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nossa família humana é tremendamente rica e nem se dá conta disso, por não saber contar
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A Imensa Riqueza Nossa
1. Nossa 2. Riqueza 3. Imensa
4. O Que é Riqueza? 5. Quem Mede?
6. Quem Inventou o Metro? 7. Que Usa a Medida?
8. A Quem Serve a Medida? 9. Os Submetidos à Riqueza 10. Os Submetidos à Imensidão
Vitória, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010. José Augusto Gava.
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Capítulo 1 Nossa
Já escrevi a cartilha Convivendo com os Bilionários,
de modo que esta - não sendo propriamente nem inútil nem adendo - poderia ser a muito custo dispensada, mas falaremos de coisas paralelas e complementares.
De quanta riqueza eu e minha família, quer dizer, meus filhos e eu dispomos? Descobri no modelo pirâmide que em termos humanos ilimitada, inexaurível.
Em primeiro lugar (veja a cartilha acima citada) somos bilionários de muitos modos diferentes:
1.1. pelo lado da física-química, em razão de todas as operações em curso neste universo extraordinário, somos herdeiros de 13,72 bilhões de anos-luz de raio;
1.2. pelo lado da biologia-p.2 toda a ampla variedade de 10 a 100 milhões de espécies postas numa REDE DE COMPLEMENTAÇÃO chamada ecologia com bilhões de seres;
1.3. pelo lado da psicologia-p.3 o espantoso número (a caminho) de 7,0 bilhões de seres humanos vivos e herança dos (estimados) 100 bilhões de nascidos.
VIXE MARIA! (quadros sintéticos do Modelo pirâmide)
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É DEMAIS, É DEMAIS, É SHOW (como diz o povo) a) RIQUEZA PESSOAL: a.1. individual (a caminho de 7,0 bilhões); a.2. familiar (em torno de 1,4 bilhão); a.3. grupal; a.4. empresarial (talvez 120 milhões); b) RIQUEZA AMBIENTAL:
b.1. urbano-municipal (estimadas 300 mil cidades);
b.2. estadual (estimados quatro mil); b.3. nacional (em torno de 200); b.4. mundial.
Em torno de nós pipocam os produtos da mídia (TV, Revista, Jornal, Livro-Editoria, Rádio, Internet e outros meios), há 8,0 mil universidades, há 8,0 mil bancos, há 6,5 mil empregos. Enfim, é mais do que podemos consumir.
Só de álbuns em quadrinhos que pudemos comprar há em casa mais de 600; no mundo são milhares ou dezenas ou centenas de milhares, sei lá, seria o caso de investigar. De livros temos uns 6,0 mil ou mais, porém o Mindlin recém falecido caminhou para 100 mil e nas bibliotecas públicas maiores chegamos perto de 10 milhões.
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NÃO CANSO DE ME ESPANTAR COM TANTA RIQUEZA (a maior parte da gente não vê, vive reclamando)
LISTAS DAS NOSSAS RIQUEZAS: RIQUEZA EM CONHECIMENTO (há apenas 500 anos os tecnocientistas podiam ser contados nos dedos)
NÚMERO NO MUNDO PROFISSÃO TÉCNICA PROFISSÃO CIENTÍFICA
engenheiros físicos x.1 químicos
médicos biólogos x.2 p.2
psiquiatras psicólogos x.3 p.3
cibernéticos informáticos x.4 p.4
astrônomos cosmólogos x.5 p.5
discursivos (são os políticos) dialógicos (mesmo agora não há) x.6 p.6
ABSOLUTO RELATIVO ABSOLUTO RELATIVO
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Não se trata apenas de mostrar QUANDO houve tantos assim, pois se estamos progredindo serão quase sempre em maior número logo adiante; a questão é pensar como temos TANTOS (embora devêssemos ter muito mais, se as coisas fosse divididas com equidade) hoje. Quantos engenheiros havia há 200 anos capazes de ultrapassar abismos? Quantos metalúrgicos fabricariam ligas para tal?
PASSANDO POR SOBRE O ABISMO (algo-Natureza ou alguém-Deus - ou ambos – inventou o abismo e alguém a ponte sobre o abismo)
Capítulo 2 Riqueza
Na realidade, estamos colocados entre tantas riquezas
que é absurdo não nos darmos conta; somos como sedentos morrendo de sede num mar de água doce. Somos gente riquíssima pedindo esmolas.
OS TIPOS DE RIQUEZA (a classificação vem da psicologia) 1. riqueza figurativa (das figuras ou psicanálises); 2. riqueza objetiva (das metas ou psico-sínteses;
devem ser metas cumpridas, claro, ficar sonhando não leva a nada);
3. riqueza produtiva (das produções ou economias): 3.1. provinda da agropecuária/extrativismo; 3.2. advinda das indústrias; 3.3. decorrente do comércio; 3.4. derivada dos serviços; 3.5. procedente dos bancos;
4. riqueza associativa (das organizações ou sociologias);
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5. riqueza “tempespaçativa”, digamos assim, pois a palavra não existe (dos espaçotempos ou geo-histórias).
Tem gente que só vê as riquezas ditas “materiais”, quer dizer, as econômico-financeiras (econômicas são aquelas fixadas, financeiras as disponíveis imediatamente), mas evidentemente existem muitas outras.
COMO AVALIAR AS RIQUEZAS DAS FIGURAS? IDEALISTAS
7 iluminados 6 santos-sábios 5 estadistas 4 pesquisadores pelego material-ideal 3 profissionais 2 lideranças 1 povo
MATERIALISTAS Os de baixo vêem os de cima como perfeitamente tolos
no que tange ao “verdadeiramente importante”, como seria ter objetos, posses e coisas assim e chutam as belas criaturas, os cães, gatos, passarinhos, etc. Os de cima se condoem dos de baixo, presos às transitoriedades representativas.
Há os ricos em cuidados com os demais. Há os ricos em cuidados consigo, no que se miram os
outros para fazer as vidas durarem mais. Há os educados, há os honestos, há os bons. Há tantas riquezas quanto há pobrezas do tipo da
desonestidade, da sem-vergonhice, das mentiras, dos destratamentos e assim por diante.
Nem de longe as únicas riquezas são as materiais ou econômico-financeiras como ouro e demais metais preciosos, posses, ações, pedras preciosas, patentes. Nem de longe.
UMA RIQUEZA DA QUAL NÃO NOS DEMOS CONTA VIDA REPRESENTANTES fungos
plantas
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animais
primatas
humanos
São mapas do ADRN. Melhor ainda, são MAPAS COLIGADOS, são mapas
interconexos postos segundos graus crescentes de complexidade. CONEXÃO BIOLÓGICA
COMPLEXIDADE DA REDE
2b
A - Espécie dois ou mais organismos são considerados da mesma espécie, quando podem se reproduzir,
originando descendentes férteis. Desta forma, fica claro que, a menos que haja a
intervenção humana, como no caso do jumento e da égua, naturalmente não ocorre reprodução entre indivíduos de espécies diferentes.
B - Populações são formadas por organismos da mesma espécie, isto é, um conjunto de organismos que podem
se reproduzir produzindo descendentes férteis.
C - Comunidades um conjunto de todas as populações, sejam elas de microorganismos, animais ou vegetais
existentes em uma determinada área, constituem uma comunidade; também se pode utilizar o conceito de comunidade para designar grupos com uma maior afinidade
separadamente, como por exemplo, comunidade vegetal, animal, etc.
Antes de definirmos o próximo conceito, é fundamental entendermos dois parâmetros importantes em Ecologia; a todos os
componentes vivos de um determinado local chamamos bióticos; em contrapartida, o conjunto formado por regime de chuvas,
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temperatura, luz, umidade, minerais do solo enfim, toda a parte não viva, é chamada de
componentes abióticos. D - Ecossistemas em um determinado local, seja uma vegetação
de cerrado, mata ciliar, caatinga, mata atlântica ou floresta amazônica, a todas as relações dos organismos entre si, e com seu meio ambiente, ou dito de outra forma, a
todas as relações entre os fatores bióticos e abióticos em uma determinada área, chamamos ecossistema. Ou de outra forma, podemos
definir ecossistema de acordo com o modelo 1 acima, como sendo um conjunto de comunidades interagindo entre si e agindo sobre e/ou
sofrendo a ação dos fatores abióticos. Dentro do conceito de ecossistema, ainda cabe
definirmos o conceito de hábitat, pelo qual entendemos o ambiente físico o qual ocorre(m)
uma(s) determinada(s) espécie(s). Ex.: O hábitat do lobo guará é o cerrado.
E - Biosfera A terra é composta por vários ecossistemas sejam eles aquáticos, terrestres ou até mesmo aéreos. A soma de todos estes ecossistemas chamamos de biosfera. Portanto, a biosfera
seria a parte na qual ocorre vida no planeta e na qual a vida tem o poder de ação sobre o
mesmo.
“organismo“ é o que chamo de corpomente, o indivíduo biológico A complexidade das redes psicológicas é ainda maior,
incomensuravelmente maior. CONEXÃO PSICOLÓGICA
SUPERCOMPLEXIDADE DA REDE
2p
2b mundo nação estado
cidade-município empresa grupo
família indivíduo Para viver nos apoiamos nessa complexidade e nessa
supercomplexidade toda. Quem diz “não devo nada a ninguém” não passa de um idiota que imagina estar pagando 30 centavos por um pão sem nem imaginar a tremendíssima dificuldade até o pão ficar pronto, crocante e quentinho, na cuba da padaria.
Só para descrever como o pão foi parar ali demoraria dezenas de semanas, mais de ano, e isso só para tocar porções, nem todas as ligações.
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Não foi só Newton que se apoiou nos ombros de gigantes, fomos todos nós.
Capítulo 3 Imensa
Quando mais espraiei minha memória para todos os
lados mais fui capaz de ver a incomprensível complexidade de toda a construção. O fato de termos fragmentado todo o Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática) fez parecer que podíamos compreender pedacinhos estanques.
