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Livro institucional da tradicional fabricante de pianos de Curitiba, PR Essenfelder e Cia Ltda., distribuído aos clientes que compravam um piano.Ed. 1982

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A HISTORIA DOS

PIANOSESSENFELDER

autoria e pesquisa redação

colaboradores

Estlzer Essen[elder Cunha Mel/o PcrciMoro Esther Essen[elder Cunha Mel/o Paulo Sérgio Müller Natalício de Alencar Joaquim lnojosa Eurico Back liane Essen[elder C Mel/o Frank

CURITIBA - PARANÁ- 1982

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Apresentação

Nem o mundo, nem os homens virão a gozar de plenitude porque algo sempre nos falta. Mas, o que é muito estranho, só nos damos conta do que nos falta quando esse elemento, seja algo material, intelectual ou espiritual, nos é trazido por alguém. E faltava, sem a menor dúvida, a história dos pianos Essenf elder, que é a própria história de uma famz1ia de industriais, mas observe-se bem, de industriais de música, o que existe de mais nobre nesse campo da atividade humana.

Alguém poderia argüir que sabíamos muito sobre os pianos Essenfelder e que, assim, pouco nos faltava. Mas, o que sabíamos nós ?

1. 0 ) Esses pianos são dos melhores do mundo, os melhores fabricados no Brasil e precisamente aqui em nossa Capital.

2. 0 ) A fábrica vem de muitos anos, sem conhecermos suas datas júndamentais . .3. 0 ) A grande maioria dos pianos de nossos lares é constituída de pianos Essenfelder.

É o que sabíamos e o que quase toda gente sabe, ao menos as pessoas com um certo relacwnamen­to com a música e com a fabricação de instrumentos musicais.

Mas isso - descobrimos agora - ntlo é nada. Na verdade temos de confessar o nosso desconheci­mento quase total de uma história integrada à nossa história, à história da indústria nacwnal.

O trabalho que pudemos ler nos originais , graças à gentileza da senhora Esther Essenfelder Cunha Me/lo, lfder em nossa comunidade, dirigente desde 1973 da indústria de pianos Essenfelder e descendente direta do primeiro idealizador e construtor dessa marca , o saudoso sr. Florian Essenfelder Sênwr, é um testemunho elo­qüente de quanto ignoramos o que está bem próximo de nós. E a indústria Essenfelder ali está, quase no centro da cidade. Conhecemo-la por fora, de passagem. Mas não sabíamos o que continham, o que encerravam de esfor­ços e de trabalhos, de luta árdua e difícil, de dedicação e sacrifício aquelas vetustas paredes de cor amarelo-escura a indicar décadas e mais décadas de criação e montagem técnica e sonora.

A narrativa chega a ser comovente , projúndamente comovente. Que não aconteça o que aconte­ceu com a marca Bechstein, que um descendente da famz1ia tenha de visitar a fábrica Essenfelder para matar as saudades (e Florian, o primeiro , começou a trabalhar com os Bechsteins) , é o esforço da senhora Esther Essenf e/der Cunha Mello.

Tanto a marca Essenfelder, quanto a ilustre famflia, constituem um verdadeiro patrimônio da sociedade paranaense e brasileira, patrimônio eloqüente , que deve ser conhecido a respeitado pelas novas gera­ções.

Só espero que este livro, que tanto me encantou e comoveu ( e que me ilustrou sensivelmente) possa ser levado para as escolas, onde as crianças aprendem a conhecer a nossa realidade. Se o povo paranaense (como eu mesmo) ignorava essa história, nenhuma culpa lhe cabe. Não possuía elementos capazes de elucidá­/o a respeito dos feitos "essenfelderianos" (se é que se pode dizer assim). Agora, porém, nenhuma desculpa mais teremos nós para justificar a nossa falha.

Espero que este trabalho sirva de exemplo para que possamos preencher muitas outras lacunas de histórias de famflias e de iniciativas paranaenses que não conhecemos a não ser muito superficialmente, mas que merecem ser conhecidas porque muito contribuiram para o nosso desenvolvimento industrial, técnico e ar­tístico.

Curitiba, maw de 1981.

Ocyron Cunha, Reitor da Universidade Federal do Paraná.

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Um Uvro a Ser Imitado Inúmeros motivos fixaram certamente a minha pessoa para uma desusada missão: a de prefaciar

um livro novo, contando a vida da fdbrica de pianos Essenfelder , dos meus iniciadores e dos continuadores até a pessoa que hoje se estd responsabilizando pela firma, pelo negócio, pela fábrica, pela técnica e pelos avanços que possa dar no futuro, os quais dependerão das dificuldades que a instituição acaba de vencer galhardamente. Estas, se não fossem vencidas a tempo, jogariam a fábrica no olvido, mas estas mesmas dificuldades hoje são passado e entram na história para consagrar os fundadores com as merecidas palmas e para dar presti'gio a quem está sabendo conduzir um barco diffcil em meio a inúmeros escolhos.

A Indústria Essenfelder sempre mereceu de minha parte o maior respeito, não só por ser eu ami­go de Floriano e Frederico, que pouco mais velhos do que eu eram (mas com que privei}, o mesmo acontecen­do com Carlos , os irmãos que a representavam por suas pessoas, mas pelo fato de também admirar o Sr. Berthol­do Hauer, a quem sei que a indústria muito deveu em seus passos iniciais.

Para demonstração do fato (que também co"esponde a valor inmnseco do que a fábrica represen­tava para o Paraná} reproduzo o que foi dito por mim em meu livro "Formas estruturais da economia paranaen­se •: à página 172 : "Elemento importante, sobretudo para o mundo artístico, mas derivado do /asma madeireiro e contando com as fundições locais e as nossas madeiros de lei, a fabricação de pianos Essenfelder. Nasceu esta indústria com Florian Essenfelder Sênior, quando em junho de 1889 ele veio para a América do Sul, deixando a firma C. Bechstein de Berlim como técnico que era para trabalhar para a firma Drangosch, de Buenos Aires. Tendo trazido a famflia, nasceram-lhe quase todos os filhos na Argentina; mas veio em 1902 para o Brasil, porque não lhe convieram os "bons ares" da capital portenha. Depois de urna tentativa algo mais longa em Pelotas, veio para Curitiba atraído pelas nossas madeiras de maior densidade, geralmente chamadas "madeiras de lei·: precedi­do na ·chegada ao Paraná por seu filho Frederico. Aqui a instalação da famz1ia teria começado em 1909 e a fir­ma F. Essenfelder &Cia. é formada em 1911 , sendo sócios iniciais Florian Essenfelder Sênior, Bertholdo Hauer e Alberto Wilsing, com ajuda constante, na parte artz'stica, de Léo Kessler. A crise de 1930 determinou nova modi­ficação da firma. Saiu Bertholdo Hauer e ingressaram como participantes os filhos Frederico, Floriano Helmuth, Carlos e Ernesto. Depois de meio século de vida e contando inclusive com o progresso local, os pianos constituem elemento da estrutura complexa do Paraná, datando a primeira tentativa na América do Sul, neste sentido, a de Carlos Wehrs no Rio de Janeiro, em 1868. Não se pode deixar de confiar no Paraná, desde que, para haver a mo­dificação e a sedimentação da estrutura complexa, o estrangulamento força eletromotriz seja eliminado''.

Ainda não é só. D. Esther Essenfelder, que hoje dirige com extrema sabedoria a fábrica de pia­nos e a firma a que ela pertence, sempre me fez o favor de mostrar seu extraordinariamente valioso apreço à minha pessoa.mesmo procurando ouvir-me em conferências (nem sempre fáceis ou agradáveis} para quem vise exclusivamente o conhecimento e nenhwna vantagem, nem aplauso.

Depois veio a casar-se com sua filha Liane um meu ex-aluno (por sinal, dos mais aplicados e bri­lhantes} , o dr. Walter Frank, de quem eu conhecera duas gerações de antepassados. Não teria sido por isso e, segundo penso, pelos méritos pessoais, que essa escolha chegou à minha pessoa.

Quando agora recebi um livro sobre a fábrica Essenfelder, destinado a comemorar o seu estupen­do trabalho de desbravamento num país que há cem anos seria quase selvagem, exulto e sobretudo pelo que esse pioneirismo representa entre as grandes indústrias do Paraná.

O livro de Dona Esther Essenfelder Cunha Mel/o, diretora da Empresa F Essenfelder &eia. Lt<Ja., diz respeito à instituição criada por seu primeiro antepassado a vir para a América do Sul e a fazer surgir em te"a ainda sem indústrias, nem tecnologia nem arte, aquilo que a Europa possuía em abundância e que era ca­paz de derramar pelo mundo generosamente.

Ora, a expansão da cultura é feito natural onde ela exista , e tudo depende do material humano, do homem, da sua capacidade e dos seus impulsos, sempre que estes sejam dirigidos no sentido da construção e do empreendimento útil.

Natural portanto que a base do livro fosse história e a história de Florian Essenfe/der Sênior, que se amsca a deixar a sua vida estabelecida e atravessa o Oceano Atlântico para uma grande aventura. Todo o pri­meiro capítulo diz respeito a esse pioneirismo e às suas tentativas. A necessidade de fixá-lo como pessoa no seu ambiente, em seu paz's de origem, no seu primeiro meio, dentro da famz1ia , em Berlim, na Alemanha, é o que em seguida com curiosidade se lê, mas os capítulos não têm (nem seria necessário} precisão cronológica em sua seqüência. Ora um comentário surge, vivo, um depoimento, uma impressão pessoal do que guarda na memória de melhor transmitido oralmente e dos que seu coração deva guardar. Depois é o que impressiona sua sensfbilida­de da figura de uma grande pianista russa, Luba d 'Alexandrowska, que se apaixonaria pelo~ pianos feitos em Curitiba, e só dava concerto no seu próprio , que a a companhava por toda parte, no Brasil e na Europa, indis-

2 pensável instrumento de sua glória para a consagração.

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Muda de tom ao contar o episódio do primeiro avião que chega ao Paraná, o baiano, e que em Curitiba de 1912 tem sua hélice rota sem possibilidade de substituição importada. Floriano Helmuth consulta­do, assume a responsabilidade. Fabrica a peça essencial e tudo se normaliza. O Brasil muito mais tarde pelo seu Ministério da Aeronáutica o consagra e o premia postumamente com a ordem do mérito aeronáutico.

O sentido material e concreto é de suma importância para a indústria e à descrição se de"ama também o propósito da sólida evolução da marca. Então a necessidade surge das focalizações pessoas no reco­nhecimento da contribuição de cada um. E vem um capítulo atrás do outro na exposição das execuções práti­cas, ora uma ampla visão, um conjunto, e Frederico é focalizado; ora Carlos, mestre na eficiência técnica para obtenção de exatos resultados; ora Hélio, dedicado dirigente,' Alceu depois, e Ernesto, cada qual em seu setor.

Bem se sabe que uma fábrica, da mesma fonna que qualquer orquestra, necessita de uma regên­cia eficiente que comande a convergência geral e a sucessão dos pontos essenciais a tocar sucessivamente. Tudo caminha bem se os ofícios se dividem e a convergência dos esforços se delineia em termos harmônicos para a execução e os objetivos finais.

Há porém, ainda, os incentivadores, como é caso de Guilherme Fontainha, e a sua enorme con· tribuição se patenteia, seja por entusiasmo patriótico, seja por vibração afetiva convergente, desde 1911, como um elemento de apoio e uma amizade de escol.

Claro que os grandes esforços propalados e reconhecidos, há que ver a continuidade indispensável, visto que nenhuma instituição pode subsistir sem órgão ou órgãos humanos que disso se enca"eguem levando o movimento a bom destino. Af entlío surge Dona Esther Essenfelder Cunha Mel/o, com a sua coragem, a sua galharda possibilidade, sua atividade ommmoda, a sentir-se subjetivamente amparada por seus maiores, para satisfazer seus objetos permanentes. Ela sente os seus aplausos e o seu apoio e prossegue.

Hoje a fábrica Essenfelder é um monumento e a sua produção obra de arte e técnica reconhecida como de grande valor em todos os sentidos. Há cem anos tudo começaria na sa(da da Alemanha, em final do século XIX . Hoje se está apenas integrando todo o passado no presente que vibra preocupado com o porvir de um novo e radiante Estado, dentro de um Novo Brasil.

Prof David Carneiro

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' • # A Guisa de Prefacio Sinibaldo Trombini

Sobre a importantíssima obra que espelha com fidelidade a vida de uma indústria que honra o Paraná: F. Essenfelder & Cia. Lt<Ja.

Seria temeroso de minha parte falar ou escrever sobre uma indústria como a Fábrica de Píanos Essenfelder, da firma F. Essenfelder & Cia. Ltda., e que tem à sua frente, como empresária e líder inconteste, D. Esther Essen­f e/der Cunha Mello

Não fôra a admiração e amizade que sempre mantive pela faml1ia Essenfelder, cuja afinidade ligou-se à essa exemplar gente, como também, a admiração pela música, divina música, que os sonoros pianos Essenfelder pela sua fidelidade, conquistaram um lugar de destaque, desde a grand'e Exposição de Turin, onde um artístico exempllar foi premiado com Medalha de Ouro.

Em 1928, fui trabalhar nessa conceituada firma. Tinha seus escritórios nos fundos de um salão de exposição permanente, situados à Rua XV de Novembro, bem defronte ao Café Alvorada de hoje e próximo ao Grande Hotel Moderno, hoje extinto. Fui auxiliar do Sr. A. Reimann, contador da firma e encarregado dosa­lão de exposição e de sua limpeza.

Vários pumos expostos no salão, destacando-se o modelo Luiz XV, em cor marfim-pérola, todo entalhado, se constituía numa obra prima da afamada indústria. Outros mais, nos moldes A, B e C verticais, completavam o salão, sendo que os verticais eram preferencialmente em imbuia clara ou escura e alguns mode­los em mogno. Eu, após a limpeza do salão e dos pianos, fechado, esperando as oito horas convencionais para abertura da loja, escolhia o melhor piano e me exercitava, dando vazão ao meu desejo de ser pianista.

Lembro que diariamente, uma senhorinha, e recordo seu nome, Yolanda Pedroza, tocava das 14 às 17 horas, fazendo demonstrações dos instrumentos em exposição e aos eventuais interessados.

Naqueles tempos, Essenfelder dispunha de dezenas de pianos usados que alugava, cujas mensali­dades eu era enca"egado de receber.

O Salão Essenfelder constitui-se no centro de arte de Curitiba, onde faml1ias e senhoritas em visita experimentavam os pianos. Convém destacar que nenhum artista de renome nacional e internacional e pode­

mos citar Alexandrowska, Galignani, Zecchi, Fontainha e muitos outros, deixavam de visitar a exposição e soli­citar um piano de cauda para suas apresentações, quer no Teatro Guaíra ou no Conservatório de Música.

O livro que se edita não é somente um perfil dessa conceituada indústria, nele encontramos Currículos de seus diretores que, desde Floriano Essenfelder Sênior, até o último dos Essenfelder, souberam dignificar o nome da empresa • contribuindo para que os pianos Essenfelder de fama internacional atingissem a fama incontestável. Nas opiniões de Guilherme Fontainha , Luba Alexandrowska, Zacchi, Galignani e outros, um piano Essenfelder poderia ostentar uma etiqueta dos célebres pianos Bechstein, Playel, Ehrard Steinweg ou Bluethner ! Sua sonoridade cativou principalmente Fontainha e Alexandrowska, sendo que esta em tournée, pela Europa, levava um Essenfelder pela fidelidade de som

Criança ou adolescente , 17 anos, eu, tive a felicidade de trabalhar para gente que me dispensava um tratamento excepcional. Cito além de meu chefe de escritório Sr. Reimann, o Comendador e Cônsul da Aus­tria no Paraná Dr. Bertholdo Hauer. Homem magnífico, de fina educação, nunca deixou de cumprimentar-me com o maior respeito, despertando em mim um desejo incontido de ser um dia, como ele! Homem de grande atividade e conceito firmado nas capitais brasileiras, muito contribuiu para o sucesso da empresa. Era inegava/­mente o "public relations "por excelência.

Os três irmllos: Floriano, Frederico, comumente chamado Fritz e Carlos ou Carlito, como era mais conhecido. Eram as vigas mestras da indústria, quer pela dedicação, pela capacidade de trabalho, pela téc­nica e pelo cavalheirismo. Nêsses três homens, eu o garoto "office boy", encontrei o exemplo de luta e de dig­nidade. Floriano 110 seu inf onnalismo, pouco falante, ensejava-me breves diálogos. Carlitos o homem simpatia, um dos artífices da indústria, uma vez por semana visitava-nos e buscava, depois de dias de intenso labor, o ar alegre da Rua XV. Sempre cordial, sempre animando seu otimismo, não sonhava, realizava.

Destaco a personalidade forte de Frederico e vamos dizer sem ª"ogância e sem desejo de compa­rá-lo à peça de teatro, Amigo Fritz. Cavalheiro, elegante, inteligente, honesto e trabalhador, sem se impor, era líder da Empresa. Conduzia os negócios sempre assessorado pelos irmãos, dentro da harmonia que permite que uma famflia se entenda e trabalhe em busca do desenvolvimento e logicamente do sucesso! E como traba/"haram O! irmãos Essenfelder ! ...

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Há muitos capítulos que contam a história dos Pianos Essenfelder e só lamento não ter conheci­do aquele homem de aço, de caráter sem jaça, de fortaleza de espírito, teimoso dentro de uma concepção de traba/}w ou melhor dizendo, de uma filosofia de trabalho que soube imprimir à sua luta, transferindo-se aos seus filhos: homens e mulheres ! Não o conheci, porém nem toda felicidade é completa. Se eu fui feliz de conhecer essa gente que fez-me sentir gente, eu agradeço à Deus a oportunidade ! ...

Quero agora falar de uma mulher: Esther Essenfelder Cunha Me/lo. Conheci-a ainda menina aos dez anos de idade. Nunca lhe falei. Também nãoprivei da amizade da famt1ia, porém, hoje,muitos anos mais tarde nos conhecemos melhor e então eu conhecí a MULHER !

Quando todos os homens de nome Essenfelder ou não, em época ou outra administraram a Em­presa, foram desaparecendo, parecia que a indústria de Pianos Essenfelder também estava fadada ao desapareci­mento. Seria uma tristeza para o Paraná e para o Brasil !

Surgiu uma mulher com espírito de empresária indomável , a exemplo de Floriano Sênior, com a finneza e determinação de um gigante. Esther lembrando a luta do teimoso avô e o insano trabalho de seu pai e tios e de muitos outros, tomou a si a responsabilidade maior de soerguer a empresa Essenfelder , recuperando o seu lugar entre as maiores indústrias de nosso Estado. E foi com maõ firme, quase homérica, com suor, lágri­mas e sangue, que desfraldou a bandeira que hoje paneja vitoriosamente !

O livro que Esther Essenf elder quer deixar aos pósteros é uma joia que não só orgulha uma plêiade de Jwmens e mulheres do C/ll Essenfelder, mas, e acima de tudo, a AR TE, o PARANÁ e o BRASIL ! .. .

Parabéns ESTHER ESSENFEWER CUNHA MELLO ! Parabéns Pianos ESSENFELDER ! ! ! .. . Que a sonoridade melodiosa do piano Essenfelder ressoe sempre em nossos ouvidos!

Uma Valiosa Contribuição Li os originais que a prezada amiga Esther Essenfelder me confiou, em que descreve , com os

sentimentos e a autoridade de famz1ia, a vinda para o Brasil dos Essenfelder, os esforços , as lutas, os funda­mentos das suas realizações industriais, no pioneirismo da fabricação de pianos, que a direção atual mantém com a mesma galhardia.

A história da nossa pátria terá de escrever-se sempre com o conhecimento da colaboração que prestaram homens como esses seus antepassados. Abandonaram a terra de origem, a velha Europa de atrações permanentes, e rumaram para o desconhecido, o Brasil distante - não o de hoje - , nele confiando, ampliando sonhos, atividades e famz1ias. Tudo o que somos hoje e ainda o que seremos amanhã resulta dessa colaboração, a de que os Essenfelder são um exemplo.

Basta ler as páginas que a sra. Esther Essenfe/der escreveu para julgar da soma de serviços presta­dos para o nosso desenvolvimento , que resulta, no final, da soma de atividades semelhantes, partidas dos que aqui chegam e dos que os recebem, de braços abertos, integrando-os na mesma comunhão nacional.

Joaquim Inojosa Presidente da Ordem

dos Velhos Jornalistas. 5

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MARIA, A PROGENITORA Maria Wilhelmina Amelie Jacomowski, filha de Frederico Jacomowski e de Carlota Wien Jacomowski, nasceu em 1850, em Konigsberg, Ale­manha. Em novembro de 1885, casou.fie com Florian Essenfelder, com quem teve seis filhos: Carlota, Floriano, Frederico, Carlos, Ernesto e Margarida.

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FWRIAN t:SSENFELDER, O FUNDADOR

"Ensina ao menino o caminho em que deve andar! E, quando for crescido, jamais se desviará dele''. (Rei Salomão)

Estas palavras do sábio parecem ter influenciado sensivelmente o modo de vida da Famz1ia Essen­felder. Tradicional famflia católica, sempre soube transmitir princípios morais sólidos a seus filhos. Foi assim que, na cidade de Friedland, na Preussisch - Reinado Pro.ssiano - , corria o ano de 1855 ...

Seria mais um ano normal como todos os outros, menos para o casal Ferdinand Essenfelder e Maria Jacomowski Essenfelder, que aguardava com muita alegria a chegada de mais um herdeiro. Este contenta­mento atingiu o ápice no dia 7 de novembro daquele memorável ano, quando veio ao mundo um menino que recebeu o nome de Florian Essenfelder.

Cedo mostrou ser inteligente e dedicado. Não tardou em demonstrar seu grande interesse pela ma­ravilhosa arte da música, bem alicerçado que estava pela formação moral e religiosa de seus pais.

Esse incentivo foi a base fundamental para Florian tornar-se um talentoso músico instrumentista da famosa fábrica alemã "C. Bechstein ", de Berlim, onde se flZera mestre de instrumentos musicais, aproximada­mente aos seus 27 anos de idade.

A música para ele era muito mais que uma bem remunerada profissão. Significava um gesto de amor e dedicação, maneira que dedicava também ao próximo, notadamente pelo seu espírito humanitário , çlei­xando essa característica em evidenciada quando, muito jovem ainda, em Berlim, no ano de 1887, já integrava diversas sociedades filantrópicas.

Moço feito, Florian sentiu o desejo de constituir faml1ia. Foi assim que conheceu Maria Jacomows­ki, filha de Frederico Jacomowski e Carlota Wien, natural de Konigsberg, com quem se casou. Funcionário con­

cei·tuado com grande experiência em fabricar pianos na ''C. Bechstein ", formou o seu lar. Com dois filhos, a p;imogênita Carlota e Floriano Helmuth, essa bem estruturada posição de famz7ia, no entanto, não lhe ofusca­va a chama que ardia ao peito de vir à América e aqui fabricar os seus próprios pianos.

Sentindo problemas de saúde por continuar vivendo em clima frio, este fato contribuiu para sua definição em conhecer a América, onde o clima é tropical. Assim, sempre incentivado pela vontade de realizar o grande StJnho, Floriano não hesitou em convidar e trazer a esposa e os dois filhos para a América do Sul, onde em 1889 começou a feliz caminhada de F. ESSENFELDER & CIA. LTDA. Esta é a história que nos propomos a apresentar nas páginas seguintes.

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OS PRIMEIROS PIANOS

A decisão de Florian Essenfelder de vir para a América do Sul, em 1889, pode ser considerada como o início da História dos Pianos Essenfelder. Juntamente com a esposa e seus dois filhos, despediram-se dos parentes e da Alemanha, saindo da residência na Rua Holtzmarket Strasse, n. 0 1 O , em Berlim, paTa singrar os mares do Atlântico Sul, aportando em Buenos Aires em junho do mesmo ano.

Na capital argentina, instalaram-se numa casa da Rua Venezuela, n.0 1.981. Florian trouxera con­sigo importante recomendação da Fábrica de Pianos "C. Bechstein", onde adquirira larga experiência, passando a assumir imediatamente o posto de técnico de pianos na firma Drangosch, então representante dos '1Jechstein" naquela cidade.

Em 1889, promovia o Brasil a abolição da escravatura, fato que alcançou enorme repercussão em todo o mundo, despertando logo invulgar entusiasmo em Florian Essenfelder. Interessado , ao mesmo tempo em que cumpria a sua obrigação na Drangosch, acompanhava as notícias de que a qualquer momento poderia ser proclamada a República do Brasil.

Sendo um profissional exímio, homem culto e de temperamento vigoroso, trazendo sempre no coração o desejo ardente de fabriCaT pianos, não conseguiu por muito tempo resistir aos ditames dessa tendên­cia idealístico.

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Nessa época, entretanto, a Argentina enfrentava uma verdadeira avalancha de pianos franceses e alemães, que inundavam o mercado. Qualquer pessoa que tentasse se impor a essa invasão, lançando-se à jor­nada incerta, qual fosse a da implantação de uma indústria tão delicada como a de pianos, num meio tão des­tituido de recursos técnicos, falho de matérias primas indispensáveis e onde o interesse predominante residia na agricultura e na pecuária, fatalmente teria que enfrentar sérios problemas.

Pois mesmo diante dessa situação negativa, Florian Essenfelder, que se apaixonava cada vez mais pela nobre missão de manufaturar inst1Umentos musicais, não esmorecia no seu intento. Lutuva com o máximo dos esforços, mesmo sem contar com recursos financeiros próprios e sem conseguir despertar o interesse do go­verno ou dos capitalistas locais.

Mas em 1890, de maneira modesta e com firme resolução , dava ele um passo sumamente impor­tante, estabelecendo a sua própria fábrica na Rua Rivadávia, n. 0 1. 708. O desafio estava lançado. Sabia que a partir dessa corajosa decisão teria pela frente uma árdua batalha contra imprevistos reveses.

Iniciando a fabricação de pianos, Florian renovava a tentativa de Gustav Breyer, membro da fa­mília integrante da finna "Breyer Hennanos': renomada cada editora e tradicional importadora de pianos em Buenos A ires. Gustav Breyer era argentino_ e, não desejando mais enfrentar os contratempos e abo"ecimentos que a fabricação de pianos impunha a quem, naquela época, se dispusesse a levar adiante tal empreendimento, transferiu-se para Hamburgo. Desta cidade, mais tarde, enviava os mesmos pianos de sua fabricação à casa em Buenos Aires, que por sua vez se encarregava de vendê-los ao seus patrícios, os quais não lhe negavam reverên­cias, pois sabiam, agora sim, que tinham atravessado o oceano , o que era para eles a principal recomendação ...

O primeiro piano fabricado por Florian em Buenos Aires, em 1890,foi do tipo vertical, com 1,42 m de altura, que ainda figura na linha atual de fabricação, como Modelo "C" luxo, pela excelente disposifão de sua parte técnica e acústica.

Na capital argentina, o casal Florian e Maria Jacomowski Essenfelder teve mais quatro filhos: Fre­derico, Carlos, Ernesto e Margarida. Os anos passavam e Florian, utilizando ferramentas improvisadas e tendo como companheiros, artistas e artesãos, os próprios filhos, produzia e vendia seus produtos, agora disputados pela robustez, alta qualidade sonora e acabamento esmerado. Em 1895, incentivado pela aceitação dos seus pianos, patenteou em Buenos Aires a sua obra sob n. 0 19 - Categoria 38, patente para indústria e venda de pianos, expedida no dia 15 de novembro daquele ano.

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A IJ J/f I N 1 S T !l A G 1 O N

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Em 1898, por ocasião da Exposição Nacional da Argentina, Florian Essenfelder expôs o primei­ro piano de cauda construido na América do Sul. Possuía 2,05 m de comprimento: verdadeira obra-prima. Seus filhos ainda crianças puderam assistir à cerimônia em que o General Júlio Rocca, então presidente do vizinho pais, o abraçou como sendo o bravo pioneiro, ao mesmo tempo em que entregava o GRAN PRJX DE BUENOS AIRES, conferido pelo júri da exposição.

