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1 1 A Imensa Riqueza Nossa 1. Nossa 2. Riqueza 3. Imensa 4. O Que é Riqueza? 5. Quem Mede? 6. Quem Inventou o Metro? 7. Que Usa a Medida? 8. A Quem Serve a Medida? 9. Os Submetidos à Riqueza 10. Os Submetidos à Imensidão Vitória, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010. José Augusto Gava.

A Imensa Riqueza Nossa

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nossa família humana é tremendamente rica e nem se dá conta disso, por não saber contar

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A Imensa Riqueza Nossa

1. Nossa 2. Riqueza 3. Imensa

4. O Que é Riqueza? 5. Quem Mede?

6. Quem Inventou o Metro? 7. Que Usa a Medida?

8. A Quem Serve a Medida? 9. Os Submetidos à Riqueza 10. Os Submetidos à Imensidão

Vitória, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010. José Augusto Gava.

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Capítulo 1 Nossa

Já escrevi a cartilha Convivendo com os Bilionários,

de modo que esta - não sendo propriamente nem inútil nem adendo - poderia ser a muito custo dispensada, mas falaremos de coisas paralelas e complementares.

De quanta riqueza eu e minha família, quer dizer, meus filhos e eu dispomos? Descobri no modelo pirâmide que em termos humanos ilimitada, inexaurível.

Em primeiro lugar (veja a cartilha acima citada) somos bilionários de muitos modos diferentes:

1.1. pelo lado da física-química, em razão de todas as operações em curso neste universo extraordinário, somos herdeiros de 13,72 bilhões de anos-luz de raio;

1.2. pelo lado da biologia-p.2 toda a ampla variedade de 10 a 100 milhões de espécies postas numa REDE DE COMPLEMENTAÇÃO chamada ecologia com bilhões de seres;

1.3. pelo lado da psicologia-p.3 o espantoso número (a caminho) de 7,0 bilhões de seres humanos vivos e herança dos (estimados) 100 bilhões de nascidos.

VIXE MARIA! (quadros sintéticos do Modelo pirâmide)

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É DEMAIS, É DEMAIS, É SHOW (como diz o povo) a) RIQUEZA PESSOAL: a.1. individual (a caminho de 7,0 bilhões); a.2. familiar (em torno de 1,4 bilhão); a.3. grupal; a.4. empresarial (talvez 120 milhões); b) RIQUEZA AMBIENTAL:

b.1. urbano-municipal (estimadas 300 mil cidades);

b.2. estadual (estimados quatro mil); b.3. nacional (em torno de 200); b.4. mundial.

Em torno de nós pipocam os produtos da mídia (TV, Revista, Jornal, Livro-Editoria, Rádio, Internet e outros meios), há 8,0 mil universidades, há 8,0 mil bancos, há 6,5 mil empregos. Enfim, é mais do que podemos consumir.

Só de álbuns em quadrinhos que pudemos comprar há em casa mais de 600; no mundo são milhares ou dezenas ou centenas de milhares, sei lá, seria o caso de investigar. De livros temos uns 6,0 mil ou mais, porém o Mindlin recém falecido caminhou para 100 mil e nas bibliotecas públicas maiores chegamos perto de 10 milhões.

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NÃO CANSO DE ME ESPANTAR COM TANTA RIQUEZA (a maior parte da gente não vê, vive reclamando)

LISTAS DAS NOSSAS RIQUEZAS: RIQUEZA EM CONHECIMENTO (há apenas 500 anos os tecnocientistas podiam ser contados nos dedos)

NÚMERO NO MUNDO PROFISSÃO TÉCNICA PROFISSÃO CIENTÍFICA

engenheiros físicos x.1 químicos

médicos biólogos x.2 p.2

psiquiatras psicólogos x.3 p.3

cibernéticos informáticos x.4 p.4

astrônomos cosmólogos x.5 p.5

discursivos (são os políticos) dialógicos (mesmo agora não há) x.6 p.6

ABSOLUTO RELATIVO ABSOLUTO RELATIVO

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Não se trata apenas de mostrar QUANDO houve tantos assim, pois se estamos progredindo serão quase sempre em maior número logo adiante; a questão é pensar como temos TANTOS (embora devêssemos ter muito mais, se as coisas fosse divididas com equidade) hoje. Quantos engenheiros havia há 200 anos capazes de ultrapassar abismos? Quantos metalúrgicos fabricariam ligas para tal?

PASSANDO POR SOBRE O ABISMO (algo-Natureza ou alguém-Deus - ou ambos – inventou o abismo e alguém a ponte sobre o abismo)

Capítulo 2 Riqueza

Na realidade, estamos colocados entre tantas riquezas

que é absurdo não nos darmos conta; somos como sedentos morrendo de sede num mar de água doce. Somos gente riquíssima pedindo esmolas.

OS TIPOS DE RIQUEZA (a classificação vem da psicologia) 1. riqueza figurativa (das figuras ou psicanálises); 2. riqueza objetiva (das metas ou psico-sínteses;

devem ser metas cumpridas, claro, ficar sonhando não leva a nada);

3. riqueza produtiva (das produções ou economias): 3.1. provinda da agropecuária/extrativismo; 3.2. advinda das indústrias; 3.3. decorrente do comércio; 3.4. derivada dos serviços; 3.5. procedente dos bancos;

4. riqueza associativa (das organizações ou sociologias);

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5. riqueza “tempespaçativa”, digamos assim, pois a palavra não existe (dos espaçotempos ou geo-histórias).

Tem gente que só vê as riquezas ditas “materiais”, quer dizer, as econômico-financeiras (econômicas são aquelas fixadas, financeiras as disponíveis imediatamente), mas evidentemente existem muitas outras.

COMO AVALIAR AS RIQUEZAS DAS FIGURAS? IDEALISTAS

7 iluminados 6 santos-sábios 5 estadistas 4 pesquisadores pelego material-ideal 3 profissionais 2 lideranças 1 povo

MATERIALISTAS Os de baixo vêem os de cima como perfeitamente tolos

no que tange ao “verdadeiramente importante”, como seria ter objetos, posses e coisas assim e chutam as belas criaturas, os cães, gatos, passarinhos, etc. Os de cima se condoem dos de baixo, presos às transitoriedades representativas.

Há os ricos em cuidados com os demais. Há os ricos em cuidados consigo, no que se miram os

outros para fazer as vidas durarem mais. Há os educados, há os honestos, há os bons. Há tantas riquezas quanto há pobrezas do tipo da

desonestidade, da sem-vergonhice, das mentiras, dos destratamentos e assim por diante.

Nem de longe as únicas riquezas são as materiais ou econômico-financeiras como ouro e demais metais preciosos, posses, ações, pedras preciosas, patentes. Nem de longe.

UMA RIQUEZA DA QUAL NÃO NOS DEMOS CONTA VIDA REPRESENTANTES fungos

plantas

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animais

primatas

humanos

São mapas do ADRN. Melhor ainda, são MAPAS COLIGADOS, são mapas

interconexos postos segundos graus crescentes de complexidade. CONEXÃO BIOLÓGICA

COMPLEXIDADE DA REDE

2b

A - Espécie dois ou mais organismos são considerados da mesma espécie, quando podem se reproduzir,

originando descendentes férteis. Desta forma, fica claro que, a menos que haja a

intervenção humana, como no caso do jumento e da égua, naturalmente não ocorre reprodução entre indivíduos de espécies diferentes.

B - Populações são formadas por organismos da mesma espécie, isto é, um conjunto de organismos que podem

se reproduzir produzindo descendentes férteis.

C - Comunidades um conjunto de todas as populações, sejam elas de microorganismos, animais ou vegetais

existentes em uma determinada área, constituem uma comunidade; também se pode utilizar o conceito de comunidade para designar grupos com uma maior afinidade

separadamente, como por exemplo, comunidade vegetal, animal, etc.

Antes de definirmos o próximo conceito, é fundamental entendermos dois parâmetros importantes em Ecologia; a todos os

componentes vivos de um determinado local chamamos bióticos; em contrapartida, o conjunto formado por regime de chuvas,

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temperatura, luz, umidade, minerais do solo enfim, toda a parte não viva, é chamada de

componentes abióticos. D - Ecossistemas em um determinado local, seja uma vegetação

de cerrado, mata ciliar, caatinga, mata atlântica ou floresta amazônica, a todas as relações dos organismos entre si, e com seu meio ambiente, ou dito de outra forma, a

todas as relações entre os fatores bióticos e abióticos em uma determinada área, chamamos ecossistema. Ou de outra forma, podemos

definir ecossistema de acordo com o modelo 1 acima, como sendo um conjunto de comunidades interagindo entre si e agindo sobre e/ou

sofrendo a ação dos fatores abióticos. Dentro do conceito de ecossistema, ainda cabe

definirmos o conceito de hábitat, pelo qual entendemos o ambiente físico o qual ocorre(m)

uma(s) determinada(s) espécie(s). Ex.: O hábitat do lobo guará é o cerrado.

E - Biosfera A terra é composta por vários ecossistemas sejam eles aquáticos, terrestres ou até mesmo aéreos. A soma de todos estes ecossistemas chamamos de biosfera. Portanto, a biosfera

seria a parte na qual ocorre vida no planeta e na qual a vida tem o poder de ação sobre o

mesmo.

“organismo“ é o que chamo de corpomente, o indivíduo biológico A complexidade das redes psicológicas é ainda maior,

incomensuravelmente maior. CONEXÃO PSICOLÓGICA

SUPERCOMPLEXIDADE DA REDE

2p

2b mundo nação estado

cidade-município empresa grupo

família indivíduo Para viver nos apoiamos nessa complexidade e nessa

supercomplexidade toda. Quem diz “não devo nada a ninguém” não passa de um idiota que imagina estar pagando 30 centavos por um pão sem nem imaginar a tremendíssima dificuldade até o pão ficar pronto, crocante e quentinho, na cuba da padaria.

