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8/14/2019 A Internet e apenas um suporte para a EAD e no sinnimo
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A Internet apenas um suporte para a EAD e no sinnimo.TV Digital e os desafios de um novo suporte
Josias Pereira1 Facnopar
Resumo: Neste trabalho levantamos algumas questes sobre a Educao distancia
e o seu provvel uso na TV digital. Analisaremos dados do Comit Gestor da Internet
(CGI) sobre o nmero de brasileiros conectados a grande rede mundial de computadores,
mesmo em avano, ainda abaixo do esperado, ento como democratizar o ensino superior
com o uso da EAD se a mesma apresenta como base a Internet ? Se educao a distancia
no sinnimo de Internet, mas apenas um dos seus suportes, porque no explorar a TV
digital na democratizao da alfabetizao. As regies com maior numero de analfabetos
do Brasil apresenta baixo numero de computadores em domicilio, por isso achamos que
apostar na democratizao do ensino superior atravs da informtica no pode ser o nico
caminho.
EAD no Brasil
A educao a distancia tem apresentado um crescimento vertiginoso nos ltimos
anos, segundo os dados oficiais do Anurio Brasileiro de Educao a Distncia, publicado
pela ABED2(Associao Brasileira de Educao a Distncia) pelo menos 1.278.022 de
brasileiros estudaram por EAD em 2005, tanto pelos cursos oficialmente credenciados
quanto por grandes projetos nacionais pblicos e privados. Segundo o anurio o nmero de
instituies que ministram EAD de forma autorizada pelo sistema de ensino cresceu 30,7%.
Mesmo em pleno crescimento, ela convive com o pr-conceito de diversas reas
do conhecimento. Necessitamos de educao a distancia? Qual a vantagem que a mesma
apresenta? O pr-conceito com a nova modalidade esta arraigado na sociedade intelectual
brasileira que ainda usa o nvel superior para se diferenciar do cidado comum. Estes anos
de excluso e proteo do ensino superior criou um pensamento coletivo de que apenas um
grupo social pode ter acesso ao grau superior, tendo assim vantagens no apenas financeiras
1 Roteirista e diretor de TV, Mestre em Tecnologia educacional e pesquisador da Facnopar2 http://www2.abed.org.br
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como jurdicas3. Criando assim um habito, que esta indo contra a universalizao do
ensino superior no Brasil. Tomando como referncia o conceito de habitus de Bourdieu, o
habitus uma subjetividade socializada (1983, p. 101). Para o autor, na medida em que o
habitus produto das relaes sociais, ele tende a assegurar a reproduo das mesmas
relaes objetivas que o engendraram. A interiorizao pelos agentes de valores, normas e
princpios sociais assegura a adequao entre as aes do sujeito e a realidade objetiva da
sociedade como um todo. Mantendo a reproduo social. Por outro lado, a mdia que hoje
se apresenta como um instrumento que contribui para a socializao esta na mo de poucos.
Dados do Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicao4 (UNB) revelam que 271
polticos brasileiros so scios ou diretores de 348 emissoras de radiodifuso (rdio e TV).5
Segundo Elvira Lobato6 no Brasil, apenas nove famlias detm mais de 90% de toda a
circulao de informao e de produtos culturais. Estes mesmo detentores do poderhegemnico criaram na sociedade atravs de vrios aparelhos ideolgicos a supremacia de
um grupo sobre os demais. E apenas a universalizao do saber, do conhecimento pode
contribuir para mudanas significativas no Brasil.
Com a universalizao do ensino fundamental e mdio a mudana esta chegando ao
ensino superior, este grupo alfabetizado no encontra nas faculdades as vagas que
necessita; muitos candidatos para poucas vagas. E a EAD pode ser uma alternativa para
este contingente reprimido. Em 2001 a UFPR (Universidade Federal do Paran) teve 48mil inscritos no concurso do vestibular para 3.500 vagas. Segundo dados do INEP7 (2006)
o numero de candidatos inscritos no vestibular em 2006 foi de 4.763.165 para um
numero de 2.337.488 vagas, o que representa apenas 49,07% do nmero de pessoas que
procuram o nvel superior presencial.
