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2011/2012 Ana Margarida da Silva Cunha A importância da dieta no doente com Esclerose Múltipla março, 2012

A importância da dieta no doente com Esclerose Múltipla · ... cuja correção poderá melhorar o prognóstico e a qualidade ... (como óleos de peixe e gema de ovo), ... possível

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2011/2012

Ana Margarida da Silva Cunha

A importância da dieta no doente

com Esclerose Múltipla

março, 2012

Mestrado Integrado em Medicina

Área: Neurologia

Trabalho efetuado sob a Orientação de:

Dr.ª Joana Guimarães

Trabalho organizado de acordo com as normas da revista:

Revista Portuguesa de Clínica Geral

Ana Margarida da Silva Cunha

A importância da dieta no doente

com Esclerose Múltipla

março, 2012

1

A importância da dieta no doente com Esclerose Múltipla

Ana Margarida Cunha1, Joana Guimarães

2

1 Estudante do Mestrado Integrado em Medicina. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

2 Neurologista. Serviço de Neurologia, Hospital de São João/EPE. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

2

Endereço para correspondência com a revista sobre o manuscrito:

Joana Guimarães, MD

Serviço de Neurologia, Centro Hospitalar São João

Alameda Professor Hernâni Monteiro, 4200-319 Porto, Portugal

Telefone: + 351 225512100

Fax: + 351 225512100

E-mail: joana.guimarã[email protected]

Endereço para correspondência sobre o artigo após a sua publicação:

Joana Guimarães, MD

Serviço de Neurologia, Centro Hospitalar São João

Alameda Professor Hernâni Monteiro, 4200-319 Porto, Portugal

Telefone: + 351 225512100

Fax: + 351 225512100

E-mail: joana.guimarã[email protected]

3

A importância da dieta no doente com Esclerose Múltipla

Artigo de Revisão

RESUMO

Objetivo: Determinar o papel da dieta, nomeadamente da vitamina D, ácidos gordos e

antioxidantes, na etiopatogenia, progressão e na orientação terapêutica dos doentes com

esclerose múltipla.

Fontes de dados: MEDLINE (PubMed)

Métodos de revisão: Utilizando os descritores “multiple sclerosis”, “nutrition”, “diet”,

“vitamin D”, “antioxidants” e “fatty acids”, foram pesquisados trabalhos publicados entre 11

de outubro de 2001 e 11 de outubro de 2011, em inglês e português, tendo sido excluídos

estudos em modelos animais. Adicionalmente foram consultadas referências bibliográficas

dos artigos pesquisados. Os artigos foram priorizados de acordo com a relevância e qualidade

do conteúdo.

Resultados: Foram identificados 871 trabalhos, dos quais 110 foram escolhidos para leitura na

íntegra. Destes, foram selecionados 58, aos quais se adicionaram oito provenientes das

referências, consistindo em dois seminários, dois editoriais, uma meta-análise, 34 revisões

sistemáticas, oito estudos transversais, quatro estudos de casos e controlos, sete estudos de

coorte, cinco estudos de intervenção não-controlados, com apenas um randomizado, e três

ensaios clínicos randomizados, duplamente cegos, controlados por placebo. Apesar das

discrepâncias no tamanho amostral e no desenho do estudo, vários trabalhos sugerem que a

dieta, particularmente a vitamina D, os ácidos gordos e os antioxidantes, são possíveis fatores

de risco e moduladores da atividade da doença, com potenciais implicações terapêuticas.

Conclusão: Embora sejam necessários mais estudos prospetivos para validação de estratégias

dietéticas específicas para os doentes com esclerose múltipla, a evidência atual sugere que é

relevante a implementação de uma vigilância nutricional destes doentes. Determinados

esquemas alimentares poderão ter potencial terapêutico pelo efeito imunomodulador da

doença, nomeadamente com suplementação de vitamina D, ácidos gordos e antioxidantes.

Palavras-chave: esclerose múltipla; vitamina D; antioxidantes; ácidos gordos; dieta; nutrição.

4

The importance of diet in patients with multiple sclerosis

ABSTRACT

Objectives: To determine the role of diet, namely of vitamin D, fatty acids and antioxidants,

in the pathogenesis, progression and therapy of individuals with multiple sclerosis.

Data sources: MEDLINE (PubMed)

Review methods: Using the descriptors “multiple sclerosis”, “nutrition”, “diet”, “vitamin D”,

“antioxidants” and “fatty acids”, were searched papers published between 11th

October of

2001 and 11th

October of 2011, in English and Portuguese, with exclusion of studies in animal

models. When appropriate, bibliographic references of the surveyed papers were consulted.

The articles were prioritized by relevance and contents quality.

Results: Of the 871 papers identified, 110 were chosen for integral reading, 58 of which were

selected, with additional eight coming from references. These consisted of two seminars, two

editorials, one meta-analysis, 34 systematic reviews, eight cross-sectional studies, four case-

control studies, seven cohort studies, five open-label intervention studies, with only one

randomized, and three double blinded, placebo controlled, randomized clinical trials. Despite

the differences between sample size and study design, many papers suggest that diet,

especially vitamin D, fatty acids and antioxidants, are possible risk factors and disease

activity modulators, with potential therapeutic implications.

Conclusion: Although more prospective studies are needed to validate specific dietary

strategies for patients with multiple sclerosis, current evidence suggests that implementation

of a nutritional surveillance of these patients is important. Certain food schemas may have

therapeutic potential by an immunomodulatory effect of disease, particularly with vitamin D

supplementation, fatty acids and antioxidants.

Keywords: multiple sclerosis; vitamin D; antioxidants; fatty acids; diet; nutrition.

5

INTRODUÇÃO

A esclerose múltipla (EM) é uma doença desmielinizante primária do sistema nervoso

central (SNC), que se inicia habitualmente entre os 20 e os 40 anos de idade. É mais comum

no sexo feminino (2:1), e provavelmente constitui a causa mais frequente de incapacidade

neurológica em jovens adultos.1

Na sua patogenia possui componentes de autoimunidade e de inflamação,

nomeadamente células T, reativas a autoantigénios da mielina, que atravessam a barreira

hematoencefálica (BHE) e libertam mediadores inflamatórios, com lesão neuronal e glial.1

Numa primeira fase da doença, a inflamação é temporária, ocorrendo recuperação da função e

reparação estrutural, com remielinização. Esta situação é característica da EM forma surto-

remissão, que afeta cerca de 80% dos doentes e que evolui por surtos, geralmente com

posterior recuperação parcial ou completa. Ao fim de alguns anos, cerca de 65% destes

doentes evoluem para uma forma secundariamente progressiva, na qual a ativação

generalizada da microglia (com extensa gliose pós-inflamatória) e a marcada

neurodegeneração dificultam a remielinização e a recuperação, com consequente acumulação

de incapacidade neurológica. Contudo, em 20% dos doentes, a evolução da doença e a

incapacidade funcional resultante ocorre desde o início, correspondendo à forma

primariamente progressiva da EM.2

Assim, esta doença crónica caracteriza-se por uma grande variabilidade quanto à sua

forma de apresentação, sintomatologia, evolução e grau de progressão. A sua etiologia

permanece desconhecida, sendo provavelmente multifatorial, resultando de uma complexa

interação entre fatores genéticos e ambientais.3 Não sendo possível atuar sobre a causa, as

terapêuticas disponíveis, embora cada vez mais eficazes, ainda não oferecem a cura, para

além de não serem isentas de efeitos laterais. Nesse sentido, muitas vezes à procura do alívio

dos sintomas, atraso na progressão ou de uma abordagem global da doença,4 a maioria dos

doentes recorre a terapêuticas alternativas e complementares, entre as quais dietas e

suplementos alimentares.5-9

Assim, para além do possível potencial terapêutico e de alívio da

sintomatologia, o papel da dieta e dos suplementos na patogénese e na modulação da

atividade da EM também tem vindo a ser estudado. Por outro lado, a própria doença pode

desencadear défices nutricionais, cuja correção poderá melhorar o prognóstico e a qualidade

de vida destes doentes.

6

Neste sentido, o objetivo desta revisão sistemática será determinar o papel da dieta e

da suplementação dietética, particularmente da vitamina D, dos ácidos gordos e dos

antioxidantes, na etiopatogenia, na progressão e na orientação terapêutica dos doentes com

EM.

7

MÉTODOS

Para a elaboração desta revisão bibliográfica foram pesquisados, na base de dados

PubMed, trabalhos publicados entre 11 de outubro de 2001 e 11 de outubro de 2011, nas

línguas portuguesa e inglesa, tendo sido excluídos estudos realizados em modelos animais.

Foram utilizados os descritores: “multiple sclerosis” em combinação com “nutrition”, “diet”,

“vitamin D”, “antioxidants” e “fatty acids”. Dos 871 artigos inicialmente obtidos, após a

leitura do resumo e de acordo com o seu enquadramento no objetivo da revisão, foram

selecionados 110 artigos para leitura na íntegra, com recolha de algumas das referências

bibliográficas para material adicional. Após a sua análise, foram priorizados de acordo com a

relevância e qualidade do conteúdo, tendo sido selecionados 58 artigos da pesquisa inicial e

oito provenientes das referências. Estes consistiam em dois seminários, dois editoriais, uma

meta-análise, 34 revisões sistemáticas, oito estudos transversais, quatro estudos de casos-

controlos, sete estudos de coorte, cinco estudos de intervenção não-controlados, com apenas

um randomizado, e três ensaios clínicos randomizados, duplamente cegos, controlados por

placebo

8

RESULTADOS

Vitamina D na etiopatogenia da EM

A vitamina D é uma hormona esteroide, que pode ser obtida através da síntese

cutânea pela luz solar, ou pela ingestão oral. No organismo, é metabolizada no fígado,

formando-se a 25-hidroxivitamina D (25(OH)D), e nos rins, gerando-se o seu metabolito

ativo, a 1,25-dihidroxivitamina D ou calcitriol.10

Embora a sua síntese cutânea predomine, a ingestão assume particular relevância

durante o inverno e em países com latitudes elevadas, onde a produção pela luz solar é

deficitária.11

Entre as fontes mais importantes de obtenção via oral encontram-se: alimentos

onde existe naturalmente (como óleos de peixe e gema de ovo), alimentos onde é adicionada

(como leite, margarina, iogurtes, sumo de laranja ou cereais) e suplementos vitamínicos.12,13

Imunomodulação no SNC

A vitamina D, devido à ampla distribuição do seu recetor (VDR), atua em diversos

locais, inclusive no SNC. Aí participa no desenvolvimento, diferenciação, neuroproteção e

regeneração cerebral, modulando neurotrofinas, fatores de crescimento e

neurotransmissores.10,13

Entre as suas diversas funções, destacam-se os seus efeitos anti-inflamatórios e

imunológicos. Atua sobre várias células imunitárias, designadamente nas células

apresentadoras de antigénios, reduzindo a expressão do complexo maior de

histocompatibilidade tipo II, de moléculas coestimuladoras e de citoquinas pró-

inflamatórias.14

Também ativa os oligodendrócitos, protegendo a mielina,10

e inibe a

proliferação de linfócitos B, bem como a produção de anticorpos. Adicionalmente, inibe a

produção de linfócitos T auxiliares tipo 1 (Th1) e das citoquinas pró-inflamatórias que

libertam, promovendo um aumento de linfócitos T auxiliares tipo 2 (Th2) e de linfócitos

reguladores, o que mimetiza o efeito do interferão beta, um agente terapêutico na EM.10,14,15

Outra importante ação da vitamina D, já que impede a travessia das células T autorreativas

através da BHE, é a diminuição da expressão da metaloproteinase da matriz 9 (MMP-9).12

9

Este aspeto, aliado aos efeitos imunomoduladores já referidos, poderá ter importância na

fisiopatologia da EM.

