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A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS NOS RELACIONAMENTOS DA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA ALMEIDA, Fabiano Carvalho; MOREIRA, Raquel Veggi; CABRAL, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4 33 A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS NOS RELACIONAMENTOS DA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA ALMEIDA, Fabiano Carvalho Especialista em Qualidade - PUC/PR [email protected] MOREIRA, Raquel Veggi Estudante de mestrado do Programa de Cognição e Linguagem - UENF [email protected] CABRAL, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat Mestre em Cognição e Linguagem - UENF [email protected] RESUMO O objetivo deste estudo é abordar a influência das redes sociais digitais na família da contemporaneidade, por meio de uma revisão de literatura. A família, em tempos atuais, vem se transformando, acompanhando as evoluções ocorridas no mundo social e tecnológico. O modelo patriarcal de família de tempos atrás já praticamente não existe mais. São novos tempos, novas perspectivas e possibilidades. Novos arranjos, novos conceitos, novos núcleos familiares se formam todos os dias, independentemente de gênero, de tabus e preconceitos fixados na sociedade. Em meio a todas as transformações e evoluções sociais e tecnológicas, as famílias, de maneira geral, se rendem às redes sociais. Sejam pais, filhos, avós, todos estão conectados. Mas, ao mesmo tempo em que as redes sociais digitais propiciam encontros e reencontros, estreitam laços, encurtam distâncias, elas também individualizam. Os laços, antes presentes, de afeto, amizade, carinho, no cotidiano, será que tendem a desaparecer ou fortalecer? Palavras-chave: Configurações de família. Redes sociais digitais. Relacionamentos. ABSTRACT The purpose of this study is to address the influence of digital social networks in the family nowadays, through a literature review. The family, in modern times, has been transformed, following the developments that have taken place in the social and technological world. The patriarchal model of family time ago practically no longer exists. Are new times, new perspectives and possibilities. New arrangements, new concepts, new families cores are formed every day, regardless of gender, taboos and prejudices established in society. Because of all the transformations and social and technological developments, families, generally, surrender to social networks. Are parents, children, grandparents, everyone is connected. But at the same time that digital networks provide social encounters and reencounters, narrow ties, shorten distances, they also individualize. Ties before present, affection, friendship, affection, in everyday life, will tend to disappear or strengthen? Keywords: Family configurations. Digital social networks. Relationships.

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A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS NOS RELACIONAMENTOS DA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA ALMEIDA, Fabiano Carvalho; MOREIRA, Raquel Veggi; CABRAL, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat

Foz do Iguaçu PR: UNIOESTE, 8 a 11 de

dezembro de 2015, ISSN 2316-266X, n.4

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A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS DIGITAIS NOS

RELACIONAMENTOS DA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA

ALMEIDA, Fabiano Carvalho

Especialista em Qualidade - PUC/PR

[email protected]

MOREIRA, Raquel Veggi

Estudante de mestrado do Programa de Cognição e Linguagem - UENF

[email protected]

CABRAL, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat

Mestre em Cognição e Linguagem - UENF

[email protected]

RESUMO

O objetivo deste estudo é abordar a influência das redes sociais digitais na família da

contemporaneidade, por meio de uma revisão de literatura. A família, em tempos atuais, vem se

transformando, acompanhando as evoluções ocorridas no mundo social e tecnológico. O modelo

patriarcal de família de tempos atrás já praticamente não existe mais. São novos tempos, novas

perspectivas e possibilidades. Novos arranjos, novos conceitos, novos núcleos familiares se formam

todos os dias, independentemente de gênero, de tabus e preconceitos fixados na sociedade. Em meio a

todas as transformações e evoluções sociais e tecnológicas, as famílias, de maneira geral, se rendem às

redes sociais. Sejam pais, filhos, avós, todos estão conectados. Mas, ao mesmo tempo em que as redes

sociais digitais propiciam encontros e reencontros, estreitam laços, encurtam distâncias, elas também

individualizam. Os laços, antes presentes, de afeto, amizade, carinho, no cotidiano, será que tendem a

desaparecer ou fortalecer?

Palavras-chave: Configurações de família. Redes sociais digitais. Relacionamentos.

