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A Holarquia do A Holarquia do Pensamento Artístico Pensamento Artístico UNICAMP UNICAMP Paulo Tadeu Laurentiz Paulo Tadeu Laurentiz

A Holarquia do Pensamento Artístico

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A Holarquia do Pensamento Artístico. UNICAMP. Paulo Tadeu Laurentiz. Holarquia do Pensamento Artístico. “O que nos motiva a investigar os sistemas organizados do universo é a nossa constante busca do que é admirável . O que é admirável está diretamente associado ao que é estético.”. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: A Holarquia do Pensamento Artístico

A Holarquia doA Holarquia doPensamento ArtísticoPensamento Artístico

UNICAMPUNICAMP

Paulo Tadeu LaurentizPaulo Tadeu Laurentiz

Page 2: A Holarquia do Pensamento Artístico

“O que nos motiva a investigar os sistemas

organizados do universo é a nossa constante busca do que é admirável. O que é

admirável está diretamente associado ao que é

estético.”

Holarquia do Pensamento ArtísticoHolarquia do Pensamento Artístico

Page 3: A Holarquia do Pensamento Artístico

“O caráter admirável da realidade que interior ou exteriormente povoa nosso

universo é que, em primeiro lugar, motiva-nos a investigá-la. O admirável move-nos para ele, e nos faz querê-lo como a um bem que, de algum modo,

nos completa.

Conhecemos porque amamos, e amamos o que a nós se apresenta como satisfatório aos nossos desejos e como

realização de nossas aspirações.” Lauro Frederico Barbosa da Silveira

Holarquia do Pensamento ArtísticoHolarquia do Pensamento Artístico

Page 4: A Holarquia do Pensamento Artístico

Uma das principais atividades das ciências é descobrir as relações

entre os diversos modelos sistêmicos do universo e a Lógica é a ciência que possibilita a organização

destes modelos.

As imagens são representações dos modelos que concebemos

mentalmente, isto é, são signos visuais que exteriorizam o

comportamento de nossas idéias abstratas; são signos visuais que realizam nossas imagens mentais.

Holarquia do Pensamento ArtísticoHolarquia do Pensamento Artístico

Page 5: A Holarquia do Pensamento Artístico

Segundo Peirce:

“... as imagens são criações da inteligência humana conforme algum propósito e, um propósito geral, só pode ser pensado como abstrato ou

em cláusulas gerais. E assim, de algum modo, as imagens

representam, ou traduzem, uma linguagem abstrata; enquanto por

outro lado, as expressões são representações das formas.”

Holarquia do Pensamento ArtísticoHolarquia do Pensamento Artístico

Page 6: A Holarquia do Pensamento Artístico

O nosso modo de agir e pensar nas diferentes áreas de conhecimento,

nos levam a acreditar que todas nossas ações e pensamentos são

concebidos de maneira una e integral, apesar das características

individuais que diferenciam os diversos segmentos do saber

humano.

Holarquia do Pensamento ArtísticoHolarquia do Pensamento Artístico

Page 7: A Holarquia do Pensamento Artístico

Holarquia do Pensamento ArtísticoHolarquia do Pensamento Artístico

“Holarquia são organismos independentes constituintes de um organismo maior que rege as suas

ações, integrando-as”(Arthur Koestler)

O pensamento artístico pode ser entendido como uma holarquia, isto é, manifestações de atos cognitivos

independentes que se integram, constituindo, ao término das ações

individuais, algo uno e íntegro.

Page 8: A Holarquia do Pensamento Artístico

“Um Signo intenta representar, em parte pelo menos, um Objeto que é, portanto,

num certo sentido, a causa ou determinante do signo, mesmo se o signo representar seu

objeto falsamente. Mas dizer que ele representa seu objeto implica que ele afete

uma mente, de tal modo que, de certa maneira, determine naquela mente algo

que é mediatamente devido ao objeto. Essa determinação da qual a causa imediata ou determinante é o signo, e da qual a causa mediata é o objeto, pode ser chamada o

Interpretante”.