Só para descrever como o pão foi parar ali demoraria dezenas de semanas, mais de ano, e isso só para tocar porções, nem todas as ligações.

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Não foi só Newton que se apoiou nos ombros de gigantes, fomos todos nós.

Capítulo 3 Imensa

Quando mais espraiei minha memória para todos os

lados mais fui capaz de ver a incomprensível complexidade de toda a construção. O fato de termos fragmentado todo o Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática) fez parecer que podíamos compreender pedacinhos estanques.

Quem faz parte da Primeira Escola de Gravitação compreende quase tudo de quase nada, esquecendo-se que há inumeráveis caminhos dentro de inumeráveis cabeças “completantes”, que completam a sua. Na realidade o que vai adiante é a humanidade, nosso conjunto, do qual somos penduricalhos. O físico não se vê como célula dessa máquina extraordinária, pensa ainda que é indivíduo-indivíduo e não indivíduo-mundo.

CONHECIMENTO-ESTANQUE (apesar do pensamento contrário isso nos faz pouco bem)

Ocidente e Oriente suspiram um pelo outro mas não se tornam

amigos

os conhecimento estancados, fechado em caixas chamadas

“cursos” FAÇA LISTAS DE DEPENDÊNCIAS (ficamos em dependências) – se tivéssemos a mínima chance de lembrar-nos de todos de quem dependemos!

classes das tarefas

operários intelectuais militares financistas burocratas

classes econômicas

agropecuaristas-extrativistas industriais comerciantes dos serviços banqueiros

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Seria interessante avaliar num congresso a riqueza de elementos de nossa composição humana.

O CONGRESSO DA COMPLEXIDADE (uma tentativa de avaliar a dimensão da construção humana)

DEPUTADOS PRÁTICOS CENTRAÇÃO SENADORES TEÓRICOS

Como você pode pensar isso interferirá poderosamente

na futura pedagogia e no respeito mútuo dos seres humanos (a pedagogia verdadeira depende de verdadeiro respeito), bem como nas avaliações político-ideológicas.

Quando os pedagogos virem a insuspeitada complexidade de nossa existência psicológica eles tratarão com muito maior deferência as pessoas capazes de aprender (que, afinal de contas, são todos). Todos os tecnartistas, todos os pesquisadores, todos os desenvolvedores terão pelo ser humano isolado e coletivo muito maior respeito.

Capítulo 4 O Que é Riqueza?

Como defini no modelo: 1) pobreza é não-ter e tem limite

inferior (é não ter absolutamente nada; portanto, é absoluto);

2) riqueza é ter, e não tem qualquer limite (pois poderíamos ter cada vez mais tanto em quantidade quanto em qualidade; então, é relativo).

A riqueza é um delimitador da pessoa, ela sempre vai ser inferior a de alguém que possui algo que a primeira não tem; ela suprime o indivíduo, retira-lhe a liberdade, dado que o aprisiona no desejo.

A pobreza é libertadora, ela limpa o indivíduo de suas ilusões e supressões, de seus desejos, mas quase ninguém quer ser pobre, muito menos pobre de tudo. É como Buda disse, porém ele ensinou e poucos aprenderam. Os únicos verdadeiramente livres são os mendigos e os loucos.

ASSIM SEJA POBREZA RICO-POBRE (médio) RIQUEZA não-ter ter

libertadora aprisionadora

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Nós seríamos os seres mais livres se não houvesse

universo nenhum. Havendo, se não tivéssemos riqueza nenhuma, nenhuma posse; pois ter um carro cria apego, ter uma esposa cria apego, ter filhos cria apego (inclusive essa idéia esquisita de “ter” pessoas) – mas devemos reconhecer ser o apego ou afeição bom também. O excesso é “ismo”, superafirmação disso e daquilo, e é o excesso que é definitivamente ruim.

É muito claro, é transparente haver um processo de negar-permitir empurrando as pessoas todas para o trabalho via necessidades. Zilhões de desejos são sobrepostos aos naturais para extrair trabalho e mais-trabalho de todos e cada um.

Lá vamos nós obedientemente ao trabalho de manhã pegando um, dois e até três ônibus “por uma merreca”, como dizem os miseráveis e os pobres.

ETAPAS D’EU CAFÉ

TRANSPORTE TRABALHO ALMOÇO

TRABALHO TRANSPORTE

TV DORMIR CAFÉ

TRANSPORTE Ô vidinha chata! Do jeito como foram feitas as coisas (casa de costas

com casa, separada a nossa das vizinhas por muros, separados os lotes pela rua), obrigando as pessoas a dependerem de longas viagens e de trabalho estafante sob a ótica da mesmice em cidades sem convívio e tantos outros desacertos, não admira mesmo nada sejam os humanos tão mal-humorados. Não obstante, nós somos ricos, somos riquíssimos de tudo que está por aí e podemos aproveitar.

Deveria ser possível não apenas falar da riqueza do universo em todas as instâncias como também fazer as pessoas aproveitarem de fato (e de direito) sua riqueza real provinda de i Natureza-Deus.

Capítulo 5 Quem Mede?

NUM RESUMO EXPONENCIAL

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NÍVEL BIFURCAÇÕES (recomeçam em cada nível superior de zero, o nível inferior)

físico-químico 2fp1

biológico-p.2 2bp2

psicológico-p.3 2pp3

informacional-p.4 2ip4

cosmológico-p.5 2cp5

dialógico-p.6 2dp6

De dentro da racionalidade quem mede é o racional, quer dizer, aquele que falha, aquele que pela natureza do projeto está destinado a falhar, aquele que é desde logo incompetente para medir.

Ao avaliar a riqueza de possibilidades do universo falharemos irremediavelmente porque nossas cabeças são pequenas, não podem conter muitas coisas; e mesmo tantas dezenas de milhares de anos vezes os bilhões de seres humanos que em média já viveram ainda verão condicionalmente e não incondicionalmente.

Nós avaliaremos sempre para menor. Só i Natureza-Deus, que é, que é em si e para si, que

detém a verdadeira liberdade pode saber a dimensão correta da riqueza do universo.

Os racionais não sabem e não podem saber. Mas podemos avaliar e ficar espantados. Podemos erguer nossos olhos e espantar-nos com a

espantosa grandeza da riqueza. AS RIQUEZAS INSUSPEITAS LÁ DE CASA (são coisas triviais que, sem olhar direito e de perto, jamais pensaríamos ter tanto significado)

OBJETO SURPRESA antena captam invisíveis ondas do ar e coloca no aparelho

de TV programações incríveis azulejo e

piso são impermeáveis e duros, coloridos, embelezam e protegem, evitam infiltrações que destruiriam

paredes e chão casa constando de incontáveis objetos outros que os

acima torneira traz água já tratada através de complicados

encanamentos e bombas impulsionadoras desde rios, passando por estações de tratamento: basta abrir e

jorra água limpinha pode ser colocada aqui uma quantidade inacreditável de objetos

dos quais as pessoas nem fazem conta, nem se sentem beneficiadas por tê-los

Como as pessoas foram convencidas de que são pobres? Como só viram o que as distanciava das outras, tidas como “superiores” em termos econômico-financeiros? Como impuseram a visão estreita dos valores “objetivos”, a posse de objetos? Por quê os iluminados foram incompetentes para treinar os indivíduos para outras visões? De todas, só a visão material prosperou largamente e contaminou o mundo de doenças e de ambições.

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As pessoas não vêem outra coisa que a posse e a possessividade. Só isso e somente isso, nada mais. Nas escolas os valores de vivência coletiva, de identidade pessoal, de honorabilidade, de bondade, de preocupação com o próximo não são ensinados SEQUER COMO UTILIDADE SOCIAL. A Escola geral não foi reprogramada para ensinar como dependemos de todos e de cada um e não fala da fortuna que é o universo enquanto várias autorizações, daquilo que é sua COMPLEXIDADE BENFAZEJA a nos beneficiar de zilhões de modos diferentes.

Precisamos conversar. Precisamos conversar muito. A NOSSA RIQUEZA IMENSA

ITEM DESCRIÇÃO PARTICULAR NOSSA CASA temos uma residência (alugada) com todos

aqueles recursos da descrição iniciada acima

TRABALHO que é de onde tiramos nosso sustento (tem férias, 13º salário, 1/3 de férias, bom ambiente relativamente organizado, bons colegas (meus filhos Clara, de 26 anos, e

Gabriel, de 24, estão estudando) RUA asfaltada, com rede de esgoto

EDUCAÇÃO fomos beneficiados pela rede escolar paga em várias instâncias pelo Estado (quando

não foi particular) TELEFONIA tanto linha quanto celular, meus filhos e

eu TV

milhares e milhares de canais,

principalmente para quem fala inglês INTERNET a velocidade é baixa, apenas 1,0 mega, e

fica caindo, mas é boa o resto do tempo, tendendo a melhorar (desejamos contratar

100 megas por 500 reais) ÔNIBUS transporte por seletivo com ar condicionado

por 3,90 a passagem LIVROS, REVISTAS, JORNAIS, ÁLBUNS EM

QUADRINHOS

são milhares e milhares, sem falar em CDs e DVDs de música, filmes gravados, uma

multidão de coisas a lista é mesmo imensa (incluindo várias bicicletas, as

farmácias por perto, as padarias, os supermercados, etc.)

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Não temos carro porque não gosto deles, nem sei dirigir muito bem.

Nem de longe gosto dos capitalistas, nem acredito estar feliz em razão dos venenosos desejos deles, nem atribuo o universo às suas preferências. Nem de longe. Nem creio, como Popper, estarmos “no melhor dos mundos”, de modo nenhum. Contudo, é bem evidente haver algo errado se com tanta coisa somos infelizes, impacientes, intolerantes, rabugentos, inflexíveis, desnaturados, escandalosos e tanta coisa ruim a mais.

Então, se a medida de i Deus-Natureza é verdadeira e correta, se não falha, a quem atribuir a medida e o metro posto na base de nossa sócioeconomia enquanto exigências (erradas) de comportamento?

