE TODA E

QUALQUER RELIGIÃO, POIS ENQUANTO NAS RELIGIÕES OS HOMENS BUSCAM A

DEUS; NO CRISTIANISMO DEUS BUSCA E REVELA-SE AO HOMEM PERDIDO.

O historiador Edward Gibbon afirmou que durante o fim do Império

Romano, todas as religiões eram consideradas igualmente

verdadeiras pelos cidadãos comuns, igualmente falsas pelos

filósofos e igualmente úteis pelos políticos. Ainda hoje é comum

considerar as diversas utilidades da religião, até Freud fez isso.

Porém geralmente se diz que as religiões são diferentes caminhos

para se chegar a Deus. Essa crença parte do princípio que todas as

religiões buscam a divindade o que de certa forma é verdadeiro. O

grande dilema e o calcanhar de Aquiles dessa questão não é a

busca do homem por Deus e sim o contrário. Deus é de cima e nós

cá de baixo. Ele é infinito e nós somos finitos. Então como podemos

conhecer aquele que é e está infinitamente além de nós? Ou seja,

como o finito (homem) pode conhecer o infinito (Deus)? E para

complicar ainda mais, a distância entre o homem e Deus não é

apenas espacial é principalmente moral. Ele é santo e nós

pecadores. Herbert Spencer, um agnóstico, observou certa vez que

nunca se viu um pássaro voar para fora do espaço. Com isso ele

concluiu por analogia que é impossível o finito penetrar o infinito. A

observação de Spencer estava certa, mas sua conclusão esquecia

uma outra possibilidade: que o infinito pode penetrar o finito. O

nascimento de Cristo é uma prova clara disso e mostrou a pessoa

de um Deus infinito e santo revelando-se ao homem finito e pecador.

Após a morte de Cristo na cruz o véu do templo rasgou-se de alto a

baixo e não de baixo para o alto. É sempre de Deus para o homem.

“Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum lançarei

fora.” Jo 6.37

Page 16: A História do Nascimento de Cristo

Tanto antes quando após a entrada do mal na raça humana o livro de Gênesis narra Deus sempre na

dianteira para comunicar-se com o primeiro casal, nunca o contrário. Caso Deus, o criador, não houvesse

tomado a iniciativa de falar com Adão, criatura, este nunca haveria de conhecê-lo. Como disse Jonh Stott:

“Quando a mente humana começa a se preocupar com Deus, torna-se perplexa. Tateia na escuridão.

Tropeça. Está perdida. Não é de estranhar que assim ocorra, porque Deus, seja quem for ou o que for, é um

ser infinito e imortal, enquanto nós somos mortais e finitos. Ele está totalmente fora de nosso alcance. Desse

modo nossa mente, que é um instrumento maravilhosamente efetivo em outros setores, não nos pode ajudar

de pronto. Não pode subir a infinita mente de Deus. Não há escada. Existe apenas um vasto e imensurável

abismo. “Porventura alcançarás os caminhos de Deus?” (Jó 11:7). Impossível. Esta situação assim

permaneceria, se Deus não houvesse tomado a iniciativa de repara-la”. Na mitologia egípcia quando os

viajantes não conseguiam decifrar os enigmas da monstruosa Esfinge, eram logo mortos. Caso Deus, um ser

infinito não se revelasse a nós seres humanos finitos, então estávamos destinados a mesma sorte e destino

fatal. Se Deus não tivesse falado nós não poderíamos dizer nada. E o que é o nada? Como disse Aristóteles

nada é o silencio das pedras. E nessa situação ao falarmos de Deus seríamos semelhantes as pedras, num

silêncio absoluto sem nenhuma possibilidade de algum clamor. Até o nosso choro só faz algum sentido por

causa daquele choro naquela velha manjedoura. Vamos até Deus porque primeiro Ele veio até nós ao nosso

encontro e socorro – O EMANUEL, Deus conosco.