Relação com os genes

Ramagopalan et al. identificaram um elemento responsivo à vitamina D na região

promotora do alelo envolvido no risco de EM, o antigénio leucocitário humano (HLA) DRB1

*1501 (referido em 12,16

), sugerindo que na etiopatogenia da EM existiria uma interação entre

a vitamina D e genes. Posteriormente, foi proposto que esta interação ocorreria cedo na

infância, com a deficiência de vitamina a alterar a expressão do HLA-DRB1*1501 no timo,

resultando na perda da tolerância central, com risco de desenvolvimento de autoimunidade.17

Por outro lado, as ações da vitamina D no sistema imune e as suas concentrações em

circulação podem ser alteradas por diversas variações genéticas.16

Paralelamente, sendo um

possível fator de risco de EM, alterações nos genes com ela relacionados podem afetar a

suscetibilidade para o desenvolvimento da doença. Neste sentido, embora não seja

consensual, alguns estudos demonstraram uma possível influência de polimorfismos do VDR

no risco de desenvolvimento de EM.18-20

Latitude, luz solar e vitamina D

É universalmente aceite que a latitude influencia a prevalência e incidência da EM, já

que estas, de maneira geral, aumentam com o afastamento do equador em direção aos polos.

Por sua vez, um dos fatores que mais se relaciona com a latitude é a intensidade e duração da

luz solar, a qual tem sido inversamente relacionada com a prevalência da EM. Assim, o efeito

da latitude na EM poderá exercer-se por intermédio das diferenças do nível de exposição

solar, a qual poderá intervir quer pelo efeito imunossupressor que apresenta, quer pelo papel

na produção de vitamina D. Por isso, e uma vez que a latitude e os níveis de vitamina D

também estão correlacionados entre si, é possível que a latitude influencie o risco de EM

através do nível de exposição solar e de vitamina D. Acheson, em 1960, foi o primeiro a

propor esta relação entre latitude, luz solar e vitamina D (referido em 21

), a qual foi alvo de

várias revisões bibliográficas.10-12,15,16,18,19

10

Vitamina D e risco de EM

Vários estudos foram realizados com o intuito de encontrar uma associação entre a

vitamina D e o risco de desenvolver EM, recorrendo a dados como a estação do ano no

momento do nascimento, latitude e hábitos dietéticos e de exposição solar para estimarem os

níveis de vitamina D antes do início da doença.12

Todavia, apenas um estudo prospetivo

analisou diretamente o risco de EM com base na medição dos níveis séricos de 25(OH)D. A

amostra consistia em mais de 7 milhões de militares americanos, com pelo menos duas

amostras de sangue armazenadas previamente, antes do início de sintomatologia neurológica.

Entre os caucasianos houve um decréscimo de 41% do risco de EM por cada 50 nmol/L de

aumento na 25(OH)D.22

Os estudos acerca do papel da vitamina D obtida pela dieta são escassos. No estudo

ecológico de Swank et al. (referido em 9), as zonas costeiras da Noruega, onde elevadas

quantidades de peixe eram consumidas, apresentavam uma menor incidência de EM

comparativamente com as regiões do interior, onde os hábitos alimentares diferiam.

Complementarmente, Brustad et al. (referido em 11

) relataram que as refeições de peixe

típicas da zona costeira da Noruega eram ricas em vitamina D. Assim, indiretamente, estes

trabalhos terão sido dos primeiros a apoiar uma possível relação entre a EM e a vitamina D.

Também na Noruega, a norte do Círculo Polar Ártico, um estudo de casos e controlos

demonstrou que o risco de EM era menor para indivíduos que consumiam mais refeições de

peixe por semana. Por outro lado, a suplementação com óleo de fígado de bacalhau

demonstrou ser protetora no subgrupo que realizava menos atividades ao ar-livre durante o

verão, ou seja, quando a exposição solar era menor.23

Nestes dois trabalhos, os hábitos

alimentares à base do consumo de peixes gordos e de suplementos de óleo de fígado de

bacalhau, ricos em vitamina D, demonstraram-se protetores para a EM. Tal poderá explicar o

facto de, apesar da latitude elevada e dos baixos níveis de sol, a incidência da EM na Noruega

ser baixa.13

No que concerne à ingestão de suplementos com vitamina D, um estudo incluindo dois

coortes de enfermeiras (Nurses’ Health Study (NHS), no qual 92253 mulheres foram seguidas

entre 1980 e 2000, e o Nurses’ Health Study II (NHS II), com 95310 mulheres acompanhadas

entre 1991 e 2001) assume particular relevância. Neste, a averiguação da dieta das

intervenientes foi efetuada pela aplicação de questionários alimentares, no início e a cada

quatro anos durante o seguimento. O consumo de vitamina D em suplementos foi associado à

11

diminuição de 40% do risco de EM. Contudo, como as multivitaminas foram a maior fonte de

suplementação, não foi possível excluir um viés pela presença de outros micronutrientes.24

Para além disso, nenhuma associação foi encontrada entre a vitamina D contida em géneros

alimentares e a frequência de EM, talvez pela dificuldade em determinar as suas quantidades

dietéticas, ou por pouca ingestão associada a alimentos.25

Recentemente, um estudo examinou a associação entre a exposição intrauterina à

vitamina D e o risco de EM na idade adulta, com base em questionários respondidos pelas

mães de 35372 enfermeiras que participaram no NHS II. Os resultados sugeriram um efeito

protetor do consumo de leite e de vitamina D na prevalência de EM, visto que o risco foi

menor entre as mulheres cujas mães, na gravidez, consumiram elevadas quantidades de leite

(risco 38% menor) ou de vitamina D na dieta (diminuição de 58% do risco por cada aumento

de 400 unidades internacionais por dia).26

Vitamina D na evolução da EM

A insuficiência de vitamina D é comum entre os doentes com EM, agravando com a

progressão da doença e durante os surtos.8,15,18,27,28

Por outro lado, paralelamente às variações

sazonais dos níveis de vitamina D, também as taxas de surtos e as lesões na ressonância

magnética nuclear (RMN) apresentam sazonalidade. Além disso, a atividade da doença

diminui durante a gravidez, principalmente no terceiro trimestre, o que coincide com o

aumento fisiológico dos níveis de calcitriol.20

Estes achados indiciam uma relação entre os

níveis de vitamina D e os indicadores de atividade e evolução da doença, o que é corroborado

por vários estudos. Entre estes, um estudo de casos e controlos em que metade dos doentes

com EM tinham insuficiência de vitamina D, demonstrou uma relação inversa entre o grau de

incapacidade e os níveis desta vitamina e de exposição solar (van der Mei et al., referido em

18,28). Também Smolders et al. encontraram níveis subótimos de vitamina D em cerca de dois

terços dos doentes com EM que ingressaram no seu estudo; valores mais elevados

associaram-se a menor taxa de surtos e menor pontuação no Expanded Disability Score Scale

(EDSS).29

No estudo de Simpson et al., por cada 10 nmol/L de aumento de 25(OH)D, houve

diminuição do risco de surto entre 9 e 12%.30

De modo semelhante, numa amostra de doentes

com início da EM em idade pediátrica ou com síndrome isolado clinicamente, por cada

aumento de 10 ng/mL dos níveis séricos de vitamina D, havia uma diminuição de 34% na

taxa de surtos subsequentes.31

Recentemente, um estudo evidenciou que níveis elevados de

12

produtos do metabolismo da vitamina D protegem da incapacidade e da atrofia cerebral na

EM.32

Efeitos da suplementação

A administração, em doentes com EM, de suplementos com vitamina D e outros

nutrientes, aliados a aconselhamento dietético, resultou na estabilização da doença, com

diminuição na taxa de exacerbação e do EDSS.33

Igualmente, noutros estudos, a

suplementação com vitamina D não se associou a efeitos laterais significativos, diminuiu os

surtos de EM e o número de lesões na RMN.34-36

Também, a imunomodulação verificada com

a sua administração, com efeitos nas células T, fatores de crescimento e citoquinas, 10,25,34,37

constitui um benefício adicional que corrobora o seu potencial uso como terapêutica na EM.

Contudo, é preciso notar que a interpretação dos níveis de vitamina D em doentes com

EM está a sujeita a viés introduzido pela própria doença: as limitações físicas e a

sensibilidade ao calor que esta condiciona podem fazer com que os doentes evitem a

exposição solar e, portanto, a produção de vitamina seja menor.12,15

Por outro lado, os

benefícios por vezes demonstrados poderão dever-se a outros nutrientes com as quais a

vitamina D é administrada.

Assim, os estudos para a aferição do efeito da vitamina D no tratamento da EM são

metodologicamente insuficientes, não fornecendo conclusões definitivas. Porém, a maioria

documenta que grande parte dos doentes com EM apresenta níveis diminutos de vitamina D.10

Esta é crucial para a manutenção da saúde geral destes doentes, não só pelos potenciais efeitos

na progressão da EM e no controlo de sintomatologia (com redução da astenia, de sintomas

depressivos e da propensão para infeções),10,38

mas também pelos seus efeitos no

metabolismo fosfocálcio. De facto, a osteoporose é uma condição frequente e

subdiagnosticada, que leva a morbilidade adicional significativa. Estes motivos, aliados à

evidência de segurança, facilidade de administração e baixo preço, fazem com que a

profilaxia com vitamina D e cálcio nos doentes com EM, principalmente nas mulheres após a

menopausa e nos doentes sob corticoterapia, seja defendida por vários autores.8-10,39

Não

obstante, os valores de vitamina D recomendados na EM variam consoante os estudos, tendo

sido referido que estes doentes beneficiaram de níveis mais elevados e, até, que as suas

necessidades de vitamina seriam superiores às da população geral.10,18,20,40

O Quadro I resume os principais resultados dos artigos selecionados.

13

Ácidos gordos na etiopatogenia da EM

Os ácidos gordos saturados (AGS) podem ser encontrados em alimentos de origem

animal, como carnes, ovos, manteiga, queijo, leite e derivados. Por sua vez, entre os ácidos

gordos polinsaturados (AGPI), o ácido linoleico e o ácido gama-linolénico são precursores

dos ácidos gordos (AG) de cadeia longa n-6, enquanto o ácido alfa-linolénico origina AG n-3.

Os ácidos n-6 encontram-se, predominantemente, em óleos alimentares derivados de plantas e

sementes; entre os seus metabolitos destaca-se o ácido araquidónico (AA) que é depois

convertido em eicosanoides. Por sua vez, os ácidos n-3, abundantes nos óleos de peixe,

podem ser convertidos em ácido eicosapentanoico, e este tanto em ácido docohexanoico como

em vários eicosanoides.41

Nas dietas ocidentais, para além do excesso de AGS e do défice de

AGPI, a relação n6/n3 está muito aumentada, o que tem vindo a ser relacionado com a

elevada incidência de doenças cardiovasculares e inflamatórias.42

Imunomodulação e neuroproteção

A inflamação é um dos vários mecanismos implicados na patogenia da EM, induzindo

perda axonal, com desmielinização. Assim, as funções imunomoduladoras dos AGPI, com

diminuição da proliferação de células T, dos níveis de citoquinas pró-inflamatórias e alteração

da produção de MMP,41

assumem particular interesse. Adicionalmente, ao incorporarem-se

nas membranas das células do SNC, podem modificar a atividade celular cerebral,

nomeadamente dos oligodendrócitos.43

Ainda, enquanto precursores de prostaglandinas (PG)

têm um efeito neuroprotetor, pois estas ativam fatores de transcrição promotores da

sobrevivência neuronal. Curiosamente, a terapêutica com interferão beta promove a libertação

de alguns AGPI, sugerindo que estes sejam responsáveis por algumas das ações benéficas

deste fármaco.44

Especificamente, os AG n-3 possuem efeitos antitrombóticos, anti-inflamatórios e

neuroprotetores,42

e pela inibição competitiva do AA impedem a migração de leucócitos e a

produção de citoquinas pró-inflamatórias. Também estimulam a produção de moléculas

envolvidas na mielinogénese e são um componente major das membranas neuronais.8,41

Por

sua vez, os AG n-6, via AA, promovem a produção de eicosanoides pró-inflamatórios,42

embora também levem à produção de PG anti-inflamatórias (PG E1 e PG E2). Contudo,

14

embora os efeitos anti-inflamatórios dos AG n-3 sejam mais marcados, os dos AG n-6

acabam por predominar, pela sua abundância na dieta.41

Contrariamente, aos AGS têm sido atribuídos vários efeitos deletérios, como a

promoção de obstrução capilar e da síntese de colesterol, diminuição da fluidez membranar e

favorecimento da formação de citoquinas inflamatórias e de proteína C reativa.42

Ácidos gordos e risco de EM

Num estudo com cerca de 50 anos de duração em doentes com EM foi incitado um

baixo consumo de gorduras saturadas (no máximo 15 g/dia) e aconselhadas refeições à base

de peixe, com ingestão de 15 g/dia de óleo vegetal e de 5 g/dia de óleo de fígado de bacalhau,

uma fonte rica em AG n-3 e vitamina D.9 Os doentes com menor consumo de gorduras

saturadas tiveram menor mortalidade associada à EM, comparativamente com aqueles com

uma maior ingestão (20% versus 61%). Entre os 15 doentes sobreviventes avaliados ao fim

dos 50 anos, todos pertencentes ao grupo cumpridor do regime proposto, 13 encontravam-se

ativos, autónomos, com locomoção preservada e sem alterações cognitivas. Com base neste

estudo, foi proposto que o elevado consumo de gorduras saturadas seria a causa da EM.45

Também um estudo na Noruega apoia esta hipótese, já que uma maior incidência desta

doença foi encontrada nas zonas interiores, onde predominava o consumo de gordura

saturada, contrastando com as zonas costeiras, onde o consumo de peixe, rico em AGPI, era

maior (referido em 9). Muitos outros trabalhos associaram um maior consumo de gorduras de

origem animal, ricas em AGS, com o risco de EM,46-49

tendo sido constatado que o seu

consumo predominava nas zonas de maior incidência desta doença (Willet, referido em 4).

