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Web-Revista SOCIODIALETO www.sociodialeto.com.br Bacharelado e Licenciatura em Letras UEMS/Campo Grande Mestrado em Letras UEMS / Campo Grande ISSN: 2178-1486 Volume 4 Número 11 Novembro 2013 11 A LEI MARIA DA PENHA E O DEMONSTRATIVO DA CRIMINALIDADE DOMÉSTICA NA CIDADE DE PARANAÍBA NO PERÍODO DE 2010 A 2012 Renata Leal Rodrigues PG-UEMS (Direito/Paranaíba) [email protected] RESUMO: O presente trabalho objetivou identificar e demonstrar alguns obstáculos e desafios que a Lei nº 11.340/2006 encontrou bem como a implantação da Delegacia de Atendimento a Mulher no município de Paranaíba/MS. A pesquisa visa demonstrar dados referentes à complexidade do tema dos anos de 2010 a 2012 apurados na DAM de Paranaíba, analisando a eficácia das medidas de proteção à mulher em situação de violência doméstica e familiar. Este trabalho foi realizado com base em pesquisas bibliográficas de autores nacionais e estrangeiros, bem como revistas especializadas nessa área, acesso à rede mundial de computadores e outros, sendo uma pesquisa dedutiva, que parte do pressuposto da norma posta para análise da norma prática. A relevância do tema para a sociedade, acompanhada de considerada jovialidade do dito diploma jurídico justificam a importância desta pesquisa. Insta salientar que para a efetiva implantação da Lei, não basta sua positivação, é necessária que venha acompanhada de políticas públicas de educação, enfrentamento, prevenção e apoio aos necessitados, bem como controle dos resultados obtidos. PALAVRASCHAVE: Lei nº 11.340/2006. Violência Doméstica. Mulher. ABSTRACT : This study aimed to identify and demonstrate some obstacles and challenges that Law 11.340/2006 found as well as the deployment of the Police Service of Women in the municipality of Paranaíba/MS . The research aims to demonstrate the complexity of the data subject the years 2010-2012 calculated in the DAM Paranaíba , analyzing the effectiveness of measures to protect women in situations of domestic violence. This work was conducted based on bibliographic research of national and international authors, as well as specialized journals in this area, access to the worldwide network of computers and others, being a deductive research, which assumes the standard set for analysis of standard practice . The relevance to society, accompanied by considered playfulness of said legal act justifying the importance of this research. Calls to point out that the effective implementation of the Act, not just their positivization is necessary that accompanies public policy education, coping, prevention and support to the needy, as well as control of the results. KEYWORDS : Law 11.340/2006 . Domestic Violence. Woman. Introdução Mesmo diante de tanto progresso no conhecimento científico e tecnológico que impulsionaram o progresso da humanidade, fenômenos como a Revolução Industrial, globalização que modificaram relações sociais, princípios tais como “pacta

A LEI MARIA DA PENHA E O DEMONSTRATIVO DA … · nº 11.340/2006 encontrou bem como a implantação da Delegacia de Atendimento a Mulher no município de Paranaíba/MS. ... Esse cooperativismo

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A LEI MARIA DA PENHA E O DEMONSTRATIVO DA

CRIMINALIDADE DOMÉSTICA NA CIDADE DE PARANAÍBA

NO PERÍODO DE 2010 A 2012

Renata Leal Rodrigues – PG-UEMS (Direito/Paranaíba)

[email protected]

RESUMO: O presente trabalho objetivou identificar e demonstrar alguns obstáculos e desafios que a Lei

nº 11.340/2006 encontrou bem como a implantação da Delegacia de Atendimento a Mulher no município

de Paranaíba/MS. A pesquisa visa demonstrar dados referentes à complexidade do tema dos anos de 2010

a 2012 apurados na DAM de Paranaíba, analisando a eficácia das medidas de proteção à mulher em

situação de violência doméstica e familiar. Este trabalho foi realizado com base em pesquisas

bibliográficas de autores nacionais e estrangeiros, bem como revistas especializadas nessa área, acesso à

rede mundial de computadores e outros, sendo uma pesquisa dedutiva, que parte do pressuposto da norma

posta para análise da norma prática. A relevância do tema para a sociedade, acompanhada de considerada

jovialidade do dito diploma jurídico justificam a importância desta pesquisa. Insta salientar que para a

efetiva implantação da Lei, não basta sua positivação, é necessária que venha acompanhada de políticas

públicas de educação, enfrentamento, prevenção e apoio aos necessitados, bem como controle dos

resultados obtidos.

