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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO EMPRESARIAL A IMPORTÂNCIA DA BUSCA DA EXCELÊNCIA DA GESTÃO NAS EMPRESAS FAMILIARES NATHALIA OURO DE ALMEIDA MARQUES DE OLIVEIRA Matrícula: i101416 Turma: i036 RIO DE JANEIRO 2010

A IMPORTÂNCIA DA BUSCA DA EXCELÊNCIA DA GESTÃO … · arcaico de gestão, onde a profissionalização é mais uma conveniência ou vaidade ... Como na época não existia treinamento,

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO EMPRESARIAL

A IMPORTÂNCIA DA BUSCA DA EXCELÊNCIA DA GESTÃO

NAS EMPRESAS FAMILIARES

NATHALIA OURO DE ALMEIDA MARQUES DE OLIVEIRA

Matrícula: i101416

Turma: i036

RIO DE JANEIRO

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO EMPRESARIAL

A IMPORTÂNCIA DA BUSCA DA EXCELÊNCIA DA GESTÃO

NAS EMPRESAS FAMILIARES

NATHALIA OURO DE ALMEIDA MARQUES DE OLIVEIRA

Matrícula: i101416

Turma: i036

RIO DE JANEIRO

2010

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO 4

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 6

CAPÍTULO I. SUMÁRIO DE UMA HISTÓRIA DE SUCESSO NUMA EMPRESA

FAMILIAR ................................................................................................................... 8

CAPÍTULO II. CONCEITUAÇÃO - A EMPRESA FAMILIAR - ................................. 12

CAPÍTULO III. CENÁRIO: A IMPORTÂNCIA DAS EMPRESAS FAMILIARES

PARA A ECONOMIA ................................................................................................ 14

CAPÍTULO IV. OS DESAFIOS DAS EMPRESAS FAMILIARES ............................. 19

CAPÍTULO V. SUCESSÃO NAS EMPRESAS FAMILIARES .................................. 25

CAPÍTULO VI. A IMPORTÂNCIA DO MODELO DE GESTÃO NAS EMPRESAS

FAMILIARES ............................................................................................................. 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 44

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47

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APRESENTAÇÃO

As empresas familiares são elementos propulsores do desenvolvimento da

economia, tanto em relação à sua quantidade como em relação à sua importância

social.

O problema a ser estudado é como garantir a prosperidade e longevidade das

empresas familiares e torná-las verdadeiras alavancas para o desenvolvimento da

economia nacional, considerando que muitas delas ainda adotam um modelo

arcaico de gestão, onde a profissionalização é mais uma conveniência ou vaidade

do que uma necessidade.

As justificativas para estudá-las aqui são pelo menos duas: a primeira é

inspirada em uma experiência familiar, passada à minha geração pela geração dos

meus pais, considerando que minha família chegou a ter a mais importante indústria

de malhas do Estado do Rio de Janeiro, nas décadas de 1950/1960, em empresa

fundada por meu avô, que como tantos empreendedores da época faziam uso da

intuição e da vontade de formar um patrimônio familiar. Uma curiosidade: foi essa

empresa quem lançou a camisa “cacharrel”, ou “gola rolê” (como se dizia na época),

ainda bastante conhecidas e usadas até hoje. A empresa fechou em 1975, depois

de ter sofrido impactos de vulto em função da mudança da política econômica

relativa às exportações, setor que ocupava um grande percentual de vendas do que

era produzido lá. A administração, concentrada nas mãos do sócio principal, não

conseguiu se flexibilizar, levando-a ao fechamento. Tal fato hoje avaliado suscita

reflexões na direção da capacitação para a gestão e na importante função do

planejamento dentro das empresas familiares. A segunda justificativa está também

vinculada a essa primeira: ratificar a importância da profissionalização nas empresas

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familiares, de forma a que elas se tornem saudáveis, competitivas, menos

vulneráveis e longevas.

O grande objetivo desta monografia é mostrar que, mesmo que o mercado

das instituições acadêmicas não privilegie a capacitação voltada a empresas

familiares, e ainda que existam vácuos, a rede de graduação, pós-graduação, cursos

específicos e outros tem cumprido o seu papel no que se refere a oferecer condições

para a obtenção de conhecimentos que são fundamentais para a gestão dessas

empresas.

Como objetivo específico vale ressaltar que pretendemos concluir que não só

a boa formação/capacitação é capaz de levar as empresas familiares ao patamar de

excelência. Mais que isso, a força de vontade em adequar a administração a

modernas técnicas e ferramentas de gestão, a aplicação do que foi apreendido na

academia e, principalmente, a preparação humano-comportamental dos sócios e

familiares envolvidos na administração são fatores críticos para o sucesso dessas

organizações.

Este trabalho será introduzido pelo exemplo de uma empresa familiar, a

Leader (Magazine), de forma que essa introdução contenha algumas bases que

servirão como argumentos e premissas para discorrermos sobre o tema, atingindo

os objetivos propostos, na forma como decidimos apresentá-los. O foco da pesquisa

é entender o nascimento das empresas familiares para assim indicar

implementações de processos e métodos que facilitem o caminho para o sucesso.

Identificando o clima organizacional e criando mecanismos para mediação de

contradições espero incentivar o crescimento de tais empresas sempre as

preparando para um mundo de mudanças constantes.

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INTRODUÇÃO

O trabalho aqui apresentado parte da afirmação de um dirigente de uma

empresa familiar, cujo conteúdo resume o nascimento e desenvolvimento de uma

empresa familiar de sucesso, tema desta monografia.

A partir daí discorre-se sobre os conceitos de empresa familiar, apontando

suas características de forma a que tivéssemos um pano de fundo que balizasse o

prosseguimento do trabalho, na busca de respostas para os desafios aqui colocados

como seu objeto.

Seguindo-se o capítulo referente às características, entramos nos aspectos

relativos ao cenário, Capítulo III ou seja, como as empresas familiares se

apresentam hoje na economia, e um pouco a respeito do seu histórico. Os dados e

constatações observadas fazem emergir a importância das empresas familiares

para a economia, fato recorrente na grande parte de países da Europa, Ásia e

Américas. O Capítulo IV tece considerações sobre os grandes desafios encontrados

nas empresas familiares, listando alguns deles julgados de maior relevância. Esses

desafios introduzem a questão dos aspectos psicossociais encontrados com grande

ênfase nas relações empresa-família.

O Capítulo V apresenta aspectos relativos à importância de sucessão, e seu

planejamento, para a continuidade dos negócios da empresa familiar. Apreciando a

literatura existentes, esse Capítulo insere contribuições relevantes para que a

empresa familiar seja verdadeiramente elemento propulsor da economia, tendo-se

como uma variável de sucesso a estratégia de sucessão.

O Capítulo VI fala da importância da utilização de um modelo de gestão nas

empresas familiares, abrangendo desde aspectos de planejamento estratégico até a

necessidade de planejamento familiar evidenciando inúmeros fatores que devem ser

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abordados e considerados dentro desse modelo, de forma a que ele possa vir a

servir como o grande pressuposto para a gestão das empresas familiares. Logo a

seguir encontramos as considerações finais, que conclui o trabalho respondendo

aos objetivos aqui registrados ao seu início e, como curiosidade, registrando

algumas frases ditas por empresários de empresas familiares, como ilustração para

o que foi dito durante essa monografia.

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CAPÍTULO I. SUMÁRIO DE UMA HISTÓRIA DE SUCESSO NUMA

EMPRESA FAMILIAR

Este trabalho será introduzido pelo exemplo de uma empresa familiar, a

Leader (Magazine), de forma que essa introdução contenha algumas bases que

servirão como argumentos e premissas para discorrermos sobre o tema, atingindo

os objetivos propostos, na forma como decidimos apresentá-los.

“À medida que o tempo foi passando e o comércio varejista foi

crescendo, dois irmãos e um tio puderam cumprir o compromisso de dar

trabalho – ou conseguir uma colocação, como se dizia na época – para outros

membros da família. É Newton Gouvêa quem conta. - Fomos abrindo novos

estabelecimentos e trazendo cunhados e irmãos para trabalhar com a gente.