Capítulo 6 Quem Inventou o Metro?

Como sempre, tudo é psicológico. Quando inventaram o metro na França atribuíram à

humanidade essa convenção, que é de 1 / 4.107 dum qualquer círculo máximo meridiano da Terra.

Se o metro fosse muito curto o mundo pareceria muito comprido e distante, se fosse muito comprido o ser humano pareceria insignificante; se fosse qualquer altura humana as pessoas se sentiriam maiores ou menores – etc. Pode-se pensar que para medir distâncias bastar tem um padrão, mas na prática ele está associado à racionalidade psicológica humana. Do mesmo modo as moedas, insuficientemente estudadas. E assim também com qualquer métrica, inclusive aquelas respeitantes a bem-estar derivado de posses ou mal-estar derivado da falta delas.

Tanta valorização das posses é também advinda de certa visão métrica de mundo, meta de sobrepujamento: ide e sobrepujai. Ide e conquisteis as demais pessoas.

Essa visão obsessiva de posses de um lado vem de termos sido tão pobres e de outro vem de nossa extrema agressividade primata-chimpanzé. Ira e outros pecados e tudo que está contido nos mandamentos remete à métrica-de-posses que adotamos, ou seja, “quem tem mais é melhor”. Se alguém possui um bilhão de reais ele é implicitamente melhor do que quem tenha um milhão e todos entre um e outro olharão servilmente o “de cima” e superiormente o “de baixo”.

Quem inventou que ter e, pior ainda, ter com soberba é bom? Quem nos ensinou a desprezar os demais? Como esses valores da (seguindo o dicionário incorporado) altanaria, da altivez, da empáfia, da fatuidade, do orgulho entraram neste mundo?

Não foi um lugar só, um tempo ou um indivíduo só, foram vários, veio rolando através da geo-história em toda uma conjunção dos mais recentes 12 mil anos, passando pela

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Antiguidade, pela Idade Média, pela Idade Moderna, pela Idade Contemporânea até chegar a esta Idade Pós-Contemporânea.

Como olhei e vi, deparei com um grande mundo, esta Terra com grande, com inconcebível riqueza desprezada. Todo um universo modelado e posto à disposição dos viventes e dos raciocinantes objeto de constantes reclamações.

SUA SUSTENTAÇÃO E MINHA TAMBÉM (e de todos e cada um, um mundo de bifurcações dialógicas; de baixo para cima)

mundo (estamos nesta fase, de globalização)

nações estados

cidades-municípios empresas grupos famílias

indivíduos corpomentes

órgãos células

moléculas átomos

subcampartículas cê-bóla

campartícula fundamental

Tudo isso foi preparado para todas as pessoas e criaturas que estiverem aqui. Não é para você ou para mim, especialmente, é para todos os que estiverem. Deus-Natureza i não preparou o universo inteiro PARA VOCÊ (ou para mim), apenas preparou; e do fato de nascermos veio a possibilidade de experimentarmos com maior ou menor grandeza.

QUE PESSOA! “tudo é grande quando a alma não é pequena”

Seja grande! Aproveite a imensidão do que está imensamente à

disposição de todos e cada um. Não se trata dessa coisa da auto-ajuda, nem dessa

festividade barata dos religiosos melosos.

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Faça um curso de física ou de química ou de biologia ou do que for, estude o Conhecimento geral, olhe! Goste você exclusivamente da Natureza (como Dawkins e os acriacionistas) ou de Deus (como os religiosos e os criacionistas) ou de ambos ou de nenhum, OLHE, desvende, ilumine-se.

Capítulo 7 Quem Usa a Medida?

O ILUMINANTE E OS ILUMINADOS (o iluminante é um só/l, os iluminados são muitos, entre planetas, satélites e objetos)

A ADEQUAÇÃO DAS MEDIDAS (tudo tem de ser repensado para caber no espírito humano, para torná-lo maximamente livre; liberdade responsável não quer dizer fazer tudo que se quer; o sistema psicológico-político francês venceu amplamente; todo programa ou sistema métrico É PROGRAMA POLÍTICO, é programa psicológico, diz respeito a dominação – no futuro a adequação das medidas deve dizer respeito a TODOS os seres humanos)

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HISTÓRIA DO SISTEMA MÉTRICO

A palavra metro tem origem no grego métron, que significa "o que mede". O sistema métrico surgiu por volta do ano de 1790. Antes disso, cada povo usava um sistema de unidades diferentes, o que, naturalmente, causava a maior confusão. Por exemplo: o mesmo comprimento era medido em um lugar usando-se jardas e em outro com o uso de palmos. O resultado disso tornava praticamente

impossível a comunicação entre os povos. Para solucionar esse problema, reformadores franceses escolheram

uma comissão de cinco matemáticos para que elaborassem um sistema padronizado. Essa comissão decidiu que a unidade de

medida de comprimento se chamaria metro, e que corresponderia a décima milionésima parte da distância do equador terrestre ao polo norte, medida ao longo de um meridiano. Mas a medida da

distância do equador ao polo não era nada prática, tanto que ao efetuarem os cálculos os matemáticos acabaram cometendo um erro.

Então em 1875 uma comissão internacional de cientistas foi convidada pelo governo françês para que reconsiderassem a

unidade do Sistema Métrico, e dessa vez foi construída uma barra de uma liga de platina com irídio, com duas marcas, cuja distância define o comprimento do metro, e para evitar a

influência da temperatura, esta barra é mantida a zero grau centígrado, num museu na Suíça. Mas os cientistas não pararam

por aí, no decorrer do tempo foram sendo propostas novas definições para o metro. A última, e que passou a vigorar em

1983, é baseada na velocidade com que a luz se propaga no vácuo. Resumidamente, pode-se dizer que um metro corresponde a fração 1/300.000.000 da distância percorrida pela luz, no vácuo em um

segundo.

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A QUEM SERVE A MEDIDA (serve a quem tira lucro dela; isso não quer dizer só os capitalistas, são todos que se aproveitam do sistema, que levam mais do que trouxeram)

NÚCLEO PSICOLÓGICO métrica

econômica dos produtos (só esta é observada)

métrica psicanalítica das figuras

MÉTRICA GEOGRÁFICA-HISTÓRIA DOS ESPAÇOTEMPOS

métrica psico-sintética dos objetivos

métrica sociologia

das organizações

E os donos do atual sistema políticadministrativo produtivorganizativo governempresarial privilegiam os produtos, fixam-se neles. As pessoas não são estimuladas a desprezá-los e a prestar atenção aos sentimentos e às razões dos outros, ou às suas. Só aos objetos: não é à toa que Marx chamou isso de alienação, o sair de si para transformar-se nos produtos. Numa pessoa altamente alucinada quase nada resta dentro dela.

A FESTA DE ASSOMBRAÇÕES QUE FOI ISSO (uma festa a que vão os objetos nos quais se transformaram os alienados para beber, comer e conversar; a gente desalmada deitou e rolou na lama)

para ter objetos as pessoas fazem de tudo mesmo, inclusive

roubar sua pátria

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Pois veja, se i Deus-Natureza é ao mesmo tempo

matéria e energia, se é material e espiritual, pelo lado espiritual é pura elevação, o Sumo Bem, como o chamou Platão. Vem daí que SER HUMANO quer dizer elevar-se para perto de Deus, usando sua parte Natureza como ponte, como estrada que leva até lá.

DESDALTO PARABAIXO: quem fica pesado das coisas inconscientes e torna-se agressivamente materialista, superafirmando a matéria é chamado de “espírito baixo” pelo povo.

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ALTO (na Rede Cognata , AZUL = G = CÉU) ESPÍRITO

BAIXIO MATERIAL (por oposição cognata, a Terra = T = VERMELHO; = TERRENO MORTO)

Quem usa a medida, em si mesmo a usa. É em si que o usuário a aplica, nele mesmo, não em outro, não em outrem. Quando a pessoa “decai” para as coisas materiais é ela mesma quem vai, não é ninguém que empurra (dizem os objetos “chamam”, contudo é o desejo o bonde, o bonde chamado desejo). É como o “julgamento”: quem levaria as memórias senão a própria pessoa a pesar. Quem se candidata ao material, quem é iludido por ele vai sozinho até a prisão, tranca-se na cela, prende as correntes e joga a chave fora. Não são os estranhos, é a pessoa mesma que usa a medida e com ela se mede. Ela não pode imputar a terceiros o dano e sua origem.

Capítulo 8 A Quem Serve a Medida?

Aqui a situação é bem diferente. Embora seja a própria pessoa que se arrasta até o

materialismo, que é a superafirmação da importância do material, o que esse arrastamento faz é outra história: a ânsia e o ato de supermaterializar é chamada de consumismo, hiperafirmação (e hiperredução do sujeito) do consumo.

O serviço que isso presta é imenso e é ele que os capitalistas (doentes de capitalismo, a superafirmação do capital: os que sobrelevam a importância deste) estimulam. Por ele as pessoas vivem nessa correria, à falta de algo mais alto, corrompendo seus corpos e suas mentes, sobrecarregando seus corações e seus sistemas e órgãos.

A ânsia de superposse leva à miséria espiritual esses bilhões; e os demais, os que não vão são alvos de zombaria, sofrem com as chacotas. Portanto, PARA CRIAR A IDÉIA DE SUPERPOSSE é que trabalham os que desejam o usufruto do esforço em favor da superposse. É assim: originalmente as pessoas não nascem com as idéias de superposse, elas devem ser-lhe incutidas, devem ser-lhe introjetadas. A superposse deve ser construída dentro da pessoa, de modo que superdesejando as pessoas se lancem à superconstrutividade. O bebê BG (Bill Gates) não nasceu desejando bilhões, foi preciso que a permissividade e a ocidental temática da coletividade capitalista o instigasse.