Concomitantemente, num estudo epidemiológico foi encontrada uma associação inversa entre

o consumo de peixe, rico em AGPI, e o risco de EM,23

apoiando o papel protetor dos AGPI.

Todavia, a maioria dos estudos de casos e controlos não suportam uma relação entre o

consumo de gordura e o risco de EM.46,50

No único estudo prospetivo realizado não foi

demonstrada qualquer associação entre o elevado consumo de AGS ou o baixo consumo de

AGPI e n-3 do peixe com um menor risco de EM; contudo, não foi possível descartar um

provável papel protetor do ácido linolénico.51

Uma possível explicação para os resultados

encontrados será a faixa etária visada, que poderá não ter sido a mais adequada.49

15

Ácidos gordos na evolução da EM

Efeitos da suplementação

Vários trabalhos associaram o consumo de AGS a um maior risco de mortalidade nos

doentes com EM.46

Por outro lado, os AGPI demonstraram alguns benefícios no que concerne

à progressão e grau de atividade da doença. Em doentes com EM, a suplementação de AG n-6

nos estudos randomizados, controlados e duplamente cegos de Millar et al. (1973), Bates et

al. (1978 e 1989) e Paty et al. (1978) não afetou a taxa de surtos e a incapacidade. Porém, os

dois primeiros encontraram diferenças significativas na gravidade das exacerbações, e o

segundo na sua duração (referidos em 9,41,52,53

). Uma meta-análise de três destes estudos

concluiu que o consumo de elevadas quantidades de ácido linoleico e de AG n-6 diminui a

progressão da incapacidade e a gravidade e duração das exacerbações, principalmente em

doentes com doença e incapacidade mínimas (Dworkin et al., referido em 9,39,46,52,53

).

Também, a suplementação com óleo de prímula, contendo ácido gama-linolénico, demonstrou

alguns benefícios (Horrobin et al., Simpson et al., referidos em 39

), o que não foi apoiado pelo

estudo randomizado de Bates et al. (1978), referido em 9,53

. Recentemente, um estudo

randomizado, duplamente cego e controlado por placebo, onde outro óleo rico em ácido

gama-linolénico foi suplementado a doentes com EM ativa, demonstrou uma redução

significativa das taxas de exacerbação e da progressão da incapacidade no grupo que o

recebeu em elevadas doses (referido em 52

). Estes estudos apoiam a hipótese de que a

desregulação do metabolismo dos AG n-6 poderá ser um dos mecanismos envolvidos na

progressão da doença,52

sendo modificável pela suplementação específica.

Os AG n-3 revelaram-se deficitários nos doentes com EM,9 e os seus efeitos foram

estudados pela suplementação com óleo de peixe, onde abundam. Em 1987, Fitzgerald et al.

(referido em 49

) implementaram, em doentes com EM, uma dieta inicialmente usada para a

doença cardiovascular, com restrição do consumo de carne vermelha e aumento de refeições

de peixe; a gravidade da EM estabilizou no grupo cumpridor. Igualmente, na dieta de Swank,

pobre em AGS e suplementada com óleo vegetal e óleo de fígado de bacalhau, uma fonte de

AG n-3 e vitamina D, os doentes cumpridores tiveram uma menor atividade, progressão e

mortalidade por EM.9,41,45

Apesar dos resultados promissores, a validade deste estudo é

limitada, já que não é controlado, cego ou randomizado.9

Por sua vez, no estudo randomizado

e controlado de Bates et al. (1989), não foi encontrada evidência de que o óleo de peixe

16

influenciasse a atividade da EM, embora o grupo suplementado apresentasse tendência para

menor progressão da incapacidade (referido em 9,41,52

). Neste e no estudo de Shinto et al., os

AG n-3 demonstraram segurança, não tendo sido reportados efeitos adversos de relevo.8 Em

vários estudos, a suplementação com óleo de peixe diminuiu o EDSS, a taxa de surtos

(Cendrowski, referido em39,41

; 33,54

) e melhorou as pontuações em escalas avaliadoras da

qualidade de vida, sugerindo benefícios na saúde física e mental dos doentes.54

Estas

evidências, aliadas ao facto de diminuírem os níveis de MMP-9,55

sugerem que os AG n-3 são

capazes de alterar a progressão da EM.

Todavia, embora vários trabalhos tenham demonstrado efeitos benéficos dos AGPI,

uma meta-análise recente concluiu que a informação atualmente disponível é insuficiente para

suportar o benefício da sua suplementação na EM.56

O Quadro II resume os principais resultados dos artigos selecionados.

Antioxidantes na etiopatogenia da EM

Stress oxidativo

Os antioxidantes são substâncias endógenas ou exógenas que contrariam o efeito nocivo

dos radicais-livres de oxigénio (RLO), inibindo a sua formação e regeneração. Podem ser

enzimáticos ou não, sendo que estes últimos englobam agentes que atuam diretamente (como

os antioxidantes provenientes da dieta) e indiretamente (como os quelantes).57

Nas zonas de lesão de EM foram encontradas células inflamatórias, enzimas

implicadas na formação de RLO, ferro (que interage com os RLO e está associado a

desmielinização) e evidências de peroxidação lipídica, elementos envolvidos no stress

oxidativo (revisto em 58

). Por sua vez, os RLO lesam vários elementos celulares, como os

oligodendrócitos, e ativam macrófagos que atacam a mielina, resultando em

desmielinização.43

Paralelamente, a substância branca tem pouca atividade enzimática

antioxidante, tornando-a mais propensa aos efeitos dos RLO (Mickel, referido em 59

). Estas

evidências sugerem o envolvimento do stress oxidativo na EM.

17

Imunomodulação e ações no SNC

Entre as vitaminas antioxidantes, a vitamina C, presente em frutas e legumes, integra a

rede antioxidante cerebral, abundando no SNC. Para além de neuroprotetora, participa na

síntese de vários neuropeptídeos e promove a formação de mielina no sistema nervoso

periférico (referido em 60

). Por sua vez, a vitamina E encontra-se em óleos vegetais, frutos,

nozes e sementes. Possui oito isoformas, as quais são importantes na proteção do SNC, quer

pelas características antioxidantes, quer pelas propriedades de modulação da sinalização

celular, da transcrição, da função imune e indução da apoptose.43

A vitamina A abunda em

frutas, vegetais e fígado, embora também possa ser obtida indiretamente, a partir do

betacaroteno. A sua forma ativa, o ácido retinoico, possui importantes funções

imunomoduladoras: favorece a formação de linfócitos Th2 em detrimento de linfócitos Th1, e

inibe a produção de óxido nítrico e de citoquinas pró-inflamatórias pela microglia.61

Relativamente aos polifenóis, estes predominam em vegetais, frutas, ervas e

especiarias, soja, chá e bebidas à base de fruta. Incluem as moléculas flavonoides que

possuem atividade anti-inflamatória na microglia ativada e nos neutrófilos.42

O ácido lipoico pode ser produzido endogenamente ou fornecido pela dieta,

especialmente na carne. Impede a fagocitose da mielina pelos macrófagos, protegendo da

desmielinização, e apresenta propriedades imunomoduladoras, inibindo a produção de MMP-

9 e de molécula de adesão intracelular tipo 1 (ICAM-1), importantes na migração de

linfócitos T para o SNC.8,43

Finalmente, é importante referir que os minerais antioxidantes fornecidos pela dieta

(como o selénio, o zinco e o cobre), embora não exerçam a sua ação de forma direta, são

necessários à produção de enzimas antioxidantes; adicionalmente, o zinco parece ser

importante para o processo de mielinização.60

Antioxidantes e risco de EM

Um estudo de casos e controlos evidenciou que as proteínas vegetais, as fibras, a

vitamina C, a tiamina, a riboflavina, o cálcio e o potássio, elementos habitualmente contidos

em frutos e vegetais, protegem da EM.48

O efeito protetor dos vegetais também foi

demonstrado noutros estudos (Wender & Kazmierski, referido em 46,49

; Agranoff & Goldberg

e Lauer, referidos em 46

). Paralelamente, no trabalho de Munger et al. foi encontrada uma

18

associação inversa entre o consumo de multivitaminas e o risco de EM, e embora a vitamina

D fosse o nutriente mais provavelmente responsável, não foi possível excluir o papel protetor

de outros, tais como das vitaminas E, B1, B2, B6 e B12, do ácido fólico e do zinco.24

Recentemente, um estudo em 214 grávidas teve como objetivo determinar variações sazonais

no consumo de nutrientes durante a gravidez, e possíveis correlações com doenças

relacionadas com o mês de nascimento. Neste, foi encontrado um consumo deficiente de

vitamina C, betacaroteno, selénio e zinco durante os meses de verão. Visto que vários estudos

demonstraram um aumento da incidência de EM nos indivíduos nascidos na primavera, foi

proposto que a deficiência dos elementos acima referidos, aquando da conceção (ou seja, no

verão), poderia ser a causa desse aumento, já que, possivelmente, estes são importantes no

desenvolvimento embrionário do SNC.60

Todavia, nem todos os estudos corroboram estes achados. Um estudo prospetivo nos

coortes do NHS e do NHS II não encontrou associação entre o consumo de frutos ou vegetais,

carotenoides, vitamina C ou vitamina E e a diminuição do risco de EM.59

Também nos

estudos de Antonovsky et al., Berr et al. e Gusev et al. (referidos em 9,59

) não foi encontrada

correlação entre o consumo de frutos e vegetais e o risco de EM.

