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Trabalho
de
História do Direito
Professora: Eliane Maria Octaviano Martins
Aluno: Rafael Cassoni Ferrari Batista de Santana
Franca
2012
A Escolástica tardia
Nos anos da Contra-Reforma, ainda a península ibérica testemunharia um último sopro do espírito medieval, através de grandes pensadores católicos formados nas universidades de Salamanca e Coimbra, como Francisco Suárez, Francisco de Vitória, Domingo de Soto e Tomás de Mercado.
É neste ambiente da "Escolástica tardia" que se produzem importantes concepções do jusnaturalismo e da ideia de direito internacional, além dos tratados de matéria econômica.
A escolástica tardia é o período que vai de 1500 a 1800 e que se caracterizou pela necessidade de repensar a compreensão cristã do ser humano assim como as bases de sua convivência em sociedade frente às grandes mudanças políticas, sociais e econômicas que atravessaram o período, mas também face às mudanças provocadas pela reforma religiosa e pelos novos modelos científicos surgidos nos séculos XVI e XVII. Durante a Escolástica tardia, teólogos espanhóis e portugueses enfrentaram esses desafios com uma intensa atividade criativa em diversas áreas do conhecimento e que fazia acompanhar a especulação teórica pela atividade mais prática ligada aos assuntos da Igreja e pela atuação como conselheiros dos reis.
Um dos traços mais característicos desse movimento é a criação de um modelo de direito natural no qual o Direito e o Estado são concebidos como fundados na concepção teocêntrica cristã da qual é derivada a autoridade do rei, bem como diversas obrigações éticas e jurídicas. Debates sobre a usura, sobre o valor de troca ou o sobre preço justo a ser pago por um bem são recorrentes, como também o são os problemas ligados à ocupação do novo mundo e à condição de seus habitantes. Há ainda debates importantes à época, como a liberdade dos mares, que envolveu Hugo Grócio, e a defesa da autoridade do rei por direito divino. O Colóquio Anual da Sociedade Internacional para Estudo da Filosofia Medieval, que neste ano ocorrerá em Porto Alegre, enfocará esses temas e conferirá especial interesse ao pensamento jusnaturalista.
A Neoescolástica
Com o declínio dos impérios português e espanhol, a filosofia medieval cristã praticamente desapareceu, enquanto o cartesianismo, o positivismo e o agnosticismo kantiano atingiam o seu auge.
Finalmente, no século 19 é que se verá uma tentativa de resgatar o legado escolástico (e principalmente tomista), através da chamada Neoescolástica (ou Neotomismo). Tal movimento ganhou relativa força no século vinte, principalmente no meio católico. Josef Pieper, Jacques Martitain e Garrigou-Lagrange foram alguns dos seus nomes mais destacados.
Neo-Escolástica é a revitalização e desenvolvimento da filosofia escolástica da Idade Média que ocorreram desde a segunda metade do século XIX. Não é apenas a
ressurreição de uma filosofia extinta há algum tempo, mas sim uma regeneração da metafísica que surgiu a neo-escolastica do século XIX e XX
É necessário distinguir dois sentidos de tentativas de o termo "neo-escolástica" para reviver a tradição da escolástica medieval e seus conceitos fundamentais e, além disso, uma escola de pensamento ligado à Igreja Católica pretende realizar uma nova síntese de fé cristã e da racionalidade moderna. A este respeito, o Papa Leão XIII em sua encíclica Aeterni Patris (1879), afirmou que a doutrina tomista, desenvolvido por Tomás de Aquino deve ser a base de toda a filosofia que é considerada cristã. Com ele, o Papa deu apoio incondicional ao neo-tomismo Igreja Católica, promovendo o surgimento da escolástica-neo.
Corrente tradicional.
Os representantes desta tendência não têm a intenção de enriquecer a doutrina tomista, mas para mostrar que é eternamente durável em termos de metafísica. Assim, adotam uma postura Defensiva e desafiadora contra os "erros" da modernidade, contra o qual elegeu o tomismo como infalível .
Corrente progressista.
Essa corrente não se contenta em restaurar as antigas doutrinas tomistas, mas tenta incorporar tudo o que o pensamento moderno descobriu de bom. Tem o objetivo de enriquecer o tomismo mostrando-se severa contra os "erros" do pensamento moderno. A figura central deste movimento é o cardeal Désiré Félicien-François-Joseph Mercier. Muitas escolas afirmam pertencer a esta tendência progressiva.