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1 INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - ISE POS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL A INTERDISCIPLINARIEDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Acadêmica Maria Selma dos Santos Orientador: Prof. Eliana Walker ALTA FLORESTA 2010

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - ISE

POS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL

A INTERDISCIPLINARIEDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Acadêmica Maria Selma dos Santos Orientador: Prof. Eliana Walker

ALTA FLORESTA 2010

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - ISE

POS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL

A INTERDISCIPLINARIEDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Acadêmica Maria Selma dos Santos Orientador: Prof. Eliana Walker

“Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Especialização em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Infantil”.

ALTA FLORESTA 2010

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Dedico a todos os alunos de pedagogia, que

assim com eu também tiveram suas

dificuldades, suas horas de desespero, vontade

de chorar e choraram, mas que também

sorriram, que tiveram vontade de desistir e

foram perseverantes e que hoje percebem e

dizem o quanto valeu a pena...

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Agradeço aos alunos que responderam os

meus questionários, a todos os professores, que

me acompanharam nesta longa, difícil e

gostosa caminha, aos colegas de sala, aos

grandes amigos conquistados que levarei

sempre comigo, a minha família em especial a

minha mãe, pelo carinho, pelos elogios, pelas

grandes conquistas e também pelos puxões de

orelha que cada um de vocês me deram

quando necessário.

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"Não é possível refazer este país, democratizá-

lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com

adolescentes brincando de matar gente,

ofendendo a vida, destruindo o sonho,

inviabilizando o amor. Se a educação sozinha

não transformar a sociedade, sem ela

tampouco a sociedade muda."

(Paulo Freire)

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RESUMO

A interdisciplinaridade, como princípio pedagógico, tem sido pronunciada como aquela capaz de realizar uma nova forma de educar, a de educar para a dúvida. Entretanto, sua concretização é marcada por muitas contradições, principalmente na questão conceitual e efetivação na escola. Por um lado, não existe uma definição única que contemple toda a grandiosidade deste fenômeno, mas em todas elas encontramos a idéia de uma nova atitude frente ao conhecimento, que confrontada com os aspectos que envolvem a gestão da escola torna a interdisciplinaridade um objetivo difícil de ser alcançado, mas não impossível. Por outro lado, nossa relação com o mundo social, natural e cultural aponta para a constatação de um saber fragmentado, historicamente determinado pelos interesses das classes dominantes (detentoras das relações de poder) que ressaltaram, ocultaram ou negaram saberes. no trato da interdisciplinaridade, como os que se verificam nas instituições, no papel do administrador escolar que, atrelado às questões burocráticas, esquece seu papel principal, o de gerenciar seres humanos. a interdisciplinaridade pode auxiliar no conhecimento produzido e orientar a produção de uma nova ordem de conhecimento, constituindo condição necessária para melhoria da qualidade do ensino Palavras-chave: Interdisciplinaridade, Formação, Educação Infantil.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................. 08

1. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL.................................................... 08

2. ESTRATÉGIAS INTERDISCIPLINARES NA EDUCAÇÃO .................... 19

3. O PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL....... 26

4. O LÚDICO NA CONSTRUÇÃO INTERDISCIPLINAR............................. 29

CONCLUSÃO.................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................ 34

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INTRODUÇÃO

A interdisciplinaridade é vista como um elemento de apoio dentro do processo de

ensino e aprendizagem em todos os níveis escolares. Diretores, coordenadores e professores

têm em geral, a idéia de que é preciso ser interdisciplinar. Contudo, devemos nos questionar

qual deve ser o ponto de partida para se chegar à interdisciplinaridade.

Trabalhar a interdisciplinaridade é trabalhar nas mais diferentes áreas do

conhecimento para distinguir os pontos que os unem e que os diferenciam cada disciplina e

desse modo se detectar onde se poderá estabelecer as conexões possíveis e reunir novas

produções do conhecimentos, pesquisas, possibilidades de trocas de experiências e interação

entre as diferentes áreas do saber. Essa compreensão crítica colabora para o conhecimento

através de um saber parcelado que será refletido dentro do conhecimento social.

Ao conhecer o que significa interdisciplinaridade a sala de aula deixa de ser um espaço

fechado restrito apenas à transmissão de conteúdos e, sim, um espaço aberto para a

comunicação à troca de ideias entre professore e alunos, alunos e alunos e por que não, entre

professores e professores.

A presente pesquisa esta dividida em três capítulos. No primeiro capítulo faz-se

referência a História da Educação Infantil. No segundo será relatado as Estratégias

Interdisciplinares na Educação. O terceiro traz uma discussão sobre o planejamento

pedagógico na educação infantil.

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1. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Para Faria (1997)

“entende-se criança como um ser diferente do adulto, diferenciando na idade, na maturidade, além de ter certos comportamentos típicos [...] porém, tirando a idade, o limite entre criança e adulto é complexo, pois este limite está associado à cultura, ao momento histórico e aos papéis determinados pela sociedade [...] estes papéis dependem da classe social-econômica em que está inserida a criança e sua família [...] não tem como tratar a criança analisando somente sua ‘natureza infantil’, desvinculando-a das relações sociais de produção existente na realidade”

A valorização atribuída à infância nem sempre foi como hoje, mas tem sido

modificada devido às mudanças econômicas e políticas da estrutura social.

Para Faria (1997) “nesta época, a criança era considerada um pequeno adulto, que

executava as mesmas atividades dos mais velhos”. O importante era a criança crescer rápido

para entrar na vida adulta. Essa ida para outra casa fazia com que a criança saísse do controle

da família genitora, não possibilitando a criação do sentimento entre pais e filhos.

De acordo com Kramer (1982), a partir do século XIII, há um crescimento das cidades

devido ao comércio. Neste mesmo momento surgem duas atitudes contraditórias no que se

refere à concepção de criança: uma a considera ingênua, inocente e é traduzida pela

paparicação dos adultos; enquanto a outra a considera imperfeita e incompleta e é traduzida

pela necessidade do adulto moralizar a criança. Essas duas atitudes começam a modificar a

base familiar existente na Idade Média, dando espaço para o surgimento da família burguesa.

Segundo Faria (1997), Na Idade Moderna, a Revolução Industrial, o Iluminismo

trouxe modificações sociais e intelectuais, modificando a visão que se tinha da criança. A

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criança nobre é tratada diferentemente da criança pobre. A criança da plebe não tinha esse

tratamento. Se na sociedade feudal, a criança começava a trabalhar como adulto logo que

passa a faixa da mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a ser alguém que precisa ser

cuidada, escolarizada e preparada para uma atuação futura. Isso legitimava o poder do adulto

sob criança. Com a educação e com os castigos, crianças e adolescentes foram se unindo cada

vez mais devido ao mesmo tratamento, passando a se distanciar da vida adulta. Também

surgem as primeiras creches para abrigarem filhos das mães que trabalhavam na indústria.

As crianças da burguesia passam a ter trajes diferenciados. As crianças das classes

baixas continuam com os trajes iguais dos adultos.

A partir da segunda metade do século XVII, a política escolar retardou a entrada das

crianças nas escolas para os dez anos. Kramer (1982), afirma que a justificativa para isso era

que a criança era considerada fraca, imbecil e incapaz.

Isso justifica a subordinação da criança perante o adulto. No final do século XIX, é

difundido o ensino superior na classe burguesa.

As aspirações educacionais aumentam à proporção em que ele acredita que a escolaridade poderá representar maiores ganhos, o que provoca freqüentemente a inserção da criança no trabalho simultâneo à vida escolar. A educação tem um valor de investimento a médio ou longo prazo e o desenvolvimento da criança contribuíra futuramente para aumentar o capital familiar. ( KRAMER,1982)

De acordo com Perrenoud (1993), Houve uma preocupação assistencialista-social,

onde se tinha a preocupação com as necessidades emocionais e sociais da criança. Crescia o

interesse de estudiosos pelo desenvolvimento da criança, a evolução da linguagem e a

interferência dos primeiros anos em atuações futuras. No Brasil Escravista, a criança escrava

entre 6 e 12 anos já começa a fazer pequenas atividades como auxiliares. A partir dos 12 anos

eram vistos como adultos tanto para o trabalho quanto para a vida sexual. Vestia os mesmos

trajes dos adultos.