SUPERPOSSUÍDOS (na medida em que a pessoa possui uma coisa, essa coisa também a possui; antigamente, mais de 35 anos antes de agora, falei do “complexo do

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corpo estendido” no bojo de um conjunto de textos denominado Instituto de Pesquisa do Futuro; os dez carinhas mais ricos do mundo)

1. Bill Gates

2. Warren Buffet

3. Sheldon Adelson

4. Lawrence Ellison

5. Paul Allen

6. Jim Walton

7. Christy Walton

8. Robson Walton

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Os corpomentes desses se dilataram por todo o mundo, como um octópode.

OCTOPODERES (o grupo do 8: este bem pode ser o símbolo deles: a estrela dos magos)

Se essa métrica FOI IMPLANTADA nos seres humanos ao

longo de 400 gerações desde Jericó, ou antes, ela agora está bem injetada no molde de nossas almas: sabemos que não é fácil livrar-se de nenhum vício (por exemplo, café, cigarros, bebidas, comidas e o resto todo) e livrar-se da idéia de consumo excessivo será ainda mais difícil, demorando várias gerações de 30 anos e mesmo assim só se as pessoas se empenharem a fundo.

A CURVA DO SINO TRABALHA CONTRA E A FAVOR A MÉTRICA IDEOLÓGICA IMPLANTADA NO CERNE DE NOSSA PISCOLOGIA DO

CONSUMO

CONTRA A FAVOR

A LUTA É MESMO COMIGO (disse Milton)

Raça Milton Nascimento/Fernando Brant

Lá vem a força, lá vem a magia

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Que me incendeia o corpo de alegria Lá vem a santa maldita euforia

Que me alucina, me joga e me rodopia Lá vem o canto, o berro de fera

Lá vem a voz de qualquer primavera Lá vem a unha rasgando a garganta

A fome, a fúria, o sangue que já se levanta De onde vem essa coisa tão minha Que me aquece e me faz carinho? De onde vem essa coisa tão crua

Que me acorda e me põe no meio da rua? É um lamento, um canto mais puro Que me ilumina a casa escura

É minha força, é nossa energia Que vem de longe prá nos fazer companhia

É Clementina cantando bonito As aventuras do seu povo aflito É Seu Francisco, boné e cachimbo

Me ensinando que a luta é mesmo comigo Todas Marias, Maria Dominga Atraca Vilma e Tia Hercília É Monsueto e é Grande Otelo

Atraca, atraca que o Naná vem chegando Precisamos treinar os treinadores, precisamos

preparar as escolas, precisamos debater intensamente como diminuir a massa corporal excessiva, o consumo descomunal de produtos, os desejos abrasadores. Precisamos nos conter. Devemos raciocinar dia após dia, ano após ano, década após década até termos corrigido essas aspirações arrasadoras, essas vontades alucinadas e alucinantes, essa doença do queremismo, do querer demais - mais do que necessitamos. Entrementes, não podemos forçar, pois a dialética nos traria de volta ao impulso e com mais ânsia ainda. Nós mesmos não conseguiremos senão falar, nossos filhos se deterão um pouco e nossos netos ainda mais, até que – talvez – nossos bisnetos alcancem um estado de beatitude no ser-ter-estar.

Capítulo 9 Os Submetidos à Riqueza

A riqueza, QUALQUER RIQUEZA é uma situação de

submissão na qual o indivíduo é refém de seus desejos de “quero mais”, sempre mais, indefinidamente mais. Não há fim para o desejo, seja de produtos seja de conhecimento. Desejar é ilimitado, pela própria definição de riqueza no modelo pirâmide.

DESEJO SÓ TERMINA NA CONSUMIÇÃO DO PRÓPRIO UNIVERSO (calculei que com modestos 4 % de crescimento anual consumiríamos a massa inteira do universo em 900 anos; evidentemente esse consumo desbragado não pode prosseguir sem grandes danos a tudo)

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os homens às mulheres

as mulheres aos homens

Certa moça esteve empregada conosco, Neide. Segundo ela seu maior desejo era ter um restaurante

com 200 empregados para dizer “faça isto, faça aquilo”, mandar. Há pessoas que padecem desse mandonismo, da ânsia

irrefreável de conduzir os destinos alheios: ter bastante riqueza para ordenar a remoção de montanhas, a construção de quaisquer edifícios, o apuro do trabalho até o requinte extremado.

A LISTA DAS SUBMISSÕES À RIQUEZA (devem existir milhões de histórias, seria o caso de listar os casos mais conhecidos em livros)

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E ao final de uma vida inteira de mandonismo o que essas pessoas “levaram”? Elas não sofreram as privações que os despossuídos sofreram de dinheiro, de plano-saúde, de conforto térmico, de oportunidades de viajar e ver outros povos e lugares e tantas mais, porém viveram o aguilhão da necessidade constante de mais, mais, mais. Do medo de perder o que granjearam (dentro do sistema) honesta ou desonestamente. Da desconfiança de todos e cada um.

A PRISÃO DOS TENENTES, OS QUE TÊM (o índice de seus sofrimentos é outro, inclusive a crença mais ou menos forte de que os povos se rebelarão e os destruirão: de vez em quando isso acontece mesmo; coloque sua lista)

Estamos todos presos: uns dos excessos que fazem falta a outros, esses outros das demandas com que sonham inutilmente.

Vejo nos centros de compra milhares de produtos brilhantes oferecidos sob luzes ofuscantes sem que a maioria possa comprar. Se pudessem ficariam mais felizes? Não, de modo nenhum, exceto nos primeiros momentos. Como sabemos disso? Pelo tédio dos que podem comprar, pelo fastio do que têm de tudo, pelo enfado dos tenentes. Quem é tenente pretende chegar a capitão, este a major, que aspira atingir o coronelato, onde sonhará com o generalato; estes, não satisfeitos ainda, querem a segunda, a terceira, a quarta, a quinta estrela e o marechalato.

A miséria não cessa nunca.

Capítulo 10 Os Submetidos à Imensidão

Ora, coletivamente pudemos tudo isso, essa imensidão

de coisas. Podemos literalmente um mundo de coisas e nem porisso nos tornamos felizes.

NOSSA IMENSA RIQUEZA (é fundamental que a mídia e os governos mostrem a ampla variedade de coisas do universo, as já presenciadas e aquelas em promessa)

PATAMAR DEMONSTRAÇÃO físico-químico foi a base concedida, encontrada pela Vida

na Terra para o pleno florescimento durante [(13,8 - 3,8 =) 9 bilhões de anos

biológico-p.2 por 3,8 bilhões de anos a Vida na Terra mourejou, batalhou com afinco até nos conceder o espaço revolucionário da

consciência psicológico-p.3 por 300 mil anos desde os neandertais,

passando pelos CRO-magnons até chegar a Jericó há 11 mil anos e tudo que veio daí

juntamos demais

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Para o bem e para o mal estamos submetidos a essa vastidão de coisas, tanto para o aproveitamento possível quanto para o sub-aproveitamento atual.

Aqui estamos nós diante disso tudo. VIDA DE ESTRELA (nas galáxias todas é estimado esse número abaixo, 1022; logo abaixo o incompreensível Sol, posto como fogueira à nossa disposição há 5,0 bilhões de anos)

10.000.000.000.000.000.000.000

Imagine só, isso tudo! E diante disso tudo pense se somos pobres. Veja se é

direito ficarmos chorando feito crianças mimadas. E, principalmente, por quê estamos correndo como

baratas tontas atrás de quinquilharias? Vitória, quinta-feira, 04 de março de 2010. José Augusto Gava.

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ANEXOS Capítulo 2

ECOLOGIA: ECOSSISTEMA Ecologia, uma rápida definição

Ecologia é um conceito que a maioria das pessoas já possui intuitivamente, ou seja, sabemos que nenhum organismo, sendo

ele uma bactéria, um fungo, uma alga, uma árvore, um verme, um inseto, uma ave ou o próprio homem, pode existir autonomamente sem interagir com outros ou mesmo com ambiente físico no qual

ele se encontra. Ao estudo dessas inter-relações entre organismos e o seu meio físico chama-se Ecologia.

Mas, para termos uma definição histórica: “Pela palavra ecologia, queremos designar o conjunto de conhecimentos

relacionados com a economia da natureza - a investigação de todas as relações entre o animal e seu ambiente orgânico e

inorgânico, incluindo suas relações, amistosas ou não, com as plantas e animais que tenham com ele contato direto ou

indireto, - numa palavra, ecologia é o estudo das complexas inter-relações, chamadas por Darwin de condições da luta pela

vida”. Foi assim que Ernest Haeckel, em 1870, definiu ecologia. Assim, como em qualquer outra área, em Ecologia são definidas unidades de estudo, as quais são fundamentais para melhor

compreensão desta Ciência. Utilizando-se um modelo de níveis de organização, fica mais fácil de compreendermos as unidades de estudo da Ecologia. Vejamos o modelo abaixo dos níveis de

organização:

O que é um Ecossistema?

Antes de definirmos, exatamente o conceito de ecossistema, o qual é fundamental para a compreensão desta ciência, podemos

encontrar na figura 1, um outro conceito importante que é o de níveis de organização, o qual pode ser entendido como um

conjunto de entidades, sejam elas genes, células, ou mesmo espécies, agrupadas em uma ordem crescente de complexidade.

Vejamos a figura 1:

Figura 1- Níveis de organização

Em Ecologia, são estudados os níveis da direita, ou seja, de espécies até biosfera. É fundamental, entretanto uma breve

explicação de cada uma destas divisões (unidades ou entidades):

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Figura 2. A - Espécie; B - População;

C - Comunidade; D - Ecossistema.

A - Espécie - dois ou mais organismos são considerados da mesma espécie, quando podem

se reproduzir, originando descendentes férteis. Desta forma, fica claro que, a

menos que haja a intervençãohumana, como no caso do jumento e da égua, naturalmente não

ocorre reprodução entre indivíduos de espécies diferentes.

B- Populações - são formadas por organismos da mesma espécie, isto é, um conjunto de

organismos que podem se reproduzir produzindo descendentes férteis.

