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Lucia Carla Santos de Castro A IMPORTÂNCIA DAS HISTÓRIAS INFANTIS NO APRENDIZADO DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS Orientadora: Professora.: Mary Sue Rio de Janeiro junho/2004 Monografia apresentada à Universidade Cândido Mendes como requisito para à Conclusão do curso de especialização em Educação Infantil e Desenvolvimento.

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Lucia Carla Santos de Castro

A IMPORTÂNCIA DAS HISTÓRIAS INFANTIS NO APRENDIZADO DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS

Orientadora: Professora.: Mary Sue

Rio de Janeiro junho/2004

Monografia apresentada à UniversidadeCândido Mendes como requisito para à Conclusão do curso de especialização emEducação Infantil e Desenvolvimento.

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Universidade Cândido Mendes A Importância das Histórias Infantis no Aprendizado das Crianças

da Educação Infantil e Séries Iniciais

Lucia Carla Santos de Castro

Rio de Janeiro

junho / 2004

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“Ouvir histórias é também desenvolver todo o potencial crítico da criança. É poder pensar, duvidar, se perguntar, questionar...É se sentir inquieto, cutucado, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de idéia...É ter vontade de reler ou deixar de lado de uma vez...” (FANNY ABRAMOVICH, 1989)

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AGRADECIMENTOS

A Deus em primeiro lugar, por ter me dado força e determinação para o meu sucesso em

conseguir a conclusão do curso de especialização em Educação Infantil e

Desenvolvimento.

Principalmente às crianças que, em cinco anos de magistério na Educação Infantil, me

deram oportunidades e respostas para entender a importância das histórias infantis em

suas vidas.

À professora e orientadora Mary Sue pelo incentivo, dedicação e companheirismo nas

horas difíceis quanto ao término da monografia.

A meu esposo Marcelo Souza Gonçalves que tanto me ajudou a concluir esta jornada da

nossa vida sendo compreensivo e sempre cuidando de nossa filha Julia que ainda tão

pequena tentava entender os motivos que me faziam estar ausente.

Aos meus pais amilton e Ivonete por me incentivarem e acreditarem na filha que sempre

viu nos estudos a melhor forma de conseguir uma vida melhor.

A minha madrinha Clara que em todos os momentos sempre esteve ao meu lado, investiu

e acreditou que eu iria conseguir concluir não só este curso mas tudo aquilo que eu me

propus a fazer na minha vida até hoje.

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RESUMO

Esta pesquisa, pretende investigar e desvendar, para a criança, o professor e o

supervisor o mundo da literatura como algo essencial e prazeroso, algo de mistério e surpresa

que vá ao encontro do universo infantil,da brincadeira, do pensamento mágico. Estudar este

assunto é muito importante, pois não é possível ensinar a escrever sem antes ensinar a refletir,

questionar, falar e ler. A reflexão e o questionamento são básicos para que se exercite a

primeira das formas de leitura: a leitura do mundo. O objetivo desse estudo é mostrar para

criança e o professor, o mundo da literatura como algo essencial e prazeroso, algo de mistério

e surpresa que vá ao encontro do universo infantil, da brincadeira, do pensamento como

portas que se vão abrindo uma após a outra, mostrando sempre novos horizontes, novas

perspectivas com uma sensação de prazer. Esta pesquisa, é de natureza bibliográfica, numa

tentativa de nutrir professores com indicadores sobre a importância das histórias infantis para

o aprendizado dos alunos, a fim de ajudá-los no processo de construção do seu conhecimento.

Esta pesquisa vai demarcar que as histórias infantis podem auxiliar no aprendizado de

crianças da Educação Infantil às séries iniciais do Ensino Fundamental.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................7

CAPÍTULO I : A IMPORTÂNCIA DAS HISTÓRIAS INFANTIS NO

APRENDIZADO

1-1 leitura do mundo..............................................................................................10

1-2 A literatura infantil..........................................................................................12

1-3 Formulação das Questões de Estudo..............................................................13

1.4 Organização das partes do Estudo..................................................................15

CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA

2.1- A importância da arte de contar histórias..........................................................16

2.2– As histórias inesquecíveis.................................................................................18

2.3– Fatores que levam a criança ao hábito da leitura..............................................22

2.4– Livro um amigo inseparável. ...........................................................................23

CAPÍTULO III : O PAPEL DO SUPERVISOR E DO PROFESSOR

LEITOR

3.1- A importância do supervisor e do professor leitor ..........................................25

3.2– Pais contando histórias....................................................................................29

CONCLUSÃO.......................................................................................................31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS............................................................... 33

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INTRODUÇÃO

Este estudo pretende investigar e desvendar, para a criança e o professor, o mundo da

literatura como algo essencial e prazeroso, algo de mistério e surpresa que vá ao encontro do

universo infantil,da brincadeira, do pensamento mágico como portas que se vão abrindo uma

após a outra, mostrando sempre novos horizontes, novas perspectivas com uma sensação de

prazer. Com o seguinte tema: “A Importância das Histórias Infantis no aprendizado das

crianças da Educação Infantil e das séries iniciais.”

Este trabalho se enquadra na primeira linha de pesquisa que se reporta A Formação de

Profissionais da Educação: Ética, representação social e cidadania.

Sabemos que ler não é uma prática habitual de nossas crianças. Portanto, coloca-se a

seguinte problemática na importância da formação de leitores, neste segmento educacional:

Como o professor pode despertar o interesse e a curiosidade, incentivando o aluno a prática da

leitura?

É difícil, quase impossível, encontrar uma criança que não goste de hora da história. No

momento que o narrador inicia a história, abre-se um novo mundo para os ouvintes. Um

mundo onde tudo pode ocorrer, onde o mais fraco de repente vence o mais forte, valendo-se

unicamente de sua inteligência, onde o feio se transforma no mais lindo príncipe num passe

de mágica, aonde uma gama imensa de emoções vem à tona. Daí a importância e necessidade

deste momento mágico.

Esta pesquisa tem como objetivos, favorecer aos professores, indicadores da importância

das histórias infantis, na Educação Infantil às series iniciais como um auxílio no processo de

construção do conhecimento do aluno.