De acordo com Kramer (1982), as primeiras iniciativas voltadas à criança tiveram um

caráter higienista, cujo trabalho era realizado por médicos e damas beneficientes, e se

dirigiram contra o alto índice de mortalidade infantil, que era atribuída aos nascimentos

ilegítimos da união entre escravas e senhores e a falta de educação física, moral e intelectual

das mães.

Segundo Faria (1997), no Brasil, o surgimento das creches foi um pouco diferente do

restante do mundo. Enquanto no mundo a creche servia para as mulheres terem condição de

trabalhar nas indústrias, no Brasil, as creches populares serviam para atender não somente os

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filhos das mães que trabalhavam na indústria, mas também os filhos das empregadas

domésticas. Eram chamadas de Casa dos Expostos ou Roda.

De acordo com Perrenoud (1993), em 1919 foi criado o Departamento da Criança no

Brasil, cuja responsabilidade caberia ao Estado, mas foi mantido na realidade por doações,

que possuía diferentes tarefas: realizar histórico sobre a situação da proteção a infância no

Brasil; fomentar iniciativas de amparo à criança e à mulher grávida pobre; publicar boletins,

divulgar conhecimentos; promover congressos; concorrer para a aplicação das leis de amparo

à criança; uniformizar as estatísticas brasileiras sobre mortalidade infantil.

Segundo Rocha (2008) a partir dos anos 30, com o estado de bem-estar social e

aceleração dos processos de industrialização e urbanização, manifestam-se elevados graus de

nacionalização das políticas sociais assim como a centralização do poder.

Para Rios (2002), neste momento, a criança passa a ser valorizada como um adulto em

potencial, matriz do homem, não tendo vida social ativa. A partir dessa concepção, surgiram

vários órgãos de ampara assistencial e jurídico para a infância, como o Departamento

Nacional da Criança em 1940; Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição em 1972; SAM –

1941 e FUNABEM; Legião Brasileira de Assistência em 1942 e Projeto Casulo; UNICEF em

1946; Comitê Brasil da Organização Mundial de Educação Pré-Escolar em 1953; CNAE em

1955; OMEP em 1969 e COEPRE em 1975.

Para Faria (1997) o estado de bem-estar social não atingiu todos da população da

mesma forma, trazendo desenvolvimento e qualidade só para alguns. Resumindo esse

período, encontraremos um governo fortemente centralizado política e financeiramente,

acentuada fragmentação institucional, exclusão da participação social e política nas decisões,

privatizações e pelo uso do clientelismo.

De acordo com Oliveira (2008), da década de 60 e meados de 70, tem-se um período

de inovação de políticas sociais nas áreas de educação, saúde, assistência social, previdência

etc. Na educação, o nível básico é obrigatório e gratuito, o que consta a Constituição.

Segundo Neder (2008), em 1970 existe uma crescente evasão escolar e repetência das

crianças das classes pobres no primeiro grau. Por causa disso, foi instituída a educação pré-

escolar (chamada educação compensatória) para crianças de quatro a seis anos para suprir as

carências culturais existentes na educação familiar da classe baixa. A educação se queixava da

falta de alimentação e das condições difíceis das crianças.

Para Macedo (2006) nos anos 80, os problemas referentes à educação pré-escolar são:

ausência de uma política global e integrada; a falta de coordenação entre programas

educacionais e de saúde; predominância do enfoque preparatório para o primeiro grau;

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insuficiência de docente qualificado, escassez de programas inovadores e falta da participação

familiar e da sociedade.

Oliveira (2008) diz que através de congressos, da Anped e da Constituição de 88, a

educação pré-escolar é vista como necessária e de direito de todos, além de ser dever do

Estado e deverá ser integrada ao sistema de ensino (tanto creches como escolas).

Segundo Rios (2002) a partir daí, tanto a creche quanto a pré-escola são incluídas na

política educacional, seguindo uma concepção pedagógica, complementando a ação familiar,

e não mais assistencialista, passando a ser um dever do Estado e direito da criança. Porém,

essa descentralização e municipalização do ensino trazem outras dificuldades, como a

dependência financeira dos municípios com o Estado para desenvolver a educação infantil e

primária. criando as diretrizes municipais de atendimento aos direitos da criança e do

adolescente e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, criando o

Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Conselho Tutelas dos Direitos

da Criança e do Adolescente.

De acordo com Rocha (2008) concluindo, a educação infantil é muito nova, sendo

aplicada realmente no Brasil a partir dos anos 30, quando surge a necessidade de formar mão-

de-obra qualificada para a industrialização do país. E a educação infantil pública é muito

ineficiente devido à politicagem existente no governo brasileiro, que está favorecendo a

privatização da educação, como a de outros setores também.

Para Neder (2008) a necessidade por pré-escola aparece, historicamente, como reflexo

direto das grandes transformações sociais, econômicas e políticas que ocorrem na Europa, a

partir do século XVIII. Nesse sentido, a pré-escola tinha como função principal a guarda das

crianças. No século XIX, uma nova função passa a ser atribuída a pré-escola, mais

relacionada à idéia de “educação” do que a de assistência. A função dessa pré-escola era a de

compensar as deficiências das crianças, sua miséria, sua pobreza, a negligência de suas

famílias.

Perrenoud (1993) afirma que a elaboração da abordagem da privação cultural veio

fundamentar e fortalecer a crença na pré-escola como instância capaz suprir as “carências”

culturais, lingüísticas e afetivas das crianças provenientes das classes populares. Vista dessa

forma, a pré-escola, como função preparatória, resolveria o problema do fracasso escolar que

afetava principalmente as crianças negras e filhas imigrantes, naqueles países.

Oliveira (1997) diz que é importante ressaltar: a idéia da preparação se vinculava

diretamente à compensação das carências infantis. Essa foi a concepção de pré-escola que

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chegou ao nosso país na década de 70. O discurso oficial brasileiro proclamou a educação

compensatória como solução de todos os problemas educacionais.

Segundo Rocha (2008) A própria coordenação de Educação Pré-escolar do MEC

sugeria, naquela ocasião, a opção por programas pré-escolares de tipo compensatório.

Rios (2002) chama a atenção para o fato programas de educação compensatória

partem da idéia de que a família não consegue dar às crianças condições para o seu bom

desempenho na escola. É necessário, portanto, reivindicar uma pré-escola de qualidade, pois

se os filhos das classes médias as conseguem via rede privada (com grandes sacrifícios, é

verdade, mas ainda possível de ser obtida), os filhos das classes populares têm direito a mais

do que meros depósitos.

De acordo com Rocha (2008), assim, se por trás do interesse oficial podemos ver um

avanço no sentido de uma maior democratização a pré-escola, é preciso, mais do que nunca,

apontarmos para um tipo de pré-escola que esteja a serviço das crianças das classes populares.

Tratam de uma infância fora da história.

Os dois enfoques se assemelham, na medida em que falta a ambos, a percepção das

crianças como sendo parte da totalidade que as envolve. Oliveira (1997) desta forma, um

programa que pretenda atingir tais objetivos não pode prescindir de capacitação dos recursos

humanos nele envolvidos, nem tampouco de supervisão constante do trabalho. A capacitação

(prévia e em serviço) e a supervisão, aliados à dotação de recursos financeiros específicos,

bem como à definição da vinculação trabalhista dos recursos humanos, se constituem em

condições capazes de viabilizar, então, um tipo de educação pré-escolar que não apenas eleve

seus números, mas, principalmente, a qualidade do serviço prestado à população.

Para Oliveira (1997) assim, apresenta algumas diretrizes práticas que podem servir

como alternativa para a concretização da função pedagógica na pré-escola. O objetivo

primordial a apreensão e a compreensão do mundo, desde o que está mais próxima a criança

até o que lhe está mais distante, visando à comunicação, à aquisição de conhecimentos, à

troca.