Antioxidantes na evolução da EM

Efeitos da suplementação

Já que nos doentes com EM, principalmente durante os surtos, foi verificado um

aumento dos produtos de peroxidação lipídica e uma diminuição dos antioxidantes sistémicos,

foi conjeturado que a terapia antioxidante auxiliaria no controlo da progressão da doença.43,58

Com efeito, em doentes com EM, Karg et al. (referido em 53

) demonstraram uma

diminuição dos níveis de vitamina E durante a fase ativa da doença, e a sua suplementação, tal

como a de vitamina C e de selenito de sódio, demonstrou segurança e melhorou diversos

indicadores de atividade antioxidante (Mai et al. e Jensen et al., referidos em 43

). Igualmente,

Syburra & Passi sugeriram que a vitamina E e o selénio teriam um papel na atividade da

doença (referido em 53

), ao contrário dos carotenoides e da vitamina A (De Bustos et al.,

referido em 53

). Noutro estudo, a suplementação com ácido lipoico, em diferentes doses e

posologias, foi bem tolerada e reduziu os níveis de MMP-9 e ICAM-1, sugerindo um

potencial valor terapêutico.62

Também o papel dos polifenóis da dieta, principalmente no

19

contexto de dietas pró-inflamatórias ou infeções, e o benefício dos flavonoides, como

antioxidantes e como protetores da integridade capilar, foram realçados.39,42

Embora a suplementação com antioxidantes não seja defendida por todos,

nomeadamente pelos efeitos imunoestimuladores que poderão apresentar,9

vários autores

recomendam-na, particularmente quando se administram preparações com AG de cadeia

longa, os quais são muito suscetíveis à oxidação.39

A sua ministração deve estar associada à

de outros antioxidantes ou terapêuticas convencionais, e ser realizada precocemente, antes da

perda celular irreversível, sendo que os antioxidantes fornecidos devem ser capazes de

atravessar a BHE.57

O Quadro III resume os principais resultados dos artigos selecionados.

Outros fatores nutricionais na EM

Para além dos anteriormente referidos, outros nutrientes, contidos na dieta ou em

suplementos, foram apontados como possíveis fatores etiológicos da EM. O papel das alergias

alimentares ao glúten e ao leite foi desde logo estudado.50

Também a vitamina B12, enquanto

elemento necessário à mielinização, foi proposta como fator de risco,63

tal como a aveia,47

os

doces, o álcool, a carne fumada, o café e o chá,50

embora sem clara evidência científica de

uma associação.

Quanto à evolução da doença, a restrição calórica foi considerada relevante no atraso

da progressão,42

bem como a vitamina B12: níveis deficitários desta foram detetados em

doentes com EM,9 tendo sido acusados de agravar a doença e de atrasar a recuperação após

um surto (Reynolds, referido em 64

). Concomitantemente, num estudo onde os doentes com

EM foram tratados com lofepramina, L-fenilalanina e vitamina B12, foi demonstrada uma

redução não significativa da incapacidade durante as duas primeiras semanas de tratamento

(Wade et al., referido em 64,65

). Porém, Kira et al. não evidenciaram melhoria clínica na

incapacidade motora após suplementação com vitamina B12 em doentes com EM

progressiva, embora uma redução da latência dos potenciais evocados visuais e do tronco

cerebral tivesse sido verificada.9,65

Analogamente, alguns oligoelementos foram sugeridos

como intervenientes na progressão da doença, num estudo em que o consumo de cálcio,

magnésio e ferro foi menor nos doentes com EM secundariamente progressiva,

comparativamente com outra forma de doença.66

Esta hipótese está de acordo com os

resultados do estudo de Goldberg et al., no qual, para além de óleo de fígado de bacalhau,

20

foram administrados suplementos de cálcio e magnésio, tendo-se verificado uma redução do

número de exacerbações.39

Ainda, o ginkgo biloba e o ginseng foram referidos como capazes

de melhorar a função cognitiva e a fadiga, respetivamente.8

Estado nutricional dos doentes com EM

Nos doentes com EM, os desequilíbrios nutricionais são frequentes, podendo ser uma

causa ou uma consequência da doença.

Assim, o excesso de peso e a obesidade verificados em alguns dos doentes poderão

dever-se à imobilidade ou a pouca atividade diária, à fadiga, à depressão ou aos efeitos da

terapêutica com esteroides ou antidepressivos. Por outro lado, estes desequilíbrios podem

agravar a sintomatologia, predispor a hipertensão arterial e a trombose, piorando a

incapacidade já existente.

Em contraste, as alterações motoras resultantes da fraqueza

muscular, fadiga e espasmo; o défice visual, que pode dificultar a aquisição e a preparação

dos alimentos; a perda de apetite, a disfagia, as alterações mentais e as reações adversas a

fármacos podem levar a perda de peso e malnutrição. Estas, por sua vez, agravam as

dificuldades motoras, pela diminuição da força muscular, rápida fadiga muscular e atraso do

relaxamento muscular. Também fragilizam o sistema imune, afetam a função mental e

aumentam o risco de necessidades nutricionais específicas.53

É importante salientar que, dada a semelhança com a própria sintomatologia da

doença, estas situações são frequentemente subdiagnosticadas, contribuindo para o

agravamento da morbilidade. Para além disso, os desequilíbrios nutricionais complicam-se

com a progressão da incapacidade e, não tendo sido encontradas associações com défices

nutricionais específicos, a intervenção dietética deve basear-se nas necessidades particulares

de cada doente.9

21

CONCLUSÃO

A deficiência de diversos fatores nutricionais, sobretudo de vitamina D, de AGPI e de

antioxidantes, tem vindo a ser apontada como fator de risco para a EM, o que é apoiado pelos

efeitos imunomoduladores e neuroprotetores que apresentam, já que a inflamação no SNC é

um processo reconhecidamente envolvido na patogénese da doença. Paralelamente, vários

estudos observacionais, onde se verificou que uma maior incidência da doença estava

associada a um menor consumo destes nutrientes, reforçam esta hipótese. Todavia, a vitamina

D tem sido especialmente estudada, e a sua influência na regulação genética, a relação com a

latitude e luz solar, e os efeitos dos seus níveis sanguíneos ou do consumo, na dieta ou em

suplementos, na incidência desta doença contribuem para uma fundamentação mais

consistente do seu papel na patogenia da EM, embora ainda não possa ser estabelecida uma

relação inequívoca de causalidade.

Por sua vez, a influência destes elementos dietéticos na evolução da EM e o seu

potencial como terapêutica complementar, com efeitos na progressão da incapacidade, na

taxa, gravidade e duração dos surtos, também tem sido investigado. Apesar do número de

estudos clínicos ser limitado, não suportando o uso de uma dieta ou suplementação particular,

já existem alguns resultados promissores que permitem a enunciação de algumas

recomendações.

Assim, relativamente à vitamina D, embora os estudos disponíveis apontem o seu

benefício e não demonstrem efeitos laterais de relevo, mesmo com níveis de suplementação

na ordem das 10000 unidades internacionais/dia,34,36

estes são insuficientes para apoiar o seu

uso enquanto terapêutica na EM, para além dos valores de suplementação aconselhados serem

divergentes. Contudo, atendendo a que a hipovitaminose D e a osteoporose são frequentes nos

doentes com a EM, aconselha-se o rastreio sistemático dos níveis de vitamina D nestes

doentes, e a sua suplementação até se atingirem níveis de cerca de 100 nmol/L, que

correspondem à suplementação diária entre 1000 e 3000 unidades internacionais de

colecalciferol.10

Quanto aos ácidos gordos, embora existam algumas evidências a favor de óleos de

peixe e óleos ricos em ácidos gama linolénico e linoleico na EM, ainda não existem estudos

suficientes para apoiar a sua suplementação. Todavia, quer pela promoção da saúde geral,

quer pelos possíveis efeitos moduladores na atividade da doença e no auxílio do controlo da

22

sintomatologia, os doentes com EM devem adotar uma dieta equilibrada, com promoção do

consumo de refeições ricas em peixe e restrição do consumo de gorduras de origem animal.

Em relação aos antioxidantes, a evidência atual não suporta a sua suplementação na

EM. No entanto, pelo efeito positivo do consumo de frutas e vegetais demonstrados em

alguns estudos na EM, e pelo papel na manutenção de um estilo de vida saudável, o consumo

destes alimentos deve ser encorajado.

Finalmente, é necessário avaliar e corrigir os possíveis desequilíbrios nutricionais que

possam existir, os quais são comuns nestes doentes e que agravam a incapacidade.

Em suma, a promoção de uma dieta saudável, o rastreio de desequilíbrios nutricionais

e dos níveis de vitamina D, com suplementação se necessário, deverão ser realizadas, por

norma, a todos os doentes aquando do diagnóstico de EM. Os trabalhos realizados até à data

são encorajadores, avivando a esperança de ser encontrada uma forma de prevenção e,

possivelmente, uma cura para esta doença incapacitante. Assim, serão necessários mais

estudos clínicos, controlados, randomizados e com amostras representativas, no sentido de

averiguar o papel da dieta na etiopatogenia, progressão e terapêutica, com definição de

critérios de suplementação e níveis-alvo de vitamina D, de ácidos gordos e, eventualmente, de

antioxidantes.

23

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subtypes of multiple sclerosis: an exploratory study. Nutr J 2009; 8:36.

28

QUADROS

Quadro I- Resumo dos estudos que investigaram o papel da vitamina D na etiopatogenia e na

evolução da esclerose múltipla.

AUTORES

ANO DE

PUBLICAÇÃO

LOCAL

AMOSTRA

CONCLUSÕES PRINCIPAIS

ETIOPATOGENIA

Munger et al.22

2006

EUA 7 milhões de militares Diminuição de 41% do risco de EM por cada 50

nmol/L de aumento de 25(OH)D.

Swank et al.

(referido em 9)

1952

Noruega SD Menor incidência de EM nas zonas costeiras da

Noruega, onde o consumo de peixe era maior.

Kampman et al.23

2007

Noruega 152 doentes com EM e 402

controlos

A suplementação com óleo de fígado de bacalhau

protegeu da EM entre os indivíduos que

reportaram menos atividades ao ar livre durante o

verão.

Munger et al.24

2004 EUA Enfermeiras do NHS

(92253) e do NHS II

(95310)

Diminuição de 40% do risco de EM entre os

indivíduos suplementados com vitamina D.

Mirzaei et al.26

2011

EUA 35794 mães de participantes

no NHS II

Menor risco de EM nos filhos de mulheres que

consumiram mais vitamina D durante a gravidez

(diminuição de 58% por cada aumento de 400

UI/dia de vitamina D).

EVOLUÇÃO

Van der Mei et al.

(referido em 18,28)

2007

Tasmania

(Austrália)

136 doentes com EM e 272

controlos

Relação inversa entre o grau de incapacidade em

doentes com EM e os níveis de vitamina D e de

exposição solar.

Smolders et al.29

2008

Sul da

Holanda

267 doentes com EM Associação entre níveis mais elevados de vitamina

D e uma menor taxa de recidiva e pontuações

inferiores no EDSS.

Simpson et al.30

2010

Tasmania

(Austrália)

145 doentes com EM tipo

surto-remissão

Diminuição no risco de surto entre 9 e 12% por

cada 10 nmol/L de aumento de 25(OH)D em

doentes com EM.

Mowry et al.31

2010

EUA 110 doentes com início

pediátrico da EM ou

síndrome clinicamente

isolado

Diminuição no risco de surto de 34% por cada 10

ng/mL de aumento de 25(OH)D em doentes com

EM.

Weinstock-Guttman

et al.32

2011

EUA 193 doentes com EM Associação entre níveis elevados de produtos do

metabolismo da vitamina D e menor incapacidade

e atrofia cerebral.

Nordvik et al.33

2000

Noruega 16 doentes com EM tipo

surto-remissão

Diminuição da taxa de surto e da pontuação no

EDSS entre os doentes suplementados com óleo

de peixe e diversas vitaminas, incluindo a

vitamina D.

Goldberg et al.

(referido em 9,20,25)

1986

EUA 11 doentes com EM Redução na taxa de surto (59%) após introdução

de terapêutica com cálcio, magnésio e óleo de

fígado de bacalhau em doentes com EM.

Burton et al.34

2010 Canadá 49 doentes com EM (25

suplementados e 24

controlos)

Redução na taxa de surto e da proliferação dos

linfócitos T nos doentes com EM suplementados

com vitamina D.

Kimball et al.36 Canadá 12 doentes com EM numa

fase ativa

Diminuição do número de lesões na RMN após

suplementação com vitamina D, sem alteração da

taxa de recidiva e do EDSS.

25(OH)D: 25-hidroxivitamina D; EDSS: expanded disability score scale; EM: esclerose múltipla; EUA: Estados Unidos da América; NHS:

Nurses Health Study; RMN: ressonância magnética nuclear; SD: sem dados; UI: unidades internacionais.