ABSTRACT

The purpose of this study is to address the influence of digital social networks in the family nowadays,

through a literature review. The family, in modern times, has been transformed, following the

developments that have taken place in the social and technological world. The patriarchal model of

family time ago practically no longer exists. Are new times, new perspectives and possibilities. New

arrangements, new concepts, new families cores are formed every day, regardless of gender, taboos and

prejudices established in society. Because of all the transformations and social and technological

developments, families, generally, surrender to social networks. Are parents, children, grandparents,

everyone is connected. But at the same time that digital networks provide social encounters and

reencounters, narrow ties, shorten distances, they also individualize. Ties before present, affection,

friendship, affection, in everyday life, will tend to disappear or strengthen?

Keywords: Family configurations. Digital social networks. Relationships.

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INTRODUÇÃO

Na sociedade contemporânea novos núcleos de família são construídos a todo o tempo,

onde pessoas se unem por razões distintas, seja por afetividade, seja por conveniência, seja por

pura vontade de viver em família.

A própria Constituição brasileira de 1988, em seu artigo 226, tutela não apenas as

famílias constituídas pelo casamento, com efeitos civis, mas também as uniões estáveis, sem

necessariamente exigir que sejam confirmadas (ou reconhecidas) pelo matrimônio.

Outras formas de famílias, como as homoafetivas, também recebem proteção

constitucional, mesmo com ausência de lei específica. Os tribunais brasileiros têm confirmado

decisões nesse sentido, ou seja, o reconhecimento desse tipo de união, inclusive com efeitos

patrimoniais.

Caracterizadas as configurações da família contemporânea brasileira, interessa-nos

abordar a influência das redes sociais digitais nos relacionamentos da família moderna. As

redes sociais digitais são ferramentas que possibilitam encurtar distâncias e aproximar pessoas.

Por outro lado, podem gerar distanciamento ou mesmo individualizar.

Todos estão e vivem de alguma maneira conectados, com exceção daqueles que não têm

acesso à internet. As redes sociais atraem desde as crianças até os pais. O diálogo passa a ser

através de equipamentos eletrônicos e a presença física, o calor humano, o afeto entre os entes

pode diminuir ou deixar de existir, ou ficarem relegados à segundo plano.

Será este o futuro das famílias? Se isolarem dentro de um mesmo espaço? Será que as

redes sociais digitais são apenas um modismo, ou vieram para ficar? É o mundo das tecnologias

que permite um maior ou um menor relacionamento entre seres humanos?

Por ser um tema complexo, que suscita discussões e muitas reflexões e, por isso,

instigante, é que optamos por abordá-lo, através de uma revisão bibliográfica.

1. FAMÍLIA NA CONTEMPORANEIDADE

A noção de família foi redefinida ao longo do tempo. No início do século passado, a

família era constituída exclusivamente a partir do casamento, único preceito existente para tal.

Como desdobramento dessa concepção unívoca da família, o casamento tinha o condão de

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moralizar as relações sexuais entre homem e mulher, pois só por meio dessas é que era possível

conceber filhos legítimos (DONIZETTI, 2007).

A sociedade, com o passar dos anos, foi se modificando, igualmente a concepção de

família, que foi assumindo outras formas e maneiras de se constituírem além do convencional,

ou seja, como antes, a família só poderia ser constituída por homem e mulher e filhos através do

casamento civil e religioso.

Atualmente, as famílias são constituídas de diferentes maneiras, como as famílias

monoparentais, como entidade familiar o núcleo formado por pessoas sozinhas, como solteiros,

descasados, viúvos entre outros, que vivem com sua prole, sem a presença de um parceiro

afetivo; a família homoafetiva que, até bem pouco tempo atrás ainda não obtinha o

reconhecimento ou o contemplação no ordenamento jurídico brasileiro. Mesmo que, aos olhos

da sociedade, esse tipo de família comece a ser visto com certa naturalidade, a matéria ainda

exige uma análise mais cuidadosa, à luz das garantias constitucionais, em especial a dignidade

da pessoa humana. São transformações conceituais abarcadas pela CF/88.

O artigo 226 e seus parágrafos determinam a proteção à família e explicitamente

indicam como entidades familiares aquelas formadas pelo casamento ou união estável, sem

contudo, impingir que esta última seja convertida em casamento formal (convencional). Por

outro lado, contemporaneamente, outros núcleos familiares são formados, por exemplo, por

mulheres ou homens solteiros, avós, tios e netos/sobrinhos, ou ainda por uniões de pessoas do

mesmo sexo.

