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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO A INFORMÁTICA EDUCATIVA COMO INSTRUMENTO DE APOIO NA APRENDIZAGEM DOS EDUCANDOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA DÉBORA CRISTINA DE ALMEIDA CUIABÁ – MT 2011 UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

A INFORMÁTICA EDUCATIVA COMO INSTRUMENTO DE … · propicia aos alunos PNEs a socialização, desenvolvimento da criatividade e a imaginação, memória, atenção, além de proporcionar

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

A INFORMÁTICA EDUCATIVA COMO INSTRUMENTO DE

APOIO NA APRENDIZAGEM DOS EDUCANDOS COM

DEFICIÊNCIA FÍSICA

DÉBORA CRISTINA DE ALMEIDA

CUIABÁ – MT

2011

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

A INFORMÁTICA EDUCATIVA COMO INSTRUMENTO DE

APOIO NA APRENDIZAGEM DOS EDUCANDOS COM

DEFICIÊNCIA FÍSICA

DÉBORA CRISTINA DE ALMEIDA

Orientador: PROF. DR. ELMO BATISTA DE FARIA

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Informática na Educação –

Modalidade a Distância – do Instituto de

Computação da Universidade Federal de Mato

Grosso, em parceria com a Universidade

Aberta do Brasil, como requisito para

conclusão do Curso de Pós-graduação Lato

Sensu em Informática na Educação.

CUIABÁ – MT

2011

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

TÍTULO: A INFORMÁTICA EDUCATIVA COMO INSTRUMENTO DE

APOIO NA APRENDIZAGEM DOS EDUCANDOS COM

DEFICIÊNCIA FÍSICA

AUTOR: DÉBORA CRISTINA DE ALMEIDA

Aprovada em 04/06/2011

______________________________________

Prof. Dr. Elmo Batista de Faria

IC/UFMT

(Orientador)

______________________________________

Prof. Dr. Jésus Franco Bueno

IC/UFMT

______________________________________

Prof. Msc. Nielsen Cassiano Simões

IC/UFMT

DEDICATORIA

Aos alunos das salas do AEE onde realizei minha pesquisa, pelos exemplos e

atitudes de Amor, Luta e Perseverança.

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar, a Deus, por ter me proporcionado perseverança e

discernimento necessários quando a caminhada foi íngreme e difícil.

Quero agradecer também as professoras do AEE pela disponibilidade e atenção

quanto à realização da pesquisa e a todas as pessoas que com muita

disponibilidade e gentileza, forneceram-me informações preciosas, em entrevistas,

ou conversas, que se constituíram matéria para minhas reflexões, incentivando um

percurso de leituras e de investigação.

RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso traz reflexões sobre o uso da

informática como instrumento de apoio no processo de aprendizagem dos

educandos com deficiência física a partir das perspectivas de profissionais ligadas a

práticas educativas no ambiente informatizado em três escolas no município de

Sorriso - MT. O objetivo do estudo foi analisar se nessas escolas há alguma

proposta de uso das ferramentas computacionais no processo de aprendizagem dos

educandos com Deficiência Física dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Esse

estudo é de cunho qualitativo, instrumentado com entrevistas semi-estruturadas,

aplicadas a professoras do AEE com o propósito de compreender o processo de

integração e ensino/aprendizagem desses educandos mediado pelo computador.

Os resultados finais do trabalho mostram a realidade de algumas escolas

públicas do município. Portanto, entende-se que se as ferramentas computacionais

forem utilizadas como instrumento de suporte na aprendizagem de modo que hajam

professores qualificados que conheçam tanto as teorias de aprendizagem como os

recursos disponíveis a serem utilizados e uma proposta que contemple os

interesses, necessidades e a integração dos educandos Deficientes Físicos,

mediada por atitudes pedagógicas podemos obter resultados satisfatórios em

relação ao ensino/aprendizagem e integração desses educandos junto à sociedade,

favorecendo-os tanto no ambiente escolar como na aquisição de conhecimentos

para auxiliá-los no mercado de trabalho.

SUMÁRIO

Dedicatória ..................................................................................................................4AGRADECIMENTO.....................................................................................................5RESUMO.....................................................................................................................6SUMÁRIO....................................................................................................................7LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................8LISTA DE ABREVIATURA...........................................................................................9INTRODUÇÃO ...................................................................................................... ... 10

DESENVOLVIMENTOCAPÍTULO I1.1 - EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA PARA EDUCANDOS DEFICIENTES FÍSICOS EA COMPREENSÃO DESSA MUDANÇA POR PARTE DA COMUNIDADE ESCOLAR..................................................................................................................................13CAPÍTULO II1.2 - O COMPUTADOR COMO FERRAMENTA DE SUPORTE À APRENDIZAGEMDO ALUNO DEFICIENTE FÍSICO ............................................................................20CAPÍTULO III1.3 - INTERAÇÃO DO PROFESSOR COM AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO EDA COMUNICAÇÃO ................................................................................................24CAPÍTULO IV1.4 - SOFTWARE E HARDWARE EDUCATIVOS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS DEFICIENTES FÍSICOS... ..................................................26

CAPÍTULO V1.5 - REFLEXOES SOBRE AS PROPOSTAS IMPLEMENTADAS NO AMBIENTEINFORMATIZADO COM OS ALUNOS DEFICIENTES FÍSICOS .............................35

CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................41

REFERÊNCIAS.........................................................................................................44APÊNDICE ...............................................................................................................46

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 4.1 - LÂMINAS Alfabéticas do INTELLIKEYS ............................................31

FIGURAS 4.2 E 4.3 – DISPONIBILIZAÇÃO DO PROGRAMA DE AMOSTRAS E

ARQUIVOS COM LÂMINAS PRONTAS PARA USO EM COMUNICAÇÃO

ALTERNATIVA .........................................................................................................32

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AACD-ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À CRIANÇA DEFICIENTE

AEE - ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

ERA – EMULADOR DE RATO

LDB - LEI DE DIRETRIZES E BASES

MEC – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

NTIC – NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

PCN – PARÂMETRO CURRICULAR NACIONAL

PNES – PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

INTRODUÇÃO

A informática educativa como instrumento de apoio na aprendizagem dos

educandos com deficiência física se deu diante da necessidade que o próprio tema

trás quanto ao emprego dos recursos tecnológicos na prática pedagógica de alunos

portadores de deficiência física. Tem como objetivo analisar se as escolas

municipais de Sorriso têm alguma proposta de uso das ferramentas computacionais

no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes deficientes físicos dos anos

iniciais do Ensino Fundamental, como também compreender se o uso destas

ferramentas facilita a aprendizagem dos educandos especiais. Haja vista, que com

uma proposta de inserção de ferramentas computacionais nas práticas educativas,

propicia aos alunos PNEs a socialização, desenvolvimento da criatividade e a

imaginação, memória, atenção, além de proporcionar oportunidades de

autoconhecimento, de descobertas de potencialidades, promoverem a auto-estima e

a prática de exercícios de relacionamento social.

Nessa linha de raciocínio, se faz necessário que o professor crie

situações de ensino e aprendizagem em que o aluno busque as informações, que o

desafie que lhe permita ações de exploração, de interação e compreensão.

A problemática trabalhada partiu da seguinte reflexão: nas escolas

municipais do município de Sorriso, há alguma proposta de uso das ferramentas

computacionais no processo de ensino/aprendizagem dos estudantes Deficientes

Físicos dos anos iniciais do Ensino Fundamental? Se existe o uso destas

ferramentas, facilita a aprendizagem e a socialização destes educandos especiais.

Os objetivos específicos propõem identificar se durante a utilização do

computador o aluno com deficiência física consegue assimilar e aprender os temas

por ele pesquisados; verificar se há entusiasmo na prática do uso do computador por

parte dos desses alunos; verificar o que a informática traz de benefícios aos

deficientes físicos; investigar se há professores capacitados para trabalhar com

Deficientes Físicos na área da informática nas escolas; identificar se a utilização dos

computadores facilita o processo de interação entre os deficientes Físicos e os

colegas ditos “normais”.

A pesquisa foi realizada com professores da sala de Atendimento

Educacional Especializado (AEE) de escolas que oferecem esse atendimento no

município de Sorriso, Estado do Mato Grosso.

A metodologia que se optou foi através da elaboração um questionário

contendo perguntas sucintas do ponto de vista do tema abordado, que foi distribuído

para os professores.

O trabalho se referencia em seu desenvolvimento quatro capítulos

sintetizados de acordo com a reflexão que se faz quanto ao tema. Num segundo

momento parte para a análise de dados e, por fim, as considerações finais.

No primeiro capítulo aborda sobre a evolução tecnológica que vem ocorrendo

atualmente, bem como, sua importância na educação dos Deficientes físicos e como

esta nova tecnologia deve ser entendida e aplicada ao processo ensino e

aprendizagem, Estas reflexões ancoram-se nos pressupostos teóricos de Santos

(1993), aprendizagem, embasado em contribuição de autores como Haetinger

(1998); Masetto (2000); Moran (2000); Rosa (2005); Fávero (2007).