Quem faz parte da Primeira Escola de Gravitação compreende quase tudo de quase nada, esquecendo-se que há inumeráveis caminhos dentro de inumeráveis cabeças “completantes”, que completam a sua. Na realidade o que vai adiante é a humanidade, nosso conjunto, do qual somos penduricalhos. O físico não se vê como célula dessa máquina extraordinária, pensa ainda que é indivíduo-indivíduo e não indivíduo-mundo.
CONHECIMENTO-ESTANQUE (apesar do pensamento contrário isso nos faz pouco bem)
Ocidente e Oriente suspiram um pelo outro mas não se tornam
amigos
os conhecimento estancados, fechado em caixas chamadas
“cursos” FAÇA LISTAS DE DEPENDÊNCIAS (ficamos em dependências) – se tivéssemos a mínima chance de lembrar-nos de todos de quem dependemos!
classes das tarefas
operários intelectuais militares financistas burocratas
classes econômicas
agropecuaristas-extrativistas industriais comerciantes dos serviços banqueiros
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Seria interessante avaliar num congresso a riqueza de elementos de nossa composição humana.
O CONGRESSO DA COMPLEXIDADE (uma tentativa de avaliar a dimensão da construção humana)
DEPUTADOS PRÁTICOS CENTRAÇÃO SENADORES TEÓRICOS
Como você pode pensar isso interferirá poderosamente
na futura pedagogia e no respeito mútuo dos seres humanos (a pedagogia verdadeira depende de verdadeiro respeito), bem como nas avaliações político-ideológicas.
Quando os pedagogos virem a insuspeitada complexidade de nossa existência psicológica eles tratarão com muito maior deferência as pessoas capazes de aprender (que, afinal de contas, são todos). Todos os tecnartistas, todos os pesquisadores, todos os desenvolvedores terão pelo ser humano isolado e coletivo muito maior respeito.
Capítulo 4 O Que é Riqueza?
Como defini no modelo: 1) pobreza é não-ter e tem limite
inferior (é não ter absolutamente nada; portanto, é absoluto);
2) riqueza é ter, e não tem qualquer limite (pois poderíamos ter cada vez mais tanto em quantidade quanto em qualidade; então, é relativo).
A riqueza é um delimitador da pessoa, ela sempre vai ser inferior a de alguém que possui algo que a primeira não tem; ela suprime o indivíduo, retira-lhe a liberdade, dado que o aprisiona no desejo.
A pobreza é libertadora, ela limpa o indivíduo de suas ilusões e supressões, de seus desejos, mas quase ninguém quer ser pobre, muito menos pobre de tudo. É como Buda disse, porém ele ensinou e poucos aprenderam. Os únicos verdadeiramente livres são os mendigos e os loucos.
ASSIM SEJA POBREZA RICO-POBRE (médio) RIQUEZA não-ter ter
libertadora aprisionadora
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Nós seríamos os seres mais livres se não houvesse
universo nenhum. Havendo, se não tivéssemos riqueza nenhuma, nenhuma posse; pois ter um carro cria apego, ter uma esposa cria apego, ter filhos cria apego (inclusive essa idéia esquisita de “ter” pessoas) – mas devemos reconhecer ser o apego ou afeição bom também. O excesso é “ismo”, superafirmação disso e daquilo, e é o excesso que é definitivamente ruim.
É muito claro, é transparente haver um processo de negar-permitir empurrando as pessoas todas para o trabalho via necessidades. Zilhões de desejos são sobrepostos aos naturais para extrair trabalho e mais-trabalho de todos e cada um.
Lá vamos nós obedientemente ao trabalho de manhã pegando um, dois e até três ônibus “por uma merreca”, como dizem os miseráveis e os pobres.
ETAPAS D’EU CAFÉ
TRANSPORTE TRABALHO ALMOÇO
TRABALHO TRANSPORTE
TV DORMIR CAFÉ
TRANSPORTE Ô vidinha chata! Do jeito como foram feitas as coisas (casa de costas
com casa, separada a nossa das vizinhas por muros, separados os lotes pela rua), obrigando as pessoas a dependerem de longas viagens e de trabalho estafante sob a ótica da mesmice em cidades sem convívio e tantos outros desacertos, não admira mesmo nada sejam os humanos tão mal-humorados. Não obstante, nós somos ricos, somos riquíssimos de tudo que está por aí e podemos aproveitar.
Deveria ser possível não apenas falar da riqueza do universo em todas as instâncias como também fazer as pessoas aproveitarem de fato (e de direito) sua riqueza real provinda de i Natureza-Deus.
Capítulo 5 Quem Mede?
NUM RESUMO EXPONENCIAL
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NÍVEL BIFURCAÇÕES (recomeçam em cada nível superior de zero, o nível inferior)
físico-químico 2fp1
biológico-p.2 2bp2
psicológico-p.3 2pp3
informacional-p.4 2ip4
cosmológico-p.5 2cp5
dialógico-p.6 2dp6
De dentro da racionalidade quem mede é o racional, quer dizer, aquele que falha, aquele que pela natureza do projeto está destinado a falhar, aquele que é desde logo incompetente para medir.
Ao avaliar a riqueza de possibilidades do universo falharemos irremediavelmente porque nossas cabeças são pequenas, não podem conter muitas coisas; e mesmo tantas dezenas de milhares de anos vezes os bilhões de seres humanos que em média já viveram ainda verão condicionalmente e não incondicionalmente.
Nós avaliaremos sempre para menor. Só i Natureza-Deus, que é, que é em si e para si, que
detém a verdadeira liberdade pode saber a dimensão correta da riqueza do universo.
Os racionais não sabem e não podem saber. Mas podemos avaliar e ficar espantados. Podemos erguer nossos olhos e espantar-nos com a
espantosa grandeza da riqueza. AS RIQUEZAS INSUSPEITAS LÁ DE CASA (são coisas triviais que, sem olhar direito e de perto, jamais pensaríamos ter tanto significado)
OBJETO SURPRESA antena captam invisíveis ondas do ar e coloca no aparelho
de TV programações incríveis azulejo e
piso são impermeáveis e duros, coloridos, embelezam e protegem, evitam infiltrações que destruiriam
paredes e chão casa constando de incontáveis objetos outros que os
acima torneira traz água já tratada através de complicados
encanamentos e bombas impulsionadoras desde rios, passando por estações de tratamento: basta abrir e
jorra água limpinha pode ser colocada aqui uma quantidade inacreditável de objetos
dos quais as pessoas nem fazem conta, nem se sentem beneficiadas por tê-los
Como as pessoas foram convencidas de que são pobres? Como só viram o que as distanciava das outras, tidas como “superiores” em termos econômico-financeiros? Como impuseram a visão estreita dos valores “objetivos”, a posse de objetos? Por quê os iluminados foram incompetentes para treinar os indivíduos para outras visões? De todas, só a visão material prosperou largamente e contaminou o mundo de doenças e de ambições.
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As pessoas não vêem outra coisa que a posse e a possessividade. Só isso e somente isso, nada mais. Nas escolas os valores de vivência coletiva, de identidade pessoal, de honorabilidade, de bondade, de preocupação com o próximo não são ensinados SEQUER COMO UTILIDADE SOCIAL. A Escola geral não foi reprogramada para ensinar como dependemos de todos e de cada um e não fala da fortuna que é o universo enquanto várias autorizações, daquilo que é sua COMPLEXIDADE BENFAZEJA a nos beneficiar de zilhões de modos diferentes.
Precisamos conversar. Precisamos conversar muito. A NOSSA RIQUEZA IMENSA
ITEM DESCRIÇÃO PARTICULAR NOSSA CASA temos uma residência (alugada) com todos
aqueles recursos da descrição iniciada acima
TRABALHO que é de onde tiramos nosso sustento (tem férias, 13º salário, 1/3 de férias, bom ambiente relativamente organizado, bons colegas (meus filhos Clara, de 26 anos, e
Gabriel, de 24, estão estudando) RUA asfaltada, com rede de esgoto
EDUCAÇÃO fomos beneficiados pela rede escolar paga em várias instâncias pelo Estado (quando
não foi particular) TELEFONIA tanto linha quanto celular, meus filhos e
eu TV
milhares e milhares de canais,
principalmente para quem fala inglês INTERNET a velocidade é baixa, apenas 1,0 mega, e
fica caindo, mas é boa o resto do tempo, tendendo a melhorar (desejamos contratar
100 megas por 500 reais) ÔNIBUS transporte por seletivo com ar condicionado
por 3,90 a passagem LIVROS, REVISTAS, JORNAIS, ÁLBUNS EM
QUADRINHOS
são milhares e milhares, sem falar em CDs e DVDs de música, filmes gravados, uma
multidão de coisas a lista é mesmo imensa (incluindo várias bicicletas, as
farmácias por perto, as padarias, os supermercados, etc.)
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Não temos carro porque não gosto deles, nem sei dirigir muito bem.
Nem de longe gosto dos capitalistas, nem acredito estar feliz em razão dos venenosos desejos deles, nem atribuo o universo às suas preferências. Nem de longe. Nem creio, como Popper, estarmos “no melhor dos mundos”, de modo nenhum. Contudo, é bem evidente haver algo errado se com tanta coisa somos infelizes, impacientes, intolerantes, rabugentos, inflexíveis, desnaturados, escandalosos e tanta coisa ruim a mais.
Então, se a medida de i Deus-Natureza é verdadeira e correta, se não falha, a quem atribuir a medida e o metro posto na base de nossa sócioeconomia enquanto exigências (erradas) de comportamento?
Capítulo 6 Quem Inventou o Metro?
Como sempre, tudo é psicológico. Quando inventaram o metro na França atribuíram à
humanidade essa convenção, que é de 1 / 4.107 dum qualquer círculo máximo meridiano da Terra.