Neste sentido, o trabalho delimita-se a estudar como as histórias infantis podem auxiliar

no aprendizado de crianças da Educação Infantil às series iniciais do Ensino Fundamental,

conceituando o que é leitura: identificar a importância da arte de contar histórias com recursos

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didáticos e de incentivo à leitura, despertar na criança o gosto pela leitura pela literatura

infantil, mesmo antes da alfabetização; descrevendo questões norteadoras e valores

formativos das histórias infantis e com isto formar futuros leitores, despertando assim o prazer

pela leitura.

Para que o supervisor e o professor melhorem esta prática pedagógica, devem começar a

avaliar que, a importância do ato de ler, não está na compreensão errônea de que ler é devorar

bibliografias, sem realmente serem lidas ou estudadas. Devemos ler sempre e seriamente

livros que nos interessem, que favoreçam a mudança da nossa prática, procurando nos

adentrarmos nos textos, criando aos poucos uma disciplina intelectual que nos levará

enquanto supervisores, professores e estudantes não somente fazermos uma leitura do mundo,

mas escrevê-lo e reescrevê-lo, ou seja, transformá-lo através de nossa prática consciente.

Esta pesquisa é de natureza bibliográfica, numa tentativa de nutrir professores com

indicadores sobre a importância das histórias infantis para o aprendizado dos alunos, a fim de

ajudá-los no processo de construção do seu conhecimento. Ela está sendo desenvolvida da

seguinte forma: Introdução do assunto, delimitação do tema abordado e questões a serem

desenvolvidas, baseando-se nos seguintes autores: Paulo Freire; “A Importância do ato de ler:

em três artigos que se completam.” Beth Coelho; “Contar histórias uma arte sem idade” :

Maria Alexandre Oliveira; “Dinâmica em Literatura Infantil.” e Bruno Bettelheim: “ A

Psicanálise dos contos de fadas.”

O desenvolvimento desta pesquisa deverá ajudar as pessoas, principalmente aos

supervisores, aos pais e aos professores, pois ela fala um pouco como despertar na criança

valores formativos da história infantil e com isto formar futuros leitores, que tenham a

capacidade de expressão oral, ou escrita, que é sem dúvida, o que confere ao indivíduo a

garantia do pleno exercício de sua cidadania.

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O capítulo I, cujo tema é “A importância das histórias infantis no aprendizado”

abordará: A importância de estudar esse assunto, pois não é possível ensinar a escrever sem

antes ensinar a refletir, questionar, falar e ler. A reflexão e o questionamento são básicos para

que se exercite a primeira das formas de leitura: a leitura do mundo.

O capítulo II abordará: a conceituação de leitura; a identificação da importância da

arte de contar histórias com recursos didáticos e de incentivo à leitura, despertar na criança o

gosto pela leitura pela literatura infantil, mesmo antes da alfabetização; descrevendo questões

norteadoras e valores formativos das histórias infantis e com isto formar futuros leitores,

despertando assim o prazer pela leitura; apresentar inovações necessárias para realizar

explorações de textos, tendo o professor como mediador; analisar a influência da participação

dos pais no despertar dos futuros leitores, que tenham a capacidade de expressão oral ou

escrita é, sem dúvida, o que confere ao indivíduo a garantia do pleno exercício de sua

cidadania.

O capítulo III abordará: A importância do papel do supervisor e do professor para a

formação de futuros leitores e também vai falar um pouco da importância de pais contadores

de histórias.

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CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DAS HISTÓRIAS INFANTIS NO APRENDIZADO

1.1- A LEITURA DO MUNDO

Segundo Paulo Freire,(2001) a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. O

ato de ler se veio dando na sua experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo do

pequeno mundo em que se movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo da

sua escolarização, foi a leitura da “palavra mundo”. Na verdade, aquele mundo especial se

dava a ele como o mundo de sua atividade perspectiva, por isso, mesmo como o mundo de

suas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto em cuja

percepção experimentava e, quando mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber se

encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão ia aprendendo no

seu trato com eles, na sua relação com seus irmãos mais velhos e com seus pais.

A leitura do seu mundo foi sempre fundamental para a compreensão da importância do

ato de ler, de escrever ou de reescrevê-lo, e transformá-lo através de uma prática consciente.

Esse movimento dinâmico é um dos aspectos centrais do processo de alfabetização que

deveriam vir do universo vocabular dos grupos populares, expressando a sua real linguagem,

carregadas da significação de sua experiência existencial e não da experiência do educador.

Para o autor, a alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da

expressão oral. Assim as palavras do povo, vinham através da leitura do mundo. Depois

voltavam a eles, inseridas no que se chamou de codificações, que são representações da

realidade. No fundo esse conjunto de representações de situações concretas possibilitava aos

grupos populares uma “leitura da leitura” anterior do mundo, antes da leitura da palavra. O ato

de ler implica na percepção crítica, interpretação e “re-escrita” do lido.

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Do ponto de vista crítico é tão impossível negar a natureza política do processo

educativo quanto negar o caráter educativo do ato político. Quanto mais ganhamos esta

clareza através da prática, mais percebemos a impossibilidade de separar a educação da

política e do poder.

Uma visão da educação é na intimidade das consciências, movida pela bondade dos

corações, que o mundo se refaz. É, já que a educação modela as almas e recria corações ela é

a alavanca das mudanças sociais.

Se antes a transformação social era entendida de forma simplista, fazendo-se com a

mudança, primeiro das consciências, como se fosse a consciência de fato, a transformadora do

real, agora a transformação social é percebida como um processo histórico.

Agora a alfabetização é como ato de conhecimento, como um ato criador e como ato

político é um esforço de leitura do mundo e da palavra. Agora já não é possível textos sem

contexto.

A alfabetização de adultos e pós-alfabetização implicam esforços no sentido de uma

correta compreensão do que é a palavra escrita, a linguagem, as relações com o contexto de

quem fala, de quem lê e escreve, compressão, portanto da relação entre “leitura” do mundo e

leitura da palavra. Daí a necessidade que tem uma de biblioteca popular, buscando o

adentramento crítico no texto, procurando aprender a sua significação mais profunda,

propondo aos leitores uma experiência estética, de que a linguagem popular é inteiramente

rica.