Segundo Dilvo Ristoff, diretor de estatsticas e avaliao da educao superior do
Inep, houve uma evoluo da taxa de escolaridade lquida dos alunos matriculados em
curso de educao superior sem distoro de idade, jovens que esto matriculados entre 18
3 Priso especial para quem possui graduao.4 Pesquisa realizada pelo professor Vencio de Lima5 Este ato inconstitucional (artigo n 54, captulo I)6 Lobato, Elvira. Concesses crescem em famlia. SP. Folha de S.Paulo, 16/9/2000, TV brasileira 50 anos, p.4-5. In Nascimento, Iracema Santos do, op.cit. p. 39.7 Nmero de Vagas Oferecidas, Candidatos Inscritos e Ingressos por Vestibular, nos Cursos de GraduaoPresenciais
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e 24 anos, passou dos 10,9% para 12,1%. Ainda tmida as mudanas para se universalizar
a educao superior no Brasil, se olharmos nossos irmos latinos a Argentina apresenta
39% e nas Amricas o Canad apresenta 62%. Na Amrica Latina, s o Haiti apresenta
taxas mais baixas que as do Brasil. necessrio uma revoluo no ensino superior,
deixar de ser privilegio de um grupo social e ser um direito de todo cidado. Uma das
mudanas ocorridas se apresenta nas polticas publicas, foi o reconhecimento do MEC dos
cursos de ps graduao e de graduao a distancia. Segundo Joo Carlos Teatini8,
Secretrio de Educao a Distncia da SEED/ MEC.
Quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional determinou, no artigo 80, que
o Poder Pblico incentive cursos e programas a distncia e de educao continuada, deu o sinal
poltico-institucional e legal para a implementao da educao a distncia no nosso pas. Os
Decretos n. 2.494/98 e n. 2.561/98, embora instrumentos ainda muito tmidos de regulamentaodesse artigo da Lei, abriram espao para os primeiros pedidos de credenciamento de instituies e
de autorizao de cursos superiores a distncia. (2003)
Porem, desejo debater outro problema que esta sendo silenciado; vemos que a EAD
virou sinnimo de Internet, pelas facilidades que o meio apresenta e o nmero de usurios
crescente no Brasil. Mas no podemos deixar de pensar que nem todo brasileiro tem
acesso a grande rede mundial de computadores, que s chegar em casa e desfrutar das
comodidades que o aparato tecnolgico disponibiliza, sempre a um certo custo. Outrasalternativas devem ser pensadas para universalizar o ensino superior e no colocar todas as
expectativas em cima do suporte Internet, at para no cometermos o erro de privilegiar
apenas um grupo social.
Analisando os dados do Comit Gestor da Internet 9 (CGI) vemos que o nordeste
apresenta um nmero de aparelhos de televiso como as outras regies do Brasil, acima de
90% ( figura 01). Porm, quando analisamos o item computador de Mesa vemos que a
regio cai para mais da metade da regio sul e sudeste.
8 texto : Educao a Distncia na universidade do sculo XXI9O Comit Gestor da Internet no Brasil (CGI.) foi criado pela Portaria Interministerial n 147, de 31 de maio de 1995 ealterada pelo Decreto Presidencial n 4.829, de 3 de setembro de 2003, para coordenar e integrar todas as iniciativas deservios Internet no pas, promovendo a qualidade tcnica, a inovao e a disseminao dos servios ofertados. Compostopor membros do governo, do setor empresarial, do terceiro setor e da comunidade acadmica, o CGI.br representa ummodelo de governana na Internet pioneiro no que diz respeito efetivao da participao da sociedade nas decisesenvolvendo a implantao, administrao e uso da rede.