PALAVRAS–CHAVE: Lei nº 11.340/2006. Violência Doméstica. Mulher.

ABSTRACT : This study aimed to identify and demonstrate some obstacles and challenges that Law

11.340/2006 found as well as the deployment of the Police Service of Women in the municipality of

Paranaíba/MS . The research aims to demonstrate the complexity of the data subject the years 2010-2012

calculated in the DAM Paranaíba , analyzing the effectiveness of measures to protect women in situations

of domestic violence. This work was conducted based on bibliographic research of national and

international authors, as well as specialized journals in this area, access to the worldwide network of

computers and others, being a deductive research, which assumes the standard set for analysis of standard

practice . The relevance to society, accompanied by considered playfulness of said legal act justifying the

importance of this research. Calls to point out that the effective implementation of the Act, not just their

positivization is necessary that accompanies public policy education, coping, prevention and support to

the needy, as well as control of the results.

KEYWORDS : Law 11.340/2006 . Domestic Violence. Woman.

Introdução

Mesmo diante de tanto progresso no conhecimento científico e tecnológico

que impulsionaram o progresso da humanidade, fenômenos como a Revolução

Industrial, globalização que modificaram relações sociais, princípios tais como “pacta

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sun servanda”, ou mesmo a soberania dos Estados foram modificados ao longo do

tempo, mas algo que ainda apresenta muita resistência a modificações são as questões

de gênero.

A relação entre homem e mulher desde as sociedades primitivas tem sido

conflituosa, uma constante disputa de poder, ações de repressão que subjugaram as

mulheres durante séculos baseadas em conceitos sem fundamento lógico e humanista,

deixaram marcas profundas não só nas mulheres de todos os tempos, mas em toda a

sociedade.

A violência doméstica não afeta apenas a vítima, afeta toda a sua família e

reflete diretamente na sociedade como um todo, o sujeito envolvido neste contexto tem

seu aprendizado baseados na realidade que conhece, respondendo a violência com

violência.

A história da própria humanidade é marcada por violentas lutas em prol do

poder entre homens e mulheres, levando ao longo do tempo a uma subjugação da

mulher e sua completa submissão ao homem.

1. Evolução Histórica Quanto à Mulher

Em Breve Introdução Histórica de Rose Marie Muraro que precede a clássica

obra Malleus Maleficarum (2005) compreendemos a evolução da humanidade em

relação ao feminino. Nos tempos mais remotos em que a humanidade vivia de pequenas

caças e coleta de frutos, a mulher possuía um lugar central na organização social.

Embora ainda desconhecessem a participação masculina no processo de

procriação, o que permitia o endeusamento das mulheres, diante do “[...] privilégio dado

pelos deuses de reproduzir a espécie [...]” (MURARO apud KRAMER E SPRENGER,

2005, p. 5), a inveja do útero corroia os homens. “Os homens se sentiam marginalizados

nesse processo e invejavam as mulheres” (MURARO apud KRAMER E SPRENGER,

2005, p. 5).

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Ao contrário da mulher, que possuía o “poder biológico”, o homem foi

desenvolvendo o “poder cultural” à medida que a tecnologia foi avançando.

Enquanto as sociedades eram de coleta, as mulheres mantinham uma espécie

de poder, mas diferente das culturas patriarcais. Essas culturas primitivas

tinha de ser cooperativas, para poder sobreviver em condições hostis, e

portanto não havia coerção ou centralização, mas rodízio de lideranças, e as

relações entre homens e mulheres eram mais fluidas do que viriam a ser nas

futuras sociedades patriarcais (MURARO apud KRAMER E SPRENGER,

2005, p. 6).

Esse cooperativismo livre de coerção e centralização do poder, não incluía

transmissão de cargos ou mesmo heranças. Havia maior liberdade sexual entre os

indivíduos. E o número de guerras também era menor, afinal não se visava o acúmulo

de capital e isso não excitava uma conquista territorial desenfreado, como podemos

observar em anos mais recentes da história da humanidade.