Paulo Freire, leva-nos a compreensão da prática democrática e crítica da leitura do

mundo e da palavra, onde a leitura não deve ser memorizada mecanicamente, mas ser

desafiadora que nos ajude a pensar e analisar a realidade em que vivemos.

“É preciso que quem sabe, saiba sobre tudo que ninguém sabe tudo e que ninguém tudo

ignora” FREIRE (2001, p.32).

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É essencial que saibamos valorizar a cultura popular em que nosso aluno está inserido,

partindo desta cultura, e procurando aprofundar seus conhecimentos, para que participe do

processo permanente da sua libertação.

“A biblioteca popular como centro cultural e não como um depósito silencioso de livros,

é vista como um fator fundamental para o aperfeiçoamento e a intensificação de uma forma

correta de ler o texto em relação com o contexto” FREIRE (2001, p.38).

A forma com que atua uma biblioteca popular, a constituição do seu acervo, as

atividades que podem ser desenvolvidas no seu interior, tudo isso tem que ser como uma certa

política cultural.

Se antes raramente os grupos populares eram estimulados a escrever seus textos, agora é

fundamental fazê-lo, desde o começo da alfabetização para que, na pós-alfabetização, se vá

tentando a formação do que poderá vir a ser uma pequena biblioteca popular com a inclusão

de páginas escritas pelos próprios educandos.

“O processo de aprendizagem na alfabetização de adultos está envolvida na prática de

ler, de interpretar o que lêem, de escrever, de contar, de aumentar os conhecimentos que já

têm e de conhecer o que ainda não conhecem, para melhor interpretar o que acontece na nossa

realidade” FREIRE (2001, p. 48).

Isso só conseguimos através de uma educação que estimule a colaboração, que dê valor

à ajuda mútua, que desenvolva o espírito crítico e a criatividade: uma educação que incentive

o educando unindo a prática e a teoria, com uma política educacional condizente com os

interesses do nosso Povo.

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1.2- A LITERATURA INFANTIL

A literatura Infantil é um elemento desencadeador de atividades criativas. É

extraordinário o resultado que combinações de letras, de sílabas e de palavras podem nos

trazer, em significado e mensagem, apresentando-se em forma de livro. A leitura de um livro

põe em movimento a fantasia, a capacidade de ver coisas e seres que não se podem enxergar

com os olhos, atiça a imaginação, solicita a criatividade, povoa o universo interior,

desenvolve a percepção, enriquece o vocabulário, favorece o crescimento de hábitos,

habilidades e atitudes.

A fantasia e a capacidade de imaginação, enriquecimento levam o indivíduo a novas

descobertas, criações, inventos. Outro aspecto muito importante que a literatura infantil

proporciona é que não só as crianças, como também os adultos ao ouvir estórias conseguem

descobrir a solução de alguns problemas. A literatura infantil transporta verdades eternas, faz

refletir a esperança, a força irresistível da confiança que se aflora.

Segundo Maria Alexandre Oliveira (1998), o mais importante ao contar história é o

envolvimento da criança (do aluno) na história. Como já exemplificamos, se a história fala de

animais e de outros, é importante deixar a criança falar de seus animais, até mesmo fazendo

algumas atividades operatórias: Uma relação dos Animais que tem em casa, os que viram

quando foi ao Zoológico, o animal de que mais gosta e o porquê, e por aí vai...

Podemos lembrar, aqui as palavras de Doris Lessing (1996) sobre literatura infantil “nas

escolas, as crianças que talvez comecem a se interessar pelos livros, são levadas a

pensar que a leitura é questão de analisar e desmembrar coisas, comparar um autor

com outro. Na verdade, essas crianças devem ser ensinadas a gostar de literatura e ler para

seu próprio divertimento”. (LESSING, p.22)

Esse é um dos motivos pelos quais alguns adultos não gostam de ler. A leitura de

um texto de história não deve ser cobrada como se cobra um conteúdo de Estudos

Sociais ou Ciências. Há mais maneiras criativas de se avaliar um conteúdo de literatura. O

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professor deve, sim, acompanhar a leitura no sentido de esclarecer dúvidas ou a compreensão

no texto, ou ainda, selecionar o livro mais adequado à biblioteca de classe, de acordo com a

idade dos alunos.

Sendo o autor dependendo da classe, o professor poderá ensinar a utilização e / ou

formação da biblioteca, planejando até mesmo com as crianças a formação de arquivar os

livros, as fichas para retirá-los, o prazo para devolução e visitas à biblioteca da escola e da

comunidade.

Se o educador for um profissional comprometido não só com o conteúdo a ser trabalhado,

mas também com a qualidade desse conteúdo, seguramente estará contribuindo para que o

adulto de amanhã seja mais consciente na luta pela transformação da educação da sociedade

como um todo, a fim de que haja mais justiça e igualdade de direito para todos.

Quando a criança se identifica com alguma parte da história, ela deve ter espaço para

falar de suas experiências relacionado com a história. Quando há essa identificação, a história

é ouvida com mais interesse e atenção.

Para o autor, sempre que possível, o professor deve relacionar a história com outra

disciplina. Assim, se a história tratou de vegetais, poderá ser ligada a ciências, alimentação e

tudo que puder ser útil e produtivo.

Especificamente, compõe-se da definição de literatura; como e quando despertar na

criança o hábito da literatura; maneiras de garantir a formação do futuro leitor aliada do prazer

de ler; as contribuições que o professor dá nas leituras em sala de aula e a participação dos

pais, influenciando no processo de formação dos leitores.

Finalmente Lessing (1996) tendo a criança como centro absoluto de sua preocupação

pedagógica maior, cabe então a nós futuros supervisores e professores pensar e refletir nas

possibilidades, que temos dentro de sala, de explorar uma história, levando aluno a uma

interação participativa com obra literária, intensificando a relação aluno/ literatura em sala de

aula, apresentando inovações necessárias para

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realizar explorações de textos, tendo o professor como mediador; analisar a influência da

participação dos pais no despertar dos futuros leitores, que tenham a capacidade de expressão

oral ou escrita é, sem dúvida, o que confere ao indivíduo a garantia do pleno exercício de sua

cidadania.

1.3 – FORMULAÇÃO DAS QUESTÕES DE ESTUDO

Para que o estudo desenvolva seus objetivos, será direcionado para responder as

seguintes questões:

O que significa leitura?