Se o metro fosse muito curto o mundo pareceria muito comprido e distante, se fosse muito comprido o ser humano pareceria insignificante; se fosse qualquer altura humana as pessoas se sentiriam maiores ou menores – etc. Pode-se pensar que para medir distâncias bastar tem um padrão, mas na prática ele está associado à racionalidade psicológica humana. Do mesmo modo as moedas, insuficientemente estudadas. E assim também com qualquer métrica, inclusive aquelas respeitantes a bem-estar derivado de posses ou mal-estar derivado da falta delas.
Tanta valorização das posses é também advinda de certa visão métrica de mundo, meta de sobrepujamento: ide e sobrepujai. Ide e conquisteis as demais pessoas.
Essa visão obsessiva de posses de um lado vem de termos sido tão pobres e de outro vem de nossa extrema agressividade primata-chimpanzé. Ira e outros pecados e tudo que está contido nos mandamentos remete à métrica-de-posses que adotamos, ou seja, “quem tem mais é melhor”. Se alguém possui um bilhão de reais ele é implicitamente melhor do que quem tenha um milhão e todos entre um e outro olharão servilmente o “de cima” e superiormente o “de baixo”.
Quem inventou que ter e, pior ainda, ter com soberba é bom? Quem nos ensinou a desprezar os demais? Como esses valores da (seguindo o dicionário incorporado) altanaria, da altivez, da empáfia, da fatuidade, do orgulho entraram neste mundo?
Não foi um lugar só, um tempo ou um indivíduo só, foram vários, veio rolando através da geo-história em toda uma conjunção dos mais recentes 12 mil anos, passando pela
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Antiguidade, pela Idade Média, pela Idade Moderna, pela Idade Contemporânea até chegar a esta Idade Pós-Contemporânea.
Como olhei e vi, deparei com um grande mundo, esta Terra com grande, com inconcebível riqueza desprezada. Todo um universo modelado e posto à disposição dos viventes e dos raciocinantes objeto de constantes reclamações.
SUA SUSTENTAÇÃO E MINHA TAMBÉM (e de todos e cada um, um mundo de bifurcações dialógicas; de baixo para cima)
mundo (estamos nesta fase, de globalização)
nações estados
cidades-municípios empresas grupos famílias
indivíduos corpomentes
órgãos células
moléculas átomos
subcampartículas cê-bóla
campartícula fundamental
Tudo isso foi preparado para todas as pessoas e criaturas que estiverem aqui. Não é para você ou para mim, especialmente, é para todos os que estiverem. Deus-Natureza i não preparou o universo inteiro PARA VOCÊ (ou para mim), apenas preparou; e do fato de nascermos veio a possibilidade de experimentarmos com maior ou menor grandeza.
QUE PESSOA! “tudo é grande quando a alma não é pequena”
Seja grande! Aproveite a imensidão do que está imensamente à
disposição de todos e cada um. Não se trata dessa coisa da auto-ajuda, nem dessa
festividade barata dos religiosos melosos.
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Faça um curso de física ou de química ou de biologia ou do que for, estude o Conhecimento geral, olhe! Goste você exclusivamente da Natureza (como Dawkins e os acriacionistas) ou de Deus (como os religiosos e os criacionistas) ou de ambos ou de nenhum, OLHE, desvende, ilumine-se.
Capítulo 7 Quem Usa a Medida?
O ILUMINANTE E OS ILUMINADOS (o iluminante é um só/l, os iluminados são muitos, entre planetas, satélites e objetos)
A ADEQUAÇÃO DAS MEDIDAS (tudo tem de ser repensado para caber no espírito humano, para torná-lo maximamente livre; liberdade responsável não quer dizer fazer tudo que se quer; o sistema psicológico-político francês venceu amplamente; todo programa ou sistema métrico É PROGRAMA POLÍTICO, é programa psicológico, diz respeito a dominação – no futuro a adequação das medidas deve dizer respeito a TODOS os seres humanos)
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HISTÓRIA DO SISTEMA MÉTRICO
A palavra metro tem origem no grego métron, que significa "o que mede". O sistema métrico surgiu por volta do ano de 1790. Antes disso, cada povo usava um sistema de unidades diferentes, o que, naturalmente, causava a maior confusão. Por exemplo: o mesmo comprimento era medido em um lugar usando-se jardas e em outro com o uso de palmos. O resultado disso tornava praticamente
impossível a comunicação entre os povos. Para solucionar esse problema, reformadores franceses escolheram
uma comissão de cinco matemáticos para que elaborassem um sistema padronizado. Essa comissão decidiu que a unidade de
medida de comprimento se chamaria metro, e que corresponderia a décima milionésima parte da distância do equador terrestre ao polo norte, medida ao longo de um meridiano. Mas a medida da
distância do equador ao polo não era nada prática, tanto que ao efetuarem os cálculos os matemáticos acabaram cometendo um erro.
Então em 1875 uma comissão internacional de cientistas foi convidada pelo governo françês para que reconsiderassem a
unidade do Sistema Métrico, e dessa vez foi construída uma barra de uma liga de platina com irídio, com duas marcas, cuja distância define o comprimento do metro, e para evitar a
influência da temperatura, esta barra é mantida a zero grau centígrado, num museu na Suíça. Mas os cientistas não pararam
por aí, no decorrer do tempo foram sendo propostas novas definições para o metro. A última, e que passou a vigorar em
1983, é baseada na velocidade com que a luz se propaga no vácuo. Resumidamente, pode-se dizer que um metro corresponde a fração 1/300.000.000 da distância percorrida pela luz, no vácuo em um
segundo.
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A QUEM SERVE A MEDIDA (serve a quem tira lucro dela; isso não quer dizer só os capitalistas, são todos que se aproveitam do sistema, que levam mais do que trouxeram)
NÚCLEO PSICOLÓGICO métrica
econômica dos produtos (só esta é observada)
métrica psicanalítica das figuras
MÉTRICA GEOGRÁFICA-HISTÓRIA DOS ESPAÇOTEMPOS
métrica psico-sintética dos objetivos
métrica sociologia
das organizações
E os donos do atual sistema políticadministrativo produtivorganizativo governempresarial privilegiam os produtos, fixam-se neles. As pessoas não são estimuladas a desprezá-los e a prestar atenção aos sentimentos e às razões dos outros, ou às suas. Só aos objetos: não é à toa que Marx chamou isso de alienação, o sair de si para transformar-se nos produtos. Numa pessoa altamente alucinada quase nada resta dentro dela.
A FESTA DE ASSOMBRAÇÕES QUE FOI ISSO (uma festa a que vão os objetos nos quais se transformaram os alienados para beber, comer e conversar; a gente desalmada deitou e rolou na lama)
para ter objetos as pessoas fazem de tudo mesmo, inclusive
roubar sua pátria
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Pois veja, se i Deus-Natureza é ao mesmo tempo
matéria e energia, se é material e espiritual, pelo lado espiritual é pura elevação, o Sumo Bem, como o chamou Platão. Vem daí que SER HUMANO quer dizer elevar-se para perto de Deus, usando sua parte Natureza como ponte, como estrada que leva até lá.
DESDALTO PARABAIXO: quem fica pesado das coisas inconscientes e torna-se agressivamente materialista, superafirmando a matéria é chamado de “espírito baixo” pelo povo.
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ALTO (na Rede Cognata , AZUL = G = CÉU) ESPÍRITO
BAIXIO MATERIAL (por oposição cognata, a Terra = T = VERMELHO; = TERRENO MORTO)
Quem usa a medida, em si mesmo a usa. É em si que o usuário a aplica, nele mesmo, não em outro, não em outrem. Quando a pessoa “decai” para as coisas materiais é ela mesma quem vai, não é ninguém que empurra (dizem os objetos “chamam”, contudo é o desejo o bonde, o bonde chamado desejo). É como o “julgamento”: quem levaria as memórias senão a própria pessoa a pesar. Quem se candidata ao material, quem é iludido por ele vai sozinho até a prisão, tranca-se na cela, prende as correntes e joga a chave fora. Não são os estranhos, é a pessoa mesma que usa a medida e com ela se mede. Ela não pode imputar a terceiros o dano e sua origem.
Capítulo 8 A Quem Serve a Medida?
Aqui a situação é bem diferente. Embora seja a própria pessoa que se arrasta até o
materialismo, que é a superafirmação da importância do material, o que esse arrastamento faz é outra história: a ânsia e o ato de supermaterializar é chamada de consumismo, hiperafirmação (e hiperredução do sujeito) do consumo.
O serviço que isso presta é imenso e é ele que os capitalistas (doentes de capitalismo, a superafirmação do capital: os que sobrelevam a importância deste) estimulam. Por ele as pessoas vivem nessa correria, à falta de algo mais alto, corrompendo seus corpos e suas mentes, sobrecarregando seus corações e seus sistemas e órgãos.
A ânsia de superposse leva à miséria espiritual esses bilhões; e os demais, os que não vão são alvos de zombaria, sofrem com as chacotas. Portanto, PARA CRIAR A IDÉIA DE SUPERPOSSE é que trabalham os que desejam o usufruto do esforço em favor da superposse. É assim: originalmente as pessoas não nascem com as idéias de superposse, elas devem ser-lhe incutidas, devem ser-lhe introjetadas. A superposse deve ser construída dentro da pessoa, de modo que superdesejando as pessoas se lancem à superconstrutividade. O bebê BG (Bill Gates) não nasceu desejando bilhões, foi preciso que a permissividade e a ocidental temática da coletividade capitalista o instigasse.
SUPERPOSSUÍDOS (na medida em que a pessoa possui uma coisa, essa coisa também a possui; antigamente, mais de 35 anos antes de agora, falei do “complexo do
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corpo estendido” no bojo de um conjunto de textos denominado Instituto de Pesquisa do Futuro; os dez carinhas mais ricos do mundo)
1. Bill Gates
2. Warren Buffet
3. Sheldon Adelson
4. Lawrence Ellison
5. Paul Allen
6. Jim Walton
7. Christy Walton
8. Robson Walton
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Os corpomentes desses se dilataram por todo o mundo, como um octópode.