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PROPORO DE DOMICLIOS QUE POSSUEM EQUIPAMENTOS TIC
Figura 01 - Percentual sobre o total de domicliosPercentual
(%)Televiso Antena
parablicaTV por
assinaturaRdio
Telefone
fixoTelefonecelular
Computadorde mesa
TOTAL 98 18 7 89 45 74 24
REGIESDO PASSudeste 98 15 11 92 57 75 29
Nordeste 97 22 1 85 25 65 11
Sul 98 19 6 95 48 80 29
Norte 96 18 1 76 25 68 13
Centro-Oeste
97 16 4 85 40 85 25
Por outro lado se analisarmos os dados do Pnad10(2006) , vemos que o Brasil tem
15,5 milhes de pessoas acima de 15 anos que no so alfabetizados (figura 03)
Figura 03 -
Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade
Brasil e Grandes Regies
2004 2005 2006Norte 10,2 9,4 9,1
Nordeste 22,4 21,9 20,7Sudeste 6,6 6,5 6,0
Sul 6,3 5,9 5,7Centro-Oeste 9,2 8,9 8,3
Brasil 11,2 10,9 10,2Fonte: Pnad/IBGE; Elaborao: Disoc/Ipea
Entre os maiores de 25 anos, as taxas de analfabetismo so ainda mais altas: chega a26,8% no Nordeste e 15% no Norte. Cruzando os dados do CGI com os do Pnad, vemos
que a regio Norte e Nordeste apresentam as maiores taxas de analfabetismo e as menores
taxas no uso de computador de mesa. Assim, como usar o suporte Internet para
10Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiclios, realizado pelo IBGE
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universalizar a educao superior? A regio nordeste representa 27,6% de toda populao
nacional a segunda maior regio populacional do Brasil e apresenta a maior taxa de
analfabetismo, por motivos polticos e sociais.
Analisando a figura 04, dados Pnad (2006), vemos que o norte e a regio nordeste
apresentam a maior porcentagem de pardos, e a regio sul e sudeste as menores
concentraes de Pardos, sendo as regies mais alfabetizadas, com maior concentrao de
Brancos e com maior concentrao de computadores de mesa.
Figura 04
PopulaoDistribuio percentual, por cor ou raa (%)
Grandes Regies,Unidades da Federao eRegies Metropolitanas Total Branca Preta Parda
Amarela o
indgenaBrasil 184 388 620 49,9 6,3 43,2 0Norte 14 726 059 24,0 3,8 71,5 0Nordeste 51 065 275 29,5 7,0 63,1 0Sudeste 78 557 264 58,5 7,2 33,4 0Sul 26 999 776 80,8 3,6 15,0 0
Centro-Oeste 13 040 246 43,5 5,7 49,9 0
E segundo dados do CGI a regio sul apresenta o maior numero de computadores em
domicilio, superando ate a regio sudeste tradicional lder no aspectobenfeitorias sociais.
(figura 05)
Figura 05 - Proporo de Domiclios com Computador - Percentual sobre o total de
domiclios11
Percentual (%) Sim No
TOTAL 24 76REGIES DO PAS
Sudeste 30 70Nordeste 11 89Sul 31 69Norte 13 87Centro-Oeste 26 74
11 Base: 17.000 domiclios entrevistados em rea urbana.
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Ser que existe um real interesse em universalizar o ensino superior e o mdio ou
apenas usamos a tecnologia para capacitar, melhorar os profissionais para o mercado de
trabalho, principalmente nos grandes centros? Nossa preocupao vai alm de uma mo de
obra qualificada, mas abordar a educao de modo sistmico e contribuir para melhoria de
qualidade de vida da populao. O suporte preferido pela EAD no se apresenta o mais
indicado para diminuir as desigualdades educacionais no Brasil , a Internet um meio, mas
no pode ser a nica soluo para a EAD.
Comunicao de Massa e a EAD
"As pessoas vo ficar cansadas de olhar
para uma caixa de madeira todas as noites"
Darryl Zanuck, produtor de cinema,
sobre o futuro da TV (1946)
Fazendo uma pequena analogia a EAD, s vezes, parece uma criana que troca de
brinquedo novo, sem perder o velho de vista. Surge o livro usa o livro, surge o rdio usa o
rdio, surge a TV usa a TV, surge a Internet usa a Internet, ento naturalmente,
imaginamos, que a TV digital ser utilizada de alguma forma, assim que a populao tomar
conscincia e uso da mesma e for financeiramente vivel o seu uso paras as empresas
educacionais.