O Signo Semiótico

Page 9: A Holarquia do Pensamento Artístico

A Tricotomia do Signo: A primeira, na dependência do signo ser,

em si mesmo, mera qualidade, existente concreto ou lei geral;

A segunda, na dependência da relação do signo para com seu objeto consistir em o signo ter algum caráter por si mesmo ou estar em alguma relação existencial para com aquele objeto ou em sua relação para com um interpretante; 

A terceira, na dependência de seu interpretante representá-lo como signo de possibilidade, signo de fato ou signo de razão. 

As Três Categorias do Signo

Page 10: A Holarquia do Pensamento Artístico

1. Matemática1. Matemática2. Filosofia2. Filosofia

2.1.  Fenomenologia2.1.  Fenomenologia2.1.1. Primeiridade2.1.1. Primeiridade2.1.2. Segundidade2.1.2. Segundidade2.1.3. Terceiridade2.1.3. Terceiridade

2.2.  Ciências Normativas2.2.  Ciências Normativas2.2.1. Estética2.2.1. Estética2.2.2. Ética2.2.2. Ética2.2.3. Lógica ou 2.2.3. Lógica ou SemióticaSemiótica

2.3.  Metafísica2.3.  Metafísica3. Ciências Especiais3. Ciências Especiais

3.1.  Ciências Físicas3.1.  Ciências Físicas3.2.  Ciências Psicológicas3.2.  Ciências Psicológicas

AbduçãoAbduçãoInduçãoInduçãoDeduçãoDedução

Semiótica

Page 11: A Holarquia do Pensamento Artístico

Semiótica - Triângulo Semiótico

Signo ouRepresentâmen

ObjetoDinâmico

InterpretanteDinâmico

Page 12: A Holarquia do Pensamento Artístico

Semiótica

O Signo como Algo em Processo

O I

O I

S1

.

.

.

S 0

O I

S3

S 2

O I

Sn-1

Sn

.

.

.

Page 13: A Holarquia do Pensamento Artístico

SemióticaTriângulo Semiótico Signo

ObjetoImediato

ObjetoDinâmico

Fundamento

InterpretanteDinâmico Interpr.

Imediato

Interpretanteem Si

Page 14: A Holarquia do Pensamento Artístico

Processo Lógico de PercepçãoProcesso Lógico de Percepção

A inferência abdutiva é o raciocínio lógico que nos permite perceber as novas idéias; o insight propriamente dito. A abdução ou formulação de hipóteses diante de um conjunto de crenças, que são os nossos hábitos, detecta situações sobre as quais nossas percepções se abrem às novas conclusões dos fatos observáveis.

  ABDUÇÃO INDUÇÃO DEDUÇÃO

INFERÊNCIA

SINTÉTICA ANALÍTICA

Page 15: A Holarquia do Pensamento Artístico

  ABDUÇÃO INDUÇÃO DEDUÇÃO

INFERÊNCIA

SINTÉTICA ANALÍTICA

A inferência indutiva observa o fato e adota uma conclusão que se aproxima da conclusão última e tem como finalidade nos encaminhar para a generalização do fato e ao estabelecimento de uma lei. No raciocínio indutivo, Peirce destaca que, o processo de investigação experimental que submetemos o fenômeno natural e cultural "consiste em partir de uma teoria, deduzir predições dos fenômenos e observá-los para ver o grau de concordância com a teoria, a inferência indutiva nos mostra que algo atualmente é operatório" (Peirce 1983: 46).

Processo Lógico de PercepçãoProcesso Lógico de Percepção

Page 16: A Holarquia do Pensamento Artístico

A inferência dedutiva possui como principal fundamento a análise dos fatos do ponto de vista das regras pré-estabelecidas, por isso, é analítica e também é o fim último da investigação científica. Pela dedução, somos conduzidos a uma conclusão acertada a partir de premissas pré-estabelecidas como verdadeiras. A dedução parte de um estado de coisas hipotéticas definidas abstratamente por certas características e, assim, chega a um tipo de inferência que"é válida se e somente se existe uma relação entre o estado de coisas suposto nas premissas e o da conclusão” (Peirce 1983: 44).