“É só nas regiões em que a coleta é escassa, ou onde vão se esgotando os

recursos naturais vegetais e os pequenos animais, que se inicia a caça

sistemática aos grandes animais. E aí começam a se instalar a supremacia

masculina e a competitividade entre os grupos na busca de novos territórios.

[...] As guerras se tornam constantes e passam a ser mitificadas. Os homens

mais valorizados são os heróis guerreiros. Começa a se romper a harmonia

que ligava a espécie humana à natureza. (MURARO apud KRAMER E

SPRENGER, 2005, p. 6)”.

Por volta do século XIV até meados do século XVIII, aconteceu o que

MURARO (2005) chama de fenômeno generalizado em toda a Europa de repressão

sistemática do feminino. É o período da Inquisição em que milhares de execuções de

mulheres sob a acusação de serem bruxas.

Como o sistema patriarcal se desenvolvia sob a égide do poder e do controle, o

conhecimento desde os tempos mais antigos já representava esse poder e este controle,

assim as mulheres representavam uma ameaça por serem detentoras de saberes

essenciais, principalmente a saúde.

“Desde a mais remota antiguidade, as mulheres eram as curadoras

populares, as parteiras, enfim, detinham saber próprio, que lhes era

transmitido de geração em geração. Em muitas tribos primitivas eram elas

xamãs. Na Idade Média, seu saber se intensifica e aprofunda. As mulheres

camponesas pobres não tinham como cuidar da saúde a não ser com outras

mulheres tão camponesas e tão pobres quanto elas. Elas (as curadoras) eram

as cultivadoras ancestrais das ervas que devolviam a saúde, e eram também

as melhores anatomistas do seu tempo. Eram as parteiras que viajavam de

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casa em casa, de aldeia em aldeia, e as médicas populares para todas as

doenças. (MURARO apud KRAMER E SPRENGER, 2005, p. 11)”.

A Igreja Católica foi a principal responsável pela centralização do poder, a ela

se deve o movimento da Inquisição que não representa apenas uma ideologia, uma

matança por um ideal, mas sim, um movimento friamente calculado que visava dominar

as massas camponesas, ou melhor, domar, domesticar a massa para que se submetessem

aos abusos cometidos pelos senhores feudais pautados na ambição e desprovidos de

valores humanitários.

“Era essencial para o sistema capitalista que estava sendo forjado no seio

mesmo do feudalismo um controle estrito sobre o corpo e a sexualidade,

conforme constata a obra de Michel Foucault, História da Sexualidade.

Começa a se construir ali o corpo dócil do futuro trabalhador que vai ser

alienado do seu trabalho e não se rebelará. A partir do século XVIII, os

controles atingem profundidade e obsessividade tais que os menores, os

mínimos detalhes e gestos são normatizados. Todos, homens e mulheres,

passam a ser, então, os próprios controladores de si mesmos a partir do mais

íntimo de suas mentes. É assim que se instala o puritanismo, do qual se

origina, segundo Tawnwy e Max Weber, o capitalismo avançado anglo-

saxão. Mas até chegar a esse ponto foi preciso usar muita violência.

(MURARO apud KRAMER E SPRENGER, 2005, p. 15)”.

Depois de tanta violência, ninguém mais se ousava não ser parte desta massa

tão bem disciplinada, quando cessou os absurdos da Inquisição, a mulher já tinha se

tornado frígida, restringida ao âmbito doméstico, havia perdido sua sabedoria popular,

não tinha acesso aos estudos, não passava de um reflexo do homem, sendo uma

transmissora de valores positivamente patriarcais, já enraizados em toda a sociedade.

2. O desenvolvimento de uma lei de proteção à mulher

A Revolução Francesa foi um dos movimentos mais importantes em prol da

liberdade, no entanto, a característica da universalidade dos Direitos Humanos foi

desconsiderada. A igualdade entre os sexos foi desconsiderada. “A Declaração dos

Direitos do Homem e do Cidadão referia-se de fato ao homem, ou seja, à pessoa do

sexo masculino. As mulheres não tiveram seus direitos reconhecidos” (TELES, 2006,

p.19). Fato comprovado pelo ocorrido com Olympe de Gouges que:

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Decidiu por fazer a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. Por

isso, foi condenada à morte na guilhotina. A sentença que proferiu sua

condenação dizia que ela se imiscuiu nos assuntos da República,

esquecendo-se das virtudes de seu sexo [...] (TELES, 2006, p.19).