Os meios de comunicao so apenas um meio, suporte, entre a informao e o
destino, entre o enunciador e o enunciatrio. O que a escola afinal? Um espao de
socializao? Um espao de saber socialmente produzido? Troca de informao ? No fundo
A escola chata porque dirigida por burocratas12 essa a opinio do professor Rubem
Alves. E a EAD o que seria? Segundo Moran13Educao a distncia o processo de
ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos esto separados
espacial e/ou temporalmente. Neste caso a mdia apenas um meio, um elo. E diversasmdias foram utilizadas sempre com o intuito de melhorar a relao enunciador e
enunciatrio e efetivar a construo do conhecimento.
12Entrevista concedida ao jornal Folha de So Paulo na srie de sabatinas (2006). Rubem Alves psicanalista e professor emrito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)13Jos Manuel Moran. Texto O que educao a distncia
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http://www.eca.usp.br/prof/moran/http://www.eca.usp.br/prof/moran/8/14/2019 A Internet e apenas um suporte para a EAD e no sinnimo
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Nosso intuito aqui no realizar uma abordagem histrica sobre a EAD, mas fazer
um levantamento dos suporte utilizados pela educao para criar um modo de ensino no
presencial.
Segundo o pesquisador Joo Roberto Moreira Alves14(2001):
A Educao a Distncia - EAD comeou no sculo XV, quando Johannes Guttenberg, em
Mogncia, Alemanha, inventou a imprensa, com composio de palavras com caracteres mveis.
Com a criao, tornou-se desnecessrio ir s escolas para assistir o venerando mestre ler, na
frente de seus discpulos, o raro livro copiado
Porm o livro apresentava um problema, a necessidade de conhecer e decodificar as
letras do alfabeto, o que impossibilita muitas pessoas de compreend-la. Assim foi o inicio
da EAD em diversas regies do mundo. Segundo Alves Em 1840 tem-se notcias da EAD
na Inglaterra, na Alemanha foi implementado em 1856 e nos Estados Unidos, notou-se o
ensino por correspondncia em 1874.
Com o avano tecnolgico e o surgimento do rdio15, a EAD comea a se
modificar, universalizar, pois agora o protocolo de fcil entendimento, a voz. O rdio
devido a seu baixo custo, facilidade de operao e penetrao nas camadas mais populares
foi utilizado desde o inicio como uma ferramenta que poderia contribuir para melhorar o
nvel cultural da populao. O que contribuiu para um salto na EAD no Brasil.
Na comemorao do centenrio da independncia do Brasil empresrios
americanos demonstravam os avanos da radiodifuso. Para realizar o teste foi transmitido
um discurso do ento presidente Epitcio Pessoa. Ao ouvir a transmisso Roquete Pinto
ficou intrigado com a nossa tecnologia. Segundo a pesquisadora Sonia Virgnia Moreira16
(2002)
Naquele momento, Roquette-Pinto percebeu que ali estava um meio de
comunicao importante para educar o povo brasileiro. Foi com este intuito que, em 1923,
14Educao a Distncia e as Novas Tecnologias de Informao e Aprendizagem15 Segundo alguns autores, a tecnologia de transmisso de som por ondas de rdio foi desenvolvida peloitaliano Guglielmo Marconi, no fim do sculo XIX. Outros advogam que foi desenvolvida pelo srvio NikolaTesla. Na mesma poca em 1893, no Brasil, um padre chamado Roberto Landell de Moura tambm buscavaresultados semelhantes, em experincias feitas no Brasil.16 texto - Roquette Pinto, empreendedor de mdia educativa
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fundou a Rdio Sociedade do Rio de Janeiro. ... Para ele, o rdio era o meio de
democratizar a educao e a cultura, em suas prprias palavras transcritas no texto de Rui
Castro. O rdio a escola dos que no tem escola. o jornal de quem no sabe ler; o
mestre de quem no pode ir escola; o divertimento gratuito do pobre; o animador de
novas esperanas, o consolador dos enfermos e o guia dos sos - desde que o realizem com
esprito altrusta e elevado. (CASTRO, 2002, p. 10).Ao conceber a necessidade de se