No segundo capítulo versa sobre o uso dos computadores em um ambiente

educacional como ferramenta educativa de suporte à aprendizagem dos alunos

Deficientes físicos, bem como, o papel do professor diante dessa tecnologia. Como a

proposta de pesquisa é investigar se há alguma proposta de utilização da

Informática Educativa nos processos de formação dos alunos deficientes físicos,

buscou-se refletir sobre este desafio que se configura como uma necessidade

urgente de a escola integrar estes cidadãos no mundo tecnológico. Estas reflexões

ancoram-se nos pressupostos teóricos de Santos (1993), que compreende o

computador como ferramenta cognitiva que pode amplificar e enriquecer o processo

de aprendizagem, Moran (2000), que considera a construção do conhecimento, a

partir das ferramentas computacionais, conexões mais abertas que passam pelo

sensorial, emocional e pela organização racional, Valente (1993), que compreende o

computador como uma ferramenta de complementação, de aperfeiçoamento e de

possível mudança na qualidade de ensino. Em Coutinho (2000), Silvera (2001),

Almeida (1998), Vygotsky (1993) e Perrenoud (2000).

No terceiro capítulo Interação do Professor com as Tecnologias da

Informação e da Comunicação uma breve discussão sobre os softwares e

adaptações de hardware que auxiliam no processo de ensino/aprendizagem e

11

interação de educandos deficientes físicos. Estas reflexões ancoram-se nos

pressupostos teóricos de Vygotski, Abreu, Valente, Browning, Borges entre outros.

No quarto capítulo trás uma discussão acerca da utilização de Softwares

e hardwares Educativos no processo de Aprendizagem dos deficientes Físicos.

Procura demonstrar, através de autores, a importância desses recursos e, ao

mesmo tempo, apresenta alguns programas a serem trabalhados. Fundamentou-se

em autores como Mercado, Abreu, Valente, Santarosa, Borges e outros.

Num segundo momento, faz-se a análise dos dados obtidos na entrevista

dos professores da sala de AEE, confrontando-os com a fundamentação teórica e

leituras bibliográficas.

Por fim, faz-se as considerações finais, onde buscou pontuar as questões

pelas que foram traçadas no objetivo do trabalho. Esse trabalho indica que algumas

escolas estão mais adiantadas do ponto de vista do uso das ferramentas

multimídias, enquanto que outras ainda estão num processo de discussão e

aprofundamento do uso desses recursos. Porém, todas elas utilizam dos recursos.

12

CAPÍTULO I

1.1 - Evolução tecnológica para educandos deficientes físicos e acompreensão dessa mudança por parte da comunidade escolar

Desde os primórdios da presença do ser humano na terra, até os dias de hoje

com a utilização da internet a humanidade concretiza sua necessidade vital de

comunicação. A popularização do computador e sua utilização em várias áreas é

fato inquestionável, assim como o uso da Informática na Educação e o crescente

desenvolvimento e utilização de softwares educacionais.

Como podemos observar segundo Instituto Nacional de Educação de Surdos

(INES, 2007), a partir do século XIX, deu-se início ao desenvolvimento tecnológico

trazendo consigo inúmeras transformações na vida contemporânea:

� A invenção do avião e a modernização tecnológica que alcançou foguetes na

era espacial e levaram o homem à lua;

� A presença constante da mídia audiovisual, trazendo imediatamente notícias

ocorridas no outro lado do mundo, integrou diferentes sociedades;

� Equipamentos e máquinas modernas que facilitam e beneficiam a vida

humana em vários campos, principalmente na medicina com sofisticadíssimos

exames clínicos que nos dão diagnósticos mais precisos;

� Bancos, supermercados e lojas comerciais informatizadas otimizam o

cotidiano nas grandes cidades;

� Computadores cada vez mais modernos, máquinas computadorizadas que

preenchem cheques nas grandes lojas e que resolvem transações bancárias;

� Brinquedos cuja sofisticadíssima tecnologia extasiam crianças e adultos;

Novas invenções a cada dia levam o ser humano a perceber uma mudança

representativa no seu modo de vida. De acordo com Haetinger, (1998, p.98)

A modernização do mundo nos últimos 30 anos superou as mudanças

ocorridas ao longo dos milênios. A revolução da informação e o fenômeno

da globalização tornaram-nos, realmente, “índios" da mesma aldeia global.

Nossos alunos têm um volume cada vez maior de informações à sua

disposição, através da televisão, rádio, internet, vídeo, etc. Essas

informações são acompanhadas por uma tecnologia capaz de transmitir

simultaneamente para todo o mundo civilizado. Claro que nessa realidade, o

professor muitas vezes não tem tempo para acompanhar esse rápido

desenvolvimento. Em alguns momentos, corre-se o risco de estar falando

outra língua na sala de aula.

13

Com todo este processo de evolução tecnológica que vem ocorrendo na

sociedade e no mundo, a escola não poderia ficar de fora, pois a ela cabe o papel de

“formar o cidadão para o mundo”. Partindo deste pressuposto é que este projeto

abordou o uso do computador como instrumento educativo na aprendizagem dos

educandos com Deficiência Física, identificou seus benefícios e dificuldades e de

que maneira é utilizado para que ocorra o processo de ensino e aprendizagem

desses educandos, bem como sua integração na sociedade e no mundo globalizado

em que vivemos.

Esta tecnologia não deve ser entendida apenas como um instrumento de

transmissão do conhecimento, mas sim fazer com que o aluno se torne um sujeito

ativo nesta construção, concebendo o computador como um meio que se usado

adequadamente pode facilitar este processo. Neste entendimento é preciso que o

professor seja um mediador entre educando, computador e o processo de

aprendizagem.

Para Masetto (2000) o professor além de especialista da área em que atua, a

partir do uso das novas tecnologias assumirá o papel de facilitador da aprendizagem

do educando, buscando favorecer a aprendizagem coletiva e, ao mesmo tempo,

desenvolvendo o papel de mediação pedagógica. No processo de ensinar e

aprender, em um mundo com muitas informações, exige-se hoje muito mais

flexibilidade de espaço e de tempo, pessoal e de grupos, menos conteúdos fixos e

processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Neste contexto “[...] o papel

do professor – o papel principal – é ajudar o educando a interpretar esses dados, a

relacioná-los, a contextualizá-los”. (MORAN, 2000, p.30)

Nesse sentido, acreditamos que a informática como ferramenta de suporte no

processo de aprendizagem dos educandos com Deficiência Física pode promover

um caminho de mudança para a velha escola, claro que nunca como a “salvadora da

pátria”, mas como uma ferramenta a serviço da educação. Neste processo

necessita-se de profissionais qualificados para poder utilizar esta máquina e inseri-la

no processo de aprendizagem de seu educando com Deficiência Física, não apenas

como calculadora ou como “máquina de escrever textos”.

Com os avanços das tecnologias da informática e das telecomunicações abriu

horizontes inimagináveis também para a educação. O conhecimento transita em um

ritmo alucinante, e nossos educandos pegam carona em estradas virtuais que os

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levam através de um mundo carregado de informações e possibilidades incríveis.

(ROSA, 2005)

Moran (2000, p.148) apresenta contribuições importantes que ajudam na

compreensão do processo de construção do conhecimento mediatizado pelo uso

das ferramentas computacionais ao defender que:

A construção do conhecimento, a partir das ferramentas computacionais, é

mais ‘livre’, menos rígida, com conexões mais abertas que passam pelo

sensorial, pelo emocional e pela organização do racional: uma organização

provisória: que se modifica com facilidade, que cria convergências e

divergências instantâneas e de resposta imediata.

Talvez sejam essas respostas imediatas que o educando anseia e através do

computador ele possa suprir essa necessidade, tornando-se um agente ativo do seu

próprio conhecimento, autor do seu aprendizado e capaz de comunicar-se com

outras pessoas e realizar tarefas antes impossíveis devido a sua condição motora.

Segundo Coutinho (2000), as novas tecnologias da comunicação e da

informação (NTIC) no ensino básico podem contribuir para a alfabetização científica

e tecnológica da população, elementos importantes para o sucesso em mercados

cada vez mais tecnológicos e sofisticados.

Todavia, para que haja esta contribuição, Silvera (2001) enfatiza que não

basta introduzir computadores na escola. É preciso discutir seu uso educativo e

buscar incorporá-los ao processo ensino e aprendizagem. Defende, também, a

necessidade de formar adequadamente professores para inserir a informática

educativa nos processos escolares para evitar a subutilização dos laboratórios de

informática nas escolas que contam com ambiente informatizado.

Numa abordagem de continuidade, de formação reflexiva para o uso crítico da

informática na educação, Almeida (1998, p. 67) afirma que o professor deve ser

preparado para desenvolver as seguintes competências:

� Estar aberto a aprender a aprender;

� Atuar a partir de temas emergentes no contexto e de interesse dos alunos;

� Promover o desenvolvimento de projetos cooperativos;

� Assumir atitude de investigador do conhecimento e da aprendizagem do

aluno;

� Propiciar a reflexão, a depuração e o pensar sobre o pensar;

� Dominar recursos computacionais;

15

� Identificar as potencialidades de aplicação desses recursos na prática

pedagógica;

� Desenvolver um processo de reflexão na prática e sobre a prática,

reelaborando continuamente teorias que orientem sua atitude de mediação.

Nessa ótica, a formação continuada de professores para integração das novas

tecnologias no contexto educacional, é uma necessidade que permeia esse

movimento de articulação entre teoria e prática. Nesta abordagem, novas

propostas didáticas são requisitadas como o trabalho interdisciplinar,

aprendizagem por projetos, a prática reflexiva, o trabalho em equipe, ou seja, a

construção da rede de conhecimentos tecida coletivamente pelos atores que

protagonizam o espaço escolar. Ainda mais se tratando de cidadãos especiais,

como é o caso dos deficientes físicos que deve ter direito e acesso a uma

educação de qualidade.