OCTOPODERES (o grupo do 8: este bem pode ser o símbolo deles: a estrela dos magos)
Se essa métrica FOI IMPLANTADA nos seres humanos ao
longo de 400 gerações desde Jericó, ou antes, ela agora está bem injetada no molde de nossas almas: sabemos que não é fácil livrar-se de nenhum vício (por exemplo, café, cigarros, bebidas, comidas e o resto todo) e livrar-se da idéia de consumo excessivo será ainda mais difícil, demorando várias gerações de 30 anos e mesmo assim só se as pessoas se empenharem a fundo.
A CURVA DO SINO TRABALHA CONTRA E A FAVOR A MÉTRICA IDEOLÓGICA IMPLANTADA NO CERNE DE NOSSA PISCOLOGIA DO
CONSUMO
CONTRA A FAVOR
A LUTA É MESMO COMIGO (disse Milton)
Raça Milton Nascimento/Fernando Brant
Lá vem a força, lá vem a magia
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Que me incendeia o corpo de alegria Lá vem a santa maldita euforia
Que me alucina, me joga e me rodopia Lá vem o canto, o berro de fera
Lá vem a voz de qualquer primavera Lá vem a unha rasgando a garganta
A fome, a fúria, o sangue que já se levanta De onde vem essa coisa tão minha Que me aquece e me faz carinho? De onde vem essa coisa tão crua
Que me acorda e me põe no meio da rua? É um lamento, um canto mais puro Que me ilumina a casa escura
É minha força, é nossa energia Que vem de longe prá nos fazer companhia
É Clementina cantando bonito As aventuras do seu povo aflito É Seu Francisco, boné e cachimbo
Me ensinando que a luta é mesmo comigo Todas Marias, Maria Dominga Atraca Vilma e Tia Hercília É Monsueto e é Grande Otelo
Atraca, atraca que o Naná vem chegando Precisamos treinar os treinadores, precisamos
preparar as escolas, precisamos debater intensamente como diminuir a massa corporal excessiva, o consumo descomunal de produtos, os desejos abrasadores. Precisamos nos conter. Devemos raciocinar dia após dia, ano após ano, década após década até termos corrigido essas aspirações arrasadoras, essas vontades alucinadas e alucinantes, essa doença do queremismo, do querer demais - mais do que necessitamos. Entrementes, não podemos forçar, pois a dialética nos traria de volta ao impulso e com mais ânsia ainda. Nós mesmos não conseguiremos senão falar, nossos filhos se deterão um pouco e nossos netos ainda mais, até que – talvez – nossos bisnetos alcancem um estado de beatitude no ser-ter-estar.
Capítulo 9 Os Submetidos à Riqueza
A riqueza, QUALQUER RIQUEZA é uma situação de
submissão na qual o indivíduo é refém de seus desejos de “quero mais”, sempre mais, indefinidamente mais. Não há fim para o desejo, seja de produtos seja de conhecimento. Desejar é ilimitado, pela própria definição de riqueza no modelo pirâmide.
DESEJO SÓ TERMINA NA CONSUMIÇÃO DO PRÓPRIO UNIVERSO (calculei que com modestos 4 % de crescimento anual consumiríamos a massa inteira do universo em 900 anos; evidentemente esse consumo desbragado não pode prosseguir sem grandes danos a tudo)
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os homens às mulheres
as mulheres aos homens
Certa moça esteve empregada conosco, Neide. Segundo ela seu maior desejo era ter um restaurante
com 200 empregados para dizer “faça isto, faça aquilo”, mandar. Há pessoas que padecem desse mandonismo, da ânsia
irrefreável de conduzir os destinos alheios: ter bastante riqueza para ordenar a remoção de montanhas, a construção de quaisquer edifícios, o apuro do trabalho até o requinte extremado.
A LISTA DAS SUBMISSÕES À RIQUEZA (devem existir milhões de histórias, seria o caso de listar os casos mais conhecidos em livros)
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E ao final de uma vida inteira de mandonismo o que essas pessoas “levaram”? Elas não sofreram as privações que os despossuídos sofreram de dinheiro, de plano-saúde, de conforto térmico, de oportunidades de viajar e ver outros povos e lugares e tantas mais, porém viveram o aguilhão da necessidade constante de mais, mais, mais. Do medo de perder o que granjearam (dentro do sistema) honesta ou desonestamente. Da desconfiança de todos e cada um.
A PRISÃO DOS TENENTES, OS QUE TÊM (o índice de seus sofrimentos é outro, inclusive a crença mais ou menos forte de que os povos se rebelarão e os destruirão: de vez em quando isso acontece mesmo; coloque sua lista)
Estamos todos presos: uns dos excessos que fazem falta a outros, esses outros das demandas com que sonham inutilmente.
Vejo nos centros de compra milhares de produtos brilhantes oferecidos sob luzes ofuscantes sem que a maioria possa comprar. Se pudessem ficariam mais felizes? Não, de modo nenhum, exceto nos primeiros momentos. Como sabemos disso? Pelo tédio dos que podem comprar, pelo fastio do que têm de tudo, pelo enfado dos tenentes. Quem é tenente pretende chegar a capitão, este a major, que aspira atingir o coronelato, onde sonhará com o generalato; estes, não satisfeitos ainda, querem a segunda, a terceira, a quarta, a quinta estrela e o marechalato.
A miséria não cessa nunca.
Capítulo 10 Os Submetidos à Imensidão
Ora, coletivamente pudemos tudo isso, essa imensidão
de coisas. Podemos literalmente um mundo de coisas e nem porisso nos tornamos felizes.
NOSSA IMENSA RIQUEZA (é fundamental que a mídia e os governos mostrem a ampla variedade de coisas do universo, as já presenciadas e aquelas em promessa)
PATAMAR DEMONSTRAÇÃO físico-químico foi a base concedida, encontrada pela Vida
na Terra para o pleno florescimento durante [(13,8 - 3,8 =) 9 bilhões de anos
biológico-p.2 por 3,8 bilhões de anos a Vida na Terra mourejou, batalhou com afinco até nos conceder o espaço revolucionário da
consciência psicológico-p.3 por 300 mil anos desde os neandertais,
passando pelos CRO-magnons até chegar a Jericó há 11 mil anos e tudo que veio daí
juntamos demais
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Para o bem e para o mal estamos submetidos a essa vastidão de coisas, tanto para o aproveitamento possível quanto para o sub-aproveitamento atual.
Aqui estamos nós diante disso tudo. VIDA DE ESTRELA (nas galáxias todas é estimado esse número abaixo, 1022; logo abaixo o incompreensível Sol, posto como fogueira à nossa disposição há 5,0 bilhões de anos)
10.000.000.000.000.000.000.000
Imagine só, isso tudo! E diante disso tudo pense se somos pobres. Veja se é
direito ficarmos chorando feito crianças mimadas. E, principalmente, por quê estamos correndo como
baratas tontas atrás de quinquilharias? Vitória, quinta-feira, 04 de março de 2010. José Augusto Gava.
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ANEXOS Capítulo 2
ECOLOGIA: ECOSSISTEMA Ecologia, uma rápida definição
Ecologia é um conceito que a maioria das pessoas já possui intuitivamente, ou seja, sabemos que nenhum organismo, sendo
ele uma bactéria, um fungo, uma alga, uma árvore, um verme, um inseto, uma ave ou o próprio homem, pode existir autonomamente sem interagir com outros ou mesmo com ambiente físico no qual
ele se encontra. Ao estudo dessas inter-relações entre organismos e o seu meio físico chama-se Ecologia.
Mas, para termos uma definição histórica: “Pela palavra ecologia, queremos designar o conjunto de conhecimentos
relacionados com a economia da natureza - a investigação de todas as relações entre o animal e seu ambiente orgânico e
inorgânico, incluindo suas relações, amistosas ou não, com as plantas e animais que tenham com ele contato direto ou
indireto, - numa palavra, ecologia é o estudo das complexas inter-relações, chamadas por Darwin de condições da luta pela
vida”. Foi assim que Ernest Haeckel, em 1870, definiu ecologia. Assim, como em qualquer outra área, em Ecologia são definidas unidades de estudo, as quais são fundamentais para melhor
compreensão desta Ciência. Utilizando-se um modelo de níveis de organização, fica mais fácil de compreendermos as unidades de estudo da Ecologia. Vejamos o modelo abaixo dos níveis de
organização:
O que é um Ecossistema?
Antes de definirmos, exatamente o conceito de ecossistema, o qual é fundamental para a compreensão desta ciência, podemos
encontrar na figura 1, um outro conceito importante que é o de níveis de organização, o qual pode ser entendido como um
conjunto de entidades, sejam elas genes, células, ou mesmo espécies, agrupadas em uma ordem crescente de complexidade.
Vejamos a figura 1:
Figura 1- Níveis de organização
Em Ecologia, são estudados os níveis da direita, ou seja, de espécies até biosfera. É fundamental, entretanto uma breve
explicação de cada uma destas divisões (unidades ou entidades):
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Figura 2. A - Espécie; B - População;
C - Comunidade; D - Ecossistema.
A - Espécie - dois ou mais organismos são considerados da mesma espécie, quando podem
se reproduzir, originando descendentes férteis. Desta forma, fica claro que, a
menos que haja a intervençãohumana, como no caso do jumento e da égua, naturalmente não
ocorre reprodução entre indivíduos de espécies diferentes.
B- Populações - são formadas por organismos da mesma espécie, isto é, um conjunto de
organismos que podem se reproduzir produzindo descendentes férteis.