A família do novo milênio, ancorada na segurança constitucional, é

igualitária, democrática e plural, não mais necessariamente casamentária,

protegido todo e qualquer modelo de vivência afetiva e compreendida como

estrutura socioafetiva, forjada em laços de solidariedade (FARIAS;

ROSENVALD, 2015, p. 10).

Outros requisitos na família contemporânea, como estabilidade e ostensibilidade,

também são apontados pela doutrina majoritária. Essa ruptura com um modelo necessariamente

heteroparental é definitiva, fundada na chefia paterna, propicia o reconhecimento de novos

grupos familiares, demonstrando a possibilidade de estruturas homoparentais (FARIAS;

ROSENVALD, 2015, p. 11).

Mesmo que implicitamente, as garantias dos direitos individuais estão asseguradas pelo

texto constitucional de 1988, com fundamento no princípio da dignidade humana e, portanto, os

novos modelos de família inseridos na sociedade contemporânea também gozam desses

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direitos que são “destinatários imediatos e mediatos os próprios indivíduos, pessoas humanas,

merecedoras de tutela especial, assecuratória de sua dignidade e igualdade” (FARIAS;

ROSENVALD, 2015, p. 10).

No entanto, a nova realidade a partir da qual se mostram as novas concepções de família

carece de harmonização com o sistema jurídico brasileiro. Ou seja, embora os Tribunais

brasileiros ou boa parte deles já tenham começado a reconhecer diferentes arranjos de família,

ainda assim, faz-se necessária a regulamentação legal.

Silva traz uma concepção de família moderna, segundo Andrée Michel:

A noção de papel vinculado ao sexo ou à idade em função de critérios rígidos

desapareceu. A família não é mais um pequeno grupo em função do qual os

indivíduos representavam papeis predeterminados em razão de seu sexo ou de

sua idade. A concepção da pessoa substitui aquele papel vinculado ao sexo ou

à idade. O indivíduo é uma pessoa, um ser humano, que tem liberdade de

escolher seus papeis, a fim de desenvolver todas as suas potencialidades. [...]

Nesta concepção, inidentificável no nível dos comportamentos e dos papeis, o

homem ou a mulher podem superar barreiras do sexo e assumir os papeis

tradicionalmente atribuídos ao outro (MICHEL, 1975, p. 131 apud SILVA,

2014, p. 237).

O modelo patriarcal de família, como era antes no Brasil, já quase não existe mais. As

convenções, por vezes, abrem espaços para novos núcleos denominados de família, como as

uniões homoafetivas. “A procriação, o desejo de ter um herdeiro, como primeiro objetivo do

casamento tradicional é substituído pela procura da intimidade e da felicidade ao mesmo tempo

na relação entre pais e filhos e na relação conjugal” (SILVA, 2014, p. 238). Dessa colocação,

podemos extrair que os casais formados com pessoas do mesmo sexo também desempenham

papeis de mães e pais, com todos os direitos e deveres legais.

As famílias contemporâneas vêm criando novos conceitos, novos modos de viver,

exibindo novas formas, se transformando, “num tempo histórico e social, para uma vida em

comum e um fim, ou um esperado acontecer, da reprodução – biológica e social” (MOTTA,

1998, p. 13). Então, passou a criar novas articulações de gênero, e elaborar novos códigos

sociais.

No entanto, emergem daí diferentes questões, como as relativas ao parentesco

sanguíneo na maternidade e paternidade. As técnicas de reprodução conceptiva apartam a

reprodução da sexualidade e rompem com o determinismo biológico, como também derrubam

a certeza de que a mulher que pariu a criança seria naturalmente a mãe. Surge, então, a família

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artificial “com personagens que se distinguem em mãe biológica (mãe que “empresta” o útero

ou doa os óvulos), exercendo a maternidade substitutiva e o pai biológico (pai que doa os

espermatozoides), cumprindo a paternidade genética. Do mesmo modo, se estabelecem a mãe e

o pai sociais, aos quais cabem exercer a atividade de maternagem com o bebê” (GRADVOHL;

OSIS; MAKUCH, 2014, p. 59).