Assim, se as atividades realizadas na pré-escola enriquecem as experiências infantis e possuem um significado para a vida das crianças, elas podem favorecer o processo de alfabetização, quer a nível do reconhecimento e representação dos objetos e das suas vivências, quer a nível da expressão de seus pensamentos e afetos.(OLIVEIRA,1997)

Segundo Rocha (2008) Uma programação pedagógica deve ser pensada a partir do

conhecimento dos alunos em suas múltiplas dimensões e das necessidades sociais de

aprendizagem que lhes são propostas.

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A Constituição de 1988 faz referência a direitos específicos das crianças e define

como direito da criança de 0 a 6 anos de idade e dever do Estado o “atendimento em creche e

pré-escola”. A nova Carta nomeia formas concretas de garantir, não só amparo, mas

principalmente a educação das crianças.

Oliveira (1997) mostra a seguir, alguns dos aspectos envolvidos nas definições que

incidem sobre a problemática do atendimento educacional da criança

Educação : A subordinação do atendimento em creches e pré-escolas à área de Educação representa um grande passo na superação do caráter assistencialista nos programas voltados para essa faixa etária.

Ao definir que “o dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia

de” (art. A prioridade é reforçada quando diz respeito aos percentuais mínimos da receita de

impostos que devem ser destinados ao ensino pela União – 18% - e pelos Estados e

Municípios – 25% (art. 212).

O artigo 209, incisos I e II, submete a iniciativa privada ao “cumprimento das normas

gerais da educação nacional” e à “autorização e avaliação da qualidade pelo Poder Público”. È

de competência comum à União, Estados, Municípios e Distrito Federal “proporcionar os

meios de acesso à cultura, à educação e à ciência” (art.23, inciso V) e destes, exclusive os

municípios, legislar sobre educação e proteção à infância (art. 5º, inciso I) reforça a intenção

da Constituição de atender à infância em destaque maior do que tinha a legislação anterior.

Seguridade Social: Um aspecto importante da inclusão do atendimento à infância na

área de Seguridade Social é que ela garante um suporte nos recursos que poderão ser somados

às verbas da área de educação para a implantação de políticas voltadas para a criança.

No parágrafo 4º do art. 212 sobre os programas assistenciais inseridos no sistema

educacional, tais como os programas de alimentação e assistência à saúde, poderá ser

estendido a creches e pré-escolas. Grande parte dos programas existente da creche e da pré-

escola funciona através de repasses de verbas para entidades privadas. Grande parte dos

programas existentes da creche e da pré-escola funciona através de repasses de verbas para

entidades privadas. Portanto, a possibilidade de repasse de verbas tem representado uma

evasão considerável dos recursos públicos disponíveis para a educação, perdendo a

importância da rede pública.

Direitos da Criança: O art. 227 define, mais abrangentemente, os direitos da infância

brasileira: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente,

com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à

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profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar

comunitária”.

À promulgação da nova Carta é verificada a tarefa de elaborar legislação

complementar, formular políticas sociais, estabelecer prioridades orçamentárias e expandir o

atendimento em creches e pré-escolas.

Lei de Diretrizes e Base: A educação infantil foi conceituada, no art. 29 da L.D.B.,

como sendo destinada às crianças de até 6 anos de idade, com a finalidade de complementar a

ação da família e da comunidade, objetivando o desenvolvimento integral da criança nos

aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sócias.

Aos sistemas municipais de ensino compete o cuidado necessário para a

institucionalização da educação infantil em seus respectivos territórios, para que as creches e

escolas se enquadrem, no prazo máximo de 3 anos (art. 89), nas normas da L.D.B, isto é,

componham o 1º nível da educação básica (exigência do inciso I, art. Pelo art. 30 da

L.D.B., ficou clara a divisão da educação infantil em duas etapas. 31, determinou que, na fase

de educação infantil, a avaliação deverá ser feita apenas mediante acompanhamento e registro

do desenvolvimento da criança e sem qualquer objetivo de promoção ou de classificação para

acesso ao ensino fundamental.

Rappaport (2000) apresenta Teóricos da educação infantil que são fundamentais:

Freinet, Piaget e Vygotsky. Tanto Freinet, quanto Piaget e Vygotsky nascem no ano de 1986,

ou seja, vão vivenciar, portanto, os mesmos contextos de 1ª Guerra Mundial, processo

imperialista, fordismo, etc.

O mesmo autor ainda questiona, que se o interesse das crianças está lá fora, porque

ficar dentro da classe? Então surge a idéia da aula-passeio, onde Freinet decide dar aulas onde

seus alunos se sentiam felizes, fora da sala de aula.

De acordo com Fazenda (1994), Vygotsky chama a atenção para o fato de que

compreender adequadamente o desenvolvimento, devemos considerar não apenas o nível de

desenvolvimento real da criança, mas também seu desenvolvimento potencial, isto é, sua

capacidade de realizar tarefas com a ajuda de professores ou de companheiros mais

capacitados. A idéia de nível de desenvolvimento capta, assim, um momento do

desenvolvimento que caracteriza não as etapas já alcançadas, já consolidadas, mas etapas

posteriores, nas quais a interferência de outras pessoas afeta significativamente o resultado da

ação individual.

É a partir da existência desses dois níveis de desenvolvimento (real e potencial) que

Vygotsky define a zona de desenvolvimento proximal como “a distância entre o nível de

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desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de

problemas e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de

problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais

capacitados”.

Rappaport (2000) afirma que o professor tem o papel explícito de interferir na zona de

desenvolvimento proximal dos alunos, provocando avanços que não ocorreriam

espontaneamente. O único bom ensino, afirma Vygotsky, é aquele que se adianta ao

desenvolvimento.

Segundo Rocha (2008) na concepção que Vygotsky tem do ser humano, portanto, a

inserção do indivíduo num determinado ambiente cultural é parte essencial de sua própria

constituição enquanto pessoa. O desenvolvimento da espécie humana e do indivíduo está

baseado no aprendizado que para Vygotsky sempre envolve a interferência, direta ou indireta,

deoutros indivíduos e a reconstrução pessoal da experiência e dos significados.

Rappaport (2000) preocupou-se com vários do conhecimento dando ênfase principal

ao estudo da natureza do desenvolvimento de todo conhecimento – em todas as disciplinas e

em toda história intelectual da humanidade como também, e principalmente, no

desenvolvimento intelectual da criança. Piaget apresentou uma visão interacionista. Mostrou a

criança e o homem num processo ativo de contínua interação, procurando entender quais os

mecanismos mentais que o sujeito usa nas diferentes etapas da vida para poder entender o

mundo; para Piaget, a adaptação à realidade externa depende basicamente do conhecimento e

procurou estudar cientificamente quais os processos que o indivíduo usa para reconhecer a

realidade.

Para Rappaport (2000) a interação organismo-ambiente resultará determinadas

estruturas cognitivas que vão funcionar de modo semelhante durante toda a vida do sujeito.

Através do método clínico, que eram entrevistas que fazia com as crianças, Piaget

aprofundava o conhecimento dos processos mentais das crianças.

A Educação Infantil no Brasil passou por diversos processos históricos, dentre eles os

movimentos pela democratização da escola pública e as lutas sociais por creches e pré-

escolas, ao longo de muitos anos para o seu reconhecimento. No período colonial, a educação

das crianças, menores de 7 anos, era de responsabilidade da família, pois “a idéia de infância

estava ligada à idéia de dependência”, como afirma (ÁRIES, 1981).

De acordo com Castro (2006) as transformações sociais, econômicas e políticas, no

decorrer dos tempos a relação entre cidade e campo, que antes era de articulação através do

exercício do poder político e religioso, passa a ser comandada pela articulação capitalista.

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Essas transformações impõem uma reflexão acerca da responsabilidade social sobre a criança.