C- Comunidades - um conjunto de todas as populações, sejam elas de microorganismos,
animais ou vegetais existentes em uma determinada área, constituem uma
comunidade; também se pode utilizar o conceito de comunidade para designar grupos com uma maior afinidade separadamente, como por exemplo, comunidade vegetal, animal,
etc. Antes de definirmos o próximo conceito, é fundamental entendermos dois parâmetros
importantes em Ecologia; a todos os componentes vivos de um determinado local chamamos bióticos; em contrapartida, o conjunto formado por regime de chuvas,
temperatura, luz, umidade, minerais do solo enfim, toda a parte não viva, é chamada de
componentes abióticos. D- Ecossistemas - em um determinado local, seja uma vegetação de cerrado, mata ciliar,
caatinga, mata atlântica ou floresta amazônica, a todas as relações dos organismos entre si, e com seu meio
ambiente, ou dito de outra forma, a todas as relações entre os fatores bióticos e
abióticos em uma determinada área, chamamos ecossistema. Ou de outra forma, podemos
definir ecossistema de acordo com o modelo 1 acima, como sendo um conjunto de
comunidades interagindo entre si e agindo sobre e/ou sofrendo a ação dos fatores
abióticos. Dentro do conceito de ecossistema, ainda cabe definirmos o
conceito de hábitat, pelo qual entendemos o ambiente físico o qual ocorre(m) uma(s) determinada(s) espécie(s). Ex.: O hábitat
do lobo guará é o cerrado. Biosfera - A terra é composta por vários ecossistemas sejam
eles aquáticos, terrestres ou até mesmo aéreos. A soma de todos
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estes ecossistemas chamamos de biosfera. Portanto, a biosfera seria a parte na qual ocorre vida no planeta e na qual a vida
tem o poder de ação sobre o mesmo. 1- O que é biodiversidade? Resposta NÃO CONFUNDA: Muitas vezes, o termo bioma é utilizado como
sinônimo de ecossistema, no entanto ao contrário do segundo que implica nas inter-relações entre fatores bióticos e abióticos, o primeiro significa uma grande área de vida formada por um complexo de hábitats e comunidades, ou seja, apenas o meio
físico (área) sem as interações. Ex.: Bioma cerrado, bioma mata atlântica.
Figura 3 - Mapa do Brasil mostrando os principais ecossistemas
brasileiros Onde começa e termina um ecossistema? Qual o real tamanho de
um? É difícil dizer onde começa ou termina um ecossistema, ou seja,
qual ou quais os seus limites; entretanto para uma melhor compreensão e mesmo a possibilidade para investigações
científicas existem algumas convenções adotadas. Assim, por exemplo, pode-se adotar inicialmente uma separação entre os meios aquáticos e terrestres. Desta forma, teríamos uma
primeira distinção entre ecossistemas aquáticos e terrestres. Por ecossistema aquático, entenderíamos todos os lagos
naturais, ou artificiais (represas), rios, mares e oceanos. Já em relação aos ecossistemas terrestres, florestas, desertos,
tundras, pradarias, pastagens, etc. seriam exemplos. Mas, e com relação às dimensões de um ecossistema? Para efeito de estudo, geralmente são determinadas o dimensões que não existem naturalmente, desta forma, um vaso, um aquário, ou
mesmo uma cidade inteira são exemplos de ecossistemas criados pela ação humana, pois é interessante notar que nem sempre são. Assim fica claro, que um ecossistema pode ter desde alguns cm2
até milhares de km2!
Exemplos de ecossistemas: terrestres e aquáticos Para uma melhor compreensão, pode-se inicialmente separar os ecossistemas em duas categorias de acordo com o meio em que
ocorrem: ecossistemas terrestres e aquáticos:
Para os ecossistemas terrestres poderíamos enumerar os seguintes:
• Florestais - Podem ser formados no Brasil por vegetação de cerrado, caatinga, matas ciliares, mata atlântica e
floresta amazônica; sendo caracterizados por apresentar uma grande estratificação, ou seja, existem plantas e animais ocorrendo em diferentes alturas (estratos);
• Campos e pastagens - Compostos principalmente por vegetação rasteira onde predominam as gramíneas. A fauna por sua vez, é caraterizada pelo predomínio de animais herbívoros e granívoros (que se alimentam de grãos) tais
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como roedores (ratos), pequenas aves e cervídeos (veados).
Figura 4. Aspecto geral da vegetação de cerrado. Formação vegetal
característica do Planalto Central brasileiro, onde notam-se a presença
de árvores de pequeno porte com troncos retorcidos e casca grossa e predomínio de vegetação rasteira
Figura 5 - Aspecto do interior de mata-ciliar, ou floresta de galeria. Vegetação característica de margens de pequenos rios
e córregos. Este tipo de vegetação é considerado atualmente, como uma área fundamental de preservação, pois está
intimamente relacionado com a manutenção do fluxo e da qualidade da água. Por esta
razão, as matas ciliares ou florestas de galeria são consideradas áreas de preservação permanente, ou seja, em
hipótese alguma podem ser removidas para qualquer tipo de atividade humana.
Figura 6. - Aspecto geral da Mata - Atlântica, que com mais de 3000 quilômetros de extensão, é um dos
ecossistemas com maior diversidade de espécies do Brasil e do planeta. Para exemplificar esta riqueza, basta dizer de que cada duas árvores encontradas
na mata Atlântica, uma só é encontrada nesta floresta. Ou seja, 50% das
árvores só existem aqui e nenhum outro lugar do mundo.
Dunas - No Brasil, não existem desertos, e sim dunas que ocorrem em algumas regiões (Sul e Nordeste), e caracterizam-se por apresentarem solos arenosos, vegetação rasteira - porém
escassa - e uma fauna pouco diversificada.
Figura 7. Aspecto geral das dunas. Formação caracterizada por pouca vegetação, e por sofrer
forte influência do vento (eólica)
Já em relação aos ecossistemas aquáticos, teríamos:
• Lagos - Aqui enquadram-se todos os ecossistemas de águas paradas, ou lênticos (de lenis, calmo); além de lagos,
temos também represas e tanques . • Rios - Além dos rios, teríamos ainda riachos e mananciais;
são chamados também de lóticos (de lotus, lavado).
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Figura 8. Barragem, com lago artificial. Em países em desenvolvimento, como no caso do
Brasil, a energia gerada através do represamento de rios (hidroelétricas) tem
sido, e ainda será a principal fonte energética, devido à disponibilidade de recursos e o custo relativamente baixo.
• Mares - Os mares são as regiões com a maior variedade de vida do planeta; pode parecer surpreendente, mas nem as florestas tropicais igualam-se as regiões litorâneas que
também são chamadas de pelágicas. • Oceanos - Os oceanos, são grandes (cobrem 70% da
superfície terrestre), profundos e contínuos, pois todos - Pacífico, Atlântico e Índico - são interligados; as principais características destes ecossistemas estão
relacionadas as correntes, provocadas pelos ventos e a própria rotação da Terra, e também a salinidade;
Figura 9. Oceano Atlântico. Os oceanos e mares são as fontes mais ricas de
vida do Planeta.
Existem também, uma série de regiões que não poderiam ser enquadradas nem como ecossistemas aquáticos, e nem como
terrestres. Seriam: • Mangue - Na verdade, o correto chamar-se de manguezal e
não mangue, pois a denominação vem da grande quantidade desta planta, ou seja, o mangue. Trata-se de um
ecossistema pantanoso, constantemente alagado com uma vegetação arbustiva e uma fauna caracterizada pela grande
presença de siris e caranguejos. O mangue ocorre geralmente junto a desaguadouros de rios e/ou próximos a
praias. • Paredões rochosos e praias - Ambos ecossistemas são fortemente influenciados pela água do mar, seja através
das marés, ou da pressão exercida pela água. • Brejos - Qualquer área que fique coberta por água doce,
pelo menos em alguma época do ano é considerado um alagado; uma das espécies vegetais mais comuns neste tipo
de ecossistema é a Taboa. Os brejos também são importantes, pois abrigam uma grande variedade de espécies
de aves e mamíferos aquáticos ou semi-aquáticos.
3- As florestas tropicais são importantes ecossistemas pela sua biodiversidade, além de outros fatores tais como, a manutenção de um regime pluviométrico e temperatura das vastas regiões na qual ocorrem. Na década de 70, um jornalista estrangeiro por
ocasião de uma visita a Amazônica, querendo enaltecer a importância da floresta, afirmou que a mesma era o “pulmão do mundo”, sendo a responsável pela manutenção da taxa de oxigênio da atmosfera. Esta afirmação está incorreta. Você poderia dizer
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qual o verdadeiro “pulmão do mundo?".
Figura 10. Aspecto da praia e do mar, dois ecossistemas intimamente relacionados.
Figura 11. -(a) e (b) Ambiente lótico, ou seja, de água corrente.
(c) Detalhe do interior de uma caverna, ambiente este que é caracterizado
pela ausência total e permanente de luz.
Figura 12 - Lagoa de dessedentação. Este tipo de lagoa é chamado de
dessedentação, pois é utilizada para dessedentar o gado. Dessedentar
significa saciar a sede. Estas lagoas podem ser tanto naturais, como
artificiais. Também são importantes, pelo fato de que como qualquer outro reservatório de água estarem sujeitos
ao estabelecimento de organismos nocivos aos animais e também ao homem, pois várias doenças têm o seu ciclo
passando pela água.
Figura 13 - A - Brejo; B - Manguezal.
Os níveis de organização em ecologia População: organismos da mesma espécie que povoa um mesmo
território.
População de gramíneas em um campo
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Comunidade ou Biocenose: é um conjunto formado por populações de espécies distintas que compartilham o mesmo território.
Ecossistema
Assim como uma célula pode ser considerada a unidade fundamental da vida, os ecossistemas podem ser considerados a
unidade fundamental de estudo da ecologia. O ecossistema é constituído por organismos e pelo meio ambiente em que vivem, é onde ocorre a relação dos seres entre si e com
o meio. Como já vimos, podemos encontrar dois componentes dentro do
ecossistema: biocenose e biótopo. A biocenose, também conhecida como comunidade biótica é o fator
vivo do ecossistema. Conjunto de todos os seres vivos que interagem em uma certa região.