  ABDUÇÃO INDUÇÃO DEDUÇÃO

INFERÊNCIA

SINTÉTICA ANALÍTICA

Processo Lógico de PercepçãoProcesso Lógico de Percepção

Page 17: A Holarquia do Pensamento Artístico

O INSIGHT – Princípios do pensamento artístico

O CHOQUE COM A MATÉRIA – Princípios do pensamento operacional da arte

AVALIAÇÃO DA OBRA REALIZADA – Lógica da similaridade como fundamento da representação branda

Etapas do Processo Produtivo ArtísticoEtapas do Processo Produtivo Artístico

Page 18: A Holarquia do Pensamento Artístico

O INSIGHT – Princípios do Pensamento Artístico

Ocidente e Oriente e a Arte Zen Conceito de Mônada a Linguagem Abdução

Holarquia do Pensamento ArtísticoHolarquia do Pensamento Artístico

Page 19: A Holarquia do Pensamento Artístico

O CHOQUE COM A MATÉRIA – Princípios do pensamento operacional da arte

Ciclo Pré-Industrial; Ciclo Industrial Mecânico; Ciclo Eletro-Eletrônico

Memória, Automação, Conhecimento e Decisão; Matéria, Materialidade e Extramaterialidade; Co-operação: por reciclagem da memória, automação

e branda; Fazer Brando;

Holarquia do Pensamento ArtísticoHolarquia do Pensamento Artístico

Page 20: A Holarquia do Pensamento Artístico

AVALIAÇÃO DA OBRA REALIZADA – Lógica da similaridade como fundamento da representação branda

Relação triádica por similaridade; Níveis lógicos da representação branda; Níveis de avaliação

Por Igualdade; Por semelhança; Por analogia;

Holarquia do Pensamento ArtísticoHolarquia do Pensamento Artístico

Page 21: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ocidente e Oriente e a Arte Zen – 1. O zen nunca explica somente dá sugestões;2. O zen é caótico se assim o quiserem chamar;3. O zen meramente aponta o caminho;4. O zen deseja a mente livre, desobstruída5. A meditação é considerada como uma

concentração da mente em alguma proposição altamente generalizada, a qual na natureza das coisas nem sempre está íntima e diretamente ligada aos fatos concretos da vida. O zen percebe ou sente, não abstrai nem medita.

O Insight O Insight

Page 22: A Holarquia do Pensamento Artístico

O Conceito de Mônada e a Linguagem 1. A mônada, estudada por Leibniz, é qualquer

substância simples com conexões que expressam todas as outras, por isso, ela é o espelho vivo do universo.

2. A idéia dos opostos que interagem na unicidade pode ser aplicada aos fatos e à mente quando entram em experiência absoluta.

3. Na linguagem o conceito de mônada é fundamental para a compreensão do pensamento artístico: os opostos mente e mundo convivem e, com o relaxamento das forças lógicas da mente , há um afrouxamento dos conceitos, proporcionando o esvaziamento da mente;

4. Os conceitos e fatos flutuam, sincronizando-se num momento: é o insight apresentando um novo ponto de vista, sem relações óbvias e presumíveis.

O InsightO Insight

Page 23: A Holarquia do Pensamento Artístico

Abdução 1. Segundo Peirce, todas as formas da lógica

podem ser reduzidas a combinações de inferências, alteridade e à concepção de uma características individual. Estas são simplesmente, formas de primeiridade, segundidade e terceiridade. Sendo que as duas primeiras são inferências, indubitavelmente dadas na percepção.

2. A percepção situa-se no limite de todo o questionamento e conhecimento, por isso, é uma vez insistente, indubitável, incontrolável e eminentemente falível.

3. O processo contínuo do pensamento se inicia na percepção; o percepto só é conhecido através do juízo perceptivo, que, por sua vez, é o limite da inferência abdutiva, porta do pensamento para os outros esquemas lógicos.