Ao longo do tempo visão assistencialista de Educação Infantil vem sendo mudada a partir da

década de 90, no qual novas diretrizes foram estabelecidas, e também, pela consciência social

sobre o significado da infância e o reconhecimento do direito da criança à educação em seus

primeiros anos de vida

Posteriormente após a promulgação da constituição de 1988, cria-se o Estatuto da

Criança e do adolescente ECA, de 13 de julho de 1990, que veio reafirmar os direitos

constitucionais da criança e o do adolescente.

Em 1996 o ministério da educação promulga a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB), N° 9.394/96 no Art. 21º disserta que a educação até 6 anos de idade, ficou

definida como a primeira etapa da Educação Básica. O desenvolvimento integral da criança

até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais

complementando a ação da família e da comunidade”. Porém essa divisão foi alterada em

maio de 2006, com a sanção presidencial da Lei Federal Nº 11.114, que define que as

crianças com 6 anos completos devem ser matriculadas no 1° ano do Ensino Fundamental.

Dessa forma, a Educação Infantil passou a atender crianças até 5 anos de idade.

Somente em 2006 foi aprovado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação

Básica e de valorização dos profissionais da educação – FUNDEB foi aprovado para atender a

educação básica em seu todo. Segundo Macedo (1994) a educação infantil se constitui em um

legítimo espaço de construção da identidade e autonomia da criança, no qual o cuidar está

inserido entre os objetivos pedagógicos.

Segundo Borges (2009), as concepções de Educação são modelos de educação

escolorizada produzidas por educadores, com base em determinada concepção de

conhecimentos por eles aceita. Em toda a história da educação, três concepções de educação

foram determinadas pelas concepções de conhecimento: a concepção tradicional, a concepção

moderna e a concepção dialética de educação. A diferença entre as três concepções está na

maneira como cada uma determinou a concepção do ensinar e do aprender, por meio do ideal

projetado para a educação escolar.

Na concepção tradicional de educação o ensinar e o aprender foram projetados como

dois processos diferentes e opostos quanto às suas finalidades. Ensinar é transmitir

conhecimentos e valores como o patrimônio cultural da humanidade, aprender é memorizar

conhecimentos e valores, imitando o comportamento de quem ensina, para a concepção

tradicional de educação, é somente o professor e quem aprende é somente o aluno. Como a

estrutura mental do sujeito passa, a partir do nascimento, por um processo de maturação, a

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possibilidade de o sujeito memorizar conhecimentos e valores, e de imitar o comportamento

dos adultos, aumenta à medida que ele amadurece ou se desenvolve. Baseado na concepção

biológica hereditária ou inatista do conhecimento, Comenius formulou seu ideal de educação

escolarizada da seguinte maneira: o modelo de adulto culto foi transferido para a pessoa do

professor, porque é ele que domina os conhecimentos e os valores vivenciados pela sociedade.

De acordo com Castro (2006) na concepção moderna de educação o ensinar e o

aprender foram determinados como duas ações diferentes e ligadas ao sujeitos do processo

educativo. Ensinar é da competência do professor, como agente que deve criar para que o

aluno aprenda. Apender é adiquirir conhecimentos e valores por meio das experiências de

aprendizagem organizadas pelo professor.

Para Saviani (2000) na concepção empirista de educação, o contato dos órgãos

sensoriais do sujeito com o objeto se transfere para as experiências de aprendizagem. Já na

concepção dialética de educação o ensinar e o aprender são visto como dois processos

diferentes e complementares entre si, ligados, é projetado aos dois sujeitos do processo

educativo. Os alunos aprendem conhecimentos e valores, com base no que o professor

ensinou apoiado nas histórias de vida dos alunos.

Para Spindola (2008) a concepção dialética de educação concebe o papel do professor

e o do aluno como complementar um ao outro, porque ensinar e aprender, para essa

concepção, é significar e resignificar conhecimentos e valores vivenciados, dia a dia pelos

alunos e trabalhados dioturnamente, pelo professor, como conteúdo de ensino. De acordo

com Souza (2008), para os pais da concepção dialética de conhecimento, esta se desenvolve

por meio do trabalho da razão, mas alicerçado nas trocas que o sujeito realiza com o meio

fisíco, social, econômico e político que o circunda. Esta concepção de aprendizagem

justificava a organização de uma escola, cuja função primordial consistia no repasse do maior

número de informações possíveis aos alunos.

E hoje na pós modernidade vem tentando-se romper com as tendências fragmentadora

e desarticulada do processo do conhecimento, justifica-se isto pela compreensão da

importância da interação e transformação recíproca entre as diferentes áreas do saber, ou seja,

é de extrema importância que a escola assuma um papel interdisciplinar no seu projeto

politico pedagógico e o exerça dentro da instituição.

19

2. ESTRATÉGIAS INTERDISCIPLINARES NA EDUCAÇÃO

A necessidade de intervenções pedagógicas de cunho interdisciplinar tem sido

preocupação crescente entre educadores de diferentes níveis, sendo que nas últimas décadas a

interdisciplinaridade tem ocupado papel de destaque nos estudos e pesquisas realizados na

área da educação. É experimental porque há um espírito de novidade, de criatividade, de ir

mais a fundo, porque há interesse, gozo na produção do conhecimento, más ao mesmo tempo

há sistematização há transmissão, há compromisso com o que se sabe sobre os conteúdos, há

conservação das experiências passadas.

Conceito de interdisciplinaridade, hoje comum na literatura educacional, tem sido

objeto de inúmeras interpretações. Para Rios (2002), “disciplina” enquanto “ramo do

conhecimento” e ensino “implica condutas, valores, crenças, modos de relacionamento, que

incluem tanto modos de relacionamento humano (interpessoal), quanto o relacionamento do

sujeito com o conhecimento Interdisciplinaridade envolve relações de interação dinâmica

entre as disciplinas.” As transformações promovidas da interdisciplinaridade podem ser

entendidas como um “convite” à revisão da nossa relação com o conhecimento.

De acordo com Castro (2006) O processo interdisciplinar desempenha papel decisivo

para dar estrutura ao desejo de criar uma obra de educação à luz da sabedoria, da coragem e

da humildade.

“ Um olhar interdisciplinar atento recupera a magia das práticas, a essência de seus movimentos, “O conhecimento nasce dos movimentos contidos nas dúvidas, nos conflitos, nas perguntas/respostas, nas certezas/incertezas que são vivenciadas na

20

solução e ou/propostas, alternativas em superar, assumir, atuar, agir nessa ambigüidade do ser.” (FAZENDA,1994)

Interdisciplinaridade compreende a busca constante de novos caminhos, outras

realidades, novos desafios, a ousadia da busca e do construir. Quando em uma sala de aula

todos se encaixam num todo maior, ocorre o envolvimento expresso através do respeito e da

responsabilidade, a obrigação é alternada pela satisfação, a arrogância pela humildade, a

solidão pela cooperação, a especialização pela generalidade, o grupo homogêneo pelo

heterogêneo, a reprodução pelo questionamento. Segundo Fazenda, (1994) “Em síntese, numa

sala de aula interdisciplinar há ritual de encontro – no início, no meio e no fim.”

De acordo com Castro (2006) esta confiabilidade aparece na crença do professor no

trabalho do aluno e nele no trabalho do professor. Não surge, portanto, de um lado apenas,

mas sim em uma via de mão dupla, onde às vezes não se pode dizer quem é que começou:

professor, na medida que acolheu o aluno, ou o aluno, na medida que se dispôs a participar

das aulas.

Segundo Fazenda (1994), a interdisciplinaridade surgiu na França e na Itália em

meados da década de 60, num período marcado pelos movimentos estudantis que, dentre

outras coisas, reivindicavam um ensino mais sintonizado com as grandes questões de ordem

social, política e econômica da época.

No final da década de 60, a interdisciplinaridade chegou ao Brasil e logo exerceu

influência na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases Nº 5.692/71. Desde então, sua presença

no cenário educacional brasileiro tem se intensificado e, recentemente, mais ainda, com a

nova LDB Nº 9.394/96 e com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998).