O biótipo ou abiótico é o fator físico do ecossistema, ou seja,
que caracteriza o meio, onde os organismos vivos se desenvolvem. Conjunto de todos os fatores ambientais que atuam
diretamente no mundo vivo. Os indivíduos euribiontes são capazes de tolerar amplos limites de variações das condições do
meio onde vivem. Já os estenobiontes, apresentam limites de tolerância baixos. Alguns destes fatores são: temperatura, luz
e água.
Biosfera
Agrupamento dos ecossistemas da Terra.
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Capítulo 6 A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA-MÉTRICA
Metrologia - Sistema Métrico Decimal QUI, 22 DE JANEIRO DE 2009
"Para todos os tempos, para todos os povos" foi o lema com que a Assembléia Nacional surgida na França após a revolução de
1789 anunciou o nascimento do sistema métrico decimal. Imbuídos de um sentimento de universalidade, os novos republicanos pretendiam oferecer à humanidade métodos de medida que, ao
tomar como base as dimensões da Terra, fugissem das ambiguidades e regionalismos dos sistemas anteriores. Menos de
dois séculos depois, porém, foi preciso criar medidas complementares para atender as crescentes necessidades da
ciência. Metrologia é a ciência das medidas, cujo objeto de estudo
compreende os padrões, as grandezas e os sistemas de unidade. Das três grandezas fundamentais, comprimento, massa e tempo,
podem-se derivar todas as outras medidas mecânicas - como área, volume, aceleração e potência. Um sistema prático deve incluir ainda três outras medidas básicas: de grandeza eletromagnética, de temperatura e de intensidade de radiação, como, por exemplo,
da luz. Fazer uma medição significa determinar sua razão em relação a outra medida fixa da mesma espécie, à qual se dá o nome de
unidade. A unidade é uma concepção abstrata, definida por sua relação com algum padrão arbitrário material ou por algum
fenômeno natural. O padrão de comprimento do sistema métrico, por exemplo, foi inicialmente definido por um padrão fixado numa barra de metal, mas desde 1983 tem como referência a
velocidade da luz no vácuo. Medidas e padrões. Toda medida baseia-se nessa comparação de magnitude entre uma determinada entidade física e um padrão de
características conhecidas. A confiabilidade da relação estabelecida entre qualquer quantidade e seu padrão, a escolha de unidades e grandezas fundamentais de medida e a uniformidade e coerência dos sistemas utilizados constituem os princípios
básicos da metrologia. Os primeiros modelos de medida conhecidos têm relação com
magnitudes antropométricas, como o braço, a mão, o palmo ou o pé. Devido à enorme variedade de tais padrões, passou-se a
escolher referências terrestres e, no século XVIII, definiu-se o metro como uma porção do comprimento do meridiano. Os sistemas de natureza física macroscópica, porém, não apresentavam a exatidão exigida pelos novos avanços
científicos. Assim, as conferências internacionais do século XX optaram por tomar grandezas atômicas como base fundamental das
unidades-padrão. Padrões de medida são os sistemas materiais ou naturais
utilizados nas medidas como referências e que constituem a representação física das unidades. Reconhecem-se três classes
de padrões: o primário ou fundamental, o secundário ou de
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referência, e o de uso rotineiro. O padrão ideal de medida deve atender aos seguintes requisitos: (1) ser indestrutível; (2)
ser invariável com o tempo; (3) ser invariável com o local; (4) permitir reproduções; (5) ser facilmente acessível; e (6)
proporcionar medida fácil e precisa. Sistemas antigos. Em restos arqueológicos e referências
literárias antigas aparecem as primeiras unidades de medida na bacia mediterrânea oriental. Dali propagaram-se para as
culturas da Europa ocidental por meio das rotas comerciais e das conquistas gregas e romanas.
Na civilização egípcia, o alto grau de avanço e precisão nas medidas geométricas se verifica na exatidão das proporções de
suas pirâmides e demais construções arquitetônicas. Obrigados a desenvolver toda uma técnica de medição de suas terras, cujas
divisas desapareciam periodicamente em conseqüência das enchentes do rio Nilo, os egípcios empregaram como unidade básica de comprimento o cúbito real (equivalente a 542mm), subdividido em dígitos e palmos. Tinham também uma escala
decimal de peso, cuja unidade denominava-se kite, e medidas para líquidos.
A mina babilônica, com um peso aproximado de 640g (variável segundo as regiões), constituiu uma unidade fundamental em numerosas culturas vizinhas. Hititas, assírios, fenícios e
hebreus empregaram padrões de peso inspirados nela, alguns dos quais foram transmitidos pelos escritos bíblicos: a mina
hebraica, o siclo e o talento, cujos valores como moedas de câmbio dependiam da qualidade do metal.
A expansão da civilização grega no Mediterrâneo, em estreito contato com os povos do norte da África e do Oriente Médio,
serviu à transmissão dos padrões para as regiões ocidentais. O talento foi uma herança evidente dos hebreus, e o dedo
constituía a versão helênica do dígito egípcio. Os romanos adotaram grande parte das unidades gregas, às quais
incorporaram algumas próprias, como a libra, e estenderam seu uso por todos os seus domínios.
A metrologia do Extremo Oriente desenvolveu-se de forma completamente independente das culturas européias, mas seus sistemas de medida também empregaram sobretudo elementos do
corpo humano como padrões. Na China, unidades com o mesmo nome sofriam variações em diferentes zonas geográficas. Shi Huangdi (Shi Huang-ti), que se tornou o primeiro imperador da China no ano 221 a.C., promoveu a unificação das medidas. Os sistemas chineses apresentam como principais particularidades sua
predileção pelas subdivisões decimais das unidades básicas e a invenção da dimensão acústica em medidas de volume (vasos
padronizados produziam sons diferentes de acordo com o volume de cereais ou vinho que continham).
Sistemas medievais. Durante toda a Idade Média, os povos europeus empregaram unidades de pesos e medidas herdadas da cultura greco-latina. As influências árabes e escandinavas, junto a numerosas variedades e adaptações que as diferentes
regiões fizeram dos padrões clássicos, estruturaram um conjunto
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de grandezas e unidades que refletia a desagregação social e política característica da época.
Os esforços de Carlos Magno para impor a uniformização, no início do século IX, foram em vão. O incremento do comércio e a proliferação das grandes feiras nos séculos XII e XIII, porém, conseguiram firmar alguns padrões comuns a diferentes regiões,
pelo menos para os negócios realizados nas feiras. Sistema métrico de pesos e medidas. Com os avanços científicos no início da idade moderna fez-se necessária a criação de um
sistema unificado de pesos e medidas que favorecesse a comunicação das novas descobertas e idéias. A adoção de um
sistema único serviria para superar as dificuldades surgidas como conseqüência da proliferação de medidas locais distintas
que, por vezes, tinham uma mesma denominação e diferente significado.
A primeira proposta a se aproximar do que mais tarde seria o sistema métrico data de 1670, quando o religioso francês
Gabriel Mouton sugeriu uma medida de comprimento baseada no arco de um minuto de longitude, a ser subdividido de forma
decimal. Sua proposta continha três das principais características do sistema métrico: emprego de subdivisões
decimais, prefixos racionais e escolha das dimensões físicas da Terra para estabelecer as unidades básicas.
Após a revolução francesa, realizou-se a primeira tentativa de vulto para obter um sistema único de medidas e unidades. O
político e diplomata Charles-Maurice de Talleyrand, membro da Assembléia Constituinte da nascente República da França, propôs
em abril de 1790 a nomeação de um comitê científico para elaborar um relatório sobre a escolha de grandezas e unidades
fundamentais. A equipe pronunciou-se a favor de um novo sistema baseado numa unidade física natural para garantir sua
imutabilidade. O metro foi definido como a décima-milionésima parte de um quadrante do meridiano terrestre que passa por Paris e passou a ser a base de um sistema decimal linear.
Os engenheiros Jean-Baptiste-Joseph Delambre e Pierre-François-André Méchain receberam o encargo de determinar o comprimento
exato do metro segundo essa definição. Depois de anos de trabalho de campo e administrativo, o órgão executivo da
república francesa, apresentou oficialmente o padrão de metro que serviu como base do sistema métrico decimal, rapidamente adotado em toda a França. Também estabeleceu os prefixos para múltiplos e submúltiplos das unidades fundamentais, derivados
de vocábulos gregos (deci, centi, quilo etc.). Como unidade básica de massa foi escolhido o grama, equivalente a um centímetro cúbico de água pura à temperatura de 4o C, em que sua densidade é máxima. Fabricou-se um cilindro de platina que foi declarado o padrão equivalente a mil gramas; o litro
foi definido como o equivalente ao volume de um cubo regular de dez centímetros de lado; e o are, superfície formada por um
quadrado de dez metros de lado, foi tomado como unidade fundamental de área.
