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A Importância Do Material Concreto No Ensin de Multiplicação
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A IMPORTÂNCIA DO MATERIAL CONCRETO NA MULTIPLICAÇÃO
Elisabete Cano Sabino1
Camila Aparecida Lopes Coradetti2
José Felice3
Resumo: O trabalho esta sendo desenvolvido na Escola Municipal Brincando de Aprender – Polo do
município de Nova Andradina/MS com os alunos do 3º, 4º e 5º ano do Ensino Fundamental I, na modalidade
acompanhamento pedagógico de Matemática do Projeto Mais Educação. Para a compreensão do algoritmo da
multiplicação, no processo de ensino-aprendizagem, foi utilizada a manipulação do material dourado e do
jogo nunca dez. Foram criadas situações que antecedem a técnica algorítmica para os alunos vivenciarem na
prática o raciocínio multiplicativo. Essas ações tem mostrado que os alunos adquirem recursos intelectuais
para entender as técnicas que o professor apresenta de forma teórica.
PALAVRA CHAVE: Ensino-aprendizagem, Estratégias de aprendizagem, Material
dourado.
Introdução
A experiência em sala de aula foi importante para percebermos que as crianças
que estudam o algoritmo da multiplicação, embora saibam executá-lo, não compreendem o
conceito da operação. O desenvolvimento do algoritmo, por si só, é um ato mecânico, uma
técnica de cálculo, já a compreensão do conceito envolve diferentes contexto.
O quadro muitas vezes é desanimador onde os alunos não conseguem entender a
matemática que a escola lhes ensina, reprovando na disciplina, ou então, mesmo que
aprovados, sentem dificuldades em utilizar o conhecimento "adquirido", em síntese, não
conseguem efetivamente ter acesso a esse saber de fundamental importância. O
1 Especialista em Educação Matemática, Psicopedagoga e Coordenadora do Projeto Mais Educação da
Escola Municipal Brincando de Aprender – Polo do município de Nova Andradina/MS –
[email protected] 2 Acadêmica da 3ª série do Curso de Licenciatura em Matemática da Unidade Universitária de Nova
Andradina – UEMS e Monitora do Projeto Mais Educação da Escola Brincando de Aprender – Polo do
Município de Nova Andradina/MS. [email protected] 3 Professor Doutor do Curso de Licenciatura em Matemática da Unidade Universitária de Nova Andradina –
UEMS e orientador voluntário de atividades pedagógicas na Escola Municipal Brincado de Aprender- Polo.
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Professor, por outro lado, consciente de que não consegue alcançar resultados satisfatórios
no processo ensino-aprendizagem da matemática, às vezes busca receitas de como
ensinar determinados conteúdos - que, acredita, possa melhorar este quadro.
O dilema para definir a melhor proposta para o desenvolvimento de um conteúdo
surge com uma série de questões, no caso da multiplicação: devo apresentar primeiro a
resolução do algoritmo de forma simplificada, com suas técnicas?; ou apresentar a
multiplicação como a soma de parcelas iguais?; ou ainda fazer a multiplicação por meio da
decomposição dos números?; será necessário explicar, por exemplo, a propriedade
distributiva?
Entendemos que são caminhos, no entanto, não é a explicação mais detalhada do
professor que levarão as crianças à compreensão, mas a forma como ele apresenta a
multiplicação dentro de um universo em que faça sentido para elas.
Para Toledo (2009, p. 5)
[...] certamente é muito mais proveitosa a aula em que o professor, em
vez de expor suas “certezas”, cria oportunidades para os alunos
procurarem respostas e, em vez de monologar longamente, permite que
haja troca de impressões e experiências. Desse modo, os alunos podem
desenvolver suas habilidades de comunicação, formulação de hipóteses e
crítica.
A participação dos alunos, e a interação com situações que envolvem aspectos da
multiplicação (adição de parcelas iguais, organização retangular, decomposição de
números) e tantas outras que são utilizadas, podem ser acrescidas com o uso de materiais
que ajudem a compreender o sistema decimal (folha quadriculada, quadro de valores de
lugares, ábacos, material dourado) e situações que possam mostrar em que contexto se
encontra a ideia de multiplicação, situações-problema por exemplo.
Toda tentativa de minimizar as dificuldades encontradas pelos alunos no processo
de ensino-aprendizagem da matemática, devem ser experimentado. As estratégias
empregadas para a promoção da aprendizagem devem motivar a generalização dos
conceitos, permitindo que não fiquem restritos ao uso escolar, mas que possam ser
empregados no cotidiano do aluno. Isso significa garantir que o estudo não seja baseado
apenas em respostas certas, mas que, em diferentes situações, nas quais se aplica o mesmo
conceito, este possa ser reconhecido, demonstrando a mobilidade do mesmo. Nesse
sentido, a resolução de problemas e o jogo poderão ser estratégias de aprendizagem que
permitam que isso aconteça. De acordo com Vila e Callejo (2006), a resolução de
problemas poderá ser um meio para que se crie um ambiente de aprendizagem que forme
3
sujeitos autônomos, críticos e propositivos, capazes de se perguntar pelos fatos, pelas
interpretações e de operar segundo seus próprios critérios. Dessa forma, o problema deverá
se configurar como uma situação desafiadora que promova conflitos cognitivos que
possam ser solucionados com a construção e a aquisição de conhecimentos matemáticos.