Qual a importância da arte de contar histórias?

Como e quando despertar na criança o hábito da leitura?

De que maneira um supervisor e um professor podem garantir a formação de um

futuro leitor, aliada ao prazer da leitura?

Quais contribuições o professor pode dar nas leituras e nas explorações de textos em

sala de aula?

A participação dos pais influencia no processo de formação de leitores?

1.4- ORGANIZAÇÃO DAS PARTES DO ESTUDO

As seis questões levantadas, serão abordadas no capítulo II, em forma de

argumentações, citações de idéias, comparações, indagações e reflexões de várias teorias

e óticas de pensadores e estudiosos do assuntos, principalmente, no contexto escolar.

O objetivo é mostrar para criança e o professor, o mundo da literatura como algo

essencial e prazeroso, algo de mistério e surpresa que vá ao encontro do universo infantil, da

brincadeira, do pensamento mágico como portas que se vão abrindo uma após a outra,

mostrando sempre novos horizontes, novas perspectivas com uma sensação de prazer.

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CAPÍTULO II

REVISÃO DE LITERATURA

2.1- LER NÃO É “PASSAR OS OLHOS”

Os primeiros passos para aprender a ler acontecem desde os nossos primeiros contatos

com o mundo. “As sensações provocadas pelos carinhos ao recém- nascido, a intensidade da

luz, o som que provém do meio e do próprio corpo, o cheiro do aleitamento, temperatura da

água do banho e da atmosfera fazem da compreensão, dando sentido as coisas que cercam.”

(MARTINS, 1983, p.11).

A autora observa também, que ainda hoje professores adotam pedagogia que privilegia

“o aprender por aprender, sem se colocar o porquê, como e para quê, impossibilitando

compreender verdadeiramente a função da leitura, o seu papel de vida do indivíduo e da

sociedade” (MARTINS, 1983, p.23). A partir disso, é importante destacar que nenhuma

metodologia de alfabetização leva por si só à formação de leitores, acrescenta a autora.

Pode-se entender melhor o que é leitura a partir da concepção de FREIRE ( 2001, p.11-

12) quando diz:

(...) uma compreensão crítica do ato de ler, que não se esgota na decodificação pura da

palavra escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo

precede a leitura da palavra (...) A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica

implica a percepção das relações entre o texto e o contexto.

A leitura se dá em percepção que é experimentada e quanto mais ela acontece, mais

aumenta à capacidade de perceber. Desta forma, se apropria de coisas, objetos, sinais,

permitindo a compreensão de todas as coisas interligadas aos contextos mais amplos.

A leitura da palavra, da frase, da sentença, jamais pode significar a ruptura da “leitura

do mundo”. (FREIRE, 2001)

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Continuando a falar da importância do ato de ler, FREIRE (2001, p.18) salienta a

necessidade de despertar no aluno à curiosidade, de forma dinâmica e viva. Para ele, leitura

não significa memorizar mecanicamente a descrição de objetos, mas, aprender a sua

significação profunda. Nesse sentido FREIRE (2001, p.18) diz:

“Só apreendendo-a seriam capazes de saber, por isso, de memorizá-la, de fixá-la. A

memorização mecânica da descrição do objeto não se constitui em conhecimento do objeto.

Por isso é que a leitura de um texto, tornando pura descrição de um objeto e feita no sentido

de memorizá-la, nem é real leitura(...).

MARTINS (1983), ao justificar a frase “passar os olhos”, afirma que muita vezes por

preguiça ao ato de ler, não se acrescenta algo mais além do gesto mecânico de decifrar sinais.

Ela fala que, sobretudo, os sinais devem fazer ligação de imediato a uma experiência do leitor

para que haja a compreensão, dando-lhe sentido.

“A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a

continuidade da leitura daquele”. E complementa que aprendemos a ler a partir do nosso

contexto social. FREIRE (2001, p.10).

A fim de refletir sobre o assunto, entende-se que a leitura significa uma conquista de

autonomia, permitindo a ampliação dos horizontes. São as perspectivas de modificações ao

alcance pessoal ou de um grupo social. No universo da leitura, o leitor deve alimentar-se da

curiosidade e interesse.

Nesse sentido, as leituras procedem à organização dos conhecimentos adquiridos das

situações aliadas à realidade e acontecem quando estabelecem relações entre as experiências e

ao tentar solucionar os problemas. Entende-se que assim acontece a leitura. O leitor

compreende o mundo, convive nele, e até modifica a partir das leituras anteriores. Citando

novamente MARTINS ( 1983, p.19).

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“ A psicanálise enfatiza que tudo quando de fato impressionou a nossa mente jamais é

esquecido, mesmo que permaneça muito tempo na obscuridade do inconsciente. Essa

constatação evidencia a importância da memória tanto para a vida quanto para a leitura.”

Discernindo mais sobre a leitura, considerando-a um processo de compreensão de

expressões, formas, simbolismo, não importando por meio de que linguagem. O ato de ler

pode refletir tanto a algo escrito quanto a outros tipos de expressões do fazer humano,

estabelecendo uma relação histórica entre o leitor e o que é lido.

Na presente monografia o enfoque é a idade infantil, portanto, trata-se em ressaltar que a

leitura infantil acontece através dos sentidos da criança, revelando prazer relacionado com a

sua disponibilidade e curiosidade, pois ela expressa espontaneamente, o que em geral, o

adulto possui em grau menor. A criança se agrada da releitura, que traz a ela muitos

benefícios, oferecendo subsídios a nível racional.

Para PIAGET é na relação com o meio que a criança se desenvolve, construindo e

reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que a cerca “ Dentro da escola, isso significa

democratizar as relações para formar sujeitos autônomos”.

Com a releitura, diz MARTINS (1983, p.85) pode-se surgir novas direções de modo a

esclarecer duvidas, ressaltar aspectos antes despercebidos, trazer a consciência crítica sobre o

texto, proporcionar novos questionamentos, elaborações e comparações.