Para Rios (2002) Além de sua forte influência na legislação e nas propostas

curriculares, a interdisciplinaridade ganhou força nas escolas, principalmente no discurso e na

prática de professores dos diversos níveis de ensino. Apesar disso, estudos têm revelado que a

interdisciplinaridade ainda é pouco conhecida.

Segundo Spindola, (2008) no final do séc. XX surge à necessidade de mudanças nos

métodos de ensino, buscando viabilizar práticas interdisciplinares. Devido aos novos

processos de especialização do saber, a interdisciplinaridade mostrou-se como uma das

respostas para se compartilhar as relações nas mais diferentes áreas do conhecimento.

“A transversalidade e interdisciplinaridade se fundamentam na crítica de uma concepção de conhecimento que toma a realidade como um conjunto de dados estáveis, sujeitos a um ato de conhecer isento e distanciado. Ambas apontam à complexidade do real e a necessidade de se considerar a teia de relações entre os

21

seus diferentes e contraditórios aspectos. Mas diferem uma da outra, uma vez que a interdisciplinaridade refere-se a uma abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento, enquanto a transversalidade diz respeito principalmente à dimensão da didática.” (BRASIL, 1998).

De acordo com Souza (2008)A Interdisciplinaridade é a integração de dois ou mais

componentes curriculares na construção do conhecimento. A interdisciplinaridade surge como

uma das respostas à necessidade e processo necessário devido à fragmentação dos

conhecimentos ocorrido com a revolução industrial e a necessidade de mão de obra

especializada. A interdisciplinaridade buscou conciliar o conceito pertencente às diversas

áreas do conhecimento a fim de promover avanços como a produção de novos conhecimentos

ou mesmo, novas subáreas.

“A interdisciplinaridade questiona a segmentação entre os diferentes campos de conhecimento produzido por uma abordagem que não leva em conta a inter-relação e a influência entre eles questiona a visão compartimentada (disciplinar) da realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se constituiu.” (BRASIL, 1998).

Nas escolas tradicionais as aulas eram centradas no professor e os exercícios eram de

fixação. Já na Escola Renovada a metodologia era centradas no aluno e se selecionava

conteúdos a partir de seus interesses e o professor era o facilitador da aprendizagem. Já na

escola tecnicista o professor controlava e dirigia as atividades. Hoje em nossa atual sociedade

o professor é um orientador, mediador do conhecimento e o educando é o centro do processo

educacional. Diante dessa reflexão o ensino hoje deve auxiliar o aluno a um estudo real e

aprofundado das verdadeiras necessidades de nossa sociedade e da situação sócio-econômica

regional do país.

“A interdisciplinaridade perpassa todos os elementos do conhecimento, pressupondo a integração entre eles. Porém, é errado concluir que ela é só isso. A interdisciplinaridade está marcada por um movimento ininterrupto, criando ou recriando outros pontos para discussão. Já na idéia de integração, apesar do seu valor, trabalha-se sempre os mesmos pontos, sem a possibilidade de serem reinventados. Buscá-se novas combinações e aprofundamento sempre dentro de um mesmo grupo de informações”. (FAZENDA, 1994).

A mesma lógica está no mundo do trabalho, da produção. Nos processos mais

modernos se dava a divisão do trabalho. No trabalho especializado, cada um sabe uma parte,

mas é totalmente alheio ao que os outros sabem. O resultado disto na escola atual é a

separação das disciplinas, como se o aluno fosse um processo de montagem e que o mesmo

não estabeleça nenhuma conexão significativa entre as partes. Fazendo uma alusão as práticas

pedagógicas tradicionais

22

Segundo Spindola, (2008)Numa perspectiva educativa mais humanista, devemos

considerar as implicações econômicas, políticas e cultural e buscar a reconstrução do homem

como ser integral, não mais fragmentado. Na escola, a interdisciplinaridade conceito que

resume a prática de interação entre os componentes do currículo é uma estratégia pedagógica

que assegura aos alunos a compreensão dos fenômenos naturais e sociais. Ao remeter o

conhecimento escolar aos contextos naturais e sociais de onde foi extraído e onde é aplicada,

a escola deve fornecer aos alunos as ferramentas mentais para a compreensão e a ação. Para

Rios (2002), o mundo físico e social é um enorme oceano, em que os fenômenos nadam de

forma “interdisciplinar”, é preciso construir essas ferramentas – as competências -, partindo

dos conhecimentos específicos e fazendo-os interagir.

A partir dos conhecimentos específicos, sim, pois não pode se falar em

interdisciplinaridade sem disciplinas, assim como não há internacional sem nações.

De acordo com Souza (2008) ao olharmos perplexamente para os nossos educandários

e vermos a falência em que se encontra a educação nos mais diferente grau de ensino, fica

clara a necessidade de recorrermos a novos caminhos. É com esse pensamento que teóricos

como Ivani Fazenda defende a idéia da interdisciplinaridade.

Para Moreno (1997) entende-se que além do conhecimento teórico sobre a

interdisciplinaridade faz-se necessária a adoção de uma postura crítica e reflexiva, abandona o

pedestal de dono do saber e parte para um processo interativo, onde ensina e aprende ao

mesmo tempo, dando uma amplitude os conteúdos e espaço para vivências grupais.

“Há necessidade de o professor apropriar-se do conhecimento científico, de saber organizá-lo e articulá-lo, de ter competência. Mas essa competência, para o verdadeiro educador, deve estar impregnada de humildade, de simplicidade de atitudes. É necessário enxergar o outro, construir com ele o alicerce do conhecimento, não só para servir a sociedade, mas para entender a vida.” (NOGUEIRA, 1994).

Segundo Spindola, (2008) Formar indivíduos que se realizem como pessoas, cidadãos

e profissionais exige da escola muito mais do que a simples transmissão e acúmulo de

informações. Exige experiências concretas e diversificadas, transpostas da vida cotidiana para

as situações de aprendizagem. Educar para vida requer a incorporação de vivência, e, implica

no uso do que aprendido em outras situações. Educar no contexto atual requer uma

aprendizagem reflexiva, que levando o aluno a transformar-se no contato com o mundo

circundante transformando ele próprio a sua realidade.

Para Moreno (1997), a interdisciplinaridade é comumente entendida como uma

corrente de pensamento e mais ainda, unicamente de caráter educativo. Entretanto, é possível

23

notar que a interdisciplinaridade não apresenta apenas uma dimensão, mas, duas. Estas

dimensões, que são a prática educativa e o caráter epistemológico, ambas, enquanto maneiras

de se conceber a interdisciplinaridade; não deve, entre outras coisas, perder de vista o seu

aspecto pragmático ao ambiente escolar. Rios (2002) assim, considera a interdisciplinaridade

tanto como uma prática educativa quanto como uma acepção epistemológica deve ter também

o intuito de favorecer o florescimento de uma educação científica factível e implementável

nas escolas.

A importância da atitude interdisciplinar pode ser constatada pela ousadia na busca de

novas soluções, da transformação das práticas docentes, da pesquisa e da construção dos

projetos fundamentados na participação de todos, que levem o grupo a rever suas crenças a

respeito da educação, da escola, do papel do professor e do papel dos alunos.

De acordo com Souza (2008) a educação passa por momentos de grandes

questionamentos, onde se evidencia a necessidade de mudanças em seus mais diversos

âmbitos, principalmente na prática de ensino. Fala-se em reforma no ensino superior, para que

se possa ter uma educação mais completa do educando, e preparando-o para atender

demandas de mercado e para cidadania.

Uma prática interdisciplinar conta-se agora com uma matriz curricular reformulada

que já foge ao tradicional, trabalhando com diferentes disciplinas, atitude interdisciplinar,

uma atitude frente a alternativas para conhecer mais e melhor; atitude de espera frente aos

atos não consumados, atitude de reciprocidade que impele à troca, que impele ao diálogo, com

pares anônimos ou consigo mesmo, atitude de humildade frente à limitação do próprio saber,

atitude de perplexidade frente à possibilidade de desvendar novos saberes, atitude de desafio,

frente ao novo, desafio em redimensionar o velho, atitude de envolvimento e

comprometimento com os projetos e com as pessoas neles envolvidas, atitude, pois, de

compromisso em construir sempre da melhor forma possível, atitude de responsabilidade.