29

Quadro II- Resumo dos estudos que investigaram o papel dos ácidos gordos na etiopatogenia

e na evolução da esclerose múltipla.

AUTORES

ANO DE

PUBLICAÇÃO

LOCAL

AMOSTRA

CONCLUSÕES PRINCIPAIS

ETIOPATOGENIA Swank et al.

(referido em 9,41)

1970

Montreal

(Canadá)

144 doentes com EM com

incapacidade ligeira

Os doentes com menor consumo de gorduras saturadas,

suplementados com óleo vegetal e óleo de fígado de

bacalhau, tiveram uma menor atividade, progressão e

mortalidade por EM.

Swank et al.

(referido em 9)

1952

Noruega

(18

municípios)

SD Maior incidência de EM nas zonas interiores da

Noruega, onde predomina o consumo de gorduras

saturadas, comparativamente com as zonas costeiras,

com maior ingestão de peixe.

Alter et al. (referido

em 46)

1974

22 países SD O coeficiente de correlação entre a prevalência de EM e

o consumo de gordura total e calorias de origem animal

foi 0,7.

Nanji & Narod

(referido em 46)

1986

23 países SD Correlação entre maior prevalência da EM e consumo

de gordura (total, de carne e porco).

Lauer

(referido em 46)

1994

EUA

(48

estados)

SD Risco de EM positivamente correlacionado com as

vendas de carne e inversamente com as vendas de peixe.

Perković et al.47

2010

Cabar

(Croácia)

19 casos de EM e 25

controlos

O consumo de gorduras animais foi positivamente

associado com o risco de EM (OR=6,68; p=0,02).

Ghadirian

et al.48

1998

Montreal

(Canadá)

197 casos de EM e 202

controlos

O consumo de gorduras animais foi positivamente

associado com o risco de EM (OR=1,99; p=0,02).

Kampman

et al.23

2007

Noruega 152 casos de EM e 402

controlos

Consumo de peixe três vezes por semana, no mínimo,

estava associado a risco reduzido de EM (OR=0,55;

p=0,02).

Zhang et al.51

2000

EUA Enfermeiras do NHS

(92422) e do NHS II

(95389)

Sem associação entre o consumo de gordura (total,

animal, vegetal, saturada, monoinsaturada, trans,

colesterol, n-3 e n-6) e o risco de EM. Um menor risco

(não significativo) foi encontrado para um maior

consumo de ácido linolénico.

EVOLUÇÃO

Agranoff &

Goldberg (referido

em 46)

1974

20 países

da OCDE

SD Mortalidade em doentes com EM positivamente

relacionada com o consumo de gorduras (total e animal)

e inversamente com o consumo de peixe.

Knox (referido

em46)

1977

20 países

da OCDE

SD Correlação positiva entre a mortalidade em doentes com

EM e o consumo de gorduras (total, animal, de

manteiga e ovos).

Esparza et al.

(referido em 46 )

1995

36 países SD Maior mortalidade em doentes com EM associada ao

consumo de AGS e gordura animal.

Lauer

(referido em46)

1995

Austrália

(6 estados)

SD Maior mortalidade em doentes com EM que consumiam

mais carne.

Millar et al.

(referido em 9,41,52)

1973

Belfast e

Londres

87 doentes com EM Diminuição significativa da gravidade dos surtos e uma

tendência para um menor número de exacerbações nos

doentes suplementados com ácido linoleico, sem

diferenças no grau de incapacidade.

Bates et al. (referido

em 9,41,52,53)

1978

Newcastle

upon Tyne

(Inglaterra)

116 doentes com EM tipo

surto-remissão

Diminuição da duração e gravidade dos surtos nos

doentes suplementados com ácido linoleico em

quantidades significativas. Sem diferenças na taxa de

surtos e grau de incapacidade e sem benefícios para o

ácido gama-linolénico.

30

AUTORES

ANO DE

PUBLICAÇÃO

LOCAL

AMOSTRA

OES PRINCIPAIS

EVOLUÇAÕ

Bates et al. (referido

em 9,41)

1989

Newcastle

upon Tyne

(Inglaterra)

312 doentes com EM tipo

surto-remissão

Sem diferenças na EDSS entre os doentes com EM

suplementados com ácido oleico e com óleo de peixe,

embora com uma ligeira tendência favorecendo este

último.

Paty et al.

(referido em 9,52)

1978

SD 76 doentes com EM Sem diferenças na incapacidade e na gravidade dos

surtos entre os doentes com EM suplementados com

azeite e com óleo de girassol.

Dworkin et al.

(referido em 9,39,46,52,53)

1984

Belfast

(Irlanda),

Newcastle

upon Tyne,

Ontário

(Canadá)

87 doentes com EM tratados

com ácido linoleico e 85

controlos

O consumo de elevadas quantidades de ácido linoleico

atrasa a progressão da incapacidade, a gravidade e

duração dos surtos, principalmente em doentes com

doença e incapacidade ligeiras.

Horrobin et al.

(referido em 39)

1979

Montreal

(Canadá)

14 doentes com EM Benefícios da suplementação com óleo de prímula e de

óleo de prímula associado a colquicina em doentes com

EM.

Simpson et al.

(referido em 39)

1985

Nova-

Zelândia

16 doentes com EM O ácido gama-linolénico presente no óleo de prímula

melhorou as características do fluxo sanguíneo

periférico nos doentes com EM.

Harbige et al.

(referido em 52)

2007

Inglaterra 36 doentes com EM ativa A suplementação de doses elevadas de óleo rico em

ácido gama-linolénico em doentes com EM ativa

reduziu significativamente as taxas de surto e de

progressão da incapacidade.

Fitzgerald et al.

(referido em 49)

1987

Londres 83 doentes num estadio

avançado da EM

A implementação de uma dieta com restrição do

consumo de carne vermelha e aumento do número de

refeições de peixe teve efeitos estabilizadores na

gravidade da EM.

Cendrowski

(referido em 39,41)

1986

Oeste da

Polónia

12 doentes com EM Os doentes com EM tipo surto-remissão, suplementados

com óleo de peixe, tiveram uma diminuição no EDSS

(3,30 para 2,70), enquanto aqueles com doença

progressiva revelaram um aumento de 6,42 para 7,07.

Nordvik et al.33

2000

Noruega 16 doentes com EM Suplementação com óleo de peixe diminuiu a pontuação

no EDSS e a taxa de surtos na EM.

Weinstock-Guttman

et al.54

2005

EUA 31 doentes com EM tipo

surto-remissão

A suplementação com óleo de peixe diminuiu a taxa de

surtos e melhorou as pontuações em escalas avaliadoras

da qualidade de vida.

AGS: ácidos gordos saturados; EDSS: expanded disability status score; EM: esclerose múltipla; EUA: Estados Unidos da América; NHS:

Nurses Health Study ; OCDE: organização para a cooperação e desenvolvimento económico; OR: odds ratio; SD: sem dados.

31

Quadro III- Resumo dos estudos que investigaram o papel dos antioxidantes na etiopatogenia

e na evolução da esclerose múltipla.

AUTORES

ANO DE

PUBLICAÇÃO

LOCAL

AMOSTRA

CONCLUSÕES PRINCIPAIS

ETIOPATOGENIA Ghadirian et al.48

1998

Montreal

(Canadá)

197 casos de EM e

202 controlos

Proteínas vegetais, fibras, vitamina C, tiamina, riboflavina,

cálcio e potássio demonstraram ser protetores na EM.

Wender & Kazmierski

(referido em 46,49)

1994

Polónia

ocidental

59 casos de

EM e 58 controlos

Evidência de um efeito protetor dos vegetais.

Agranoff & Goldberg

(referido em 46)

1974

20 países da

OCDE

SD Risco de EM inversamente relacionado com o consumo de

vegetais.

Lauer

(referido em 46)

1994

EUA

(48 estados)

SD Risco de EM inversamente relacionado com o consumo de

frutos e vegetais.

Munger et al.24

2006

EUA Enfermeiras do

NHS (92253) e do

NHS II (95310)

Associação inversa entre o consumo de multivitaminas

(vitamina D, vitamina E, ácido fólico, zinco e vitaminas

B1, B2, B6, B12) e o risco de EM.

Watson et al. 60

2007

Nova

Zelândia

214 grávidas Grávidas apresentaram deficiência do consumo de

vitamina C, betacaroteno, selénio e zinco durante o verão.

Zhang et al.59

2001

EUA Enfermeiras do

NHS (81683) e do

NHS II (95056)

Sem associação entre o consumo de frutos ou vegetais,

carotenoides, vitamina C ou vitamina E e a diminuição do

risco de EM.

Antonovsky et al.

(referido em 9,59)

1965

Israel 241 casos de EM e

964 controlos

Sem correlação entre o consumo de frutos, vegetais e

alimentos ricos em carotenoides, vitamina C e vitamina E,

e o risco de EM.

Berr et al.

(referido em 9,59)

1989

França 91 casos de EM e

91 controlos

Gusev et al.

(referido em 59)

1996

Moscovo 155 casos de EM e

155 controlos

EVOLUÇÃO

Karg et al.

(referido em 53)

1982

Canadá 25 casos de EM e 9

controlos

Diminuição dos níveis de vitamina E durante a fase ativa

da EM.

Mai et al.

(referido em 43)

1990

Dinamarca SD A suplementação de vitamina E, vitamina C e de selenito

de sódio demonstrou ser segura e aumentar a atividade da

GP.

Jensen et al. (referido

em 43)

1986

SD SD A suplementação de vitamina E, vitamina C e de selenito

de sódio restituiu os níveis de glutationa bem como

atividade da GP nos glóbulos rubros dos doentes com EM.

Syburra & Passi

(referido em 53)

1999

Itália 28 casos de EM e

30 controlos

Diminuição da atividade antioxidante no plasma de

doentes com EM e sinais marcados de stress oxidativo,

sugerindo que a vitamina E e o selénio da dieta poderiam

inibir a progressão da doença.

De Bustos et al.

(referido em 53)

2000

SD SD Sem diferenças significativas nos níveis de carotenoides e

da vitamina A nos controlos e nos doentes com EM.

Yadav et al. 62

2005

EUA 37 doentes com EM A suplementação com ácido lipoico foi bem tolerada e

reduziu os níveis de MMP-9 e ICAM-1.

EM: esclerose múltipla, EUA: Estados Unidos da América; GP: glutationa peroxídase; ICAM-1: molécula de adesão intracelular tipo 1;

MMP-9: metaloproteinase tipo 9; NHS: Nurses Health Study; OCDE: organização para a cooperação e desenvolvimento económico; SD:

sem dados.

ANEXOS

ANEXO 1- Instruções aos autores da revista portuguesa de clínica geral

Âmbito e Política

A Revista Portuguesa de Clínica Geral (RPCG) aceita para publicação artigos de

investigação fundamental, epidemiológica, clínica, sobre administração de serviços de saúde

ou sobre educação, bem como artigos de revisão, artigos sobre a prática clínica, relatos de

casos clínicos, artigos de opinião e outros que possam contribuir para o desenvolvimento da

especialidade de medicina geral e familiar ou para a melhoria dos cuidados de saúde

primários. Os artigos poderão ser redigidos em português, inglês ou castelhano.

Este documento expõe a última versão das normas de apresentação de artigos à RPCG

(doravante designadas por Normas), que consiste numa revisão e atualização das normas

publicadas em 2009.1 As citações desta versão das normas devem ser feitas pela seguinte

referência: Conselho Editorial da RPCG. Normas para apresentação de artigos à Revista

Portuguesa de Clínica Geral. Rev Port Clin Geral 2010; Este documento não está protegido

por direitos de autor, podendo ser copiado, reimpresso ou distribuído eletronicamente sem

autorização.

Recomenda-se aos autores que utilizem a versão eletrónica dos anexos e formulários

constantes nestas normas, disponíveis no sítio da internet da RPCG, quando pretenderem

submeter um manuscrito.