2.2–AS HISTÓRIAS INESQUECÍVEIS

Quem não se lembra de alguma história ouvida na infância? COELHO (1989, p. 48),

demonstra a importância da arte de contar histórias, não importa o tamanho, classe social ou

raça a história consegue contagiar qualquer pessoa, “gente grande volta a ser criança”, ela

alimenta a imaginação. A literatura infantil é fascinante, com resultados imediatos, as aulas

melhoram e a maneira em que os alunos se interessaram pelos autores, expressando-se cada

vez melhor e com prazer de ler. Foi magnífico relata Betty.

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Ela demonstra vários indicadores que possibilitam uma boa escolha para esta leitura.

Fala das fases, faixa etária e interesse, fase pré-mágica, fase mágica e a escolar.

Através de relatos a autora nos faz relembrar das histórias inesquecíveis da nossa

infância.

Ela faz um paralelo voltando no tempo para falar sobre esta arte, enfatizando o homem

primitivo que deixou inúmeros registros da sua história. Cada vez mais tenho certeza que

contar história requer técnicas e segredos. É preciso gostar de criança e reconhecer a

importância da história nas vidas daquelas crianças é preciso conseguir despertar um brilho no

olhar, a ponto de falar “conte de novo” ou “conte outra vez”.

Um fato muito importante na identificação da arte de contar histórias é como usar os

recursos didáticos para o incentivo a leitura, sabendo despertar no leitor o gosto pela a mesma,

até mesmo antes da alfabetização, para que o prazer pela leitura ajude a esta criança a ser um

futuro leitor.

COELHO (1989, p.11), menciona o segredo que o narrador deve ter. “É preciso saber

tirar a essência da história, ter consciência de que o que é mais importante é a história, o

narrador só empresta sua vivacidade à narrativa sem ficar presa a limitação imposta pela

leitura. É fundamental encontrar a história adequada à faixa etária, e que ela possa atender aos

interesses dos ouvintes e o objetivo específico da escolha.”

“A história é o mesmo que um quadro artístico ou uma bonita peça musical: não

podemos descrevê-los ou executá-los bem se não os apreciamos”. COELHO ( 1989, p.14).

Desta forma, o sucesso ao contar história, vem do contador que deve despertar no ouvinte a

sensibilidade, a emoção e, sobretudo saber agradar.

O mais importante em contar uma história é o envolvimento da criança com a história.

“Ela provavelmente se identificará com algumas das partes, e quando ocorre esta

identificação, com certeza a história é ouvida com mais interesse.” OLIVIERA (1998,p.41).

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Nesse sentido, ainda segundo COELHO (1989), ela também fala em saber as

peculiaridades e o estágio emocional do ouvinte que também são outros segredos do contador

de histórias. A autora citada recorre a uma história para afirmar aspectos consideráveis para a

criança que está como (ouvinte), fazendo a seguinte comparação: a história como alimento da

imaginação da criança e do leite como alimento indispensável ao crescimento sadio. O leite

deteriorado ou em quantidade provoca vômito ou prejuízo na saúde. A criança compreende a

história mediante a sua estrutura cerebral. A assimilação é de acordo com seu

desenvolvimento.

A autora me fez perceber que a história é um dos suportes básicos para o

desenvolvimento do processo criativo porque ela oferece a criança uma bagagem de

conhecimentos e informações, capaz de provocar o despertar da fantasia e da criatividade. A

história tem o poder de transmitir às crianças conhecimentos elementares para o seu próprio

desenvolvimento, mas que, por várias vezes são ignorados por professores que se limitam a

contar histórias de maneira mecânica, a fim de apenas preencher um tempinho que sobrou.

A história é um rico recurso didático e deve ser utilizado sempre pelo professor. Vale

lembrar e citar COELHO (1989, p.20) diz:

“A escolha da história funciona como uma chave mágica e tem importância decisiva no

processo narrativo. Falei chave, não falei “varinha”. Chave requer habilidade para ser

manejada- habilidade que se conquista com empenho e estudo”.

Assim sendo, a história é um recurso e tem vantagens específicas. O professor se

apropria da técnica de contar histórias e a criança, o ouvinte, acondiciona a história como

lembranças memoráveis a sua infância.

Não importa o recurso a serem usados todos são significativos, quando apenas narrada,

contribui para estimular a criatividade a imaginação vai longe. Quando contada usando livros,

a história incentiva o gosto pela leitura, pelo manuseio, mesmo no caso das crianças não

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alfabetizadas, ajuda nos aspectos básicos para o desenvolvimento a seqüência lógica do

pensamento infantil.(COELHO e OLIVIERA, 1998).

Para a didática o uso do livro de história são benefícios. É possível reabri-lo e realizar

uma nova leitura com abordagens que explore uma outra lição de valores. Betty afirma que:

“A leitura infantil é um elemento desencadeador de atividades criativas”. COELHO (1989,

p.33).

Observa-se, no posicionamento de BETTELHEIM (1990, p.90). “que quando o contador

de histórias dá tempo ás crianças de pensarem sobre ela para assim mergulharem na atmosfera

que a audição cria, a história tem muito a oferecer emocional e intelectualmente, pelo menos

para algumas crianças”.

Sobre o conto de fada, o autor conclui que a criança intuitivamente compreende, apesar

das histórias serem irreais. Isso trata da experiência interna e de desenvolvimento pessoal. Ele

ainda menciona que os contos de fadas retratam de forma imaginária e simbólica os passos

essenciais do crescimento e da aquisição de uma existência independente.

Para entender mais sobre a importância da história infantil, transcrevo este parágrafo de

BETTELHEIM (1990, p.152):

O inconsciente é a fonte de matéria- prima e a base sobre a qual o ego erige o edifício de nossa personalidade. Prosseguindo na comparação, nossa fantasia são os recursos naturais que fornecem e moldam esta matéria-prima, tornando-a útil para as tarefas de construção da personalidade que cabem ao ego. Se somos privados desta fonte natural, a vida fica limitada: sem fantasia para nos dar esperança, não temos força para enfrentar as adversidades da vida. A infância é a época em que estas fantasias precisam ser nutridas.

Outro aspecto muito importante da arte de contar história, diz COELHO (1989, p.52-

56).” É que não só as crianças como também os adultos ao ouvir histórias conseguem

descobrir a solução de algum problema.” A literatura infantil transforma verdades eternas, faz

refletir a esperança, a força irresistível da confiança que se aflora.