A partir desses desafios, as competências que cada sujeito assume neste

processo de construção do conhecimento. Moran (2000, p. 14) aponta três variáveis

para uma educação de qualidade:

� Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto pedagógico

coerente, aberto, participativo, com infra-estrutura adequada, atualizada,

confortável, tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas.

� Uma organização que congregue: docentes bem preparados intelectual,

emocional, comunicacional e eticamente, bem remunerados, motivados e com

boas condições profissionais e onde haja circunstâncias favoráveis a uma

relação efetiva com os alunos que facilite conhecê-los, acompanhá-los,

orientá-los.

� Uma organização que tenha alunos motivados, preparados intelectual e

emocionalmente, com capacidade de gerenciamento pessoal e grupal.

A premissa conforme Moran (2000) é que uma educação de qualidade

representa um custo muito alto para as instituições, que na maioria das vezes, estas

apresentam poucos materiais pedagógicos, professores desmotivados, alunos pouco

motivados, infra-estrutura sucateada, por isso inadequada à criação de novos

ambientes de aprendizagem. O autor advoga, ainda, que esses são desafios que

temos por um longo período de tempo, mas que é a partir destes processos

reflexivos que poderemos fazer valer o cumprimento do que está estabelecido na Lei

de Diretrizes e Bases que é a de oferecer uma educação de qualidade a todos, bem

16

como garantir o acesso e permanência de todos, respeitando a sua diversidade

cultural. É o compromisso de re-pensar o papel da educação que nos impulsionará a

buscar uma educação integradora de todos os cidadãos com suas peculiaridades.

Esse compromisso da educação nos remete as idéias de Perrenoud (2000),

quando afirma que:

Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o

pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de

pesquisa, a imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura

e a análise de textos e de imagens, a representação de redes, de

procedimentos e de estratégias de comunicação.

O educando que utiliza as novas tecnologias tem, também, o papel de

selecionar as informações pesquisadas, de julgar e classificar como importantes ou

não, desenvolverá também a habilidade de interpretar textos e imagens o que lhe

possibilitará a aprendizagem dessas informações.

Outra abordagem existente sobre o assunto, diz respeito às idéias de Valente (1993)

defensor de que a aprendizagem através do computador faz com que o aluno possa

adquirir conceitos sobre praticamente qualquer domínio. Entretanto, o paradigma

pedagógico de como isso acontece oscila entre dois grandes pólos. Computadores

(hardware), o software (o programa de computador que permite a interação homem–

computador) e o aluno. Porém, o que estabelece é a maneira como esses artefatos

tecnológicos são usados. De um lado está o computador, que através do software,

ensina o aluno. Enquanto no outro, o aluno, através do software, ‘ensina’ o

computador. Segundo Moran (2000, p. 23):

Aprendemos melhor quando vivenciamos,experimentamos, sentimos.

Aprendemos quando relacionamos, estabelecemos vínculos, laços, entre o

que estava solto, caótico, disperso, integrando-o em um novo contexto,

dando-lhe significado, encontrando um novo sentido. [...] aprendemos pelo

pensamento divergente, por meio de tensão, da busca, e pela

convergência, pela organização, pela integração.

Neste contexto temos, também, o pensamento de Vygotsky (1993), afirmando

que o aluno internaliza suas ações e constrói modelos (ou mundos artificiais) sobre o

mundo real a partir das interações sociais. Solicita-se a ele que, utilizando uma

ferramenta de modelagem, dê início a um processo interativo de externalização do

conteúdo dos modelos mentais. Um modelo computacional inicial é feito e agora ele

pode pensar sobre seu pensamento, começando a internalizar o comportamento

17

descrito no modelo, iniciando um processo de comparação desse comportamento

com o esperado pelos modelos mentais.

Santos (1993) aborda que o computador como ferramenta cognitiva pode

amplificar, estender e enriquecer o processo de aprendizagem. Que isso significa a

diminuição do trabalho de memorizar informações, a recuperação de informações

previamente aprendidas e necessárias para ajudar o aluno na aprendizagem

específica de novas informações e no auxílio à estruturação e integração de novas

idéias, aquelas já existentes. O autor enfatiza, também, que o processo de

aprendizagem, apoiado por ferramentas computacionais levaria o aluno a usar

estratégias cognitivas de nível superior. Tais como formulação de hipóteses e

tomadas de decisão.

A utilização dessas ferramentas computacionais pode contribuir com o

processo de aprendizagem e inclusão de educandos com Deficiência Física, tanto

no ambiente escolar como na sociedade como um todo, pois ajudará esses

educandos estenderem seus horizontes e enriquecer ainda mais seus

conhecimentos, não tendo a obrigação de memorizar informações, mas sim

selecioná-las, julgá-las e, desse modo, integrá-las as idéias já existentes.

Nessa perspectiva, o uso do computador poderá contribuir/favorecer o

desenvolvimento da aprendizagem desses educandos, visto que estes não

apresentam dificuldades de aprendizagem, porém uma deficiência. Razão que não

justifica a escola negar-lhes o direito e acesso ao uso das novas tecnologias no

contexto escolar.

No art. 58, parágrafo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional define que a educação da criança com necessidades educacionais

especiais será realizada preferencialmente na rede regular de ensino. As escolas

necessitam, portanto, adaptar-se a essa realidade por meio de um desenvolvimento

no sentido da diferenciação de intervenção que possibilite respostas adaptadas à

realidade de cada criança e que dê a todas elas oportunidades de aprendizagem e

desenvolvimento. Nesse processo, as crianças devem ser consideradas como

elementos chave nas decisões sobre métodos de ensino a utilizar, devendo,

sempre que possível funcionar como ponto de referência nas decisões relacionadas

com os assuntos e conteúdos a serem apreendidos pelos educandos com

Deficiência física.

18

Também no parágrafo IV da Lei nº. 9394/96, Art. 59, estabelece as

diretrizes e bases da Educação Nacional, no seu parágrafo IV coloca que os

sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:

Educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida

em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem

capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com

os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma

habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora.

Em meio a esse mundo informatizado o computador tornou-se uma

ferramenta indispensável no tráfego de informações.

Por acreditar que a integração de educandos com Deficiência física no

mundo tecnológico através do uso das ferramentas computacionais, pode

oportunizar a aquisição de novos conhecimentos, além de facilitar a comunicação,

capacitar e qualificar esses educandos com necessidades educacionais especiais

para serem inseridos no mercado de trabalho, com condições de igualdade com o

meio tecnológico, é que o uso dessas ferramentas se torna de suma importância

para o aprendizado desses educandos deficientes físicos, Contribuindo dessa

maneira com o desenvolvimento da autonomia, da criatividade, da organização do

pensamento e do espírito critico.

De acordo com a lei maior, a Constituição Brasileira, toda pessoa tem

direito à educação, e a escola deve levar em conta a diversidade das características

dos seres humanos. A igualdade de oportunidades está assegurada na Lei de

Diretrizes e Bases n.º 9.394 /96.

A utilização da informática pelas pessoas com deficiência acontece

através de recursos adaptados. Existem, no mercado, diversos softwares e

periféricos de computadores que foram elaborados visando auxiliar pessoas com

necessidades especiais, em relação aos deficientes Físicos pode-se utilizar: tela

sensível (toque/sopro), substitutos de mouse, pulsadores e apontadores, Simulador

de teclado, ERA (Emulador de rato), entre outras adaptações Ribas (1998,p.98)

aponta num fator crucial que é: “Pensar numa sociedade melhor para as pessoas

deficientes é necessariamente também pensar numa sociedade melhor para todos

nós.”

19

CAPÍTULO ll

1.2 - O computador como ferramenta de suporte à aprendizagem doaluno deficiente físico

Segundo Coutinho (2000), as novas tecnologias da comunicação e da

informação (NTIC) no ensino básico podem contribuir para a alfabetização científica

e tecnológica da população, elementos importantes para o sucesso em mercados

cada vez mais tecnológicos e sofisticados.

Todavia, para que haja esta contribuição, Silvera (2001) enfatiza que não

basta introduzir computadores na escola. É preciso discutir seu uso educativo e

buscar incorporá-los ao processo ensino e aprendizagem. Defende, também, a

necessidade de formar adequadamente professores para inserir a informática

educativa nos processos escolares para evitar a subutilização dos laboratórios de

informática nas escolas que contam com ambiente informatizado.

Numa abordagem de continuidade, de formação reflexiva para o uso

crítico da informática na educação, Almeida (1998, p. 67) afirma que o professor

deve ser preparado para desenvolver as seguintes competências:

� Estar aberto a aprender a aprender;

� Atuar a partir de temas emergentes no contexto e de interesse dos alunos;

� Promover o desenvolvimento de projetos cooperativos;

� Assumir atitude de investigador do conhecimento e da aprendizagem do

aluno;

� Propiciar a reflexão, a depuração e o pensar sobre o pensar;

� Dominar recursos computacionais;

� Identificar as potencialidades de aplicação desses recursos na prática

pedagógica;

� Desenvolver um processo de reflexão na prática e sobre a prática,

reelaborando continuamente teorias que orientem sua atitude de mediação.