Política Editorial

Autoria

A produção de um trabalho científico resulta dos contributos dados por diversas pessoas e

entidades. Porém, nem todas as contribuições conferem a atribuição de autoria do trabalho.

Todos aqueles que são nomeados como autores têm que cumprir os três requisitos do Comité

Internacional de Editores de Revistas Médicas para definição de autoria e todos os que

cumpram estes requisitos devem ser nomeados como autores:

Contribuir substancialmente para a conceção e delineamento, recolha de dados ou

análise e interpretação dos dados;

Participar na redação ou revisão crítica do artigo no que respeita a conteúdo

intelectualmente importante;

Rever a versão final do manuscrito e aprovar a sua publicação.

Outras pessoas que possam ter contribuído para o trabalho, mas não preencham os critérios

de autoria, devem ser mencionadas nos agradecimentos. Não se incluem aqui pessoas ou

entidades que tenham contribuído exclusivamente com o financiamento do trabalho.

Conflito de interesses

Existe um conflito de interesses quando um autor (ou a sua instituição) tem relações pessoais

ou financeiras que podem influenciar as suas decisões, trabalho ou manuscrito. Nem todas

estas relações representam verdadeiros conflitos de interesses. Por outro lado, o potencial

para conflito de interesses pode existir independentemente do autor acreditar ou não que esta

relação afeta o seu julgamento científico. O potencial para conflito de interesses pode residir

nos autores, revisores ou editores.

Desta forma, para manter a transparência no processo de publicação, todos os envolvidos na

publicação de artigos (autores, revisores e editores) são convidados a declarar potenciais

conflitos de interesses. Porém, a existência dos mesmos não constitui fundamento para a

rejeição dos manuscritos pela RPCG.

Caso os trabalhos tenham sido financiados total ou parcialmente por uma ou mais pessoas ou

entidades, essa informação terá de ser publicada juntamente com o artigo. A existência de

financiamento externo não é critério de aceitação ou rejeição de manuscritos.

Conduta Ética

Para que um trabalho de investigação em seres humanos possa ser considerado válido, os

autores têm de seguir uma Conduta Ética que cumpra os preceitos definidos na Declaração

de Helsínquia. O protocolo de investigação deverá ser submetido a uma comissão de ética

independente para que se pronuncie, aprovando ou não o mesmo. O parecer favorável desta

comissão deverá ser englobado nos documentos a entregar na submissão do artigo (em

conjunto com o Anexo IV). Na ausência de submissão a comissão de ética, deve o autor

responsável pela correspondência com a RPCG redigir uma Declaração de Conduta Ética,

indicando porque motivo não foi feita essa submissão e assumindo o cumprimento dos

princípios éticos relativos a estes estudos. A ausência de qualquer um destes documentos

condiciona a não aceitação do manuscrito para avaliação pelo Corpo Editorial.

Organização Científica dos Artigos

Qualquer artigo submetido para publicação na RPCG deverá ser preparado de acordo com os

Requisitos Uniformes para Manuscritos Submetidos a Revistas Médicas, redigidos pela

Comissão Internacional de Editores de Revistas Médicas2,3

e os documentos incluídos na

rede EQUATOR (Enhancing the Quality and Transparency of Health Research).4

A revista publica artigos da iniciativa dos autores e dos editores. Os artigos da iniciativa dos

autores são: os artigos de investigação original, as revisões, os relatos de caso, os artigos de

prática, os artigos de opinião e debate, os artigos breves e as cartas aos editores. Os

editoriais, os documentos, os artigos do Dossier, os POEMs, os textos do Clube de Leitura e

os textos do Websaúde são da iniciativa dos editores, embora possam ser aceites submissões

da iniciativa dos autores, desde que contactem previamente os editores da RPCG. Tanto os

artigos da iniciativa dos autores como os artigos solicitados pelos editores são sujeitos a um

processo de revisão por pares.

Nesta secção apresentam-se os elementos que são comuns a todas as tipologias de artigo e

uma descrição dessas diferentes tipologias.

Elementos comuns às diferentes tipologias de artigo

Todos os artigos apresentados à RPCG deverão ter um Título, a descrição dos Autores, um

corpo de texto e Referências Bibliográficas. Na maioria das tipologias será necessário um

Resumo. No caso de existirem pessoas que tenham feito contributos importantes para o

artigo mas que não cumpram os critérios de autoria, poderá ser incluída uma secção

denominada Agradecimentos que será colocada entre o corpo de texto e as referências

bibliográficas. Em determinadas tipologias de artigos poderão ser incluídas ilustrações no

corpo de texto. A informação relativa aos conflitos de interesses e financiamento do trabalho

deve ser colocada após as referências bibliográficas.

O artigo terá que ter um Título e um Resumo em português e em inglês. Quando o idioma

de publicação é o português, o primeiro resumo será em português e o segundo em inglês. Se

o idioma de publicação for o inglês, a ordem será inversa. No caso do idioma de publicação

ser o castelhano, o primeiro resumo (Resumen) será nesse idioma, havendo então um resumo

em português e outro em inglês no final do artigo. Os resumos não deverão exceder as 300

palavras e deverão ser seguidos de duas a seis palavras-chave. Estas palavras-chave deverão

ser termos da lista de descritores médicos MeSH,5 dos descritores em ciências da saúde

(DeCS) da BIREME6 ou dos descritores da PORBASE (Índice de Assuntos).

7 A estrutura do

resumo para cada uma das tipologias de artigo será explicitada na secção correspondente.

São permitidos dois tipos de ilustrações: figuras e quadros. As figuras devem ser numeradas

com algarismos árabes e os quadros com numeração romana, pela ordem da sua primeira

citação no texto. O texto não deve repetir dados incluídos em ilustrações, limitando-se nesse

caso a realçar ou resumir os seus aspetos mais importantes. O número de ilustrações

permitidos para cada uma das tipologias será explicitado na secção correspondente.

As Referências Bibliográficas devem seguir o formato indicado nas normas internacionais

(estilo de Vancouver).8

Investigação original

Conteúdo: Consistem em artigos de investigação no âmbito da medicina geral e familiar ou

dos cuidados de saúde primários. Deverão seguir as normas internacionalmente aceites para

este tipo de artigos.2,3

Os autores são encorajados a seguir as normas STROBE9 para estudos

observacionais, CONSORT10

para ensaios clínicos, as normas STARD11

para estudos de

acuidade diagnóstica, as normas COREQ12

para estudos qualitativos, as normas SQUIRE13

para estudos de garantia e melhoria da qualidade.

Dimensão: Não deverão ultrapassar as 8.000 palavras, sendo admitido o número máximo de

10 ilustrações (quadros ou figuras) por artigo.

Estrutura: Deve incluir Título, Resumo e duas a seis Palavras-chave em cada uma das

línguas necessárias (ver acima). O corpo do artigo deve ser subdividido em: Introdução,

Métodos, Resultados e Discussão. Poderão ser incluídos Agradecimentos. O artigo deve

incluir Referências Bibliográficas.

Corpo do artigo: A Introdução deverá ser sintética. Deve apresentar claramente o

problema em questão, resumir o estado atual do conhecimento sobre o tema e referir os

motivos que levaram à execução do estudo. Os objetivos e/ou hipóteses formuladas devem

ser indicados no final da introdução. Os Métodos deverão referir a configuração, local e

tempo de duração de estudo, a população estudada, os métodos de amostragem, as unidades

de observação e as variáveis medidas, os métodos de recolha de dados, bem como critérios,

instrumentos, técnicas e aparelhos utilizados. Deve ser indicada a metodologia estatística. Os

Resultados deverão ser apresentados de forma clara usando texto e ilustrações (figuras ou

quadros). A Discussão deverá salientar aspetos novos ou importantes do estudo e apresentar

apenas as conclusões justificadas pelos resultados. Deverão ser feitas comparações com

estudos idênticos realizados por outros autores e ser comentadas as limitações ou os viéses

importantes do estudo. Podem ser sugeridas novas hipóteses de trabalho. Não devem ser

feitas afirmações não baseadas no estudo efetuado, nem alusões a trabalhos incompletos ou

não publicados. As conclusões do estudo devem ser apresentadas nos últimos parágrafos da

discussão.

Resumo: O Resumo deve expor os objetivos do trabalho, a metodologia básica, os

resultados e conclusões principais e realçar aspetos novos e importantes do estudo ou das

observações. É obrigatoriamente estruturado, dividido nos seguintes subtítulos: Objetivos,

Tipo de estudo, Local, População, Métodos, Resultados e Conclusões. Encorajamos os

investigadores a registar prospectivamente os ensaios clínicos num registo público de

ensaios. Os ensaios clínicos deverão ter o número de registo no final do resumo.

Relato de Caso

Conteúdo: Consistem em textos descritivos de casos clínicos que sirvam para melhorar a

tomada de decisão da investigação diagnóstica ou terapêutica, de aspetos relacionados com a

educação ou com as politicas de saúde.

Dimensão: Não deverão ultrapassar as 6.000 palavras, sendo admitido o número máximo de

oito ilustrações (quadros ou figuras) por artigo.

Estrutura: Os artigos devem incluir Título, Resumo e duas a seis Palavras-chave em cada

uma das línguas necessárias (ver acima). O corpo de texto é subdividido em: Introdução,

Descrição do caso e Comentário. Poderão ser incluídos Agradecimentos. O artigo deve

incluir Referências Bibliográficas.

Corpo do artigo: A Introdução deve apresentar os motivos que levaram à apresentação do

caso clínico de forma sintética e sem fazer uma revisão teórica do problema em questão. A

Descrição do caso deve ser constituída por uma apresentação do caso clínico propriamente

dito, feita de forma estruturada e com recurso a subtítulos, se necessário. O Comentário

deverá chamar a atenção para os aspetos práticos relevantes, problemas encontrados na

prática clínica ou lições a tirar do relato de caso.

Resumo: É obrigatoriamente estruturado, dividido nos seguintes subtítulos: Introdução,

Descrição do caso e Comentário.

Revisão

Conteúdo: Consistem em estudos de revisão bibliográfica, trabalhos de síntese ou

atualização clínica que possam constituir instrumentos auxiliares de atualização e de

aperfeiçoamento da prática clínica. Os autores são encorajados a seguir as normas PRISMA

para revisões sistemáticas,14

MOOSE para meta-análises de estudos observacionais15

e as

recomendações de Riley et al para meta-análises de dados individuais de doentes.16

Os

autores de artigos de revisão baseada na evidência podem considerar úteis as recomendações

publicadas na revista American Family Physician.17

Dimensão: Os estudos de revisão não deverão ultrapassar as 8.000 palavras, sendo admitido

o número máximo de 10 ilustrações (quadros ou figuras) por artigo.

Estrutura: Os artigos devem incluir Título, Resumo e duas a seis Palavras-chave em cada

uma das línguas necessárias (ver acima). O corpo de texto é subdividido em: Introdução,

Métodos, Resultados e Conclusões. Poderão ser incluídos Agradecimentos. O artigo deve

incluir Referências Bibliográficas.

Corpo do artigo: A Introdução deverá ser sintética. Deve apresentar claramente o

problema em questão, referir os motivos que levaram à execução do estudo e discutir a sua

oportunidade. A pergunta e o objetivo específico da revisão deverão aparecer claramente

formulados no final da introdução. Os Métodos deverão descrever a metodologia usada para

efetuar o processo de revisão. Devem, nomeadamente, ser indicados o tópico em revisão,

definições várias (por exemplo, critérios de diagnóstico), processo utilizado para a pesquisa

bibliográfica (período a que diz respeito a revisão, bases de dados eletrónicas ou

documentais consultadas, descritores utilizados para a pesquisa, pesquisa manual de

bibliografias, contacto com peritos na área para identificação de artigos relevantes) e

processos e critérios de seleção dos artigos. Os Resultados devem ser apresentados de forma

estruturada e sistematizada e com recurso a subtítulos, se necessário. Devem incluir os

resultados da pesquisa e elementos de argumentação crítica (avaliação de qualidade dos

dados, síntese de dados, perspetivas em confronto, identificação de problemas não

resolvidos). As Conclusões devem fornecer um resumo crítico dos dados relevantes,

enfatizar os aspetos práticos, equacionar os problemas que subsistem e propor perspetivas

futuras.