C- Comunidades - um conjunto de todas as populações, sejam elas de microorganismos,

animais ou vegetais existentes em uma determinada área, constituem uma

comunidade; também se pode utilizar o conceito de comunidade para designar grupos com uma maior afinidade separadamente, como por exemplo, comunidade vegetal, animal,

etc. Antes de definirmos o próximo conceito, é fundamental entendermos dois parâmetros

importantes em Ecologia; a todos os componentes vivos de um determinado local chamamos bióticos; em contrapartida, o conjunto formado por regime de chuvas,

temperatura, luz, umidade, minerais do solo enfim, toda a parte não viva, é chamada de

componentes abióticos. D- Ecossistemas - em um determinado local, seja uma vegetação de cerrado, mata ciliar,

caatinga, mata atlântica ou floresta amazônica, a todas as relações dos organismos entre si, e com seu meio

ambiente, ou dito de outra forma, a todas as relações entre os fatores bióticos e

abióticos em uma determinada área, chamamos ecossistema. Ou de outra forma, podemos

definir ecossistema de acordo com o modelo 1 acima, como sendo um conjunto de

comunidades interagindo entre si e agindo sobre e/ou sofrendo a ação dos fatores

abióticos. Dentro do conceito de ecossistema, ainda cabe definirmos o

conceito de hábitat, pelo qual entendemos o ambiente físico o qual ocorre(m) uma(s) determinada(s) espécie(s). Ex.: O hábitat

do lobo guará é o cerrado. Biosfera - A terra é composta por vários ecossistemas sejam

eles aquáticos, terrestres ou até mesmo aéreos. A soma de todos

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estes ecossistemas chamamos de biosfera. Portanto, a biosfera seria a parte na qual ocorre vida no planeta e na qual a vida

tem o poder de ação sobre o mesmo. 1- O que é biodiversidade? Resposta NÃO CONFUNDA: Muitas vezes, o termo bioma é utilizado como

sinônimo de ecossistema, no entanto ao contrário do segundo que implica nas inter-relações entre fatores bióticos e abióticos, o primeiro significa uma grande área de vida formada por um complexo de hábitats e comunidades, ou seja, apenas o meio

físico (área) sem as interações. Ex.: Bioma cerrado, bioma mata atlântica.

Figura 3 - Mapa do Brasil mostrando os principais ecossistemas

brasileiros Onde começa e termina um ecossistema? Qual o real tamanho de

um? É difícil dizer onde começa ou termina um ecossistema, ou seja,

qual ou quais os seus limites; entretanto para uma melhor compreensão e mesmo a possibilidade para investigações

científicas existem algumas convenções adotadas. Assim, por exemplo, pode-se adotar inicialmente uma separação entre os meios aquáticos e terrestres. Desta forma, teríamos uma

primeira distinção entre ecossistemas aquáticos e terrestres. Por ecossistema aquático, entenderíamos todos os lagos

naturais, ou artificiais (represas), rios, mares e oceanos. Já em relação aos ecossistemas terrestres, florestas, desertos,

tundras, pradarias, pastagens, etc. seriam exemplos. Mas, e com relação às dimensões de um ecossistema? Para efeito de estudo, geralmente são determinadas o dimensões que não existem naturalmente, desta forma, um vaso, um aquário, ou

mesmo uma cidade inteira são exemplos de ecossistemas criados pela ação humana, pois é interessante notar que nem sempre são. Assim fica claro, que um ecossistema pode ter desde alguns cm2

até milhares de km2!

Exemplos de ecossistemas: terrestres e aquáticos Para uma melhor compreensão, pode-se inicialmente separar os ecossistemas em duas categorias de acordo com o meio em que

ocorrem: ecossistemas terrestres e aquáticos:

Para os ecossistemas terrestres poderíamos enumerar os seguintes:

• Florestais - Podem ser formados no Brasil por vegetação de cerrado, caatinga, matas ciliares, mata atlântica e

floresta amazônica; sendo caracterizados por apresentar uma grande estratificação, ou seja, existem plantas e animais ocorrendo em diferentes alturas (estratos);

• Campos e pastagens - Compostos principalmente por vegetação rasteira onde predominam as gramíneas. A fauna por sua vez, é caraterizada pelo predomínio de animais herbívoros e granívoros (que se alimentam de grãos) tais

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como roedores (ratos), pequenas aves e cervídeos (veados).

Figura 4. Aspecto geral da vegetação de cerrado. Formação vegetal

característica do Planalto Central brasileiro, onde notam-se a presença

de árvores de pequeno porte com troncos retorcidos e casca grossa e predomínio de vegetação rasteira

Figura 5 - Aspecto do interior de mata-ciliar, ou floresta de galeria. Vegetação característica de margens de pequenos rios

e córregos. Este tipo de vegetação é considerado atualmente, como uma área fundamental de preservação, pois está

intimamente relacionado com a manutenção do fluxo e da qualidade da água. Por esta

razão, as matas ciliares ou florestas de galeria são consideradas áreas de preservação permanente, ou seja, em

hipótese alguma podem ser removidas para qualquer tipo de atividade humana.

Figura 6. - Aspecto geral da Mata - Atlântica, que com mais de 3000 quilômetros de extensão, é um dos

ecossistemas com maior diversidade de espécies do Brasil e do planeta. Para exemplificar esta riqueza, basta dizer de que cada duas árvores encontradas

na mata Atlântica, uma só é encontrada nesta floresta. Ou seja, 50% das

árvores só existem aqui e nenhum outro lugar do mundo.

Dunas - No Brasil, não existem desertos, e sim dunas que ocorrem em algumas regiões (Sul e Nordeste), e caracterizam-se por apresentarem solos arenosos, vegetação rasteira - porém

escassa - e uma fauna pouco diversificada.

Figura 7. Aspecto geral das dunas. Formação caracterizada por pouca vegetação, e por sofrer

forte influência do vento (eólica)

Já em relação aos ecossistemas aquáticos, teríamos:

• Lagos - Aqui enquadram-se todos os ecossistemas de águas paradas, ou lênticos (de lenis, calmo); além de lagos,

temos também represas e tanques . • Rios - Além dos rios, teríamos ainda riachos e mananciais;

são chamados também de lóticos (de lotus, lavado).

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Figura 8. Barragem, com lago artificial. Em países em desenvolvimento, como no caso do

Brasil, a energia gerada através do represamento de rios (hidroelétricas) tem

sido, e ainda será a principal fonte energética, devido à disponibilidade de recursos e o custo relativamente baixo.

• Mares - Os mares são as regiões com a maior variedade de vida do planeta; pode parecer surpreendente, mas nem as florestas tropicais igualam-se as regiões litorâneas que

também são chamadas de pelágicas. • Oceanos - Os oceanos, são grandes (cobrem 70% da

superfície terrestre), profundos e contínuos, pois todos - Pacífico, Atlântico e Índico - são interligados; as principais características destes ecossistemas estão

relacionadas as correntes, provocadas pelos ventos e a própria rotação da Terra, e também a salinidade;

Figura 9. Oceano Atlântico. Os oceanos e mares são as fontes mais ricas de

vida do Planeta.

Existem também, uma série de regiões que não poderiam ser enquadradas nem como ecossistemas aquáticos, e nem como

terrestres. Seriam: • Mangue - Na verdade, o correto chamar-se de manguezal e

não mangue, pois a denominação vem da grande quantidade desta planta, ou seja, o mangue. Trata-se de um

ecossistema pantanoso, constantemente alagado com uma vegetação arbustiva e uma fauna caracterizada pela grande

presença de siris e caranguejos. O mangue ocorre geralmente junto a desaguadouros de rios e/ou próximos a

praias. • Paredões rochosos e praias - Ambos ecossistemas são fortemente influenciados pela água do mar, seja através

das marés, ou da pressão exercida pela água. • Brejos - Qualquer área que fique coberta por água doce,

pelo menos em alguma época do ano é considerado um alagado; uma das espécies vegetais mais comuns neste tipo

de ecossistema é a Taboa. Os brejos também são importantes, pois abrigam uma grande variedade de espécies

de aves e mamíferos aquáticos ou semi-aquáticos.

3- As florestas tropicais são importantes ecossistemas pela sua biodiversidade, além de outros fatores tais como, a manutenção de um regime pluviométrico e temperatura das vastas regiões na qual ocorrem. Na década de 70, um jornalista estrangeiro por

ocasião de uma visita a Amazônica, querendo enaltecer a importância da floresta, afirmou que a mesma era o “pulmão do mundo”, sendo a responsável pela manutenção da taxa de oxigênio da atmosfera. Esta afirmação está incorreta. Você poderia dizer

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qual o verdadeiro “pulmão do mundo?".

Figura 10. Aspecto da praia e do mar, dois ecossistemas intimamente relacionados.

Figura 11. -(a) e (b) Ambiente lótico, ou seja, de água corrente.

(c) Detalhe do interior de uma caverna, ambiente este que é caracterizado

pela ausência total e permanente de luz.

Figura 12 - Lagoa de dessedentação. Este tipo de lagoa é chamado de

dessedentação, pois é utilizada para dessedentar o gado. Dessedentar

significa saciar a sede. Estas lagoas podem ser tanto naturais, como

artificiais. Também são importantes, pelo fato de que como qualquer outro reservatório de água estarem sujeitos

ao estabelecimento de organismos nocivos aos animais e também ao homem, pois várias doenças têm o seu ciclo

passando pela água.

Figura 13 - A - Brejo; B - Manguezal.

Os níveis de organização em ecologia População: organismos da mesma espécie que povoa um mesmo

território.

População de gramíneas em um campo

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Comunidade ou Biocenose: é um conjunto formado por populações de espécies distintas que compartilham o mesmo território.