Nessa ótica, a formação continuada de professores para integração das

novas tecnologias no contexto educacional, é uma necessidade que permeia esse

movimento de articulação entre teoria e prática. Nesta abordagem, novas propostas

didáticas são requisitadas como o trabalho interdisciplinar, aprendizagem por

projetos, a prática reflexiva, o trabalho em equipe, ou seja, a construção da rede de

conhecimentos tecida coletivamente pelos atores que protagonizam o espaço

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escolar. Ainda mais se tratando de cidadãos especiais, como é o caso dos

deficientes físicos que deve ter direito e acesso a uma educação de qualidade.

A partir desses desafios, as competências que cada sujeito assume neste

processo de construção do conhecimento. Moran (2000, p. 14) aponta três variáveis

para uma educação de qualidade:

� Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto pedagógico

coerente, aberto, participativo, com infra-estrutura adequada, atualizada, confortável,

tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas.

� Uma organização que congregue: docentes bem preparados intelectual,

emocional, comunicacional e eticamente, bem remunerados, motivados e com boas

condições profissionais e onde haja circunstâncias favoráveis a uma relação efetiva

com os alunos que facilite conhecê-los, acompanhá-los, orientá-los.

� Uma organização que tenha alunos motivados, preparados intelectual e

emocionalmente, com capacidade de gerenciamento pessoal e grupal.

A premissa conforme Moran (2000) é que uma educação de qualidade

representa um custo muito alto para as instituições, que na maioria das vezes, estas

apresentam poucos materiais pedagógicos, professores desmotivados, alunos pouco

motivados, infra-estrutura sucateada, por isso inadequada à criação de novos

ambientes de aprendizagem. O autor advoga, ainda, que esses são desafios que

temos por um longo período de tempo, mas que é a partir destes processos

reflexivos que poderemos fazer valer o cumprimento do que está estabelecido na Lei

de Diretrizes e Bases que é a de oferecer uma educação de qualidade a todos, bem

como garantir o acesso e permanência de todos, respeitando a sua diversidade

cultural. É o compromisso de re-pensar o papel da educação que nos impulsionará a

buscar uma educação integradora de todos os cidadãos com suas peculiaridades.

Esse compromisso da educação nos remete as idéias de Perrenoud

(2000), quando afirma que:

Formar para as novas tecnologias é formar o julgamento, o senso crítico, o

pensamento hipotético e dedutivo, as faculdades de observação e de

pesquisa, a imaginação, a capacidade de memorizar e classificar, a leitura

e a análise de textos e de imagens, a representação de redes, de

procedimentos e de estratégias de comunicação.

O educando que utiliza as novas tecnologias tem, também, o papel de

selecionar as informações pesquisadas, de julgar e classificar como importantes ou

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não, desenvolverá também a habilidade de interpretar textos e imagens o que lhe

possibilitará a aprendizagem dessas informações.

Outra abordagem existente sobre o assunto, diz respeito às idéias de

Valente (1993) defensor de que a aprendizagem através do computador faz com que

o aluno possa adquirir conceitos sobre praticamente qualquer domínio. Entretanto, o

paradigma pedagógico de como isso acontece oscila entre dois grandes pólos.

Computadores (hardware), o software (o programa de computador que permite a

interação homem–computador) e o aluno. Porém, o que estabelece é a maneira

como esses artefatos tecnológicos são usados. De um lado está o computador, que

através do software, ensina o aluno. Enquanto no outro, o aluno, através do

software, ‘ensina’ o computador. Segundo Moran (2000, p. 23):Aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos.

Aprendemos quando relacionamos, estabelecemos vínculos, laços, entre o

que estava solto, caótico, disperso, integrando-o em um novo contexto,

dando-lhe significado, encontrando um novo sentido. [...] aprendemos pelo

pensamento divergente, por meio de tensão, da busca, e pela

convergência, pela organização, pela integração.

Neste contexto temos, também, o pensamento de Vygotsky (1993),

afirmando que o aluno internaliza suas ações e constrói modelos (ou mundos

artificiais) sobre o mundo real a partir das interações sociais. Solicita-se a ele que,

utilizando uma ferramenta de modelagem, dê início a um processo interativo de

externalização do conteúdo dos modelos mentais. Um modelo computacional inicial

é feito e agora ele pode pensar sobre seu pensamento, começando a internalizar o

comportamento descrito no modelo, iniciando um processo de comparação desse

comportamento com o esperado pelos modelos mentais.

Santos (1993) aborda que o computador como ferramenta cognitiva

pode amplificar, estender e enriquecer o processo de aprendizagem. Que isso

significa a diminuição do trabalho de memorizar informações, a recuperação de

informações previamente aprendidas e necessárias para ajudar o aluno na

aprendizagem específica de novas informações e no auxílio à estruturação e

integração de novas idéias, aquelas já existentes. O autor enfatiza, também, que o

processo de aprendizagem, apoiado por ferramentas computacionais levaria o aluno

a usar estratégias cognitivas de nível superior. Tais como formulação de hipóteses e

tomadas de decisão.

22

A utilização dessas ferramentas computacionais pode contribuir com o

processo de aprendizagem e inclusão de educandos com Deficiência Física, tanto

no ambiente escolar como na sociedade como um todo, pois ajudará esses

educandos estenderem seus horizontes e enriquecer ainda mais seus

conhecimentos, não tendo a obrigação de memorizar informações, mas sim

selecioná-las, julgá-las e, desse modo, integrá-las as idéias já existentes.

Nessa perspectiva, o uso do computador poderá contribuir/favorecer o

desenvolvimento da aprendizagem desses educandos, visto que estes não

apresentam dificuldades de aprendizagem, porém uma deficiência. Razão que não

justifica a escola negar-lhes o direito e acesso ao uso das novas tecnologias no

contexto escolar.

No art. 58, parágrafo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional define que a educação da criança com necessidades educacionais

especiais será realizada preferencialmente na rede regular de ensino. As escolas

necessitam, portanto, adaptar-se a essa realidade por meio de um desenvolvimento

no sentido da diferenciação de intervenção que possibilite respostas adaptadas à

realidade de cada criança e que dê a todas elas oportunidades de aprendizagem e

desenvolvimento. Nesse processo, as crianças devem ser consideradas como

elementos chave nas decisões sobre métodos de ensino a utilizar, devendo, sempre

que possível funcionar como ponto de referência nas decisões relacionadas com os

assuntos e conteúdos a serem apreendidos pelos educandos com Deficiência física.

Também no parágrafo IV da Lei nº. 9394/96, Art. 59, estabelece as

diretrizes e bases da Educação Nacional, no seu parágrafo IV coloca que os

sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:

educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida

em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem

capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com

os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma

habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora.

A lei existe, mas nem sempre é cumprida em todos os seus termos, os

educandos com necessidades especiais recebem educação igualitária dos demais

alunos e nada mais, nem uma atividade ou projeto de inclusão desses educandos no

mercado de trabalho, algo que irá lhe possibilitar uma vida ativa nesse mercado o

que ele recebe é apenas uma educação que lhe possibilitará desenvolver

23

competências para aprender os conteúdos propostos pelo professor e ser aprovado

para série seguinte. Não há uma preocupação por parte de a escola desenvolver

nesse educando competências para o trabalho e uma vida em sociedade.

CAPITULO III

1.3 - Interação do Professor com as Tecnologias da Informação e da

Comunicação

As tecnologias da informação e da comunicação vêm ganhando espaço

cada vez maior na sociedade atual, estando inseridas em praticamente todos os

segmentos, auxiliando e facilitando as diversas atividades desenvolvidas no dia-a-

dia de milhões de pessoas, tornando-se indispensável para o tráfego de informações

neste mundo da era da comunicação. Cada vez mais nos sentimos dependentes

dessa tecnologia que vem se tornando mais e mais indispensável à sociedade

agitada e globalizada em que vivemos, estamos na era da comunicação, onde

nossos alunos interagem simultaneamente em questões de segundos sem barreiras

para a comunicação. O mundo à distância de um clique.

Com todo esse desenvolvimento da tecnologia e essa necessidade de

saber cada vez mais, de estar informado e conectado ao mundo, a comunicação e

as ferramentas computacionais se tornaram indispensáveis também para a

educação, pois com toda a velocidade que a informação transita no meio tecnológico

os educandos estão a cada dia mais exigentes e críticos, fazendo com que os

profissionais da educação estejam preparados e atualizados para atender a essa

nova geração conectada ao mundo e cheia de curiosidades e anseios. Com isso

surgem novas competências á serem agregadas ao papel do professor, pois para

acompanhar seus educandos precisam falar a mesma língua que eles. Isso significa

estar atento aos novos meios de comunicação e informação, bem nos alerta

Haetinger (2006), não correr o risco de estar falando outra língua na sala de aula.

Muitas vezes, este turbilhão de informações imediatas que nossos

educandos recebem todos os dias nos assusta e traz inquietudes, pois para

acompanhar toda essa informação recebida por eles o professor precisa estar em

constante capacitação e muito bem informado. Mas é bom lembrar que com essa

facilidade em receber informação o professor tem papel ainda mais importante na

formação de seu educando, pois não basta apenas receber informações prontas e

24

acabadas e sim saber interpretá-las, é ai que entra as competências do profissional

da educação, ajudar seu educando a digerir e interpretar informações recebidas

tornando-se crítico e analítico em suas leituras como nos alerta Masetto (2000), ao

colocar que o professor além de especialista da área em que atua, a partir do uso

das novas tecnologias assumirá o papel de facilitador da aprendizagem do

educando, buscando favorecer a aprendizagem coletiva e, ao mesmo tempo,

desenvolvendo o papel de mediação pedagógica.