Um projeto constitucional de 1795, escrito por Boissy d’Anglas, afirmava:

[...] a igualdade absoluta é uma quimera; para que pudesse existir, seria

preciso que existisse igualdade total no espírito, na virtude, na força física,

na educação e na fortuna de todos os homens. Um país governado pelos

proprietários é de ordem social; aquele onde os não proprietários governam

está em estado de natureza (TELES, 2006, p. 20).

Somente em 1919 com a Constituição da primeira República Alemã de

Weimar, influenciada pela Constituição Mexicana, é que se reconheceu a igualdade de

direitos entre homens e mulheres “na sociedade conjugal”, entre os filhos legítimos e

ilegítimos, e garantiu o voto feminino. E mesmo tendo tido pouca vigência ela é

referencia em direitos humanos (TELES, 2006).

Em 1993, a Conferência Mundial de Direitos Humanos, ocorrida em Viena,

afirmou a universalidade dos Direitos Humanos, bem como reconheceu os Direitos

Humanos das mulheres.

“Nessa Conferência foram finalmente reconhecidos os direitos humanos das

mulheres. Praticamente 200 anos depois da condenação e execução de

Olympe de Gouges. Os crimes sexuais, mesmo que ocorram em casa e por

agentes não estatais, passaram a ser reconhecidos como violação dos direitos

humanos. O argumento jurídico é que o Estado é responsável pela violência

de gênero praticada por agente familiar quando, sistematicamente, não

promove nem efetiva os direitos das mulheres à vida, à liberdade e à

segurança, por não tomar a iniciativa de implementar e realizar ações de

políticas públicas de prevenção e violação dos direitos humanos das

mulheres. (TELES, 2006, p.34)”.

A luta pela efetivação dos direitos humanos e dos direitos das mulheres é

constante e marcada por brutalidades, como o caso brasileiro que originou o diploma

jurídico que protege as mulheres. As dificuldades vão além das concretas de ordem

social e econômica, encontra-se também no âmbito abstrato da psique feminina, que

conforme visto, sofreu uma violenta castração da sua própria essência, da sua própria

feminilidade.

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3. A Lei Maria da Penha e seus Mecanismos de Proteção

As leis são imperativos de conduta, que visam à proteção dos bens e da vida.

Assim conforme evolui a sociedade, juntamente evolui seu ordenamento jurídico. A

fonte do direito são os fatos sociais, assim quando fatos de expressividade ocorrem na

sociedade, eles irão refletir diretamente no direito de alguma forma, seja com a criação

de leis, seja com jurisprudências (DURKHEIM, 2003).

A Lei Maria da Penha é um ótimo exemplo de como um fato social influência

o direito, e como a lei protege os bens e a vida, bem como um princípio deve ser

expandido de forma a atingir toda uma sociedade.

O processo histórico da construção da Lei Maria da Penha, disposto no

OBSERVE, se envolve diretamente com o fato social, ocorrido com Maria da Penha

Maia Fernandes, biofarmacêutica, cearense, que foi casada com o professor

universitário Marco Antonio Herredia Viveros.

Em meados de 1983, Marco Antonio, aproveitou-se da oportunidade, e

enquanto Maria da Penha dormia, atirou em suas costas, e para tentar se esquivar da

culpa foi para a cozinha da casa e gritou por socorro, dizendo que foram vítimas de um

assalto. A violência contra Maria da Penha não parou por aí, se aproveitando do estado

físico de paraplegia, resultado do tiro, Marco Antonio, empurra a cadeira de Maria da

Penha para debaixo do chuveiro e tenta eletrocutá-la.

Após duas tentativas de homicídio, ambas ocorridas no ano de 1983, teve

início em junho à investigação dos fatos, e a denúncia foi apresentada pelo Ministério

Público Estadual, apenas 15 meses depois. Maria da Penha teve que esperar mais oito

anos para ocorrer o primeiro julgamento, que pôde ser anulado de acordo com recurso

pleiteado pelos advogados de Marco Antonio.

Seis anos se passaram até a data de um novo julgamento, onde Marco Antonio

novamente foi condenado, desta vez a dez anos de reclusão, e seus advogados

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novamente recorreram da sentença. Em 2002, finalmente, Marco Antonio foi preso e

passou apenas dois anos na cadeia.