Como na época não existia treinamento, eles foram começando direto na

prática. Um cunhado vendia carne, passou a vender tecido; o outro vendia

picolé, passou a vender armarinho. E felizmente tem sido sempre uma

convivência fraternal, que gerou todos estes frutos que estamos colhendo

hoje.”

“Aos poucos, novos colaboradores foram chegando. Em 1952, José de

Castro Freitas trabalhava no Mercado Wellington, na rua Vitor Ferreira, em

Palma. O mercado tinha um barzinho nos fundos e, à noite, com o mercado já

fechado, Newton e Omar passavam no bar para comprar bombons para as

namoradas. Eles gostaram do jeito de José atender e o convidaram para

trabalhar, e até hoje José continua fazendo parte da grande família Leader.”

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Esse depoimento consta do livro Uma Trajetória de Sucesso, que

comemorou os 50 anos da Leader Magazine, empresa familiar varejista, Bazar

Leader, que iniciou suas atividades pouco depois da Segunda Guerra Mundial, 1951,

em Miracema, RJ, com um bar, chamado já à época Bar Leader.

Resultado do esforço de dois irmãos com veia empreendedora, o bar deu

lugar a um armarinho, depois a uma loja de tecido, no primeiro prédio construído em

cimento armado na época, na localidade de Palma – RJ, culminando na empresa de

varejo de roupas, cama, mesa, banho, utilidades domésticas e brinquedos. Hoje a

Leader (até dois anos atrás chamada de Leader Magazine) conta com 45 (quarenta

e cinco) lojas em 08 (oito) estados do Brasil, e 4000 (quatro mil) colaboradores.

Ao final do ano de 1970, a família tinha vários negócios no ramo da

confecção, já atuando discretamente com uma loja em São Paulo e em algumas no

Estado do Rio, inclusive em Niterói.

Em Dezembro de 1970 a família Gouvêa decidiu juntar os esforços que

vinham sendo feitos de forma pulverizada, e então foi criada a União de Lojas

Leader Ltda, cujo nome fantasia passou a ser Leader Magazine.

Tomo aqui nesta introdução a história dessa empresa familiar de sucesso

para discorrer sobre a gestão empresarial das empresas familiares e seus desafios.

Vale considerar os vínculos familiares, afetos e emoções, que sem dúvida marcam o

negócio familiar e interferem nas possibilidades de obter sucesso, facilitando ou

dificultando o seu alcance. São esses alguns dos grandes desafios, que se bem

administrados, podem vir a colocar a empresa na trilha da melhor performance na

gestão empresarial, como um dos principais fundamentos para o desenvolvimento

do negócio familiar.

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Numa rápida explanação sobre o desfecho da história da empresa, com o seu

crescimento houve a necessidade de contratação de uma auditoria externa, que

sugeriu à época a centralização das operações da empresa num único prédio. Essa

foi a primeira base para a criação de segmentos de negócio voltados às diversas

funções necessárias à dinâmica do varejo, que até então eram desenvolvidas “por

feeling”.

Esse foi o primeiro grande passo para a estruturação organizacional da

empresa, e base para seu desenvolvimento e aprimoramento nos anos / décadas

seguintes.

Vale ressaltar que até então, dentro da empresa não se falava em metas de

médio ou longo prazo. Havia um sentimento que dirigia a empresa, baseado no que

acontecia em relação às vendas e na percepção do que o consumidor queria.

Ao final dos anos 80 (oitenta) começa a modernização da rede Leader, que

havia se firmado como loja de departamentos. No início dos anos 90 (noventa), a

segunda geração da família, juntamente com os diretores da época, iniciaram uma

nova fase de transformação, levando a empresa a um novo patamar de

profissionalização, iniciada a partir do estabelecimento de critérios para

recrutamento e seleção, considerados nestes, membros da própria família que

quisessem fazer parte do negócio.

A partir daí a empresa passou a adotar princípios de gestão modernos,

captando no mercado o que havia de melhor em termos de gestão, adotando metas

e procedimentos voltados aos caminhos para o futuro da empresa, a partir de

consultoria especializada na gestão de empresas familiares.

Partindo da filosofia familiar que sustentava o negócio, as premissas da

empresa foram sendo explicitadas, a partir da adoção sistemática do Planejamento

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Estratégico e de seus diversos desdobramentos através da gestão por projetos. A

filosofia de recursos humanos baseada em valores e crenças também muito

contribuiu para o que foi chamado de a grande família Leader.

Respondendo à prontidão da empresa, no ano de 1999 foi criada a Escola

Leader de Varejo, a primeira escola corporativa de varejo do Brasil, à época

considerada como um elemento de explicitação da excelência da gestão

empresarial.

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CAPÍTULO II. CONCEITUAÇÃO - A EMPRESA FAMILIAR -

“Uma organização em que tanto a gestão administrativa quanto a propriedade

são controladas, na sua maior parte, por uma ou mais famílias, e dois ou mais

membros da família participam da força de trabalho, principalmente os integrantes

da diretoria”, diz A. Moreira Junior em sua tese de mestrado. O consultor para

empresas familiares, Renato Bernhoeft, define empresa familiar como “aquela que

mantém membros da família na administração dos negócios”, ou “aquela que tem

sua origem e sua história vinculadas a uma família”. Alguns autores consideram a

empresa familiar somente aquela quando a empresa é transmitida de uma geração à

outra, garantindo a vinculação da história familiar à história da empresa.

Se nos dispusermos a melhor compreender a empresa familiar e suas

peculiaridades, observaremos que são empresas marcadas pela cultura da família

que a criou, inegavelmente com predominância da cultura da primeira geração.

Vale ressaltar que os vínculos familiares, afetos e emoções, sem dúvida

marcam o negócio familiar e interferem nas possibilidades de obter sucesso,

facilitando ou dificultando o seu alcance.

Por que isso ocorre? Porque é muito difícil desvincular as fases da vida

pessoal de cada um dos familiares das fases da vida da empresa; elas ocorrem

concomitantemente, ou seja, os ciclos são paralelos, e talvez isso faça com que seja

bastante específica a análise e compreensão do que verdadeiramente se passa

numa empresa familiar.

Em 1996, um estudioso, doutor em economia e psicanalista holandês,

chamado Kets de Vries, a partir de uma pesquisa feita em empresas familiares,

concluiu que os principais problemas dessas empresas não eram técnicos, nem

estruturais, e sim psicológicos, conseqüência da dinâmica das relações familiares

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que lá se intensificavam. Na sua conclusão ele também ressaltou que ignorar essas

questões, pode levar essas empresas à destruição. Então, esse é um conceito

atribuído às empresas familiares que não se pode perder de vista quando elas são

objeto de qualquer estudo, mesmo que precipuamente técnico.

O gráfico a seguir tem como finalidade mostrar a complexidade encontrada

quando se encontram num mesmo contexto empresas e famílias.

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CAPÍTULO III. CENÁRIO: A IMPORTÂNCIA DAS EMPRESAS

FAMILIARES PARA A ECONOMIA

Durante muito tempo a empresa familiar era confundida com “empresa de

pequeno porte”. Hoje isso não é mais uma realidade. As empresas familiares estão

presentes no mundo todo e têm sido, recentemente, objeto de estudos e pesquisas,

de forma a se obter, cada vez mais, conhecimento sobre os fenômenos que lhes são

característicos, e assim eles poderem ser melhores compreendidos.

Num mundo cada vez mais populoso, a importância da empresas familiar é

inegável; parece que isto está diretamente ligado ao seu impacto na economia,

como geradora de novos negócios e, conseqüentemente, criação de riqueza e de

mais empregos.

Nos Estados Unidos, 50% do PIB é formado por empresas familiares, que

contribuem com cerca de outros 50% para a geração de empregos, como citado em

“De Geração para Geração: ciclos de vida das empresas familiares”, de Gersick,

Hampton e Lnasberg. No mundo todo há a prevalência no mercado de empresas

familiares.