No processo de ensinar e aprender, em um mundo com muitas

informações, exige-se hoje muito mais flexibilidade de espaço e de tempo, pessoal e

de grupos, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de

comunicação. Neste contexto “[...] o papel do professor – o papel principal – é ajudar

o educando a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los”. Moran,

(2000, p.30)

Em outras palavras, o profissional da educação será um mediador entre o

educando e as novas tecnologias, desenvolvendo o papel de mediação pedagógica,

sem correr o risco de perder espaço para o computador, pois o professor deve

acompanhar as mudanças da sociedade e adequá-las ao seu conhecimento para

melhor aprendizagem de seus educandos.

Um professor bem preparado e com mentalidade aberta nunca perderá

espaço para o computador e nunca se sentira acuado por ele, fazendo com que o

computador venha somar na aprendizagem, sendo mais um recurso à disposição da

educação como discute Haetinger (2006) ao afirmar que o ensinar é atitude, a

informática é só um recurso técnico, porém, cabe ao educador e educandos

construir esta escola do futuro, não as máquinas. Portanto a atitude do professor

torna-se indispensável nesta sociedade da comunicação e informatização que

estamos vivendo, a atitude de querer aprender e melhorar suas aulas para que se

tornem cada vez mais interessantes e interativas, a atitude que querer aprender para

melhorar a vida em sociedade de seus educando deficiente físico.

25

CAPÍTULO lV

1.4 - Software e hardware Educativos no processo de

Aprendizagem dos deficientes Físicos

Na conjuntura dos tempos modernos, em que estamos vivendo, onde as

informações transitam em questões de segundos queremos ressaltar a importância

do uso da informática e dos Softwares educativos enquanto ferramentas capazes de

contribuir para o desenvolvimento da educação.

MERCADO (2002, p. 95) refere que “é através dos softwares educativos

que o computador é mais utilizado na educação”.

O autor Vygotski, em sua Teoria Histórico Cultural da Atividade, defende a

utilização de instrumentos mediadores, na construção do conhecimento institucional,

"a teoria vygotskiana é instrumental, histórica e cultural". (Apud ABREU, 2006).

Sob a óptica construcionista de uso do computador, Valente, 1995

ressalta sua importância, enquanto ferramenta pedagógica, capaz de contribuir para

a evolução cognitiva do educando, seja na construção de algo novo, seja na

resolução de seus problemas. Essa interação com o computador exige do aluno

todo um processo de reflexão, que de acordo com Piaget, citado por Valente, "pode

produzir níveis de abstração", que por sua vez, "podem provocar alterações na

estrutura mental do educando".

A proposta de trabalho com informática na educação é uma condição

necessária na preparação para a cidadania, uma vez que o computador exerce um

fascínio sobre a maioria das pessoas, constituindo-se em um recurso prazeroso para

a aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento das estruturas do

pensamento, conforme refere Valente, (1998, p.18)

As possibilidades do uso do computador como ferramenta educacional

estão crescendo e os limites dessa expansão são desconhecidos. Cada dia

surge novas maneiras de usar o computador como recurso para enriquecer

e favorecer o processo de aprendizagem.

Em se tratando de educando especiais, existem hoje várias soluções

técnicas e softwares para educandos com necessidades educacionais especiais,são

o que podemos chamar de "Tecnologia Assistiva” que sendo uma área do

conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos,

metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a

funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência,

26

incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência,

qualidade de vida e inclusão social" (ATA VII - Comitê de Ajudas Técnicas - CAT).

A Tecnologia Assistiva, segundo Bersch (2006, p. 2), “deve ser

entendida como um auxílio que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional

deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra

impedida por circunstância de deficiência.”

Para Santarosa (2002, p.75),

As tecnologias assistivas referem-se ao conjunto de recursos que, de

alguma maneira, contribuem para proporcionar aos Portadores de

Necessidades Especiais - PNE, maior independência, qualidade de vida e

inclusão social, por meio de suplemento, manutenção ou devolução de suas

capacidades funcionais.

Estes recursos vão desde uma simples bengala, um par de óculos,

cadeiras de roda, até complexos sistemas computadorizados que permitem o

controle do ambiente ou até a própria expressão do indivíduo.

Os deficientes físicos, que no ambito geral é a incapacidade de utilização

ou da mobilidade dos membros, contam com tecnologias de apoio para pessoas

com deficiências motoras/físicas, foi para este tipo de deficientes que começaram a

aparecer as soluções através da utilização de computadores. Diga-se mesmo, que

toda a filosofia da engenharia de reabilitação se apoiou inicialmente nos deficientes

físicos.

Sabendo que a deficiencia motora não interfere na leitura e audição do

educando, podemos concluir que o problemas de utilizaçao do computador pelo

educando não esta na saíde de informações e sim na entrada, entao podemos dizer

que o problema esta no teclado, devido a isso a importância da posição do mesmo,

pois está ligada ao fato de deficientes físicos possuírem pouca mobilidade corporal,

ficando dificil ter uma boa visão do monitor e do teclado provocando no educando

cansaço e ate mesmo rigidez muscular. Devido a estes problemas o educando

acaba provocando inumeros erros de digitação e grande cansaço, sendo de suma

importância identificar a posição mais facil e coreta para o teclado.

Outro problema enfrentado pelos deficientes fícos é a digitação de

caracteres vizinhos ao desejado, no entanto pode-se resolver esta dificuldade

colocando por sobreposição ao teclado uma placa plástica que possui tantos

orifícios quantos os correspondentes a cada uma das teclas e com uma disposição

27

idêntica permitindo ao deficiente "guiar" os dedos através desses orifícios para a

tecla que deseja.

Em decorrência dessas dificuldades que foram criadas as situações de

adaptação ou as situações de tentativa de utilização de teclados alternativos. As

soluções técnicas hoje são simples e tem a ver com aquilo que se chama a

tecnologia dos "Simple Switches", que permite ao educando deficiênte físico utilizar

o computador atraves de adaptações com apontadores de cabeça, teclados de

papel, tartarugas de solo e inúmeras outras.

Com a modernização dos softwares e perifiricos conseguimos fazer com

que um deficiente que tenha a coordenação motora da cabeça ou dos pés, consiga

digitar, isso tambem é possivel por toque de um dispositivo periférico de entrada em

tudo semelhante ao rato, que não necessita de ser movimentado com a mão. Pode

fazê-lo ainda, através de um teclado alternativo, que seja sensível ao toque seja do

que for. Existem tambem softwares que fazem o controle do teclado através da

contagem ou de identificação de tempo de pressão sobre uma determinada tecla

fazendo que por exemplo se mantivermos a tecla A precionada por um determinado

tempo, o programa identifica esse tempo como utilização do Shift e escreve um A

maiúsculo entre outras opções como os da tecla Ctrl, à tecla Alt e o problema de

repetição de letras por pressão prolongada.

Com a utilização de um software de previsão pode-se facilitar o

desempenho das atividades de um educando com deficiência física que tem a

digitação muito lenta, pois ele irá mostrar uma lista de opções de palavras onde o

educando irá escolher uma alternativa, das quais o educando poderá apenas com

um simples toque, identificar uma palavra completa.

Um dos softwares indicados para trabalhar com educandos deficientes

físicos é o Motrix que é um software que permite que pessoas com deficiências

físicas graves, em especial tetraplegia e distrofia muscular, possam ter acesso a

microcomputadores.

Segundo Borges (2002) o Motrix permite, em especial com a

intermediação da Internet, um acesso amplo à escrita, leitura e comunicação. O uso

do Motrix torna viável a execução pelo tetraplégico de quase todas as operações

que são realizadas por pessoas não portadoras de deficiência mesmo as que

possuem acionamento físico complexo.

28

O MOTRIX vem sendo desenvolvido no Núcleo de Computação Eletrônica

da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde março de 2002, seu

acionamento é feito através de comandos que são falados em um microfone.

Com a utilização de vários programas, O MOTRIX projetaria aos tetraplégicos em

um futuro, executar eventos simples da vida, como acionar televisores, acender ou

apagar lâmpadas através de interruptores eletrônicos executados por

reconhecimento de voz do usuário proprietário do software, também como ampliação

deste padrão de reconhecimento em aparelhos de eletrodomésticos, etc. (BORGES,

2002).

Em síntese, o acesso à cultura atinge níveis espantosamente melhores do

que há poucos anos atrás. De qualquer forma, estudar para um tetraplégico é

sempre muito difícil, pois ele dependerá da ajuda constante de outras pessoas para

escrever e ler. Essa dependência acaba por trazer ao longo do tempo o afastamento

do tetraplégico do universo social, com várias conseqüências de ordem psicológica.

Apesar dessa perspectiva tão negativa, hoje já é possível o acesso a um imenso

arsenal tecnológico tem tornado viável uma vida muito menos penosa, tanto para a

pessoa portadora de tetraplegia quanto pela sua família e a sociedade na qual ele

está inserido. Muitos destes sistemas são ativados por voz, eliminando a

necessidade do uso das mãos. Em alguns casos já estão disponíveis alternativas

pouco convencionais como o acionamento de dispositivos com um sopro ou até pelo

reconhecimento eletrônico do movimento do olho (BORGES, 1997).