São gerações futuras com origens incertas ou duvidosas, vidas que possivelmente

clamem, de alguma forma, por respostas. Onde buscar respostas sobre sua origem? “Eu tenho

duas mães”, ou “Eu tenho dois pais”? Ou nenhum? Não são divagações, são situações reais. São

seres advindos de processos ou procedimentos tecnológicos, cuja consciência individual estará

sempre pautada em um novo modelo sociocultural.

Também, com a mutação do conceito família, outras questões surgem, como a do

relacionamento entre seus membros, reproduzidos por técnicas conceptivas ou não. Instala-se

ainda, com exceções, a ausência de diálogo, atenuada por vários fatores e causas, como longas

jornadas de trabalho dos pais, busca por melhor qualidade de vida, falta de tempo para dar

atenção aos seus, dentre outros.

2. ESPAÇO DIGITAL: REDES SOCIAIS

Aliado a tudo isso, está outra causa, a tecnológica, a da comunicação, criada para

facilitar a vida do ser humano, reduzir distâncias, ultrapassar fronteiras em tempo real. No

entanto, a mesma tecnologia “criada” para aproximar, também afasta, isola entes que antes

conversavam em ambientes presentes. Hoje, dedilham em seus teclados, isentos de emoções, de

calor humano, de presença física, pais, filhos, avós, amigos e outros caros ao relacionamento

diário. Ferreira Gullar (1989, p. 15) dizia que vivemos tempos “onde se torna cada dia mais

clara a necessidade de despertar e cultivar o que há de humano no homem”.

Com o advento da internet, a globalização mundial foi acelerada. Fronteiras foram

rompidas e os “mundos” começaram a se interagir. Ainda assim, a internet formada por uma

extensa e complexa rede de computadores encurtou caminhos e uniu povos. E, nessa infinita

teia, estão as redes sociais digitais, que podem produzir efeitos inimagináveis.

A clusterização das redes no espaço online aproxima grupos sociais que são,

por si, diferentes ou heterófilos. Essa aproximação faz com que novas formas

de conflito e focos de violência discursiva tornem-se mais evidentes nas

conversações. Comportamentos violentos podem espalhar-se de forma mais

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viral, uma vez que as diferenças fiquem mais evidentes (RECUERO, 2012, p.

2).

Souza explica que:

A Internet é algo enorme e espantoso, mas feita de computadores, o que

significa que nem tudo a seu respeito é tão simples como deveria ser.[...] A

Internet também conhecida como Net, é a maior rede de computadores do

mundo. Uma rede de computadores é basicamente um grupo de computadores

interligados entre si de alguma forma. Em conceito, é uma espécie de rede de

TV ou de Rádio, que conecta um grupo de estações de rádio ou de TV para

que elas possam compartilhar, por exemplo, programas televisivos (SOUZA,

2008, p. 23).

A partir da popularização da internet, os consecutivos avanços tecnológicos marcaram

as últimas décadas e, de certa forma, romperam com modelos sociais, mudando padrões de

comportamento (e maximizando características como o individualismo humano, antes já

presente), como as redes sociais digitais, que estão cristalizadas em todo o meio social.

Nesse sentido, Castells (1999, p. 497) afirma que “a presença na rede ou a ausência dela

e a dinâmica de cada rede em relação às outras são fontes cruciais de dominação e

transformação de nossa sociedade”. E, diz ainda que “são estruturas abertas com possibilidade

de expansão ilimitada, desde que os novos nós compartilhem os mesmos códigos de

comunicação” (CASTELLS, 1999, apud Acioli, 2007, p. 8).

Podemos dizer que as redes sociais são ferramentas digitais com possibilidades

inimagináveis, de alcances incomensuráveis. “Essas ferramentas ainda são muito recentes,

assim como o fenômeno da conversação em rede” (RECUERO, 2012, p. 3).

Na visão de Recuero,

Essas ferramentas proporcionaram, assim, que atores pudessem construir-se,

interagir e comunicar com outros atores, deixando, na rede de computadores,

rastros que permitem o reconhecimento dos padrões de suas conexões e a

visualização de suas redes sociais através desses rastros. É, neste âmbito, que

a rede como metáfora estrutural para a compreensão dos grupos expressos na

Internet é utilizada através da perspectiva de rede social (RECUERO, 2009, p.

24).

Souza e Cardoso dizem que a expressão “rede social” foi criada pelo antropólogo J. A.