Apesar desse marcante sucesso, no entanto, as dificuldades eram enormes e a situação financeira da fábrica mantinha-se precária. Faltavam, inclusive, várias espécies de madeira que F/orian considerava indispen­sáveis para produzir bons pianos. A situação agravou-se ainda mais quando lhe adoeceu a esposa, que veio a fale­cer em 15 de setembro de 1899, deixando-o com seis filhos menores, entre um e treze anos de idade.

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A Fam11ia Essenfelder em Buenos Aires, em tomo da mesa de chá, no jardim da residência. Da esquerda para a direita, avista-se Florian Essenfelder com Carlota à direita, tendo Maria Essenfelder ao seu lado com Floriano Helmoth ao colo; ao centro, Carlota Jacomowski, mãe de Maria; à direita, a tia-i.rm! de Maria Essenfelder com tio Lichner, ladeados pelo sr. Reimann , bom amigo da família .

Maria Jacomowskí Essenfelder foi sepultada no Cemitério de Chacarita, naquela cidade. O choque sofrido por Florian abalou-o profundamente e a necessidade de sustento dos filhos fé-lo dedicar-se a consertos de pianos e "harmonions': tomando-se ele, inclusive, o afinador dos órgãos das principais igrejas de Buenos Aires.

Nos dois anos subseqüentes, embora espaçadamente, continuou constnúndo pianos de cauda do seu tipo predileto ( 2, 05 m de comprimento) até que, em 1902, ficando insustentável a situação como fabrican· te de pianos na grande metrópole, cuja frieza lhe roubara o calor do entusiasmo, decidiu vir para o Brasil, país a que já dedicava amor. Obteve autorização de saída da te"ª argentina e, destemido encaixotou fe"amentas, modelos e tudo quanto possu(a. Acompanhado de sua fam([ia e dois operários especializados, transferiu a fábri­ca para o solo brasileiro, pelo vapor "Aymoré ·: do Lloyd Brasileiro, aqui chegando em fevereiro de 1902.

Os dois operários especializados , que vieram com a mudança, voltaram aos seus pagos, deixando­os ao léu da sorte. Entretanto, a famflia manteve-se coesa e guiada por aquele homem de personalidade extraor­dinária, que vinha sendo premido pelas vicissitudes, sem esmorecer.

Após o desembarque no Porto do Rio Grande, em face da demora da reorganização e das despe­sas que corriam , tomou-se mister agir novamente, decidindo Florian Essenfelder iniciar a fabricação, na mesma localidade, de rrt1is alguns pianos. Assim, fabricou pianos de cauda e iniciou a feitura de outros três, no período de dois anos.

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Em janeiro de 1904 , novamente seguia a fábrica em frente, agora no iate "Elisa" com seu deste­meroso chefe e filhos, subindo o rio Pelotas, até alcançar a cidade do mesmo nome. Foi aí, então, que começou a aprendizagem dura e eficiente dos filhos, entrando Floriano Helmuth e Frederico definitivamente para a ofici­na. O primeiro contava 15 anos; o segundo, 14.

Florian, pai, chefe e industrial, homem de porte fidalgo, que se apresentava em muitas ocasiões de "frack" e chapéu alto, inspirava respeito e confiança em toda parte. Tinha o espírito lúcido, era um humoris­ta de escol e mantinha-se sempre com personalidade destacada em todos os meios que freqüentava.

Novamente sem recursos financeiros, mesmo assim projetou e iniciou a fabricação de um piano vertical. Nessa tarefa, encontrou enormes dificuldades, principalmente na obtenção de madeiras duras exigidas na confecção de determinadas peças do mecanismo. Perdurou o impasse até que, examinando a madeira que servia de tranca nas portas de sua nova oficina, observou que ela preenchia os requisitos indispensáveis à elabora­ção daquelas importantes peças. Soube , mais tarde, tratar-se de peroba, madeira abundante no Paraná. O bene­ficiamento das matérias-primas, contudo, era feito por processos dos mais rudimentares, utilizando-se velhas máquinas de costura, habilmente adaptadas, para cumprirem a função de furadeiras.

Como verdadeiros titans no início das atividades da fábrica, Florian Essenfelder Sênior, Floriano Helmuth Essenfelder e Frederico Essenfelder conseguiram realizar, à custa de enor­mes sacrifícios , o processo industrial que resultou na produção de grande série de pianos.

Nessa época , trabalhavam na oficina somente Florian e os filhos Floriano Helmuth e Frederico. Os serviços caseiros e os cuidados aos irmãos menores, em idade escolar , ficavam a cargo da filha primogênita Carlota, que se tornara, por sua abnegação e estoicismo, o esteio de toda a famz1ia. A ela deve-se o fato de ter sido possível o espírito de coesão dos seus membros em torno do chefe. Ê por isso que, ao se falar de um jubi­leu do nome Essenfelder, há sempre que citar, com toda veneração , o nome dessa nobre irmã, construtora anô­nima dos alicerces dos futuros triunfos da família.

Em Pelotas, Rio Grande do Sul, durante cinco anos obteve-se a fabricação de uns vinte pianos. Dirjgidos por seu pai, os filhos já executavam os trabalhos auxiliados por um operário . As centenas de peças que compõem um piano eram se"adas e trabalhadas à mão em suas mais variadas dimensões e formas. Essa rigorosa e árdua aprendizagem muito lhes valeu mais tarde, quando foram solicitados a produzir pianos.

Mas com a falta de capital e impossibilidade de consegui-lo naquele meio, não havia outra solu­ção senão procurar uma nova localidade. Florian Essenfe/der Sénior escolheu o Paraná e veio para Çuritiba sondar as possibilidades. Nesse interim, a oficina ficou aos cuidados dos filhos, que deveriam trabalhar para cobrir as despesas da casa durante a sua ausência. Foi rµando Frederico , com 17 anos de idade, teve a oportunidade de afi­nar um piano, recebendo em troca muito bom pagamento, pois esse trabalho representava na época um grande acontecimento. A difícil arte era bem remunerada.

O talento e o trabalho grandioso de Florian Essenfelder muito significaram para a história de Curitiba. O reconhecimento da sua marcante personalidade ficou perpetuado com a justa homenagem que a muni­cipalidade lhe prestou, dando o seu nome à uma rua transversal à Rua Ubaldino do Amaral, no Alto da Glória.

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A Família Essenfelder , sempre unida e fortalecida por um grande idealismo. Da esquerda para a direita, sen­tados, vemos Margarida, Florian e Carlota; em pé, Frederico, Floriano , Carlos e Ernesto.

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Ainda no princípio <IM atividades da fábrica de pianos, perceb«e a canc1erística de idealismo e o espírito de trabalho em equipe da Família E~nfelder . Na foto , vemos Adolfo Traub (ao centro), Frederico Essenfelder (à direita) e Carlos ~nfelder (à esquerda).

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OS PRÊMIOS CONQUISTADOS

Os PIANOS ESSENFELDER são de qualidade internacional comprovada. ESSENFELDER é a marca que reúne a experiência técnica e cientifica de mais de 92 anos em fabricação de inst1Umentos musicais especializados. Competindo com outros grandes nomes mundiais, conquistou prêmios elevados:

1898 - Grande Prix - Medalha de Ouro - Buenos Aires 1908 - Grande Prémio - Rio de Janeiro 1911 - Medalha de Ouro - Turim 1919 - Prêmio Campeonato - Medalha de Ouro - Montevidéu 1922 - Grande Prêmio Exposição do Centenário - Rio de Janeiro 1932 - Grande Prêmio Exposição do IV Centenário

Medalha de Ouro - S. Vicente - São Paulo 1937 - Grand Prix - Medalha de Ouro - Pan·s 1953 - Medalha de Ouro - Exposição do Centenário 1954 - Prémio Congresso Internacional do Café - Curitiba - Paraná 1966 - Diploma de Consagração Pública - Sociedade lnteramericana de Pesquisas e

lnf ormações Ltda - ParanlÍ 1969 - Diploma de Consagração Pública - Sociedade Jnteramericana de Pesquisas e

informações Ltda - Paraná 1977 - Diploma de Consagração Pública - SENAP - Serviço Nacional de Pesquisa de Opinião Pública 1978 - Empresa do Ano - F Essenfelder & Cia. Ltda - "Empresas e Empresários" 1979 - JP Lugar - SENAP - Serviço Nacional de Pesquisas de Opinião Pública.

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EXPOSITIO 1 l E f~NA TfO AI E

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Projetado pua ldeqaaMe às ma modernas teoria da dstica, O Plano E.enfelder manfni, desde OI pdmeirot modelos, o acabamento com adornos de fino esmero, graças à aplicação de artesanato altamente qualificado.

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FWRIANO l!SSENFELDER, O CONSTRUTOR

Floriano He/muth Essenfelder nasceu em Berlim, Alemanha, no dia 06 de maio de 1889. Não tinha um mês de idade quando, em companhia de seus pais Florian Essenfelder e Maria Jacomowski, veio para Buenos A ires

Recebeu instrução escolar na capital argentina e, muito cedo ainda, com apenas 10 anos de idade, perdeu a mãe, ficando sob os cuidados do pai e de Carlota, a irmã mais velha. Desde criança acompanhou os trabalhos do pai, por quem tinha grande admiração. Aos 15 anos entrou definitivamente para a fábrica, inician­do trabalho técnico na fabricação de pianos, profissão que ocupou durante toda a sua vida.

Era jovem ainda quando se casou com Alayde Traub, natural do Rio Grande do Sul, com quem teve quatro filhos: Adolfo, Daisi, Nely e Guida.

O aprendizado recebido do pai, somado ao grande interesse que nutria pela arte de construir pia­nos, fez de Floriano Helmuth um industrial competente. Mas, além de seu talento de construtor e da sua exem­plar assiduidade ao trabalho, entrou para as 'fJdginas da história com a honra de ser o autor da "primeira hélice de avião produzida no Brasil': Isso somente foi possível graças à arte, à boa vontade e ao espznto empreende­dor do jovem industrial.

Esse fato aconteceu em 1916, época em que chegara a Curitiba o primeiro avião, pilotado por Cícero Marques, transformando-se logo em novidade geral. Como não havia campo de aviação , foi utilizada a pista de corrida do Prado Velho para que o avião pudesse aterrissar. Apresentando-se ao público nesse local, Cícero Marques fez uma série de evoluções com o avião e, ao final de uma delas, quando empreendia nova aterrissagem , teve quebrada a hélice do aparelho ao tocar o solo.

Na ocasião , nllo existia outra hélice no Brasil. Para vir da Europa , de navio, a peça levaria cerca de três meses. Foi aí que Jorge Leitner, conhecedor da capacidade artesanal dos Essenfelder, teve a idéia de procurá-los, expondo-lhes o problema. Em companhia do piloto do avüio, vieram à Fábrica Essenfelder, mos­trando-lhes a hélice quebrada e perguntando-lhes se eram capazes de fazer outra igual.

Mesmo não dispondo de tempo suficiente, face ao trabalho na fábrica, Floriano foi quem aceitou o desafio e, depois de examinar detalhadamente a hélice quebrada, reuniu a madeira adequada e começou logo a trabalhar. Entusiasmou-se tanto pelo serviço que passou a executá-lo durante a noite, para ganhar tempo.

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Antes que estivesse totalmente pronta, Floriano não deixou que ninguém visse a nova peça, ter­minando-a em tempo recorde, pouco mais de vinte dias. Para surpresa de todos, aquela hélice aqui construída era mais leve e mais resistente que a original. Aplicada ao avião, a peça foi posta a funcionar, atendendo plena­mente às exigências. A tarefa estava cumprida!

Mais tarde, o Governo do Estado fazia igual pedido de outra hélice e Floriano fabricou-a, igual à primeira, tendo sido levada ao Urugua~ onde fez parte da mostra industrial do Paraná, na Exposição Sul-Ameri­cana.

Em conseqüência dessas exposição, Floriano ganhou um diploma e uma medalha de ouro. O mais importante é que alguns observadores franceses viram o trabalho e, sem muito tardar, chegou uma proposta do Governo Francês, vinda de Paris, pedindo-lhe que construísse um número expressivo de hélices.

Ao receber a notícia por telegrama , ponderou e resolveu não atender à solicitação, justificando, segundo palavras de sua esposa, três motivos principais: 1 - Sendo alemão de nascimento, não poderia fabricar hélices para a França, que estava em guerra contra a Alemanha; 2 - O Brasil não participava da guerra; 3 - Seu pai não queria que se descuidasse dos afazeres próprios e ele mesmo não admitia se afastar da fábrica de piano, pois nas horas difíceis Floriano era um incansável lutador. A ele se deve grande parcela do sucesso de F. ESSEN­FELDER CIA. LTDA.

Durante a guerra de I 945, realizou importante trabalho: projetou várias máquinas para produção de pianos, principalmente aquelas destinadas à elaboração de peças dos mecanismos, uma vez que a época não permitia a importação e era de vital importância possuz:Jas.

O seu grande eqJ{rito humanitário fez dele um participante de divenas sociedades filantrópicas, tendo recebido, no dia 06 de maio de 1958, o título de "Cidadão Honorário de Curitiba''. Foi agraciado com a "Medalha de Mérito de Santos-Dumont': concedida pelo Ministério da Aeronáutica em 1961. Como desportista, praticou vários esportes e foi um dos atletas do Coritiba Foot Ba/l Qub, destacando-se também em competições de tiro ao alvo e caça.

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REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASU. Estado do Paranà

Munlclplo do Curitiba

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Nessa época, a imprensa curitibana enalteceu-lhe a personalidade enfocando o fato que lhe pro­porcionou tão excelso merecimento: "Um dia, quando se compuser devidamente a hístória do progresso indus­trial de nossa terra, o nome Essenfelder refulgirá em lugar de honra''.

~oneiro de uma das nossas indústrias mais acreditadas e importantes, foi nos meados deste sé­culo que o ilustre clan dos Essenfelder se instalou entre nós, inaugurando aqui a fabricação de pianos e conquis­tando, desde logo, fama universal para os seus instrumentos. Nessa obra árdua em que a competência· e a perse­verança foram as melhores ferramentas do justíssimo sucesso, está indelevelmente inscrito o nome de F1oriano Helmuth Essenfelder. Nos princípios , ao lado do pai e dos irmãos . Depois, com os rebentos maís jovens da numerosa e ilustre famz1ia curitibana daquele nome foi e tem sido a coluna mestra da poderosa indústria que tantos louros tem colhido em prol da nossa grandeza.

Dotado de inquebrantável vontade de trabalho, de uma capacidade matemática e inventiva verda­deiramente excepcionaís, onde quer que se vá nas amplas instlações da fábrica é inapagável a presença de Floria­no H. Essenfelder em todos os detalhes das instalações, em todo o processo de fabricação.

Sua capacidade de organizar, criar e executar se faz atuante na base e em toda a extensão daquela febril atividade produtiva. Vezes sem conta problemas complexos se apresentaram a desafiar a vontade dos pio­neiros e tiveram sempre a solução necessária e desejada graças à intervenção dessa inteligência privilegiada e à sua competência de artzrice, aplicadas com acerto e precisão.

Foi no ano de 1920, juntamente com Frederico Essenfelder que entrou para a sociedade, contri­buindo para o desenvolvimento da fábrica e permanecendo na diretoria por longos anos. Em 16 de outubro de 196.4, veio a representar a presidência da ]uma, cargo que ocupou até o falecimento, em 07 de dezembro domes­mo ano.

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REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL

MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA

Medalha ffMérilo Sanlos-Dumonl" Decreto n . 39.905 de 5 de Setembro de 1956

~ r1l ~ & §J!~e-dené~ da §f~dtf~a d:,:J g'dad~

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O piano de cauda denominado "Centenário" foi construído, em estilo especial, para homenagear o Centenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1922.

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FREDERICO ESSENFELDER, O ÚDER DE AMPIAVISÃO

Frederico Essenfelder, filho de Florian Essenfelder e de Maria Jacomowski Essenfelder, nas­ceu em Buenos Aires, em 23 de junho de 1891, e faleceu no dia 10 de julho de 1952, com 62 anos de idade.

Na constelação familiar, era o filho do meio. Havia dois irmãos mais velhos, Carlota e Floriano Helmuth, berlinenses, e três mais moços, Carlos, Ernesto e Margarida, argentinos . Residiam no centro de Buenos Aires, na Avenida Rivadávia, transferindo-se mais tarde para a Calle Flórida. Freqüentou lá os colégios primários. Perdeu bem cedo a sua estimada mãe, a qual deixou os filhos ainda menores, entre 1 e 13 anos de idade. A casa e a vida familiar ficaram, então, aos cuidados da avó materna e de governantes, cujos encargos domésticos logo passaram à responsabilidade da irmã primogênita , Carlota.

A triste oco"ência de terem perdido cedo a mãe fez com que os irmãos ficassem unidos em volta do pai. Frederico, atento sempre à vida industrial paterna, iniciou as atividades na fábrica aos 14 anos. Em 1898, por ocasião da Exposição Nacional Argentina, viu seu pai receber do presidente daquele pais, General Júlio Rocca, um caloroso abraço e o prêmio que lhe foi concedido por ter construido o primeiro piano de cauda na América do Sul, uma verdadeira obra-prima, com 2,05 m de comprimento, modelo que continuou sendo fabrica­do por mais dois anos.

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Nos idos de 1904, na cidade de Pelo tas, Rio Grande do Sul, Frederico e seu irmão Floriano Hel­muth entraram definitivamente para a fábrica do pai, confeccionando cerca de vinte pianos em cinco anos, valen­do-se dos processos mais rndimentares. Para se ter uma idéia, as centenas de peças de variadas formas e dimensões componentes de um piano eram serradas e trabalhadas à mão. Também havia dificuldade para obtenção de madei­ras duras, como a peroba, indispensáveis na elaboração de determinadas peças do mecanismo. Diante disto, procu­ravam adaptar, primitivamente, velhas máquinas de costura como faradeiras.

Idealizando encontrar uma localidade que oferecesse melhores condições de progresso, animaram­se enfim a conhecer o Paraná, estimulados por A. Concentius, que informou sobre a abundância e a variedade de madeiras nesse Estado. Em Curitiba, já estava reservada uma se"aria, onde se instalou a fábrica, na Avenida da Graciosa, hoje Avenida João Gualberto, bairro doJuveve, no mesmo local onde se encontra. Nessa época, porém, a área era pequena.

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E o primeiro amparo foi dado por Willi Krõhne, que por sua vez lhes apresentou Alberto Wil­ring. Este animou o nobre paranaense Bertholdo Hauer a investir capital na fábrica de pianos que se iniciava. Em 1911, foi firmado o primeiro contrato social, incluindo na sociedade Bertholdo Hauer e Alberto Wilsing. Para ela­boração desses contratos, Frederico procurava a prática e os conselhos do dr. Pamphilo de Assunção, que era co­nhecido pelos seus bons trabalhos.

F~ jmem idealilta, 1e1DJft 8Cleditoa com mui­ta firmeza e otimismo no futuro da Indústria Essen­felder.

Os primeiros pianos fabricados em Curitiba foram acompanhados por Frederico Essenfelder à Ex­posição Internacional de Turim, em 1911, conquistando o maior prêmio: Medalha de Ouro. Contava, então, 19 anos de idade. Aproveitando a viagem, foi à Alemanha adquirir máquinas para a fábrica, as quais prestavam valio­sos serviços durante algumas décadas. Nessa viagem, conheceu e tomou-se amigo de Guilherme Fontainha, exímio pianista, professor e diretor do Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro. Fontainha tinha apreciação incon­dicional pelos Pianos Essenfelder, introduzindo-os em todo o Instituto Nacional recomendando-os aos alunos e colegas de renome internacional.

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Os integrantes da Família Essenfelder, sempre unidos pelo trabalho, usufruiam aos domingos bons momentos de lazer. Nà foto, em agradável pique-nique nos arredores de Curitiba: Frederico Essenfelder (em pé) com a esposa Alvina Asmée Essenfelder (ao centro); Floriano Helmuth Essenfelder e esposa Alayde Traub Essen­felder (à direita); a menina Nelly Essenfelder, Esther, Alceu e Guido, ainda crianças, ao lado de Floriano.

Frederico Essenfelder casou-se, em Curitiba, com Alvina Assmé, natural da Letônia, em 11 de ou­tubro de 1913, aos 22 anos de idade, nascendo desse enlace quatro filhos: Edith, Cecília, Esther e Alceu. Fo­ram muito felizes, lutavamjuntose tratavam com espirita de coesão os planos presentes e futuros. Eram nove pes­soas em sua casa, nesse tempo. Sobrinhos e filhos em idade escolar, inclusive seu pai, Florian Essenfelder Sênior, já idoso e aposentado, que veio a falecer na idade de 73 anos, sob os cuidados do casal.

O espírito de líder empresarial sempre o levava a trabalhar ligado a seu pai e aos irmãos. Gost(IJJa da equipe de trabalho, que favorecia a indústria todas as vezes em que viajava em missões comerciais pelo Brasil, abrindo agências e introduzindo os pianos nos pontos-chave, também no exterior, com objetivo de adquirir fama e atrair a preferência pela marca. Nessas condições, os irmãos procuravam conduzir a fábrica dentro de um clima de ordem e disciplina.

Foi gerente da firma F. ESSENFELDER & CIA. LTDA. durante cerca de quarenta e cinco anos, desde a sua inclusão no contrato social. Era aquele que assinava pela firma, após o falecimento de seu -pai, estendendo mais tarde essa responsabilidade aos irmãos, que o substituíam

Tranqüilo, como quem tem a vida pela frente para dedicar-se a um ideal, Frederico era um homem otimista, com visível segurança emocional. Nunca se agitava, nem ficava apático. Mantinha uma conduta uniforme no seu programa de trabalho. Seus métodos de fabricação eram aplicados rigorosamente conforme a técnica. Para tanto, consultava obras importantes, como a do dr. Herman von Helmholtz, grande pesquisador no campo da acústica. Em seu livro "Die Lehre von den Tonempfindungen ", Helmholtz transmite conhecimentos que dão con­dições especiais aos pianos de classe.

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O Grande Cauda Orquestral Essenfelder : orgulho da indústria brasileira. Um modelo de piano que se iguala aos melhores do mundo e que já foi e é apreciado pelos maiores talentos da música universal.

Em 1924, projetou o grande Piano de Cauda Orquestral, com 2, 75 m de comprimento, obra con­cluída com a valiosa colaboração do irmão Floriano Helmuth. Foi assim lançado mais esse magnifico instrumento, abrangendo uma complexidade de elementos que corresponde às exigências técnicas e sonoras, de modo a propor­cionar ao artista o meio necessário à interpretação das grandes peças musicais. É a respeito desse notável piano

que tão bem se referem os grandes pianistas de fama internacional. Mais tarde foram projetados outros três tipos de pianos de cauda, além dos tipos verticais de vários tamanhos. Somados com os já existentes, a Fábrica Essenfel­der tinha em 1932 uma substancial variedade de modelos, como poucas fábricas européias possuíam.

Frederico gostava de estudar os projetos dos pianos aos domingos, no sótão da fábrica, quando tu­do era silêncio e ele estava só, diante de grandes papéis, apoiado nas pranchas onde meticulosamente desenhava e calculava. O seu ideal era chegar à perfeição de um piano "Steinwey ". E qual não foi a sua alegria quando tomou conhecimento de que, em artigo publicado numa revista, sob a forma de entrevista, o eminente professor Guilher­me Fontainha afinnava que o Piano Orquestral Essenfelder já havia ultrapassado as qualidades de um piano "Steinwey"

Emancipada a fábrica de pianos, pensou em possuir uma linha de produto co"elato, lançando-se à idéia de laminados (madeira faqueada). Consultou vários livros sobre essa técnica industrial e, por fim, aconse­lhando-se com os irmãos Floriano e Carlos, resolveram encomendar a máquina "Flachsõhne" da Suiça, logo no inicio da Segunda Gue"a Mundial, em 1939 Em face da demora da entrega, decidiram comprar máquina idênti­ca, nova, recém-instalada no interior do Estado e de propriedade da Faml1ia Lacerda. A máquina foi desmontada, transportada a Curitiba e instalada na parte dos fundos da fábrica de pianos, à Rua Campos Sales, em frente à Rua Euzébio da Mota.

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Paralelamente, foram construidos tanques de cozimento de madeira, secadores, fiadeiras. Contra­tou-se pessoal habilitado e ali mesmo, na área industrial dos pianos, em poucos dias a máquina recebeu adequado ajustamento e começou a produzir. Contudo, era preciso possuir, igualmente, uma se"aria para o desdobramento das toras e pranchas, para o que se procurou manter negociações com o sr. Ângelo Lopes, que era proprietário de uma área junto à linha de trem no bairro do Bacacheri, adquirindo a firma o terreno e instalando a Se"aria "Essenfelder".

Floriano Helmuth &senfelder desmontou a máquina de laminação de madeiras no Interior do &tado e supervi­sionou a sua instalação em Curitiba.

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Frederico Essenfelder, um desportistas de primerz'ssima grandeza, participou da ata de fundação do Co­ritiba Foot Bali Club, integrando-se à equipe deste glorioso time, campeã de jil.tebol em 1913. A propósito, as primeiras reuniões de estruturação do a/vi-verde foram realizadas em sua residência, antes da corzstrução da sede própria no Alto da Glória.

Frederico foi um lz'der inconteste, de espz'rito altruz'sta e dedicado à filantropia. Adoecendo, devido à po­luição do ar, provocada por lixadeiras e reszduos com mistura de cola, prejudicou-se nas vias respiratórias e nas cordas vocais, ao ponto de perder completamente a voz. Já não lhe era passivei falar com os empregados, o que o obriga'va a acompanhar de casa o andamento das empresas. Faleceu em conseqüência de repentino mal cardíaco.

O time de Coritiba Foot Bali Club contou, em 1913, com o apoio de esportistas da Família Essenfelder. Na fo­to, vemos Frederico Essenfelder em primeiro plano, ao centro; Ernesto Essenfelder em segundo plano, ao cen­tro;.Carlos Essenfelder em pé, à esquerda , com Adolfo Traub ao seu lado.

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DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA COM SÓLIDA .t;VOLUÇÃO DA MARCA

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Localizada no bairro do Juvevê, a Indústria de Pianos Essenfelder constituiu, desde o início, um centro produtor de pianos de aperfeiçoada qualidade, cuja fama extravasou as fronteiras nacio-nais para satisfazer as exigências dos mais extraordinários pianistas.

O empresário Frederico Essenfelder, homem de extraordinária visão de "marketing" enquanto dirigiu as atividades de F. ESSENFELDER e CIA. LTDA., enfoca nesta atraente narrativa aspectos tão sérios quão pitorescos do desenvolvimento industrial e da sempre crescente aceitação que, em dezenas de anos, a marca "Essenfelder" obteve galhardamente. São fatos inesquedveis, que valem como autêntica documentação histórica.

Eis o relato: "A fabricação de pianos pode ser uma atividade industrial como qualquer outra. A direção de um

empreendimento desse gênero, dispondo dos conhecimentos técnicos indispensáveis, pode copiar um exemplar de qualquer outro fabricante, que, por sua vez, também se origina de cópias, representando, no geral, procedên­cias da mesma espécie.

Os materiais são conhecidos e experimentados e podem ser obtidos em diversas fontes. Deste modo, pianos podem ser fabricados em séries, dependendo do vulto da produção, do capital investido e natural­mente da capacidade organizadora da direção industrial. Nessas condições, · somente na Alemanha existiam al­gumas fábricas. Os Estados Unidos também produziam muitos pianos.

Quando, porém, o profissional fabricante se propõem a trabalhar por sua marca - como aconte­ceu com os Pianos Essenfelder -, acaba projetando seus modelos, torna-se um pesquisador no amplo campo da acústica, aliando os conhecimentos da física àqueles adquiridos empiricamente, através dos tempos, pelos cons­trutores de pianos e, com os elementos essenciais, lança-se efetivamente a fazer a sua obra-prima, vivendo sempre na ansiedade de aperfeiçoar, anexando suas próprias descobertas.