Page 17: A História do Nascimento de Cristo

11ª VERDADE: SE DEUS UM DIA DESCESSE DO CÉU E SE TORNASSE HOMEM, SEU

NASCIMENTO, VIDA, ATOS, ENSINAMENTOS, MORTE E RETORNO NÃO PODERIAM

SER IGUAIS EM TODOS OS SENTIDOS AOS HUMANOS.

Se existe alguém que satisfaz a mente humana quando refletimos sobre o caráter de Deus é a pessoa de

Jesus. Como alguém já disse se Jesus não era Deus, ele merecia o prêmio de melhor ator do mundo. Todos

as suas palavras e atos, até mesmo na infância mostram sua divindade. Isso está tão claro que existem

apenas três posições sobre Jesus: ou ele era um mentiroso e da pior espécie; ou um lunático desvairado ou

então ele era Deus. Dizer amorosa e respeitosamente que ele era apenas um bom mestre não faz sentido

algum. Diante do que ele disse e fez não seria mestre e nem muito menos bom. Alguém que diz: “Eu sou a

verdade”; “Eu sou a ressureição e a vida”; e “Ninguém vem ao pai senão por mim”, seria rejeitado

rapidamente como bom mestre. E apesar de todos destacarem a humildade e simplicidade de Cristo, com

esses dizeres ele não teria nada de humilde, seria sim o maior exemplo de arrogância e prepotência da

história, pois apresentou-se como filho de Deus, perdoou pecados e disse que sem ele nada podemos fazer.

Como um homem expressa-se desse jeito e continua inigualável em admiração? E a resposta é porque ele

realmente era inigualável. Ora se nós pensarmos por um momento no que aconteceria e como se daria a

entrada de Deus na história humana, certamente concluiríamos que:

• Entraria na vida humana de maneira incomum – foi o que aconteceu no nascimento de Jesus;

• Não experimentaria a maldade do homem pecador – Cristo era sem pecado e sem falha alguma;

• Manifestaria o sobrenatural nos seus atos – Foram muitos os milagres praticados por ele;

• Possuiria uma consciência de ser alguém diferente dos outros seres humano – Ele tinha esse sentimento

mesmo já na infância;

• Proclamaria a maior mensagem já pregada – O ensino de Cristo é ímpar na história;

• Possuiria uma influência permanente e universal – O cristianismo resiste aos tempos e triunfa;

• Satisfaria a fome e sede interior do ser humano – Quem encontra Cristo encontra suficiência;

• Manifestaria poder sobre a morte – sua ressurreição é a prova dessa verdade;

• Retornaria para a eternidade de maneira incomum – sua ascensão aos céus na presença dos discípulos.

Pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação ser igual a Deus; antes a si

mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e,

reconhecido em figura humana. “ Fp 2.6,7

Page 18: A História do Nascimento de Cristo

12ª VERDADE: A OMISSSÃO DOS DETALHES SOBRE A INFÂNCIA E JUVENTUDE DE

CRISTO NOS EVANGELHOS EXPLICAM-SE DEVIDO A CENTRALIDADE DE SUA

MISSÃO E PROPÓSITO SALVÍFICO DEMONSTRADOS NA SUA OBIDIÊNCIA, MORTE

E RESSURREIÇÃO.“...Ele será chamado nazareno.” Mt 2.23

A sabedoria de Jesus chama tanto a atenção do mundo que muitos

resolveram preencher as lacunas da ausência dos detalhes sobre sua

infância e juventude citando supostos manuscritos que mostram Jesus entre

os lamas na Índia e no Tibete. O problema é que as diferenças entre

hinduísmo/budismo e judaísmo são do tamanho da cordilheira do Himalaia

e mais altas que o monte Everest. Duas substancias heterogêneas como

água e óleo que não se misturam. Exceção a Tiro e Sidom, Jesus nunca

saiu do território israelense a não ser ao Egito quando bebê nos braços de

sua mãe em companhia de José para fugir da espada de Herodes. Depois

disso, veio para Nazaré, cidade onde cresceu e viveu e onde todos o

conheciam. Lucas relata um episódio sobre Jesus em que diz: “Indo para

Nazaré, onde fora criado, entrou num sábado, na sinagoga, segundo o seu

costume, e levantou-se para ler.” Nesse texto percebe-se que ele foi criado

em Nazaré e era seu costume ir até a sinagoga. Jesus era conhecido por

todos de sua região. Aos doze anos ele participou da páscoa com os seus

pais em Jerusalém. Ele não saiu de sua terra quando era pequeno e depois

retornou aos 30 anos para ensinar publicamente aos judeus ensinos

divergentes e opostos as tradições milenares da comunidade judaica. Não,

as citações que ele fazia de Moisés e dos profetas mostram suas raízes e

suas crenças no monoteísmo judaico-cristão. A pouca ênfase que os

evangelhos dão ao seu nascimento, infância e juventude explica-se pela

centralidade de seus ensinos, atos, morte e ressurreição que são a causa

daquilo que o homem mais precisava e ele veio revelar – a salvação. E tudo

isso ele só começou a realizar aos 30 anos, período de maioridade entre os

judeus.

Page 19: A História do Nascimento de Cristo

13ª VERDADE: UM REI QUE NASCE NUMA MANJEDOURA DE ANIMAIS E MORRE NUMA

CRUZ DE MALFEITORES CONTRARIA A TODA SABEDORIA E LÓGICA HUMANA.

“Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte

do que os homens.” 1Co 1.25

Tudo bem que um rei não precisa nascer num palácio para ser

considerado herdeiro do trono, mas nascer numa manjedoura é fora de

toda cogitação e seria uma humilhação para um rei ou imperador ter o

nascimento de seu filho numa estrebaria de animais. Imagine o que

passou na mente daqueles pastores quando o anjo falou: “encontrareis

uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura.” Ora minutos

antes o mensageiro celestial havia dito que na cidade de Davi, havia

nascido o Salvador que era Cristo, o Senhor. Se era improvável que um

filho de algum rei nascesse numa manjedoura, seria considerado

impossível o filho de Deus nascer naquele local, mas foi o que

inesperadamente aconteceu. Maria e José seriam alvos da ironia de um

casal pobre com sonhos de grandeza acerca daquele bebê. É verdade

que na chegada dos magos, o menino não estava mais na estrebaria e,

sim, numa casa, mas souberam da historia e ainda assim adoraram e

deram presentes dignos de realeza. O menino cresceu, viveu numa

cidade pobre, era filho de carpinteiro, andou num jumentinho e

finalmente ao ser condenado a morte foi vestido de vestes reais e

coroado de espinhos para zombaria de seus inimigos. Na cruz sobre

sua cabeça Pilatos escreveu: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS.

Os sacerdotes não gostaram pois não reconheciam que ele era rei. Na

manjedoura não o reconheceram como rei e agora muito menos veriam

sua realeza na morte de Cruz. Manjedoura e cruz; nascimento e morte;

e a negação de que Jesus era rei e salvador, e tudo isso porque o plano

de Deus contrariou a sabedoria e lógica humanas.

Page 20: A História do Nascimento de Cristo

14ª VERDADE: UM REI QUE CHEGA PARA MANIFESTAR O REINO E IMPLANTÁ-LO

PRIMEIRO NO CORAÇÃO DOS SÚDITOS ANTES DE INTRODUZIR ESSES SÚDITOS

PARA DENTRO DO REINO.