O ponto de partida do trabalho interdisciplinar na Educação Infantil é a curiosidade

das crianças, que deve:

ir constituindo-se em objetos de estudo. Um evento significativo da escola e/ou comunidade; uma situação presenciada ou vivida; um fenômeno observado; um passeio pelas redondezas da escola; um fato trazido pelo professor que interessou às crianças... São exemplos que exigem uma percepção atenta do educador, no sentido de redimensionar os fatos na busca de respostas às perguntas e interesses das crianças, desencadeando um estudo cuja fonte de pesquisa são as diferentes áreas do conhecimento.”( NICOLAU,1997)

24

Nesse sentido, a curiosidade das crianças, sob a percepção atenta do educador, levará a

criança à inserção crítica e transformadora na realidade onde ela vive, constituindo-se em

condição essencial na construção de sua cidadania.

Para tanto, o desafio e exercício cotidiano do educador é:

procurar entender como vive essa criança, quais são suas condições de vida, seus problemas, seu universo cultural, os grupos dos quais participa, de onde ela e/ou sua família vieram, suas condições de saúde, sua história de vida”.(FAZENDA, 1994)

Para Almeida (2006) Esse estudo da realidade não deverá restringir-se apenas a um

momento específico em que a escola volta o seu olhar para o espaço que a circunda para

registrar o que acontece, no seu entorno, naquele momento. Os conteúdos dessa realidade

devem continuar sendo trazidos para o interior da escola através dos alunos, educadores e

pais, à medida que a escola vai construindo/desenvolvendo seu projeto.

E, reforçando o que já foi dito anteriormente, na medida em que os objetos de

conhecimento ou de estudo, reveladores da curiosidade e da realidade das crianças, vão sendo

identificados, passam a ser problematizados através dos conteúdos das áreas de

conhecimento:

Organizar as áreas de conhecimento de uma maneira que garanta a interdisciplinaridade é romper com a visão estanque, fragmentada, de que a criança vai entender o mundo abrindo gavetinhas. Isso decorre da visão do homem e mundo que eu tenho, o homem é um todo. (FAZENDA, 1994).

Compartilha-se da uma última observação da autora sobre interdisciplinaridade,

considerando-a como um equívoco. O equívoco é considerar a atuação na Educação Infantil

como um trabalho "naturalmente" interdisciplinar. Rios (2002) afirma que “O fato de a

criança pequena ter uma visão sincrética da realidade não significa que ela possa compreender

interdisciplinarmente aquilo que a escola lhe oferece de forma fragmentada.” A totalidade que

se busca num processo interdisciplinar não é a globalidade própria do pensamento infantil,

mas uma realidade pensada, elaborada, compreendida em suas múltiplas relações. Essa visão

de totalidade exige, portanto, um trabalho planejado, intencional envolvendo educadores e

educandos.

De acordo com Souza (2008) a partir da segunda metade da década de 90, importados

diretamente da Reforma Curricular espanhola (ocorrida no final dos anos 80), chegam ao

Brasil dois novos critérios de seleção e articulação de conteúdos: os temas transversais e a

pedagogia de projetos. Apesar de se caracterizarem como dois critérios diferentes de seleção e

articulação de conteúdos, ambos têm como argumentos para suas finalidades a aprendizagem

significativa pelos alunos.

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Para Moreno (1997), educadora espanhola, uma das autoras de "Temas transversais

em educação - bases para uma formação integral" (publicado originalmente na Espanha em

1993 e no Brasil em 1997), argumenta que a questão dos temas transversais é proporcionar a

ponte de união entre o científico e o cotidiano, desde que proponha como finalidade os temas

que levanta e como meios as matérias curriculares, "que adquirem assim a qualidade de

instrumentos cujo uso e domínio levam à obtenção de resultados claramente perceptíveis”

Na proposta dos temas transversais, a "ponte de união" entre os conteúdos científicos e

do cotidiano lembra, a meu ver, num certo sentido, a proposta de re-constelação dos temas

geradores.

Parece provado que o cérebro humano realiza uma "seleção natural" dos conhecimentos, retendo apenas os que mostraram ser úteis e relegando ao esquecimento os que parecem desnecessários. (...) Pois bem, a atribuição da característica de "útil" a um conhecimento é realizada pela pessoa que aprende, não em função da valoração que os livros fazem dele, mas da aplicabilidade real que o conhecimento em questão, teórico ou prático, tiver para ela”.( NICOLAU,1997)

Em outras palavras, Almeida (2006) está discutindo a já citada questão relativa às

aprendizagens significativas, ainda que aqui a questão esteja sendo colocada via "utilidade",

na vida prática cotidiana, dos conteúdos veiculados nas escolas. Afinal, o que é mais

importante: os conteúdos em si ou os critérios utilizados pelo professor para selecioná-los e o

jeito de articulá-los junto às crianças? O que faz com que os conteúdos que façam sentido e

sejam aprendidos pelas crianças?

“para que um conhecimento seja utilizável, a pessoa que o aprende deve conhecer sua utilidade e ser capaz de reconstruí-lo em seu pensamento no momento em que necessitar dele. Mas é impossível reconstruir aquilo que previamente não se construiu, apenas foi confiado à memória, que, como todos sabem por experiência própria, nos trai muito freqüentemente. Uma aprendizagem construtivista caracteriza-se por desencadear processos mentais que ampliam a capacidade intelectual e de compreensão do indivíduo; assim, quando o dado é esquecido, a função adquirida permanece, e, com ela, a possibilidade de readquiri-lo facilmente. Isto não significa, de modo algum, que rejeitemos a memorização de certos dados necessários, pois também é importante exercitar esta função, mas que devemos fazê-lo dentro de um contexto, porque os dados descontextualizados carecem de sentido e são esquecidos muito mais rapidamente do que no caso de fazerem parte de um conjunto organizado de pensamento, sendo muitos deles inferireis a partir do conjunto que lhes outorga um significado”. (FAZENDA, 1994)

A prática docente interdisciplinar permite questionar as práticas tradicionais e, ao

mesmo tempo, questionar também as consideradas inovadoras. RIOS, (2002) “Assim, a

tensão entre o velho e o novo pode ser o espaço para que as práticas interdisciplinares

contribuam com a redefinição do conceito de disciplina e ampliem o diálogo entre si”.

Acredita-se que uma das possibilidades para as práticas pedagógicas interdisciplinares nessas

26

ações consiste em rever o velho e, tornando o novo, contribuir com a interação entre

disciplinas, pessoas e instituições.

27

3. O PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

No PCN (1998) a Educação Infantil é apresentada na atual legislação brasileira como a

primeira etapa da educação básica, onde a prática pedagógica deve favorecer a construção do

conhecimento das crianças de 0 a 6 anos de idade.

Conforme Libàmeo (2002), estas tendências pedagógicas, que se têm estabelecido nas

escolas através das ações educativas dos professores, classificam-se em pedagogia liberal e

pedagogia progressista.

De acordo com Souza (2008) nas pedagogias liberais, a escola é tida como

instrumento de preparação dos indivíduos para a sociedade. Nesse grupo, encontram-se a

tendência tradicional, a tendência renovada progressivista, a tendência renovada não-diretiva

e a tendência tecnicista.

Spindola (2008) diz que na tendência tradicional, o professor era o total responsável

pelo planejamento, não considerando nem os interesses nem as necessidades da criança,

consolidando-se uma prática pedagógica voltada para a construção da moralidade, para o

cuidado com a higiene e para o treinamento de habilidades, através das Unidades Didáticas.

Para Saviani (2000) a tendência progressivista contemplava: a globalização, o

interesse e a participação dos alunos, onde os conteúdos escolares foram organizados em

torno de um Centro de Interesse. Na tendência renovada não-diretiva, a escola era responsável

pela formação de atitudes no indivíduo, onde a educação estava centrada no aluno.