Nesta ótica, temos também os aplicativos, que permitem escrever textos e

comandar cursor do mouse e são gratuitos. Entre eles estão o Headmouse e

Teclado Virtual que são utilizados por tetraplégicos dando possibilidades desse

educando acessar redes sociais como o Orkut e Twitter. A Associação de

Assistência à Criança Deficiente (AACD) conquistou a inclusão digital graças aos

aplicativos Headmouse e Teclado Virtual.

Essas tecnologias assitiva foram criadas pela empresa de tecnologia

Indra que lança os programas no Brasil em parceria com a AACD. A empresa tem

como públicos-alvo deficientes físicos que, por terem sua mobilidade reduzida,

apresentam muita dificuldade em utilizar o computador e ter acesso à internet.

Um dos programas é o Headmouse, que permite o controle do cursor do

mouse por movimentos de cabeça. Com expressões faciais, é possível 'clicar' em

links e arquivos. O software faz a identificação da face por meio de uma webcam. Já

29

o Teclado Virtual funciona com dispositivos que controlam o cursor na tela - joystick,

touchpad e o próprio Headmouse. O teclado tem algoritmos com previsão de

palavras em cinco idiomas: espanhol, catalão, inglês, francês e italiano. A função

que prevê, sugere e aprende novas palavras será oferecida também em português.

(LUCA, 2009).

Já o software Eugênio foi concebido para acelerar o processo de escrita

das pessoas com limitações motoras e funciona em conjunto com o programa

Microsoft Word para sugerir palavras que completem o texto que está a ser editado.

O Eugénio analisa a vizinhança do cursor e sugere um número configurável de

palavras que, na sua opinião, são mais relevantes no contexto. Este agente foi

concebido para acelerar o processo de escrita a pessoas com limitações motoras. O

programa foi desenvolvido em colaboração entre a Escola Superior de Tecnolgia e

Gestão (ESTIG) de Beja, o Laboratório de Sistemas de Língua Falada (L2F) do

INESC ID e o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral de Beja (CPCB). A

utilização do programa é gratuita para uso particular.

Na sua nova versão o Eugênio oferece também um teclado virtual

configurável com a possibilidade de várias formas de varrimento. Adicionou-se

também a facilidade de leitura quando utilizado em conjunto com um sintetizador de

fala, o Eugênio passou a permitir também a utilização de abreviaturas para a

aceleração da escrita.

Outra opção de tecnologia assitiva é o teclado comunique que é um teclado de tela

para auxílio da comunicação escrita, o mesmo foi desenvolvido pela terapeuta

ocupacional Miryam Pelosi para auxiliar a escrita de pessoas com dificuldades

físicas. Suas teclas reproduzem as teclas do teclado convencional com recursos

auxiliares como a abreviatura associada a letras do teclado e um dicionário que

auxilia a predição de palavras.

O Teclado Comunique disponibiliza os recursos de predição de palavras

inseridas no dicionário, ou seja, quando uma letra é escolhida pelo usuário as

palavras que começam com aquela letra aparecem na lateral esquerda da tela.

Quando escolhida a palavra, esta é inserida no texto. Abreviatura associada às

teclas do Teclado Comunique onde o educando deve apertar # e a letra na qual a

abreviatura foi associada. O texto será inserido automaticamente. Para Browning,

(2007 pag. 91)

30

Teclados alternativos oferecem ao usuário uma variedade de tamanhos

diferentes com funções e características diferentes. Alguns permitem que o

usuário programe o teclado de acordo com as suas necessidades como o

IntelliKeys.

O teclado IntelliKeys adquire funções inéditas sendo possível criar no

computador infinitas atividades pedagógicas, transformando material curricular em

jogos atraentes e educativos. Com este teclado o educando pode superar as

dificuldades de acesso dos teclados convencionais, pois é um teclado que muda de

aparência em segundos, permitindo acesso físico, visual e cognitivo para pessoas

portadoras de dificuldades. Alem de funcionar com qualquer programa oferece uma

excelente acessibilidade pela superfície sem barreiras, este teclado apresenta ainda

duas entradas programáveis e independentes para o uso de acionadores, que

permite o funcionamento de programas por varredura.

Segundo Browning (2007), as lâminas alfabéticas do IntelliKeys

apresentam teclas grandes e bem espaçadas permitindo uma boa identificação

cognitiva e bom acesso físico. Cores contrastantes e disposição lógica auxiliam o

acesso visual. Um grande teclado numérico também está disponível para aplicações

de base matemática e as funções do mouse têm acesso facilitado graças à lâmina

especialmente projetada para este fim. O teclado apresenta também muitas outras

funções de acesso integradas.

Figura 4.1 – teclado Intellkeys

31

A interface do programa é em inglês, porém, todas as atividades criadas

geram atividades em Português, inclusive a reprodução dos sons e falas gravados.

Acompanhando o intelliKeys temos o programa Overlay Maker, que é um

software de desenho, que permite criar o teclado do jeito que se quer. Este

programa é responsável pela geração de lâminas (overlays), que serão aplicadas

sobre o teclado IntelliKeys fazendo-o responder pelos pressionamentos efetuados.

Este programa disponibiliza uma grande flexibilidade na criação de seu teclado

personalizado, onde você pode criar nele todas as teclas necessárias, identificadas

por qualquer tipo de letra e tamanho. Pode-se também usar cores e padrões de

preenchimento escolhidos pelo usuário, selecionar figuras disponíveis no próprio

programa ou também pode aplicar qualquer outra imagem digitalizada, como fotos

escaneadas, arquivos tipo clip-art ou qualquer figura de seu software de desenho

preferido.

O programa também disponibiliza amostras de arquivos com lâminas

prontas para uso em comunicação alternativa e aumentativa, trabalhos com

linguagem, matemática, passatempos, entre outros.

Figura 4.2 Figura 4.3

Outro software de imensa relevância no âmbito da deficiência física é o

Tracker Pro, onde o educando pode controlar o computador apenas com o

movimento da cabeça, utilizando apenas um pequeno ponto adesivo, aplicado na

testa ou óculos do usuário, o software detecta os movimentos da cabeça e

transforma em deslocamento do cursor na tela do computador. Com este software o

deficiente físico consegue amenizar suas dificuldades motoras e controlar o

movimento do cursor.

O software Magic Cursor, que acompanha o TrackerPro, potencializa

suas funções agregando a geração automática das funções do mouse, como o

clique, duplo-clique, arrastar e tecla direita. Possui temporizações ajustáveis à

performance de cada usuário.

32

O Boardmaker (BM) e o Speaking Dynamically Pro (SDP) são partes

separadas do mesmo programa, que partilham a mesma janela de desenho e

ferramentas de criação de quadros. O Boardmaker contém bibliotecas com mais de

5000 Símbolos Pictográficos para a Comunicação (SPC) que são utilizados para

criar quadros de comunicação impressos, grelhas para equipamentos de

comunicação, fichas de trabalho, etc.

O Speaking Dynamically Pro permite atribuir uma variedade de ações a

botões de qualquer quadro criado para que se possa utilizar o computador como um

poderoso equipamento para a Comunicação. Os quadros criados no BM podem ser

utilizados pelo SDP e vice-versa. Poderá ainda criar atividades interativas para

utilização na escola, na terapia da fala, etc.

Com o software Speaking Dynamically Pro - SDP o usuário pode

transformar seu computador em um eficaz recurso de educação e de comunicação

alternativa, pois é um programa fácil de usar e que trabalha integrado ao

Boardmaker, permitindo criar inúmeras e ricas atividades interativas educacionais e

de comunicação com acessibilidade total. Com o Speaking Dynamically Pro é

possível: geração de fala a partir de texto, por sintetizador de voz de alta qualidade

em Português Brasileiro - RealSpeak - 1 voz feminina; gravação e reprodução de

voz gravada digitalmente no próprio computador; importação e aplicação de figuras

ou fotos de câmera digital; teclas com símbolos, fotos ou texto; múltiplos modos de

acesso, com opções completas de varredura; retorno auditivo; construção de frases

usando letras ou símbolos; pranchas de contexto; respostas aleatórias para criação

de jogos; abertura de outros programas e aplicativos; reprodução de filmes ou

animações na face da tecla ou na prancha toda; criar teclados virtuais com as

importantes funções de abreviação, expansão e predição de palavras; usar de

imediato mais de 350 pranchas interligadas prontas; se necessário, personalize-as

para o usuário a seu gosto.

Com o SDP seu computador se transforma em um poderoso recurso para

comunicação com pranchas interligadas e voz que permitirá: Comunicação efetiva;

Avaliação; Aprendizagem; Livros falarem; Atividades de escrita; Ensino de modos de

acesso com varredura, acionadores, telas de toque, teclados virtuais, apontadores

de cabeça, etc.;Criação de atividades escolares para a inclusão.

As Tecnologias Assistiva citadas acima demonstram que a informática e

os softwares educativos revelam uma nova maneira de olhar o educando portador

33

de deficiência física, pois através deles esse educando desenvolve ainda mais o

gosto e prazer de aprender, a capacidade de ainda mais aprender a aprender e a

curiosidade intelectual.

Com a implementação de computadores na educação mudou

significativamente as formas de aprender e ensinar. Essas máquinas tornaram-se

ferramenta educacional muito importante, pois através delas, o educando se sente

motivado para executar operações de seu interesse, e se sente também

independente e capaz de resolver seus problemas e construir seu próprio

conhecimento.