Segundo Domingos Ricca, estima- se que 40% das quinhentas maiores

empresas listadas pela revista Fortune, na década passada, eram de propriedade

de famílias ou por elas controladas. Segundo ele, isso ainda não se alterou. Na

Europa, elas dominam o segmento de negócio das pequenas e médias. Em alguns

países, chegam a compor a maioria das empresas. Na Ásia, segundo os países e as

culturas específicas, a forma de controle familiar varia, porém, as empresas

familiares ocupam dominam as economias mais desenvolvidas, com exceção da

China. Na América Latina, corporações e holdings familiares constituem a mais

importante forma de propriedade privada, na maioria dos setores industriais.

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No Brasil, apesar do grande índice de descontinuidade de parte de empresas

familiares, pois muitas delas não conseguem perdurar até a segunda geração, a sua

importância para a economia é crescente, já que se observa uma quantidade

considerável de empresas familiares de grande sucesso, tanto em território nacional

como no exterior.

Outro fato é que, aqui no Brasil, as empresas familiares são vistas como

micros ou pequenas empresas, e não existe, para efeitos de estratégia de

desenvolvimento, qualquer tipo de diferenciação entre as empresas familiares e

não-familiares (apesar de sabermos que as empresas familiares enfrentam situações

particulares), principalmente no foco que daremos agora, relativo à capacitação

profissional. Isso ocorre principalmente no que diz respeito à formação acadêmica,

que por muito tempo ignorou a existência dessas empresas no mercado, ou melhor,

ignorou suas necessidades distintas das demais.

Entretanto, apesar de ainda muito timidamente, esse cenário está mudando.

Algumas universidades já possuem iniciativas que caminham nessa direção; já

encontramos cursos de extensão, pós-graduação ou cursos voltados à formação de

empreendedores, que já sinalizam para a necessidade e importância do tratamento

da empresa familiar, até como um vetor de propulsão para a economia do nosso

país.

Durante muito tempo nem os teóricos preocupados com as questões

organizacionais, nem aqueles preocupados com as questões familiares

demonstraram interesse pelas empresas familiares. Essa conexão nunca foi feita, de

forma a que viesse a gerar especulações apropriadas no sentido de estudos que

abarcassem os dois fatores. Algumas razões importantes pretendem explicar porque

os pesquisadores negligenciaram durante tanto tempo as empresas familiares.

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Primeiro, apesar da prevalência das empresas familiares no mundo da

economia, os tem-se percebido que o controle da empresa familiar de muito sucesso

não fica por muito tempo nas mãos da família. Então esse fato excluiria a

necessidade de uma atenção específica às empresas familiares, até porque elas

algum dia deixarão de sê-lo.

Outro fato percebido é que, nas grandes empresas familiares, que alcançam

muito sucesso, poucos cargos de gerência são ocupados por membros da família

proprietária; eles são preenchidos por profissionais muito capacitados e

competentes, e esse fato também vale de justificativa para a pouca atenção à

capacitação específica voltada às empresas familiares. E uma grande confusão se

faz ao redor dessa realidade.

Vale a pena registrar que estudar “empresa familiar” significa estudar os seus

dois atributos: a empresa e a família, ao mesmo tempo. E isso não é uma tarefa das

mais simples. Estudiosos da administração delimitam sua visão ao seu modelo

mental, e isso significa enxergar as organizações sem o viés familiar, cumprindo um

preceito muito ouvido no meio empresarial: “negócios e família não se misturam”.

Ao mesmo tempo, quando os membros da família estão diante da situação

em que reconhecem que devem valorizar as regras organizacionais existentes, no

caso mesmo de qualquer estudo ou análise organizacional, eles tendem a ignorar a

dinâmica familiar que as influenciam e tendem a “criar uma realidade”, que não

necessariamente diz respeito aos fatos como eles são. E isso dificulta ou impede

trazer à tona a verdadeira dinâmica da organização familiar. Assim, é tão difícil para

o estudioso da administração de negócios quanto o é para o sujeito da avaliação, no

caso os membros da família, chegarem a um acordo sobre a abrangência

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necessária dos estudos: a integração dos elementos empresa e família, num mesmo

foco de estudo.

Procurando atender à necessidade de fazer frente aos desafios das empresas

familiares, nas últimas décadas vem sendo desenvolvido nos Estados Unidos e

Europa, uma novo campo de estudos teóricos a respeito das empresas familiares.

Nos EUA e Europa, organizações como o Family Firm Institute (FFI), sediado nos

EUA, e o Family Business Network (FBN), respectivamente, foram criadas para lidar

diretamente com questões hoje não valorizadas por outras instituições, como a

inserção da mulher no mercado de trabalho, as questões de sucessão

organizacional, e as organizações de cunho familiar. Esse tipo de organização tem

reconhecido que, a cada dia, cresce o número de profissionais que têm por desafio

lidar com a sucessão nas empresas familiares. Considerado um processo bastante

complexo e que envolve mudanças de peso, o mercado tem demandado

especialistas, profissionais qualificados, capacitados para assessorar àqueles que

passam por transição tão difícil como a sucessão de herdeiros. Profissionais de

diversas áreas do conhecimento têm demandado meios e ferramentas eficazes que

possam prepará-los para ajudar e apoiar seus clientes. O mercado começa a

entender que a continuidade das empresas familiares aí instaladas é também uma

preocupação que se pode tratar no âmbito do Planejamento, e de todo o acervo

teórico e de conhecimento que se tem sobre isso.

Pode-se admitir que, a exemplo do processo de crescimento da empresa de

varejo citada no Capítulo I, como um pressuposto para este trabalho, empresas

familiares que perduram possuem características semelhantes em seu processo de

gestão, que lhes oferecem condições saudáveis para a condução do negócio, de

maneira a minimizar riscos, permitindo-lhes sobreviver por mais gerações.

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Grande parte do PIB brasileiro, em torno de 50% deste, e parte dos empregos

formais, também beirando os 50%, hoje são conseqüência da atuação das

empresas familiares. Isso demonstra a relevância do seu papel para a economia,

ajudando na ampliação do mercado de trabalho, na redução da pobreza, das

desigualdades e contribuindo para a construção de um país com mais qualidade de

vida para todos, melhorando os indicadores econômico-sociais.

No entanto, apesar do reconhecimento dessa importância, isso não têm sido

suficiente para fazer com que efetivamente a empresa familiar seja foco de atenção

institucional, de forma a se vislumbrar estratégias que possam inibir seu

desaparecimento. Hoje 70% das empresas familiares não atravessam a primeira

geração; morrem antes. As estatísticas mostram que das que sobrevivem à primeira

geração, apenas 5% chegam à terceira geração. É muito pouco para um país que

poderia utilizar-se desse vetor como estratégia para o seu desenvolvimento.

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CAPÍTULO IV. OS DESAFIOS DAS EMPRESAS FAMILIARES

A pergunta que nos vem depois de tomar conhecimento das informações aqui

registradas anteriormente é: que fatores na gestão empresarial das empresas

familiares poderiam ser fundamentais para garantir a sua permanência no mercado,

fazendo com que elas fossem realmente uma estratégia para o desenvolvimento

econômico-social?

Tal questão fica ainda mais difícil de ser respondida se não soubermos quais

são os grandes desafios das empresas familiares. Conhecê-los poderá nos colocar

um pouco mais próximos dessa realidade empresarial.

Podemos inferir que as empresas familiares enfrentam desafios muito

distintos de outras empresas que atuam no mercado, muitas vezes próprios

concorrentes. Tal afirmação pode ser ratificada até por políticas de recursos

humanos existentes em grandes corporações (não-familiares), onde sequer é

permitida a lotação de parentes próximos num mesmo departamento. Muitos

atribuem isso a medidas de segurança financeira, de forma a se evitar formação de

laços que favoreçam desvios, ou algo assim. Outros atribuem às questões afetivo-

emocionais, que podem prejudicar o desempenho de um ou de outro. Ou seja,

tomando-se essa precaução como real na empresas não familiares, com certeza há

algo de especial quando parentes ou co-parentes decidem trabalhar juntos, como

sócios.