O desenvolvimento de uma fábrica, baseado nestes princípios, é realmente lento, pois as exigên­cias de empate de capital são consideráveis para as experiências quase sempre morosas. É essa a razão pela qual são tão poucas as marcas que podem apresentar grandes e bons pianos, com as qualidades exigidas pelos con­certistas.

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O construtor necessita da colaboração íntima e constante do pianista amigo. Aquele que é o cola­borador do seu instrnmento. Assim como "Bluethner" na Alemanha e o excelente "Roesendorfer" em Viena tiveram Franz Liszt. Da mesma forma como o ''Bechstein" teve Franz Liszt e o diretor da Orquestra Filarmônica de Berlim, Hans von Buelow, o Essenfelder teve ao seu lado, durante trinta e cinco anos, como amigos dedicados e orientadores, entre muitos excelentes pianistas e professores, os destacados e exímios artistas Guilherme Fon­tainha e Luba d 'Alessandrowska.

O meu primeiro encontro com o maestro Fontainha deu-se em 1911, na cidade de Turim, Itália, onde o Brasil participava da "Exposição Internacional. Turim-Roma·: realizada naquele ano. Acompanhei, na­quela importante exposição, o primeiro piano de cauda constrnído no Paraná e que se destinava especialmente a esse grande certame. O pianista Guilherme Fontainha, que nessa época terminara seus estudos nos conservató­rios de Paris e Berlim, inaugurou um belo pavilhão brasileiro, destinado a essas solenidades, em memorável concer­to, tocando no Piano Essenfelder. Foi, para a época, um acontecimento sensacional, de ampla repercussão e que nenhum pafs sul-americano ali representado estava em condições semelhantes de realizar. Era um pianista brasi­leiro que tocava num instrnmento constrn(do em seu país. O Piano Essenfelder foi ali distinguido com a "Me­dalha de Ouro", conferida aos seus fabricantes pelo juri desse certame internacional.

Passaram-se mais alguns anos sem que eu tivesse conhecimento da atividade daquele jovem artista de tão marcante personalidade. Entrementes, a fábrica de pianos em Curitiba, vencendo toda sorte de dificul­dades, progredia lentamente. A luta era grande. O mercado brasileiro era inundado por pianos de procedência estrangeira: alemães, franceses e norte-americanos. Era forte o preconceito do público comprador da época, sempre contra a indústria nacional.. Os professores mostravam-se céticos e recomendavam aos alunos as marcas em que tinham feito seus estudos. Sempre estrangeiras.

Mesmo assim, os fabricantes dos Pianos Essenfelder não se deixavam abalar. Não retrocediam. Passaram-se anos de inauditos esforços e grandes sacrif(cios. Um bom número de artistas paranaenses e a impren­sa mostravam-se simpáticos em relação aos Pianos Essenfelder.

Foi então que o presidente Dr. Carlos Cavalcanti, a fim de prestigiar a indústria paranaense, enco­mendou um piano de cauda para o Palácio do Governo, visitando pessoalmente a fábrica, uma vez por semana, em companhia do major Euclides do Vale e frequentando as audições de piano nos salões de Curitiba.

A Fábrica de Pianos Essenfelder, que desde a fundação constitúi ponto de atração turística , sempre foi pres­tigiada por ilustres autoridades. No quadro, o presidente da Província do Paraná, dr. Carlos Cavalcanti, em companhia do major Euclides do Vale, ao lado de outras personalidades e diretores de F. ESSENFELDER E CIA., quando conversavam na porta de entrada por ocasião da visita semanal que faziam às instalações da in· dústria.

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O primeiro concerto que se realizou em piano de cauda Essenfelder aconteceu no salõo nobre da antiga Sociedade Thalia, com a talentosa artista Alece Withers interpretando grandes compositores e dando a conhecer à seleta assistência da época os sons e a boa ressonância dos pianos construz'dos no Paraná.

Nessa época, chegou em Curitiba Léo Kessler, artista de muita cultura que dedicava sua melhor amizade à fábrica de pianos. Possuindo inteligência e alma sensz'vel de artista, ativou o interesse pela música. Compôs uma Marcha Triunfal com o nome de "Carlos Cavalcanti''. Concluiu a Ópera "Sidéria", de Augusto Stresser e Jaime Balão. Trabalhando sem esmorecer pela música, organizou inúmeros concertos no antigo e admi­rado Theatro Guaíra, o qual mantinha-se sempre iluminado e repleto, com uma platéia das mais seletas. Afluíram a Curitiba os artistas mais considerados, atraz'dos pelo interesse que a atividade artz'stica no Paraná despertava nos outros Estados. Os Pianos Essenfelder estavam representados em toda parte. Os artistas paranaenses os estima­vam e os outros Estados não podiam negar as suas qualidades. Pela imprensa, as penas brilhantes de Paulo As­sumpção, Romário Martins e Pamphilo de Assumpção enalteciam, em crônicas, as qualidades dos pianos do Paraná.

Com bases sólidas pelos êxitos obtidos no Paraná, os Pianos Essenfelder então se apresentaram à conquista de outros grandes centros. No inz'cio, o mundo lá fora foi hostil. O Rio de Janeiro, de onde se irra­diava a principal cultura musical, assim como São Paulo, mantinha as casas comerciais fechadas para essa indús­tria nacional que, para eles, tinha a audácia de querer ombrear com os pianos das antigas e renomadas marcas da Europa.

Dirigia nesse tempo os destinos da indústria, em momentos tão difz'ceis, o mestre e construtor Florian Essenfelder Sénior, um homem de esptrito forte e de nobre idealismo. Bertholdo Hauer, sócio da empre­sa, um digno paranacnse com excepcional cultüra, tendo investido capitais na firma, dedicava-se de corpo e alma ao trabalho, concorrendo com seu extraordinário tino comercial para o êxito do empreendimento.

Os quatro filhos e, mais tarde, o genro de Florian Essenfelder Sénior, Adolfo Traub, empenha­vam-se no mesmo ideal: Floriano Helmuth, eu (Frederico), Carlos e Ernesto, formando um bloco coeso e reso­luto para enfrentar as dificuldades. Bertholdo Hauer, insinuante e corajoso, levou também um piano ao Rio de Janeiro e conseguiu que os célebres artistas que visitavam a grande capital experimentassem os Pianos Essenfelder: Arthur Rubinstein, Brailowsky, Enrico Caruso, Bosloff, Borowsky e de todos a fábrica recebeu valiosos atestados. Esses artistas que, percorrendo o mundo em "torunées" gloriosas, tornaram conhecida, nos principais centros musicais, a marca dos pianos do Paraná: Essenfelder. "No pais onde há Pianos Essenfelder - afirmaram - não é preciso recorrer-se à indústria estranreira ''.

Foram ainda a voz e o talento de Guilherme Fontainha que, em 1916, espontaneamente vieram se colocar ao lado da indústria brasileira de pianos, da qual se tornou um protetor. Com o prestígio de seu nome e o concurso de suas relações nos meios artísticos do Brasil.

O nosso segundo encontro deu-se em 1919, em Porto Alegre, quando exerceu a direção do Con­servatório de Música da capital gaúcha. Animou-nos que construz'sse um piano de concertos, o qual fosse deno­minado "Orquestra/''. Formalizou, assim, o desejo de ver o Piano Essenfelder ao alcance dos maiores pianistas do mundo. Encomendou logo um piano desse tipo. Fez-nos sugestões sobre a construção, pois seus conhecimen­tos do instrumento eram vastos. Falou do volume, do som e do timbre. Conhecia minuciosamente o mecanismo todo do piano e as suas sugestões nos foram valiosíssimas ...

A execução dessa obra grandiosa levou, no m(nimo, quatro anos. Em companhia do amigo e pro­fessor Guilherme Fontainha, assisti à sua inauguração no Salão "Leopoldo Miguez ", no antigo Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro, em concerto realizado pela nossa grande amiga pianista Luba d'Alexandrowska. O nosso "Orquestral", preto brilhante, media 2, 75m de comprimento. E"ste concerto formalizou a primeira vez em que um piano nacional fora tocado naquele salão. Os professores do Instituto e todos os músicos presentes manifestaram a sua admiração pela bela sonoridade e ressonância do piano. Na critica do concerto, Oscar Guana­barino escreveu: "Esses instrumentos que já conhecemos têm uma magnifica tábua harmônica, de modo que prolonga muito a ressonáncia das cordas. São as fibras elásticas do pinheiro do Paraná que põem em vibração as camadas do ar ambiente, transmitindo aos ouvintes as vibrações das cordas do instrumento".

Constitui nosso triunfo, em grande parcela, a colaboração que recebemos dessas excelentes pessoas de grandioso talento artístico: Guilherme Fontainha e Luba d'Alexandrowska. O piano seguiu, então, para a residência do maestro Fontainha. Perante a sua esposa, Dona Zilá, seus filhos e ainda um vasto círculo de suas relações de amizades, contagiados pelo entusiasmo do artista, propagou-se com simpatia sempre crescente a marca do Piano Essenf elder e as suas qualidades.

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Em seguida, Guilherme Fontainha foi nomeado diretor do Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro, centro de toda irradiação da cultura musical do Brasil No salão de concertos, austeras e imponentes, encontravam-se as quat~o grandes marcas: "Steinway", "Bechstein ", ''Bluethner" e "Ehrard", como se estivessem em tronos solenes e innt mgíveis. Nas salas de aulas, muitos pianos de cauda eram incansáveis para atender os alu­nos, durante dez horas por dia. Todos os professores do Instituto eram de renome internacional. Para lá afluíram alunos de todos os Estados, que procuravam fazer o curso de aperfeiçoamento.

Colocados os Pianos Essenfelder nas salas de aulas do Instituto Nacional de Música do Rio de Ja­neiro, ünportava em torná-los conhecidos em todo o Brasil Mesmo sendo o diretor do Instituto nosso grande amigo, a aquisição de um piano dependia da decisão do Conselho Técnico e Administrativo. Este conselho era composto de nomes já famosos de professores de regência, violino, violoncelo e outros. Para mim aparentavam ser homens retraz'dos e sisudos, que assim se apresentavam pela responsabilidade. Conhecedores das grandes mar­cas, mas com receie de errar, percebia-se preferirem sempre as marcas conhecidas e aprovadas durante anos de uso ininterrupto. O preferido era o "Steinway ': que, como outros, também cansa de tocar e afinal fica usado demais . .. sem que eue fato abale a sua fama.

O mat:stro Fontainha recomendou a construção de um piano de cauda para as aulas e pediu para não exceder 1, 75m. Pediu a sonoridade brilhante, a máxima perfeição no teclado, pois sabia serem os professores muito exigentes. A .ém disso, o piano deveria ser submetido à prova de durabilidade.

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Construímos o piano. E ele foyprovado, conquistando seu ingresso nas salas de aulas do Instituto. O diretor, Guilherme Fontainha, autoridade no assunto e dotado de senso patriótico, lentamente foi convencendo a todos artistas e professores a substituirem os pianos estrangeir:os pelos pianos paranaenses.

Chegamos ao momento decisivo. Um grande piano, "Orquestra/", deveria ser adquirido para a sala de concertos do Instituto. Nessa ocasião, a pianista Luba d'Alexandrowska de.veria embarcar para a Europa, em "tournée" artística perco"endo a Itália, França e Ing/ate"ª· Desejou então levar um Piano Essenfe/der, que muito admirava e queria deixá-lo conhecido no Velho Mundo. A grande artista estava apaixonada pelo piano e· possuída de ilimitada confinça na Marca Essenfelder.

Eu estava no Rio de Janeiro. O tempo era exíguo para o embarque do piano no navio do Llóide, o "Curvello ·: aquele em que viajaria a artista. Prestes a zarpar o navio, mal deu tempo para que se mandasse encaixotar o piano que se encontrava em depósito no Rio. Pude ainda acompanhar a pianista até o navio, o qual já se preparava para sair, momento em que até os visitantes já tinham recebido ordem para sair de bordo. Nesse instante, chegou finalmente um caminhão a toda velocidade trazendo o piano, tendo sido este o último volume a ser embarcado. Este fato emocionou-me muito. Vi o possante' guindaste do cais do porto levantar, por um fio de aço, o piano de cauda a grande altura, para deixá-lo descer, logo em seguida, cuidadosa e lentamente no porão do 'navio. Com extrema emoção, presenciei a partida do Piano Essenfe/der, que iria viajar pelo mundo afora, em primeiro lugar à Europa, acompanhado e protegido pelo carinho de uma grande artista. Na volta desta "tournée" Luba d'Alexandrowska residiu em São Paulo, onde instalou uma sala de audições, que ficou sendo frequentada pela elite da sociedade paulista, revelando com surpresa da assistência que o piano de sua preferência era o Essen­felder. Levou ainda com grande sucesso, no Teatro Municipal de São Paulo, o ciclo da Sonata de Beethoven, com o concurso do violonista Frank Smitd. Tornara-se, assim, ainda mais prestigiada nessa cidade e com ela sempre os Pianos Essenfelder, os quais agora já eram conhecidos por todos aqueles que cultuavam a arte do teclado na­quele adiantado centro musical que foi e é São Paulo.

Entrementes, Guilherme Fontainha, do Rio de Janeiro dáva-nos um sinal: o Instituto Nacional de Música queria adquirir mais um grande piano para a sala de concertos. Era chegada a oportunidade, já tão espe­rada, para alcançar mais esta conquista. Cheguei na véspera da reunião do Conselho, que tinha incumbência de decidir a compra. Já estavam de posse das diversas propostas encaminhadas pelos representantes das mais afama­das marcas estrangeiras. Na proposta que apresentei, punha-me à disposição dos membros do Conselho para, em reunião, dar todas as informações técnicas que desejassem sobre a construção do nosso piano. O Conselho, po­rém, resolveu adquirir o Piano "Steinway ", dando o seguinte parecer: "O piano para atender o fim a que sedes­tina precisa ser de uma marca universalmente conhecida·:

Confesso que sofri imensamente a decepção e senti revolta pela atitude injusta e impatriótica, de vez que nesse instituto de caráter oficial, onde se apresentavam concertistas de todo o mundo, era-nos negada a oportunidade de apresentar um piano da indústria brasileira. Tive ímpetos de abertamente demonstrar a minha não aceitação, mas felizmente o meu amigo Guilherme Fontainha acalmou-me e encontrou a solução. . . Sugeriu ao Conselho a aquisição de dois pianos: um "Steinway" e um "Essenfelder" A sugestão foi aceita. Desde este momento, os Pianos Essenfelder do Paraná juntaram-se aos das mais famosas marcas européias e americanas, tornando-se assim universalmente conhecidos.

A Fábrica Essenfelder recebeu do Instituto um sugestivo atestado assinado pelo seu ilustre diretor­presidente, maestro Guilherme Fontainha. Abriram-se,_ assim, as portas ao Piano Essenfe/der em tantas outras instituições musicais do Brasil.

Mais tarde, a íntima colaboração e a orientação artística do maestro Fontainha na construção dos Pianos Essenfelder, durante trinta e cinco anos consecutivos, fizeram com que a sua visita ao Paraná constituísse para a nossa fábrica um acontecimento auspicioso. Antevendo a sua chegada a Curitiba, não resisti ao desejo de historiar a evolução da nossa indústria, que já havia ultrapassado as fronteiras do Brasil, e de noticiar em destaque o quanto nos valeu o seu auxz'/io para a conquista da nossa posição atual nos mercados internos e ex.temos. Ago­ra, no Paraná, Guilherme Fontainha tinha a oportunidade de conhecer o nosso pinheiro, aquele mesmo que nos fornece a madeira elástica para a construção da tábua harmônica do piano. Aquele pinheiro que, por caracterís­ticas de sua qualidade, prolonga de forma magnífica o som dos Pianos Essenfelder''.

Frederico Essenfelder - 1946 - Curitiba - Paraná.

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As madeiras de lei (peroba, imbuia, carvalho , mogno, pinho branco, cedro, cerejeira e outras) foram estocadas em abundância, desde o começo da fábrica, proporcionando a conservação de um padrão de sólida qualidade nos Pianos Essenfelder.

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BERTllOLDO llAUER

Pertencente à faml1ia tradicional do Paraná, nasceu em Curitiba, no dia 18 de junho de 1875, falecendo em 16 de fevereiro de 1965, em Teresópolis, Estado do Rio de Janeiro, com 90 anos de idade incompletos.

Filho de José Hauer e de Tereza Weiser Hauer, casou-se com a sra. Emma Focke, em 1904. Era poliglo­ta: falava português, francês , inglês, alemão, polonês e a lz'ngua indígena do Parand.

Na época do governador Affonso Camargo, era o presidente do Banco do Estado do Paraná. Foi Cônsul Geral da Áustria, sendo agraciado por aquele país com a GrãCruz da Ordem de São Jorge. Na época da 1 a. Guerra Mundial, representava no Paraná o Consulado da Holanda. E foi comandante de praça nas cidades de Paranaguá, Guaratuba e Guaraqueçaba.

Em 1911, associou-se à ainda jovem firma F. ESSENFELDER E CIA., que ficou assim congtituída: Florian Essenfelder , Bertholdo Hauer e Alberto Wilsing. Em 1 O de junho de 1920, foi firmada nova alteração contratual registrada sob n. o 2.206 na Junta Comercial, caracterizando a seguinte posição social: Florian Essenfelder, Ber­tholdo Hauer, Floriano Helmuth Essenfelder e frederico Essenfelder. Este contrato permaneceu até 1929, quan­do faleceu Florian Essenfelder e ocorre nova alteração , permitindo a seguinte constituição: Floriano Helmuth Essenfelder, Frederico Essenfelder, Bertholdo Hauer e Carlos Essenfelder. Em 1932, retirou-se da sociedade Bertholdo Hauer, em virtude da mudança de residência para o Rio de Janeiro.

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A Fábrica de Pianos Essenfelder , por suas características, sempre apaixonou as pessoas de pronunciada sensibilidade. Assim é que Ninon, [ilha de Bertholdo Hauer, pessoa de personalidade marcante, inúmeras vezes o acompanhou em suas idas à fábrica, interessando-se pelo método de armação dos pianos e pelo sistema de se­cagem de madeiras. Era fascinada pela arte e observava de perto o sistema de afinação dos pianos. Ninon Garcia lAzcano declara com ênfase : ''Papai tocou piano até os 80 anos de idade. Tinha um ouvido absoluto para a mú­sica. O piano de cauda que possuia foi utilizado por ele próprio por mim e por seus netos ".

Em seus 92 anos de existência, a Indústria de Pianos Essenfelder contou, em Curitiba, com a participação social de Bertholdo Hauer durante 22 anos. Era um entusiasta dos Pianos Essenfelder. Méritos lhe sejam tributa­dos por ter sido um lutador incansável nas horas difíceis da empresa. Os belos catálogos dos pianos, em circula­ção na época , eram projetados por ele com requintado bom gosto. Na alta sociedade artística do Rio de Janeiro e de São Paulo, ele proclamou a qualidade dos pianos. Promoveu-os com grande fvcação, resultando que os meios artísticos dessas capitais passaram a conhecê-los e a considerá-los. Assim, o êxito da Organização Essenfelder, no percurso de sua longa trajetória , em boa parte é devido ao idealista que foi Bertholdo Hauer. Sua atitude junto à firma e aos sócios sempre foi de plena amizade e nobreza. Nas viagens pelo Brasil, bem como nos roteiros pela Europa, visou continuamente prestigiar e beneficiar a fábrica de pianos. A fim de não sobregarregá-la, assu­mia particularmente as despesas de suas passagens, estadas e até do próprio material de correspondência.

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GUILllERME FONTAINllA

Um incentivo marcante

O professor Guilherme Fontainha , personalidade de projeção internacional no campo da música erudita, foi um homem ilustre que muito contribuiu para a projeção dos Pianos Essenfelder no Brasil e no Exterior.

Em 1911, na Itália, tornou-se amigo do empresário Frederico Essenfelder, quando este, expondo e acom­panhando o piano, conseguiu conquistar para a marca Essenfelder a ''Medalha de Ouro" na Exposição Inter­nacional de Turim Essa amizade desenvolveu-se sempre no sentido construtivo, influenciando positivamente o trabalho dos irmãos Essenfelder, cujo ideal era chegar à perfeição do piano ''Bechstein "ou ''Steinwey ''. Com efeito, muito grande foi o contentamento dos Essenfelder quando, certo dia, tomaram conhecimento de que, em artigo publicado numa revista, o eminente professor Guilherme Fontainha havia afirmado que o Piano Orquestral Essenfelder, modelo para concertos com 2, 75 de comprimento, tinha ultrapassado as qualidades de um piano ''Steinwey" !

Guilherme Fontainha era um exzmio pianista. Ele não se cansava de recomendar pianos fabricados por F. ESSENFELDER & CIA. L 1DA. aos seus alunos e aos colegas de renome internacional. Em Curitiba , em 01 de fevereiro de 1957, visitou a fábrica e deixou gravada uma eloqüente opinião: 'Jt preocupação constante do fabricante de piano é a de obter de seus instnlmento a riqueza de sonoridade e a igualdade mecânica. O nosso Essenfelder possui, e em alto grau, esses dois predicados que, assim, o fazem o preferido dos grandes pianistas''.

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Na época dfretor do Instituto Nacional de Música, órgão da Universidade do Rio de Janeiro, Fontainha nele introduziu os Pianos Essenfelder com amplitude. Em 18 de janeiro de 1935, escreveu a direção de F. ESSENFELDER & CIA. uma co"espondência altamente estimuladora , nos seguintes termos: "Senhores. A fim de servir no Salão "Leopoldo Miguez •: deste Instituto, adquiri, como levei a saber, por intermédio çlos vossos dignos representantes nesta Capital, os snrs. Carlos Wehrs &Cia., um piano de grande cauda, de vossa fabricação, que nada deixa a desejar em confronto com os fabricados nos grandes centros europeus e nos Esta­dos Unidos da América do Norte. Se, de há muito, nenhuma dúvida pairava no meu espírito, sobre os produ­tos de vossa fábrica, mesmo porque sou possuidor, desde o meu regresso da Europa, de um instrumento daquela natureza, de cauda inteira, como o acima referido, feito em vosStU oficinas e que até hoje, resistindo francamen­te ao que dele é exigido, se conserva em perfeito estado, agor. mais do que nunca a minha convicção tomou maiores proporções, sentindo-me feliz, como brasileiro, de poder o nosso paiz, sem favor, disputar o lagar que lhe compete no ponto de vista em apreço. De grande sonoridade, harmonioso, tocar suave, não exigindo do pia­nista nenhum esforço na execução das peças mais transcendentes, o piano adquirido para o Instituto Nacional de Música, que tenho a honra de dirigir, prova de modo absoluto a excellência de vossa fabricação, o que equiva­le a dizer-me da superioridade de vossa fábrica, em bôa hora fundada neste bello paiz, tão fáo{I de sef amado pelo estrangeiro como pelos próprios filhos. Aceita e, pois, calorosas felicitações pelo vosso incontestado triun­fo e a segurança do meu alto apreço e distinguida consideração ·:

Exercendo mais tarde a direção do Conservatório de Música de Porto Alegre, em 1919, Guilherme Fontai­nha, que se tornara definitivamente o protetor da indústria brasileira de pianos com o prestígio do seu nome e o concurso de suas relações nos meios artísticos, encontrou-se uma vez mais com Frederico Essenf e/der, ani­mando-o a construir um piano de concertos que fosse denominado "orquestral''. Estimulou-o ao ponto de fazer-lhe sugestões sobre a construção , pois seus conhecimentos do instrumento eram vastos. Ponderou até sobre o volume do som e do timbre, conhecedor minucioso que era de todo o mecanismo do piano, sendo que suas idéias foram valiosíssimas para a execução do novo projeto.

Mais tarde, no Salão "Leopoldo Miguez" do Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro, Frederico e Fontainha , lado a lado, tiveram a grande satisfação de assistir à estréia de um Piano Orquestral Essenfelder, preto brilhante, com 2:75 m de comprimento, pelo desempenho da grande pianista Luba d'Alexandrowska. Ao final do espetáculo, musicistas e professores manifestaram a sua admiração pela bela sonoridade e agra­dável ressonância do piano.

Nessa época, o Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro, para o qual Guilherme Fontainha fora nomeado diretor, constituia o centro de toda i"adiação da cultura musical do Brasil. Nos salões de concer­tos alinhavam-se pianos de grandes marcas: "Steinwey", "Bechstein", "Bluethner" e "Ehrard"; nas salas de aula, diversos pianos de cauda atendiam aos alunos durante dez horas diárias. Os professores do instituto eram de projeção internacional, atraindo alunos de todos os estados, que ali procuravam realizar cursos de aperfei­çoamento . Fontainha recomendou , então, que a Fábrica Essenfelder construz'sse um piano de cauda para as aulas, mas que não excedesse 1 :75 m. Pediu, ainda, que esse piano fosse dotado de sonoridade brilhante e a máxima perfeição no teclado, pois sabia perfeitamente quão exigentes eram os professores.

Frederico Essenfelder , prestando a máxima atenção, entendeu muito bem a construção desse modelo que deveria ser extraordinário. Resultado : o novo piano ingressou nas salas de aula do Instituto Nacional de Música, onde, sob a influência do mestre Guilherme Fontainha, logo fói conquistando a todos os artistas e professores e, consequentemente, substituindo os pianos estrangeiros! Az: então, abriram-se as portas das ou­tras instituições musicais do Brasil para os Pianos Essenf e/der e a sua marca tão afamada abriu as fronteiras nacionais.

A ilustração (extraída do livro "O Ensino do Piano - seus problemas técnicos e estéticos" de Guilherme Fon­tainha) mostra as mãos de Fontainha no teclado de um Piano Essenfelder.

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LUBA DJtLEXANDROWSKA

A FAMOSA PIANISTA RUSSA QUE SOMENTE DAVA CONCERTOS NO BRASIL E NA EUROPA UTILIZANDO PIANO ESSENFEWER

A excelente e saudosa pianista soviética Luba d'Alexandrowska, que na década de 1920 veio diversas vezes ao Brasil - a nação que instituíra para a sua segunda pátria,pois aqui vivera por longos anos-, realizando vitoriosas "tournées" artísticas nas principais cidades, foi certamente a virtuose que mais admirou e mais propagou as quali­dades do Piano Essenf elder.

Segundo relata o jornal ''.A Tarde·: edição de 26 de julho de 1924, impresso em Salvador da Bahia, "desde que a exímia pianista russa conheceu e verificou a excellencia dos pianos brasileiros ''Essenfelder': de Curitiba, fabricados com a célebre imbuia do Paraná, nunca mais quiz tocar em outro piano; esse ficou sendo o seu piano e com que entusiasmo ella o diz e proclama''. Mais adiante, o periódico enfatiza: "Com elle concluiu a "tour­née" do Brasil, desde Curitiba até o extremo norte do paiz. E, depois, levou-o à Europa. Não foi outro o piano com que realizou a sua última "toumeée" no Velho Mundo, alcançando o sucesso de sempre em Paris, Bruxe/­las, Madrid e outras capitaes européas'~ Efinaliza: "Um piano-concerto brasileiro, de indústria genuinamente nacional, servindo de instrumento preferido a uma concertista estrangeira célebre, mostrado e examinado nos grandes centros civilizados - não lhes parece que o caso é digno de nota? A nós, parece-nos, sim. "

Com efeito, em sendo Luba d'Alexandrowska um nome respeitadíssimo na época, dentro do contexto artís­tico mundial, as suas magnz'jicas "performances" de concertista traziam em seu bojo a projeção do Piano Essen­f e/der com todas as suas extraordinárias qualidades, porque Luba, como ela própria considerava, dele dependia para alcançar sucesso pleno em suas gloriosas jornadas. Tanto é que, em gratificantes oportunidades, a imprensa de diversos países teceu críticas elogiosas à atuação da pianista russa e incluiu referências destacadas ao referido instrumento musical.