democratizar a educao brasileira, Roquette-Pinto no poderia deixar de participar do
Movimento de Renovao Educacional do Pas que, em 1932, publicou o Manifesto dos
Pioneiros da Educao Nova, assinado por ele juntamente com outros 25 intelectuais que
acreditaram na possibilidade de se ofertar uma educao de qualidade para a populao
brasileira
Entre os programas educativos que fizeram uso do rdio encontra-se o Projeto
Minerva que chegou a atingir um pblico matriculado em telepostos da ordem de 120.000
alunos. O Projeto Minerva17 nasceu no Servio de Radiodifuso Educativa do Ministrio
da Educao e Cultura em 1970. At 1971 participaram do Projeto um total de 174.246
alunos. Surge nesta poca a idia do radioposto18 para atender os alunos. A idia principal
do projeto era desenvolver contedos de nvel primrio e capacitao de docentes. Estes
dados demonstram a importncia do uso da comunicao de massa para disseminar projetos
educativos. Gostaramos tambm de aproveitar e prestar uma homenagem relembrando aimportncia de Roquete Pinto, que contribuiu com o uso do rdio na educao do Pas.
As pesquisas de propagao radiofnica comeou na Inglaterra, passando pela Itlia e pelo
Brasil com o Padre Landell de Moura19 no inicio do sculo XX. .
A TV surge no Brasil em 1950, ela inaugurada pelas mos de Assis
Chateaubriand, no inicio s uma camada da populao tinha acesso a este aparato
tecnolgico. Com as mudanas ocorridas e com o credirio a partir da dcada de 1970 a
TV se populariza como meio de informao e a EAD, se utiliza da mesma como maisum suporte para a Educao.
17 O nome Minerva uma homenagem a deusa grega da sabedoria.18 Encontros em escolas, quartis, clubes, igrejas e outros locais.19 Padre Landell de Moura foi precursor nas transmisses de vozes e rudos.
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A Fundao Roberto Marinho apostou no projeto Telecurso, usando a midia TV
como mais um suporte da EAD. Aproveitando o hbito do brasileiro de assistir novela e
telejornal. Com a TV a EAD ganha alem do texto, do udio a imagem e a emoo que o
meio propicia.
A educao a distncia teve incio no Brasil em 1939, quando foi criado o
Instituto Rdio Tcnico Monitor. Em 1941, surgiu o Instituto Universal Brasileiro,
seguido por outras instituies que utilizaram o ensino a distncia por
correspondncia a partir de 1950 (Niskier, 1999).
Os principais movimentos:
Projeto Minerva (1970)
Logos (1977) Telecurso de 2 grau (1978) Um Salto para o Futuro (1991) Telecurso 2000 (1995) TV Escola (1996)
A TV no dialgica.
Uma das criticas feitas comunicao de massa do sculo XX que no permitiam
o dialogo com o espectador/ Enunciatrio. uma forma de comunicao monologica.
relembrando Bakhtin20 monologia a qualidade dos discursos autoritrios em que um
nico sentido sobressai impedindo que os demais venham tona; as partes so
dicotomizadas em emissor (envirio da mensagem) e receptor (receptculo acrtico do
primeiro). Segundo a professora Raquel de Almeida Moraes:
as velhas mdias dos meios de comunicao de massa rdio, cinema, imprensa
e televiso so consideradas veculos unidirecionais de informao por meio dos quais a
mensagem percorre apenas uma direo do emissor ao receptor (2006)
A Internet
20(aput. Raquel Almeida Moraes) Texto: As Tecnologias da Informao e Comunicao na Educao: asperspectivas de Freire e Bakhtin - 2006
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A vantagem da Internet que ela leva o espectador / enunciatrio da posio de
receber para uma posio mais dialgica com o meio, criando a interao. Para Lima21 as
novas tecnologias propiciam o dilogo entre esses dois plos da comunicao,
possibilitando que ambos interfiram na mensagem. O desenvolvimento tecnolgico, novos
processadores, banda larga, edio, editorao e as polticas publicas contriburam para o
crescimento da EAD. A incorporao destas tecnologias computacionais de comunicao,
possibilitou o desenvolvimento dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA)22.