Embora considerando as situações delicadas que possam existir nas

empresas familiares, é preciso que elas tenham saúde para crescer e prosperar,

tendo por meta precípua atingir um nível de profissionalização que, sem

descaracterizá-las no que querem guardar como essencial, geralmente vinculado a

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“valores”, minimize os riscos, deixando-as menos vulneráveis às questões familiares

que possam minar o seu crescimento e prosperidade.

Apesar dessa importância atribuída às empresas familiares, existe ainda um

preconceito em relação ao estudo dessas empresas. Tal fato é percebido quando se

sabe que ainda não existem no Brasil, em quantidade expressiva, cadeiras sobre

empresas familiares nas universidades, como na Europa e Estados Unidos. Até bem

pouco tempo a empresa familiar era ignorada pelo meio acadêmico, que via nela

uma instituição antiquada e em extinção. E isso não contribui para que elas

consigam vencer seus desafios técnicos, políticos, humanos.

Em conseqüência disso, os profissionais da Administração que atuarão nas

empresas familiares (geralmente membros da família) acabam não se qualificando

devidamente. Eles decidem seguir carreiras que os preparem para gerenciar suas

empresas, mas não saem das Universidades devidamente preparados para lidarem

com a sua realidade peculiar. Eles saem preparados para lidar com o negócio da

empresa, mas não com “os meandros” do negócio, fato intensivo no meio familiar.

Eles não se capacitam para lidar com os lados político, humano, afetivo-emocional,

que permeiam a vida da empresa familiar. E esse é um dos grandes desafios.

Algumas iniciativas temos visto no mercado, até por iniciativa de

conglomerados de empresas, inclusive, que vieram cobrir esse vácuo, mas não se

pode afirmar que o nível de preparação profissional é o mesmo que o de uma

graduação ou similar, ou mesmo que abordam as questões preponderantes das

empresas familiares, como, questões políticas, propriamente ditas, questões

emocionais e a realidade sucessória. Todos grandes desafios.

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Sem querer esgotar o rol temático, além dos desafios já citados, outros estão

presentes, e se não forem observados podem ser obstáculos à sobrevivência das.

empresas familiares. Dentre eles estão:

• Disputa pessoal entre membros da família;

• Contexto familiar atual onde se percebe: livre escolha para o

casamento e maior número de divórcios; enfraquecimento de laços de

parentesco; cultura de mobilidade espacial; conceito de união estável,

emancipação da mulher, dentre outros elementos da sociedade

moderna.

• Ocupação de cargos sem a devida competência profissional,

utilizando-se o somente o critério de parentesco;

• Não compartilhamento de decisões que serão tomadas, mantendo tudo

“na sua cabeça” (do sócio maior), gerando com isso grandes riscos no

negócio. Se o executivo sócio precisar se ausentar; ninguém saberá

em que pé as coisas estão.

• Pouca valorização da formação acadêmica por parte da segunda

geração, que muitas vezes por “ter” negócio próprio abre mão da

formação necessária ao desempenho das funções;

• Baixo nível de entendimento dos dirigentes no que se refere a ouvir

sugestões ou compartilhar decisões “fora do cunho familiar”;

• Baixo investimento na criação e institucionalização de políticas de

sucessão e profissionalização da empresa, geralmente causado por

medo de perda do poder, status, vaidades pessoais;

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• Inexistência de mecanismos e dinâmicas que garantam a continuidade

da empresa nas próximas gerações, como a criação de conselho de

família ou acionistas;

• Baixo nível de conscientização de que, muitas vezes, a direção da

empresa ou sucessão empresarial estarão acompanhadas de disputas

e vaidades pessoais, onde fatos irrisórios ocorridos na vida familiar

podem se transformar em grandes obstáculos para a interação dentro

da empresa. E por isso é preciso trabalhar arduamente essas

questões, com ajuda de profissionais.

• Inexistência de processos de preparação de herdeiros e sucessores,

de forma a que eles estejam totalmente capacitados ao assumirem a

sua gestão.

• Invalidação de opiniões sobre negócios, vindas de gestores que não

fazem parte da família, evitando o vício de somente considerar nas

decisões estratégicas os gestores familiares.

• Inexistência de um modelo de gestão que possa orientar a

administração da empresa, dele constando desde sua missão principal

aos seus desejos de futuro, objetivos, valores, assim como aspectos de

planejamento (estratégico e operacional) que delimitem a atuação

empresarial e de seus gestores.

• Inexistência de estruturas que representem as funções da empresa e

competências necessárias, assim como o grau de autonomia de seus

gestores.

• “Não seguir as regras”, ou seja, apesar da existência de planejamento

e outras ferramentas de gestão, os executivos sócios se dão o direito

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de agir como e quando querem, muitas vezes atrapalhando a

profissionalização da gestão e criando muitos conflitos internos.

• Seguir somente a intuição, considerando que “sempre fiz assim”, sem

considerar aliar sua intuição a técnicas e outras visões que podem

facilitar o processo de decisão nos negócios;

• Pai rico, filho nobre, neto pobre. É um ditado popular que define um

desafio comum encontrado nas empresas familiares, principalmente

naquelas cujo fundador não veio de classe abastada. Ele consegue

enriquecer e muitas vezes seus herdeiros vivem na abundância,

aproveitando a riqueza mais do que preservando-a ou construindo-a.

Consequentemente o ditado será cumprido;

• A manutenção do controle proprietário acionário aliado às

necessidades de investimento;

• Ausência de sucessores interessados e competentes;

• Não compreensão da família no que se refere a questionar o valor

dado ao trabalho e o tempo que este exige;

• Falta de definição de expectativas de cada membro da família em

relação ao negócio;

• Conflitos nas relações entre irmãos e primos, da segunda geração,

geralmente vinculada a status e patrimônio;

• Privilégios concedidos a alguns membros da família, tanto no que se

refere à ocupação de cargos quanto à não exigência relacionadas à

formação profissional;

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• Conflitos na educação dos filhos ou interferências na sua vocação,

quando os pais entendem que, a todo custo, os filhos terão que o

suceder, influenciando na escolha das suas carreiras;.

• Visão predominante de resultados de curto prazo, em detrimento do

longo prazo;

Esses desafios aliam-se com outros encontrados no mercado, comuns a

todas as empresas, e tomam um vulto bastante significativo que faz com que

administrar uma empresa familiar seja muito mais uma missão do que simplesmente

um legado de pai para filho.

Nota-se que os desafios aqui relacionados poderiam ser classificados como

de cunho humano, político e comportamental, fugindo à classificação técnica, com

exceção daqueles que tratam da formação e necessária capacitação.

Enfrentar esses desafios é garantir que a empresa esteja pronta para

concorrer, em pé de igualdade, no mercado onde atua. Se eles não forem tratados e

superados, cria-se uma grande chance de que os conflitos por eles gerados exijam

uma atenção tão grande que não sobrará energia para ser direcionada à conquista

dos resultados planejados.

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CAPÍTULO V. SUCESSÃO NAS EMPRESAS FAMILIARES

É comum a resistência dos empresários quando se trata de discutir a

sucessão familiar. Muitos entendem que discutir a sucessão significa iniciar o

processo de transferência do mando, e como toda mudança, esta sofre muitas

resistências. Vale ressaltar que o planejamento não significa a transferência de

cargos, mas sim a garantia de que isso é algo que será feito da melhor maneira

possível, avaliadas todas as alternativas, porque, justamente, foi planejado.

Processo formalizado de planejamento, direção, controle e avaliação das

atividades organizacionais, aliados à inserção cuidadosa de membros da família

nesses processos, possibilita a familiarização dos potenciais sucessores no

processo de desenvolvimento da empresa, agregando aprendizados e experiências

fundamentais para o timing da sucessão. Sendo o ideal da família e dos fundadores

da empresa a sua continuidade no mercado, uma das suas principais ocupações é

também realizar a transição para a geração seguinte, sem suscitar conflitos. Apesar

de racionalmente a maioria dos dirigentes de empresas familiares concordarem com

isso, muitas vezes o planejamento da sucessão não é feito dentro de parâmetros

que garantam a sua fluidez e sucesso.

Segundo John Ward, alguns princípios ou crenças, devem estar por trás das

estratégias das empresas familiares, de forma a que elas venham a se fixar no

mercado como empresas de sucesso. Elas são:

• A sucessão é um processo, não um ato isolado.