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O jornal "Diário da Tarde': edição de 25 de outubro de 1924, abria em manchete: "O PIANO ESSENFEL­DER COM A EXIMIA PIANISTA LUBA D'ALEXANDROWSKA NO INSTITUTO NACIONAL DE MÚSICA DA CAPITAL FEDERAL·: Logo abaixo, estampava uma fotografia de Luba, muito elegante, entre "corbeilles" de lindas flores e sentada de frente a um belo piano de cauda, preto brilhante, com a inscrição justaposta: "ES­SENFELDER - CURITIBA''. Ao lado, uma submanchete: "ATESTADO DO DIRECTOR DO INSTITUTO NACIONAL DE MÚSICA·: nos seguintes termo~: "Rio de Janeiro, 15 de outubro de 1924. Srs. F. Essenfelder & Cia. Tendo a distincta pianista Sra. Luba d'Alexandrowska realizado neste Instituto dois concertos em que executou num grande piano de cauda da nossa fábrica no Paraná, tive ensejo de verificar o quanto se acha adian­tado esse ramo da indústria nacional, que pode apresentar, pelo seu perfeito acabamento, um producto que nada fica a dever ao que nos vem do estrangeiro, o que muito ns honra. Tenho muita satisfação em manifestar a mag­nifica impressão que tive e apresentar-vos os meus protestos de alta estima e consideração. ( Ass.) Alfredo Fertia de Vasconcellos. Diretor Interino''.

A mesma reportagem inclu1'a, ainda, ''A CRITICA DA IMPRENSA CARIOCA·; ressaltando quatro comen­tários. Do Jornal ''A Noite", edição de 08 de outubro de 1924: "O máo tempo prejudicou, hontem, todas as reuniões que se deviam realizar à noite, com o tráfego quasi totalmente interrompido. Depois do aguaceiro for­midável que caiu, a cidade ficou deserta. Apesar disso, não foram poucas as pessoas que venceram todas as difi­culdades para irem ouvir, ainda uma vez, a festejada pianista russa Luba d'Alexandrowska. É que a artista, já conhecida do nosso público, dispõe de não poucos admiradores das suas qualidades de executante admirável, com cunho pessoal muito pronunciado e possuindo uma técnica apreciável. O concerto de hontem, no Instituto de Música, foi uma nova affirmação de todas essas qualidades de Luba d'Alexandrowska, que tinha a auxiliá-la, desta vez, um Piano de Cauda, de grande modelo, de indústria nacional, marca ESSENFELDER, do Paraná, e que causou grande effeito. O effeito, aliás, esperado pelos fabricantes do referido piano, srs. Essenfelder e Ber­tholdo Hauer, que vieram até esta capital assistir a pianista afamada executar tão bello programa no seu ES­SENFELDER. Isso a despeito do Instituto Nacional de Música possuir, no palco, os chamados reis do piano: "Bechstein ", "Steinway ", ''Bluethner" e ''Bosendorfer ''. Foram muitos os aplausos recebidos pela ex zínia pia­nista, cujo próximo concerto será sexta-feita, 10 do corrente."

Do Jornal ''Deutsche Rio Zeitung": ''Das gestrig Konzert des Frl. Luba d'Alexandrowska in Institute Na­cional de Música war trotz des stcrken Gewiterregens, der gerade vor Beginn desselben eingesetzt hatte, gut be­sucht, ein Zeichen der hohen Gunst, in welcher Frl. Alexandrowska beim hiesigen Publikum steht. Das tech­nisch vollkonnene, abgeklaerte und aeusse11rst elegante Klavierspiel der Dame auf neuen Flugel der Fabrik ''Essenfelder" in Curityba, den die bekannte Firma C. Carlos J. Wehrs zur Verfuegung der Kuenstlerin gestellt hatte, liess kaum etwas zuwuenschen uebrig. Mit bewundernswerter Leichtigkeit und Eleganz meisterte sie alie Sohwierigkeiten in Bach 's Andante mit Fuge, in Beethovens 32 Variatiouen, in Schumanns praechtiger Sonate Op. 25 und in Brahms Scherzo und wusste in dem Liszt schem "Uebestraum "(Nocturno) und "Sensucht " ( Etu­de) auch zarte; warme Toene in feinsten Pianissimo auzuschlagen. Der bekannte Schubert sclze Militaer-Marsch in der Tausig'schen glanzvollen Bearbeitung geland ihr vorzueglich, ebenso auch zu Beginn der Vertraerge Para­disi's aeusserst reizvolle Sonate Op. 10. Kurz, ein durchschlagender Erfolg einer wahren, feinsinnigen und gc­reitten Kuenstlerin, der die Zuhoerer lebhaften Beifall spendeten. Fraechtige Blumengewinde zierten bald das Podium und Frl. Luba d'Alexandrowska musste sich zu vielen Zugaben verstehen, Der Fluegel aus der Fabrik "Essenfelder ·; aus besten Material erbaut, genuegte den h'óchsten Anforderungen in der Tongebung, in der ge­samtem Aufmachung. Das herrliche Instrument unter der kundigen Hand einer erstklassigen Kuenstlerin trug wesentlich zum Erfolg des Abends bei. Bruhilde."

Do ''Jornal do Comércio'; edição de 15 de outubro de 1924: "O primeiro recital da pianista russa Luba d 'Alexandrowska teve contra si um forte temporal desabado justamente na hora em que devia ter começo a exe­cução do seu programa. Ainda assim e apezar do máa tempo não foi escassa a concorrencia, de modo que a artis­ta recebeu intensos applausos que a execução de cada peça provocava. O recital teve para início a "Sonata" n? 1 O, de Paradisi, belissima pagina do genero clavicinista, executada com brilho e nitidez. Alem dessa composição antiga, a pianista em questão executou Bach, Beethoven, Liszt e Brahms; mas no que se tornou digna de nota foi a interpretação da ''Sonata" op. 27, de Schulmann. A Sra. Luba d'Alexandrowska executou o seu programa num excellente Piano de Cauda dos fabricantes ''F. Essenfelder & Cia. '', de Curityba, cujos productos foram premiados em Buenos Aires, maior consumidor desses pianos; Rio de Janeiro, na Exposição do Centenário; em Turim e Montevidéo. Esses instrumentos, que já conhecemos, têm uma magnifica taboa harmonica, de modo que prolonga muito a ressonancia das cordas, o teclado é camada, o som bonito, muito agradável e a construc­ção sólida e bem acabada. O Conservatório de Porto Alegre fez acquisição de um desses pianos que merecem francos elogios pela superioridade. Oscar Guanabarino. "

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Do Jornal ''.A Noite", edição de 15 de outubro de 1924: ''.Apezar do forte aguaceiro de hontem, não se pôde queixar a insigne pianista Luba d'Alexandrowska da concorrencia de seu recital, que foi muito apreciavel demais. O que sobretudo importava, e/la obteve fartamente: a consagração de repetidos applausos desde a sua in­terpretação da Sonata de Paradisi. Sua arte melhor se revelou ainda na execução dos numeras de Brahms e Schumann. Além disto ella nos trouxe uma nota de vaidade: desempenhou o seu brilhante programa, recommen­dando a industria dos nossos pianos. Por isso que traduziu , além dos citados autores, Beethoven e Liszt, num piano de cauda fabricado em Curityba, pelas Industrias "F. Essenfelder & Cia. ", que já adquiriram com os seus productos laureado renome em Buenos A ires, Rio de Janeiro, Montevidéo e Turim. E esse renome é, aliás, muito merecido, tanto nos pareceu de sonoridade clara o piano que hontem ouvimos, elegante e bem construz'do, digno de emparelhar-se com os estrangeiros, ou com esses se confu.ndindo pelas suas quj idades. "

Esses incontestáveis atestados significam para a história da Indústria Essenfelder o testemunho vivo de que, numa época passada de grande expressão artt'stica, a carreira de uma grande pianista internacional se fez com a preciosa constribuição de um instrumento que ela apreciava com toda a sua alma de virtuose: o Piano de Cauda· Essenfelder!

A famosa pianista russa Luba D'Alexandrowska, admiradora dos Pianos Essenfelder, divulgou para o mundo suas características sonoras.

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CARWS ESSENFELDER O EFICIENTE TÉCNICO

Carlos Essenfelder, filho de Florian Essenfelder e de Maria Jacomowski Essenfelder, nasceu em Buenos Aires, a 06 de maio de 1894. Desde os primeiros anos de sua vida aprendeu a amar a técnica do piano, empreendimento iniciado por seu pai, tendo-lhe durante toda a sua existência exemplar dedicação e constituindo-se , ao lado dos irmãos mais velhos, uma das vigas mestras pelas quais tanto se elevou a qualidade dos instrumentos.

Possuidor de grande talento auditivo, soube usá-lo profissionalmente na regu/agem dos mecanismos e na afinação de cerca de 15. 000 pianos que passaram por suas mãos, demonstrando as aptidões que possuía para esses serviços de precisão.

A ele se deve a formação de muitos dos operários da fábrica, que foram os continuadores das suas funções, e ainda o são, a exemplo do recente "Operário-Padrão" da empresa, sr. Isidoro Siqueira, que se orgulha de ter sido um dos seus disczpulos.

Carlos Essenfelder transmitiu sempre a confiança de sua personalidade, pois sabia muito bem con­dicionar o tempo certo para cada coisa. Se temos, atualmente, os traços dessa figura de homem responsável e aparentemente sério, sabemos também que Carlos era dotado de um espírito humorista e que cultivava grande circulo de amizades.

No esporte, dedicava-se ao futebol, praticando-o com a equipe de industriais que compunha, em parte, o Coritiba Foot Bali Gub, time que integrou em 1913, durante o campeonato, contra os ingleses, na cidade de Ponta Grossa, saindo vitorioso desse memorável jogo.

Casou-se em Curitiba com Valéria Lehnart, que lhe deu dois filhos: Hélio Júlio Essenfelder e Acyr Góvis Essenfelder. Por ocasião do falecimento de seu pai, em 1929 Carlos entrou para a sociedade da fábrica, ficando o contrato assim constitu(do: Bertholdo Hauer, Flon·ano Helmuth Essenfelder, Frederico Essenfelder e Carlos Essenf e/der.

O seu trabalho em prol do desenvolvimento da empresa jamais poderá ser esquecido. Em sua homenagem existe atualmente uma ma no bai"o do Boqueirão, em Curitiba.

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ERNESTO ESSENFELDER

Filho de Florian Essenfelder Sénior e de Maria Jacomowski Essenfelder, nasceu em 2 7 de julho de 1895, em Buenos Aires, naturalizando-se brasileiro alguns anos depois, qua11do veio em companhia de suaJamflia ao Brasil.

Casou-se com Edith Comeis Essenfelder, no Rio Grande do Sul. Suas tendências literárias tornara11wnum intelectual. Lia e escrevia em várias línguas. Um autêntico poliglota. Enquanto ainda muito jovem, trabalhou na fabrica de Pianos Essenfelder, especializando-se mais tarde no comércio de madeiras no Rio de Janeiro. Seu esporte preferido era o futebol. Jogando no Coritiba Fvot Bali Clube, em 1913 participou <ie jogo de campeo­nato. Emesto Essenfelder faleceu em 02 de fevereiro de 1948, aos 53 anos de idade, no Rio de Janeiro, onde fixara residência.

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ADOLFO BRUCllEZ TRAUB

Nascido em março de 1893, é filho da cidade de S. Vandelino, Municz'pio de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Morou em Pelotas. Morava na casa ao lado dos Essenfelder, quando estes ali se instalaram , recém-chegados de Buenos Aires.

Descende pelo lado materno de uma famz1ia da alta burguesia de Saint Maurice, Cantão des Vallais, na Suí­ça. Tinha pelo lado paterno uma linhagem de artistas: seu avô pintara o teto da Catedral de Porto Alegre e o do Teatro São Pedro (teatro municipal local). Deixou nos descendentes uma inclinação para as artes plásticas. Do lado materno fixam as tendências da famz7ia, desde o Século XVII, professores e sacerdotes que se destacaram na Suiça e na França. Seu avô materno foi general das tropas de Napoleão.

Quando os Essenfelder se mudaram para Curitiba, saudoso dos amigos e de Carlota, sua noiva, veio tam­bém para a capital paranaense e trabalhou na fábrica de pianos até os fins de 1919, ano em que se mudou de novo para Porto Alegre.

Em junho de 1913, casou-se com Carlota Essenfelder, de quem teve três filhos: Serafina, Ernesto e Adolfo. Os dois primeiros nascidos em Curitiba e o último em Porto Alegre. Destacaram-se em importantes carreiras. Ernesto em medicina e Serafina em letras pela Universidade do Paraná e em museologia, em São Paulo, nível pós-graduação com aperfeiçoamento de seus estudos na Europa, executando atualmente suas funções no Museu de Arte Sacra e no Conselho Estadual de Cultura de São Paulo. Adolfo Traub Filho em técnica industrial.

Trabalhou preferencialmente na regulagem e montagem dos mecanismos dos pianos, bem como nas afina­ções dos mesmos. Foi altamente eficiente e talentoso nesta profissão. Era muito reconhecido ao seu sogro Flo­rian por ter-lhe ensinado a técnica de construção de pianos, principalmente no que se referia ao mecanismo,o que veio a significar muito para a fábrica de pianos e para ele.

A sua esposa Carlota faleceu em conseqüência de acidente. Adolfo casou-se em 1926 com Maria Luiza de Lima. Faleceu em 1978, na cidade de São Paulo.

Adolfo Essenfelder Traub (à esquerda) , em companhia de Serafina Traub Borges do

Amaral (ao centro) e de Ernesto Essenfelder Traub: momento de confraternização:

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.. .

CARWTA ESSENFELDER TRAUB

Nascida em 05 de novembro de 1887, em Berlim, Alemanha, filha de Florian Essenfelder Sênior e de Maria Jacomowski Essenfelder, casou no Rio Grande do Sul com Adolfo Traub, originando-se desta união três filhos: Serafina, professora de Museologia e Crítica Literária; Ernesto, médico; e Adolfo Traub Jr., técnico industrial.

Partiu com apenas três anos de idade do território alemão com destino à Argentina, em companhia dos pais e do irmão Floriano Helmuth, vindo ao encontro da tia irmã de sua mãe e da avó materna, já radicados em Buenos Aires. Durante a fase inicial de estruturação dos Essenfelder, depois que lhe faleceu a mãe, ficou res­ponsável pelos cuidados da casa e dos irmãos menores, tornando-se, por sua abnegação e estoicismo, o esteio de toda a familia. Faleceu em 05 de março de 1923, em acidente.

Um depoimento pessoal:

"Da fotograFw de nossa mãe, ainda. solteira, após o seu falecimento papai Florian mandou reproduzi-la a óleo, na dimensão de 70 x 60 cm., por um pintor de renome.

Nosso pai fazia com que mantivéssemos em nossos corações sempre viva a lembrança de nossa mãe e, assim, passamos a venerar a sua imagem querida no mais profundo do nosso ser. Papai, reunindo frequentemente os filhos, nos contava dos tempos felizes em que, recém-casados, ele e mamãe moravam em Berlim, na Holzmarket Strasse, n.º 10, próximo de Janowitzerbrücke. Mamãe Maria era muito religiosa. Isso nós vú1mos e deu para sen­tir bem melhor pelas várias bíblias que deixou e pelas cópias manuscritas dos salmos, que mais lhe tocaram a fé. Papai solicitava, diariamente, que eu lesse as notz'cias dos jornais. Obedecia com prazer, embora não me fosse tão fácil traduzi-las, rapida.mente, do português e do espanhol para o alemão, a lz'ngua que lhe era mais familiar':

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MARGARIDA FSSENFELDER

Nasceu em 29 de novembro de 189 7, em Buenos Aires. Filha de Florian Essenfelder Sénior e de Maria Jacomowski Essenfelder, casou com Lauro Lacerda Pacheco, comerciante de tradicional família da Lapa, Paraná.

Dotada de excepcional beleza física, mantinha o espírito sempre alegre. Dedicou-se, maior parte de sua existência, aos trabalhos manuais artísticos. Apreciadora de música, foi assídua frequentadora dos recitais e concertos de piano promovidos no antigo Teatro Guaíra, bem como em clubes sociais. Visitou muitas vezes a Indústria de Pianos Essenfelder, que muito apreciava, relembrando a vida e a obra de seu pai e de seus irmãos. Faleceu em 11 de dezembro de 1967, com a idade de 70 anos.

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• • CBCILIA ESSENFELDER MULLER

Filha de Frederico Essenfelder e de Alvina Asmée Essenf elder , nasceu em Curitiba e é casada com o industrial Gastão Müller, sócio da organização ''Müller Irmãos &eia. Ltda. ", desta Capital.

Tem um filho , Rubens Gastão Müller, casado com Luci Hatschbach. Na década de 1930, muito jovem, ainda, trabalhou na Fábrica Essenfelder, setor de contabilidade, integrando a equipe composta de seu pai Fre­deriço Essenfelder, Floriano Helmuth Essenfelder e Carlos Essenfelder. Estudou contabilidade no Curso. de Raul Gomes. Com pronunciado pendor art(stico, apresentou-se muitas vezes em audições musicais depois de se aper­feiçoar com os professores AntônioMellilo, Renée Devraine Frank, !vete Gouveia e Guilherme Fontainha. Per­tenceu à Comissão de Honra da Pro-Arte de Curitiba, entidade que posteriormente veio a se denominar SCABl

Apresentou-se, durante a sua projetada ca"eira, em diversas audições musicais e concertos. Recebeu, dentre outras, as seguintes referências promocionais: "No dia 5 do co"ente ano, a gentil sra Cecz1ia Essenfelder deliciou os amantes da boa música com o seu primeiro recital de piano, que se realizou no salão artz'stico da Sociedade Thalia. Depois de longa ausência na Capital Bandeirante, onde aperfeiçoou-se com a grande pianista !vete Gouveia, Cecz1ia Essenfelder revelou-se uma ex(mia virtuose , portadora de grandes dotes musicais. O concerto foi dedicado ao maestro Antônio Mellilo, seu primeiro professor. Cecz'lia promete muito para o futu­ro, dado o seu fino temperamento musical e perfeita .técnica. À destacada virtuose paranaense, os cumprimen­tos de nossa revista': De sua parte, a destacada pianista Luba d'Alexandrowska assim se manifestou: "Cedlia tem muito talento e isto afirmo não por amizade, mas por sincera convicção·:

Em certa ocasião, quando prestou os exames de piano da 1 a. turma de alunos do professor Antônio Mellilo, na sociedade Thalia, os seus dotes piamsticos foram submetidos à excelsa comissão examinadora presidida pelo prof Luiz B. da Silva Bastos e composta pelas capacidades profissionais dos mestres Wenceslau Schansee, Renée Devraine, Ruth Pimentel, Bianca Bianchi e Nuna Gruger (substituindo D. Bertha Lange de Marretes). Cec(/ia Essenf elder alcançou uma das melhores notas da concorrida prova ( 9, 7 ), perfilando-se com distinção ao lado de Guiomar Gomes (9,2), Edith Essenfelder (9,2), Neusa Ribas Braga {9,6), Loris Zugheib (9,8), Divu Riede/ · (9,8) e Leony Weigert ( 10).

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O fbgnnte mostra professores e alunos em confraternizaçlo durante a audição anual dos exames de piano de la. Turma do prof. Antônio Mellilo. A Banca Examinadora era formada pelos mestres Renée Devraine, Bianca Bian­chi, Luiz B. Bastos, Berta Lange de Morretes, Wenceslau Schvansee, Hugo de Barros, Kurt Freysleben e Edgard Sampaio. Dentre os alunos participantes, estavam Loris Zugueib, Margarida Zugueib , Guiomar Gomes, Edith Essenfelder , Cecília Essenfelder , Diva Riedel, Diva de Barros, Jandyra Sounis, Glorinha Pradi, Alceu Bocchino, (de temo claro, ainda menino), .Moysés Paciornik, Yolanda Frotta, Silvina Bertagnolli, L. Parigot de Souza, S. Frischmann e Edulga D'Avila. A audição foi realizada com sucesso nas dependência da Sociedade Thalia.

..

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lfÉUO JUUO ESSENFELDER O DEDICADO DIRIGENTE

Hélio Júlio Essenfelder, filho de Carlos Essenfelder e de Valéria Lehnart Essenfelder, nasceu em Curitiba, a 16 de outubro de 1922. Fç>rmou-se em Contabilidade, tendo desenvolvido suas atividades na fábrica como chefe de escritório. Desde 1950, mantinha a procuração da firma substabelecida pelo seu pai. Dedicava-se especialmente à comerc_ializa.ção de pianos.

Com o falecimento de seu pai e de seu tio, Frederico Essenfelder, dedicou-se inteiramente à firma, ao lado de Floriano Helmuth Essenfelder. Tinha muito gosto por esportes, fixando no tiro ao alvo o seu preferido.

Herdando do avô e do pai o espz'rito humorista, possu(a muitos amigos, freqüentando com assi­duidade o Ctub Concórdia. A sua vida foi uma demonstração de exclusiva dedicação à F ESSENFELDER e CJA LTDA., trabalhando durante vinte anos, até o seu falecimento, em 27 de novembro de 1965.

Com a sua ausência, a direção e a gerência da empresa passaram ao cotista sr. Elias Geffer Abrahão, genro de Floriano Helmuth Essenfelder, casado com Daisy Essenfelder, o qual já atendia à firma no setor de laminados de madeira "faqueada': desde o ini'cio desta indústria. Mais tarde, passando a sócio-gerente no ano de 1964, trabalhou em conjunto com Hélio Júlio Essenfelder. Com o falecimento de Hélio, em 1965, teve oportu­nidade de gerenciar individualmente a firma, em período dif(cil da fábrica, que fora suportado em conseqüência da grande revolução iniciada no BrasiLa 31 de março de 1964, cujos reflexos repercutiram em todos os setores industriais e comerciais por vários anos, atingindo violentamente a fabricação de pianos.

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Floriano Helmuth Essenfelder (ao centro), com Hélio Júlio Essenfelder (direita) e Eduardo En­gelhardt (esquerda), em pose especial no Clube de '7iro ao Alvo", onde praticavam , aos domingos, o "hobby" do tiro certeiro. Floriano, com espadim, faixa e medalhas, recebeu nesse dia o prêmio máxi­mo do rertame.

No mesmo ano da revolução, para agravar mais ainda esse fato, faleceu Floriano Helmuth Essen­felder, aos 72 anos de idade. Em 1965, faleceu Hélio Júlio Essenfelder, que havia ficado com o setor comercial da organização durante extenso período. Assim, em apenas 365 dias, a firma perdera os seus diretores industrial e comercial de longa experiência. Apesar dessa imagem difícil, os filhos do sr. Elias Geffer Abrahão, Sérgio E. Abrahão e Renato E. Abrahão, trabalharam na fábrica por algum tempo, dando a sua eficiente contribuição de trabalho e apoio. Sérgio, recém-formado em Engenharia Mecânica, assumiu o setor de produção de pianos; Renato, a responsabilidade do almoxarifado.

Em 1973, a gerência geral fora ocupada por Acyr Oóvis Essenfelder, filho mais novo de Carlos Essenfelder e neto do fundador da empresa, que desempenhou a função por onze meses, vindo a falecer repenti­namente.

A direção geral sofreu, então, uma situação de incertezas, ficando nesta fase a cargo quase que ex­clusivamente de antigos funcionários de escritório e alguns consultores. Esta indecisão permaneceu algum tempo até que a Sra. Esther Essenfelder Cunha Me/lo, filha de Frederico Essenfelder e neta de Florian Essenfelder Sénior, assumiu o comando da Organização Essenfelder. Num esforço sobrenatural, reunindo toda a sua poten­cialidade e aplicando uma vontade férrea de vencer, consegiu soerguer a firma F ESSENFELDER&' CIA. LTDA., superando o período mais crítico dos últimos tempos e devolvendo a sua necessária estabilidade.

o exemplo do espírito de luta e do poder construtivo dessa ilustre empresária são o testemunho da mais alta aspiração de dignidade e respeito ao trabalho da mulher moderna, aquela que, motivada por um forte ideal e amor ao empreendimento fundado há quase um século por seus venerados antepassados - avô, pai, tios e primos-, se dispõe a suplantar os maiores obstáculos.

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ADOLFO ESSENFELDER Filho de Roriano l lelmuth Essenfelder e Alayde Essenfelder, nasceu em Curitiba. Trabalhou na

década de 1938, especializando-se em montagem de mecanismos dos Pianos Essenfe/der. Mais tarde, exerceu /JOr conta própria as jimções comerciais de venda dos laminados de madeira "faqueada ''. Faleceu no ano de 1974.

Adolfo Essenfelder , em companhia de Frederico Essenfelder e de Alceu Essenfelder, em momento de descanso durante uma das viagens que cumpriam pelo interior do Paraná em busca de madeiras de lei.

.5.I.

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Em alegre confraternização, em 1966, no salão de exposições da fábrica de pianos, vemos da esquerda para a direita os srs. Gastão Müller, Elias G. Abrahão, Sérgio E. Abrahão, Ru­bens Gastão Müller e a sra. Esther Essenfelder Cunha Mello.

GASTÃO MÜLLER Genro de Frederico Essenfelder, natural de Curitiba, exerceu as atividades de industrial. Na época

de 1964, desempenhou o cargo de diretor adjunto de F. Essenfelder e Cia. Ltda.

RUBENS GASTÃO MULLER Industrial, filho de Cecilia Essenfelder e de Gastão Müller, é casado com Luci Hatschbach. For­

mado em Administração de Empresas, na época de 1964 trabalhou na firma F ESSENFELDER e CIA. LTDA., no setor de seleção de qualificação dos materiais junto ao almoxarifado.

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NELLY ESSENFELDER 11/NTZ

Filha de Floriano Helmuth Essenfelder e de Alayde Traub Essenfelder, casou-se com o engenheiro Milton Soares Hintz, tendo desta união dois filhos: o engenheiro Hilton Hintz e o médico flden Hintz. É adepta da filantropia e aprecia a pintura em porcelana. Como lazer gosta de esportes, especialmente tênis e natação.

Um depoimento pessoal:

"Os aniversários dos netos de nosso avô eram sempre festejados e as brincadeiras de nós, crianças , eram sem­pre programadas dentro da fábrica. O ambiente diferente, cheio de bancos, máquinas, pianos, madeiras, espaços, pátios, permitiam que as brincadeiras ali desenvolvidas se revestissem de um cunho misterioso e cheio de surpre­SllS. Assim, os amigos nunca faltavam aos nossos aniversários, pelas surpresas que na época uma fábrica oferecia sem os perigos que hoje em dia poderia ocasionar às crianças".

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DAIS/ ESSENFELDER ABRAJtÃO

Casada com Elias Geffer Abrahão, filha de Floriano Helmuth Essenfelder e de Alayde Traub Essenfelder, tem quatro filhos: Sérgio, Renato, Gilson e Márcio. De expressivo talento artístico, estudou piano e canto, desenvolvendo as suas atividades com a pintura a óleo e em porcelana. Recebei!: conhecimentos impor­tantes da professora Guida Martins e fez curso livre na Escola de .Música e Belas Artes do Paraná, sob a sábia orien­tação do mestre Cuido Viaro. Pintou muitas telas que, em diversas exposições, receberam distinção e louvor. Pin­tou, igualmente, váritis imagens e louças decorativas

. Um depoimento pessoal:

"Vovô costumava alugar caleças, também chamadas coches, para a sua locomoção. Em dias certos da se­mana, reunia todos os netos para irem com ele ao barbeiro, na Rua São Francisco, em Curitiba. Era a nossa corrida em direção à carruagem, cada um de nós tentando se apossar do melhor lugar. E o lugar cõbiçado era aquele junto ao condutor. . . ·:

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YONE SPERANDIO ESSENFELDER Viúva de Hélio Júlio Essenfelder, nasceu em Araucária, Paraná, e tem dois filhos: João Carlos

Essenfelder e Rossana Essenfelder. Dotada de espz'rito filantróp ico, integra diversas entidades assistenciais. Em 1972, trabalhou por algum tempo no escritório da Indústria de Pianos Essenfelder, onde exerceu a função de registradora dos livros fiscais.