Em 1996 criado a Secretaria Especial de Educao a Distncia (SEED) para
contribuir no uso dos processos de ensino-aprendizagem,com nfase a incorporao das
Tecnologias de Informao e Comunicao (TICs) e da educao distncia. A
Universidade Virtual Pblica do Brasil (UniRede)23, foi formada inicialmente por
instituies de ensino superior com o objetivo democratizar o acesso educao de
qualidade. O consrcio conta com o apoio do Ministrio da Educao (MEC) e do
Ministrio de Cincia e Tecnologia (MCT).
TV Digital
A idia da TV digital surge nos estados unidos em funo de uma necessidade
tcnica, aumentar o tamanho do monitor sem perder qualidade, pois quando se ampliava a
imagem no padro americano M de 525 linhas e 30 quadros por segundo a imagem
distorcia. Com o avano da tecnologia alem da qualidade tcnica melhor, imagem com o
dobro da resoluo, vieram varias vantagens como poder enviar vrios canais na mesma
freqncia, udios diferentes, Internet e uma melhoria na comunicao, j que a Tv digital
trs a interatividade. O que a faz ter tudo o que o computador tem na pratica. Segundo o
professor Mauro Coutinho (2007):
Nos Estados Unidos, priorizou-se a qualidade da imagem e do som com a adoo
do padro ATSC (Advanced Television Systems Committee).No Japo, o requisito mais importante foi a mobilidade e o padro adotado foi o
ISDB (Integrated Services Digital Broadcast).
21Aput Raquel de Almeida Moraes22os AVA's so softwares educacionais via internet, destinados a apoiar as atividades educacionais, elesoferecem um conjunto de tecnologias de informao e comunicao, que permitem desenvolver as atividadesno tempo, espao e ritmo de cada participante23 A UniRede, um consrcio de 80 instituies pblicas de ensino superior
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J na Europa o cerne das atenes ficou com a interatividade, explorada pelaplataforma MHP (Multimedia Home Platform) do DVB (DigitalVideo BroadCasting)
No Brasil, por exemplo, so mais de 65 milhes de aparelhos receptores, presentes
em 90% dos lares. O que faz a TV digital ser uma excelente meio para divulgar a educao
e ser usada pelo EAD. Em junho de 2006 o Brasil adotou o como base o padro ISDB-T
(Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial ). Usando uma variante do elemento
codificao usando o MPEG-424para codificao e MPEG-2 para transmisso. Com o
canal de retorno ser possvel o espectador mudar a relao com as emissoras, que podem,
se desejarem, deixar de ser monologica, e ser um pouco mais interativas. Segundo o
professor Mauro Coutinho (2006)25
O modelo tradicional, caracterizado pelo formato unidirecional, cede lugara um modelo interativo, capaz de promover a incluso digital do usurio
atravs da uma gama de novos servios, entre os quais, o comrcio eletrnico,o governo eletrnico, a educao distncia e os jogos interativos
Com a TV digital podemos diminuir o nmero de brasileiros que ainda tem
dificuldade de acessar a grande rede e desejam se atualizar ou realizar uma educao de
qualidade a distancia. H comunidades como no interior do amazonas, Piau, Roraima,
Acre dentre outros que no h interesse do setor privado de investir em equipamentos paradistribuio de dados da grande rede, pelo alto custo do investimento em equipamentos e a
baixa lucratividade. Por isso, a importncia de usar o espectro da TV digital para o
acesso a Internet. O que possvel com a ajuda do canal de retorno 26. O problema que as
emissoras a principio iro permitir que o usurio entre no seu site e possa explorar comprar,
mas para ir a grande rede mundial de computadores necessrio um canal de retorno para o
usurio poder navegar, e quem pagara este canal de retorno ? As emissoras so iro permitir
o acesso a sua grade de programao e a seu site. Outro ponto a ser debatido se a
24 O MPEG-4 necessita de uma maior capacidade de processamento, porem, pode ser usado uma bandamenor na transmisso.25 Canal de Retorno para TV Digital com Interatividade Condicionada por Mecanismo de SinalizaoContnua e Provisionamento de Banda Orientado a QoS
26 Canal de retorno o que permitira a TV Digital ser interativa que pode ser desde o acesso a programao daemissora a possibilidade a navegar na grande rede.