• É difícil iniciar as conversações sobre a necessidade de planejar a

sucessão, mas o melhor é não protelá-la;

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• Nenhum plano de sucessão é seguro se o fundador da empresa não

tem garantido seu futuro econômico;

• A participação do sucessor na empresa deve ser um gesto voluntário e

não uma obrigação;

• Experiências em outras empresas são essenciais para uma carreira de

sucesso na empresa familiar. É preciso estimular os descendentes

neste sentido da profissionalização;

• Um planejamento sólido de sucessão contribui para aumentar o valor

da empresa;

• A sucessão é percebida mais dolorosamente pelos filhos do que pelo

proprietário;

• Na medida do possível, os sucessores não devem trabalhar

diretamente sob as ordens dos pais.

Segundo Kignel (2004), planejar significa organizar, no presente, as regras de

sucessão que valerão no futuro, e quando as regras são definidas de forma clara e

coerente, é plenamente possível que o processo transcorra sem conflitos. Assim,

constata-se que, para o sucesso das empresas familiares, planejar o processo

sucessório é condição sine qua non para o sucesso.

Guerreiro (1996, p. 231) cita: "Nalguns casos a transmissão é tratada mais

estritamente do ponto de vista do patrimônio econômico, isto é, enquanto herança.

Noutros, a perspectiva alarga-se à transmissão de recursos sociais e simbólicos em

sentido mais lato, incluindo os círculos de interconhecimento, os saberes e as

disposições". Isso significa que a complexidade da sucessão nas empresas

familiares pode ser objeto de cuidado abraçado por diversos campos do

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conhecimento, desde a sociologia, antropologia, psicologia, e outras ciências

sociais.

A questão do processo sucessório é crucial para dar sustentação, e melhor,

credibilidade à empresa, sob o ponto de vista daqueles que são seus colaboradores

não familiares. A falta de explicitação da existência do processo sucessório pode

criar no meio empresarial muita insegurança, não só no seu ambiente interno, como

no ambiente externo onde a empresa atua, principalmente clientes e fornecedores. A

fundação de uma empresa e seu funcionamento no mercado é ato de muita

responsabilidade, pois os impactos advindos de seu surgimento são muitos, assim

quanto os impactos advindos de sua não sobrevivência. Gareth Morgan, em seu livro

Imagens da Organização, diz: "ao criarmos organizações, estamos criando

estruturas de atividades que são maiores do que a vida e que, freqüentemente,

sobrevivem por gerações".

Morgan não se refere especificamente a empresas familiares, tanto que,

quando se trata de empresa familiar, Bernhoeft diz “com uma dinâmica própria e

problemas específicos, a empresa familiar convive com um prognóstico preocupante

– só 30% das empresas bem sucedidas, sob a gestão de seu fundador, sobrevivem

à mudança para a segunda geração”. O citado autor conclui suas reflexões,

afirmando que, dessas, só a metade passa da segunda para a terceira geração.

Ressalte-se que esses dados constam de uma publicação do autor do ano de 1996.

Os autores que estudaram a realidade das empresas familiares, concluem

que a sucessão familiar empresarial, seja ela planejada ou feita sob reação, como

resposta às necessidades, é sempre um processo complexo, que pode ser

comparado a uma quebra de obstáculos. Pode-se também inferir que, a depender

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da cultura residente na empresa, pode-se comparar a uma corrida contra ou a favor

do tempo, a depender da perspectiva de ação.

Para Gersick, “o processo da sucessão nem sempre é racional e engenhoso

como descreve a maior parte da literatura sobre empresas familiares. Algumas

empresas se esforçam para ser pró‐ativas a respeito do planejamento da sucessão e

antecipam as tarefas preparatórias que acompanham cada estágio de

desenvolvimento da empresa familiar. Outras famílias simplesmente alcançam seu

objetivo de qualquer maneira, sem muito planejamento consciente, até, talvez, o

último minuto

Vale considerara que a questão da sucessão deve estar diretamente

vinculada à premissa de preparação dos sucessores. A depender de como seja feita,

um novo dirigente pode continuar no caminho de sucesso que veio tomando a

empresa ou pode colocá-la em risco caso não esteja preparado para tal. Dessa

forma a questão da sucessão passa a ter um posicionamento ambíguo, pois se ela

não estiver atrelada à condições necessárias de profissionalismo e competência, por

parte do sucessor, poderá tornar-se uma grande fonte de preocupação para todos

os sócios, familiares e outros que lá estão empregados.

Nem sempre uma empresa familiar assume para si a função de ter como

executivo principal um membro da família. Muitas vezes essas empresas fazem uso

do recrutamento de gestores no mercado. Vale registrar que o importante é a atitude

da família diante da profissionalização, e da necessidade da empresa ser gerida por

alguém capaz. Seria ideal que a sucessão ocorresse sempre dentro do meio

familiar? Sim, sem dúvidas, mas na falta da competência adequada, vale mais

assumir a administração profissional a partir da contratação fora, do que correr

riscos que podem impactos incomensuráveis.

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Fazer uso da estratégia da profissionalização faz com que os familiares

percebam que os interesses da empresa são diferentes dos interesses da família,

embora sempre pareça que eles se confundem. Não sob alguns aspectos, e isso

ajuda na minimização dos conflitos. E a profissionalização é um desses elementos

que ajudam a evitar conflitos relativos à eficiência atribuída à gestão e aos

resultados da empresa.

Mas não basta admitir que a empresa adotará critérios de profissionalização.

Esses critérios precisam estar claros, explicitados, acordados pelos membros da

família que gerem o negócio ou detém seu capital (expressivo). Esses critérios

devem nortear as decisões e postura dos gestores e devem expressar políticas de

ocupação de cargos, níveis de competência exigidos, perfil profissional e experiência

em gestão, estratégias de treinamento, remuneração, premiação, aspectos da

tomada de decisão e níveis de autonomia de decisões, promoções, fatores de

avaliação do negócio e desempenho, e todos os critérios que sejam considerados

como elementos vitais para a organização.

Não só o planejamento sucessório, mas uma outra ferramenta tem muita

importância para o planejamento da sucessão: o planejamento estratégico. Ambos

se pautam num mesmo objetivo, ou seja, a continuidade da empresa, apesar de

suas metodologias serem diferenciadas e os objetivos bastante específicos. De toda

forma, a existência do planejamento estratégico com seus atributos, coloca diante da

realidade as ações conseqüentes dos movimentos presentes, e sinalizam para uma

situação futura e os desafios a serem trabalhados. Esse escopo do conhecimento do

posicionamento da empresa no mercado e de suas estratégias, é de muita utilidade

no planejamento da sucessão, pois este deixa de ser uma aposta no futuro para

tornar-se um compromisso diante da empresa e familiares. Aliar o processo

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sucessório ao planejamento estratégico, ou mesmo vincular o planejamento

sucessório a este, é uma maneira mais harmoniosa de se enfrentar a sucessão,

porque além de mais segura, não se corre o risco da descontinuidade.

Reconhecendo-se as dificuldades que as empresas familiares podem apresentar na

sua administração, torná-las menos “perigosa” é algo que vai também depender de

escolhas familiares, pois a literatura farta vem mostrando caminhos para tal.

Num estudo de 1999, intitulado Empresas brasileiras – perfil e perspectivas,

os autores explicam que as empresas familiares que tiveram fracasso na gestão

após a sucessão, poderiam ter tido mais chances de sobrevivência se os

empresários tivessem valorizado a formação acadêmica de seus filhos, e se

tivessem admitido que era preciso pensar com antecedência na escolha e

preparação de seu sucessor. No entanto, saliente-se que a escolha antecipada do

sucessor e sua formação, apesar de condições muito importantes, se não atrelados

a outras variáveis, sozinhos, não garantem que a sucessão tenha um resultado

satisfatório.