JOÃO CARWS ESSENFELDBR Filho de Hélio Júlio Essenfelder e de fone Sperandio Essenfelder, é casado C017! Regina Scussiato, tendo dois

filhos: João Carlos Essenfelder Filho e Luiz Fernando Essenfelder. Cursou a Faculdade de F1orestas da Universidade Federal do Paraná. Demonstrando sempre interesse pelo fu­

turo da fábrica fu,ndada pelo seu bisavô Florian Essenfelder, na década de 1970 trabalhou nela durante certo período. Posteriormente, assumiu outras atividades de reflorestamento no Paraguai.

Recentemente, passou a desenvolver atividades em Manaus., Amazonas, no ramo de madeiras.

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ACYR CLÓVIS ESSENFBLDBR

Nascido em 25 de agosto de 1925, Acyr Clovis Essenfelder, filho de Carlos Essenfelder e Valéria Lehnart Essenfelder, dedicou boa parte de sua vida às pesquisas no campo da química.

Casou-se com Nezilah Stange, nascendo desta união três filhas: Consuelo Valeria, Clea Mara e Gilda. Dotado de grande espírito de humor, atraiu expressivo número de amigos.

Completando os primeiros anos de escolaridade em Curitiba, na escola alemã "Deutsche Schule ", êursou o secundário no "Colégio Paranaense Internato" e formou-se químico industrial, em 1949, pelo "Instituto de Química do Paraná''. Foi assistente do Dr. Ludovico Weber na pesquisa do xisto betuminoso. Trabalhou com o Dr. Rainhart Mak em pesquisa de solo do Paraná e em pesquisas de poços artesianos para a "Companhia T. Janér Comércio e Indústria''. Assistiu ao Prof Portos Veloso na Cadeira de Química no "Colégio Estadual do Paraná". Em 1961, realizou o Curso de Extensão Universitária de Quz'mica do Petróleo, na então Universidade do Paraná.

Acyr Clovis Essenfelder foi diretor de "F. Essenfelder & Cia. Ltda. ",no período de 1972a1973. Autên­tico desportista, praticou com dedicação a caça de campo, pescaria, tiro ao alvo, boliche e tênis. Faleceu em 30 de julho de 1973.

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ED/Tll l!SSENFELDER EllRL

Filha primogênita de Frederico Essenfelder e de Alvina Asmée Essenfelder, nasceu em Curitiba. De temperamento sensivel e artistico , dedicou-se durante muitos anos à arte do teclado, frequentando

a academia musical do eminente e saudoso prof Antônio Mellilo, onde se apresentou várias vezes em audições musicais. Nessa instituição, estudou ao lado de Margot e Loris Zugueib e do hoje internacionalmente conheci­do maestro Alceu Bochino, radicado no Rio de Janeiro. Desenvolveu também a pintura artistica, pela qual de­monstrou muito interesse.

Casou-se com o sr. Paulo Ehrl, industrial de famz1ia tradicional do Paraná, com quem teve trés filhos: Lais, Norma e Suzana. Norma Regina herdou de sua mãe o gosto pelo piano e cursou, com brilhantismo a Escola de Música do Paraná, no ano de 1959. Suas netas tocam piano, projetando os talentos musicais de quatro gerações dos Essenfelder e evidenciando justa homenagem ao fundador da marca consagrada. Na década de 1970, Edith trabalhou por algum tempo na fábrica de pianos, especialmente nos setores de pedidos e de expedição.

Um depoimento pessoal:

"Vovô era de temperamento alegre e frequentemente reunia todos os netos em volta de um piano para cantarem, geralmente, músicas populares, alemãs, que ele coordenava e regia,. Cecz1ia e eu éramos as escolhi­das para o acompanhamento ao piano. Entusiasmado, ele encenava todos os gestos de um verdadeiro maestro e, assim, orientava a festiva audição musical•:

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O professor Antonio Melillo (ao centro) circundado pelos seus talentosos alunos: Glorinha Pradi. Edith Essen­felder , Maria José Santos Alves, Ondina Correia Martins . Leonira Borba , Edilza D'Ávila, Edgard Sampaio. José Guimarães , Alceu Bocchino e Paschoal Melillo, dentre outros. Na ocasião. o prof. Melillo foi expressivamente homenageado pela passagem de seu aniversário.

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--Um raro-flagrante-do-transporte de madeira"de1ei para a Fábrica Essmfelder. Trata-se de uma tora de imbuia, pro­cedente do Município re Guarapuava, com 1,65 m de diâmetro, 6,122 m3, que foi cortada de uma árvore com aproximadamente 500 anos. O si>tema de locomoção, na base de tração animal, exigia na época, há 60 anos, uma conjugação brutal de homens e cavalos que tinham objetivo comum: fornecer a matéria-prima que viria a estrutu­rar os bem acabados Pianos Essenfelder.

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ESTllER ESSENFELDER, A ÚDER EMPRESARIAL

No mundo dos negócios em que vivemos, a mulher era considerada, há pouco tempo, uma figura que atuava apenas como colaboradora nos setores da indústria e comércio. Hoje, ela exerce papel da maior rele­vância, disputando inclusive lideranças nos diversos planos de atividades sociais e intelectuais.

Esther Essenfelder Cunha Mello, diretora de F. ESSENFELDER & CJA. LTDA., é um exemplo para todas as mulheres que anseiam obter sucesso no te"eno empresarial. Dela extrai-se o seguimento princi­piado há 92 anos por Florian Essenfelder Sénior, de quem é neta.

A persistência, a dedicação, a eficiência e o idealismo dessa ilustre dama fizeram-na ultrapassar as dificuldades a que toda empresa privada está sujeita, conduzindo as notas da cultura e da criatividade nacional dos "Pianos Essenfelder" ao reconhecimento mundial de sua extraordinária qualidade.

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O EMBASAMENTO CULTURAL E ADMINISTRATIVO

Esther Essenfelder Cunha Mel/o nasceu em Curitiba, a IP de março de 1919, filha de Frederico Essenfelder e de Alvina A. Essenfelder. Casada com o sr. Henrique Cunha Mello, engenheiro e funcionário pú­blico, tem duas filhas: Liane Essenfelder Cunha Mel/o Frank, casada com o sr. Walter Frank, economista, e Ester Essenfelder Cunha Me/lo Marchesani, casada com o dr. José Renato Marchesani, médico patural de São Paulo.

Dotada de extraordinária capacidade de liderança empresarial, a fidalguia de espz'rito da sua ori­gem, aliada à uma força de vontade irrefutável, pennitiram-lhe realizar importantes estudos: curso secundário e cursos universitários de férias, além de outros mantidos pelo SPEA, CEAG, SENAC e FIEP. Participou do II Se­minário Nacional de Literatura, promovido pela FUNDEPAR - Fundação Educacional do Estado do Paraná; Relações Humanas junto à Chefia; Administração Financeira; Análise de Balanço; Composição do Patrimônio; CheFra e Liderança; Organizaçãó e Métodos; Mercado de Capitais; Técnica de Vendas; Psicologia em 1970, pela Universidade Federal do Paraná; Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra-ADESG e CTclo de Conferências sobre Segurança Nacional e Desenvolvimento ; Estudos de Administração; Planejamento e Orga­nização do Trabalho; Gerência por Objetivos; Simpósios de Administração promovido pelo Banco do Estado do Paraná S.A., além de conferências sobre Economia, Sociologia, Psicologia, Jornalismo e outras. Estudou as linguas alemã e inglesa.

É jornalista correspondente e representante de "O Jornal da Aviação'', "Correio Aeronáutico" e "Revista Espaço e Vôo" no Paraná; sócia fundadora da União Cfvica Feminina e sócia efetiva da Ordem dos Velhos Jornalistas no Rio de Janeiro.

Exerce as funções de Diretora Executiva de F. ESSENFELDER e CIA. LTDA., abrangendo todos os cargos da administração, desde 1973. No período de 1964 a 1968, exerceu o cargo de Diretora Adjunta dessa empresa. Foi homenageada pelo SENAP - Serviço Nacional de Pesquisas nos anos de 1977 e 1978 como uma das personalidades destacadas do Paraná, recebendo o diploma de "Empresária do Ano''. Auferiu, ainda, as se­guintes honrarias: Ordem da Solidariedade "Tudo pela Cultura e pela Paz", com a /áurea de "Dama Comendadora da Ordem do Mérito Humanístico 1979"; pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná-FIEP a comenda do "Mérito Industrial 1979"; pela Legião Garibaldi a comenda "Giuseppe Garibaldi" e medalha "Anita Gari­baldi", em 1979; pelo CEAG - Centro de Assistência à Pequena e Média Empresa do Paraná o certificado de conclusão do Curso "Seminário de Controle de Custos" e pela FIEP o certificado de conclusão do Curso "Auto Diagnose Empresarial''. ·

Foi agraciada com uma placa de prata pela FIEP, em homenagem aos 88 anos de fundação da Fá­brica Essenfelder. Por ocasião do recebimento do título de "Empresária do Ano de 1978': foi registrada com destaque no "Jornal do Brasil''. Igualmente, no período em que vem exercendo a Diretoria Executiva de F. ESSENFELDER e CIA. LTDA., já foi agraciada pelo SENAP com diplOma de consagração Pública pela "Melhor Marca de Pianos", nos anos de 1977e1979. Recebeu da R evista "Empresas e Empresários" o diploma referente à "Empresa do Ano de 1978''. Em 08 de novembro de 1979, foi honrada pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Medalhistica, no grau de Comendadora, com a "Cruz do Mérito Cfvico e Cultural", no Estado de São Paulo. Considerada "Empresária do Ano" em 1979 e 1980, neste ano também fez jus ao troféu "Padre José de Anchie­ta", em São Paulo. Conquistou a "Medalha do Mérito Integração Paranaense ", conferido pela Câmara Paranaense de Pesquisas e Integração Social, com exaltação ao seu trabalhe de líder na ampliação do intercâmbio empresarial, cultural e politico do Paraná. E foi agraciada, destacadamente, pelo "Achievement International Recognition ", de Genebra, Suiça, com o certificado de "Prominent Member of Distinction of The International Registry of Who 's-Who ''. Recebeu o troféu "Bento Munhoz da Rocha Neto como uma das personalidades que mais se proje­taram no Paraná em 1980. E foi honrada, em 1981, pelo Instituto Histórico e Cultural Pero Vaz de Caminha com a "Insígnia do Mérito Cívico" comemorativa do "Grito do Ipiranga ", em São Paulo.

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Fazendo juz ã honraria, a sra. Esther Essenfelder Cunha Mello conquistou , em 1979, a comenda do ''Mérito Industrial", que lhe foi outorgada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná, sob a presidência do industrial Altavir Zaniolo.

Um momento de grande emoção. Logo após receber a comenda do "Mérito Industrial 1979", outorgada pela FIEP - Federação das Indústrias do Estado do Paraná, a com. Esther Essenfelder Cunha Mello entregou uma singela placa de prata ao sr. Wemer Toedter, Operário-Padrão de 1968 representando, no significativo mo­mento, todos os funcionários de "F. Essenfelder & Cia. Ltda. ".

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UM DEPOIMENTO OPORTUNO

As idéias e os fatos são descritos pela Sra. Esther Essenfelder Cunha Mello, ligando as suas primei­ras vivências entre os familiares ao rol de profícuas iniciativas que tomou em beneficio da expansão e da consoli­dação de F. ESSENFELDER & CIA. LTDA.

"Florian Essenfelder morava conosco. Quando criança, à medida que começava a entender aspa­lavras, eu já ouvia as conversas de vovó com papai sobre a fábrica de pianos.

Papai tinha entrado na fábrica aos 14 anos. Quando vovó faleceu, em nossa casa, eu tinha nove anos e, por ocasião da morte de papai, contava trinta e três anos. Dos cinco aos nove anos, observei-os e escutei­os. A maior parte das conversas era séria e de responsabilidade com a fábrica. Já com quinze anos, papai deter­minava que eu atendesse os artistas, que em geral se hospedavam no "Grande Hotel Moderno" e davam seus con­certos no Teatro Guaíra. Buscava-os guiando nosso carro e prestigiava-os como uma "hostness "dos Essenfelder.

Estudei piano e toquei de preferência Chopin. Estudei canto e cantei trechos de óperas em Ale­mão e Italiano. Também estudei, particularmente, a lfngua portuguesa e fiz redação própria baseando-me nos livros do escritor Raul Gomes.

Ao casar-me, o sentido das minhas inclinações na área de trabalho continuou na mesma seqüência. Mesmo porque papai sempre conversava com os filhos sobre pianos.

Meu marido e eu encaminhamos nossas filhas conforme as suas inclinações. Liane demonstrou já aos cinco anos de idade tendência para a arte e lznguas (piano e ballet clássico; Inglês e Espanhol). Esterzinha dedicou-se ao bandeirantismo e demonstrou cedo ser uma samaritana. Envidamos esforços para que elas se reali­zassem ceda E foi o que aconteceu.

Após o casamento de ambas, descobri por um teste em minhas mãos que as caracten'sticas de mi­nha mão direita eram idênticas às de vovô. Ocorreu-me, então, uma primeira idéia de que eu deveria fazer alguma coisa pela fábrica, pelo ideal da famma. Ao tomar conhecimento das necessidades a realizar no seu âmbito, após o falecimento de papai e de tio Floriano Helmuth, como também do primo Hélio, constatei que a direção deman­dava um familiar da linha direta dos Essenfelder. A empresa estava entregue a antigos funcionários e antigos ope­rários. Aproximei-me da direção da fábrica e, altamente interessada, comecei a descobrir o seu mecanismo.

Foi nesta ocasião que me surgiu a oportunidade de viajar à Europa, com a finalidade de também visitar diversas fábricas de pianos. Estive na "Playel", em Paris, e na "Steinway ", na Alemanha. Conscientizei­me da fabricação dessas marcas, aprendi a comparar.

Tempos depois, alguns familiares solicitaram-me que aderisse à uma nova diretoria, o que acon­teceu no ano de 1972. Dessa diretoria, um dos componentes faleceu e outros dois declinaram. Fiquei só. Não houve outra alternativa. Conclui que sozinha poderia agilizar melhor e mais rapidamente as decisões. Maneiras novas de dirigir, na forma de melhorias, eu achei, dariam oportunidade de eficaz desenvolvimento.

Fiquei sobrecarregada de serviços e responsàbilidades. Assessorei-me de pessoas mais atualizadas. As equipes foram se renovando e melhorando o nzvel de conhecimentos. Reparei que eu já estava com obsessão pela causa e com uma vontade tenaz de vencer os obstáculos. O trabalho insano e as decisões tomadas de ime­diato, a ação firme e constante dentro de uma linha de otimismo, permitiram que até agora eu fizesse os bons objetivos da fábrica triunfar. Na luta enorme enfrentada, em cada causa vencida a satisfação sentida sempre foi gratificante, estimulando-me a alcançar as novas metas. O piano foi novamente observado na sua qualidade, ó emprego de material mais perfeito e a mão-de-obra mais especializada, o que veio desenvolver a fama e a tradição dos Pianos Essenfelder já na série de 30. 000 unidades fabricadas. Fizemos exportações para o Canadá, Paraguai, Colômbia, México e outros pa(ses. As condições financeiras da firma já melhoravam. O que encareceu sobre­maneira a empresa foi ainda o vultoso número de operários e funcionários aposentados que receberam seu FGTS, ocorrência verificada nas firmas em que a técnica é fator preponderante. A maioria dos técnicos voltou a traba­lhar. Na observância da continuidade desta Firma, que está no Paraná desde 190 7, foi que decidi nela formar uma escola profissionalizante.

Reconheci que em breve deveremos mudar a fábrica para um local ideal ao seu especializado siste­ma industrial. Atualmente, a nossa produção é de 100 a 110 pianos ao mês. Recomeçamos com a laminação de madeiras "faqueadas" e cada vez mais estamos melhorando o nosso parque industrial e os equipamentos, bem como nossa serraria.

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Instalamos um restaurante na empresa, com abono nas refeições servidas aos empregados. Dispo­mos de ambulatório médico e consultório dentário. Utilizamos a semana de cinco dias de trabalho, com pagamen­to quinzenal a todos os 230 empregados. Instituímos o Prêmio de Assiduidade ao Trabalho e a Classificação de Cargos e Salários, o que nos situa com a justiça salarial. Para vencer esta etapa foi necessário manter um equilf­brio emocional constantemente voltado à disciplina, otimismo e respeito ao próximo menos afortunado, no sen­tido da compreensão humana e bondade para com o homem que trabalha. Reconheço que atualmente a dispo­sição da fábrica, cortada ao meio por uma via rápida, além da sua centralização, dificultou a sua expansão. Por outro lado, o antigo "caminho da roça" é o local hoje conhecido como "ponto de turismo" pela qualificação da EMBRATUR, atraindo os visitantes que vêm a Curitiba e favorecendo-nos a promoção e a procura dos pianos.

Promovi o ·maior conhecimento da Fqbrica de Pianos Essenfelder pela imprensa que penetra em outros Estados, principalmente em Brasília, onde ouvi dizer no próprio Ministério da Fazenda e na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional: "Nós tínhamos outra imagem desta firma·: .. Muitos até pensavam que era estrangeira.

Em 1967, na Alemanha, fui recebida na residência do sr. Ervin Steinweg, diretor da Organização Steinweg, com quem já vínhamos mantendo correspondência. Havia da parte deles interesse em se unirem à nossa fábrica. Contou-me, ainda, que há 45 anos o pai dele esteve em nossa fábrica com a intenção de unir a Steinweg à Essenfelder já naquela época. Fiz duas viagens à Europa com a intenção de me fortalecer na tomada de decisões. Senti que fortaleci o meu temperameflto e consegui libertar-me das dúvidas, beneficiando, em con­seqüência, o desenvolvimento de F. ESSENFELDER & CIA. LTDA.

Indústria de pianos no Brasil é idealismo e sacrifício. Assim, bem poucos são dotados do estímulo de conservação de uma indústria deste gênero.

Esther Essenfelder, desde a sua juventude interessada na projeção social dos Pianos Essenfelder, representava a diretoria da firma na função de "hostness" dos famosos pianistas que afluiam a Curitiba.

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PRQJEÇÃO INTERNACIONAL Viajando à Alemanha Ocidental, no pen'odo de 03 a 25 de setembro de 1980, a sra. Esther Essen­

felder Cunha Mel/o projetou o nome de F. ESSENFELDER & CIA. no âmbito de indústrias congêneres. O seu relato, como empresária e jornalista, destaca fatos interessantes ..

"Stuttgart é uma cidade de muitas fábricas e intenso comércio. Visitei duas delas. Uma de meca­nismo e peças em geral para pianos, a mais conhecida mundialmente, da qual somos clientes há 50 anos. Chama­se "Louis Renner & Cia. Ltda." , a mesma que fornece todos os materiais de pianos às melhores fábricas da puropa. Nela existe um percentual altíssimo de mulheres trabalhando. A organização é imensa. Aproveitei a oportunidade para inteirar-me da técnica do uso do terceiro pedal nos pianos de cauda, mesmo porque alguns países ou clientes ainda fazem questão dessa técnica da surdina. A direção da empresa atenciosamente destacou um técnico para que me acompanhasse em todos os setores, prestando corretas informações. Esta foi a primeira visita de cordialidade ao local de onde a nossa fábrica compra material qualificado.

A "Fábrica de Pianos Pfeifer" dali não ficava distante e também pude visitá-la. O gerente técnico acompanhou-me e prestou-me todas as informações. Produz pianos verticais, em sua maioria modelos de aparta­mentos, pequenos, nas mais diferentes madeiras.

A produção de pianos da "Essenfelder" - 100 unidades mensais - muito impressionou os dirigen­tes industriais alemães. Nosso mérito também está em fabricarmos todas as peças do mecanismo, enquanto outras fábricas as compram prontas para somente efetuar a montagem. O parque de madeiras, nas fábricas alemãs, é bem organizado e acondicionado com todo cuidado. Os pianos são leves e muito simples.

Sabendo da existência da "Fábrica de Pianos Boesendorfer" em Viena, para lá me dirigi. Na entrada estão expostas as bandeiras de todos os países ornamentando a fachada, o que dá uma impressão de grandeza. E realmente é. Exporta 90% da produção a diversos países e a produção mensal atinge cerca de 70 pianos de cauda em diversos tamanhos, desde 1 :75m até o de Jm de comprimento. Ali, os pianos da marca "Essenfelder" também já eram conhecidos pelos austríacos através de pianistas que, no Brasil, haviam tocado neles.

Na. ocasião da minha visita, o diretor administrativo daquela afamada organização fez com que um técnico me acompanhasse em todos os setores do parque industrial, onde pude absorver detalhes. Observei o alto número de mulheres que lá trabalham em serviços que aqui são realizados por homens e moças. Os adminis­tradores alemães não adotam o sistema de serviços por peças, são todos por hora. O horário de trabalho começa muito cedo. A fábrica emprega uma certa percentagem de estudantes como aprendizes, que percebem salários baixos e, após três anos e meio de aprendizado, são submetidos a exames para serem aceitos com títulos de técni­cos em construção de pianos. Os pianos são feitos com capricho. A madeira que requer atenção em relação à umidade é bem observada. A secagem efetua-se quase que 70% a9 tempo e um pouco de calor artificial é utili­zado, da mesma forma como se faz na "Essenfelder", sendo que o estoque de madeiras existente deve ser man~ido em período de um a quatro anos. As fábricas alemãs e austn'acas são bem supridas com máquinas que, inclusive, auxiliam a produção. Algumas são elaboradas com desenhos próprios, proporcionando maior rentabilidade. A "Essenfelder" também possui máquinas elaboradas com desenhos próprios.

Em Berlim, tive a grande satisfação de visitar a "Fábrica de Pianos Bechstein ", onde meu avô Florian Essenfelder fora mestre, há 100 anos. Ele vinha desenvolvendo lá o seu talento na constrnção de pianos, na fase dos 20 aos 27 anos de idade, num local próximo à zona oeste da cidade. Senti forte emoção ao vislumbrar a grande marca mundial na fachada principal do prédio. Uma fábrica de tijolinhos expostos, porém escura, com um relógio e uma torre na frente. O prédio abrange um quarteirão, tendo enorme portão de ferro, automático. Ninguém para informar, apenas plaquetas dando a indicação do escritório, bem equipado, amplo, iluminado, onde fui recebida pelo diretor gerente com muita simpatia. Ao ser atendida, logo me esclareceram que Florian Essen­felder deveria ter trabalhado na fábrica antiga, que fora demolida na guerra e reconstrnida no mesmo lugar da atual. Contou-me que a "Fábrica Bechstein "já possuía 125 anos de existência. Ofereceu-me um livro histórico com todos os registros da fundação e importantes relatos da evolução da marca da firma e da história da Família Bechstein. Ressaltou, ainda, que ante o perigo de desaparecer a firma por motivos financeiros provenientes da guerra mundial, esta fora vendida ao grnpo de americanos proprietários da "Fábrica de Pianos Baldwin ·: A pro­dução, no entanto, vinha diminuindo em função de fatores adversos da madeira e da mãcrde-obra. O quadro de pessoal ficou reduzido a 50 homens. Alugaram vários prédios da fábrica e hoje estão produzindo 70 pianos de cauda ao ano, em diversos tamanhos, sendo o maior com 3 metros de comprimento. Informou-me que os pedidos são antecipados de um ano e meio e a preço somente fornecido quando fica concluído o piano. Durante a visita, acompanhada de um técnico que me transmitiu as informações sobre os detalhes da fabricação daqueles pianos de concertos, pude constatar visivelmente o adiantado estágio da renomada organização, destacandcrse a beleza e a alta qualidade dos afamados pianos de cauda.

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Despedi-me e saí comovida . . . Lembrei-me daquele homem de vontade fé"ea, meu avô Florian Essenfelder, que embora muito jovem já trabalhava na "Fábrica Bechstein ''. Lembrei-me do quanto deveria ter estado exposto a sacrifícios de trabalho manual e mental. Mesmo assim, a sua avançada concepção projetava-o a um outro continente, onde desenvolveria uma fértil capacidade empresarial. Com efeito, o que sonhava mais tarde culminou se tomando realidade. Lançou, então, já na América do Sul, a semente que germinou por três gerações (92 anos) e produziu construtivos frutos com a sua própria marca . ..

Refleti acerca da sua magnanimidade dando sustento e empregos, atualmente há 230 empregados, às suas famz'lias e à centenas de outros colaboradores. Lembrei-me especialmente dos seus descendentes, os filhos que souberam desenvolver o seu ideal, tomando aquela brilhante idéia numa potência que marcou a história artístico-cultural brasileira. Fabricando atualmente 100 pianos por mês, souberam cumprir a vontade e o ideal daquele nobre pioneiro, ajudando a angariar as maiores honrarias representadas por prêmios de exposições inter­nacionais, que contribuiram decisivamente para a consagração da marca "Essenfelder". Essa fabricação de pianos, além disso, contribuiu com a educação musical do povo brasileiro através da música em.dita que se fez em nosso país. Em verdade a semente fora lançada com visão e diretriz firme. Deixei aquele local pensando e observando as grande letras da fachada "C Bechstein ''. Olhando as rosas vermelhas dos canteiros, com o livro histórico em­baixo do braço. Eu estava só, mas com o calor do meu coração. Com o maior dos respeitos, rejubilei-me com o iniciador da grandiosa obra que é a "Pianos Essenfelder''. Fundar e por em prática uma idéia é privilégio de poucos''.

A Indústria "C. Bechstein" (foto da segunda fábrica , de 1880), onde Florian Essenfelder trabalhou durante cerca de 10 anos, em Berlim. A sra. Esther Essenfelci~r Cunha Mello visitou-a recentemente, em setembro de 1980, conhecendo as suas instalações ampliadas e modernizadas.

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ESTllER ESSENFELDER PRESTA COMPROMISSO NA ORDEM DOS VELllOSJORNALISTAS DO RIO

Um acontecimento elevado na ca"eira da empresária Esther Essenfelder Cunha Mello, dentre tantos outros que enalteceram a sua personalidade, foi a recepção que lhe prestou, solenemente, a Ordem dos Velhos Jornalistas do Rio de Janeiro, no dia 30 de outubro de 1979, durante o almoço oferecido no Clube Militar.

Na ocasião, prestigiada pelo escritor imortal Austregésilo de Atayde, presidente da Academia Brasileira de Letras, Joaquim Inojosa de Andrade, jornalista, escritor e presidente da Ordem dos Velhos Jornalistas, embaixador Negrão de Lima, major-brigadeiro Peyon e pelo gal. Aurélio Lira Tavares, representante do Minis­tro do Exército, proferiu expressivo pronunciamento.

"Esta homenagem - disse - representa um passo a mais na ca"eira que sempre apreciei e procurei dig­nificar em órgãos de imprensa do Paraná e do Rio de Janeiro. Significa a ap'rovação dos meus princípios ainda porque sou chamada a integrar a Ordem dos Velhos Jornalistas numa reunião em que é homenageada a Força Aérea Brasileira. Entendo que a missão da imprensa é formar opiniões, amalgamar o entendimento entrego­vernantes e governados, cooperar para salvaguarda do progresso de nossa Pátria e da sua soberania. É uma alegria cooperar com a imprensa que se especializou no estado dos problemas e das possibilidades de nossa aviação, com a integração do Brasil através do crescente progresso desse setor. Como meta de Florian Essen­felder S?nior, fundador da Fábrica de Pianos Essenfelder, em funcionamento há quase um século no Bra­sil, tenho enfrentado a luta já normal que é imposta às indústrias, na tentativa de legar ao país instrumentos musicais de cultura. Aprendi a amar intensamente a vida, suportando as tristezas como tantos e valorizando os momentos de alegria. Com a solidariedade aprendi que uma pessoa só nada constrói':

Quando fui agraciada com a distinção do "Mérito Industrial 1979 "pela Federação das Indústria do Estado do Pa­raná, agradeci a Deus tão relevante distinção, reverenciando logo aqueles pioneiros Essenfelder - avô, pai e tio -que me souberam transmitir uma valiosa missão: legar ao Brasil instrumentos musicais de cultura".