O InsightO Insight

Page 24: A Holarquia do Pensamento Artístico

Abdução 4. Após as inferências puramente hipotéticas que

caracterizam esta fase do pensamento do artista, ele procura conduzi-lo para a materialização de uma obra. Passa a uma outra fase do pensamento artístico, preocupado fundamentalmente em transferir para a matéria uma intenção que provocará, num interpretante, um efeito similar ao promovido pelo insight.

O InsightO Insight

Page 25: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Pré-Industrial

O choque com a matériaO choque com a matéria

Esculpir: Por detrás do ato de esculpir, encontra-se uma série de raciocínios que vão desde a imaginação da peça a ser trabalhada – é a sensação que Miguelangelo teve diante de um bloco de mármore dizendo estar vendo o David dentro do tal bloco – até a ação propriamente dita sobre a matéria, quando são levadas em consideração as resistências do material, os seus veios de crescimento, as ferramentas à disposição com suas diferentes funções e a força motriz do autor.Modelar: Em termos operacionais, a modelagem é uma operação mista de fazeres; aparentemente pensa-se a modelagem como uma operação inversa à escultura, ou seja, a escultura retira matéria e a modelagem adiciona matéria ao bloco original. Esta realmente não é a principal condição da modelagem. A principal diferença entre ambas é o uso dos materiais: os sólidos para a escultura e os plásticos para a modelagem. A modelagem permite a reposição da matéria ao bloco inicial.

Page 26: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Pré-Industrial

O choque com a matériaO choque com a matéria

Fundir: Fundir é reproduzir volumes enquanto forma de pensamento operativo. Para se obter esta operação, é necessário ter um protótipo original (positivo) do qual se retira um molde (negativo), e a partir do qual, pela fundição propriamente dita, consegue-se a cadeia de objetos semelhantes ao protótipo.

Esculpindo, modelando ou reproduzindo volumes, as operações artesanais trabalham a matéria ainda com o pensamento voltado para soluções num bloco material único, consolidando um espaço real centrado na própria matéria, enquanto ocupante deste espaço.

Page 27: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Pré-Industrial

O choque com a matériaO choque com a matéria

MichelangeloDavid

c. 1501-1504Mármore

Altura 410 cm

Accademia delle Belle ArtiFlorence

Page 28: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Mecânico

O choque com a matériaO choque com a matéria

A influência mecânica no fazer artístico artesanal:Construir: os hábitos operacionais da construção estruturam a organização espacial com elementos modulados industrialmente. O artista coordena a ação espacial de cada elemento isolado, compondo o todo íntegro e participativo. Trata-se de conjugar espaços sugeridos pelos volumes escolhidos para a produção. Por exemplo, os volumes transparentes unem dois espaços. A obra de Naum Gabo é um exemplo de construção.Modular: A modulação é uma operação além da construção, pois é a partir da experiência de construir que se pode imaginar o modular. O perfil básico do elemento construtivo deve permitir a elaboração em módulos. A modulação parte de uma unidade mínima. As estruturas modulares provocam um afloramento de um sentimento original e inesperado diante da composição executada. A obra de Kandinsky e de Julio Lepark (artista argentino cinético).

Page 29: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Mecânico

O choque com a matériaO choque com a matéria

A influência mecânica no fazer artístico artesanal:Alimentar: A modificação do conceito de espaço. Ele torna-se virtual. É configurado pelo espaço vazio ao redor da peça que é projetada pelo espaço constituinte. Integração do espaço interno da obra com o espaço circunvizinho da mesma, relacionando a peça ao ambiente. As formas cubistas de Picasso, as obras de Henry Moore, as torres de luz, movimento e som de são indicadores destas características. Ambientar e ou instalar corresponde ao auge deste braço de pesquisa, onde a preocupação recai no aproveitamento das qualidades espaciais condicionadas por determinado ambiente.