Segundo Castro, (2006) este buscava por si mesmo os conhecimentos. Já no enfoque

educacional tecnicista, o planejamento didático era formal e previamente elaborado,

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introduzindo no ensino uma pedagogia comportamental. Visando a aquisição de habilidades,

atitudes e técnicas específicas.

Dentro das pedagogias progressistas, que fomentava a transformação da sociedade

através da análise crítica da realidade, destacaram-se a tendência libertadora, a tendência

libertária e a tendência crítico social dos conteúdos. (LIBÂNEO, 2002)

A tendência libertadora ou método de Paulo Freire abordou os Temas Geradores como

forma de planejamento. Rios (2002), diz que “com concepções epistemológicas semelhantes

ao planejamento por temas geradores, encontram-se outras formas de definir o currículo,

difundidos como Rede Temático ou Complexo”.

Outra tendência progressista que partia da análise crítica da realidade social era a

escola libertária, a qual se inseria num projeto de modificação da sociedade, como

instrumento de resistência contra a burocracia. Os conteúdos eram colocados à disposição do

aluno, mas não era exigido, sendo o principal conhecimento adquirido aquele resultante das

experiências grupais desenvolvidos pelos alunos através da auto-gestão.

Hernandez (1998) ensina que a tendência crítico-social dos conteúdos, assume os

Projetos de Trabalho como forma de organizar o currículo, valorizando a escola como

mediadora entre o aluno e o conhecimento.

Para Perrenoud (1993), as diferentes maneiras de planejar o ensino abrangendo desde

a listagem dos conteúdos da educação tradicional, passando pela organização das

aprendizagens escolares em torno dos centros de interesse, no escolanovismo, ou ainda,

questões interdisciplinares tratadas por temas geradores na pedagogia libertadora e, por fim,

os projetos de trabalho têm sido difundidos ao longo da história.

Zabalza (1998), afirma que existem alguns aspectos-chave de uma Educação infantil

de qualidade, onde a primeira é a organização dos Espaços:

É importante que exista um espaço onde possam ser realizadas tarefas conjuntas de todo o grupo: assembléias, dramatizações, atividades rítmicas, etc. O espaço acaba tornando-se uma condição básica para poder levar adiante muito dos outros aspectos-chaves. As aulas convencionais com espaço indiferenciados são cenárias empobrecidas e tornam impossíveis ou dificultam seriamente uma dinâmica de trabalho baseada na autonomia e na atenção individual de cada criança. (ZABALZA, 1998)

O segundo aspecto é o equilíbrio entre iniciativa infantil e trabalho dirigido no

momento de planejar e desenvolver as atividades. Para Fazenda (1996), “diferentes modelos

de Educação infantil insiste muito na necessidade de deixar espaços e momentos ao longo do

29

dia nos quais cadê criança vai decidir o que fazer. Autonomia que é combinada com os

períodos de trabalho dirigidos destinados a abordar as “tarefas chave” do currículo”.

Na educação infantil tudo é influenciado pelos aspectos emocionais desde o

desenvolvimento psicomotora, até o intelectual, o social e o cultural.

Para Fazenda (1994), “A emoção age, principalmente, no nível de segurança das

crianças, que a plataforma sobre a qual se constroem todos os desenvolvimentos. Ligado à

segurança está o prazer, o sentir-se bem, o ser capaz de assumir riscos e enfrentar o desafio da

autonomia, poder de assumir gradativamente o princípio de realidade, aceitar as relações

sociais, etc.”.

A linguagem é uma da peças-chave da educação infantil, é preciso exercitar a

linguagem, ou seja, estimular todas as crianças a falarem, criar oportunidades para falar cada

vez mais ricas, por tanto, a interação com os educadores é fundamental.

Outro aspecto é atenção individualizada a cada criança, é importante manter contatos

individuais com cada criança.

Para Zabalza (1998), “a atenção individualizada está na base da cultura da diversidade.

E justamente com um estilo de trabalho que atenda individualmente às crianças que poderão

ser realizadas experiências de integração.”.

A participação dos pais na escola infantil enriquece o trabalho educativo que é

desenvolvido na escola, a presença de outras pessoas adultas permite organizar atividades

mais ricas.

Para Coelho (1996), “Também os professores aprendem muito com a presença dos

pais, ao ver como eles enfrentam os dilemas básica da relação com as crianças”.

Segundo Castro, (2006) Nesta nova realidade, deve-se privilegiar a produção coletiva

dos conhecimentos, na qual o professor orienta essa construção. Fica evidente, a necessidade

do aprender a aprender, a conhecer, a fazer, conviver e ser, garantindo a percepção de um

movimento de ações pedagógicas que pressupõem a problematização, compreensão das

multifacetas da realidade, exigindo com isso, uma prática interdisciplinar que consiste no

delineamento de um novo profissional docente, com habilidades, competências e atitudes

diferenciadas para atender essas novas exigências.

Para Fazenda (1994), Neste sentido, os professores precisam ampliar seu mundo de

ação e de reflexão, ultrapassando os limites da sala de aula, transcendendo para um espaço de

análise do sentido político, cultural e econômico, cujo contexto a escola se insere, a partir

dessa tomada de consciência surge a necessidade de aspiração à emancipação que se

30

interpreta como a construção das conexões entre a realização da prática profissional e o

contexto social amplo em transformação.

31

4. O LÚDICO NA CONSTRUÇÃO INTERDISCIPLINAR

Segundo Freire (1997) o brinquedo como suporte da brincadeira tem papel estimulante

para a criança no momento da ação lúdica. Por meio do brinquedo a criança reinventa o

mundo e libera suas atividades e fantasias. Através da magia do faz-de-conta explora os

limites e, parte para aventura que a leva ao encontro do Outro-Eu.

O pensamento da criança evolui a partir de suas ações, e atividades são tão

importantes para o desenvolvimento do pensamento infantil. Segundo Best, (1996) O ato de

criar permite uma Pedagogia do Afeto na escola. A ludicidade tem conquistado um espaço no

panorama da educação infantil. Negrine ( 1994 ) sugere que o brinquedo é a essência da

infância e seu uso permite um trabalho pedagógico que possibilita a produção do

conhecimento e também a estimulação da afetividade na criança. Miranda (1997) salienta que

o jogo está na gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de

experimentar, de criar e de transformar o mundo.

Freire ( 1997 ) Propõe ainda, explorar novas práticas no ambiente-escola que se

utilizam do lúdico, para a construção da aprendizagem. Poder vivenciar o processo do

aprender colocando-se no lugar da criança, permitindo que a criatividade e a imaginação

aflorem através da interdisciplinaridade enquanto atitude.

O contato com os jogos na aprendizagem permite-lhes o mundo mágico no caminho

das descobertas, as atividades lúdicas permitem também as crianças desenvolver a

negociação, fazendo regras e resolvendo conflitos, pois brincar a é forma de a criança

compreender o mundo adulto a sua volta, trazendo para seu mundo imaginário. O método dos

32

jogos vem sendo implantado em todas as escolas, dessa forma, a realização dessa pesquisa

para o desenvolvimento cognitivo da criança

É importante estimular a autonomia da pedagogia nas escolas, permitindo que a

mesma venha estimular a prática dos jogos, pois é um grande desafio para o sistema

educacional.

Desse modo ao fazermos uso do lúdico em sala de aula deve-se sempre estar buscando

novas maneiras de envolver o aluno em atividades que levem os mesmos a refletir e descobrir

o mundo que os cerca. Pois através da ação lúdica e da comunicação, a criança irá

compreender o pensamento e a linguagem do outro. Sendo assim o brincar representa um

meio de interferir no desenvolvimento infantil, além de ser um instrumento para a construção

do conhecimento do aluno.