O sistema francês, tornado lei em 1799, teve sua propagação na
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Europa facilitada pelos sucessos militares da revolução francesa e de Napoleão, mas ainda levou algum tempo para
superar a inércia que mantinha os sistemas medievais em uso. Na convivência dos sistemas, que passaram a ser adotados lado a
lado, as vantagens oferecidas pelo sistema métrico comprovaram-se decisivas para sua aceitação definitiva e, em 1840, passou a
ser o único sistema aceito oficialmente na França. A partir de então, o sistema métrico passou a ser utilizado em todo o mundo. É curioso notar que, em muitos países, o metro
foi adotado no decorrer de grandes mudanças sociais, exatamente como em seu início na França. Assim se deu em algumas nações da
América Latina, na União Soviética, na China e no Japão. No Brasil, o imperador D. Pedro II mandou adotar oficialmente o sistema métrico decimal, então conhecido como "sistema métrico francês", em lei imperial de 26 de junho de 1862. A adesão à
orientação internacional, no entanto, só se deu de forma definitiva quando o país se fez representar na XI Conferência Internacional de Pesos e Medidas de 1960, em Paris, em que foi ratificado o Sistema Internacional de Unidades (abreviado em
todas as línguas como SI), uma ampliação do sistema métrico. Em 1961, foi criado o Instituto Nacional de Pesos e Medidas e, em
1967, o Brasil adotou oficialmente o SI. Exceto em certas aplicações científicas e técnicas, o Reino Unido conservou o sistema de unidades próprio que evoluiu
diretamente das concepções romanas e medievais de medida. Suas unidades de comprimento mais destacadas fazem referência a
medidas antropométricas -- polegada, pé, jarda (três pés) etc. A milha surgiu bem mais tarde. O galão é a versão inglesa de
uma antiga medida medieval de volume, enquanto a libra, unidade de peso, deriva-se da romana. A onça é a principal subdivisão da libra, e o acre é a unidade de superfície mais utilizada. Quando se criou o SI, os países de língua inglesa mostraram-se
contrários a sua adoção e mantiveram suas unidades tradicionais. Contudo, a evidente utilidade do sistema métrico
decimal e o isolamento científico e técnico provocado pelo emprego de unidades diferentes das internacionais levaram os países anglófonos a adotarem o SI a partir da década de 1970,
mas as unidades inglesas se mantêm na vida cotidiana. Sistema internacional: os rápidos avanços científicos e
tecnológicos provocaram o surgimento de vários subsistemas improvisados pelos cientistas para atender às necessidades de sua área de pesquisa. Ao mesmo tempo, os padrões fixados no
século XVIII não tinham um grau de precisão adequado à atividade científica do século XX. O primeiro sistema
internacional criado para tentar corrigir essa situação foi o MKS (metro-quilograma-segundo) e o CGS (centímetro-quilograma-
segundo), mais adequado para pequenas dimensões. Para atender à definição das unidades elétricas básicas,
acrescentaram-se, em 1937, três novas medidas, cujos nomes se inspiraram em cientistas eminentes do passado. A unidade de
força, denominada newton, foi definida como a força necessária para fornecer a uma massa de um quilograma uma aceleração de um
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metro por segundo ao quadrado. A unidade de energia (joule) define-se como o trabalho realizado quando o ponto de aplicação
de um newton é deslocado um metro na direção da força. A unidade de potência (watt) é o trabalho realizado na proporção
de um joule por segundo. As regras do SI para os prefixos, as unidades derivadas e as
suplementares, assim como uma série de especificações sobre seu uso foram fixadas pela conferência de 1960. Alguns padrões derivaram dos antigos suportes físicos do sistema métrico
decimal, assim como os prefixos para múltiplos e submúltiplos das unidades. O Sistema Internacional de 1960, baseado no MKS,
adotou e definiu as unidades básicas. Metro: a unidade de comprimento do SI é o metro. Após ser
escolhido, no século XVIII, como unidade fundamental do sistema métrico, e enquanto não era concluída a medição do quadrante do meridiano terrestre que vai do pólo norte à linha do equador, passando por Paris, a Assembléia Nacional autorizou a criação de um metro e um quilograma provisórios, a fim de atender as necessidades imediatas. O metro padrão foi conservado nos
Arquivos da França e duas cópias guardadas no Conservatório de Artes e Ofícios e no Observatório de Paris.
Com o progresso da ciência e a melhoria dos níveis de precisão das medidas, dos instrumentos e dos métodos de medição,
constatou-se mais tarde que o metro padrão não mais representava exatamente a fração estabelecida do meridiano
terrestre, da qual diferia, para menos, em 0,187mm. Concluiu-se, porém, que não era aconselhável alterar o padrão cada vez que se medisse o arco do meridiano com maior precisão. No
início da década de 1870, com a crescente aceitação internacional do sistema métrico e a necessidade de se criar cópias destinadas aos diversos países, decidiu-se que o metro dos Arquivos da França seria tomado como ponto de partida "no
estado em que se encontrava". Em 1874, construiu-se um novo padrão em platina iridiada
(noventa por cento de platina e dez por cento de irídio), no qual se reproduziu o comprimento do metro original mediante dois traços gravados a cerca de 0,8mm de distância de cada
extremidade. A distância entre os dois traços no novo padrão, à temperatura de 0o C, passou a representar o metro. Para
distribuição a outros países, trinta padrões secundários foram construídos com a mesma liga usada na fabricação do novo
padrão. O metro padrão é conservado no Bureau Internacional de Pesos e Medidas, em Sèvres, nas proximidades de Paris.
O metro foi redefinido em 1960 como equivalente a 1.650.763,73 comprimentos de onda, no vácuo, da radiação alaranjada do átomo de criptônio 86. Na década de 1980, porém, avanços nas técnicas de medições permitiram obter, com precisão inédita, o valor da velocidade da luz, aceita pela Conferência Internacional de
Pesos e Medidas como uma constante igual a exatamente 299.792.458 metros por segundo. Assim, a partir de 1983, o
metro passou a ser definido como a distância percorrida pela luz no vácuo em 1/299.792.458 de segundo.
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A substituição de um padrão material, sujeito ao desgaste ao longo do tempo, por um padrão natural acessível a qualquer
laboratório de medidas e inalterável com o tempo, resultou numa precisão maior em sua reprodutibilidade e é um exemplo
significativo da busca contínua de padrões que se baseiem em fenômenos naturais e imutáveis.
Quilograma: construído junto com o padrão provisório do metro, no final do século XVIII, o padrão provisório do quilograma,
chamado "grave", está guardado no Observatório de Paris. Trata-se de um cilindro reto de cobre, de altura aproximadamente igual ao diâmetro (243,5mm), representando o peso de um
decímetro cúbico de água destilada a 4o C. Quase um século mais tarde, construiu-se um novo padrão, também
cilíndrico, da mesma liga de platina iridiada utilizada na fabricação do novo padrão do metro. Esse novo padrão do
quilograma, que está conservado no Bureau Internacional de Pesos e Medidas de Sèvres, ainda hoje determina a unidade de massa internacionalmente adotada. Trata-se da única unidade do
SI definida a partir de um suporte físico. Segundo: a unidade de tempo adotada em todo o mundo é o
segundo, definido no SI como "duração de 9.192.631.770 períodos de radiação correspondente à transição entre os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo do césio 133".
Até 1956, o padrão de tempo era o segundo solar médio, definido como 1/86.400 do dia solar médio. O dia solar é o intervalo
entre duas passagens consecutivas do Sol pelo plano do meridiano do local considerado. No entanto, evidenciou-se que a
velocidade de rotação da Terra está decrescendo lentamente. Além disso, ocorre uma flutuação no valor da velocidade de
rotação devido a fatores diversos. Tais considerações justificaram o abandono do segundo solar médio como padrão de
tempo. Ampère: a unidade básica de corrente elétrica adotada pelo SI é o ampère, cujo símbolo é A. Seu padrão equivale à intensidade de uma corrente constante que, mantida em dois fios condutores
retilíneos e paralelos, de comprimento infinito e seção transversal insignificante, situados no vácuo a um metro de distância entre si, produz, entre esses condutores, uma força
de 2 x 10-7 newtons por metro de comprimento. Kelvin: unidade de temperatura termodinâmica, o kelvin, de símbolo K, fixa sua origem no zero absoluto e adota para o
ponto tríplice da água - no qual a temperatura e a pressão de seus estados sólido, líquido e gasoso se encontram em
equilíbrio - o valor exato de 273,15 K. As medidas da temperatura termodinâmica, em termos da escala Kelvin, são feitas nos laboratórios dos institutos de medidas por meio de um termômetro de gás e volume constante, mas essa
técnica demanda considerável experiência e é incapaz de proporcionar precisão satisfatória. Por essa razão, foi introduzida em 1948 uma escala internacional prática de
temperaturas, ou escala Celsius, em que os graus Celsius (º C) se situam a intervalos iguais aos Kelvin e o ponto zero da
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escala Celsius corresponde a 273,15 K. A escala Celsius baseia-se na diferença de temperatura entre o ponto de fusão do gelo
(º C) e o ponto de ebulição da água (100º C). Candela: unidade de intensidade luminosa do SI, a candela, cujo
símbolo é cd, baseia-se nos padrões de chama ou filamento incandescente. É definida como a intensidade luminosa, na
direção perpendicular, de uma superfície de 1/600.000m2, de um corpo negro (capaz de absorver ou emitir radiação de forma teoricamente perfeita) à temperatura de solidificação da
platina (aproximadamente 1.775º C), sob a pressão atmosférica padrão (101.325 newtons por metro quadrado). A candela
substituiu a antiga unidade de intensidade luminosa usada no cálculo de iluminação artificial, a vela, equivalente à
intensidade de uma vela de cera de constituição e dimensões padronizadas.
As unidades derivadas do SI são aquelas que se formam ao combinar as básicas segundo relações algébricas que associam as
grandezas correspondentes. Algumas unidades, como o mol (unidade de quantidade de substância cuja massa equivale à de um átomo de carbono 12), denominam-se suplementares, pois não são facilmente situáveis entre as básicas e as derivadas.
Sistema métrico IDÉIAS E PALAVRAS PARA MEDIR O MUNDO
Antonio Rodrigues Neto*
Medir é comparar - e aprendemos isso, de forma intuitiva, quando ainda somos crianças. À medida que crescemos, contudo, descobrimos que é necessário definirmos uma referência como
ponto de partida.
Tente medir o comprimento e a largura da sua mesa ou do seu quarto, sem usar régua, trena ou qualquer instrumento
apropriado para esse tipo de experiência. A tendência é de, intuitivamente, utilizarmos a palma da mão para medir a mesa e os passos, sem esticar muito as pernas, para medir o quarto.