Também os jogos podem ser um excelente meio para a compreensão e o desenvolvimento
cognitivo.
Levando em conta as proposições anteriores, apresentaremos uma experiência
desenvolvida com os alunos da 4º ano da Escola Municipal Brincando de Aprender - Polo
do Município de Nova Andradina/MS.
Objetivo:
Criar situações que possam proporcionar a compreensão dos processos que
envolvem a operação de multiplicação e a aplicação no algoritmo com reserva, por meio
do material dourado.
Procedimentos metodológicos
O trabalho que vamos descrever a seguir, esta sendo desenvolvido na Escola
Municipal Brincando de Aprender – Polo do município de Nova Andradina/MS com os
alunos do 3º, 4º e 5º ano do Ensino Fundamental I, na modalidade acompanhamento
pedagógico de Matemática do Projeto Mais Educação.
Inicialmente os alunos formaram grupos de quatro elementos e em seguida
distribuímos um caixa com o material dourado para cada um dos grupos. A intenção
envolvia a revisão da construção numérica com o material dourado, por meio do jogo
nunca dez, para exercitar o processo de agrupamento e reagrupamento do sistema de
numeração. O jogo consiste em jogar um ou mais dados e as pontuações marcadas com as
peças do material dourado: cubo vale uma unidade, a barra uma dezena e a placa uma
centena. Essa é uma atividade que constantemente realizamos para a reflexão da
construção numérica.
Exemplo: a apresentação da seguinte situação:
A diretora da escola comprou 3 caixas de caderno de desenho , cada caixa tem 15
cadernos. Quantos cadernos a diretora comprou?
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Fizemos a leitura do problema discutindo qual operação teríamos que usar para
fazer o algoritmo e chegar a uma solução e solicitamos aos alunos que representassem a
solução com o material dourado.
Eles fizeram 3 grupos de 15 unidades:
15 + 15 + 15
Perguntamos aos alunos: Teríamos outra maneira diferente que poderíamos
alcançar o mesmo resultado?
Fizemos a leitura novamente do problema e discutimos até os alunos chegarem a
conclusão que poderiam fazer os agrupamento, como no jogo nunca dez, cada dez
unidades troca por uma dezena. E representaram:
Aqui a ideia de multiplicação já se faz presente, os alunos.
Disseram: “três vezes o quinze”
Pedimos para obter o resultado com o material dourado. E o resultado é o que segue:
5
E no algoritmo:
1
D U
1 5
X 3
4 5
As atividades foram desenvolvidas através de uma situação e foi registrada no
caderno, representada numa folha quadriculada, com a manipulação constante do material
dourado. Os alunos já tinham conhecimento do jogo nunca DEZ no qual foi trabalhado a
construção dos agrupamentos e reagrupamentos durante a construção do sistema de
numeração nas operações de adição e subtração.
Resultados
Não mostramos antecipadamente aos alunos, como é que resolve uma
multiplicação, mas proporcionamos oportunidades para a construção, compreensão e
oportunidades de criar seus próprios procedimentos de resolução, usando o material. O
algoritmo se resume em uma técnica matemática que pode ser explicada pelo professor
para representar os mesmos procedimentos que os alunos fizeram com o material.
Observamos que todas as vezes que apresentávamos um algoritmo da
multiplicação, os alunos se reportavam às ações que haviam vivenciado com o material
dourado. Quando o algoritmo era simples eles faziam de raciocínio, sem precisar usar a
técnica de resolução e o material. No caso de algoritmos que apresentavam um grau de
dificuldade maior, os alunos solicitavam a manipulação do material dourado.
Podemos afirmar que essas ações tem melhorado a relação professor-aluno durante
o trabalho em sala de aula e por consequência facilitando o processo de ensino-
aprendizagem.
Referências
MACEDO, L.; PETTY, A.L.S.; PASSOS, N. C. Aprender com jogos e situações-
problema. Porto Alegre – RS: Artmed, 2000.
TOLEDO, MARÍLIA BARROS DE ALMEIDA. Teoria e prática de matemática: como
dois e dois. São Paulo: FTD, 2009.
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VILA, A. e CALLEJO, M. L. Matemática para aprender a pensar: o papel das crenças
na resolução de problemas. Porto Alegre – RS: Artmed, 2006.