“Nada melhor que uma história para desenvolver a capacidade de atenção. Crianças que

tem indícios de indisciplina são as que mais necessitam ouvir histórias” (Id,ibid., p 56)

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Assim sendo, o reflexo de uma história faz despertar na criança o seu posicionamento

diante das suas condutas. Essa é uma das diferenças entre o professor e o educador que se

caracteriza num verdadeiro contador de história.

COELHO e OLIVIERA(1998) salientam que a história como recurso didático deve ser

diversificado quando á maneira de contá-la. As mais utilizadas são: a simples narrativa, a

narrativa com auxilio de livros, o uso de gravuras, de flanelógrafo, de desenhos e a narrativa

com interferência do narrador e dos ouvintes. Para eles, cada apresentação tem vantagens

especiais correspondendo ás circunstancias e os objetivos propostos.

Pode-se entender que as histórias lidas ou contadas continuam em generoso processo

educativo porque ensinam recreando, dando á criança os estímulos e motivações apropriadas

para satisfazer os seus interesses, suas necessidades, seus desejos, sua sensibilidade.

As informações citadas aqui permitem admitir que as histórias têm perfectivas

indispensáveis ao professor e ao supervisor , no que diz respeito ao recurso como incentivo á

leitura.

As idéias de COELHO (1989, p.62-63). sintetizam que, “após ouvir histórias a criança

estará motivada ao gosto pela leitura, e em outras histórias, criando texto orais ou escritos.”

2.3– FATORES QUE LEVAM A CRIANÇA AO HÁBITO DA LEITURA

Contar histórias...E, ouvi-las! Essa é uma arte milenar que vem sendo transmitida de

geração para geração. Os grandes mestres de espiritualidade já se valiam de histórias para

transmitir, de forma clara e simples, sem nunca lhe faltarem ouvintes para suas mensagens.

Através dos contos, contados informalmente, eram explicados e justificados, fatos e

acontecimentos do cotidiano, muito antes da própria ciências e sabedoria poder esclarecê-los.

De acordo com MACHADO (2001, p.21), escritora brasileira com mais de noventa

títulos publicados para o público infantil, afirma:

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Ler é gostoso demais. Por isso é natural que as pessoas gostem. Basta dar uma chance para que isso aconteça. Ninguém é obrigado a gostar de cara. Tem de ler dois, três, títulos, até encontrar um que nos desperte. No caso da criança, dois fatores contribuem para esse interesse: curiosidade e exemplo. Assim, é fundamental o adulto mostrar interesse(...).

Na escola, esta tarefa, é responsabilidade do professor que deve sempre mostrar paixão

pela leitura, fazendo-o em voz alta, em silêncio, em grupo, integrando alunos ao prazer da

leitura. Quanto menores forem as crianças maiores devem ser as doses de carinho também.

A escolha dos títulos a serem lidos pelos alunos deve passar por uma minuciosa seleção.

É preciso conhecer os interesses das crianças e isso pode ser feito com leitura de trechos de

autores diversos e observado suas reações de satisfação, espanto, curiosidade ou

cumplicidade. Trabalhando com temas de seu interesse as chances de sucesso são sempre

maiores e as discussões mais profundas, contribuindo para a formação de um leitor crítico,

consciente de seu papel no mundo. OLIVEIRA (1996).

Para um bom educador qualquer livro pode ser transformado em material pedagógico

possibilitando a criação de muitas aulas com base em seu conteúdo, considerando que os

grandes temas na humanidade estão presentes nas grandes obras.

MACHADO (2001, p.22). define também como um bom texto, “aquele que surpreende,

que deixa o leitor sem saber o que sucedera por meio de uma imagem, de uma situação

diferente, de uma peripécia do enredo.” Por outro lado, uma história que não surpreenda

provavelmente tem uma qualidade muito baixa.

2.4– LIVRO UM AMIGO INSEPARÁVEL.

A leitura é mais rica das experiências engendradas pelo espírito humano. A descoberta

de seu valor é pessoal e intransferível.

JARDIM (1994, p.7), afirma que “quanto mais a criança ver e ouvir, tanto mais

desejará ver e ouvir. Quanto maior for o enriquecimento perceptivo, afetivo, social e

comunicativo, tanto maior será, também, o desenvolvimento da sua inteligência”.

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Originariamente, a parte legítima do ofício de ensinar pertencia à família. Se voltarmos

ao passado mais longínquo, não encontraremos mestres profissionais, mas a família

exercendo o seu ministério, como os pássaros orientam os filhotes em seus primeiros vôos.

A vida moderna, porem com todas as suas exigências, terminou por diminuir o âmbito

de atuação dos pais ao mesmo tempo em que outorgaram a escola, através de profissionais

que se supõe devidamente capacitados, às responsabilidades que antes eram da família.

Para o autor a noção de que o gosto pela leitura começa a ser formada ainda no berço, e

que a família é a sua primeira incentivadora, e um consenso entre os estudiosos do assunto.

È verdade que, ainda no berço, a criança entra em contato com as primeiras formas

literárias, que lhe chegam através das canções de ninar. Em seguida, numa seqüência que

intuitivamente parece acompanhar seu desenvolvimento psíquico e lingüístico, o bebe é

estimulado a participar de brincadeiras, envolvendo parlendas, trava-língua, advinhas e

canções

De roda. Paralelamente, escutam as primeiras narrativas de ficção, historinhas sobre animais,

brincadeiras e conto de fadas.

“Quando a iniciação a literatura se realiza efetivamente, a criança, ao chegar à escola,

traz consigo uma bagagem de conhecimentos literários nada desprezível.” JARDIM (1994,

p.8).

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CAPÍTULO III

O PAPEL DO SUPERVISOR E DO PROFESSOR LEITOR

3.1- A IMPORTÂNCIA DO SUPERVISOR E DO PROFESSOR LEITOR

O professor tem a responsabilidade de oferecer a criança acesso a leitura, a fim de

adquirir o gosto por ela. Para MALAMUT (1989, p.18) “alguns requisitos são básicos nessa

responsabilidade. A escolha da história adequada alimenta a criança na sua sensibilidade e na

sua inteligência”.