Esses dois instrumentos do nosso corpo, o comprimento da mão e o intervalo entre os pés, são usados muitas vezes. No entanto,
podemos perceber que esses métodos exigem alguns ajustes, principalmente se tais medidas precisarem ser registradas ou
comunicadas a outras pessoas.
Depois de utilizar a palma da mão e os passos, percebemos que os resultados obtidos são aproximados, e nos permitem apenas ter uma vaga noção de quanto o comprimento do quarto é maior
que o da mesa.
Padrões precisos Assim, se nosso objetivo for, por exemplo, informar o resultado das medições a um marceneiro ou um pedreiro, perceberemos a fragilidade dessas medidas, pois elas se referem a padrões
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individuais, variáveis de pessoa a pessoa - e para que a comunicação seja efetiva é necessário que os padrões sejam
coletivos e precisos.
Foi por esse motivo, diante de tal necessidade, que surgiram unidades internacionais de comprimento, massa, tempo e de
outras grandezas, para que os homens e os países pudessem se comunicar com facilidade, precisão e rapidez.
Para ilustrar essa grande viagem humana, este texto se
concentrará na unidade de comprimento. É o suficiente para mostrar a riqueza da invenção das unidades de medida.
Do metro ao angstrom
O metro foi definido, em 1791, como uma fração de 1/10.000.000 da distância do Pólo Norte ao Equador, seguindo o traçado do
meridiano que passa por Paris. É uma bela aplicação do conceito de fração, a fim de se obter um pedaço do comprimento da
circunferência da Terra.
A idéia do número fracionário, elaborada no Egito para evitar desperdício ou controlar a escassez de pão, é aplicada, no caso acima, não para se obter um pedaço de pão, mas um pedaço de linha do meridiano terrestre. Um pedaço que passou a ser representado por uma barra de platina, guardada no Bureau
Internacional de Pesos e Medidas, na França.
Essa definição, atualmente aperfeiçoada - nos dias de hoje, o metro é definido como o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de
segundo -, foi reproduzida no mundo inteiro, para que todos conseguissem se comunicar nas suas diferentes necessidades
sociais ou experiências matemáticas.
O conceito de fração, um padrão definido mundialmente, além de servir como recurso na definição do metro, foi usado também para fragmentá-lo em 10, 100 e 1.000 partes iguais. Para cada parte fragmentada é definida uma regra e um nome. A décima parte do metro (m) passa, assim, a ser chamada de decímetro
(dm); a centésima, de centímetro (cm); e a milésima, de milímetro (mm) - cada uma delas com seu símbolo respectivo.
Seguindo essa idéia de sempre dividir por 10, o homem invadiu o mundo microscópico, dividindo também o milímetro por 10, 100 e 1.000 partes, sendo que esta última divisão foi definida como mícron (µm). Uma bactéria, por exemplo, tem aproximadamente 20 mícrons de comprimento. Em relação ao milímetro, poderíamos
definir o comprimento da bactéria com esta fórmula:
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O jogo continua indefinidamente, acompanhando a evolução da ciência. Há, por exemplo, o nanômetro (nm), definido como a
bilionésima parte do metro, e o angstrom (Å), a décima parte do nanômetro.
Do metro ao ano-luz
Esse processo de fragmentar o metro em partes iguais, em grupos de 10, para medir comprimentos de bactérias, de vírus ou do diâmetro dos átomos pode tomar um caminho inverso. Da mesma forma que submergimos no mundo microscópico podemos emergir para o mundo macroscópico. Em vez de dividir o metro por 10, multiplicamos: o decâmetro (dam) é definido como dez vezes maior que o metro; e temos, seguindo a mesma lógica, o
hectômetro (hm), igual a 100 x 1m, e o conhecido quilômetro (km), igual a 1.000 x 1m.
O procedimento de medir comprimentos é o mesmo usado para medir distâncias. Os dois são sinônimos, ambos estão relacionados ao mundo geométrico e servem para medir o intervalo entre dois
pontos. Assim, da mesma forma que surgiu a necessidade de medir o comprimento de um vírus, também surgiu a necessidade de medir
a distância entre a Terra e o Sol - em outras palavras, o comprimento da linha reta, ou aproximadamente reta, que separa
esses dois corpos celestes. Nessa expansão de medir o mundo macroscópico elaborou-se o
conceito de ano-luz. Multiplicar o metro por um bilhão é pouco para se registrar as distâncias entre as galáxias. Usando a
velocidade da luz como referência, inventou-se a unidade ano-luz a partir de uma regra de três: se a luz percorre 300.000 km em 1 segundo, então quantos quilômetros ela percorre em um ano? Calculamos a quantidade de segundos em um ano, que é de 365 x 24 x 60 x 60, e depois, seguindo a técnica da regra de três, multiplicamos esse resultado por 300.000 km. Tudo isso para sabermos que o diâmetro de nossa galáxia, a Via Láctea, tem
cerca de 100.000 anos-luz. O desafio de medir o tamanho de uma constelação é semelhante ao de medir a dimensão de um vírus. Nesse tipo de desafio, nesse jogo, os dois procedimentos conduzem ao conceito de infinito,
provocando o surgimento de novos conceitos e de novas formas de se transmitir informações com precisão. Dirigimos nosso olhar
para o mundo macroscópico ou microscópico - e temos dois caminhos fisicamente opostos, que conduzem ao conhecimento sem
dúvida infinito, mas que têm como ponto de partida, como padrão, o homem.
Sugestão: conheça um prático e útil conversor de medidas.
*Antonio Rodrigues Neto, professor de matemática no ensino
fundamental e superior, é mestre em educação pela USP e autor do livro "Geometria e Estética: experiências com o jogo de
xadrez" pela Editora da UNESP.
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Metro Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O metro (símbolo: m) é uma unidade de medida de comprimento padrão que tem por base as dimensões da terra e o sistema
numérico decimal. É uma das unidades básicas do Sistema Internacional de
Unidades. Largamente usada no mundo inteiro em muitos sectores, principalmente na construção civil e na indústria mecânica. Atualmente o metro é definido como sendo "o comprimento do
trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de segundo" (unidade de base ratificada pela 17ª CGPM - 1983).[1][2] O trajeto total percorrido pela luz no vácuo em um segundo se chama segundo luz. A adoção desta definição corresponde a fixar a velocidade da luz no vácuo em
299.792.458 m/s.
A barra de platina-irídio utilizada como protótipo do metro de
1889 a 1960 História
Embora a origem da palavra seja o termo grego μέτρον (metron), medida, através do francês mètre, a procura por uma unidade
padrão de medição é bem mais antiga. Em 1789 o Governo Republicano Francês fez um pedido à Academia de Ciências da França para que criasse um sistema de medidas baseadas em uma constante não arbitrária. Após esse pedido, em
25 de junho de 1792, um grupo de investigadores franceses, composto de físicos, astrônomos e agrimensores, deu início a
esta tarefa, definindo assim que a unidade de comprimento metro deveria corresponder a uma determinada fracção da
circunferência da Terra (1/40.000.000, ou 1 metro e 1,8 mm) e correspondente também a um intervalo de graus do meridiano terrestre, o que resultou num protótipo internacional em platina iridiada, ainda hoje conservado no Escritório
Internacional de Pesos e Medidas (Bureau international des poids et mesures), na França, e que constitui o metro-padrão. A medida definida por convenção, com base nas dimensões da
Terra, equivale à décima milionésima parte do quadrante de um meridiano terrestre, com a crescente demanda de mais precisão
do referencial e possibilidade de sua reprodução mais imediata, levou os parâmetros da unidade básica a serem reproduzidos em laboratório e comparados a outro valor constante no universo, que é a velocidade de propagação eletromagnética. Assim sendo,
a décima milionésima parte do quadrante de um meridiano terrestre, medida em laboratório, corresponde ao espaço linear
percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo correspondente a 1/299.792.458 de segundo, e que continua sendo
o metro padrão.
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Múltiplos A unidade principal de comprimento é o metro, entretanto
existem situações em que essa unidade deixa de ser prática. Se queremos medir grandes extensões ela é muito pequena. Por outro lado, se queremos medir extensões muito "pequenas", a unidade
metro é muito "grande". Os múltiplos e submúltiplos do metro são chamados de unidades
secundárias de comprimento. No Sistema Internacional de Medidas (SI) são usados múltiplos e
divisões do metro: Múltiplo Nome Símbolo Submúltiplo Nome Símbolo
100 metro m 100 metro m
10¹ decâmetro dam 10−1 decímetro dm
10² hectômetro / / hectómetro hm 10−2 centímetro cm
10³ quilômetro / / quilómetro km 10−3 milímetro mm
106 megametro Mm 10−6 micrometro µm
109 gigametro Gm 10−9 nanometro nm
1012 terametro Tm 10−12 picometro pm
1015 petametro Pm 10−15 femtômetro/fentómetro [3] fm
1018 exametro Em 10−18 attometro/atometro[3] am
1021 zettametro/zetametro Zm 10−21 zeptômetro / / zeptómetro[3] zm
1024 iotametro Ym 10−24 yoctômetro / / ioctómetro[3] ym
Há também o ångström, que equivale a 10−10 metros, utilizado principalmente na física para lidar com grandezas da ordem do
átomo e que não faz parte do SI. Equivalências no S.I.
• 1.000 mm • 100 cm • 10 dm
• 0,1 dam • 0,01 hm • 0,001 km
Equivalências em outras unidades 1 polegada = 1" = 25,4 mm = 0,0254 m 1 pé = 1' = 30,4799 cm = 0,304799 m
1 jarda = 1 yd = 0,914399 m 1 légua = 6600 m
1 milha terrestre = 1609,3 m 1 milha marítima = 1852 m
1 braça = 2,2 m 1 corrente = 20,1168 m
1 tarefa (AL, SE) = 3053 m 1 tarefa (MG) = 3630 m 1 tarefa (BA) = 4356 m 1 vara = 2,96 m