Sabendo-se que o processo sucessório é uma das variáveis que influencia o

sucesso ou fracasso da empresa familiar, ele deve, então, ser tratado dentro de um

contexto mais amplo. Assim, a opção de tratá-lo dentro do processo de

planejamento estratégico pode ser bem vinda, pois além de lidar com questões de

transmissão de poder e societárias, a empresa estaria inserindo esta transição

dentro da sua realidade de negócios, facilitando a visualização das expectativas com

referência à atuação do novo dirigente, de maneira bastante objetiva.

Além disso, esse movimento de agregar o processo sucessório ao

planejamento estratégico seria também uma sinalização para a empresa, ou seja, a

preparação para que a empresa receba o sucessor que, ao final, é um processo

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também muito delicado, que requer cuidados e uma gestão eficiente dessa

mudança. Considere-se ainda que ao atrelar o processo sucessório ao planejamento

estratégico, algumas questões essenciais estariam vindo à tona, como a viabilidade

do negócio, a necessidade premente de gerir e não adiar a sucessão (como muitas

vezes ocorre mesmo nos processos sucessórios planejados), a oportunidade para

sugerir à empresa como um todo o apoio ao sucessor, a minimização das

resistências naturais que se instalam na empresa, e a liberdade para que o sucessor

escolha os caminhos que quer tomar diante de um novo período de possibilidades e

desafios.

Concluindo o tema relacionado à sucessão, Os vários autores pesquisados

que tratam de empresas familiares e sua sucessão, como Santos e Martinelli (1999),

Floriani e Rodrigues (2000), Bortoli Neto e Moreira Junior (2001) e Leone (2003),

enumeram diversas maneiras de conduzi-la, destacando principalmente o

planejamento sucessório. Esse planejamento, porém, é mais citado como processo

societário da sucessão e de preparo do sucessor, não envolvendo o processo de

planejamento estratégico.

Trazendo à tona outros aspectos que não os técnicos, é importante

considerar que uma das grandes questões que dificultam a sucessão na empresa

familiar, é o conhecimento e a experiência do pai no controle do negócio,

considerando a sucessão direta de pai para filho. Esse é um dos entraves que

merece atenção, sendo, no entanto, muito pouco estudado ou pouco focado nas

pesquisas que até hoje formaram o conhecimento existente sobre a sucessão nas

empresas familiares. A dificuldade do pai, quando fundador, vincula-se à

insegurança sobre os rumos da empresa, ao medo da perda de autoridade e do

status. Isso é agravado quando o pai centralizador será sucedido pelo filho que não

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teve a oportunidade de ocupar cargos que estivessem hierarquicamente próximos do

dirigente principal, ou por inadequação da estrutura de poder, ou pelo grau de

centralização das decisões num único ponto superior da hierarquia empresarial. E

esse é um aspecto que merece estudos por parte dos pesquisadores sociais.

Conflitos muitas vezes surgem não pela dificuldade na sucessão, mas por

algo anterior, como o despreparo do dirigente para formar um sucessor. De outro

lado nem sempre os membros da família são os melhores sócios e profissionais e

daí surge um grande equívoco: desconsiderando as necessidades empresariais, o

dirigente nomeia seu sucessor, colocando os interesses da família em primeiro lugar,

sem atentar para a necessidade de sua preparação. Outras vezes os sucessores

naturais não têm vocação para o ramo de negócio da empresa mas apesar disso,

tomam a frente, sentindo-se obrigados a ficar á frente do negócio familiar.

Esses são grandes problemas que não passam pelo crivo técnico, pois estão

na seara das relações e a pouca capacidade para administrar conflitos com estes

cria uma série de problemas que podem chegar a conseqüências estratégicas, e até

colocar em risco a sobrevivência do negócio.

Ao contrário, quando as relações familiares são bem compreendidas e

administradas, qualquer situação pode ser bem encarada, sem que gere conflitos

que tenham conseqüências negativas.

Cabe à administração da empresa, principalmente à figura do seu fundador

e/ou dirigente, avaliar como está sendo conduzido o processo sucessório, tomar

para si o seu planejamento, e buscar estratégias e ações que não ameacem a

existência da empresa.

Pode-se concluir que o aspecto emocional e os vínculos afetivos podem

dificultar a sucessão empresarial na empresa familiar. Peter Drucker afirma que

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“está muito enganado quem reduz uma empresa familiar a um negócio tocado pelo

pai e pela mãe”. Ele afirma que, apesar de pequenas na sua origem, muitas delas

crescem e passam a grandes conglomerados como Ford, Wal-Mart, Fiat e

Carrefour, empresas que há muito negociam ações em bolsas de valores, hoje de

capital aberto, mas nas quais seus sucessores ainda detém boa parte do controle do

seu capital. Pequenas, médias e grandes empresa familiares, todas elas têm em seu

caminho um grande desafio para sua sobrevivência e longevidade. Mesmo assim,

pequenas, médias ou grandes empresas familiares têm em seu caminho o grande

desafio da continuidade, sucesso e longevidade.

No que se refere a pontos essenciais para a continuidade da empresa, as

opiniões de dois estudiosos do assunto são:

Para Peter Drucker, três pontos são fundamentais:

1. Os integrantes da família não devem trabalhar na empresa, a menos que

sejam tão capacitados quanto qualquer outro colaborador e atuem com dedicação.

Se o quadro de funcionários inclui um filho ou sobrinho medíocre ou improdutivo, os

demais profissionais perderão o respeito pela empresa;

2. Independentemente de quantos membros da família atuam na gestão da

empresa e da capacidade de cada um desses profissionais, é essencial que pelo

menos um posto elevado sempre seja ocupado por alguém de fora do grupo familiar;

3. Com a única exceção das empresas familiares muito pequenas, o restante

necessita, cada vez mais, de profissionais sem vínculo de sangue nos cargos

essenciais.

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Para John Ward, cinco são os fundamentos para a continuidade da empresa

familiar:

1. Plano para a participação familiar na empresa;

2. Plano estratégico para a empresa;

3. Plano estratégico para a família;

4. Plano de divisão patrimonial;

5. Plano para o desenvolvimento da liderança na sucessão

Nascida de uma visão pessoal, de um projeto e trabalho dedicado de seus

fundadores, a empresa familiar também é objeto de muitos mitos. Mas não há mais

espaço para empresas que não acompanhem o ritmo das mudanças, que não

empreendam, que não preparem o processo de transferência de poder aos seus

herdeiros, ou sucessores, que não reconheçam o planejamento da sucessão como

um dos momentos mais cruciais na vida de uma empresa familiar.

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CAPÍTULO VI. A IMPORTÂNCIA DO MODELO DE GESTÃO NAS

EMPRESAS FAMILIARES

Modelo de gestão pode ser conceituado como um conjunto de elementos

definidos pela organização que dá as diretrizes de sua atuação, considerando desde

os valores organizacionais e a explicitação de suas práticas, os princípios que

modelam o seu planejamento estratégico e os fundamentos relacionados ao seu

processo decisório, dentre outros peculiares a da cada organização. Dito de outra

forma, o Modelo de gestão é um conjunto de políticas, valores, comportamentos,

relacionamentos e sistemas empresariais que garantem que a organização

desenvolva e alcance seus objetivos estratégicos.

Fonte deste modelo: inspirado em um modelo de gestão estudado pelo grupo de reestruturação organizacional da Petrobras, no ano de 2000.

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Russel Ackoff caracteriza planejamento como “a definição de um futuro

desejado e de meios eficazes de alcançá-lo”. Sob o ponto de vista empresarial, o

que se pretende quando se esboça o planejamento determinar a situação em que a

empresa se encontra e quais objetivos pretende atingir, para, assim, determinar as

formas de alcançá-los.

Peter Senge, um teórico da administração, contribui para a compreensão da

dinâmica das organizações fazendo uso do que ele chama de “as cinco disciplinas”,

vistas como uma alternativa para enfrentar os desafios das transformações pelas

quais as organizações precisam passar para fazer frente ao ambiente em constante

mutação. Ele fala sobre organizações que aprendem e coloca como fundamental

para elas:

1. A sistematização do pensamento sistêmico;

2. Reforço do crescimento coletivo em contrapartida à formação

organizacional individualista;

3. Alinhamento do perfil gerencial com o modelo de gestão que enfatiza a

flexibilidade, a transparência, a agilidade e a socialização da informação.