Barnes, em 1953, mas foi conhecida somente em 1954. “Foi empregada para descrever como

noções de igualdade de classes eram utilizadas e de que forma indivíduos usavam laços

pessoais de parentesco e amizade em Bremnes, uma comunidade da Noruega”. Ainda segundo

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Souza e Cardoso, J. A. Barnes “se inspirou nas ideias de Radcliffe-Brown (1940)”, também

antropólogo, “que já falava sobre estrutura social como uma rede de relações” (SOUZA;

CARDOSO, 2011, p. 67).

Os autores relatam ainda que,

Barnes introduz a ideia de redes sociais ao perceber a rede social como uma

rede na qual todos os membros da sociedade ou parte da sociedade estão

imersos. Como membro de uma rede, o indivíduo é percebido como uma

pluralidade de relações. Para Barnes, Elizabeth Bott teria sido uma das

primeiras antropólogas a usar a ideia de rede enquanto uma ferramenta de

análise dos relacionamentos entre pessoas, seus elos pessoais e entre as

organizações do contexto em que se inserem. Na metáfora de Radcliffe

(1940), a rede social envolve todos os membros da sociedade, que existem

independentemente de qualquer investigador (BARNES, 1972, p.161, apud

SOUZA; CARDOSO, 2011, p. 68).

Recuero (2009, p. 24) define rede social “como um conjunto de dois elementos: atores

(pessoas, instituições, ou grupos, os nós das redes) e suas conexões (interações ou laços

sociais)”. A autora analisa as redes sociais sob dois aspectos: como redes inteiras (whole

networks) e as redes personalizadas (ego-centered networks). O primeiro aspecto refere-se à

relação estrutural da rede com o grupo social. Citando Duncan Watts, esclarece que: “as redes,

de acordo com esta visão, são assinaturas de identidade social – o padrão de relações entre os

indivíduos está mapeando as preferências e características dos próprios envolvidos na rede”

(WATTS, 2003, p. 48). E, quanto ao segundo aspecto, dentro do grupo social, “um indivíduo

poderia ser compreendido não apenas através dos grupos (redes) a que ele pertence, mas

igualmente, através das posições que ele tem dentro dessas redes” (RECUERO, 2005, p. 4).

As redes sociais são compostas de indivíduos que formam grupos com as mesmas

características (ou não), formando comunidades. Os grupos buscam identidades, afinidades,

mas distintamente cada componente tem sua posição definida dentro de cada grupo, no espaço

virtual. Apesar de presentes, os grupos se tornam não-presentes nesse imenso espaço virtual.

Apesar de “não-presentes”, essa comunidade está repleta de paixões e de

projetos, de conflitos e de amizades. Ela vive sem lugar de referência estável:

em toda parte onde se encontrem seus membros móveis.... ou em parte

alguma. A virtualização reinventa uma cultura nômade, não por uma volta ao

paleolítico nem às antigas civilizações de pastores, mas fazendo surgir um

meio de interações sociais onde as relações se reconfiguram com um mínimo

de inércia (LÉVY, 1996, p. 20).

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Mesmo não-presentes, os sujeitos desta ou daquela comunidade se fazem presentes

dentro de um contexto real e, ao mesmo tempo não real, pois, aqui ou ali, estão de certa forma

presentes pela conectividade. É a permissibilidade das redes sociais digitais. De igual modo, as

redes que podemos dar status de coletivas pela sua infinita capacidade de abrangência impõem

o individualismo. Embora saibamos que as redes tenham um ponto de partida, em algum lugar,

no tempo ou no espaço, ela desterritorializam no espaço virtual.

Lévy cita como exemplo, “quando uma pessoa, uma coletividade, um ato, uma

informação se virtualizam, eles se tornam „não-presentes‟, se desterritorializam. Uma espécie

de desengate os separa do espaço físico ou geográfico ordinários e da temporalidade do relógio

e do calendário” (LÉVY, 1996, p. 20).

As redes sociais (digitais) é uma realidade social contemporânea. Estamos inseridos

numa rede complexa que, de certa forma, nos coloca dentro de um mundo virtual, onde a todos

é dada a possibilidade de se comunicar, de se expressar, de se mostrar presentes, embora não

estando ali. As redes sociais nos tornam visíveis, mas ao mesmo tempo, sujeitos anônimos, se

assim quisermos e desejarmos.