Resumo: O Resumo deve expor os objetivos do trabalho, a metodologia básica, os

resultados e conclusões principais, e realçar aspetos novos e importantes da revisão. É

obrigatoriamente estruturado, dividido nos seguintes subtítulos: Objetivos, Fontes de

dados, Métodos de revisão, Resultados e Conclusões. No resumo dos resultados pretende-

se a indicação do número e características dos estudos incluídos e excluídos. Podem ser

incluídos os achados qualitativos e quantitativos mais relevantes.

Prática

Conteúdo: Consistem em relatórios de avaliação de qualidade ou trabalhos descritivos de

experiências ou projetos considerados relevantes para a melhoria da qualidade dos cuidados

prestados aos doentes em cuidados de saúde primários.

Dimensão: Não deverão ultrapassar as 5.000 palavras, sendo admitido o número máximo de

quatro ilustrações (quadros ou figuras) por artigo.

Estrutura: Os artigos devem incluir Título, Resumo e duas a seis Palavras-chave em cada

uma das línguas necessárias (ver acima). Não existe estrutura obrigatória do corpo de texto.

Poderão ser incluídos Agradecimentos. O artigo deve incluir Referências Bibliográficas.

Resumo: Não existe estrutura obrigatória.

Formação

Conteúdo: Consistem em relatos de projetos ou experiências considerados importantes no

campo da educação médica pré e pós-graduada no contexto dos cuidados de saúde

primários.

Dimensão: Não deverão ultrapassar as 5.000 palavras sendo admitido o número máximo de

seis ilustrações (quadros ou figuras) por artigo.

Estrutura: Os artigos devem incluir Título, Resumo e duas a seis Palavras-chave em cada

uma das línguas necessárias (ver acima). Não existe estrutura obrigatória do corpo de texto.

Poderão ser incluídos Agradecimentos. O artigo deve incluir Referências Bibliográficas.

Resumo: Não existe estrutura obrigatória.

Opinião e Debate

Conteúdo: Consistem em textos de opinião livre suscetíveis de fomentar a reflexão e a

discussão sobre temas de interesse para a medicina geral e familiar.

Dimensão: Não deverão ultrapassar as 4.000 palavras sendo admitido o número máximo de

seis ilustrações (quadros ou figuras) por artigo.

Estrutura: Os artigos devem incluir Título, Resumo e duas a seis Palavras-chave em cada

uma das línguas necessárias (ver acima). Não existe estrutura obrigatória do corpo de texto.

Poderão ser incluídos Agradecimentos. O artigo deve incluir Referências Bibliográficas.

Resumo: Não existe estrutura obrigatória.

Artigo Breve

Conteúdo: Consistem em textos de pequena dimensão como, por exemplo, estudos originais

curtos ou de divulgação de resultados preliminares, apontamentos sobre casos clínicos, ou

pequenos estudos de séries.

Dimensão: Não deverão ultrapassar as 3.000 palavras, sendo admitido o número máximo de

quatro ilustrações (quadros ou figuras) por artigo.

Estrutura: Os artigos devem incluir Título, Resumo e duas a seis Palavras-chave em cada

uma das línguas necessárias (ver acima). Não existe estrutura obrigatória do corpo de texto.

Poderão ser incluídos Agradecimentos. O artigo deve incluir Referências Bibliográficas.

Resumo: Não existe estrutura obrigatória.

Carta ao Diretor

Conteúdo: Consistem em comentários a artigos publicados previamente na revista ou notas

breves sobre experiências relevantes na prática diária. As cartas referentes a artigos só serão

aceites até três meses após a publicação do artigo original.

Dimensão: Não deverão ultrapassar as 750 palavras, sendo admitida até uma ilustração

(quadro ou figura) e até 5 referências bibliográficas.

Estrutura: Não existe estrutura obrigatória. O artigo pode incluir Referências

Bibliográficas.

Resumo: Não há resumo.

Editorial

Da iniciativa do Conselho Editorial. Não deverão ultrapassar 1.200 palavras nem mais do

que 15 referências. Serão admitidas até 2 ilustrações (quadros ou figuras).

Documentos

Conteúdo: Consistem em declarações, recomendações ou outros documentos de âmbito

nacional ou internacional que sejam relevantes para a medicina geral e familiar.

Dossier

Conteúdo: O Dossier reúne artigos referentes a um tema comum. O objetivo do dossier é a

divulgação de trabalhos de atualização científica e de temas de revisão elaborados por

peritos. Os artigos do dossier serão solicitados pelos Editores da RPCG ou por um perito

designado pelo Conselho Editorial como elemento coordenador.

Dimensão: Os artigos do dossier não deverão ultrapassar as 6.000 palavras, sendo admitido

o número máximo de 8 ilustrações (quadros ou figuras) por artigo.

Estrutura: Os artigos devem incluir Título, Resumo e duas a seis Palavras-chave em cada

uma das línguas necessárias (ver acima). Não existe estrutura obrigatória do corpo de texto.

Poderão ser incluídos Agradecimentos. O artigo deve incluir Referências Bibliográficas.

Resumo: Não existe estrutura obrigatória.

POEM

Conteúdo: Nesta secção comentam-se POEMs (Patient-Oriented Evidence that Matters),

aos quais é atribuído um nível de evidência de acordo com o Oxford Centre for Evidence

Based Medicine.18

Os conceitos relacionados com os POEMs já foram extensamente

revistos.19,20

Dimensão: Os comentários não deverão ultrapassar as 1.000 palavras. Não haverá lugar a

ilustrações.

Estrutura: Os artigos devem incluir um Título apelativo em estilo jornalístico, a

Referência Bibliográfica, a Questão Clínica, o Resumo do Estudo e o Comentário. O

título nas restantes línguas necessárias (ver acima) será publicado apenas na edição online da

RPCG.

Clube de Leitura

Conteúdo: O objetivo da secção é proporcionar uma leitura comentada de artigos, livros ou

outros textos procedentes de outras publicações científicas. O artigo ou publicação escolhida

deve ser atual (editado nos últimos 3 meses) e relevante para a prática clínica da medicina

geral e familiar.

Dimensão: Não deverá ultrapassar as 1.300 palavras. Não haverá lugar a ilustrações.

Estrutura: Os textos devem incluir um Título apelativo em estilo jornalístico, a(s)

Citação(ões) do(s) artigo(s) que deram origem ao texto, o resumo do estudo (que manterá a

estrutura do artigo original), o Comentário e as Referências Bibliográficas. No

comentário, o autor deverá expor a sua opinião sobre a importância do artigo e apresentar

alguns dados da sua experiência ou de outros estudos que apoiem ou não as conclusões do

artigo comentado. O título nas restantes línguas necessárias (ver acima) será publicado

apenas na edição online da RPCG.

Websaúde

Conteúdo: Tem como objetivo a divulgação de sítios da Internet relevantes para a medicina

geral e familiar. Existem recursos disponíveis para ajudar na avaliação crítica da informação

de saúde disponibilizada na internet.21

Dimensão: O texto não deverá ultrapassar as 350 palavras. Haverá lugar a uma ilustração

por cada sítio na internet referido até a um máximo de 3 ilustrações por texto.

Estrutura: Deve incluir um Título e a Referência Bibliográfica ao sítio na internet. O

corpo de texto deverá incluir informação relativa aos recursos disponíveis no sítio da

internet, nomear a entidade responsável pelos conteúdos e deverá incluir uma descrição de

como o autor utiliza o sítio na sua prática de médico de família. O título nas restantes línguas

necessárias (ver acima) será publicado apenas na edição online da RPCG.

Síntese

Tipo de

artigo

Estrutura

resumo Estrutura corpo de texto

Dimensão

(palavras) Ilustrações

Investigação

original

Objetivos, tipo

de estudo,

local,

população,

métodos,

resultados e

Título*, Resumo*, Palavras-chave*,

Introdução, Métodos, Resultados,

Discussão, [Agradecimentos] e

Referências Bibliográficas

8.000 ≤10

conclusões

Relato de

caso

Introdução,

Descrição do

caso e

Comentário

Título*, Resumo*, Palavras-chave*,

Introdução, Descrição de caso,

Comentário, [Agradecimentos] e

Referências Bibliográficas

6.000 ≤8

Revisão

Objetivos,

Fontes de

dados, Métodos

de revisão,

Resultados e

Conclusões

Título*, Resumo*, Palavras-chave*,

Introdução, Métodos, Resultados,

Conclusões,[Agradecimentos] e

Referências Bibliográficas

8.000 ≤10

Prática

Não existe

estrutura

obrigatória

Título*, Resumo*, Palavras-chave*,

[corpo de texto], [Agradecimentos]

e Referências Bibliográficas

5.000 ≤4

Formação

Não existe

estrutura

obrigatória

Título*, Resumo*, Palavras-chave*,

[corpo de texto], [Agradecimentos]

e Referências Bibliográficas

5.000 ≤6

Opinião e

debate

Não existe

estrutura

obrigatória

Título*, Resumo*, Palavras-chave*,

[corpo de texto], [Agradecimentos]

e Referências Bibliográficas

4.000 ≤4

Artigo breve

Não existe

estrutura

obrigatória

Título*, Resumo*, Palavras-chave*,

[corpo de texto], [Agradecimentos]

e Referências Bibliográficas

3.000 ≤4

Carta ao

diretor Sem resumo [corpo de texto] 750 ≤1

Editorial Sem resumo [corpo de texto] 1.200 ≤2

Dossier

Não existe

estrutura

obrigatória

Título*, Resumo*, Palavras-chave*,

[corpo de texto], [Agradecimentos]

e Referências Bibliográficas

6.000 ≤8

POEM Sem resumo Título*, Referência Bibliográfica,

Questão Clínica, Resumo do Estudo, 1.000 0

Comentário

Clube de

Leitura Sem resumo

Título*, Citação, [corpo do texto de

acordo com a estrutura do artigo

original], Comentário, Referências

Bibliográficas

1.300 0

WebSaúde Sem resumo Título*, Referência Bibliográfica,

[corpo do texto], Comentário 350 ≤3

* Nas línguas necessárias (ver secção "Elementos comuns às diferentes tipologias de

artigo").

Organização Formal dos Artigos

Formatação dos ficheiros eletrónicos submetidos

Os artigos devem ser datilografados em qualquer processador de texto e gravados num dos

seguintes formatos: Microsoft Word, RTF ou Open Office. As páginas devem ser

numeradas.

Primeira página

Deverá incluir apenas:

1. O título do artigo, que deverá ser conciso.

2. O nome do autor ou autores (devem usar-se apenas dois ou três nomes por autor).

3. O grau, título ou títulos profissionais e/ou académicos do autor ou autores.

4. O serviço, departamento ou instituição onde trabalha(m).

Segunda página

Deverá incluir apenas:

1. O nome, telefone/fax, endereço de correio eletrónico e endereço postal do autor

responsável pela correspondência com a revista acerca do manuscrito.

2. O nome, endereço de correio eletrónico e endereço postal do autor a quem deve ser

dirigida a correspondência sobre o artigo após a sua publicação na revista.

Terceira página

Deverá incluir apenas:

1. Título do artigo nas línguas necessárias.

2. Resumo do artigo nas línguas necessárias. O resumo deve respeitar as normas

indicadas para o tipo de artigo em questão e tornar possível a compreensão do artigo

sem que haja necessidade de o ler.

3. De duas a seis palavras-chave nas línguas necessárias usando, sempre que existirem,

termos da lista de descritores médicos MeSH,5 dos descritores em ciências da saúde

(DeCS) da BIREME6 ou dos descritores da PORBASE (Índice de Assuntos).

7

4. Indicação da tipologia do artigo (a que secção da revista se destina).

Páginas seguintes

As páginas seguintes incluirão o texto do artigo, devendo cada uma das secções em que este

se subdivida começar no início de uma página.

Primeira página a seguir ao texto do artigo

Deverá incluir o capítulo Agradecimentos, quando este exista.