Page 30: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Mecânico

O choque com a matériaO choque com a matéria

Naum Gabo

Variações de Torção

c.1974/75altura 136.5 cm

Page 31: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Mecânico

O choque com a matériaO choque com a matéria

Henry Moore

Figura Recklinada

1952-53Bronze

102 x 152 cm

Museum Ludwig, Cologne

Page 32: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Mecânico

O choque com a matériaO choque com a matéria

Henry Moore

Hill Arches1973

Page 33: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Mecânico

O choque com a matériaO choque com a matéria Julio Lepark

Alchimie I e II

Page 34: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Mecânico

O choque com a matériaO choque com a matéria

O fazer artístico com instrumentos mecânicosRegistro: O planejamento e registro propriamente dito carregam em si a qualidade expressiva de fatores que condicionam as decisões de execução. O planejamento corresponde, no sistema industrial, à etapa de projeto e, o registro, à preparação do protótipo.Processamento: No processamento do material sensível, apesar de ser uma etapa aparentemente técnica, sem possibilidades de interferência, constitui um outro momento onde a atuação do fazer pode trazer resultados diferenciados para a concretização do trabalho.

Page 35: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Mecânico

O choque com a matériaO choque com a matéria

O fazer artístico com instrumentos mecânicosMontagem: Esta etapa fica evidenciada no cinema, principalmente na construção da narrativa. É uma etapa pós-registro, pós-laboratório que define uma operação que não existe nos meios artesanais. O filme é produzido em takes separados e depois editado. Permitem economia na produção. A montagem é uma etapa operacional em que os pensamentos determinam significados além do material registrado. Estes novos significados estão condicionados ao desencadeamento de paradigmas. O fazer artístico, com instrumentos mecânicos, tem que gerenciar as três etapas operativas de modo conjugado.

Page 36: A Holarquia do Pensamento Artístico

Oscar RejlanderTwo Ways of Life - 1857

Rejlander defendia que a fotografia era um método de fazer arte como um processo de documentação. Ele acreditava que as fotografias preservavam as proporções humanas e, assim, os pintores teriam mais liberdade para criar e, ao registrar o modelo manteriam a luz sob ele.

FotomontagemFotomontagem

Page 37: A Holarquia do Pensamento Artístico

Man RayLe Violon d'Ingres192428,2 x 22,5 cm

Conscientes ou não, podemos dizer que o Dadaísmo e o Surrealismo ajudaram a construir a consciência moderna. O Dadaísmo foi um movimento que pregou a anti-arte e os gestos negativos contrários aos ícones estabelecidos pela civilização industrial. Este espírito ficou estampado nos trabalhos de Marcel Duchamp e Man Ray.

O choque com a matériaO choque com a matéria

Page 38: A Holarquia do Pensamento Artístico

Em 1913, ganharam força os ready-mades de

Duchamp, tidos como a mais legítima obra de arte

de apropriação, pois tomavam um objeto de seu

local de origem e transformavam seu

significado sem nenhuma, ou quase nenhuma

intervenção.

Marcel Duchamp

Roda de Bicicleta

1913

O choque com a matériaO choque com a matéria

Page 39: A Holarquia do Pensamento Artístico

Estética Produção

Novos Padrões Sistêmicos de Representação;Memória, Automação e Conhecimento e Decisão; Armazenamento das Informações;Velocidade de Processamento;Sensores e Extensores Eletrônicos como Transductores.

Conhecimento

Eletricidade;2ª Grande GuerraFísica Atômica;Auschwitz, Nagasaki e Hiroshima ;Intensa Troca Cultural;Diferentes Modelos Lógicos;Valores Extramateriais;Teoria de Comunicação de Massas;Teoria dos Grafos e a Teoria das Redes;

Fim do Espírito Experimentalista e Inventivo do Era Ind. Mecânica;Co-operação Branda;Tudo é Mídia;Produção Artística em Crise – convivência dos padrões materiais e espirituais;Sistemas Não-Lineares; Simulação e Interatividade;

Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico

O choque com a matériaO choque com a matéria

Page 40: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Eletro-Eletrônico

O choque com a matériaO choque com a matéria

Memória,Automação,Conhecimento e Decisão;

Co-operação:Por Reciclagem da Memória,Automação e Branda

Page 41: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Eletro-EletrônicoCiclo Industrial Eletro-EletrônicoMemóriaMemória

Gerar memória é uma das características evidentes da sociedade industrial.