Entendemos então a importância desses programas e hardwares para o

desenvolvimento da aprendizagem, interação e desenvolvimento pessoal desses

educandos com deficiência física.

34

CAPÍTULO V

1.5 - Reflexões sobre as propostas implementadas no ambiente

informatizado com os alunos deficientes físicos

Para análise das escolas municipais de Sorriso pode-se encontrar alguma

propostas de uso das ferramentas computacionais no processo de ensino-

aprendizagem dos estudantes deficientes Físicos dos anos iniciais do Ensino

Fundamental, como também compreender se o uso destas ferramentas facilita a

aprendizagem dos educandos especiais. Para dar um caráter científico no trabalho,

foram entrevistados professores que trabalham há mais de dez anos em salas de

Atendimento Educacional Especializada (AEE), todos graduados em pedagogia e

pós-graduados em áreas ligadas a estudos com alunos especiais. Portanto, são

professores que tem uma longa trajetória quanto ao atendimento de alunos

portadores de deficiência física (PNEs).

Para melhor análise e compreensão das opiniões optou-se determinar cada

entrevistado com as referidas letras: “A”, “B” e “C”. Pois, assim suas reflexões seriam

analisadas de forma mais sucintas e, ao mesmo tempo possibilitando uma discussão

mais aprofundada do tema que é o nosso intuito.

Ao ser perguntado se na escola ha uma proposta de uso de ferramentas

computacionais no processo de ensino-aprendizagem dos alunos com deficiência

física, verificou-se que em algumas escolas já possuem uma proposta mais definida

no que diz respeito aos instrumentos que facilitam o trabalho com o aluno. De

acordo com a entrevistada “B” na escola ha uma proposta de uso de ferramentas

computacionais na sala de AEE:

Os alunos usam computadores adaptados com acionadores de pulsão,

pressão, teclado de colméia, além destes Hardwares são utilizados, alguns

sofwares como pranhas de comunicação e outros privados como softwares,

escrevendo com símbolos boardmarker, dispositivos no painel de controle.

Enquanto que em outras ainda está em processo de discussão e construção

quanto aos recursos. Fica claro na fala da entrevistada “A” “Até o momento não

temos uma proposta formalizada. O que se faz é utilizar o computador conforme as

atividades programadas possibilitam.”

De acordo com Haetinger (1998, p. 09) “A maior luta atual é por um ensino

mais humano, voltado para o real interesse dos alunos, tornando-os agentes do

processo educacional”. A escola, por sua vez, tem um papel preponderante em

35

integrar todos os alunos nos recursos computacionais, onde todos possam se

desenvolver individualmente suas potencialidades e habilidades de acordo com suas

capacidades e limitações. Portanto, é necessário que a escola busque por meio de

novas tecnologias de ensino uma base educacional consistente que leve o aluno a

aprender de forma significativa.

A capacitação do professor para a utilização dos recursos computacionais é

um fator importante no processo de aquisição do conhecimento do educando. Ao ser

questionado se há professores capacitados na rede municipal para o uso dessas

ferramentas, as respostas foram unânimes entre os entrevistados, como coloca a

entrevistada “C”Não temos um professor específico para a determinada área. Quem

trabalha no computador com os alunos é o professor regente e o professor

da sala de AEE. Quanta à formação, a escola e a secretaria de Educação

ofereceu alguns cursos, mas é necessário muito mais treinamento.

A capacitação de professores é fator essencial para qualidade da educação

brasileira em todo sistema educacional. Na formação de professores de educação

especial é uma questão que precisa de uma atenção maior por parte dos

governantes, além de empenho e estudos por parte de pesquisadores. Para Mendes

(2002, p. 56)

[...] a formação de professores é mais uma das urgentes pautas que devem

entrar na imensa agenda da pesquisa e da política nacional na área da

educação, decorrente do debate sobre educação inclusiva e das reformas

no sistema educacional impostas pela Lei de Diretrizes e Bases da

Educação.

A utilização do computador também pode representar um instrumento

pedagógico de extrema importância para o processo de aprendizagem de pessoas

portadoras de deficiências especiais, pois através de seus recursos possibilita e

promove a socialização e a produção dos conhecimentos culturalmente construídos

e fundamentalmente pode servir como facilitador da aprendizagem. De acordo

Valente (1999, p. 17):

O computador significa para o deficiente físico um caderno eletrônico; para

o deficiente auditivo, a ponte entre o concreto e o abstrato; para o deficiente

visual, o integrador de conhecimento; para o autista, o mediador da

interação com a realidade; e, para o deficiente mental, um objeto desafiador

de suas capacidades intelectual.

36

A escola precisa buscar formas e estratégias para fazer com que esses

recursos computacionais cheguem até a sala de AEE e contribuam para a formação

dos educandos com deficiência, o que nem sempre é uma tarefa simples. Além

disso, essas ações demandam tempo, planejamento e recursos para sua efetivação.

A utilização do computador como um instrumento alternativo para promover a

aprendizagem e habilidades dos alunos portadores de deficiência física é presente

nas escolas, pois ao ser perguntado sobre quais softwares e programas os

professores utilizam, ficou clara através das respostas que possuem alguns

softwares cujo seu uso se dá de acordo com a necessidade do aluno como, por

exemplo, o: Softwares escrevendo com símbolos – auxilia a criança com dificuldade

na fala ou dificuldade de aprendizagem; Softwares Board Maker como escrevendo –

tem a mesma utilidade, mas é mais completo. Com ele pode-se criar pranchas de

comunicação, pranchas interligadas sobre temas e assuntos estudados; Programa

Dos - Vox – instalado para cegos; Também utilizam internet e diversos jogos

pedagógicos em DVDs.

Os softwares devem são vistos como complemento nos processo de ensino,

facilitando a aprendizagem em diferentes situações, auxiliando o sujeito na

aprendizagem da leitura e da escrita. De acordo com o (PCN, 1998, p.151):

Para que o professor possa propor boas situações de aprendizagem

utilizando os computadores, é fundamental conhecer os softwares que se

pretende utilizar para problematizar conteúdos curriculares. Por isso, cada

software deve ser explorado pelos professores com o objetivo de identificar

as possibilidades de trabalho pedagógico.

Vale ressaltar, que o uso do computador para os alunos portadores de

deficiência, muitas vezes, é mais necessário do que para alunos ditos “normais”,

haja vista que dependendo do grau de deficiência, a adaptação é fundamental e que

dessa nova ferramenta que surge no contexto escolar oportuniza o aluno as

condições básicas do que ele necessita no auxilio de suas habilidades levando-o a

construção do seu próprio conhecimento. A este respeito, Haetinger (2003, p. 52)

afirma que:

Utilizar a informática como recurso pedagógico é mais do que querer é uma

ação necessária para a exploração de todas as possibilidades do saber.

Porém, ainda mais importante, é proporcionar aos aprendizes o prazer de

pensar livre e criativo, oferecendo, a cada um deles, a oportunidade de

crescimento pessoal, social e cultural.

37

Embora os professores utilizem softwares para o desenvolvimento dos

trabalhos com os alunos, nota-se em suas respostas quanto às dificuldades

encontradas por eles para a utilização do computador, podendo destacar as

principais que são de ordem estrutural física, formação continuada dos professores e

dificuldades advindas do próprio processo de aprendizado do aluno. Isso ficou

evidente nas opiniões das professoras “A” e “B”.

Ordem estrutural física:

Falta de recursos próprios voltados exclusivamente aos PNEs que visem à

aquisição de materiais necessários para os trabalhos pedagógicos com os mesmos;

Falta de apoio técnico e orientação para a aquisição e para o uso dos

recursos conforme a necessidade.

Formação dos professores:

Falta de uma formação continuada não só para os professores das salas de

Atendimento Educacional Especializado - AEE, mas também para os professores

das salas regulares, uma vez que os mesmos recebem os alunos PNEs em salas

regulares;

Vale aqui pontuar que não basta o professor participar de cursos de

capacitação e formação para a tecnologia, é necessário que ele se aproprie deste

conhecimento e junte aos conhecimentos que já possui para poder transpor

didaticamente. Ou seja, esta apropriação significa que o professor deve conhecer

que existe o recurso e se empenhar na aprendizagem de suas possibilidades e

assim, construir cada vez idéias novas para a utilização da tecnologia, inovar

sempre. Só ter um curso e voltar para a sala de aula com as mesmas práticas é

tempo perdido, é imprescindível que o professor se aventure ao novo e tire o melhor

de seus estudos.

Dificuldades com os alunos no processo de aprendizado:

Dificuldades relacionadas aos movimentos involuntários, fruto da deficiência

física (Paralisia Cerebral) ou perda de movimento resultante da deficiência

degenerativa e outras mais.

Através da utilização da informática educativa como recurso didático com

alunos especiais, surge um conjunto de características que tornam bastante

adequadas as tarefas do processo de ensino e aprendizagem. Para as professoras

entrevistadas o computador é uma ferramenta que pode contribuir muito na melhoria

do processo de aprendizagem dos alunos, como fica claro em uma das respostas da

38

professora “A.” “O computador pode ser um recurso de comunicação alternativo, que

possibilita a acessibilidade e ameniza as dificuldades enfrentadas pelo deficiente

físico.”