Com a ajuda de algumas ONGs, Maria da Penha conseguiu contato com a

Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), e apresentou seu caso e a

demora da solução. Por fazer parte de Tratados Internacionais de Proteção aos Direitos

Humanos, o Brasil foi condenado por negligência e omissão em relação à violência

doméstica. E este foi o fato social que influenciou a criação da Lei nº 11.340 publicada

em 07 de agosto de 2006.

A Lei Maria da Penha trouxe importantes benefícios à sociedade. Através dela,

foi delimitado o que seriam as formas de agressão e violência doméstica, bem como foi

criado mecanismos para coibir e prevenir esse tipo de violência, e é claro assistência a

vítima. Conforme podemos observar na introdução da Lei nº 11.340/2006:

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a

mulher, nos termos do § 8º da Constituição Federal, da Convenção sobre a

Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da

Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência

contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência

Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o

Código Penal e a Lei de Execução Penal e dá outras providências.

A influência que esta lei proporciona no âmbito da sociedade vai além da

coibição e prevenção da violência doméstica. Esta lei proporciona um incentivo aos

brasileiros de desenvolverem uma consciência cidadã em que possam ser críticos e lutar

por seus direitos, sem medo, sem sentir-se oprimido ou desamparado. Mesmo essa

consciência ser ainda pequenina, ela começa a se desenvolver e a lei oferece essa

ambientalização.

Formar essa consciência é apenas o estágio inicial, o processo educativo para

que a sociedade possa lutar por seus direitos, é um processo contínuo, de maneira que se

forme uma cultura de direitos fundamentais, que estejam sempre em renovação e em

sintonia com a sociedade. É através da educação que será possível afirmar os direitos e

preparar os cidadãos de forma consciente de seu papel na sociedade e na luta contra as

desigualdades e injustiças. Trabalhar estas questões relacionadas ao processo de

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conscientização e a construção do saber nesta área, são atividades a serem

desenvolvidas, inclusive pelo assistente social, pois nenhum outro profissional mergulha

tão fundo na vida dos cidadãos mais necessitados.

4. Delegacia de Atendimento à Mulher de Paranaíba – MS

Segundo Izumino (2009) a violência contra a mulher está presente na

sociedade desde as primeiras organizações dos indivíduos. O fato é que a violência é

uma resposta inesperada e pode ocorrer nos mais diversos lugares, de qualquer forma, e

mesmo contra qualquer um, e ainda, partir até mesmo de quem não se espera.

“Especificamente nos casos de violência contra a mulher, no período que vai

dos anos 70 até meados dos anos 80, todas as iniciativas de combate e

denúncia da violência partiam da sociedade civil, principalmente de

coletivos feministas. Nesse contexto, inicialmente surgiram as delegacias de

polícia de defesa da mulher. Posteriormente, foram criados órgãos de apoio

jurídico e de proteção (como casas de abrigo) e finalmente, já nos anos 90,

observa-se a ação dos grupos feministas se refletir sobre as decisões

jurídicas a respeito de casos envolvendo abusos físicos contra mulheres,

podendo-se destacar os crimes passionais que pouco a pouco foram

perdendo o estatuto de crime de legítima defesa da honra. (IZUMINO, 2004,

p. 15)”.

Seguindo esse avanço que foram criadas as Delegacias Especializadas de

Atendimento as Mulheres. Somente no ano seguinte da abertura da DAM de Paranaíba

é que foi implantado um programa de automação que proporcionou maior agilidade na

compilação de informações a respeito das ocorrências registradas em todo o Estado. A

seguir, dois gráficos demonstrarão as principais ocorrências do município de Paranaíba

– MS.

Gráfico 01 – Principais Ocorrências da DAM de Paranaíba no período de 2010 a 2012.

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Fonte: Polícia Civil/MS – SIGO.

Os Boletins de Ocorrência são de suma importância, pois são através deles que

se estabelece o primeiro contato da vítima com a autoridade estatal, eles apresentam

uma série de dados, tais como os nomes dos agentes, das vítimas, testemunhas,

vestígios, instrumentos e produtos do crime. Trata-se de um documento oficial e por

esta razão deve seguir princípios, tais como legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade, eficiência.