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LIANE ESSENFELDER CUNllA MELW FRANK

Liane Essenfelder Cunha Mello Frank, filha de Esther Essenfelder Cunha Mello e de Henrique Cunha Mello, é neta de Frederico Essenfelder e bisneta de Florian Essenfelder.

Nasceu em Curitiba. Formou-se pianista na Escola de Música e Belas Artes do Paraná e fez o curso de pós­graduação . Realizou cursos de interpretação musical com Henry Jolles, pianista francês, Guilherme Fontainha, Lúcia Branco, Heitor Alimonda, Nelly Braga e com Denise Lassimone, da Real Academia de Londres, no Cur­so Internacional de Férias em Teresópolis.

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Liane Essenfelder Cunha Mello Frank, pianista e professora de piano na Escola de Mtisica e Belas Artes do Paraná, quando inaugurava, em 1981, no grande salão da fábrica, um Grande Cauda Orquestral, realizando a mais pura expressão de sua musicalidade. O notá­vel modelo, graças à nobreza de porte, consistência de estrutura e cristalinidade de som, é o preferido pelos grandes pianistas.

Aos 11 anos de idade tocou em público pela primeira vez. Aos 14 anos deu um recital pela Socie­dade de Cultura Artística "Brasílio ltiberê" - SCABI no Paraná. Aos 16 anos estreou como solista da Orquestra do Teatro Municipal de São Paulo, interpretando Mozart sob a regência do Maestro Leon Kaniefsky.

A seu respeito, o critico artístico Ricardi, do jornal "Folha da Manhã" de São Paulo, assim se expressou: "Não há dúvida de que essa jovem pianista, dona de uma substanciosa sonoridade e domínio fluente de mecanismo, terá um grande futuro a aditar ao seu belo presente ".

Tocou, sob a regência do compositor e maestro Camargó Guarnieri como solista da Orquestra Sinfônica de São Paulo.

Formou um duo de piano com a professora Jngrid Mueller Seraphim, realizando muitos concertos. O duo Liane-Ingrid apresentou-se na série Concertos para a Juventude, programação de âmbito

nacional da TV Globo. Estudou nos Estados Unidos em 1969/70, no Miami Dade College - curso de Humanities Music 2

Arts'; tendo-se classificado em IP lugar com Grau A Superior. Foi condecorada com a medalha das Forças Armadas pelo Governo do Paraguai, por serviços

prestados à Cultura. Além das atividades artúticas, dedica-se ao magistério e à difusão da Arte. É Professora do Depar­

tamento de Artes da Universidade Federal do Paraná nos cursos de Educação Artística, Comunicação Visual e Desenho Industrial Leciona Dança Clássica e História da Dança no Curso de Danças Oássicas da Fundação Teatro Guaíra, do qual é Coordenadora. É Professora de piano - Curso fundamental e superior da Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

Desde 1973 até a presente data pronuncia conferências sobre os assuntos de sua especialidade para alunos e professores do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná.

É Membro do Conselho Administrativo da FUNDEPAR - Fundação Educacional do Estado do Paraná.

Desde 1971 colabora com o jornal Gazeta do Povo, focalizando assuntos de música e dança em coluna especializada.

Possui os títulos de Livre Docente e Doutor em Formas de Expressão e Comunicação Artz'stica, outorgado em concurso de titulas e provas pela Universidade Federal do Paraná.

É casada com o Dr. Walter H. Frank, Economista e possui uma filha, Heidy Mariane.

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ESTER ESSENFELDER CUNHA MBLW MARCllESANI

Nasceu em Curitiba. Filha de Henrique Cunha Mel/o e Esther Essenfelder Cunha Mel/o. Bandei­rante desde os 9 anos de idade seguiu sempre com idealismo os prindpios da instituição, tornando-se Chefe desta­cada ao ponto de receber, no dia do seu casamento, ·o broche do "Mérito do Bandeirantismo", a maior honraria da especialidade. Cursou Pedagogia na Universidade Católica do Paraná e trabalhou na FUNDEPAR, na Secre­taria do Conselho Diretor durante 5 anos. Prestou serviços, também, com eficiência, no Setor de Vendas da Indústria de Pianos Essenfelder, substituindo sua mãe durante viagens de negócios ao exterior.

Casada com o Dr. José Renato Marchesani, médico pediatra, é Diretora Administrativa do Hospital Infantil Pequeno Príncipe em Marechal Cândido Rondon, de propriedade do casal. Possui dois filhos: Liliana e Gabriel

Sempre prestigiada por ilustres visitantes, a Fábrica de Pianos Essenfelder, representada pela Diretora Sra. Esther Essenfelder Cunha Mello, quando recebia, acompanhada de sua filha Esther Essenfelder Cunha Mello Marchesani, o Sr. Luiz Antonio de Souza Filho, fazendeiro e ex-delegado do Instituto Brasileiro do Café no Paraná. Traba­lhando no Setor de Vendas, Esterzinha auxiliou a projetar a imagem dos pianos que conquistaram o mundo.

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O "'tiro ao alvo" polaiir.ava as atividades esportms 1111 IDlllhfl die dotmn1D. No flagrante , Alceu Frederico Essenfelder (à esquerda) ao lado de Guido Essenfelder expondo as faixas e as medalhas dos vencedores da competição.

ALCEU ESSBNFBLDBR

Nascido em 11 de agosto de 1921, filho de Frederico Essenfelder e Alvina Asmée, casou-se em Curitiba com Henriqueta Seiler de Camargo, nascendo dois filhos desta união: Alceu Frederico Essenfelder Filho e Luis Renato Essenfelder, que mais tarde se formaram pela Universidade Federal do Paraná, o primeiro em engenharia civil e o segundo em odontologia cirúrgica.

Alceu Essenfelder cursou engenharia. Como industrial participou ativamente na indústria de laminados de tornos de madeira e compensados, além de atuar na produção de portas, janelas, caixas de emba­lagens e outros produtos.

Logo depois do falecimento de seu querido pai, em 1952, empreendeu importante trabalho para concluir o projeto do primeiro modelo do Piano "Winkler", dando prosseguimento à perfeita confecção da série prevista de pianos na época, incluindo o projeto de pianinho de cauda "Minuette", destinado às crianças. Para­lelamente, fornecia peças de pianos (as partes de madeira) à firma "F. Essenfelder e CTa. Ltda''. Durante a sua vida, estudou piano e praticou tiro ao alvo, tênis e futebol. Faleceu em 1962, no dia 10 de julho, aos 40 anos de idade.

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GUIDO l!SSENFELDER

Filho de Floriano Helmuth Essenfelder e de Alayde Traub Essenfelder, nasceu em Curitiba, no dia J3 de dezembro de 1923. Trabalhou no setor de laminação de madeira faqueada da Indústria de Pianos Essen­felder durante algum tempo. Dedicou-se inclusive ao controle de qualidade de mecanismos dos pianos. Esta fun­ção foi exercida igualmente por seu filho Oayton Essenfelder. Além deste, tem outros três filhos: Solange, Floriano e Cuido. Pilot amador brevetado em 26 de maio de 1954, encontrando na aviação seu "hoby" prefe­rido, também apreciou a natação, o tiro ao alvo e a caça na sua juventude.

SOLANGE ESSENFELDER AZEVEDO

Filha de Cuido Essenfelder e de Ceei/ia Bodziak Essenfelder, é neta de Floriano Helmut e bisneta de Florian Essenfe/der, o fundador. Nasceu em Curitiba, casou com !saias Azevedo e possui três filhos. Estudou no Colégio Cajuru. Dedicou-se aos estudos de piano e pintura em porcelana. Atualmente leciona piano na cidade de Foz do Iguaçu, onde o casal ftxo11 resUiência.

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~RIZAJYDO O ELEMENTO llUMAJYO

Desde o início da história dos PIANOS ESSENFELDER, o aperfeiçoamento técnico do elemento humano no trabalho foi uma das grandes razões do seu crescente sucesso.

Com a sua visão pioneira, F1orian Essenfelder Sênior cuidou da fonnação da mão-de-obra especializada, co­meçando pelos seus próprios filhos ainda menores. Posterionnente, estes passaram a orientar operários b-rasileiros, fonnando-os através de eficiente programação metodológica, visando a capacitá-los como verdadeiros artesãos.

Graças a esse acurado sistema de valorização humana e profissional, os pianos de fabricação ESSENFEL­DER foram obtendo, progressivamente, uma lapidação cada vez mais acentuada, conquistando para o Brasil a invejável posição de produtor de pianos de excepcional qualidade; dotados.de inteusa__sonoridade_e_de.w:na robus­tez que lhes garantem autêntica longevidade, além de expressiva beleza de acabamento, requinte de apresentação e regularidade técnica do mecanismo.

WBRNBR TOBDTBR

De origem alemã, nasceu em 21 de novembro de 190 7, na cidade de Hamburg, Alemanha, chegando ao Bra­sil em março de 1920, com os pais e os innãos.

Ingressou na fábrica de pianos em 15 de outubro de 1929, na qualificação de marceneiro, fazendo logo ser­viços técnicos de muita importância nos pianos: as frentes, montagem dos pedais e montagem dos mecanismos im­portados até 1940.

Em 1932 foi transferido para a seção do teclado, em companhia de um marceneiro auxiliar, para fazer os seguintes serviços: juntar madeiras de pinho maciças para a mesa do teclado, elaborando o quadro correspondente para colar e modelar a sua estrutura; fazer embuchamentos e todas as demais operações necessárias ao perfeito te­clado. Nesta seção foi chefe até o ano de 1966, quando em fevereiro do mesmo ano foi convidado pela sra. Esther Essenfelder Cunha Mel/o, na época diretora em exercz'cio, a assumir a gerência geral de produção da fábrica. Res­pondeu, então, pela direção de toda parte técnica dos pianos verticais e de cauda.

Atualmente com 52 anos de finna, em 1973, após ter adoecido seriamente, resolveu dedicar-se ao traba­lho em meio expediente, na parte de controle das empreitadas e controle do registro dos pianos fabricados men­salmente. Além disso, todo problema técnico que ocorre no âmbio da fábrica é sempre levado à apreciação do sr. Werner para que se encontre a mais adequada solução.

Dotado de bom desambaraço social, mantém sempre vivo o seu drculo de amizades. Na Sociedade Benefi­cente Rio Branco, durante alguns anos foi instrutor de ginástica e diretor de patrimônio, exercendo atualmente a função de conselheiro. Viúvo desde 1964, tem duas filhas casadas.

Na Indústria de Pianos Essenfelder, já recebeu várias condecorações e medalhas pelo seu mérito. Foi escolhi­do Operário-Padrão em 1969, recebendo o diploma da FIEP - Federação das Indústrias do Estado do Paraná. Em 1979, recebeu das mãos da diretora D. Esther Essenfelder Cunha Mel/o, durante festa de congraçamento das in­dústrias em jantar solene no Graciosa Country Club promovido pela FIEP, uma placa de prata com a legenda "Uma pessoa só nada constrói". Recebeu-a como reconhecimento da finna F ESSENFELDER & CIA. LTDA. a todos os funcionários.

O espírito jovial e o sentido de responsabilidade deste cidadão durante 52 anos de trabalhos na empresa, dentro de um espírito de honesta colaboração como técnico exemplar, fizeram-no merecedor do título de Ope­rário-Padrão 1969 e de todas as homenagens que a finna lhe prestou, coroando-o sempre de plena gratidão. O sr. Werner é a referência de um homem que trabalha por amor.

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GERMANO BERl'ISDORF

Nasceu no din 27 de abril de 1929, em Curitiba, tendo pennanecido dez anos na Au::"""'1'-"­tido na Indústria de Pianos Essenfelder em IP de outubro de 1953.

Começou a trabalhar como marceneiro na Seção de Cauda, parte de montagem do m~T.ismo rando, dentre outros serviços, as chamadas "cepas para pinnos ", pianos de cauda, banquetas simples. .iE "Chippendale" e "Lu iz XV''. Trabalhou, ainda, na produção de lados, consoles, pedais e nas peças cl?:.::r::::'.::::: "baques", além de colocar teclados em pinnos verticais. ·

Em 07 de abril de 1961, por motivos particulares desligou-se da firma , mas voltou a pedido do riano Helmuth Essenfelder, em 14 de setembro de 1964, para trabalhar na montagem do m ecanismo de cauda. Porteriormente, atuou na regulagem e colocação dos abafadores dos pianos, até que se deslC mente em 30 de maio de 1968. No din 28 de junho de 19 78, retornou à fábrica e, segundo determ · • -Esther Essenfelder, diretora executiva em exercício, assumiu o setor de custo físico dos produtos manu1 _

Introduziu o sistema de elaboração de listagens das madeiras e dos materiais aplicados diretam~ cada pinno, computando seu gasto por unidade. Para maior eficiência do sistema, formou-se uma equ~ elaboração de custos, que é orientada pelo sr. Germano ao ponto de fornecer dados de toda parte da ,,._~....,.

dos materinis importados, contando com a colaboração da sra. Moema Tiburtius Logullo, funcionário enrri .... -~~ dos maiores encargos do setor de custos e da administração de salários, o que pennite a justiça salarial.

Participou de vários cursos. Dentre eles, "Relações Humanas no Trabalho" e "Técnicas de Tr ;,_ Conceitos de Custo", ministrados na própria empresa pelo SENA! e pelo CEA C. É ele quem elabora co . doso critério as programações dos pedidos de materiais do Exterior, mês a mês, prevendo a demora do deY.~=­raço e do transporte, que somam seis meses de prazo. Especialmente o custo mensal de arames de aço · tados da Alemanha.

Colabora com a firma na tradução das correspondêncins vindas da A lemanha e a elaboração das -tas referentes aos pedidos e consultas de materiais. O recrutamento de novos operários da fábrica está sob_ cuidados. Todos os problemas técnicos que nonnalmente devem ser resolvidos no momento, ou a cuno _ são solucionados por ele com eficiêncin. Tamb ém a supervisão total da manutenção mecânica, elétrica e fica da fábrica, bem como o contrôle das Portarias, estão sob a sua responsabilidade.

Em 1980, sob a sua orientação e supervisão, a fábrica iniciou a confecção de todas as peças dos Novos estudos de aplicação de madeiras de melhor qualidade e aquisição de máquinas estão sendo desem sob o parecer ponderado do sr. Germano. Supervisionando as mais importantes funções dentro da indústri=.. pre afinado com o sr. Werner, sr. Laudemiro e demais chefes de seção, foi convidado em 1980 a exercer o de gerente geral da parte fabril de construção de pianos.

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LAUDEMIRO SLOBODA

Nasceu em 16 de abril de 1933. Foi admitido na firma em 1962, como marceneiro, iniciando no importan­te setor de acerto das frentes dos pianos verticais. Em 1966, foi transferido definitivamente para a seção dos pia­nos de cauda, responsabilizando-se pelas regulagens, lixamento do corpo dos pianos, colocação dos f eixos para os pés dos pianos, colocação da lyra, colagem da tábua harmônica, colagem dos lados dos pianos verticais e junta­gem de lâminas para a parte externa dos pianos.

Mostrando-se sempre atento para executar qualquer serviço referente aos pianos, foi admitido pela diretora da empresa, D. Esther Essenfelder Cunha Mello, em 19 74, na função de gerente de toda a produção, indicado pelo sr. Werner Toedter. A exemplo deste, o sr. Laudemiro é um incansável trabalhador, assumindo com a máxima de­dicação a função que tão bem vem exercendo desde 1974, evidenciada pela sempre crescente produção de instru­mentos de excelente qualidade. A firma lhe reconheceu o mérito e a ele dedica a sua afeição.

A partir deste exemplo de profundos conhecimentos técnicos e dedicação ao trabalho, enumeramos agora os funcionários que receberam o titulo de "Operário-Padrão·:·

Werner Toedter - 1969 Izidoro Pedroso Siqueira - 1976 Pedro Santi - 19 77 Afonso Cisielski - 1978 Es tanislau Murc_harski - 19 79 Waldomiro Machado - 1980 Armando Bernardin - 1981

Os chefes de seções, pela sua abnegação ao trabalho, e outros igualmente merecem citação: Helmuth Maximiliano Willibald Heimann Guida A. Scandelari Max Gebauer João Vacarciuck Antonio Hampel Walter Pereira Jaier Basik O/ivio Nada/in Amadeus Ferreira da Silva Hamilton H. Enge/ Raimundo Müller José Gurski João Batista Pedroso Arnaldo Alves de Souza Rogério Monastier E/oi Fontana de Lara Dormario Calmo da Silva Nivaldo Guimarães Ribas Wilson Loyola de Araujo Carlos Soares dos Santos Adão Kowalski José Darcy Benato Acácio Fontoura de Lara Alcides Bismaia Antonio Ceo/in Alfredo Carmo da Silva Manoel da Costa Rosa Vitória Cardoso Prestes

. Bertholdo Kâerbel Qaudio Aguirra

E a direção da Indústria de Pianos Essenfelder apresenta desculpas por ter deixado, eventualmente, de citar tantos outros funcionários que, em sua producente carreira, dedicaram a sua capacidade, com amor e eficiência, ao progresso da organização. Cada um deles também representa um operário-padrão. A todos, indistintamente, o nosso mais profundo e afetivo agradecimento. Que Deus os abençoe! 77

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PIANOS ESSENFELDER

UM GLORIOSO PASSADO, SEMPRE FORTALECIDO PELA GARANTIA DE SUAS EXTRAORDINÁRIAS QUALIDADES E ESTIMULADO PELOS ATESTADOS DE

UMA PLÊIADE DE IMPORTANTES PIANISTAS.

O RECONHECIMENTO DA QUALIDADE ESSENFELDER

Os Pianos Essenfelder, fabricados há 92 anos, desde o começo de sua produção obtiveram dos seus conhecedores e usuários os mais favoráveis pareceres, tanto em relação à bem planejada estrntura quanto à perfeita dinâmica dos diversos modelos construidos.

O atestado mais antigo, publicado no no 29, Ano II da revista quinzenal ilustrada "La Produccion Nacional", já em 1896, em Buenos Aires, comprovava o seguinte:

"Hablando dos instrumentos construidos por Essenfelder, um perito tan competente como el sefior Alberto Gutiérrez ha dicho: "El piano que hemos examinado, modelo perpendicular de sala, reune em grado satisfactorio todas las condiciones de un instrumento tello y durable. Diremos, por lo que respecta à la estética dei instrumento, que la calidad de su sonido es hermosa y homogénea en toda la extensión dei diapasón.

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Los bajos, que son una de las preocupaciones fundamentales dei constructor, ha salvado, airosamente, la caver­nosidad y la sonoridad turbia y predominante; son transparentes y perfectamente equilibrados con el centro y con los tiples. El centro es agradable y cantante, obteniendose en las notas tenidas el máximum de duración que puede exigirse ai piano moderno en el modelo de que se trata. Se armoniza también perfectamente con el agudo y el bajo dei diapasón, lo que permite ai ejecutante obtner, en el frasco, una dicción clara y sin confusiones. Los tiples conservan la calidad general dei timbre dei instrnmento sin harcese chillones, ni duros ai oído, sosteniendo esta recomendable.calidad hasta la última nota. La gradación de la resistência en el teclado ha sido obtenída con un delicado tacto. La mano, sin perder nunca pi - esta dicho aunque parezca haya contradición en el empleo de estas términos por excesiva blandura, puede graduar facilmente las pressiones que respondem á la infinita graduación y det matiz".

Em 27 de agosto de 1913, o sr. Ernesto Luiz d'Oliveira, da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio do Paraná, endereçava o seu parecer a Bertholdo Hauer: "À primeira vista parece incrível que um esta­belecimento em Curitiba seja capaz de fabricar pianos dos quaes se possa dizer que são superiores aos das mais afamadas fábricas européas. No entanto esse é um facto cuja verificação está ao alcance de qualquer pessôa. E a principal razão dessa superiodade vem de termos super-abundância justamente da madeira que escasseia aos outros fabricantes, ou seja, nossas inegualáveis imbuías. Por essa causa os Pianos ESSENFÉLDER são fabricados com luxo de solidez e desperdiço daquella preciosa madeira. Devo ainda acrescentar que o que adquiri para meu uso é um dos mais perfeitos instrumentos em existência. O mesmo se pode dizer do que foi adquirido pelo Exmo. Sr. Dr. Presidente do Estado para o Palácio do Governo. A fábrica de pianos ESSENFELDER honra a indústria paranaense e os seus instrnmentos pertencem ao número dos poucos artigos que o Paraná fabrica e que, com mar­cada 11antagem, podem soffrer confronto com os melhores de outros paízes".

Logo em seguida, o sr. Paulo fldefonso de Assumpção, Presidente do Centro Artístico de Curitiba, . encaminhava agradecimento especial à direção da empresa: "É com a maior satisfação que venho agradecer a

V. V.S.S. o grande obsequio que prestaram por ocasião da insta/lação solenne do Centro Art(stico, pondo à dis­posição das ex(mias pianistas que tomaram parte nesse festival um exeellente piano-cauda fabricado pelos snrs. F. Essenielder & Cia., desta capital e dos quaes são V. V.S.S. dignos agentes. O sucesso de sonoridade e a excellen­cia de mechanica, notados pelos executantes neste instrnmento, asseguram o triumpho completo da fabricação dos pianos "Essenfelder''.

APOLOGIA DA IMPRENSA NACIONAL

Jornais editados em todo o Paz's sempre reservaram destacadas colunas para ressaltar a impor­tância dos "Pianos Essenfelder", no cenário artístico nacional e internacional, em relação ao desenvolvimento e aperfeiçoamento da música erudita.

Eis alguns expressivos depoimentos: "Echo do Sul" - Rio Grande do Sul - 09/11 /1903 ". . . Ao piano, encarregou-se proficientemente dos acompanhados o maestro Angelo Tagnini

O magnífico piano que serviu para os acompanhantes foi fabricado aqui pelo conhecido industrial Floriano Essenfelder''.

"Diário Popular" -Pelotas - 06/09/1908 "Por ocasião da inauguração do pavilhão de Pernambuco, realisou-se ali um concerto, tendo ser­

vido um dos pianos d'aqui enviados pelo fabricante snr. F7orian Essenfelder, que muito agradou e fôra gentil­mente cedido para essa festa''.

"A Opinião Pública" -Pelotas - 02/10/1908 "Têm sido muito elogiados por pessoas competentes os dois esplendidos pianos armário, sendo um

com teclado movei; do invento do snr. Florian Essenfelder, e um dito de cauda, ambos executados por aquelle intelligente artista. Diversos pianistas de merito do Rio de Janeiro fazem honrosas referencias aos aludidos trabalhos".

"Gazeta do Commércio" - Porto Alegre - 15/11 /1911 "Audição dos pianos nacionaes Essenfelder, de Curitiba - Num desses pianos, o professor Leo

Lissen executou varias producções musicaes, tendo assim os convidados occasião de apreciar a sonoridade das vozes do Piano Essenfelder, a um tempo forte e avelludado, bem como o facil jogo do teclado, denotando a perfeição do machinismo. Esses pianos são, além disso, de construção solida, sendo. nelles empregada excellente madeira''.

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"Diário da Tarde" - Curityba - 03/05/1911 "Exposição de Turim - Vindo do Rio de Janeiro chegou ante-hontem a esta capital o snr. D.

Duarte Velloso, que foi tratar da classificação dos produtos no Museu Comercial. Causaram sucesso (lS dois pia­anos aqui fabricados pelo snr. Florian Essenfelder, chegando alguém a duvidar que aqui fossem fabricados ( 1 de armário e 1 de cauda)".

"Diário da Tarde" - Curityba - 31 /08/1910 "Realmente, os Pianos Essenfelder de todo ponto rivalizam com os das mais acreditadas fabri­

cações européas e, se lhes não bastasse a consagração de um Grande Premio, como o que obtiveram, certo que a incredulidade indigena, atribuindo-lhes procedencia extrangeira, lhes havia assegurado o mais eloquente teste­munho de sua superioridade·~

"A República" - Curityba -14/03/1913 "Que os pianos fabricados são lindos basta vel-os, que são bons, basta ouvir os sons dos que já se

acham no mercado, que são muito mais fortes e resistentes que os importados, basta abril-os. Ainda ha poucos dias os salões do Qub Thalia abriram-se para um concerto organisado por uma de nossas mais distinctas amadoras e o piano ouvido foi um dos magnificas instrumentos sahidos de nossa fabrica''.

"Vozes de Petropolis" -Anno VII -16/07/1913 "Para a construcção toda foi empregado só o melhor material, sendo escolhidas ao todo, para os

diversos fins, seis madeiras differentes. O som cheio, vigoroso, sympathico destes pianos é simplesmente encan­tador. A construcção, além disso, é tão extraordinariamente solida que, na necessidade de adquirir um piano, pre­feririamos um. Essenfelder ao melhor estrangeiro de nome celebre. Não duvidamos que, com o tempo, a fabrica brazileira conquistará no mercado o logar que lhe compete : acima dos instrumentos extrangeiros".

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ATESTADOS PROCEDENTES DE PROFESSORES, PIANISTAS, MAESTROS E AMADORES

De A. M. Withers, professora de piano e canto, em Curitiba, 12 de agosto de 1919: "flmo. Snr. F. Essenfelder. Tenho o prazer de, satisfazendo o seu pedido, declarar que muito apreciei diversos pianos de sua fabricação, admirando o bom acabamento das obras, as preciosidades das madeiras empregadas na sua confecção e sobretudo o teclado leve e a esplendida sonoridade. Estou certa de que os seus pianos, fabricados com material de primeira qualidade, e especialmente para o nosso clima, não deixarão de ser muito bem acceitos, não só aqui como em toda parte''.

De Jorge Tinel, professor de piano: "Tendo sido convidado por alguns amigos para experimentar os pianos fabricados n 'esta capital pelo snr. Essenfelder e dar a minha opinião, devo dizer que depois de um exa­me minucioso, e de ter improvisado nos mesmos alguns trechos de música, não hesitei em declarar que encantou­me a bel/a qualidade de som, assim também a perfeição do machinismo e a sua solida construção em geral. Por­tanto: os pianos do habil fabricante, o snr. Essenfelder, devem inspirar aos amadores de bons instrumentos toda a confiança, e podem ser comparados com as melhores marcas importadas do estrangeiro".

De Charley Lachmund, pianista, no Rio de Janeiro, em 14 de fevereiro de 1911: "flmo. Snr. Essenfelder: -Attesto com prazer que o piano fabricado por V.S., e sobre o qual tive aqui ocasião de tocar, muito me agradou. Achei o som de uma capacidade muito cantante, cheio nos Fortes, mavioso e facil de modulações nos pianos. Agradavel surpreza tive com a resonancia cheia tanto nos sons graves como nos agudos, cuja unifor­midade com os sons centraes constitue uma vantagem superior d 'este instrumento. A repetição também funccio­na com exactidade e facilidade. Foi com satisfação que toquei sobre este instrumento".

De Pable Voss, maestro diretor da Cia. Lyrica, em Curitiba, 07 de junho de 1913: "flmos. Snrs. F. Essenfelder & Cia. Amigos e Snrs. Conhecedor enthusiasmado que sou há 16 anos dos seus incomparaveis pianos, aproveitei a minhq passagem por esta Capital para fazer uma minuciosa visita à sua bem reputada fabrica de pianos ESSENFELDER; attesto expontaneamente, pela presente, que tudo quanto ahi vi novamente me obriga a confirmar, e de não ter encontrado até hoje na minha vida artística, pianos mais resistentes e que melhor tenham correspondido a qualquer exigência que se faz a piano moderno de boa qualidade. Os mechanismos, applicados nos seus pianos, são inteiramente iguaes aos das marcas mais afamadas europeas e as solidissimas e bem elaboradas caixas de imbuya, todas maciças, não tem igual no mundo. Podem fazer desta carta o uso que lhes convier o bem dos interesses de sua indústria".