No contexto das empresas familiares, vale analisar esses fatores, pois eles

são críticos para a sua sobrevivência, e vale como fundamento para a atuação dos

seus dirigentes pois, por si só, facilitam os processos peculiares por que passam

essas empresa, como a sucessão, os conflitos societários, as necessidades e

alocação de profissionais em cargos-chave.

As cinco disciplinas de Peter Senge fornecem um quadro referencial para se

enxergar as organizações sob a forma daquilo que lhe parece crucial para o seu

desenvolvimento em contextos como os atuais. Ao mesmo tempo, esse referencial

ajuda o dirigente a obter uma visão integrada da dinâmica da sua organização.

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Citamos aqui as cinco disciplinas como sendo um pano de fundo para a elaboração

de um modelo de gestão que pode favorecer e organizar as variáveis comuns às

empresas familiares:

A primeira disciplina é a maestria pessoal, que significa aprender a expandir

as capacidades pessoais para obter os resultados desejados e criar um ambiente

empresarial que estimule todos os participantes a alcançar as metas definidas.

A segunda disciplina, é chamada de modelo mental, que consiste em refletir,

esclarecer continuamente e melhorar a imagem que cada um tem do mundo, a fim

de verificar como moldar atos e decisões.

A terceira disciplina é a visão compartilhada, elemento que pode estimular o

engajamento do grupo em relação ao futuro que se procura criar, e elaborar

princípios e diretrizes que permitirão que esse futuro seja alcançado

A quarta disciplina é denominada aprendizado em equipe, que significa a

transformação das aptidões coletivas ligadas a pensamento e comunicação, de

maneira a que grupos de pessoas possam desenvolver inteligência e capacidades

maiores do que a soma dos talentos individuais.

E finalmente a quinta disciplina, o pensamento sistêmico, visto como uma

forma de analisar e adotar uma linguagem para descrever e compreender as forças

e inter-relações que modelam o comportamento dos sistemas. É essa quinta

disciplina que permite mudar os sistemas com maior eficácia e agir mais de acordo

com os processos do mundo natural e econômico.

O tema proposto por Senge parece vir ao encontro das necessidades

relacionada à atuação das empresas familiares, e pode servir como elemento chave

para ajudar os familiares a compreender a dinâmica empresarial, e conhecer quais

os fatores que intervêm no seu sucesso. Seu trabalho destaca o que ele chama de

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“aprendizagem organizacional”, falando inclusive de “organizações aprendizes”, cujo

objetivo é criar uma alternativa para enfrentar os grandes desafios das mudanças

que todas as organizações precisam passar e, com isso, auxiliar na sua evolução.

Senge coloca o tema da aprendizagem em destaque na teoria das organizações.

Um dos alicerces do modelo de gestão é o planejamento estratégico. Ele é

um elemento de determinação de caminhos e ainda um efetivo instrumento de

comunicação. O plano estratégico estabelece a natureza e orientação da empresa,

ou seja, sua Missão e a direção estabelecida para cumpri-la. Estabelece também a

Visão de futuro, o rumo que a empresa está tomando para o futuro, ou seja, é um

desenho do quadro de futuro da empresa, de onde ela quer chegar. Além disso o

plano estratégico define quase são as atitudes que determinam os valores e

conseqüentemente a cultura da empresa, que funcionam como premissas para a

sua atuação, tanto com relação ao negócio quanto em relação às interações

pessoais e outros relacionamentos, internos e externos, com clientes, fornecedores,

reguladores, e outros.

Políticas e filosofias para o negócio e funcionamento da empresa, assim como

a dinâmica organizacional ou seja, a gestão, propriamente dita , estão também

contempladas no plano estratégico, desde que o seu desdobramento é composto

por estratégias, objetivos e ações, colocadas diante de prazos que são

estabelecidos tendo por base a visão de futuro no tempo escolhido pela empresa.

Enfim, o plano estratégico é um instrumento facilitador para a busca de resultados; é

a sinalização e a maneira utilizada para que todos conheçam todas as informações

sobre a empresa para a qual trabalham, cooperam ou prestam serviços.

Se o planejamento estratégico é um instrumento eficaz para corporações em

geral, a sua função nas empresas familiares é potencializada, já que seus elementos

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ajudam na sua profissionalização, deixando esses elementos que compõem a

organização muito mais visíveis e aptos à aplicação de técnicas que favorecerão a

sua administração.

Percebe-se que a estratégia, elemento constante do planejamento estratégico

que determina como a empresa seguirá na direção da obtenção de seus objetivos,

está voltada diretamente à ao cumprimento da missão empresarial e, para tanto , é

necessário que as suas diversas áreas da empresa estejam em sintonia, mantendo

o nível de integração adequado ao negócio e a visão sistêmica, de forma a

possibilitar a visualização dos impactos das decisões no negócio como um todo.

Vale ressaltar que o planejamento estratégico por si só não dá conta da

dinâmica empresarial. Indicado é que ele esteja adequado a um contexto onde um

modelo de gestão estabeleça premissas que inclusive ajudarão em aspectos não

explicitados num plano estratégico. O planejamento estratégico direciona as

decisões a serem tomadas, considerando as variáveis ambientais em sua

elaboração. Isso permite que os dirigentes e outros que venham a sucedê-los

possuam as principais decisões a serem tomadas, nos seus tempos determinados,

traçadas, mantendo sua maneira de administrar alinhada às estratégias

anteriormente definidas. Ressalve-se que o planejamento estratégico não é uma

“camisa de forças”, como outrora percebido, e sim uma grande moldura e sinalizador

que ajuda na tomada de decisões, deixando espaço para que os dirigentes tenham

tempo para refletir sobre a sua aplicabilidade caso o contexto mude.

O planejamento estratégico é somente uma filosofia que permite que a

empresa trace os caminhos necessários para atingir suas metas de médio e longo

prazos e conheça melhor o ambiente onde está inserida, para que possa melhor

aproveitar as oportunidades e para que possa estar mais preparada para enfrentar

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os desafios do seu meio e as mudanças que são necessárias para mantê-la

atualizada e com condições de competir no mercado. O planejamento estratégico

não substitui o modelo de gestão.

Considerando-se o aqui colocado, fica evidente a necessidade da elaboração

de um modelo de gestão que corresponda às necessidades e proposições de futuro

da organização familiar. Tal modelo deve estar voltado à rentabilidade, sem

abandonar os princípios a serem obedecidos para alcançar os resultados esperados.

Aspectos operacionais, financeiros e econômicos devem ser equilibrados e

avaliados mediante monitoramento e controle interno eficaz nas diversas áreas da

empresa. Outro aspecto a ser observado é a autoridade, grau de autonomia e

responsabilidades atreladas às funções e cargos ocupados na empresa, avaliando

constantemente à existência de aspectos que exigem mudanças. O sistema de

avaliação e relatórios devem atender aos conceitos e modelo de decisão dos

acionistas e familiares, de forma a existir transparência na administração.

No modelo de gestão de empresa familiares é necessário fazer-se presente

um conselho de família, com regularidade de reuniões; um código de ética que

fundamentará as relações e ações que caracterizam a entidade família – empresa e

critérios para negociação entre as partes, o que facilita o relacionamento entre os

membros da família, sócios, ocupantes de cargos dirigentes da empresa familiar.

No que se refere à avaliação empresarial, é também necessário que se

estabeleça como rotina a existência de planos de futuro que abranjam tanto o futuro

da empresa como o das famílias. Dessa forma, um braço adicional deve ser incluído

no planejamento estratégico, que para atender a essa necessidade, deve proceder

ao alinhamento empresa-família, numa vertente limitada á discussão dos seus

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proprietários. Tal discussão servirá de parâmetro para o planejamento estratégico

empresarial.