São interessantes e oportunos os esclarecimentos de Souza e Cardoso: “esse

emaranhado que dá forma à malhagem, observa-se que a forma organizacional da sociedade se

perpetua desta maneira, em torno das redes sociais” E, buscando o posicionamento do

sociólogo alemão Georg Simmel, que segundo o qual, a rede “é feita de agregações, separações,

coletividade e individualidade, sucessivas e simultâneas” (SOUZA; CARDOSO, 2011, p. 66).

E, descrevem a rede a partir do ensaio de Simmel, publicado em 1909, intitulado “A ponte e a

porta”.

Segundo os mesmos autores,

a ponte, para o pesquisador, provê a realidade visível da distância em relação

ao outro, instaurando o desejo de perpetuar o elo de ligação com este. Esta

seria a imagem do desejo dessa ligação, dessa agregação, que é próprio da

vida em sociedade. E, a porta, segundo Simmel (1909), seria aquela que

separa, que mantém a interioridade, a individualidade, que não quer contato

profundo com o outro, que fecha o homem em si mesmo, evitando a

socialização. Entretanto, ela seria essa socialização que mantém essas

distâncias que compõem o indivíduo. Para o sociólogo, a vida social se

estabelece neste ciclo de passagens sucessivas, com indivíduos que se

agregam e que se isolam da ponte à porta e vice-versa. A metáfora de Simmel,

criada no início do século passado, caracteriza, de forma clara, a vida

contemporânea em sociedade (SOUZA; CARDOSO, 2011, p. 66).

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Na visão de Acioli, “a ideia que permeia a metáfora de redes, é a de indivíduos em

sociedade, ligados por laços sociais, os quais podem ser reforçados ou entrarem em conflito

entre si” (ACIOLI, 2007, p. 3).

As redes sociais são partes integrantes das transformações sociais, influenciando

comportamentos, ideologias, modificando hábitos e costumes, influenciando tendências,

permitindo (novos) arranjos sociais. E, nesse universo virtual, de tantas possibilidades,

podemos inserir os novos núcleos de família, que foram ao longo do tempo se transformando,

formando novos arranjos. Essa pluralidade de núcleos familiares começou a ter forma e se

concretizar, a partir da Constituição brasileira de 1988.

3 FAMÍLIA E AS REDES SOCIAIS

As redes sociais representam avanços tecnológicos que, de certa forma, atingem o

núcleo familiar e passaram a influenciar os relacionamentos que ocorrem neste âmbito. As

redes sociais digitais transformaram o mundo, pois são consideradas:

[...] uma estrutura composta por pessoas e organizações que estão conectados

por relações e compartilham valores e objetivos comuns, um termo que sugere

fluxo, movimento, apontando os padrões das relações que incorporam os

conceitos utilizados tradicionalmente pela sociedade (SOUZA; CARDOSO,

2011, p. 67).

A família, como elemento socializador indispensável e imprescindível na construção do

indivíduo, ao se conectar a essas redes, tem a sua realidade radicalmente tranformada,

permitindo que o ciberespaço, “universo das redes digitais [...] lugar de encontros e aventuras,

terreno de conflitos mundiais” [...] (LÉVY, 1998, p. 104), passe a ser o ambiente comum das

comunicações, entre seus membros. Mas, e aqueles que não se conectam, que não têm acesso a

essas redes, estão fadados a ficarem à margem do núcleo familiar por não as dominar?

Especificamente, o que acontece com os os jovens, também integrantes do núcleo familiar que,

normalmente, têm grande domínio sobre esses ambientes, chamados de redes sociais? Por

vezes, estes não abrem mão do Facebook, por exemplo, entre outros meios, em detrimento da

convivência familiar.

Conforme destacam Castells e Cardoso (2005) citados por Souza e Cardoso (2011, p.

73), “a comunicação em rede transcende fronteiras, a sociedade em rede é global, é baseada em

redes globais”. Nesse universo, as pessoas de uma mesma família, conectadas por meio das

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redes sociais digitais, possuem um laço que as ligam e são capazes de se comunicarem de forma

imediata as suas sensações, emoções, necessidades, servindo a toda espécie de informação que

se queiram transmitir. Por esse motivo, as pessoas que se encontram desconectadas passam a se

sentir à margem da família, rejeitadas quando visitam um neto e ele sequer sai do computador

para interagir – exatamente porque ele acha que as redes passaram a ser não a melhor, mas a

única forma de troca/relacionamento existente na sociedade contemporânea.