Desde a tipografia de Gutenberg até os sistemas de off-set sempre estivemos a gerar memória.

Exemplos: arquivos, fichários, museus, bibliotecas, filmotecas, fonotecas, etc. Com o surgimento dos computadores, a informação veio a agilizar o trânsito destas informações arquivadas.

Page 42: A Holarquia do Pensamento Artístico

O segundo ponto onde a informática valorizou a informação foi a automação.

A automação contribuiu para agilizar determinadas práticas que antes tinham sua eficácia comprometida por serem executadas mecanicamente.

Como advento da eletrônica, a velocidade foi deslocada para o comando destas funções, viabilizando diferentes respostas a partir de bancos de informação.

Ciclo Industrial Eletro-EletrônicoCiclo Industrial Eletro-EletrônicoAutomaçãoAutomação

Page 43: A Holarquia do Pensamento Artístico

A informação passa a ser sinônimo de conhecimento e decisão.

No ciclo eletrônico, onde o planeta começa a mostrar sinais de esgotamento material, o homem ocidental percebe que sua atuação, enquanto produtor, depende de uma co-participação com a natureza.

O conhecimento e decisão significam uma postura entre homem e natureza.

Ciclo Industrial Eletro-EletrônicoCiclo Industrial Eletro-EletrônicoConhecimento e DecisãoConhecimento e Decisão

Page 44: A Holarquia do Pensamento Artístico

O choque com a matériaO choque com a matéria

Etapas do fazer eletrônico:

O que difere fundamentalmente o início da pós-modernidade do da modernidade é o fato de esta última ter edificado a sua era sobre um ambiente natural, culturalmente virgem, ao passo que a era eletrônica parte de um ambiente carregado de traços culturais já valores convencionalmente estabelecidos e difundidos.

A postura do homem produtor na eletrônica, portanto, torna-se de um co-operador, pois todo o trabalho executado carrega consigo traços culturais preexistentes, De maneira implícita, estes traços encontram-se no bojo das culturas de hoje em diante produzidas.

Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico

Page 45: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico

O choque com a matériaO choque com a matéria

Etapas do fazer eletrônico:

Co-operação por reciclagem de memória cultural:trabalhar com a memória, encarada pelo aspecto da materialidade, ou seja, com a informação contida na produção natural ou cultural já realizada, exige outras formas de operar. O universo cultural produzido pelo homem ocidental é o composto por objetos originais, por reproduções, e por repro-produções. Agora, é necessário incorporar a informação existente dentro deste universo, tornando a autoria, na atualidade, uma co-autoria, fruto de um processo co-operativo. As características deste tipo procedimento são citar, traduzir e comentar.

Page 46: A Holarquia do Pensamento Artístico

A Arte no Período Eletro-EletrônicoA Arte no Período Eletro-EletrônicoOperacionalizaçãoOperacionalizaçãoCo-operação por reciclagem da memória culturalCo-operação por reciclagem da memória cultural

Page 47: A Holarquia do Pensamento Artístico

A Arte no Período Eletro-eletrônicoA Arte no Período Eletro-eletrônicoOperacionalizaçãoOperacionalizaçãoCo-operação por reciclagem da memória culturalCo-operação por reciclagem da memória cultural

Page 48: A Holarquia do Pensamento Artístico

A Arte no Período Eletro-eletrônicoA Arte no Período Eletro-eletrônicoOperacionalizaçãoOperacionalizaçãoCo-operação por reciclagem da memória culturalCo-operação por reciclagem da memória cultural

Page 49: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico

O choque com a matériaO choque com a matéria

Etapas do fazer eletrônico:

Co-operação e automação: a automação de funções de comando de produção permite ao artista agilizar o seu fazer, acrescentando à obra a velocidade como auxílio para novas percepções sugeridas pelo trabalho desenvolvido. O artista, ao invés de pensar em copiar o real, pensa em simular um real ainda não vivenciado; a velocidade adiciona na execução do trabalho faz este chegar primeiro onde o homem muitas vezes sequer poderá chegar.