A isso, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não

nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3.3

Os fariseus eram críticos ferrenhos de Jesus e sempre estavam em busca de um

momento apropriado para acusá-lo. Suas perguntas eram sempre para colocar

Jesus entre a parede e a espada. Ainda assim saiam envergonhados e tramando

uma nova oportunidade. De repente um membro da seita, entendido na teologia

do velho testamento procurou numa noite conversar a sós com Jesus. Seu nome

era Nicodemos. De início ele reconheceu que os milagres de Cristo provinham de

Deus. Jesus foi direto ao ponto e disse que todos, incluindo Nicodemos,

necessitavam do novo nascimento para verem e entrarem no reino de Deus. Na

teologia essa mudança interior é chamada de regeneração. Com o pecado de

Adão e o juízo da natureza pecaminosa no ser humano, este ficou morto em

pecado. É como se cada um de nós estivéssemos num túmulo igual a Lázaro e

não pudéssemos fazer nada para sair de lá. Somente o autor da vida pode nos

fazer volta a viver. E como o homem está tão cego, alienado e não passa de um

cadáver ambulante, então Deus precisa agir no interior desse homem para torná-

lo à vida. Em outras palavras, primeiro Deus coloca o seu reino dentro do ser

humano através do novo nascimento para que esse ser humano possa um dia

gozar eternamente no reino de Deus. Pois como disse Jesus “quem não nascer da

água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”. Na teologia reformada a

frase “a regeneração precede a fé”, significa justamente isso. As disposições

interiores do pecador são radicalmente transformadas por Deus para que ele

possa exercer fé e arrepender-se de suas maldades. A vinda de Jesus ao mundo

tinha como propósito introduzir internamente o reino de Deus nos corações para

que esses súditos sejam conduzidos depois para dentro do próprio reino.

Page 21: A História do Nascimento de Cristo

15ª VERDADE: A DIVISÃO DE NOSSO CALENDÁRIO EM ANTES E DEPOIS DE

CRISTO MOSTRA QUE ELE COMO CENTRO DA HISTÓRIA DEVERIA SER

IGUALMENTE O CENTRO DE NOSSAS VIDAS.

Calendário vem do latim “calenda” – primeiro dia de cada mês entre os romanos. O uso do calendário para

dividir o tempo vem desde a antiguidade e foi introduzido pelos egípcios. São vários os calendários e as

formas de contar o tempo. Aqui referimo-nos ao calendário chamado cristão ou gregoriano cujo marco parte

do nascimento de Cristo. No mundo ocidental o tempo está dividido em antes de Cristo (a.C.) e depois de

Cristo (d.C.). A importância de Cristo para a história universal foi tanta que o tempo foi dividido em antes dele

com as datas em cômputo regressivo ou decrescente, e depois dele com contagem progressiva ou crescente.

Jesus então é o centro da história. Acredita-se que seu nascimento se deu em 5 antes da Era Cristã, daí

dizer-se que Cristo nasceu 5 anos a.C., uma linguagem que pode causar confusão. A explicação para esse

fato é que o imperador Justiniano I, entregou ao abade Dionísio Exiguus, a responsabilidade de organizar o

calendário no ano de 526 d.C. Diz-se que ele fixou o ano 1 d.C. como o ano 753 da fundação de Roma, ou

seja, o ano 753 AUC. E nesse caso o ano deveria ter sido o 749 AUC, o que equivale a um erro de 5 anos. Se

isso for verdade, o que é discutível, todas as datas dos acontecimentos posteriores ao nascimento de Cristo

estão atrasadas em cinco anos. Independente disso, a pessoa de Cristo e sua mensagem dividiu nossa

história e deveria também marcar o tempo da nossa existência. Todos que tiveram um encontro com Jesus

receberam uma nova vida. Muitos celebram o natal e falam de um ano novo, mas continuam na velha vida de

pecados desejando o carnaval que se aproxima. “Quem está em Cristo é uma nova escritura”, é o que diz a

Bíblia. E essa novidade de vida não depende de fim ou começo de mais um ano. É algo que acontece a cada

momento do dia-a-dia. E a prova disso são suas crenças e práticas na família, no trabalho e em sociedade.

“Eu sou o Alfa e Ômega, o Primeiro e Último, o Princípio e o Fim.” Ap 22.13

Page 22: A História do Nascimento de Cristo

16ª VERDADE: DA MANJEDOURA A CRUZ – O CRISTO QUE NASCE E MORRE NA

HUMILHAÇÃO DA MADEIRA E DO MADEIRO.

“Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada numa manjedoura.” Lc 2.16

“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, pendurando-o no madeiro”. At 5.30

O profeta Isaias no capítulo 53 vaticinou a vida, sofrimento e morte

do Messias com cores tão vívidas que lembra a manjedoura e a

cruz. Ele é comparado ao renovo de uma raiz que nasce em terra

seca; desprezado e rejeitado pelos homens; ferido de Deus;

oprimido e humilhado; e levado ao matadouro como cordeiro mudo.

Para quem acredita que o texto de Isaias se aplica a Israel e não ao

Messias, basta observar que há três fatos impossíveis de referirem-

se ao povo judeu. 1) O Messias era sem pecado e Israel não

poderia aplicar isso pra si (53.9); 2) O Messias é um cordeiro que

submete-se sem resistência ao contrário de Israel (53.7); e 3) Ele

morre no lugar dos transgressores e Israel nunca procedeu assim.

Jesus nasce num lugar de ovelhas e morre como uma ovelha em

favor dos pecadores. Agnus Dei – O cordeiro de Deus. Ele nasce e

ali experimenta a humilhação da madeira de estar deitado num

lugar reservado a comida dos animais. E morre no madeiro e ali

recebe a humilhação de ser crucificado como o pior dos malfeitores.

Em seu nascimento humilhação e em sua morte mais humilhação

ainda. Porém, o que nasceu na manjedoura, existia antes dela; e o

que morreu na cruz ressuscitou depois e subiu aos céus para

assentar-se a destra do Pai. O mais humilhado de todos foi

exaltado acima de todos. Apocalipse 19.16 diz: “Tem no seu manto

e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS

SENHORES.”

Page 23: A História do Nascimento de Cristo

17ª VERDADE: POR MAIS INACREDITÁVEIS QUE DETERMINADOS

ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS PAREÇAM SER, AS LENDAS NUNCA SURGIRAM

SUBITAMENTE NA HISTÓRIA .

Existe uma diferença enorme entre uma fonte histórica e a literatura lendária. Caso você leia os primeiros

capítulos dos evangelhos de Mateus e Lucas sobre o nascimento de Cristo verá um estilo e conteúdo bem

diferente por exemplo da leitura do livro um de Bem–Hur, de Lew Wallace que romanceia o mesmo

acontecimento. O crítico literário e professor de literatura de Oxford, C.S. Lewis que deixou o ateísmo notou

muito bem isso em sua autobiografia ao dizer “Na época eu já era experimentado demais na crítica literária

para achar que os Evangelhos fossem mitos. Eles não tinham o sabor mítico e, no entanto, a própria essência

que eles revelavam ao seu modo não artístico e histórico – aqueles judeus estreitos e pouco atraentes, cegos

demais diante da riqueza mítica do mundo pagão em torno deles – era precisamente a essência dos grandes

mitos. Se alguma vez um mito se tornara fato, fora encarnado, teria sido exatamente assim. E nada mais em

toda a literatura era exatamente assim. De certo modo, os mitos são como os Evangelhos. De outro, a história

era como eles. Mas nada era absolutamente como eles.” As vezes os críticos liberais insistem em dizer que

a vida de Jesus foi registrada por seus seguidores 60 a 90 anos depois, insinuando assim um tempo

suficiente para corromper a integridade dos fatos e criar lendas em torno de sua pessoa. Mas isso não é

verdade. E mesmo que fosse, o catedrático Craig Blomberg já respondeu a acusação de modo convincente:

“As duas biografias mais antigas de Alexandre, o Grande, foram escritas por Ariano e Plutarco depois de mais

de 400 anos da morte de Alexandre, ocorrida em 323 a.C., e mesmo assim os historiadores as consideram

muito confiáveis. É claro que surgiu um material lendário com o decorrer do tempo, mas isso só aconteceu

nos séculos posteriores aos dois autores. Por outras palavras, nos primeiros 500 anos, a história de Alexandre

ficou quase intacta. O material lendário começou a aparecer nos 500 anos seguintes. Portanto,

comparativamente, é insignificante saber se os evangelhos foram escritos 60 ou 30 anos depois da morte de

Jesus. Na verdade a questão praticamente inexiste.” O problema dos críticos então não é a falta de evidência

histórica e, sim, porque eles adotaram a regra “se é miraculoso, não é histórico”, e isso eles fizeram por causa

de suas pressuposições filosóficas e não por princípios deduzidos da literatura histórica antiga.