Nesse contexto, vale observar que a saúde familiar pode estar comprometida,

potencializando conflitos, contaminando os demais entes da família, principalmente a relação

de filhos e pais ou responsáveis. E, em muitos casos, esses conflitos se tornam círculos viciosos,

trazendo inclusive transtornos psicossomáticos (ou não), tanto para aqueles inseridos na teia

das redes sociais digitais, quanto para os que estão à margem delas.

Para Castells, segundo Souza e Cardoso,

ao longo do processo histórico, as redes têm constituído uma grande vantagem

e um grande problema por oposição a outras formas de organização social. Por

um lado, são as formas de organização mais flexíveis e adaptáveis, seguindo

de um modo muito eficiente o caminho evolutivo dos esquemas sociais

humanos (CASTELLS, 1999, apud SOUZA; CARDOSO, 2011, p. 72).

Acioli (2007) diz que podemos pensar que nesse mundo em redes, onde há mais

quantidade do que qualidade de informação, a possibilidade de fragmentação de saberes e

culturas, e portanto de sujeitos, é muito grande.

Giddens diz que:

As tendências globalizantes da modernidade são simultaneamente

extensionais e intencionais – elas vinculam os indivíduos a sistemas de grande

escala como parte da dialética complexa de mudança nos polos local e global.

Muitos dos fenômenos frequentemente rotulados como pós-modernos na

verdade dizem respeito à experiência de viver num mundo em que a presença

e ausência se combinam de maneiras historicamente novas (GIDDENS, 1991,

p.175-176, apud ACIOLI, 2007, p. 9).

As redes sociais digitais, sem dúvidas, constituem, além de um grande avanço

tecnológico que propiciam (re)encontros de pessoas distantes, estreita laços, divulgam notícias

importantes, formam opiniões, compartilham, entre outras possibilidades, possibilidades de

afastamento e individualização das pessoas.

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CONCLUSÃO

As famílias contemporâneas, nessas várias configurações, estabelecem novas formas de

comunicação por meio das redes sociais digitais – uma realidade que ora favorece os

relacionamentos, ora estabelece conflitos entre familiares, amigos, pessoas não conhecidas,

conectados a essas redes, além daqueles que estão à margem desses recursos tecnológicos

utilizados como veículo de comunicação nos relacionamentos interpessoais e familiares.

Por outro lado, há que se pensar o quão dependentes muitas pessoas passaram a ser

dessas redes, como se deve manusear essa ferramenta e qual o grau de interferência acarreta nas

relações interpessoais, propiciando aproximação de entes distantes - e, por vezes,

distanciamento os mais próximos, nos permitindo equalizar que tudo pode ser uma questão de

utilização racional e percepção dos mesmos.

Diante dos avanços tecnológicos, há a necessidade de alerta quanto aos relacionamentos

no âmbito familiar, a título de prevenção, para que a essência da família como núcleo formador

do sujeito não se perca. Lembrando que este fenômeno, o das redes sociais digitais, tanto une

quanto afasta pessoas de seu convívio normal, onde tem calor humano, presença física, e tudo o

mais necessário entre seres humanos. Além disso, é preciso (re)pensar a família como a base de

uma sociedade estruturada.

Parecem paradoxais tais entendimentos, uma vez que vivemos na era da informação e

do imediatismo, onde se propaga a ausência do comprometimento nas relações interpessoais,

visto que a fragilidade existente dos laços humanos floresce à medida em que são misturadas,

condensadas, momentâneas e volúveis as relações, em um mundo, cada vez mais dinâmico,

fluido e veloz, em tempo real/virtual.

Nesse universo tão complexo, até mesmo inimaginável pelo seu alcance, as pessoas,

longe ou perto, podem se comunicar. Amigos, pais, conhecidos, empresas, governos, todos,

indistintamente, podem se comunicar, se ver e se falar. Nessa teia virtual, ao mesmo tempo,

todos estão de alguma maneira individualizados, sozinhos, dentro de um imenso espaço

virtualizado, se tornando presentes.

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