De João Fontourà, no Rio de Janeiro, em 12 de outubro de 1913: "flmo. Snr. Bertholdo Hauer -Secção de Pianos "Essenfelder''. Respondendo a sua estimada missiva de 4 do corrente com a qual muito medis­tinguia, tenho a dizer-lhe que fui ver e examinar, na Casa Vieira Machado E Cia., o piano "Essenfelder''. Pre­disposto contra as industrias nacionaes, por serem indiscutivelmente inferiores às extrangeiras, pensei encontrar um piano de regular fabrico, mas, longe de ser comparado aos seus similares de outras nações. Entretanto, creia o amigo, custaria a persuadir-me ser aquelle piano fabricado no Brasil, se não fosse honrado com o convite do proprio fabricante para ver e experimentar tão artistico e aperfeiçoado instrumento. A confecção do piano "Essenfelder" é a melhor que tenho visto, pois pode dizer-se de uma duração eterna devido às madeiras de lei empregadas em seu fabrico. Tive o cuidado de ouvir na mesma occasião, com o maior escrupulo, as vozes dos melhores pianos americanos e franceses para comparar com as do nosso "Essenfelder" que não deixam nada a desejar. Os melhores pianistas do mundo poderão sem receio interpretar nelle os grandes mestres''.

De Alberto Nepomuceno, do Instituto Nacional de Música, no Rio de Janeiro, em 04 de outubro de 1913: "flmos. Snrs. F. ESSENFELDER & CIA. Accedendo ao convite que me foi feito pelo vosso sacio, o Snr. Bertholdo Hauer, fui examinar o piano de vossa fabricação que se acha exposto na Casa Vieira Machado & Cia. desta cidade. O piano em questão é um excellente instrumento, de um acabamento que muito honra a nossa industria e que possue grandes recursos de sonoridade. Tenho imensa satisfação em manifestar, por este meio, a magnifica impressão que tive experimentando e examinando-o detalhadamente, approveito a opportu­nidade para felicitar-vos calorosamente''.

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Do pianista Alexandre Brailowski: "Folgo em manifestar minha profunda satisfação pela exce­lente impressão que me causou o piano paranaense Essenfe/der. Com sua sonoridade tão harmoniosa quão ave­ludada, e perfeição no jogo, aliou-se aos seus colegas de fama mundial''.

Do pianista Arthur Rubinstein: "C'est avec la plus vive satisfaction que je veus exprime ici /'admi­ration que je sens pour /e Piano ESSENFELDER. Ce Piano posséde toutes les qualités, volume énorme, enfin tout ce qu 'on puisse sonhaiter''.

Do pianista e compositor Barrozo Neto: "Examinando alguns modelos de pianos da fábrica F. ES­SENFELDER & CIA., tive a viva satisfação de verificar quanto a indústria nacional já nos pode apresentar de per­feito e superior, nada deixando a desejar ao que vem do estrangeiro. De fato, além do aspecto exterior desses ins­tmmentos, cujo acabamento e elegância impecáveis fazem realçar as belezas naturais das nossas madeiras, nota-se o perfeito cuidado na confecção do seu mecanismo, igualmente no jogo do teclado, repetição perfeita e sonori­dade maleável e aveludada''.

Da pianista Maria Carreras: "Mi é grato ringraziarli per il magnifico ESSENFELDER, che tanto gentilmente misero a mia disposizione per il mio ultimo concerto nesta. La potenza, la simplicitá, la chiarzza dei suono, il meccanismo impeccabile, sono, tra tante altre, /e qualitá che permettono ali artista exprimire in tutti i dattaglie /'interpretazione del/e opere, e no/lo stesse tempo /e facilitan la esecuzione de/la tecnica ''.

Do pianista e compositor Francisco Mignone: "O piano Essenfelder é tão bom como os melhores que nos chegam do estrangeiro. Sendo, como é, bem "nosso", dou-lhe toda a preferência na escolha, recomendan­do-o a todos com entusiasmo e grande sinceridade''.

Da pianista Loba d'Alexandrowska: "Eu conheci intimamente os Pianos ESSENFELDER e os julguei e os estudei com sincera admiração e entusiasmo, e o que é mais: convenci todos que me ouviram tocar nele deste meu mesmo pensamento''.

Do pianista Carlos Zechi: "Os pianos Essenfe/der são maravilhosos, expoente do progresso desta terra encantadora ' '.

Do pianista e compositor Henrique Oswald: "Convidado pelo sr. Carlos J. Wehrs, examinei os pia­nos da Fábrica F. ESSENFELDER & CIA. e, com a maior satisfação, constatei que estes instmmentos são exce­lentes e estão em condições de agradar aos artistas e aos amadores os mais exigentes. Felicito os operosos srs. Fa­bricantes que incontestavelmente, honram a nossa indústria nacional".

Do pianista Wilhelm Backhaus: "Som komme ich erst heute dazu ihnen zu danken fuer den prachtvol/en Konzertfiuegel, welcher mir fuer mein Konzert am 6. November zur Verfuegung stel/ten. Jch war demse/ben in hoechsten Grade befriedigt, un zwar soweh/ den Klang ais den Ansch/ag betreffend, und ich beg/ueckwuensche Sie herzlichst zu diesem schoenen Erfolg. Mit den besten Wuenschen fuer 1948 und herzlichen Gruessen''.

Com referência ao pianista espanhol Thomaz Terán, após ter assistido, no Rio de Janeiro, ao con­fronto de um piano das mais afamadas marcas européias com um Essenfelder, destacou a superioridade deste sobre seu similar estrangeiro. A opinião abalizada de Terán foi acatada por todos os músicos presentes, consti­tuindo esse triunfo verdadeira consagração aos pianos Essenfelder nos meios artísticos da capital da República.

Do pianista J. Octaviano, em 30 de janeiro de 1929, em Curitiba: "Com a minha admiração pelos pianos Essenfe/der, que representam um mito de progresso na indústria nacional, pela qualidade do som e pela perfeição do acabamento''.

Da pianista Guiomar Novaes Pinto, em 1932, em Curitiba: ''Aos Snrs. Diretores dos Pianos Essen­felder, com grande admiração' '.

Da cantora Bidú Sayão, em 1937, em Curitiba: "Para a afamada Fábrica de Pianos Essenfelder e Cia., com a minha admiração pelos Pianos Essenfelder''.

Do pianista Wilhelm Backhaus, em 1951, em Curitiba: "À firma Essenfelder com os melhores agra­decimentos pelo maravilhoso piano de cauda cedido para o meu concerto em 9 de junho de 1951 ' '.

Do violinista e maestro Nathan Schwartzmann, em 05 de fevereiro de 1975, em Curitiba: "Real­mente interessante minha visita à Fábrica Essenfelder, onde constatei o porquê do grande aceitamento desta mar­ca. Acompanhado por minha família, deixo esta lembrança de nossa visita, agradecendo à Da. Esther por nos ter deixado tomar contato com as várias fases de sua fabricação".

Da pianista Magda Tagliaferro, em 30 de setembro de 1977, em Curitiba: "Sempre toquei com prazer nos Pianos Essenfelder, porém, hoje em dia, a sua fabricação está totalmente aperfeiçoada que me é grato felicitar calorosamente Da. Esther Essenfelder, que tem agora a possibilidade de oferecer aos artistas e ao público instmmentos de alto quilate".

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Do pianista, compositor e professor Heitor Alimonda, em 20 de outubro de 1977, em Curitiba: "Conhecendo os Pianos Essenfelder desde já há bastante tempo, noto com prazer, a cada novo piano que utilizo, o progresso e a manutenção das qualidades mecânicas e de resistência, que fazem do piano um instrumento que merece sempre a nossa confiança. Desejo, realmente, que essas qualidades ultrapassem o ótimo, transformando o ''Essenfelder" na continuação, através dos dedos, da arte dos grandes pianistas·:

Da pianista Henriqueta Penido Monteiro Garcez Duarte, em 19 de dezembro de 1977, em Curi­tiba: "Ê um prazer para mim, pianista e professora de piano, constatar a permanente preocupação dos donos da Fábrica Essenfelder no progresso e no aperfeiçoamento dos seus instrumentos. Que Deus proteja a todos os res­ponsáveis por este trabalho em que se aliam a dedicação artesanal e a sofisticação tecnológi.ca, oferecendo um produto que nos gratifica pela sua alta qualidade artística e nos envaidece como paranaenses':

Da pianista Maria Leonor Macedo, em 13 de novembro de 1980, em Curitiba: "Ê uma honra para mim estar novamente nesta Fábrica "Essenfelder", cujo piano excelente que possuo e nele toco há muito tempo foi aqui produzido. Parabéns à grande amiga Da. Esther, que tão brilhantemente está conduzindo esta grande fábrica, orgulho de nós paranaenses e brasileiros':

Do brigadeiro Hélio Rangel Carneiro, em 13 de junho de 1978, em Curitiba: "Foi com satisfação e mesmo emoção que observei o extraordinário trabalho da Fábrica de Pianos Essenfelder, uma organização que deve ser considerada patrimônio do Estado do Paraná. Deve, por isso, merecer a atenção, o carinho e o apoio de todos que amam este Paraná, em especial de seus governantes·:

Do empresário Carlos Alberto Pereira de Oliveira, presidente da Associação Comercial do Paraná, em 30 de junho de 1978, em Curitiba: "Para nós paranaenses é uma grata satisfação e uma honra visitar esta tradicional indústria da nossa terra, que por tantos anos vem enobrecendo e dignificando o empresariado pa­ranaense ':

Do industrial Altevir Zaniolo, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, em 30 de junho de 19 78, em Curitiba: "Organizar uma empresa, fazer prosperá-la, chegar à prosperidade, é tarefa ba5" tante dura e árdua. Mas chegar aos 88 anos numa empresa é imensamente glorioso. Nossas felicitações à Da. Esther".

Do jornalista Carlos Vianna, da Revista da Êpoca (editada no Rio de Janeiro), em 16 de abril de 1918, em Curitiba: "Visitando a fábrica de pianos do snr. Essenfelder, sinto uma grande confiançt1 no futuro da indústria paranaense, ao ver os resultados obtidos pelo valor de iniciativas como esta que obtém resultados dignos de collocar a industria nacional ao lado da melhor similar estrangeira".

Do pianista Arnaldo Estrela, em 1964, no Rio de Janeiro: "Os pianos de concerto Essenfelder, que conheci recentemente, num dos quais realizei recital em Curitiba, circunstância que me permitiu conhecê-lo a fundo, pareceram-me instrumentos da melhor qualidade. A mecânica, precisa, facilita o ''jogo" do pianista, coisa rara em pianos novos; a sonoridade, rica, plástica, dá plena satisfação a quem teca e a quem ouve·:

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Da jornalista Juril de Plácido e Silva Camasciali, Em Curitiba, 20 de setembro de 1981: "À Fábrica de Pianos F. Essenfelder, justo orgulho dos paranaenses e brasileiros, deixo na pessoa de sua digna Diretora Execu­tiva, com. Esthér Essenfelder Cunha Mel/o, meus sinceros cumprimentos pela continuidade que vem dando a um magnifico trabalho que honra a indústria nacional. Neste ano em que a tradicional indústria está completando 92 anos de atividades, formulo votos para que continue em seu dignificante trabalho, produzindo com a notória perfeição os instrumentos que permitem divulgar uma das mais belas e divinas artes, a música. Que Deus proteja seus dirigentes e auxiliares, são os meus votos ''.

Do pianista Jacques Klein, em Curitiba, 22 de outubro de 1981: ''Felicito vivamente a Fábrica Essenfelder, fabricante do melhor piano brasileiro. Constato com felicidade o crescente progresso na qualidade dos instrumen­tos que nos honra como músicos desta te"a ':

PIANOS ESSENFELDER EM DESTAQUE NACIONAL

Considerada uma das duas únicas fábricas especializadas do Brasil, na atualidade, a INDÚSTRIA DE PIANOS ESSENFELDER ganhou destaque nacional, recentemente, quando o jornal "O Estado de S. Paulo" publicou, em matéria de duas colunas, que "os negócios estão indo muito bem" ao se referir à situação dos pianos produzidos no te"itório brasileiro.

Dando ênfase à "Essenfelder do Paraná", que está produzindo 11 O unidades por mês em sua diver­sificada linha, o renomado matutino evidencia que "o Brasil exporta algumas unidades para a Argentina, Paraguai, Chile, Uruguai, França, Alemanha e Itália''. A notícia, que obteve simpática repercussão junto aos meios musi­cais, ajusta-se de forma coerente com a posição da conhecida indústria paranaense, dia-a-dia mais conceituada e bem aceita pela sua honrosa tradição e excelência de produtos que oferece aos pianistas em igualdade de condi­ções (qualidade estrutural e dinâmica de sonorização) com as mais respeitadas marcas internacionais.

Contando com mais de 90 anos de produção ininterrupta de pianos, alcançando até os dias atuais aproximadamente 32.000 pianos fabricados e vendidos, a INDÚSTRIA ESSENFELDER, fundada em 1890 pelo idealista Florian Essenfelder Sénior, natural da Alemanha, é dirigida atualmente pela empresária Esther Essen­felder Cunha Mel/o, neta do saudoso fundador, que vem orientando a organização desde o ano de 1973 para o constante aperfeiçoamento técnico dos seus afamados instrumentos musicais.

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AS CONTRIBUIÇÕES DA "ESSENFELDER" EM BENEFÍCIO DE CAUSAS DISTINTAS

Em sua longa e significativa história, vêm sendo expressivas as contribuições da '1ndústria de Pianos Essen­felder" em beneficio das causas de naturezas assistenciais, artz'sticas, politicas, educacionais no âmbito da socie­dade brasileira.

Entidades de niveis diversificados, empresas privadas, instituições de ensino, Secretarias de Estado - Se­cretaria da Educação, Secretaria da Cultura e do Esporte, Secretaria da Agricultura - e outros órgãos governa­mentais têm recebido o apoio da diretoria da indústria que, em sua longa jornada, sempre participou ativamen­te das legitimas promoções sociais em prol da faml1ia, da tradição e da propriedade.

O próprio Governo do Estado do Paraná, nos idos de 1930, foi prestigiado com uma valiosa contribuição da tradicional empresa. Naquela época, acentuava-se a divida externa ao ponto de os governantes aceitarem, de bom grado, doações substanciais dos seus concidadãos. Assim, em carta dirigida ao presidente da "Comis­são Pró-Pátria de Resgate da Divida do Estado do Paraná·: os srs. Floriano Helmuth Essenfelder, Frederico Essenfelder, Carlos Essenfelder e Bertholdo Hauer, segundo noticia publicada no jornal GAZETA DO POVO, edição do dia 27 de novembro de 1930, fizeram "uma oferta valiosissima de um piano de cauda ''Essenfel­der·: de sua fabricação, com ricas entalhações em estylo Louis XV, laqué e com frisos dourados, no valor de 15:000$000, que foi constnddo especialmente para a Exposição Internacional Commemorativa do Primeiro Centenário da Independência do Brasil, em 1922, tendo sido distinguido nesse importante certamen com o mais alto prêmio conferido a esta classe de instrumento de música''.

Mais adiante, o matutino destaca que "não se trata só de um instrumento de fino acabamento e de eleva­do valor, como também de uma peça de muita estimação''. E acrescenta: "Agora a brilhante suggestão: alvi­tram os chefes da conceituada empresa que se organize uma tombola comprehendendo dois mil bilhetes ao preço de 10$000 cada um. Para a impressão dos bilhetes a própria firma offerece um cliché do notável ins­trumento. Desse modo, segundo muito bem lembram os missivistas, feita uma boa propaganda pela impren­sa e destribuição ampla dos bilhetes também pelo interior do Estado, não será difficil conseguir-se a sua ven­da em prazo curto, dado o preço infimo de cada bilhete em relação ao valor do objeto a ser sorteado. Com a venda de todos os bilhetes, o que será fácil conseguir, obter-se-á uma receita de 20:000$000 em beneficio do Fundo de Resgate da Dividida Externa do Estado. Eis ahi a optima offerta, digna de todos os elogios pela sua expressiva significação, que vem de fazer os chefes da fábrica dos famosos pianos ''Essenfelder", que dão assim um instrumento de alto valor histórico e estimativo para contribuir para a grande causa do momento paranaense, como seja a liquidação dos nossos compromissos externos''.

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PIANOS Of!QUESTRIJIS EM ATUAÇAO NO PAIS

O Grande Piano Orquestral,preto brilhante, com 2, 75 m de comprimento, é acompanhado da com­pleta mecânica alemã "Renner" de Stuttgart, constituindo, em matéria de consistência e sonoridade, a suprema expressão técnica e estética da marca ESSENFELDER.

Confeccionado com o máximo requinte, está presente nos ambientes das seguintes entidades: Palácio Iguaçu do Governo do Estado do Paraná - Curitiba Universidade Federal de Brasilia Rádio Educadora de Natal Secretaria de Educação do Estado do Paraná Escola Nonnal de Música da Bahia Caixa Econômica Federal de Brasília Instituto de Música da Bahia Casa Carlos Wehrs - Rio de Janeiro Prefeitura Municipal de Pelotas Sociedade Thalia - Curitiba Universidade Federal do Paraná Instituto Normal da Bahia Governo do Rio Grande do Norte Departamento de Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro Instituto Nacional de Música - Rio de Janeiro Teatro Guaíra - Curitiba Teatro do Paiol - Curitiba Biblioteca Pública do Paraná - Curitiba Escola de Música e Belas Artes do Paraná - Curitiba Universidade Federal da Paraíba Igreja Memorial Batista J. Carvalho e Cia. Ltda - São Paulo

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CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS PIANOS ESSENFELDER

Pianos verticais e de cauda - Móvel em madeira de imbuia ou cerejeira,

com tonalidade fosca, alto bn.lho e preto brilhante. Acabamento com adornos de fino esmero. Constância de qualidade orientada por técnicos especializados. Adequação às mais modernas teorias da acústica. Artesanato altamente qualificado. Estrutura sólida do esqueleto, em mogno maciço, com cepa de carvalho. Chapa de ferro fundido, }1Xada em madeira de mogno Tábua harmônica confeci;ionada em pinho branco maciço, rigorosamente selecionado para obtenção de alta ressonânci.a. Encordoamento especi.al - sistema de cordas cruzadas. Fios de aço importados de indústrias alemãs para confecção das cordas (bordões). Mecanismo de repetição genuz'no "Essenfelder''. Capô-tasto (teclado) com 88 notas ( 7.1/3 de oitava), medidas universais, em madeira de pinho branco, abrangendo todas as oitavas, conforme carta-patente de 12/02/1893. Três pedais (o terceiro é a surdina). Padrão unitário de fabricação.

Distinções O Piano "C Luxo", com aplicações entalhadas à mão, produz alto efeito sonoro, semelhante aos pianos de cauda. Os pianos de outros modelos (Residencial e Apartamento) surpreendem pelo grande volume de som. Pianos de cauda: Cauda!, com l ,60m, em imbuia natural, alto brilho ou preto brilhante. Cauda II, com 1, 75m, em imbuia natural, alto brilho ou preto brilhante. Cauda Orquestral, com 2, 75m, preto brilhante, com mecanismo "Louis Renner", de Stuttgart, Alemanha.

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PARTICIPAÇÃO EM CERTAMES ARTÍSTICOS

Motivada pela sua própria origem, alicerçada que foi, há 92 anos, pela construtividade do talento artz'stico e da engenhosidade técnica de seus idealistas fundadores, a INDÚSTRIA DE PIANOS ESSENFELDER vem participando, ampla e qualificadamente, de promoções de alto nível nas principais cidades brasileiras.

No Calendário Cultural de 1981, destacam-se as seguintes:

Seminário de Música Popular Brasileira, realizado pela Coordenadoria de Ação Cultural da Secre­taria de Estado da Cultura e do Esporte do Paraná, em diversas cidades paranaenses, no perz'odo de abril a dezembro.

Especificação: pagamento de cachês aos professores de piano e concessão de pianos da marca ESSENFELDER para utilização em aulas e. concertos;

- X Concurso Internacional de Canto do Rio de Janeiro, patrocinado pela FUNARTE, SBRAC -Sociedade Brasileira de Realizações Artístico-Culturais e Divisão de Difusão Cultural do Ministério das Relações Exteriores. Especificação: concessão de pianos da marca ESSENFELDER para utilização em aulas e concer­tos, além do custeio de hospedagem em hotéis de categoria de dois cantores internacionais;

V Concurso . Nacional de Piano da Bahia, promovido pelo Instituto de Música da Universidade Católica de Salvador, sob patrocínio da FUNARTE, Governo do Estado da Bahia e Prefeitura Municipal de Salvador. Especificação: concessão de prêmio monetário (Cr$ 10. 000,00) ao pianista colocado em IP lugar e outorga de Placa de Prata ao Pianista-Revelação de 1981;

Concurso Nacional de Piano "Yolanda Ferreira", promovido pela Escola de Música da Universi­dade Federal do Rio de Janeiro, sob patrocínio da MESBLA S.A. Especificação: concessão de um piano da marca ESSENFELDER ao pianista colocado em pri­meiró wgar.

Premiar os mais brilhantes pianistas tem sido uma constante no Sistema Essenfelder de Prom!>" ções. Na foto ; o jovem vitorioso recebe a taça ofertada pela Indústria de Pianos Essenfelder ao Prê­mio-Revelação do IV Concurso Nacional de Piano , sob promoção do Instituto de Música da Universidade Católica de Salvador da Bahia, no período de 22 a 28 de outubro de 1979.

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As constantes visitas à Fábrica de Pianos Essenfelder tomaram o local verda­deiro ponto de atração turística. Mas quando são muito jovens os estudantes que afluem ao tradicional ambiente, o momento é totalmente aproveitado em termos de aprendizagem, em virtude. de o técnico da fábrica acompanhá­los e transmitir-lhes úteis conhecimentos. O sistema artesanal de confec­ção dos Pianos Essenfelder é aprimorado. Os jovens acabam sentindo or­gulho de possuir em Curitiba uma indústria de projeção internacional.

PONTO DE ATRAÇÃO TURÍSTICA

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A INDÜSTRIA DE PIANOS ESSENFELDER, localizada à A v. João Gualberto, 1. 073, em Curi­tiba, Paraná, recebe constantemente a visita de personalidades políticas, técnicos da indústria pianística de gaba­rito internacional, pianistas e professores de fama mundial, ,estudantéS, profissionais de técnica instrumental so­nora e até crinças em idade escolar.

Graças a essa força de polarização, em grande parte justificada pela sua tradicional estrutura espe­cializada, ·a fábrica acaba de ser incluída no Manual de Agentes de Viagens da PARANATUR - Empresa Para­naense de Turismo, edição 1981/82.

Valendo como ponto de referência para qualquer interessado na arte de bem fabricar pianos, a ESSENFELDER abre oficialmente as suas portas aos turistas credenciados, todas as terças e quintas-feiras, das 14:00 às 16:00 horas.

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As comemorações alusivas a 88 anos de existência da Fábrica de Pianos Essenfelder reuniram a plêiade de políticos, líderes empresariais , industriais, comerciantes, militares, musicistas que, ao lado da diretoria e dos funcionários , rejubilaram~e com o extraordinário marco alcançado pela indústria paranaense . O flagrante apresenta a intelectual Vera Vargas enaltecendo os méritos do inusitado acontecimento. Na ocasião , os coponentes da Banda da E.O.E.G., especialmente enviada pelo comandante Hélio Rangel Mendes Carneiro, abrilhantaram a festividade, tocando e cantando sob acompanhamento de um piano. Prestigiaram o evento o dr. Otávio Cesário Pereira, vice-governador do Paraná e representante do governador Jay­me Canet Jr. e do Ministro Ney Braga; brigadeiro-do-ar Hélio Rangel Mendes Carneiro, comandante da E.O.EJ.G.; sr. Altavir Zaniolo, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná; dr. Carlos Alberto Pereira de Oli­veira, presidente da Associação Comercial do Paraná e Federação do Comércio do Estado do Paraná; sr. Atos Cos­ta, representante do Setor de Recursos Humanos do SENA!; sra. Vera Vargas, representante da Secretaria de Jus­tiça e do candidato ao Senado, dr. Túlio Vargas; sr. Sinibaldo Trombini, vice-presidente da Federação das In­dústrias; dr. Hilton Gomes da Silva, fiscal do Banco Central; dr. Mário Braga Ramos; sr. Guilherme Lacerda Bra­ga, superintendente <h FUNDEPAR; sr. Ivo Mezzadri, diretor da Escola Técnica Federal do Paraná; dr. Roberto Leão, diretor da Indústria Leão Júnior Ltda.; sr. Luiz Antonio Fayet, presidente do BADEP; dr. João Kracik Ne­to, representante do SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial; dr. Cícero Ferreira, representante da direção do Banco do Brasil S.A.; representantes do BRADESCO S.A. e do BAMERINDUS S.A.

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Quando participam de alguma feira, os Pianos Essenfelder tornam-fie o ponto de atração. No Parque-Exposição do Barigui, durante a realização da 1 Feira Paraná-Hoje (Feira da Ind6stria Paranaense), o pianista arrebatou e encan­tou os visitantes com a exuberante sonoridade de um modelo meio-cauda. Dentre as autoridades que prestigiaram o «stand" da Essenfelder, vemos o Secretário da Educação e Cultura do Paraná, sr. Francisco Borsari Neto, o Se­cretário da Justiça do Paraná, sr. Otávio Cesário Júnior, o presidente da FIEP - Federação das lnd6strias do Esta­do do Paraná, sr. Altavir Zaniolo, e o presidente da Associação Comercial do Paraná, sr. Carlos Alberto Pereira de Oliveira, circundando a sra. Esther Essenfelder Cunha Mello.

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ESSENFELDER

O Governo do Estado do Paraná vem prestigiando, há muitos anos, as iniciativas promocionais da Organização Essenfelder. Na foto, o Governador do Estado do Paraná, gal. Ney Aminthas de Barros Braga, o Secretário da Ind6stria e Comércio, dr. Fernando Fontana e o Secretário de Finanças, sr. Edson Guimarães, em alegre conver­sação com a sra. Esther Essenfelder Cunha Mello, durante a realização, no Parque Exposição do Barigui, da 1 Feira Paraná-Hoje (Feira da Indústria Paranaense ).

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Uma indústria que vende o que produz, embora aumente anualmente a sua produção. Assim é a ESSENFELDER, que dispõe de uma equipe funcional altamente selecionada. Na foto, a diretora Esther E~nfelder comemorando com os zelosos funcionários do escritório os bons resultados do Balanço de 1980, que mais uma vez consolidou e traduziu a eficaz administração da empresa. Dentre eles, vemos os srs. Germano Bernsdorf, Aroldo Bastos, Wemer Toedter, Moema Tiburtius Logullo, José de Azevedo Barroso, Elimar Hansul , José Urcique, Eldo Preti, Laudemi­ro Sloboda, Rogério Morilia dos Santos, Raimundo Alfaro, Anilton Monteiro, João Pires de Lima, Daniel Santos Andrade e Wilson Araujo Loyola.

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A Festa Natalina dos funcionários transcorre, há muitos anos, num ambiente de calorosa confraternização, am­pliando a satisfação moral de quem trabalha seguindo o nobre ideal da perfeição técnica pianística. Logo em se­guida, merecidamente, os dedicados trabalhadores são agraciados com as férias coletivas.

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ARMANDO BERNARDIN OPERÁRIO-PADRÃO 1981

A Indústria de Pianos Essenfelder indica, tradicionalmente, o funcionário que mais se destaca para concorrer ao título de "Operário-Padrão". Nas fotos, o sr. Armando Bemardin, que fez jús à qualificação de "Operário­Padrão 1981 ",quando orientava funcionários na elaboração de diversas peças do mecanismo dos pianos .

Uma parte do mecanismo propulsor do piano modelo \Wtical.

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A composição mecânica do Piano Essenfelder, do ponto de vista de unissoni­dade vibracional, é constantemente elogiada por artistas de todas~ idades. Na foto, o jovem pianista Roberto Munhoz Bürgel, de comprovado tàlento,

encontra no instrumento o meio idee.l de realizar a sua musicalidade.