Devido sua condição de documento oficial, deve ser o mais completo possível,

inclusive com detalhamento do fato e dados, visando à facilitação da elucidação do

crime. Insta salientar, que a elaboração correta da ocorrência é decisiva para

comprovação da veracidade do fato e uma eficaz qualidade probatória do procedimento

policial, possibilitando a intervenção do Estado de forma positiva para garantir o

cumprimento da lei.

Mesmo assim, considerando os dados levantados, podemos observar no

Gráfico 01 que as principais ocorrências são de ameaça, perturbação da tranqüilidade e

lesão corporal, segundo o Código Penal Brasileiro, o crime de lesão corporal é “ofender

a integridade corporal ou saúde de outrem” com pena de três meses a um ano, apesar

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que é visível que os registros de estupro aumentaram significativamente. Há uma nítida

desproporção de força entre homens e mulheres. Então porque os homens agridem as

mulheres com tanta freqüência? Segundo Teles, a explicação é o machismo:

“Houve um período da história que foi patriarcal, mas nem sempre em todas

as sociedades o patriarcado se expressou e se exerceu da mesma maneira.

Outra coisa é o machismo, forma de organização social e de exercício de

poder de dominação masculina, mas onde as mulheres existem como

sujeitos com alguns direitos e na qual têm alguns espaços de autonomia, mas

também muita vulnerabilidade. (1999, 14)”.

O homem considerando-se superior a mulher precisa constantemente afirmar

sua posição hierárquica, sua posição de macho forte, senhor da mulher, assim Saffioti

diz que, “Dada sua formação de macho, o homem julga-se no direito de espancar sua

mulher. Esta, educada que foi para submeter-se aos desejos masculinos, toma este

destino como natural. (1987, p. 70).

O Gráfico 02 demonstra o quantitativo de procedimentos da DAM no período

de 2010 a 2012 no município de Paranaíba - MS.

Gráfico 02 – Quantitativo de procedimentos da DAM Paranaíba no período de 2010 a

2012.

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Fonte: Polícia Civil/MS –SIGO.

O Inquérito Policial é a peça investigatória que reúne os elementos que

comprovam a infração penal praticada e sua autoria, é o princípio para a instauração da

respectiva ação penal pública, sendo de responsabilidade da Polícia Judiciária (art. 4º

CPP). A Polícia Judiciária é composta pela Policia Civil e Polícia Federal.

Para que o Juiz receba a denúncia ou a queixa, e submeta o réu ou querelado

aos transtornos que a ação penal lhe causa, deve haver justa causa, ou seja, é preciso que

se tenham fatos demonstrando a existência do crime e da autoria.

“É necessário o fumus boni juris que sustente a denúncia ou a queixa.

Inexistindo, a ação penal resultará em insucesso, ou, até mesmo, no seu

trancamento.” (Norma técnica de padronização DEAMS, 2006 p. 28).

Por fim, o encerramento do Inquérito Policial deverá ser de competência da

Autoridade Policial, concluídas as investigações, produzindo um minucioso relatório do

que tiver sido apurado no IP (CPP, art. 10, parágrafo 2º).

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A Delegacia de Atendimento à Mulher de Paranaíba faz parte da estrutura

operacional da Policial Civil de Mato Grosso do Sul e foi criada pelo Decreto nº 11.485,

de 26 de novembro de 2003 durante o Governo de José Orcírio Miranda dos Santos –

Zeca do PT.

Todas as Delegacias de Atendimento à Mulher estão vinculadas ao

Departamento de Polícia do Interior, atualmente existem 11 (onze) DAMs distribuídas

nas cidades de Aquidauana, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim,

Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas, sem contar com duas

DEAMs de Campo Grande.

Conforme o art. 3º do Decreto nº 11.485/2003, cada Delegacia de Atendimento

à Mulher atua na circunscrição de seus respectivos municípios, tendo como atribuições:

Art. 3º. [...]

I – atender, investigar e apurar as ocorrências policiais, nos delitos referentes

à integridade física e moral da mulher, incluindo os crimes sexuais contra a

mulher, ainda que a vítima seja menor;

II – participar e executar ações de orientação, prevenção e apoio às mulheres

vítimas da violência doméstica ou de abuso sexual;

III – interagir com organismos municipais, estaduais e federais, como

Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Mulher, Conselho

Estadual dos Direitos da Mulher e outros de funções similares;

IV – registrar e apurar crimes de assédio sexual contra a mulher;

V – encaminhar relatórios diários e mensais exigidos pelo Departamento ou

pela Diretoria-Geral.