Seu conteúdo, leva a criança a pensar, a sentir, a selecionar valores e a ajudar na

construção da personalidade. Cabe, também, ao professor a responsabilidade da seleção dos

livros. Por conseguinte, precisará despertar, desenvolver e aguçar o hábito de ler, salientando,

mantendo e reforçando o prazer e alegria do leitor, para que venha desejar a ler cada vez

mais. Quando isto se sucede, valerá pelo resto da vida, cada vez com maior intensidade, é o

que reafirma o autor.

É bom lembrar aqui as palavras de CINEL (2000, p.19), “que diz valer a ponderação,

que só seremos capazes de nos expressar sobre aquilo que sabemos ou conhecemos.”

Estabelecer primeiro o gosto pela leitura no professor, também favorecera aos alunos os

estímulos indispensáveis aos futuros leitores. Quando ele é leitor, consegue corresponder aos

interesses da criança ao nivelo de desenvolvimento, e as necessidades, não ocasionando um

distanciamento tão grande entre leitura e criança.

Entende-se melhor a responsabilidade de um professor leitor, a partir do autor que

argumenta que um professor consciente da sua tarefa de otimizar o uso da linguagem oral e

escrita propõe uma leitura que visa oferecer ao aluno oportunidades de :

• incentivo da curiosidade intelectual e da capacidade reflexivo–crítica;

• ampliação de sua sensibilidade participação efetiva no grupo em que vive ou convive;

• devolver hábitos eficazes para fazer trabalhos criativos;

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• construção do seu próprio conhecimento, possibilitando–o alcançar um

desenvolvimento pessoal com êxito.

Já MALAMUT (1989), menciona as contribuições que o professor leitor dá aos

pequenos leitores a partir das atividades desenvolvidas no decorrer dos conteúdos

programáticos. Ele dá os exemplos:

• Confeccionar marcadores de livros;

• Visitas a livrarias e bibliotecas;

• Organização do cantinho dos livros em sala de aula;

• Entrevista com escritores, jornalistas, bibliotecárias;

• Dramatizações das histórias lidas;

• Desenhos, pinturas, abordando os temas das histórias; elaboração de um livro coletivo;

• Intercambio de livros;

• Organização de uma lista com as palavras novas encontradas e o seu significado;

• Estudo da vida e obra de escritores nacionais, em particularmente de Monteiro Lobato

e Machado de Assis ( o criador do conto literário no Brasil ).

VIÉGAS (1997, p.13), “a tomada de consciência do que se esta fazendo , de um

modo geral, resulta numa metodologia onde o prazer, a sedução, o encantamento, a paixão

pela literatura acontecem. Embora, há uma espécie de senso comum entre educadores de que

o ler é apenas para a aquisição, e o hábito de leitura é algo menor.”

Com relação à literatura infantil, pode-se afirmar:

O educador precisa centrar-se num ponto importante que é conhecer sobre literatura

infantil tanto em sua variedade de opções (títulos) quanto em sua estrutura (o que é necessário

para que um texto de literatura infantil seja considerado de qualidade). O conhecimento do

objeto com a qual trabalhamos é imprescindível para o sucesso.

CINEL (2000), enfatiza que qualquer professor pode estar empenhado na consecução da

proposta de leitura e desencadear uma série de ações para atingir os objetivos de formar

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leitores. Sua cooperação é imprescindível para buscar um nível de excelência na

comunicação, seja oral, seja escrita.

Além dos aspectos já mencionados, CINEL (2000, p.21) distingue as potencialidades do

homem quando diz:

“ (... ) o homem é o único ser livre para fabricar e manipular símbolos, atribuindo-lhes os

valores que desejar. As palavras são símbolos e o desencadeamento da fala e da escrita

significa capacidade de manipulação desses símbolos (linguagem oral ou escrita), com vistas

ao valor maior: comunicar-se.”

É necessário analisar que, todo professor pode sim dar sentido completo na sua tarefa de

ser também um leitor e ser referencia para os alunos. Designar às crianças a total

responsabilidade de tornarem-se leitores pode ser a mais grave postura de um professor. Cabe

a ele desencadear reflexões sobre o seu papel e dirimir novos rumos que pondere a sua

formação em leitor e de transformar seus alunos em leitores também.

É compreensível que facilite ao professor, já sendo lê um leitor, fazer relatos de sua

experiências, opinando sobre diferentes assuntos, compondo uma aprendizagem que possa

estabelecer significados enriquecedores para os alunos.

Em sala de aula, o ideal é que o aluno leitor e o professor leitor tenham atitudes

similares e que nenhum deles seja maior ou menor que o outro no papel de leitor.

Nesse sentido, para VIËGAS (1997, p.13), o professor precisa assumir o seu papel de

formador, de construtor de leitores, “não para explorar suas disciplinas através da leitura (...),

mas para abrir as portas do mundo através dela”. Ao estabelecer esses apontamentos, o

resultado conseguido tende a ser ótimo, porque crianças motivadas à leitura desenvolvem

competências e habilidades no seu processo educativo e na vida em geral.

Espera-se que, nesse trabalho, o professor seja desafiado a assumir esse tema para a sua

própria prática educativa, de forma a perceber a diferença entre um professor leitor,

praticando a excelência ao contar histórias.

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Para SAVIANI (1980), o supervisor escolar foi instituído pela lei 5692/71 como um

serviço específico para as escolas e sua função era, então, predominantemente técnica e

controladora.

A função dos pedagogos tinha uma conotação”generalista” preparando especialistas em

educação, mas preparando muito pouco para uma pratica educativa.

Era uma função muito mais fiscalizadora do que propriamente uma ação de descoberta,

do experimentar alternativas que possibilitassem uma práxis educativa rica de encantamento.

A especialidade no campo educacional só faz sentido na medida em que a área básica

não seja perdida de vista. O supervisor escolar é antes de tudo educador e a finalidade de toda

e qualquer ação supervisora é educativa.

O supervisor escolar tem por função fundamental mobilizar os diferentes saberes dos

profissionais que atuam na escola e fora dela, para que a mesma cumpra sua função, ou seja,

que os alunos aprendam.

Hoje em dia o supervisor não só um especialista em metodologias, a função dele é mais

ampla, ele é o articulador do processo político pedagógico junto com toda a comunidade

escolar, não podendo perder de vista uma investigação (diagnostico), de valores de relações,

de funções nos diferentes seguimentos da escola e fora dela não esquecendo jamais que antes

de tudo ele é educador.