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O aperfeiçoamento técnico da mio-de-obra é uma meta diariamente atingida na Indústria de Pianos Essenfelder. Na foto, um estagiário (ao centro) recebe ensinamentos qualificados do sr. Isidoro Siqueira (esquerda), Operá· rio-Padrão afmador de pianos, e do sr. Guido Scandelari (direita), técnico de regulagem dos pianos de cauda. Os resultados são positivos para fonnação de novos técnicos. O sr. Bolivar Augusto Bo~s (ao centro), que tem problemas visuais e veio de Goiás especialmente para fazer o Curso de Regulagem de Mecanismos, concluiu o estágio declarando que "este aperfeiçoamento é muito impor­tante, pois me dará oportunidade para ter uma profissão e desenvolver minha capacidade auditiva".

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EXPORTANDO EDWUWANDO

Os Pianos Essenfelder, graças ao seu aperfeiçoamento tecnológico, sempre foram bem aceitos em diversos países. Conquistando um lugar ao sol no disputado mercado mundial,. a Indústria de Pianos Essenfelder vem ultrapassando as fronteiras pátrias, face à qualidade, fama e tradição que rotulam os seus produtos.

Muitas décadas já testemunharam a pujança da tradicional empresa paranaense em sua compassada mar­cha pelos mais diversificados pontos do te"itório brasileiro e nos mais importantes portos e aeroportos do nosso globo. Desde os tempos em que os pianos eram transportados em pequenas ca"oças até os dias atuais, em que pesados caminhões rasgam o País de norte a sul com a preciosa carga. Desde a época em que Paranaguá não ima­ginava sequer que viria a se constituir num dos mais importantes portos dos chamados "corredores de expor­tação·: a Essenfelder por ali escoava valio.sos instrumentos para captar divisas substanciais aos cofres brasileiros. Também pela via aérea grandes levas da apreciada e delicada carga eram depositadas em muitos aeroportos inter­nacionais.

Os Pianos Essenfelder, detentores de excelentes prêmios, já foram exportados para importantes países, dentre eles, Alemanha, À1'1(entina, Canadá, ColtJmbia, Estados Unidos e Jlenezuela.

Por terra, por mar ou pelo ar, a marca Essenfelder atingiu destacados centros culturais, gravando indele­velmente a capacidade industrial de uma empresa genuinamente nossa.

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Os pianos transportados através do Porto de Paranaguá , com destino a destacados _centros culturais, sempre en­contraram boa aceitação entre os pianistas internacionais.

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Bem acondicionados em caminhões ou aviões, os pianos partem da capital paranaense em direção aos mais diversi­ficados pontos.~ a qualidade a serviço da arte.

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Um momento para a posteridade. Florian Essenfelder Sênior ao centro; à direita, Frederico E~nfelder e Carlos E~nfelder ; à esquerda, Floriano Helmuth E~nfelder e Ernesto Essenfelder.

Uma passeata em comemoração ao- "Dia do Trabalho" , na antiga Rua 1 S de Novembro, incluindo funcionários .das mais destacadas firmas. Em primeiro plano, vemos Bertholdo Gerber e Alceu Essenfeldet', à direita, de temo escuro.

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DANIEL COSTA DA SILVA.

Atualmente professor catedrdtico, Daniel Costa da Silva, carioca de nascimento mas vivendo em Curitiba há muitos anos, é um pianista que, em seus ensinamentos de técnica e interpretação piamstica, preocupa-se profun­damente em encontrar novos valores ,que despontam na arte musical do piano.

Estudioso de música erudita, realiza os seus aperfeiçoamentos em dois pianos da marca "Essenfelder", um ver­tical e um de cauda, que são de sua propriedade e muito estimados há 35 anos. Neles, desenvolve freqüentemente a sua capacidade pianística interpretando peças de Schumann, Villa-lobos e Bach, dentre outros compositores consagrados.

E para desenvolver ainda mais a sua capacidade, adquiriu, recentemente, um Grande Cauda Orquestral, piano que possui 2, 75 m de comprimento e representa o máximo da linha Essenfelder. Aqui Daniel provou o quanto admira o instrumento. Impossibilitado de fazê-lo chegar pelas escadas até o seu apartamento, localizado na es­quina das ruas Visconde do Rio Branco e Carlos de Carvalho, em Curitiba, Daniel não hesitou: contratou duas empresas especializadas que, no dia 17 de dezembro de 1981 , levantaram por meio de um sistema de guindaste o piano de 1. 000 kg, desde a calçada até o 1 P. andar, onde está o apartamento de cobertura. Um fato inédito, talvez, na história da músiéa no Brasil. Viu realizado, assim, mais um belo sonho em sua vida.

Idealista, sempre preocupado em incentivar o estudo racional de interpretação pianística, Daniel evidencia­se como professor da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, onde se formou, em 1956. Realizou o Curso de Virtuosidade em 1959. Dentre os seus estudos, contam-se o Curso de Alta Interpretação Musical, em 1961, com o pianista Jacques Klein; o Curso de In,terpretação Piamstica com Homero de Magalhães; o Curso de Alta Interpre­tação Pianística com Magdalena Tagliafe"o; o Curso de Atualização de Didática Musical com Heitor Alimonda e o Curso de Alta Interpretação Musical, em 1980, novamente com.Jacques Klein.

Em sua qualificada bagagem dedicada ao magistério, constam as formações de dois pianistas exponenciais, ex-alunos seus, aos quais concedeu a iniciação ao piano, projetando-os depois em concursos de âmbito nacional para ganharem nada menos que três primeiros lugares. Luis Thomaszeck, em 1965, auferiu a primeira colocação no "Concurso de S~lista · para a Orquestra Sinjõnica de São Paulo", repetindo o feito, em 1967, no "Concurso Nacional de Piano do Estado de São Paulo·: além de outras excelentes participações em conclaves selecionados. Já em 1973, Noel Nascimento foi agraciado com o primeiro lugar no "Concurso Nacional de Jovens Instrumen- . tistas•: em Piracicaba, São Paulo.

Outros pianistas de expressão, que receberam os srus ensinamentos, são Roberto Munhoz Bürgel, de tradicio­nal famz1ia curitibana, que cursa o 3'! ano superior da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, e Eliza Voigt, da cidade de Blumenau, que conquistou lugar de destaque no Concurso "Maria Lúcia Branco", do Rio de Janeiro.

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O R G A N O G R A M A GERAL

Almoxarifado

,____ _ _...

• ,.J

OIRECAO

Supervisor de

A--oduçcio

/

Area Operacional

Assessoria

Manutenção

Caudas Acertos Us1nagem Teclado Mecanismo Lustro

Laminação

I

A-eparação de Madeira

Serraria

F ESSENFELDER & CÍA LTOA - Fábrica de pianos Av. João Gualberto 1073 - caixa postal 251 -. Juvevê fones 252 1053-geral 252 5753-vendas 252 9394-compras Curitiba Paraná Brasil

'PiANOS ESSENFELDER~

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Madeira

-FLUXOGRAMA DA PRODUÇAO

ENTRADA

Almoxarifado Chaoos de ferro

Usina em

Cavalete

Pintura

L..:::E::.:...n:...:::.c..:::::or......:d:..:::o:.:::.am:....:....:...;e~nt.:....::o:...r· _ ______, __ ___,~Afina ão Colagem lados

~Afina ão

Me canis

~Afira "'o

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RELAÇÃO DOS REVENDEIXJRES ATUANTES

PARANÁ - CAPlf AL

- ARTHUR LUNDGREEN - Tecidos S/A - MURICY Rua Dr. Muricy, 420 CURITIBA - PR - CEP80.000

- F. SARTORI e CIA. LTDA Rua Marechal Deodoro, 160 CURITIBA - PR - CEP 80.000

- HERMES MACEDO S/A - !MP. E COM. Rua João Negrão, 595 CURITIBA - PR - CEP 80. 000

- MESBLA S/A - MAGAZINE Rua das Flores, 40 CURITIBA - PR - CEP 80. 000

- PROSDÓCIMO S/A - !MP. E COM. Rua Mal Floriano Peixoto, 2.620 CURITIBA - PR - CEP 80.000

- RESSAN - COMÉRCIO DE ARTIGOS DOMÉSTICOS LTDA. Av. Vicente Machado, 133 CURITIBA - PR - CEP - 80.000

- VVA. ALBERTOBOLLIGER e CIA. LTDA. Rua José Loureiro, 349 CURITIBA - PR - CEP 80.000

PARANÁ - INTERIOR

- CORDOVA e CIA - ELETRODOMÉSTICOS Rua 15 de Novembro, 3. 700 GUARAPUAVA - PR - CEP85.100

- DECORAÇOES MARISA Rua São Paulo, 591 C4SCAVEL - PR - CEP85.800

- IRMÃOS FELIPE LTDA. Rua Capitão Telmo Ribeiro, 1.001 PARANA VA[- PR - CEP 87. 700

- IRMÃOS TONELLI LTDA. Rua Sergipe, 977 LONDRINA - PR - CEP 86.100

- IRMÃOS TONELLI LTDA Rua Tupi, 30 LONDRINA - PR - CEP 86.100

- JOÃO V ARGAS DE OLIVEIRA S/A - !MP. E COM. Av. Brasil, 4.081 MARINGÁ - PR - CEP 87.100

- JOÃO V ARGAS DE OLIVEIRA S/A - !MP. E COM. Pça. Barão de Guaraúna, 29 PONTA GROSSA - PR - CEP. 84.100

- JOSÉ DALLARMJ LTDA. Rua Jorge Xavier, 306 C4STRO - PR - CEP84.160

- MOVILAR MÓVEIS LTDA. Av. Tiradentes, 193 TOLEDO - PR - CEP 85.900

- MUNHOZ SANCHES Av. Arapongas, 1.462 ARAPONGAS - PR - CEP 86. 700

- SOESMA - soe ESPERANÇA DE MÁQUINAS LTDA. A v. Brasil, 4.144 MARINGÁ - PR - CEP. 8Z 100

- VJDAL E FERREIRA LTDA. Rua Prof João Cândido Fe"eira, 436 APUCARANA - PR - CEP 86.800

SANTA CATARINA

- BERTUZIRIBAS e CIA. LTDA. Rua Presidente Nereu Ramos, 306 - Cx. Postal 22 LAGES - SC - CEP 88.500

- C4SAS CHAPECÓ S/A - COM. E IND. Rua Mal Bormann, 1.326 CHAPECÓ - se - CEP 89.900

- FRETA e CIA. LTDA. Rua Cel Pedro Benedet, 47 CRICiúMA - se - CEP 88.800

- OSVALDOGRUBER Rua Duque de Caxias, 1. 042 SÃO MIGUEL DO OESTE - se - CEP 89. 900

- PARIZOTTO e CIA. LTDA. Rua 15 de Novembro, 108 C4PINZAL - se - 89. 665

RIO GRANDE DO SUL

- B. LUCHES/ - A BABILONIA Rua José do Patrocínio, 877 PORTO ALEGRE - RS - CEP 90. 000

- aJLMAGI S/A - aJM. DE UTILIDADES DOMÉSTICAS Estrada RS 42 7 - Km 02 FARROUPILHA - RS - CEP95.180

- GERDA WEIHMANN Av. Independência, 386 PORTOALEGRE - RS - CEP90.000

- MESBLA S/A - MAGAZINE Rua Vol da Pátria, 524 - Centro PORTOALEGRE - RS - CEP90.000

- NICOLA e aA. LTDA Rua Tito Becon, 1269 - Centro SANTIAGO - RS - CEP 9 Z 700

- OURO PRETO AUTOMÓVEIS LTDA. Av. 7 de Setembro, 695 ERECHIM - RS - CEP 99. 700

SÃOPAUW

- ALUGADORA DE PIANOS GASSI LTDA. Av. Rebouças, 1.394 SÃO PAULO.:._ SP - CEP 13.100

- ARTHUR LUNDGREN TECIDOS S/A - MURICY - CASA PERNAMBUCANAS Rua 13 de Maio, 609 CAMPINAS - SP - CEP 13.100

- CASA ANGLO BRASILEIRA S/A Rua Hassib Mofa"ei, 775 - Dep. Ceasa IV SÃOPAULO - SP - CEP05.311

- CASA BEVILACQUA MUSICAL LTDA. Rua Castro Alves, 308 - Aclimação SÃO PAULO - SP - CEP 01.532

- C4SA BEVILACQUA MUSICAL LTDA. Rua Direita, 115 SÃO PAULO - SP - CEPOl.002

- C4SAMANON Rua 24 de Maio, 242 SÃOPAULO - SP - CEPOJ.041

- HERBERTO CHEMIN Rua Tietê, 458 VOTUPORANGA - SP - CEP 15.500

- INSTRUMUSICAL LTDA. Largo Paissandu, 110 SÃO PAULO - SP- CEPOJ.034

- !RIS ROSA e aA. LTDA. Av. Sampaio Vida/, 555 MARILIA - SP - CEP 1 Z500

- MESBLA S/A - MAGAZINE Rua Alexandre Levy, 78 SÃOPAULO - SP - CEPOl.520

- MESBLA S/A - MAGAZINEZ Rua Luiz Gama, 467 SÃO PAULO - SP - CEPOl.519

- PIANOS GERAL DE COMÉRCIO LTDA. Rua Pedroso Moraes, 994 SÃO PAULO - SP - CEP 05.420

Page 108: A História dos Pianos Essenfelder.pdf

- PLINIO CAVALHEIRO Rua Cesar Bie"enbach, 164 CAMPINAS - SP - CEP 04.334

- TOLMINO FABRICIO S/A - !MP. E COM. Rua Petronilha Antunes, 355 JUNDIAf- SP - CEP 13.200

- TRANSCOPI - COMÉRCIO DE PIANOS LTDA. Av. Lins de Vasconcelos, 2.424 - Vila Mariana SÃO PAULO - SP - CEP04.112

- VIVIANI e CIA. LTDA Pça. Santo Antonio, 125 GUARATINGUETÁ -SP- CEP 12.500

RIO DE JANEIRO

- CASA MILTON PIANOS LTDA. Rua Maris e Barros, 920 RIO DE JANEIRO - RJ - CEP 20.270

- MESBLA S/A - MAGAZINE Rua do Passeio, 42/56 RIO DE JANEIRO - RJ - CEP 20.021

- MESBLA S/A -MAGAZINE Rua Visconde do Rio Branco, 511 /23 NITERÓI - RJ - CEP 24. 000

BRASILIA

- CASA MAESTRO - INSTRUMENTOS MUSICAIS LTDA

- MARQUEZÃO LTDA. Rua Pedro Lemos, 203 RECIFE - PE- CEP 50.000

- MESBLA S/A - MAGAZINE Av. Conde da Boa Vista, 659a 707 RECIFE - PE - CEP 50.000

CEARÁ

- CASA DAS MÁQUINAS CONTRAN LIDA Rua Barão do Rio Branco, 1056 FORTALEZA - CE - CEP60.000

- MESBLA S/A - MAGAZINE Rua Cel Sampaio, 1065 FORTALEZA - CE- CEP60.000

ESPOU'ro SANTO

- MESBLA S/A - MAGAZINE Av. Princesa Isabel, 478 VITÓRIA - ES - CEP 29. 000

MATO GROSSO

- GARCIA e BOMFIM LTDA Av. Amazonas, 1112 RONDONÓPOLIS - MT- CEP 78.500

Av. W-3 Sul - Quadra 512 - Bloco G - Loja 4 MATO GROSSO DO SUL BRASILIA - DF - CEP 70.361

- DISTRIBUIDORA MUSILAR MUSICAIS E INSTRUMENTOS LTDA. - INSTRUMENTAL FERRAZ Av. W- 3 - Sul - Quadra 512 - Bloco A - Loja 9 - CR.S. Rua Bahia, 1062 BRASILIA - DF- CEP 70.361 CAMPO GRANDE - MS - CEP 79.100

GOIÁS PIAUÍ

- CARLOS SARAIVA S/A -!MP. E COM - CASA CONTINENTAL LTDA. Rua 44/36 - Setor Fe"oviário Rua Rui Barbosa, 45N GOJÁNIA - GO- CEP 74.000 TERESINA - PI- CEP64.000

- IRMÃOS EVANGELISTAS - (SELS - SERVIÇOS EDUCACIONAL LAR ESA ÚDE) Rua 70 - n.0 53 - C:c. Postal 60 AMAZONAS GOJÁNIA - GO - CEP 74.000

- LIVRARIA E PAPELARIA EVANGÉLICA LTDA. - T. LOUREIRO e CTA Rua 3 - nP 657 Rua MarcilioDias, 143/149 - Tel Unidos GOIÁNIA - GO - CEP 74.000 MANAUS - AM- CEP69.000

- MÓVEIS BONANZA LTDA. Rua Manoel D'Abadia, 145 PARÁ ANÁPOLJS- GO- CEP 77.100

- MESBLA S/A - MAGAZINE MINAS GERAIS Rua Padre Eutiquio, 1122

BELÉM - PA - CEP 66. 000 - CASA AMERICANA LTDA.

Av. Raul Soares, 161 MANUM/RIN - MG - CEP 36.970

- CARLOS SARAIVA S/A - !MP. E COM Pça. Duarte, 99 UBERLÂNDIA - MG - CEP 38.400

- DISTRIBUIDORA MURIAÉ DE MÓVEIS Rua Benedito Valadares, 491 MURIAÉ - MG - CEP 36. 880

- MANOELFRAGA Rua Benjamin Constant, 466 GOVERNADOR VALADARES - MG - CEP 35.100

- MESBLA S/A - MAGAZINE Rodovia BR 040 - Km 527 MUNICIÉ'IO DE CONTAGEM - MG - CEP 32.000

- MUSICAL STRAMBI LTDA Rua Tupi, 85 - Loja 12 BELO HORIZONTE - MG - CEP 30.000

- RUSSO e CIA LTDA. Av. Conde Ribeiro do Vale, 284 GUAXUPE - MG - CEP 37.800

PERNAMBUCO

- G. MELO e CIA Av. Boa Viagem 72 RECIFE - PE - CEP 50.000

BAHIA

- MESBLA S/A - MAGAZINE Av. FredericoPontes, 102/104 SALVADOR - BA - CEP40.000

ALAGOAS

- A INSINUANTE Pça. Manoel André, 113 ARAPIRACA -AL - CEP 57.300

PARAIBA

- OLACANTI Rua Cardoso Vieira, 211 CAMPINA GRANDE-PB - CEP 58.100

- S.L. DE LIMA LTDA Rua Maciel Pinheiro, 118 CAMPINA GRANDE - PB - CEP 58.100

ACRE

- C FECUR Y e CIA LTDA. Rua Benjamin Constant, 516 RIO BRANCO - ACRE - CEP69.900

105

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Uma poee especial da Fmndia Ellenfelder . Da esquerda pua a cB~ita, vemos Carlota Eaenfelder Tnub, com os filhos Serafma e Ernesto , ao lado de Adolfo Bruchez Traub; Alayde Traub Essenfelder, com as fiJhas Daysi e Nelly e Floriano Helmuth Essenfelder atrás; Florian Essenfelder, ao centro, tendo atrás Ernesto Essenfelder e Carlos Essenfelder; Margarida Essenfelder com Adolfo Essenfelder à sua direita; Alvina Asmée Essenfelder, com suas fiJhas Edith e Cecília e Frederico Essenfelder atrás.

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PIANO MOD~LO 110 APARTAMEN'IO

( 3'7") 7 1 /3 O/TA VAS

JJO X 147 X 60 cm 3'7x4'10x 1'111/2"

MADEIRA NATURAL IMBUIA

Disponíveis tambêm em outras madeiras Also available in other woods

lieferbar auch in anderen Holzarten Disponibles tambien en otras maderas

Polimento brilhante Bright polished B/ank poliert Lustre brillante

Imbuia = Similar to walnut

Peso liquido = Net weight = 216 kg = 477 lbs Peso bruto = Gross weight = 302 kg = 666 lbs Volume bruto = Overal/ volume = 1,40 m3

Preço = Price

PIANO MOD~LO 138 B RESIDENCIAL

(4 '6 ") 71/30/TAVAS

J38x 155x69cm 4'6 "x 5'1"x2'3"

MADEIRA NATURAL IMBUIA

Disponivel também em outras madeiras Also ovai/ah/e in other woods

Lieferbar auch in anderen Holzarten Disponib/es tambien en otras moderas

Polimento brilhante Bright po/ished Blank poliert Lustre brillante

Imbuia = Similar to walnut

Peso liquido = Net weight = 280 kg = 616 lbs Peso bruto = Gross weight = 380 kg = 836 lbs Volume bruto = Overall volume = 2,20 m3

Preço = Price

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Page 111: A História dos Pianos Essenfelder.pdf

PIANO MODÊLO 142 e Luxo-'·

IMBUIA IMBUIA

(4'8") 71 /3 O/TA VAS

142x 160x 70cm 4'8" X 5']" X 2'3 1 (2"

IMBUIA

Disponíveis também em outras madeiras A/so available in other woods

lieferbar au.ch in anderen Holzarten Disponibles tambien en otras moderas

IMBUIA IMBUIA

Polimento brilhante Bright polished Blank poliert lustre brillante

Imbuia Similar to walnut

Peso líquido = Net weight = 320 kg = 706 lbs Peso bruto = Gross weight = 450 kg = 993 lbs Volume bruto = Overa/l volume = 2,50 m3

Preço = Price

PIANO MODÊLO 160 · CAUDA I

MOD[L0160 (5'3")

71/30/TAVAS

160 x 148 x 100 cm Calda 1 5'3"x 4'/0"x 3'3"

IMBUIA lMBUIA lMBUIA IMBUIA IMBUIA

108

Disponíveis também em outras madeiras Also available in other woods

lieferbar auch in anderen Holzarten Disponibles tambien en otras moderas

Polimento brilhante Bright po/ishd Blank poliert Lustre brillante

Imbuia Similar to walnut

Peso líquido = Net weight = 3IO kg Peso bruto = Gross weight = 500 kg Volume bruto = Overa/l volume = 2,25 m3

= 684 lbs 337 kg = I.IOO lbs 540 kg

240m3

Preço Price

743 lbs I.190 lbs

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PIANO MODÊLO 175 - CAUDA II

MODÊLO 175 (5'9")

7 1 /3 OJTA VAS

175 x 148 x 100 cm Calda 2 5'9x4'10 "x3'3"

IMBUIA IMBUIA IMBUIA IMBUIA IMBUIA

Disponíveis 1ambém em outras madeiras Also available in other woods

lieferbar auch in anderen Holzarten Disponibles tambien en otras maderas

Polimento brilhante Bright po/ishd Blank po/iert Lustre brillante

Imbuia Similar to walnut

Peso liquido = Net weight = 310 kg Peso bruto = Gross weight = 500 kg Vo lume bruto = Overall volume = 2,25 m3

= 684 lbs 337 kg = 1.100 lbs 540 kg

240m3

Preço Price

743 lbs l.190lbs

PIANO MOD~LO CAUDA V

I l

(Para grandes auditórios) em preto brilliante com 2.75 cm - Mecânica importada alemã - "Renner".

-ORQUESTRAL

109

Page 113: A História dos Pianos Essenfelder.pdf

BIBLIOGRAFIA

Documentos e Acervo particular de F Essenfelder e Cia. Ltda. Documentos - M Junta Comercial do Paraná Documentos - Instituto Histórico e Cultural Pero Vaz de Caminha - S Paulo Documentos Cartas e Acervo particular de Esther Essenfelder Cunha Mello Documentos - Patentes e Marcas Antonio Buiar - Instituto Nacional da Propriedade Industrial - Ministério da Indústria e Comércio - República Federativa do Brasil. Documentos - Federação das Indústrias do Paraná Documentos - Assembléia Legislativa do Estado do Paraná Documentos - Sociedade Brasileira de Heráldica e Medalhística Revista "La Producción Nacional" Ano II nÇJ 29 Jornal Echo do Sul - Rio Grande do Sul - 09 de Novembro de 1903 Jornal "Diário Popular" - Pelotas - 06 de Setembro de 1908 Jornal "A Opinião Pública" - Pelotas - 02 de Outubro de 1908 Jornal "Diário da Tarde" - Curitiba - 31 de Agosto de 1910 Jornal "Diário da Tarde" - Curitiba - 03 de Maio, 1911 Gazeta do Commercio - Porto Alegre - RS - 15 de Novembro de 1911 Jornal "A República" - Curitiba - 14 de Março de 1913 Jornal "Vozes de Petrópolis" - Ano VII - Petrópolis - 16 de Julho de 1913 Jornal "A Tarde" ed 26 de Julho de 1924 - Salvador - Bahia Jornal "A Noite" ed. 08 de Outubro de 1924 Jornal "A Noite" ed. 15 de Outubro de 1924 Jornal do Comércio ed. 15 de Outubro de 1924 Jornal "Diário da Tarde" ed. 25 de Outubro de 1924 Jornal "Gazeta do Povo" ed. 27 de Novembro de 1930 Separata da Revista "Divulgação" de Outubro/Novembro de 1950 Fontainha, Guilherme Halfeld. O ensino do piano, seus problemas técnicos e estéticos. Ed. Carlos Wehrs e Cia. Ltda., Rio de Janeiro - 1956. SCABI - Sociedade de Cultura Artística Brasilio Itiberê - Programa de Concertos Comemorativos do XV Ani­versário. Curitiba, 30 de Outubro de 1959. Gazeta da Ordem dos Velhos Jornalistas do Rio de Janeiro - Edição de 1979. Jornal "Gazeta do Povo" - Curitiba - Ed. 26 de Julho de 1973. Jornal "Diário do Paraná" - Curitiba - Ed. 05 de Abril de 1974 Empresas e Empresários - Revista de Relações empresariais - Curitiba - Ed. Março de 1977. Jornal da Aviação - Rio de Janeiro - Ed. Setembro de 1977. Jornal "Gazeta do Povo " - Curitiba - Ed. 29 de Dezembro de 19 77. Burde, Wolfgang; Burde Gestaltung Gabriele. - Eine Chronik des Hauses Bechstein ~ Festschrift zum 125 Janrigen Jubilaum im Jahre 1978 - Ed. Brüder Hartmann, Berlim - 1978. Jornal "O Estado do Paraná" - Curitiba - Ed. O 1 de Janeiro de 19 78. Jornal "O Estado do Paraná" - Curitiba - Ed. 12 de Agosto de 1979. Correio Brasiliense - Brasília - Ed. 27 de Agosto de 1978 - Brasllia. Empresas e Empresários - Revista de Relações Empresariais - Curitiba - Ed. Julho de 1979. Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - Ed. 17 de Outubro de 1979. Jornal - "Gazeta do Povo" - Curitiba - Ed. 2 de Dezembro de 1979. Espaço e Vôo - Rio de Janeiro - Revista nP 3 Ano III - 19 79. Correio Aeronáutico - Rio de Janeiro - Ed. Março de 1980. Jornal "O Estado de São Paulo" - São Paulo - Ed. 27 de Março de 1980. Correio Aeronáutico - Rio de Janeiro - Ed. Abril de 1980. Jornal "O Estado do Paraná" - Curitiba - Ed. 29 de Maio de 1980. Revista Panorama - Curitiba - Ed 16 de Julho de 1980. Fábrica de Pianos Bechstein - Berlim - Entrevistas - Setembro de 1980. Jornal "Tribuna do Paraná" - Curitiba - Ed. O 1 de Dezembro de 1980. Jornal "Gazeta do Povo" - Curitiba - Ed. 13 de Março de 1981. Jornal "Gazeta do Povo" - Curitiba - Ed. 18 de Março de 1981. Jornal "Gazeta do Povo" - Curitiba - Ed. 29 de Março de 1981.

Page 114: A História dos Pianos Essenfelder.pdf

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Page 115: A História dos Pianos Essenfelder.pdf

Ganianrlo a jelc.iclacle ou chorando a lr.isleza, clenire ruanlas arfes possam ex.is/ir, a rue mais Jac.ilmenle lransm.ile a mensagem do r / / . / nomem e a mus.1ca~

arte final NOVADIMENSÃO Publicidade e Promoç6ss

impt9SSáo CENTERGRAF Indústria GrMica

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1 ... ,. GRANO PRIX-BUENOS AIRES GRANDE PREMIO-RIO DE JANEIRO MEDALHA DE OURO-TORINO PREMIO CAMPEONATO-MONTEVIDEO GRANDE PREMIO-EXPOSIÇÃO DO CENTENARIO

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