Ecossistema

Assim como uma célula pode ser considerada a unidade fundamental da vida, os ecossistemas podem ser considerados a

unidade fundamental de estudo da ecologia. O ecossistema é constituído por organismos e pelo meio ambiente em que vivem, é onde ocorre a relação dos seres entre si e com

o meio. Como já vimos, podemos encontrar dois componentes dentro do

ecossistema: biocenose e biótopo. A biocenose, também conhecida como comunidade biótica é o fator

vivo do ecossistema. Conjunto de todos os seres vivos que interagem em uma certa região.

O biótipo ou abiótico é o fator físico do ecossistema, ou seja,

que caracteriza o meio, onde os organismos vivos se desenvolvem. Conjunto de todos os fatores ambientais que atuam

diretamente no mundo vivo. Os indivíduos euribiontes são capazes de tolerar amplos limites de variações das condições do

meio onde vivem. Já os estenobiontes, apresentam limites de tolerância baixos. Alguns destes fatores são: temperatura, luz

e água.

Biosfera

Agrupamento dos ecossistemas da Terra.

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Capítulo 6 A INVENÇÃO DA PSICOLOGIA-MÉTRICA

Metrologia - Sistema Métrico Decimal QUI, 22 DE JANEIRO DE 2009

"Para todos os tempos, para todos os povos" foi o lema com que a Assembléia Nacional surgida na França após a revolução de

1789 anunciou o nascimento do sistema métrico decimal. Imbuídos de um sentimento de universalidade, os novos republicanos pretendiam oferecer à humanidade métodos de medida que, ao

tomar como base as dimensões da Terra, fugissem das ambiguidades e regionalismos dos sistemas anteriores. Menos de

dois séculos depois, porém, foi preciso criar medidas complementares para atender as crescentes necessidades da

ciência. Metrologia é a ciência das medidas, cujo objeto de estudo

compreende os padrões, as grandezas e os sistemas de unidade. Das três grandezas fundamentais, comprimento, massa e tempo,

podem-se derivar todas as outras medidas mecânicas - como área, volume, aceleração e potência. Um sistema prático deve incluir ainda três outras medidas básicas: de grandeza eletromagnética, de temperatura e de intensidade de radiação, como, por exemplo,

da luz. Fazer uma medição significa determinar sua razão em relação a outra medida fixa da mesma espécie, à qual se dá o nome de

unidade. A unidade é uma concepção abstrata, definida por sua relação com algum padrão arbitrário material ou por algum

fenômeno natural. O padrão de comprimento do sistema métrico, por exemplo, foi inicialmente definido por um padrão fixado numa barra de metal, mas desde 1983 tem como referência a

velocidade da luz no vácuo. Medidas e padrões. Toda medida baseia-se nessa comparação de magnitude entre uma determinada entidade física e um padrão de

características conhecidas. A confiabilidade da relação estabelecida entre qualquer quantidade e seu padrão, a escolha de unidades e grandezas fundamentais de medida e a uniformidade e coerência dos sistemas utilizados constituem os princípios

básicos da metrologia. Os primeiros modelos de medida conhecidos têm relação com

magnitudes antropométricas, como o braço, a mão, o palmo ou o pé. Devido à enorme variedade de tais padrões, passou-se a

escolher referências terrestres e, no século XVIII, definiu-se o metro como uma porção do comprimento do meridiano. Os sistemas de natureza física macroscópica, porém, não apresentavam a exatidão exigida pelos novos avanços

científicos. Assim, as conferências internacionais do século XX optaram por tomar grandezas atômicas como base fundamental das

unidades-padrão. Padrões de medida são os sistemas materiais ou naturais

utilizados nas medidas como referências e que constituem a representação física das unidades. Reconhecem-se três classes

de padrões: o primário ou fundamental, o secundário ou de

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referência, e o de uso rotineiro. O padrão ideal de medida deve atender aos seguintes requisitos: (1) ser indestrutível; (2)

ser invariável com o tempo; (3) ser invariável com o local; (4) permitir reproduções; (5) ser facilmente acessível; e (6)

proporcionar medida fácil e precisa. Sistemas antigos. Em restos arqueológicos e referências

literárias antigas aparecem as primeiras unidades de medida na bacia mediterrânea oriental. Dali propagaram-se para as

culturas da Europa ocidental por meio das rotas comerciais e das conquistas gregas e romanas.

Na civilização egípcia, o alto grau de avanço e precisão nas medidas geométricas se verifica na exatidão das proporções de

suas pirâmides e demais construções arquitetônicas. Obrigados a desenvolver toda uma técnica de medição de suas terras, cujas

divisas desapareciam periodicamente em conseqüência das enchentes do rio Nilo, os egípcios empregaram como unidade básica de comprimento o cúbito real (equivalente a 542mm), subdividido em dígitos e palmos. Tinham também uma escala

decimal de peso, cuja unidade denominava-se kite, e medidas para líquidos.

A mina babilônica, com um peso aproximado de 640g (variável segundo as regiões), constituiu uma unidade fundamental em numerosas culturas vizinhas. Hititas, assírios, fenícios e

hebreus empregaram padrões de peso inspirados nela, alguns dos quais foram transmitidos pelos escritos bíblicos: a mina

hebraica, o siclo e o talento, cujos valores como moedas de câmbio dependiam da qualidade do metal.

A expansão da civilização grega no Mediterrâneo, em estreito contato com os povos do norte da África e do Oriente Médio,

serviu à transmissão dos padrões para as regiões ocidentais. O talento foi uma herança evidente dos hebreus, e o dedo

constituía a versão helênica do dígito egípcio. Os romanos adotaram grande parte das unidades gregas, às quais

incorporaram algumas próprias, como a libra, e estenderam seu uso por todos os seus domínios.

A metrologia do Extremo Oriente desenvolveu-se de forma completamente independente das culturas européias, mas seus sistemas de medida também empregaram sobretudo elementos do

corpo humano como padrões. Na China, unidades com o mesmo nome sofriam variações em diferentes zonas geográficas. Shi Huangdi (Shi Huang-ti), que se tornou o primeiro imperador da China no ano 221 a.C., promoveu a unificação das medidas. Os sistemas chineses apresentam como principais particularidades sua

predileção pelas subdivisões decimais das unidades básicas e a invenção da dimensão acústica em medidas de volume (vasos

padronizados produziam sons diferentes de acordo com o volume de cereais ou vinho que continham).

Sistemas medievais. Durante toda a Idade Média, os povos europeus empregaram unidades de pesos e medidas herdadas da cultura greco-latina. As influências árabes e escandinavas, junto a numerosas variedades e adaptações que as diferentes

regiões fizeram dos padrões clássicos, estruturaram um conjunto

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de grandezas e unidades que refletia a desagregação social e política característica da época.

Os esforços de Carlos Magno para impor a uniformização, no início do século IX, foram em vão. O incremento do comércio e a proliferação das grandes feiras nos séculos XII e XIII, porém, conseguiram firmar alguns padrões comuns a diferentes regiões,

pelo menos para os negócios realizados nas feiras. Sistema métrico de pesos e medidas. Com os avanços científicos no início da idade moderna fez-se necessária a criação de um

sistema unificado de pesos e medidas que favorecesse a comunicação das novas descobertas e idéias. A adoção de um

sistema único serviria para superar as dificuldades surgidas como conseqüência da proliferação de medidas locais distintas

que, por vezes, tinham uma mesma denominação e diferente significado.

A primeira proposta a se aproximar do que mais tarde seria o sistema métrico data de 1670, quando o religioso francês

Gabriel Mouton sugeriu uma medida de comprimento baseada no arco de um minuto de longitude, a ser subdividido de forma

decimal. Sua proposta continha três das principais características do sistema métrico: emprego de subdivisões

decimais, prefixos racionais e escolha das dimensões físicas da Terra para estabelecer as unidades básicas.

Após a revolução francesa, realizou-se a primeira tentativa de vulto para obter um sistema único de medidas e unidades. O

político e diplomata Charles-Maurice de Talleyrand, membro da Assembléia Constituinte da nascente República da França, propôs

em abril de 1790 a nomeação de um comitê científico para elaborar um relatório sobre a escolha de grandezas e unidades

fundamentais. A equipe pronunciou-se a favor de um novo sistema baseado numa unidade física natural para garantir sua

imutabilidade. O metro foi definido como a décima-milionésima parte de um quadrante do meridiano terrestre que passa por Paris e passou a ser a base de um sistema decimal linear.

Os engenheiros Jean-Baptiste-Joseph Delambre e Pierre-François-André Méchain receberam o encargo de determinar o comprimento

exato do metro segundo essa definição. Depois de anos de trabalho de campo e administrativo, o órgão executivo da

república francesa, apresentou oficialmente o padrão de metro que serviu como base do sistema métrico decimal, rapidamente adotado em toda a França. Também estabeleceu os prefixos para múltiplos e submúltiplos das unidades fundamentais, derivados

de vocábulos gregos (deci, centi, quilo etc.). Como unidade básica de massa foi escolhido o grama, equivalente a um centímetro cúbico de água pura à temperatura de 4o C, em que sua densidade é máxima. Fabricou-se um cilindro de platina que foi declarado o padrão equivalente a mil gramas; o litro

foi definido como o equivalente ao volume de um cubo regular de dez centímetros de lado; e o are, superfície formada por um

quadrado de dez metros de lado, foi tomado como unidade fundamental de área.