“Porque não vos damos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas

engenhosamente inventadas, mas nós fomos testemunhas oculares da sua majestade.” 2Pd 1.16

Page 24: A História do Nascimento de Cristo

No século dezenove, precisamente no ano de 1844, o teólogo

alemão, Julius Muller fez um desafio sobre quem poderia

encontrar na história mundial um único exemplo de

desenvolvimento lendário rápido. Até hoje ninguém conseguiu

apresentar. O tempo passou e agora o desafio já difícil tornou-

se impossível de respondê-lo. O historiador clássico da

Universidade de Oxford, A.N. Sherwin-White examinou a

proporção em que as lendas apareciam no mundo e concluiu

que nem duas gerações completas fornece tempo suficiente

para apagar as evidências dos fatos históricos. Em outras

palavras os relatos sobre o nascimento, vida e morte de Jesus

impossibilita afirmar que trata-se de lenda posteriormente

desenvolvida. Sobre sua morte, ressureição e aparições o

credo de 1 Coríntios 15 mostra que em menos de dois anos

esses fatos já eram citados por testemunhas oculares. E dizer

que a Bíblia é o único documento que menciona Jesus é não

perceber que além dos evangelhos serem documentos

independentes, durante os 150 anos depois de Cristo dez

escritores não cristãos o mencionam e caso você ache pouco

compare isso com Tibério César, imperador dos tempos de

Cristo que é citado em fontes não-cristãs cerca de nove vezes

no mesmo período de tempo. Rejeitar os fatos do cristianismo

não é questão de falta de evidências é simplesmente uma

atitude endurecida de coração. O problema não é que o

homem não entenda a Bíblia, na verdade ele entende tão bem

que rejeita claramente sua mensagem e seu autor.

Page 25: A História do Nascimento de Cristo

18ª VERDADE: O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE CRISTO REVELA O CARÁTER

DE DEUS E A CONDIÇÃO E NECESSIDADE HUMANA.

A palavra evangelho significa “boas novas”. Quando o anjo disse para os pastores que trazia boas novas de

alegria acrescentou que era para todo o povo. A expressão “evangelho de Deus” não significa apenas algo

que fala de Deus, mas de algo que é posse de Deus, que pertence a ele. Evangelho portanto não é apenas a

exposição de fatos e crenças do cristianismo. Evangelho é o caráter de Deus. É a face do próprio Deus

voltada para nós em amor e justiça. E esse vislumbre da pessoa de Deus mostra realmente quem somos e o

que carecemos. No anúncio angélico que diz: “vos trago boas-novas...” mostra o pulsar do coração de Deus

pela humanidade; e ao dizer “hoje vos nasceu o Salvador”, revela a condição do ser humano e sua real

necessidade. Ora o Salvador nasceu porque o pecado nos matou e deixou-nos sem condições de

reconciliarmo-nos com o criador por nossas próprias forças e meios. E assim o evangelho é tanto uma boa

quanto uma má notícia. Como assim? Se por um lado o evangelho revela a bondade de Deus em nos

socorrer ao enviar seu filho, mostra também a decadência moral e espiritual de nossas vidas. Não temos

condições de se chegar até a Ele a não ser que Ele estenda a sua mão e nos tire do atoleiro que nos

metemos. A boa notícia é a grandeza do amor de Deus; a má notícia é o tamanho do nosso ódio; a boa notícia

é a glória de Deus; a má notícia é o orgulho e vaidade do homem; a boa notícia é que Deus nos dar vida em