Para Freire (1997) Através dos jogos na pratica interdisciplinar o professor poderá

ajudar as crianças a recriarem sua visão de mundo, seu modo de agir, através de um trabalho

que envolva sentimentos, capacidade de atenção, de concentração, as relações, auto-estima, e,

a aprendizagem. Ao se utilizar jogos competitivos e com regras e limites o professor deve

visar que as crianças desenvolvam conceitos de respeito as regras, mas de maneira

prazerosa.

Bicudo, (2001), disse que a utilização de jogos como recursos pedagógicos, o

professor poderá utilizar-se de jogos e brincadeiras em atividades de leitura ou escrita em

matemática e outros conteúdos, devendo, no entanto, saber que a utilização desses recursos

auxilia para que as crianças desenvolvam o seu raciocínio e construam o seu conhecimento de

forma descontraída.

Os jogos na pratica interdisciplinar para o professor deve ser utilizada para facilitar a

construção da personalidade integral, da criança e também as funções psicológicas,

intelectuais e morais da criança.

Para Benjamim (2002) o jogo tem vários objetivos dentre eles por desenvolver

habilidades sensório-motor e a assimilação do conteúdo em sala de aula, o professor deve

inclusive aproveitar a realidade que cerca o aluno para facilitar sua aprendizagem no dia a dia.

O jogo auxilia a evolução da criança, pois a mesma deve utilizar de análise, observação,

atenção, imaginação e a compreensão para utilizar as regras que serão empregadas para se

jogar.

Desse modo acredita-se que os jogos na pratica interdisciplinar ajudam no

desenvolvimento do aluno na aprendizagem e que através dos jogos os alunos compreendem

um determinado conteúdo, a trabalhar em grupo e a desenvolver seu raciocínio. Sendo assim

33

os jogos devem ser utilizados pelos educadores como um recurso metodológico eficaz na

aprendizagem.

Outro recurso que pode ser utilizado na pratica interdisciplinar são as atividades

musicais, pois a mesma auxilia na vivência e compreensão, facilitando e contribuindo para a

formação integral do ser

Segundo Figueiredo (2005, p. 26) “a formação musical que estes professores recebem

nos cursos formadores tem sido insuficiente para gerar confiança e competência com relação a

esta área do conhecimento”

A criança precisa ser constantemente estimulada, para o desenvolvimento de sua inteligência e a exploração de sua inquietação, pois “é, por natureza, inquieta. Sente necessidade de correr, pular, brincar. Ela, tendo espaço e oportunidade, naturalmente executa seus movimentos. Cabe à escola oferecer espaço e momentos para continuar e possibilitar este processo” (FEIL, 1985. p. 45).

Ouvir música, desperta, estimula a linguagem, através dos materiais sonoros,

Figueiredo (2005), Cantando, tocando ou dançando, a música de boa qualidade proporciona

diversos benefícios para as crianças e é uma grande aliada no desenvolvimento saudável da

criançada.

A música também é uma atividade de socialização através dela se compreende

significados em uma determinada cultura.

Para Loureiro, (2003), a música representa uma importante fonte de estímulos,

equilíbrio e felicidade para a criança. Consequentemente, as brincadeiras musicais contribuem

para reforçar todas as áreas do desenvolvimento infantil, representando um inestimável

benefício para a formação e o equilíbrio da personalidade da criança.

A todo o momento temos a música ao nosso lado estamos sempre a ouvir música

Para Bréscia, (2003), O ensino da música favorece o desenvolvimento da expressão

artística além de despertar nas crianças o gosto pela música, contribuindo para a livre

expressão de sentimentos.

Quando se fala em ouvir e entender música, fala-se da percepção musical. Entende-se como percepção o processo através do qual o ser humano organiza e vivencia informações, estas basicamente de origem sensória. Longe de existir um consenso, música e sua percepção cognitiva são assuntos que já causaram polêmica entre de diversas disciplinas. Assim, há psicólogos que acreditam em processos cognitivos como universais de natureza, pois cada ser humano dispõe de um sistema nervoso. A visão oposta, que essa pesquisa procurará seguir, já enxerga na diversidade cultural a predisposição para uma preferência e seleção naturais dos padrões visuais

34

e auditivos, fazendo de cada processo cognitivo um caso específico e culturalmente impregnado (RIOS, 2002, p: 236-237).

A escola ao ampliar o conhecimento musical do aluno, permitira que o aluno se torne

mais crítico e assegurara a igualdade para que toda criança possa ter acesso à música

Segundo Bréscia, (2003) As atividades musicais realizadas na escola não visam a formação

de músicos, e sim, através da vivência e compreensão da linguagem musical, propiciar a

abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e

contribuindo para a formação integral do ser

Segundo Bréscia, (2003) A educação musical precisa se propor a fazer mais, pois

podemos correr o risco de perdermos a nossa identidade como músicos ou educadores

musicais perante a sociedade. A educação musical na pratica interdisciplinar, inclui tanto a

educação em música como educação através da música Loureiro (2000) Trata-se de

incentivarmos tanto o trabalho do especialista como do generalista na escola, pois precisamos

de muitas pessoas agindo para inserir a música nos vários contextos e estimular os estudantes

a serem cidadãos com uma bagagem musical e humana, significativa.

Como educadores musicais, devemos respeitar o valor dado a cada música em

particular pela comunidade que a pertence.

De acordo com Souza, (2000) A diversidade das músicas do mundo trás para a área

uma rica oportunidade para aprendizagem inter-cultural, para a melhoria da compreensão

internacional, e conseqüentemente, para ajudar a tornar o mundo mais humano. Dois terços do

mundo estão em desenvolvimento.

É importante lembrar que também a nossa escuta, tanto musical, quanto educacional, assim como os outros sentidos, guiam-se por limites impostos pela cultura, ou seja, o território do ouvir tem relação direta com os sons da nossa vivência, do nosso entorno, sejam eles musicais ou não, pois “a cultura imprime suas marcas no indivíduo, ditando normas e fixando ideais nas dimensões intelectuais, afetivas, morais e físicas, ideais esses que indicam à Educação o que deve ser alcançado no processo de socialização” (GRANJA, 2006. p.13)

Segundo Bréscia, (2003) Através do ensino da musica o aluno seja capaz de pesquisar,

conhecer, experimentar, aprender a construir, a criar a novidade. A música na pratica

interdisciplinar, além de apoiar o ensino da leitura e da escrita, também proporciona uma

melhor qualidade de vida e uma escola séria, competente, leve e alegre e real ao se

trabalharmos com a música devemos considerar o fator sociocultural, e a potencialidade

individual, para que o a aprendizagem dos conceitos se torne real como uma situação de

35

interação possibilita um movimento de compreensão progressiva de conceitos de forma

significativa.

Através do lúdico em sala de aula estaremos buscando novas maneiras de envolver o

aluno em atividades que levem os mesmos a refletir e descobrir o mundo que os cerca.

36

CONCLUSÃO

Pensar em Educação Infantil implica analisar o tipo de trabalho se pretende

desenvolver a proposta pedagógica desenvolvida voltada à formação das crianças. Para que as

práticas pedagógicas devem estar sempre em voltadas a realidade das mesmas.

O docente deve considerar a postura do planejamento de cada indivíduo e nele o

respeito e a consideração pelo outro, para propiciar uma aprendizagem significativa bem pelo

planejamento da prática docente no cotidiano da instituição infantil.

A prática pedagógica é um espaço de reflexão e ação interdisciplinares do contexto

sócio-histórico e cultural, nas relações consigo e com os outros a prática pedagógica de base

do ensino e aprendizagem

A prática interdisciplinar através de um trabalho coletivo exige uma autonomia do

sujeito, pois envolve competências docentes para contextualizar os conteúdos; valorizar o

trabalho; desenvolver atitude de pesquisa; valorizar e dinamizar a comunicação; resgatar o

sentido de humano e trabalhar com a pedagogia de projetos.

Conclui-se que primeiro é preciso conhecer o significado da interdisciplinaridade, para

que a sala de aula deixe de ser um espaço restrito apenas à transmissão de conteúdos , mas

um espaço aberto para a comunicação à troca e idéias entre professore e alunos, alunos e

alunos e entre professores e professores.

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