Nessa linha de raciocínio, Valente (1999, p.1) leva à reflexão que:

... a utilização do computador na educação é muito mais diversificada,

interessante e desafiadora, do que simplesmente a de transmitir informação

ao aprendiz. O computador pode ser também utilizado para enriquecer

ambientes de aprendizagem e auxiliar o aprendiz no processo de

construção do seu conhecimento.

Num contexto mais amplo, pode-se considerar que o computador deve

proporcionar aos alunos condições para que eles possam exercitar a capacidade de

procurar selecionar informações, resolver problemas e aprender de forma autônoma,

isto é, passar a ser construtor de seu próprio conhecimento.

Também, deve ter em mente que a informática educativa é um recurso de

grande importância no contexto educacional aos alunos PNEs. Porém, ela não pode

ser entendida e utilizada como um recurso meramente tecnicista, mas sim como um

recurso de várias possibilidades que poderá contribuir para o desenvolvimento do

raciocínio lógico e promoção da acessibilidade. Conforme refere Valente, (1998,

p.18) “as possibilidades do uso do computador como ferramenta educacional estão

crescendo... Cada dia surge novas maneiras de usar o computador como recurso

para enriquecer e favorecer o processo de aprendizagem.”

A utilização das ferramentas computacionais tem trazidos ótimos resultados

para a aprendizagem e socialização dos alunos. Pois, percebe-se isso na fala da

professora “C”:Ao trabalhar com os alunos utilizando o computador, percebo que ficam

mais motivados, gostam de participar, interagem melhor, mais atentos,

melhora os movimentos, a coordenação motora, a percepção visual, vejo

satisfação nos olhos deles e ficam com expectativas para retornar num

outro dia.

Com a utilização recursos educativos, o professor pode propiciar aos alunos a

socialização, desenvolver a criatividade e a imaginação, memória, atenção, além de

proporcionar oportunidades de autoconhecimento, de descobertas de

potencialidades, promoverem a auto-estima e a prática de exercícios de

relacionamento social.

39

Assim, o computador, diante desse contexto, pode contribuir com o processo

de desenvolvimento individual do estudante e, também, pode ser fonte de

informação e inclusão digital e social. Como o interesse dos alunos em manusear o

computador é significante, nada mais pedagógico que usar este interesse em favor

do processo de ensino e aprendizagem dos mesmos. Valente (1999, p. 52) pontua

que:

Ao utilizar o computador, o aluno analisa, questiona as várias informações

que recebe e este processo contribui na construção do seu conhecimento.

Quanto mais o aluno interage com o computador, mais informações ele

recebe, as quais colaboram para a construção do seu conhecimento

Portanto, cabe ao professor criar situações de ensino e aprendizagem em que

o aluno busque as informações. As atividades propostas pelo professor possam ser

ricas em oportunidades, que desafiem o aluno, que lhe permitam ações de

exploração, de interação, de compreensão. Pois, essa ferramenta exige dos alunos

a compreensão do que fizeram e ao mesmo tempo do que precisam fazer para

alcançar o objetivo proposto.

40

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, a importância da tecnologia na área da educação está

crescendo cada vez mais e é muito discutida, e quando falamos de educação

especial ela se torna quase obrigatória, uma vez que muitas pessoas dependem

desse meio para ter acesso ao aprendizado e adquirir as habilidades básicas que

são de direito de todo cidadão.

A inserção de computadores na educação levou a uma mudança nas

formas de aprender e ensinar. Essas máquinas tornaram-se ferramenta educacional

muito importante, pois através delas, a criança se sente motivada para executar

operações de seu interesse, e se sente também independente e capaz de resolver

seus problemas e construir seu próprio conhecimento.

Frente às constantes tentativas de inovar o processo ensino-

aprendizagem, ficam claras as contribuições que a utilização de meios

convencionais, sejam eles a televisão, a calculadora, os jogos, o computador, o livro

ou qualquer outro, proporcionam ao educando.

Tais recursos pedagógicos oportunizam aos educandos a possibilidade

de estar construindo seu próprio conhecimento, através da interação com o objeto, o

que os estimula a pensar, a alcançar níveis mais elevados de abstração, a refletir, a

criar estratégias, manipular conceitos, acarretando conseqüências benéficas no que

se refere a adaptação às constantes mudanças sociais, assim como ao pleno

exercício da cidadania e do trabalho.

A implementação do computador e dos softwares educativos no ensino,

tornam tal processo dinâmico, atraente, versátil. Trata-se de um meio capaz de

produzir e difundir o conhecimento, tanto ao professor, quanto ao aluno. Para a

utilização desses recursos aconteça com sucesso, faz-se necessário a existência de

um planejamento-prévio, amplo, elaborado, que objetive o estabelecimento da

interface aluno máquina, e a construção de um ambiente desafiador

Assim, uma proposta de uso das ferramentas computacionais no

processo de ensino e aprendizagem dos portadores de necessidades especiais-

PNEs, pode contribuir significativamente com o processo de desenvolvimento

individual do estudante e, também, pode ser fonte de informação e inclusão digital e

social. Como o interesse dos alunos em manusear o computador é significante, nada

41

mais pedagógico que usar este interesse em favor do processo de ensino e

aprendizagem dos mesmos.

Para os alunos portadores de deficiência física, esta interação com a

máquina, deixa-os mais audaciosos e despidos de insegurança. Estes fatores

contribuem com o seu desenvolvimento intelectual de maneira natural, uma vez que

a tentativa, o comando, a construção e a desconstrução do erro e a liberdade do ato

de experimentar são ações que contribuem para o processo de ensino e

aprendizagem.

Quanto à proposta do uso de ferramentas computacionais no processo de

ensino aprendizagem dos estudantes deficientes físicos nas escolas pesquisadas,

percebeu-se que algumas escolas estão mais adiantadas do ponto de vista do uso

das ferramentas computacionais, onde já possuem uma proposta e utilizam desta

com seus educandos deficientes físicos, enquanto que outras ainda estão num

processo de discussão e aprofundamento do uso desses recursos. Porém, todas

elas utilizam dos recursos.

Percebemos que os educadores necessitam que as políticas públicas

garantam programas de Formação Continuada de professores para integrar as

tecnologias computacionais no processo formativo dos educandos como um todo,

principalmente, dos educandos especiais, haja vista que não há profissionais

capacitados para inserir o uso das ferramentas computacionais no processo de

formação dos educandos com deficiência física, apenas profissionais capacitados na

área de educação especial.

Com referência às instituições formadoras de profissionais da educação, a

inclusão em seus currículos de uma proposta que visa formar profissionais bem

capacitados para lidar com seus educandos em suas potencialidades, acreditamos

ser de extrema relevância a implantação da informática educativa em seu currículo,

tanto em relação aos educandos deficientes como com qualquer outro. Pois a

formação de profissionais da educação deve ser completa e atender todos os

âmbitos de sua atuação. Para obter resultados satisfatórios neste processo, a

utilização das tecnologias vem a contribuir, pois possibilitam uma aprendizagem

cooperativa, colaborativa e interativa entre os educandos deficientes físicos e

demais colegas da sala.

42

Do ponto de vista pedagógico, os professores têm uma concepção clara

da importância dos recursos computacionais para o desenvolvimento da

aprendizagem dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais. Pois,

observa na dia-a-dia em sala de aula o avanço dos alunos utilizando recursos do

computador, não somente no que se refere à aprendizagem, mas também na

motivação, no interesse, na percepção, no movimento, na socialização.

Portanto, cabe às escolas pesquisadas buscar meios para que haja uma

maior inclusão dessas ferramentas computacionais que possibilita o

desenvolvimento da prática pedagógica dos professores e, sobretudo na melhoria da

aprendizagem dos alunos portadoras de necessidades físicas.

Os resultados da pesquisa revelam, ainda, que, se as ferramentas

computacionais forem utilizadas como instrumento de apoio no processo

ensino/aprendizagem de modo que hajam professores qualificados que conheçam

tanto as teorias de aprendizagem como os recursos disponíveis a serem utilizados e

uma proposta que contemple os interesses, necessidades e a integração dos

educandos deficientes físicos, mediada por atitudes pedagógicas podemos obter

resultados satisfatórios em relação ao ensino/aprendizagem e integração desses

para educandos eficientes físicos junto à sociedade.

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______ . Pensamento e Linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1998. 190p.

APÊNDICE

Roteiro de entrevista com professores do Atendimento Educacional

especializado (AEE)

Escola:

Área de Formação:

Tempo de atuação como professor(a):

Turma: Turno:

Sexo:

Nº de alunos:

Nº de alunos deficientes físicos atendidos:

Data:

1) Na escola há alguma proposta de uso das ferramentas computacionais no

processo de ensino-aprendizagem dos educandos com Deficiência Física?

2) Existem professores capacitados para inserir o uso das ferramentas

computacionais no processo de formação dos educandos com deficiência física na

escola? A escola ou município oferece essa formação?

3) Quais softwares e programas você utiliza durante as aulas com seu educando

deficiente físico?

4) Quais as dificuldades encontradas por ele para utilizar o computador? Como você

faz para sanar ou amenizar essas dificuldades?

5) Há motivação por parte desses educandos durante as aulas no computador?

6) Você acredita que a utilização da informática educativa traz algum benefício aos

educandos com Deficiência física?

7) A utilização dessas ferramentas computacionais tem trazido resultados

satisfatórios a aprendizagem e socialização desses educandos? Justifique.