Os procedimentos adotados pelas DAMs devem primar sempre pela qualidade

de serviços prestados às mulheres vítimas de violência e podem ser divididos por fases,

começando pelo atendimento à mulher, orientação e diversas informações como a rede

de atendimentos no município, sobre o direito ao pedido de medidas protetivas de

urgência, explicar de maneira clara e simples as fases dos procedimentos criminais, se

necessário encaminhar a vítima para os serviços disponíveis na rede de atendimento, em

Paranaíba, existe o CRAS, CREAS, IML, Serviços de Saúde e Acesso a Justiça

Gratuita.

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Um dos objetivos da Lei nº 11.340/2006 é “criar mecanismos para coibir e

prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher”, com o advento da lei, uma

nova realidade jurídica se estabeleceu para o enfrentamento da violência contra as

mulheres no Brasil. A sua aprovação representa um marco no árduo processo histórico

de reconhecimento da violência contra as mulheres como um problema social no Brasil,

o fortalecimento do movimento feminista a partir dos anos 1970 contribuiu para esta

luta contra as diferenças de gênero (TELES, 2009).

As políticas de enfrentamento a violência contra a mulher são essenciais na

concretização e implementação da Lei Maria da Penha, uma vez que mudar as práticas

institucionais e valores morais em relação à violência contra a mulher é muito difícil

devido ser um problema cultural que se estende há séculos.

Conclusão

Durante aproximadamente três séculos o extermínio de mulheres de forma brutal e

absurda dizimou muitas mulheres, não é possível calcular ao certo a quantidade de

mulheres mortas, por serem consideradas bruxas. O resultado deste nefasto movimento

aprisionou as mulheres de vez ao âmbito particular e firmou sua total submissão ao

homem, pois quem ousaria contrariar os padrões da sociedade vigente “patriarcal”.

Nos casos de violência contra a mulher, no período que vai dos anos 1970 até meados

dos anos 1980, observou-se várias iniciativas de combate e denúncia contra violência,

tais denuncias partiram sempre da sociedade civil, principalmente de grupos feministas.

Mas somente em 2006 é que um diploma específico foi aprovado, com intuito de criar

mecanismos para coibir a violência doméstica contra as mulheres.

A Lei dispõe também sobre a criação de Juizados Especiais, medidas de assistência e

proteção das vítimas. Mas para que sua eficácia realmente seja alcançada os

procedimentos adotados pelas DEAMs devem primar sempre pela qualidade de serviços

prestados às mulheres vítimas de violência do atendimento à mulher, orientar sobre o

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direito ao pedido de medidas protetivas de urgência, explicar de maneira clara e simples

as fases dos procedimentos criminais, se necessário encaminhar a vítima para os

serviços disponíveis na rede de atendimento, em Paranaíba, existe o CRAS, CREAS,

IML, Serviços de Saúde e Acesso a Justiça Gratuita.

Essa rede de atendimento é fundamental no enfrentamento da violência

doméstica, pois é composta por profissionais multidisciplinares que dentro de suas

capacidades profissionais colaboram com as necessidades da vítima, seja atendimento

médico, psicológico, orientação sobre os seus direitos. Em Paranaíba não temos uma

Casa de Abrigo, e esta é uma das disposições da Lei que é de fundamental importância.

Muitas mulheres permanecem na situação de violência por dependência patrimonial, por

não terem para onde ir, por não encontrarem apoio para recomeçar uma vida longe do

agressor.

Por fim cabe ressaltar a Constitucionalidade da Lei nº 11.340/2006. Dizer que

tal lei fere os princípios Constitucionais é uma falácia, antes de falarmos de Direito,

falemos de seres humanos, a violência contra as mulheres é uma situação que perdura

por séculos, e que viola os princípios naturais inerentes ao próprio ser humano, fere sua

dignidade. Antes do advento da Lei nº 11.340/2006, o que a violência contra as

mulheres feria a Declaração Universal dos Direitos Humanos e os Tratados que a

seguiram à Constituição Federal de 1988. No entanto, nenhum destes trazia em si

mecanismos específicos de combate e prevenção a este tipo de violência.

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Recebido Para Publicação em 30 de setembro de 2013.

Aprovado Para Publicação em 23 de novembro de 2013.