Da mesma foram como o planejamento estratégico e além do plano de

sucessão familiar, como já foi abordado, os dirigentes da empresa familiar (e a

família proprietária) deve observar a importância da criação de um programa de

participação familiar na empresa, de um plano de divisão patrimonial, do acordo de

princípios para a gestão, de um plano de formação de lideranças

Dentro do modelo de gestão de empresas familiares, é importante aliar à sua

avaliação empresarial, à cultura da empresa, tendo-a como um valor, a auditoria na

gestão. Esse pode ser um elemento de redução de conflitos dentro da empresa e na

família, trazendo transparência aos processos e resultados, garantindo também com

isso a excelência da sua gestão.

Adotar a administração profissionalizada, sempre que possível formada por

membros da família que tenham interesse e vocação para o negócio é uma técnica

desejada, assim como o seu envolvimento na implantação e manutenção de bons

níveis de controles internos destinados à proteção do patrimônio empresarial-

familiar. Esse patrimônio deve estar sempre composto dos ativos tangíveis e dos

intangíveis que garantem o desempenho da organização. Abandonar modelos

mentais antiquados, maneiras de agir retrógradas e a resistência ao novo não é uma

traição ao que bem sendo feito em termos de proteção do negócio da família, e sim

uma maneira de preservar a vida empresarial em novos contextos de mercado e

sociais. Como diz Pádua, toda empresa familiar deve estabelecer e controlar suas

diretrizes e estratégias apoiadas em:

• um modelo de gestão formalizada;

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• decisões mais racionais;

• um quadro de recursos humanos competente;

• um programa de ações minimizadoras de conflitos entre a família e a

empresa.

Ao final deste capítulo, é preciso resumir alguns pontos de muita importância

para a busca da excelência, prosperidade e longevidade das empresas familiares,

que tanto contribuem com o desenvolvimento do nosso país.

Dentre esses pontos registramos a incessante busca da consciência coletiva

familiar de que a entidade “empresa” é uma pessoa com personalidade própria,

cujos sócios devem estar comprometidos com a sua continuidade e prosperidade, o

tempo todo. Para tal, é preciso que os interesses da empresa estejam acima dos

individuais, e que esse princípio deve ser abraçado por toda a família e sócios.

Ratificando as dificuldade de cunho psicossociais encontradas nos

relacionamentos entre membros proprietários de empresas familiares, vale enfatizar

que a força da família deve estar unida na direção da obtenção do melhor para

todos, e para isso deve-se também desenvolver as competências comportamentais

que ajudem á prática do respeito das diferenças pessoais, e a busca da melhor

qualidade de relacionamento que se puder obter.

Estamos falando de competência pessoal, num primeiro nível; de agregação

de valor à sociedade, através da manutenção da saúde empresarial e de impactos

positivos relacionados a níveis de empregos oferecidos; de atendimento da

demanda de serviços ou produtos da sociedade; e da qualidade de vida de sócios,

empregados e outros. Ao final vale enaltecer a possibilidade de autorealização, que

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tem se mostrado como a mola que conduz o empreendedor para o desafio de fundar

um negócio próprio, que possa cumprir seus vários papéis na sociedade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estar à frente da direção de uma empresa é algo de muita responsabilidade.

É necessário que se avalie as decisões a serem tomadas, de forma a minimizar seus

riscos, evitando que tais decisões levem a empresa à situação de inadimplência ou

insolvência.

“Os funcionários de empresas familiares conhecem a diferença que o controle

familiar faz em suas vidas profissionais, na cultura da empresa e em suas carreiras.

Os homens de marketing apreciam a vantagem que a imagem de empresa familiar

pode representar para os clientes. E as famílias sabem o fato de estarem juntas nos

negócios é uma peculiaridade importante nas suas vidas”, diz Domingos Ricca.

A problemática que impede a prosperidade e longevidade das empresas

familiares está hoje sob o domínio e escolha dos seus dirigentes, tanto em função da

capacitação oferecida pelo mercado, quanto em função de toda literatura disponível,

e ainda, de todo o conhecimento hoje existente quanto aos aspectos psicossociais,

presentes nas relações pessoais e profissionais entre os membros da família, que

muito influenciam a prosperidade dessas empresas. Assim, parte do problema

colocado ao início deste trabalho estará solucionado, ou seja a possibilidade de

garantir a prosperidade e longevidade das empresas familiares e torná-las alavancas

para o desenvolvimento da economia nacional.

A empresa familiar é a grande propulsora do desenvolvimento local/regional,

e fator decisivo para a melhoria das condições de vida daquela comunidade,

impactando, no médio e longo prazo, os indicadores o IDH – Indicadores de

Desenvolvimento Humano do PNUD – Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento. È, então, importante que iniciativas sejam tomadas e estratégias

desenvolvidas para que elas se tornem mais fortes, tenham mais saúde, prosperem,

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sejam elementos estruturantes para a geração de outras empresas. Que também

gerem empregos, melhor qualidade de vida. Para tal é preciso também alimentar a

motivação para que o empreendedorismo local seja amplificado.

Em relação ao seu objetivo específico, esse trabalho ratifica que a força de

vontade em adequar a administração a modernas técnicas e ferramentas de gestão

e a preparação humano-comportamental dos sócios e familiares envolvidos na

gestão empresarial são fatores críticos para o sucesso dessas organizações.

“As famílias querem que todos os seus membros tenham conforto, amor e

proteção, especialmente seus filhos. Porém, muitas delas temem que a realização

de uma dessas metas venha em detrimento da outra. Elas se preocupam com a

possibilidade de que conflitos familiares, indiferença ou falta de profissionalismo,

possam prejudicar a capacidade de prosperidade da empresa, destruindo o suporte

financeiro para a família e corroendo o legado e a instituição que se esforçaram

tanto para construir. Ao mesmo tempo, elas temem que a pressão da empresa crie

tensão, ciúme ou ressentimentos, tornando seu sucesso sem significado. Por detrás

de todos os problemas que as empresas familiares criam para os profissionais -

planejamento sucessório, relacionamentos dentro da mesma geração e entre

gerações, dilemas de controle, dividendos e herança, planejamento de carreiras -

existe um desejo comum: o de que a empresa e a família se sustentem mutuamente

e não se destruam, capitalizando as forças, uma da outra, e tendo, juntas mais

sucesso do que teriam sozinhas”.

As idéias apresentadas aqui e a compilação feita de estudos apresentados

por autores diversos, não têm o objetivo de esgotar ou resolver problemas relativos

às empresas familiares. Elas têm o caráter de orientar o pensamento dos dirigentes,

proprietários, sócios e familiares na geração de estratégias e ações que visem

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aumentar a longevidade da empresa, integrada às expectativas da família e às

possibilidades de fazer com que elas deixem um legado positivo no tempo em que

permanecem ativas no mercado.

Como curiosidade, a seguir algumas frases que ficaram famosas, atribuídas a

empresários dirigentes de empresas familiares. de sucesso.

“Meu nome é trabalho”. “Estude muito e trabalhe pensando no Brasil”. “O

empreendedor deve estudar muito, preparar-se enquanto for jovem, e depois

trabalhar pensando no Brasil, com amor à terra”. Antônio Ermínio De Moraes , do

Grupo Votorantim.

“Eu me preparei mal, achava que a empresa era apenas fruto da minha

genialidade. Errei, fui ambicioso, prepotente, vaidoso, e meus filhos mal falam

comigo”. Abrahan Kasinski, ex-proprietário da COFAP.

"Não acredito no sucesso de empresas familiares, com raras exceções...".

Abílio Diniz, proprietário do Grupo Pão de Açúcar, hoje composto também pelas

empresas Globex, marca Ponto Frio, Casas Bahia e outras.

“Nossa vida sempre foi transporte de passageiros”. Misturamos pessoas

jovens com outras experientes, mas todas com espírito inovador. O início das

operações da GOL foi quebrando paradigmas”.“Paradigmas”. Constantino Júnior, da

GOL Empresas Aéreas.

“Quando faltam máquinas, você as pode comprar, se não tiver dinheiro, pode

pedir emprestado; mas homens você não pode comprar ou pedir emprestado, e

homens motivados por uma idéia são a base do êxito”. Norberto Odebrecht, do

conglomerado Odebrecht.

“Aqui somos todos uma família". Ricardo Frank Semler, herdeiro sucessor da

empresa do pai, a SEMCO.

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