Segundo o autor criar um espaço onde se discute, se analisa, se troca, se busca

alternativa, criar um ambiente onde as pessoas se relacionam bem, onde os professores

estejam com a auto-estima em alta é papel importante e fundamental do supervisor escolar;

estar atento para:

• Modificações no mundo, notícias, prevenir situações, buscar soluções, apontar

caminhos, oferecer ajuda, dividir tarefas, ser solidário, somar esforços, multiplicar

saber, saber reconhecer erros, pedir desculpa.

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Para o autor diante dessas dificuldades e de outras que possam surgir, a solução ou o

auxílio devem vir do supervisor escolar. A busca de novas técnicas ou métodos que auxiliem

a aprendizagem do aluno é algo constante na ação do supervisor. Professor e supervisor

devem caminhar juntos procurando conhecer todas as possibilidades oferecidas pela literatura

infantil que os auxiliem a desenvolver um ensino e uma aprendizagem em que a criatividade e

a interação sejam as principais características

3.2– PAIS CONTANDO HISTÓRIAS

O contato com o texto pode-se dar através da chamada leitura sensorial, podendo

começar bem cedo acompanhar os indivíduos por toda a vida. Através deste tipo de leitura,

XAVIER (1992, p.6). acrescenta:

é possível perceber o espaço em sua totalidade: ruídos, formas, objetos, sons, imagens, bem como fazer uma leitura mais ampla de gestos, cenas, olhares, situações. E sabe-se que a pessoa desenvolve este tipo de percepção antes de aprender a falar. Portanto, os estímulos dessa natureza irão facilitar a posterior observação de letras e palavras. Por isso mesmo, os pais e familiares, ao conversarem com o bebê estarão ajudando-o a identificar significados. A sonoridade das palavras, o ritmo e a melodia das frases servem de base a sua expressão lingüística, a qual constitui uma forma de aprendizagem peculiar muito importante para a construção do conhecimento do mundo infantil.”

Ouvir e falar com a família, em situações prazerosas levam a criança a gostar da

linguagem, despertando nela o desejo de ouvir histórias, rimas, quadrinhas, poemas,

canções,brincadeiras e, mais facilmente, a relacionar-se com o texto escrito.

Segundo o autor o contato com o livro deve ser incentivado pelos os pais, antes mesmo

da alfabetização, porque a descoberta da linguagem precede o domínio de todas as suas

formas. “É raro encontrarmos alguma criança que não goste de ouvir histórias lidas ou

contadas, para rir ou emocionar-se com situações vivenciadas pelas personagens, cenas

engraçadas e todo um mundo de situações das mais diversas.” (p.6)

Já para SAYÃO( 2001, p. 11):

Nada mais aconchegante e propiciador ao dialogo do que a criança sentar no colo de alguém pela primeira vez para compartilhar da leitura. Provavelmente, ela só irá perceber as cores, padrões e movimentos das páginas ao serem viradas e o calor do

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colo que a recebeu. Ouvir e reconhecer a voz de uma pessoa muito próxima e ver as figuras coloridas enseja um espaço de convívio agradável e acalentador.

E esta sensação agradável irá estimular sua vontade de ouvir, ver e tocar no objeto de

leitura. Abrir o livro, folheá-lo, senti-lo, parar de virar as páginas diante de certas ilustrações,

olhando-as detidamente, tudo isso pode determinar o rito de iniciação infantil, ou seja, a

futura atitude do leitor frente ao livro.

“As histórias infantis falam de fadas boazinhas, bruxas malvadas, mágicas e

transformações, encantos e encantamentos e, principalmente, falam de um final feliz.”

XAVIER (1992, p.8) mesmo não representando a vida como ela é, e com jeito de ser do

mundo, elas dizem respeito ao mundo infantil, às fantasias da infância. E como seria se tornar

um adulto na hora certa sem passar por essa fase, sem acreditar em bruxarias, sem ter medos

irracionais, sem soltar a imaginação.

Contar histórias é, principalmente, um ato de carinho por parte do adulto, que reconhece

que a criança pode aprender muito, de modo lúdico e prazeroso, a respeito do mundo que a

espera.

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CONCLUSÃO

Concluímos com este estudo monográfico que a perspectiva da leitura aqui defendida

significa uma conquista de autonomia.

Permite-se a ampliação dos horizontes, admitindo a eterna construção.

As histórias baseadas na literatura infantil trabalham com a vida, enquanto tais

apresentam-se como recurso de ensino. Daí, a possibilidade de sua utilização integradora no

ensino de diferentes disciplinas, apresentando-se mesmo como um possível gancho natural e

prazeroso.

A conquista do pequeno leitor se dá através da relação prazerosa com a leitura infantil,

desde seu nascimento. Despertar o gosto pela leitura adentra o infante no mundo do sonho,

fantasia e imaginação, que se mistura numa realidade única e o leva a vivenciar as emoções

nas diversas situações da realidade.

É no intercâmbio texto/leitor que desabrocha o ato criador e se descortinam novos

horizontes. Esses enriquecimentos desdobram-se em vários aspectos, destacamos três

momentos: o da motivação, o de apresentação e o de exploração das idéias do texto, a fim de

transportar o pequeno leitor ao prazer da leitura.

O Supervisor e o professor com a formação consciente da importância da literatura

infantil, não se limitam ao uso de recursos didáticos ou dinâmicas. Eles procuram inovar, criar

um clima de exploração dos valores formativos da histórias infantil em sala de aula.

O despertar do pequeno leitor atribui-se também, à interação dele com seus pais. Deseja-

se propiciar nesta formação pais-filhos de maneira a ampliar o potencial formativo que se

focaliza neste estudo.

Recomendações

Diante da importância das histórias infantis no aprendizado, nesta monografia indica-se

aprofundar em pesquisa de como é o cotidiano da relação história-aluno e histórias-supervisor

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e professor, para avalizar a maturidade de leitor. Para garantir esta maturidade, toda criança

precisa de construção, que é realizada ao longo da intimidade dela com muitas histórias e

textos. Logo, o educador que aprofundar o estudo de formação de leitor, estará alcançando

entendimento para privilegiar a história infantil no seu cotidiano.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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