O sistema francês, tornado lei em 1799, teve sua propagação na

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Europa facilitada pelos sucessos militares da revolução francesa e de Napoleão, mas ainda levou algum tempo para

superar a inércia que mantinha os sistemas medievais em uso. Na convivência dos sistemas, que passaram a ser adotados lado a

lado, as vantagens oferecidas pelo sistema métrico comprovaram-se decisivas para sua aceitação definitiva e, em 1840, passou a

ser o único sistema aceito oficialmente na França. A partir de então, o sistema métrico passou a ser utilizado em todo o mundo. É curioso notar que, em muitos países, o metro

foi adotado no decorrer de grandes mudanças sociais, exatamente como em seu início na França. Assim se deu em algumas nações da

América Latina, na União Soviética, na China e no Japão. No Brasil, o imperador D. Pedro II mandou adotar oficialmente o sistema métrico decimal, então conhecido como "sistema métrico francês", em lei imperial de 26 de junho de 1862. A adesão à

orientação internacional, no entanto, só se deu de forma definitiva quando o país se fez representar na XI Conferência Internacional de Pesos e Medidas de 1960, em Paris, em que foi ratificado o Sistema Internacional de Unidades (abreviado em

todas as línguas como SI), uma ampliação do sistema métrico. Em 1961, foi criado o Instituto Nacional de Pesos e Medidas e, em

1967, o Brasil adotou oficialmente o SI. Exceto em certas aplicações científicas e técnicas, o Reino Unido conservou o sistema de unidades próprio que evoluiu

diretamente das concepções romanas e medievais de medida. Suas unidades de comprimento mais destacadas fazem referência a

medidas antropométricas -- polegada, pé, jarda (três pés) etc. A milha surgiu bem mais tarde. O galão é a versão inglesa de

uma antiga medida medieval de volume, enquanto a libra, unidade de peso, deriva-se da romana. A onça é a principal subdivisão da libra, e o acre é a unidade de superfície mais utilizada. Quando se criou o SI, os países de língua inglesa mostraram-se

contrários a sua adoção e mantiveram suas unidades tradicionais. Contudo, a evidente utilidade do sistema métrico

decimal e o isolamento científico e técnico provocado pelo emprego de unidades diferentes das internacionais levaram os países anglófonos a adotarem o SI a partir da década de 1970,

mas as unidades inglesas se mantêm na vida cotidiana. Sistema internacional: os rápidos avanços científicos e

tecnológicos provocaram o surgimento de vários subsistemas improvisados pelos cientistas para atender às necessidades de sua área de pesquisa. Ao mesmo tempo, os padrões fixados no

século XVIII não tinham um grau de precisão adequado à atividade científica do século XX. O primeiro sistema

internacional criado para tentar corrigir essa situação foi o MKS (metro-quilograma-segundo) e o CGS (centímetro-quilograma-

segundo), mais adequado para pequenas dimensões. Para atender à definição das unidades elétricas básicas,

acrescentaram-se, em 1937, três novas medidas, cujos nomes se inspiraram em cientistas eminentes do passado. A unidade de

força, denominada newton, foi definida como a força necessária para fornecer a uma massa de um quilograma uma aceleração de um

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metro por segundo ao quadrado. A unidade de energia (joule) define-se como o trabalho realizado quando o ponto de aplicação

de um newton é deslocado um metro na direção da força. A unidade de potência (watt) é o trabalho realizado na proporção

de um joule por segundo. As regras do SI para os prefixos, as unidades derivadas e as

suplementares, assim como uma série de especificações sobre seu uso foram fixadas pela conferência de 1960. Alguns padrões derivaram dos antigos suportes físicos do sistema métrico

decimal, assim como os prefixos para múltiplos e submúltiplos das unidades. O Sistema Internacional de 1960, baseado no MKS,

adotou e definiu as unidades básicas. Metro: a unidade de comprimento do SI é o metro. Após ser

escolhido, no século XVIII, como unidade fundamental do sistema métrico, e enquanto não era concluída a medição do quadrante do meridiano terrestre que vai do pólo norte à linha do equador, passando por Paris, a Assembléia Nacional autorizou a criação de um metro e um quilograma provisórios, a fim de atender as necessidades imediatas. O metro padrão foi conservado nos

Arquivos da França e duas cópias guardadas no Conservatório de Artes e Ofícios e no Observatório de Paris.

Com o progresso da ciência e a melhoria dos níveis de precisão das medidas, dos instrumentos e dos métodos de medição,

constatou-se mais tarde que o metro padrão não mais representava exatamente a fração estabelecida do meridiano

terrestre, da qual diferia, para menos, em 0,187mm. Concluiu-se, porém, que não era aconselhável alterar o padrão cada vez que se medisse o arco do meridiano com maior precisão. No

início da década de 1870, com a crescente aceitação internacional do sistema métrico e a necessidade de se criar cópias destinadas aos diversos países, decidiu-se que o metro dos Arquivos da França seria tomado como ponto de partida "no

estado em que se encontrava". Em 1874, construiu-se um novo padrão em platina iridiada

(noventa por cento de platina e dez por cento de irídio), no qual se reproduziu o comprimento do metro original mediante dois traços gravados a cerca de 0,8mm de distância de cada

extremidade. A distância entre os dois traços no novo padrão, à temperatura de 0o C, passou a representar o metro. Para

distribuição a outros países, trinta padrões secundários foram construídos com a mesma liga usada na fabricação do novo

padrão. O metro padrão é conservado no Bureau Internacional de Pesos e Medidas, em Sèvres, nas proximidades de Paris.

O metro foi redefinido em 1960 como equivalente a 1.650.763,73 comprimentos de onda, no vácuo, da radiação alaranjada do átomo de criptônio 86. Na década de 1980, porém, avanços nas técnicas de medições permitiram obter, com precisão inédita, o valor da velocidade da luz, aceita pela Conferência Internacional de

Pesos e Medidas como uma constante igual a exatamente 299.792.458 metros por segundo. Assim, a partir de 1983, o

metro passou a ser definido como a distância percorrida pela luz no vácuo em 1/299.792.458 de segundo.

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A substituição de um padrão material, sujeito ao desgaste ao longo do tempo, por um padrão natural acessível a qualquer

laboratório de medidas e inalterável com o tempo, resultou numa precisão maior em sua reprodutibilidade e é um exemplo

significativo da busca contínua de padrões que se baseiem em fenômenos naturais e imutáveis.

Quilograma: construído junto com o padrão provisório do metro, no final do século XVIII, o padrão provisório do quilograma,

chamado "grave", está guardado no Observatório de Paris. Trata-se de um cilindro reto de cobre, de altura aproximadamente igual ao diâmetro (243,5mm), representando o peso de um

decímetro cúbico de água destilada a 4o C. Quase um século mais tarde, construiu-se um novo padrão, também

cilíndrico, da mesma liga de platina iridiada utilizada na fabricação do novo padrão do metro. Esse novo padrão do

quilograma, que está conservado no Bureau Internacional de Pesos e Medidas de Sèvres, ainda hoje determina a unidade de massa internacionalmente adotada. Trata-se da única unidade do

SI definida a partir de um suporte físico. Segundo: a unidade de tempo adotada em todo o mundo é o

segundo, definido no SI como "duração de 9.192.631.770 períodos de radiação correspondente à transição entre os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo do césio 133".

Até 1956, o padrão de tempo era o segundo solar médio, definido como 1/86.400 do dia solar médio. O dia solar é o intervalo

entre duas passagens consecutivas do Sol pelo plano do meridiano do local considerado. No entanto, evidenciou-se que a

velocidade de rotação da Terra está decrescendo lentamente. Além disso, ocorre uma flutuação no valor da velocidade de

rotação devido a fatores diversos. Tais considerações justificaram o abandono do segundo solar médio como padrão de

tempo. Ampère: a unidade básica de corrente elétrica adotada pelo SI é o ampère, cujo símbolo é A. Seu padrão equivale à intensidade de uma corrente constante que, mantida em dois fios condutores

retilíneos e paralelos, de comprimento infinito e seção transversal insignificante, situados no vácuo a um metro de distância entre si, produz, entre esses condutores, uma força

de 2 x 10-7 newtons por metro de comprimento. Kelvin: unidade de temperatura termodinâmica, o kelvin, de símbolo K, fixa sua origem no zero absoluto e adota para o

ponto tríplice da água - no qual a temperatura e a pressão de seus estados sólido, líquido e gasoso se encontram em

equilíbrio - o valor exato de 273,15 K. As medidas da temperatura termodinâmica, em termos da escala Kelvin, são feitas nos laboratórios dos institutos de medidas por meio de um termômetro de gás e volume constante, mas essa

técnica demanda considerável experiência e é incapaz de proporcionar precisão satisfatória. Por essa razão, foi introduzida em 1948 uma escala internacional prática de

temperaturas, ou escala Celsius, em que os graus Celsius (º C) se situam a intervalos iguais aos Kelvin e o ponto zero da

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escala Celsius corresponde a 273,15 K. A escala Celsius baseia-se na diferença de temperatura entre o ponto de fusão do gelo

(º C) e o ponto de ebulição da água (100º C). Candela: unidade de intensidade luminosa do SI, a candela, cujo

símbolo é cd, baseia-se nos padrões de chama ou filamento incandescente. É definida como a intensidade luminosa, na

direção perpendicular, de uma superfície de 1/600.000m2, de um corpo negro (capaz de absorver ou emitir radiação de forma teoricamente perfeita) à temperatura de solidificação da

platina (aproximadamente 1.775º C), sob a pressão atmosférica padrão (101.325 newtons por metro quadrado). A candela

substituiu a antiga unidade de intensidade luminosa usada no cálculo de iluminação artificial, a vela, equivalente à

intensidade de uma vela de cera de constituição e dimensões padronizadas.

As unidades derivadas do SI são aquelas que se formam ao combinar as básicas segundo relações algébricas que associam as

grandezas correspondentes. Algumas unidades, como o mol (unidade de quantidade de substância cuja massa equivale à de um átomo de carbono 12), denominam-se suplementares, pois não são facilmente situáveis entre as básicas e as derivadas.

Sistema métrico IDÉIAS E PALAVRAS PARA MEDIR O MUNDO

Antonio Rodrigues Neto*

Medir é comparar - e aprendemos isso, de forma intuitiva, quando ainda somos crianças. À medida que crescemos, contudo, descobrimos que é necessário definirmos uma referência como

ponto de partida.

Tente medir o comprimento e a largura da sua mesa ou do seu quarto, sem usar régua, trena ou qualquer instrumento

apropriado para esse tipo de experiência. A tendência é de, intuitivamente, utilizarmos a palma da mão para medir a mesa e os passos, sem esticar muito as pernas, para medir o quarto.