Primeira página a seguir aos Agradecimentos

Deverá conter o início do capítulo Referências Bibliográficas.

Primeira página a seguir a Referências bibliográficas

Deverá conter a informação relativa aos conflitos de interesses dos autores e ao

financiamento do estudo (de acordo com a informação prestada nos anexos I e II).

Páginas seguintes

Deverão incluir as ilustrações. Estas devem ser enviadas cada uma em sua folha com

indicação do respetivo número (algarismo árabe ou numeração romana) e legenda. Os

quadros, com numeração romana, deverão sempre incluir um título curto. Poderão incluir em

rodapé notas explicativas consideradas necessárias e assinaladas utilizando os símbolos

indicados nas normas de Vancouver.2,3

Gráficos, diagramas, gravuras e fotografias (figuras)

deverão ser apresentados com qualidade que permita a sua reprodução direta e numerados

com algarismos árabes. Não devem ser utilizados gráficos tridimensionais. As figuras em

formato digital devem ser enviadas como ficheiros separados e não dentro do documento de

texto. São aceites os formatos JPEG, TIF e EPS, preferencialmente com uma resolução de

300 pontos por polegada (dpi) ou superior. As figuras em suporte de papel ou filme

(diapositivos) deverão ter boa qualidade e ser devidamente identificadas (algarismos árabes)

com etiqueta autocolante no verso ou na margem. Dá-se preferência a imagens em formato

digital, desde que essa opção não comprometa a qualidade das mesmas. No caso de se tratar

de fotografias de pessoas ou de fotografias já publicadas, proceder de acordo com as normas

de Vancouver.2,3

Normas de estilo

O uso de abreviaturas e símbolos, bem como as unidades de medida, devem estar de acordo

com as normas internacionalmente aceites.2,3

1. Devem-se usar maiúsculas apenas nas seguintes situações:

1. no título e nas principais secções do trabalho;

2. no início do subtítulo (caso exista);

3. na primeira palavra de todos os períodos;

4. nas palavras principais de capítulos, subcapítulos, secções e subsecções;

5. nas palavras dos títulos das figuras e quadros;

6. em nomes de escalas e instrumentos de medida;

7. em substantivos determinados por numeral ou letra e,

8. em nomes de cadeiras ou disciplinas académicas.

2. Usar sempre o nome farmacológico. Pode, se justificado, incluir-se o nome

comercial em parênteses, após a primeira referência ao fármaco no texto.

3. Escrever por extenso algarismos menores que 10. As exceções são: quando se fazem

comparações com números iguais ou superiores a 10, se utilizam unidades de

medida, para representar funções matemáticas, quantidades fracionais, percentagens

e razões. Nunca iniciar uma frase com um algarismo.

4. Usar sempre algarismos para designar tempo, data, idade, amostra e população,

tamanho, resultados, dosagens, percentagens, graus de temperatura, medidas métricas

e pontos duma escala.

5. Por regra, não usar abreviaturas fora de parênteses. A exceção são as abreviaturas

utilizadas pelos sistemas de medidas (por exemplo, kg).

6. Os acrónimos só devem ser utilizados se fazem parte da linguagem corrente (por

exemplo, OMS) ou para designar uma sigla ou uma expressão técnica que vai ser

utilizada repetidamente (por exemplo, DPOC). Neste caso, o seu uso deve ser

apresentado entre parênteses, depois da expressão original, na primeira vez que é

utilizado no texto.

7. Devem-se evitar estrangeirismos, sempre que possível.

8. Não usar sublinhados.

9. Usar negrito apenas em títulos.

10. Usar itálico apenas nas seguintes situações: referências bibliográficas, palavras

estrangeiras e nomes técnicos das classificações científicas.

11. Os símbolos estatísticos (por exemplo, t, r, M, DP, p) devem ser escritos em itálico,

com exceção dos símbolos em grego.

12. A indicação da casa decimal deve fazer-se através de uma vírgula e não de um ponto

final.

13. No texto, os números decimais devem ser apresentados apenas com até duas casas e

com arredondamento, a não ser em casos excecionais em que tal se justifique.

14. Os operadores aritméticos e lógicos, tais como +, -, =, <, e >, levam espaço antes e

depois.

Referências bibliográficas

As Referências Bibliográficas devem ser assinaladas no texto com algarismos árabes em

elevado, pela ordem de primeira citação e incluídas neste capítulo, utilizando exatamente a

mesma ordem de citação no texto. Os nomes das revistas devem ser abreviados de acordo

com o estilo usado no Index Medicus. A Revista Portuguesa de Clínica Geral é referenciada

usando a abreviatura Rev Port Clin Geral. O numeral da referência deverá ser colocado após

a pontuação (ponto, vírgula, etc.).

Exemplos:

(...) como é o caso das listas de distribuição.5

Estudos mais recentes, efetuados por Di-Franza e colaboradores,7 mostram que as crianças

se tornam dependentes da nicotina mais facilmente do que os adultos.

Se após uma frase houver lugar à citação de mais do que uma referência estas deverão ser

separadas por vírgulas exceto se forem sequenciais; nessa circunstância serão separadas por

hífen.

Exemplos:

(...) sendo a prevalência maior nesse grupo etário;9,15,21

(...) comparativamente a esses estudos,6-9

(...) tabaco a menores de 18 anos e a de regulamentar a venda de tabaco através de

máquinas automáticas.4, 7-9

As referências a documentação legal deverão ser concisas mas, ao mesmo tempo, completas,

incluindo informação sobre o tipo de diploma e seu número e data, o local onde foi

publicado e as páginas.

Exemplo:

Decreto-Lei n° 114/92, de 4 de junho. «Diário da República - Série A. p. 2711.

Submissão de Artigos à Apreciação Editorial

Os documentos devem ser enviados por correio eletrónico para:

[email protected]. Se os ficheiros forem demasiado extensos para serem enviados

por correio eletrónico deverão ser enviados em suporte físico digital (CD-ROM ou outros)

para: Diretor da Revista Portuguesa de Clínica Geral, Av. da República, 97-1º 1050-190

Lisboa.

Os documentos a enviar incluem:

O original do artigo incluindo ilustrações, gravado em suporte eletrónico (CD-ROM)

ou em ficheiro(s) anexo(s) à mensagem de correio eletrónico nos formatos Microsoft

Word, RTF ou Open Office (texto, tabelas e diagramas) e JPEG, TIF ou EPS

(ilustrações).

O formulário constante do Anexo 1 preenchido por cada um dos autores. Para além

da cópia em formato eletrónico, o original deste documento deverá ser sempre

enviado por correio postal.

O formulário constante do Anexo 2 preenchido pelo autor correspondente.

Uma declaração de autorização assinada por cada pessoa mencionada nos

agradecimentos (Anexo 3).

Tratando-se de um estudo original, a declaração de conduta ética (Anexo 4)

preenchida pelo autor correspondente.

Tratando-se de um relato de caso, declaração de consentimento informado assinada

pelo doente que motivou o relato de caso (Anexo 5).

Havendo fotografia de doente(s), declaração de consentimento informado assinada

pelo doente fotografado (Anexo 5).

Cópias de quaisquer autorizações para reproduzir material já publicado, para utilizar

figuras ou relatar informação pessoal sensível de pessoas identificáveis.

Lista de verificação anexa, devidamente preenchida (Anexo 6).

Tratamento Editorial

Os textos recebidos são identificados por um número comunicado aos autores, que deve ser

referido em toda a correspondência com a revista. Será considerada como data de

recebimento do artigo o dia de recebimento da versão eletrónica ou o dia de chegada por

correio postal, caso seja anterior.

Após análise da tipologia do artigo, os textos são submetidos a um processo de validação

administrativa. Os artigos que não obedeçam à organização científica e à organização formal

expostas nestas normas não serão apresentadas ao Conselho Editorial. O processo de

devolução será automático. Os textos que estejam de acordo com as normas serão

distribuídos a um editor responsável. Esse editor fará uma apreciação sumária e apresentará

o artigo em reunião do Conselho Editorial. Os artigos que não estejam relacionados com a

missão da revista (o desenvolvimento da especialidade de medicina geral e familiar ou a

melhoria dos cuidados de saúde primários) serão recusados.

Os artigos que estejam de acordo com as normas e que se enquadrem na missão da revista

entrarão num processo de revisão por pares. Aos revisores, será pedida a apreciação crítica

de artigos submetidos para publicação. Essa avaliação incluirá as seguintes áreas: atualidade,

fiabilidade científica, importância clínica e interesse para publicação do texto. De forma a

garantir a isenção e imparcialidade na avaliação, os artigos serão enviados aos revisores sem

a identificação dos respetivos autores e cada artigo será apreciado por dois ou mais

revisores. Caso exista divergência de apreciação entre revisores, os editores poderão

convidar um terceiro revisor. A decisão final sobre a publicação será tomada pelos editores

com base nos pareceres dos revisores. As diferentes apreciações dos revisores serão

sintetizadas pelo editor responsável e comunicadas aos autores. Os autores não terão

conhecimento da identidade ou afiliação dos revisores ou do editor responsável.

A decisão de publicação pode ser no sentido da recusa, da publicação sem alterações ou da

publicação após modificações. Neste último grupo, os artigos, após a realização das

modificações propostas, serão reapreciados pelos revisores originais do artigo. Desta

reapreciação resultará uma apreciação final por parte do editor responsável e a decisão de

recusa ou de publicação sem alterações. Os autores de artigos aprovados para publicação

serão informados da data provável de publicação.

Cedência de Direitos de Autor

Os autores concedem à RPCG o direito exclusivo de publicar e distribuir em suporte físico,

eletrónico, por meio de radiodifusão ou em outros suportes que venham a existir o conteúdo

do manuscrito identificado nesta declaração. Concedem ainda à RPCG o direito a utilizar e

explorar o presente manuscrito, nomeadamente para ceder, vender ou licenciar o seu

conteúdo. Esta autorização é permanente e vigora a partir do momento em que o manuscrito

é submetido, tem a duração máxima permitida pela legislação portuguesa ou internacional

aplicável e é de âmbito mundial. Os autores declaram ainda que esta cedência é feita a título

gratuito. Caso a RPCG comunique aos autores que decidiu não publicar o seu manuscrito, a

cedência exclusiva de direitos cessa de imediato.

Os autores autorizam a RPCG (ou uma entidade por esta designada) a atuar em seu nome

quando esta considerar que existe violação dos direitos de autor.

Os autores têm direito a:

Reproduzir um número razoável de cópias do seu trabalho em suporte físico ou

digital para uso pessoal, profissional ou para ensino, mas não para uso comercial

(incluindo venda do direito a aceder ao artigo).

Colocar no seu sítio da internet ou da sua instituição uma cópia exata em formato

eletrónico do artigo publicado pela RPCG, desde que seja feita referência à sua

publicação na RPCG e o seu conteúdo (incluindo símbolos que identifiquem a

RPCG) não seja alterado.

Publicar em livro de que sejam autores ou editores o conteúdo total ou parcial do

manuscrito, desde que seja feita referência à sua publicação na RPCG.

Receber, até cinco anos após a publicação, 10% do valor pago por uma entidade

terceira à RPCG pela reprodução em separado do seu artigo, quando esse valor for

superior a 1.500 euros.

Os autores aceitam que, em caso de conflito, a resolução deste acordo será feita em Portugal

e de acordo com a legislação portuguesa aplicável.

Referências Bibliográficas

1. Conselho Editorial da Revista Portuguesa de Clínica Geral. Normas para

apresentação de artigos à Revista Portuguesa de Clínica Geral. Rev Port Clin Geral

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manuscritos submetidos a revistas biomédicas: escrever e editar para publicação

biomédica. Montenegro M, tradutor, Sousa JC, tradutor. Rev Port Clin Geral

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[acedido em 20/05/2010]. Disponível em: http://decs.bvs.br/

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Internet]. Lisboa: Biblioteca Nacional; [atualizado em 27/06/2007; acedido em

20/05/2010]. Disponível em: http://www.porbase.org/projetos/terminologias-

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