Page 50: A Holarquia do Pensamento Artístico

A Arte no Período Eletro-eletrônicoA Arte no Período Eletro-eletrônicoOperacionalizaçãoOperacionalizaçãoCo-operação e automação Co-operação e automação

Lígia Clark.  Bicho,1960  Alumínio Anodizado

Page 51: A Holarquia do Pensamento Artístico

O Código de AARON é um dos

sistemas com mais alto nível de

"inteligência" já desenvolvidos.

Representa mais de 20 anos de

trabalho de Harold Cohen, um pintor,

que se voltou para a área de

computação e programação em 1968.

Naquela época ele já havia

representado a Great Britain na Bienal

de Veneza e seus trabalhos exibidos

na galeria London's Tate.

Repensando Flusser e as Imagens TécnicasRepensando Flusser e as Imagens TécnicasHarolde Cohen – Aaron – (1973 a hoje)Harolde Cohen – Aaron – (1973 a hoje)

Page 52: A Holarquia do Pensamento Artístico

De acordo com Michael Compton,

Harold Cohen era um artista como

qualquer outro da Inglaterra na sua

geração. A sua vontade de representar

o que ele via e conhecia o levou a outro

lugar, disse McCorduck.

Em 1973, Cohen foi para o laboratório

de inteligência artificial da

Universidade de Stanford. Lá Cohen

pode usar computador para testar suas

teorias sobre a produção e criação de

imagens, e a partir daí AARON nasceu.

Repensando Flusser e as Imagens TécnicasRepensando Flusser e as Imagens TécnicasHarolde Cohen – Aaron – (1973 a hoje)Harolde Cohen – Aaron – (1973 a hoje)

Page 53: A Holarquia do Pensamento Artístico

Repensando Flusser e as Imagens TécnicasRepensando Flusser e as Imagens TécnicasHarolde Cohen – Aaron – (1973 a hoje)Harolde Cohen – Aaron – (1973 a hoje)

AARON tem evoluído de um simples conjunto de regras que

geravam fórmulas básicas para conjunto complexo de regras

para gerar figuras que requerem conhecimentos detalhados,

tanto do assunto como do método de representação visual.

Page 54: A Holarquia do Pensamento Artístico

Repensando Flusser e as Imagens TécnicasRepensando Flusser e as Imagens TécnicasHarolde Cohen – Aaron – (1973 a hoje)Harolde Cohen – Aaron – (1973 a hoje)

O programa desenha

autonomamente baseado

apenas no seu próprio

conhecimento, um

conjunto de estruturas

de regras e também já

levando em consideração

o que foi feito para

determinar o que será

feito.

Page 55: A Holarquia do Pensamento Artístico

www.kurzweilcyberart.com/aaron/

www.scinetphotos.com/aaron.html

crca.ucsd.edu/~hcohen/

Repensando Flusser e as Imagens TécnicasRepensando Flusser e as Imagens TécnicasHarolde Cohen – Aaron – Painel Decorativo (1992)Harolde Cohen – Aaron – Painel Decorativo (1992)

Page 56: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico

O choque com a matériaO choque com a matéria

Etapas do fazer eletrônico:Co-operação branda: Este diálogo entre homem e natureza, que proporciona a nova visão de produção, só é possibilitado pelos sensores e extensores eletrônicos, que assumem o papel de transductores entre o conhecimento do homem (realidade) e o potencial dos fenômenos universais (real).

Portanto, qualquer ato produtivo deve ser entendido como uma decisão conjunta a partir do grau de conhecimento interativo como uma decisão conjunta a partir do grau de conhecimento interativo entre homem e universo, na confluência das suas ações, discriminadas pelo perfil de inteligência destes transductores.