Cristo; a má notícia é que estamos mortos em pecados; a boa notícia é que Deus sendo justo em nos

condenar nos abre os céus por seu filho; e a má notícia é que apesar de tão grande amor ainda viramos as

costas e rejeitamos sua salvação.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele

crê não pereça, mas tenha avida eterna.” Jo 3.16

Page 26: A História do Nascimento de Cristo

19ª VERDADE: O CRISTO QUE NASCE JÁ PROVOCA A IRA DOS HOMENS E A MORTE

DE CRIANÇAS NUM PRENÚNCIO DE COMO SERÁ RECEBIDA SUA MENSAGEM E SEUS

MENSAGEIROS.Há no Novo Testamento três Herodes e um quarto com o nome de

Agripa. O Herodes do nascimento de Cristo é conhecido na história

como Herodes, o Grande. Foi ele que ao saber da ida dos magos para

suas terras sem lhe dizer onde a criança estava, resolveu num ato

cruel e covarde ordenar a matança de todas as crianças de Belém de

dois anos para baixo a fim de matar o menino Jesus. Herodes, era um

idumeu, descendente de Esaú e rei da Judéia. Foi um homem tão

perverso que sua morte trouxe alegria no lugar de choro. Era um dos

cinco filhos de Antipater e tornou-se rei da Judéia em 37 a.C. Teve dez

mulheres ao longo de sua vida. Era um homem muito desconfiado e

cruel ao ponto de matar seus dois filhos, Alexandre e Aristóbulo

acusados de conspiração contra o pai. Apesar de não ter bom

relacionamento com os judeus para agradá-los reconstruiu e

embelezou o templo em Jerusalém. O nascimento de Cristo aconteceu

no fim de seu reinado. Sua morte deu-se em 4 a.C. aos 70 anos de

idade e no trigésimo quarto ano de seu reinado. Sua ordem insana de

matar crianças por causa do nascimento de Cristo mostra seu ódio ao

anúncio da chegada do rei de Israel. Tal ódio do rei e do reino

acompanhou Cristo em todo seu ministério terrestre; e o mesmo

aconteceu aos seus apóstolos e discípulos nos anos subsequentes. Até

hoje a mensagem do reino de Deus desencadeia a ira dos governantes

contra os mensageiros desse reino ao ponto de prendê-los, maltratá-

los e até matá-los. A mensagem do cristianismo trouxe espada e

rejeição aos mensageiros da mesma forma que Cristo foi rejeitado e

odiado desde seu nascimento. À sombra da cruz pairava sobre a

manjedoura. A tentativa frustrada de Herodes será mais tarde

executada por outro Herodes que antes mandara matar um homem

que nascera seis meses antes de Jesus – João Batista.

Page 27: A História do Nascimento de Cristo

20ª VERDADE: O JESUS QUE NASCE NÃO DEIXA DE SER DEUS, MAS TORNA-SE

AGORA DEUS E HOMEM E DESSA FORMA ELE SATISFAZ PLENA E UNICAMENTE A

MEDIAÇÃO ENTRE O DEUS SANTO E O HOMEM PECADOR.

“Portanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” 1Tm 2.5

Nos perguntamos porque Jesus teve que assumir a natureza humana. Não bastaria Deus ter bradado dos

céus e dizer que perdoaria os pecadores e pronto? Afinal seria mais fácil, sem manjedoura, sem humilhação,

sem cruz e sem sofrimento. Ou então Jesus viria como um anjo e pregaria o bem e a salvação e depois

voltaria para os céus. Haveria menos mistérios, sem encarnação, sem expiação, sem ressurreição e sem

ascensão. Mas caso alguma dessas ou outra alternativa fossem realizadas, Deus não seria considerado nem

amoroso, nem santo ou justo. A sua santa e justa lei fora quebrada consciente e livremente por suas criaturas.