Esses dois instrumentos do nosso corpo, o comprimento da mão e o intervalo entre os pés, são usados muitas vezes. No entanto,

podemos perceber que esses métodos exigem alguns ajustes, principalmente se tais medidas precisarem ser registradas ou

comunicadas a outras pessoas.

Depois de utilizar a palma da mão e os passos, percebemos que os resultados obtidos são aproximados, e nos permitem apenas ter uma vaga noção de quanto o comprimento do quarto é maior

que o da mesa.

Padrões precisos Assim, se nosso objetivo for, por exemplo, informar o resultado das medições a um marceneiro ou um pedreiro, perceberemos a fragilidade dessas medidas, pois elas se referem a padrões

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individuais, variáveis de pessoa a pessoa - e para que a comunicação seja efetiva é necessário que os padrões sejam

coletivos e precisos.

Foi por esse motivo, diante de tal necessidade, que surgiram unidades internacionais de comprimento, massa, tempo e de

outras grandezas, para que os homens e os países pudessem se comunicar com facilidade, precisão e rapidez.

Para ilustrar essa grande viagem humana, este texto se

concentrará na unidade de comprimento. É o suficiente para mostrar a riqueza da invenção das unidades de medida.

Do metro ao angstrom

O metro foi definido, em 1791, como uma fração de 1/10.000.000 da distância do Pólo Norte ao Equador, seguindo o traçado do

meridiano que passa por Paris. É uma bela aplicação do conceito de fração, a fim de se obter um pedaço do comprimento da

circunferência da Terra.

A idéia do número fracionário, elaborada no Egito para evitar desperdício ou controlar a escassez de pão, é aplicada, no caso acima, não para se obter um pedaço de pão, mas um pedaço de linha do meridiano terrestre. Um pedaço que passou a ser representado por uma barra de platina, guardada no Bureau

Internacional de Pesos e Medidas, na França.

Essa definição, atualmente aperfeiçoada - nos dias de hoje, o metro é definido como o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de

segundo -, foi reproduzida no mundo inteiro, para que todos conseguissem se comunicar nas suas diferentes necessidades

sociais ou experiências matemáticas.

O conceito de fração, um padrão definido mundialmente, além de servir como recurso na definição do metro, foi usado também para fragmentá-lo em 10, 100 e 1.000 partes iguais. Para cada parte fragmentada é definida uma regra e um nome. A décima parte do metro (m) passa, assim, a ser chamada de decímetro

(dm); a centésima, de centímetro (cm); e a milésima, de milímetro (mm) - cada uma delas com seu símbolo respectivo.

Seguindo essa idéia de sempre dividir por 10, o homem invadiu o mundo microscópico, dividindo também o milímetro por 10, 100 e 1.000 partes, sendo que esta última divisão foi definida como mícron (µm). Uma bactéria, por exemplo, tem aproximadamente 20 mícrons de comprimento. Em relação ao milímetro, poderíamos

definir o comprimento da bactéria com esta fórmula:

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O jogo continua indefinidamente, acompanhando a evolução da ciência. Há, por exemplo, o nanômetro (nm), definido como a

bilionésima parte do metro, e o angstrom (Å), a décima parte do nanômetro.

Do metro ao ano-luz

Esse processo de fragmentar o metro em partes iguais, em grupos de 10, para medir comprimentos de bactérias, de vírus ou do diâmetro dos átomos pode tomar um caminho inverso. Da mesma forma que submergimos no mundo microscópico podemos emergir para o mundo macroscópico. Em vez de dividir o metro por 10, multiplicamos: o decâmetro (dam) é definido como dez vezes maior que o metro; e temos, seguindo a mesma lógica, o

hectômetro (hm), igual a 100 x 1m, e o conhecido quilômetro (km), igual a 1.000 x 1m.

O procedimento de medir comprimentos é o mesmo usado para medir distâncias. Os dois são sinônimos, ambos estão relacionados ao mundo geométrico e servem para medir o intervalo entre dois

pontos. Assim, da mesma forma que surgiu a necessidade de medir o comprimento de um vírus, também surgiu a necessidade de medir

a distância entre a Terra e o Sol - em outras palavras, o comprimento da linha reta, ou aproximadamente reta, que separa

esses dois corpos celestes. Nessa expansão de medir o mundo macroscópico elaborou-se o

conceito de ano-luz. Multiplicar o metro por um bilhão é pouco para se registrar as distâncias entre as galáxias. Usando a

velocidade da luz como referência, inventou-se a unidade ano-luz a partir de uma regra de três: se a luz percorre 300.000 km em 1 segundo, então quantos quilômetros ela percorre em um ano? Calculamos a quantidade de segundos em um ano, que é de 365 x 24 x 60 x 60, e depois, seguindo a técnica da regra de três, multiplicamos esse resultado por 300.000 km. Tudo isso para sabermos que o diâmetro de nossa galáxia, a Via Láctea, tem

cerca de 100.000 anos-luz. O desafio de medir o tamanho de uma constelação é semelhante ao de medir a dimensão de um vírus. Nesse tipo de desafio, nesse jogo, os dois procedimentos conduzem ao conceito de infinito,

provocando o surgimento de novos conceitos e de novas formas de se transmitir informações com precisão. Dirigimos nosso olhar

para o mundo macroscópico ou microscópico - e temos dois caminhos fisicamente opostos, que conduzem ao conhecimento sem

dúvida infinito, mas que têm como ponto de partida, como padrão, o homem.

Sugestão: conheça um prático e útil conversor de medidas.

*Antonio Rodrigues Neto, professor de matemática no ensino

fundamental e superior, é mestre em educação pela USP e autor do livro "Geometria e Estética: experiências com o jogo de

xadrez" pela Editora da UNESP.

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Metro Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O metro (símbolo: m) é uma unidade de medida de comprimento padrão que tem por base as dimensões da terra e o sistema

numérico decimal. É uma das unidades básicas do Sistema Internacional de

Unidades. Largamente usada no mundo inteiro em muitos sectores, principalmente na construção civil e na indústria mecânica. Atualmente o metro é definido como sendo "o comprimento do

trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de segundo" (unidade de base ratificada pela 17ª CGPM - 1983).[1][2] O trajeto total percorrido pela luz no vácuo em um segundo se chama segundo luz. A adoção desta definição corresponde a fixar a velocidade da luz no vácuo em

299.792.458 m/s.

A barra de platina-irídio utilizada como protótipo do metro de

1889 a 1960 História

Embora a origem da palavra seja o termo grego μέτρον (metron), medida, através do francês mètre, a procura por uma unidade

padrão de medição é bem mais antiga. Em 1789 o Governo Republicano Francês fez um pedido à Academia de Ciências da França para que criasse um sistema de medidas baseadas em uma constante não arbitrária. Após esse pedido, em

25 de junho de 1792, um grupo de investigadores franceses, composto de físicos, astrônomos e agrimensores, deu início a

esta tarefa, definindo assim que a unidade de comprimento metro deveria corresponder a uma determinada fracção da

circunferência da Terra (1/40.000.000, ou 1 metro e 1,8 mm) e correspondente também a um intervalo de graus do meridiano terrestre, o que resultou num protótipo internacional em platina iridiada, ainda hoje conservado no Escritório

Internacional de Pesos e Medidas (Bureau international des poids et mesures), na França, e que constitui o metro-padrão. A medida definida por convenção, com base nas dimensões da

Terra, equivale à décima milionésima parte do quadrante de um meridiano terrestre, com a crescente demanda de mais precisão

do referencial e possibilidade de sua reprodução mais imediata, levou os parâmetros da unidade básica a serem reproduzidos em laboratório e comparados a outro valor constante no universo, que é a velocidade de propagação eletromagnética. Assim sendo,

a décima milionésima parte do quadrante de um meridiano terrestre, medida em laboratório, corresponde ao espaço linear

percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo correspondente a 1/299.792.458 de segundo, e que continua sendo

o metro padrão.

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Múltiplos A unidade principal de comprimento é o metro, entretanto

existem situações em que essa unidade deixa de ser prática. Se queremos medir grandes extensões ela é muito pequena. Por outro lado, se queremos medir extensões muito "pequenas", a unidade

metro é muito "grande". Os múltiplos e submúltiplos do metro são chamados de unidades

secundárias de comprimento. No Sistema Internacional de Medidas (SI) são usados múltiplos e

divisões do metro: Múltiplo Nome Símbolo Submúltiplo Nome Símbolo

100 metro m 100 metro m

10¹ decâmetro dam 10−1 decímetro dm

10² hectômetro / / hectómetro hm 10−2 centímetro cm

10³ quilômetro / / quilómetro km 10−3 milímetro mm

106 megametro Mm 10−6 micrometro µm

109 gigametro Gm 10−9 nanometro nm

1012 terametro Tm 10−12 picometro pm

1015 petametro Pm 10−15 femtômetro/fentómetro [3] fm

1018 exametro Em 10−18 attometro/atometro[3] am

1021 zettametro/zetametro Zm 10−21 zeptômetro / / zeptómetro[3] zm

1024 iotametro Ym 10−24 yoctômetro / / ioctómetro[3] ym

Há também o ångström, que equivale a 10−10 metros, utilizado principalmente na física para lidar com grandezas da ordem do

átomo e que não faz parte do SI. Equivalências no S.I.

• 1.000 mm • 100 cm • 10 dm

• 0,1 dam • 0,01 hm • 0,001 km

Equivalências em outras unidades 1 polegada = 1" = 25,4 mm = 0,0254 m 1 pé = 1' = 30,4799 cm = 0,304799 m

1 jarda = 1 yd = 0,914399 m 1 légua = 6600 m

1 milha terrestre = 1609,3 m 1 milha marítima = 1852 m

1 braça = 2,2 m 1 corrente = 20,1168 m

1 tarefa (AL, SE) = 3053 m 1 tarefa (MG) = 3630 m 1 tarefa (BA) = 4356 m 1 vara = 2,96 m