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navegao ser a mesma que no computador? Ter teclado ou tudo no controle remoto?
No seria mais fcil assistir TV pelo computador? J existem placas digitais que permitem
que o usurio assista TV no computador com qualidade analgica e em breve teremos as
com qualidade digital. Assim o usurio poder tambm escolher TV digital meio
computador ou computador meio TV.
Concluso
As pesquisas falam das NTIc e a gerao net, pessoas que j nascem com Internet,
e-mail, Facebook, CDs, DVDs, cmeras digitais, aparelhos de MP3, MP4, MP6, celulares,
videogames, MSN, transmisso instantnea de mensagens etc, porm e os que esto fora
deste nicho tecnolgico, o que fazemos com eles? Apenas descartamos e falamos que esto
fora do novo padro internacional? Porque no usar a TV para melhorar o nvel
intelectual destas pessoas ? Afinal a funo da escola s para arrumar trabalho ?
Educao muito mais do que isso, porem a mdia s coloca a escola como um passo para
um bom emprego, bom salrio. Essa viso tem que ser modificada.
A EAD no pode ser vista apenas como concorrente da presencial, mas
complemento, contribuio, atuando em momentos que a presena do aluno no to
necessrio. Um pas se faz com homens e livros27, j dizia o poeta. Um livro nada mais
do que um suporte onde o autor desloca as letras dentro de um protocolo, no nosso caso
o protocolo da lngua portuguesa e os seus pensamentos e sua viso de vida so colocadas
ali, expressas naquele papel, ou seja, o livro apenas um suporte que separa o autor do
leitor. Seguindo este raciocnio os meios de comunicao no se diferenciam do processo
de aquisio de informao. Na verdade ao ler um texto na tela do computador, estamos
realizando o mesmo processo, decodificando as letras dentro de um protocolo definido e
atravs da juno da mesma, adquirir e entender o raciocnio e as idias que o autor
desejou passar. O livro como o computador, s servem como meio para interligar doispontos, no caso o autor do leitor, ( Enunciador / enunciatrio) o autor do internauta, o
espectador do roteirista. So apenas meios, no produzem nada, apenas reproduzem. E a
TV digital ira contribuir sendo apenas mais um suporte, mas que este suporte seja mais
27 Monteiro Lobato
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democrtico e universal do que a Internet que como vimos ainda exclusividade de um
grupo social.
Talvez no futuro do presente, a EAD contribua para fazer uma escola diferente,
onde poderemos fazer apenas disciplinas e ir aprendendo, se especializando e depois de
alguns anos a unio destas disciplinas cursadas correspondam a um tipo de formao.
Vivemos ainda o modo positivista na educao, estudamos a parte e nunca o todo, porem
aos poucos esta viso esta saindo e dando lugar a uma educao sistmica, onde as partes
esto interligadas a um todo. Para que ensinar a nossos jovens sobre fsica e qumica de
modo separado da vida e da realidade? Por que aprender normas e nomes sem a pratica
com o dia a dia. . Por que no coloc-los em uma oficina de automvel e ensinar como
um carro funciona e na oficina, virtual ou presencial o aluno ira ter contato com fsica, com
qumica, alm de aprender algo que pode utilizar no seu futuro. Talvez a educao a
distancia possa contribuir para fazer o que a academia presencial no conseguiu, mudar
efetivamente a educao, paut-la no dia a dias da populao. Coloc-la na realidade da
sociedade e tir-la do altar que se encontra hoje, no muito agradvel, necessria e
intocvel. Educao para todos, informao para todos o caminho para uma sociedade
mais justa social e politicamente.
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Bibliografia
ALVES , J oo Roberto Moreira. Educao a Distncia e as Novas Tecnologias de
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