A penalidade e sentença deveriam ser aplicadas ao culpado senão sua justiça seria capenga e seu amor

frouxo. Aparentemente os dois conceitos amor e justiça estavam em tensão por causa do pecado humano

ante a santidade divina. O que fazer diante disso? Perdoá-los sem puni-los ou puni-los sem perdoá-los? Em

sua perfeição Deus aplicou sua justiça e amor de maneira que a punição foi aplicada e o perdão concedido. E

para esse fim alguém sem pecados viveria em obediência, cumpriria a lei, receberia o julgamento e morreria

em lugar do culpado. E assim os méritos de Cristo seriam transferidos por fé aos eleitos. Um plano

estabelecido na eternidade e executado na história. Mas para realizá-lo Jesus seria enviado como homem

para resgatar os pecadores. A encarnação era a única forma dele identificar-se com a humanidade perdida.

Isso não significava que ele experimentaria o pecado, pois o pecado não era intrínseco a natureza humana.

Jesus era uma espécie de Adão antes de pecar vivendo num mundo cheio de pecado. Para se ter uma ideia,

enquanto Adão num ambiente paradisíaco sem necessidades ou dificuldades materiais, familiares,

psicológicas ou sociais cedeu a tentação e pecou num jardim; Jesus com 40 dias sem comer e com fome,

rodeado por imensas dificuldades de toda natureza, não cedeu as investidas do inimigo e venceu num

deserto. Somente um Cristo com duas naturezas, humana e divina pode realizar a mediação entre o divino e o

humano; alguém que tem em si mesmo a finitude e a infinitude; a mortalidade e a imortalidade; carregou a

culpa sem ser culpado; morreu a morte de outros; ressuscitou com as marcas da dor; subiu aos céus e fez

uma perfeita mediação entre Deus e o homem porque ele é ambos ao mesmo tempo e hoje intercede pelos

seus à destra do Pai.

Page 28: A História do Nascimento de Cristo

A maior parte deste artigo foi escrito num fim de semana

no sitio Silva, Aratuba-Ce, em 08/12/13 na varanda da

residência dos pais de minha esposa. Terminei de redigi-

lo e organizar as imagens no dia 14/12/13. Esse trabalho é

dedicado à Nayane Maria, nossa filhinha que está com os

dias contados para chegar. Papai e mamãe ansiosos.

FRANCISCO GILDO ALVES GOMES, nasceu em Aratuba no dia 07 de

abril de 1976. Filho de Gilvan Martins Gomes e Maria de Fátima Alves

Gomes, in memoriam. Casado com Maria Neuridete Alves Pinheiro

Gomes. É protestante e pai de Caio Gabriel e João Wesley. Professor do

município de Aratuba e ensina há mais de 14 anos as disciplinas de

Historia e Geografia. É graduado pela UECE (2002) para atuar no Ensino

Fundamental e especialista em História do Brasil pela UVA (2011). É

autor do livro Aratuba Ontem e Hoje – História e Consciência de um

Município Serrano, lançado pelo portal aratuba online em março de 2013

e escreve artigos para a coluna do Raio X desde 2012.

Referencias Bibliográficas

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• STROBEL, Lee. Em Defesa de Cristo, Editora Vida, 2002

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• DAVIS, John D. Dicionário da Bíbia. Juerp, 14ª edição, 1987

• MCDOWELL, Josh. Evidência que exige um veredito, vol I. Candeia, 2000

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• GILBERTO, Antônio. Manual da Escola Dominical. CPAD, 14ª edição 1995

• COSTA, Hermisten Maia Pereira da. Eu Creio no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Edições Parakletos, 2002

• Bíblia Sagrada. Edição Revista e Atualizada de Almeida. SBB, 2ª edição de 1992

• MENDES, Jeovah. Curiosidades da Bíblia e da História: De Adão aos nossos dias. Edições Livro Técnico, 2001

• LUTZER, Erwin E. Cristo entre outros deuses. CPAD, 2000

• FILHO, Glauco Magalhães. O Imaginário em As Crônicas de Nárnia. Mundo Cristão, 2005