Page 57: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico

O choque com a matériaO choque com a matéria

Etapas do fazer eletrônico:Co-operação branda:

Assim entendida a estrutura do novo processo produtivo, homem e equipamento não estão distantes entre si; pertencem a uma holarquia, cada qual com funções e conhecimentos próprios e participantes de uma hierarquia que decide conjuntamente, emitindo ordens de produção. A tecnologia promove um intercâmbio informacional entre a cultura do homem e os valores universais,. Com este papel, assume um caráter brando, não impondo as suas regras produtivas ao mundo, transformando-o simplesmente. Aprende e apreende as qualidades do mundo para melhor executar o trabalho.

Page 58: A Holarquia do Pensamento Artístico

Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico OperacionalizaçãoOperacionalização

Co-operação BrandaCo-operação Branda

Edmond Couchot, Michel Bret eMarie-Hélène Tramus – 1990

“La plume et le pissenlit”

Page 59: A Holarquia do Pensamento Artístico

Jean-Marc Philippe – 1989

“Totem of the Future”

Escultura que assume diferentes posições com a variação da temperatura.

Co-operação BrandaCo-operação Branda

Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico OperacionalizaçãoOperacionalização

Page 60: A Holarquia do Pensamento Artístico

Berlim - Postdam

Postdamer Platz - Michael Wesely (25a. Bienal de São Paulo) - 2002

Co-operação BrandaCo-operação BrandaCiclo Industrial Eletro-Eletrônico Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico OperacionalizaçãoOperacionalização

Page 61: A Holarquia do Pensamento Artístico

Berlim - PostdamCo-operação BrandaCo-operação Branda

Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico OperacionalizaçãoOperacionalização

Page 62: A Holarquia do Pensamento Artístico

Berlim - PostdamCo-operação BrandaCo-operação Branda

Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico Ciclo Industrial Eletro-Eletrônico OperacionalizaçãoOperacionalização

Page 63: A Holarquia do Pensamento Artístico

Avaliação do resultado em relação ao Insight

A avaliação da obra realizada A avaliação da obra realizada

Etapas da Holarquia do Pensamento Artístico:

1. Insight que desencadeia a idéia2. Sistema produtivo que condiciona a

formatação do trabalho;3. Caráter de associações lógicas existentes

entra a obra realizada (em processo) e o insight promotor

Page 64: A Holarquia do Pensamento Artístico

Níveis Lógicos de Representação BrandaO signo artístico tem como principal característica a sugestão, portanto, os efeitos que ela causam são:

1. Algo inusitado, pela igualdade que aponta para a pesquisa poética do signo em si (igualdade);

2. Algum existente, pela semelhança das qualidades do fundamento do signo com as qualidades do tal existente (semelhança);

3. Uma associação de idéias através da analogia entre as leis compositivas do signo e as do conceito desenvolvido pela idéia sugerida (analogia);

A avaliação da obra realizada A avaliação da obra realizada

Page 65: A Holarquia do Pensamento Artístico

Níveis Lógicos de Representação BrandaSendo a principal característica do signo artístico a

sugestão, sugerir significa, em outras palavras, a determinação de uma conclusão fraca pelo signo.

Primeiro

Signo em Si

PossibilidadeExistenteExistenteLeiLeiLei

Segundo

Objeto Referenciado

PossibilidadePossibilidade ExistentePossibilidadeExistenteLei

Terceiro

Interpretante

Possibilidade

Possibilidade

Possibilidade

Possibilidade

Possibilidade

Possibilidade

A avaliação da obra realizada A avaliação da obra realizada

Page 66: A Holarquia do Pensamento Artístico

Níveis Lógicos de Representação Branda1. Para sugerir uma qualidade basta provocar

um sentimento;

2. Para sugerir uma qualidade determinada, é necessário despertar no signo os agentes que provocam efeitos similares à qualidade experimentada;

3. Para sugerir uma idéia, é necessário estruturar os signos de maneira que estes se organizem com regras similares às posicionadas pelo conceito trabalhado.

A avaliação da obra realizada A avaliação da obra realizada