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A Liahona 1966-05 Maio

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Editor:Hélio da Rocha Camargo

MAIO DE .1966 - VOL. XX - N.• 5

Redatôra:Lais N. Manzottí

Fotógrafos:Wayne M. BeckRui Marques Bronze

Tradutores:Isabel Peixoto GaertnerJosé Vieira NetoMerly PíkelMirna TeixeiraRegina KauagTereza Cristina da Rocha Costa

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Nossa capa: fotografia. tirada pelo IrmãoMilton Soares, Preside'nte do. Distrito

de Recife, no percurso de suaúltima viagem a São Paulo.

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Devido à orientação seguida por estarevista, reservamo-nos o direito depublicar sômente os artigos solicitadospelo editor.

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MaternidadeAtravés dêste artigo verificamos que amaternidade é muito mais do que dar

à luz um filho. Significa cuidar,alimentar,' educar ...

Mães, ocupa vosso' amor o. devido lugar?O amor pode ser mal interpretado: às vêzes

torna-se' dominador e egoísta.' Mas êstenão é o verdadeiro amor,..pois se. o fôsse,

manifestar-se-ia .de modo altruístico.

Juventude :da Promessa

Jóias' do PensamentoSacerdócio Aarônico

Programa Noite Familiar

Mensagem de . Inspiração

Sacerdócio 'de Melquis~deque

Escola ,Dominical. Página Feminina

Meu Cantinho" -. ,

A velha i:feso de hojeO que teria restado de ~feso, uma' das mais

importantes cidades de outrora?

SEÇOES

O expedicionário da pazA esperança unlca de harmonia e entendimento

entre os homens não reside napaz' armada ...

US$ 4.00Cr$ 3.000Cr$ 300

*PREÇOS:

Exterior: Ano .. ,., .Brasil: Ano ., .Exemplar: ' , ..

Centro Editorial Brasilei1'O: R. AfonsoBraz, 464, 3°, cj. 31 - São Paulo, SP.Missão Brasileira: R. Henrique Mon-teiro, 215 - C.P. 862, São Paulo, SP.- fone 80-4638.Missão Brasileira do Sul: R. GeneralCarneiro, 490 - C.P. 778, Curitiba -PR - fone 4-8016.

Os artigos desta edição foram tradu-zidos de The Improvement Era, TheInstructor, The Relief Society Magazinee The Children's Friend.

A Revista A Liahona, editada peloCentro Editorial Brasileiro, é o órgãooficial em língua portuguêsa das mis-sões brasileiras de A Igreja de JesusCl'isto dos Santo.~ dos altimos Dias.Acha-se registrada sob número 93 doLivro B, no 1 de Matriculas de OficinasImpressoras de Jornais Cf Periódicos,conforme Decreto no 4.857, de 9-11-1930.Composta e impressa na Editôra GrâficaRossolíllo Ltda. - Rua Rui Barbosa, 333,São Pau.1o.

Maio de 1966

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Por causa do profundo significado do discurso doPresidente McKay na abertura da conferê,ncia geral deoutubro de 1965, com sua permissão, apresentamo.loêste mês na Mensagem de Inspiração.

Irmãos e irmãs: É realmente um prazer estar comvocês outra vez. Quero aproveitar a oportunidade para di-zer-lhes quão grato estou pela sua solicitude, fé e orações.Deus abençôe a cada um de vocês, pela sua integridade edevoção no trabalho do Senhor! É uma honra e umaalegria sem fim cstar ligado a vocês através da Igrejade Jesus Cristo.

Somos gratos pelas bênçãos do Senhor à sua Igrejaem todo o mundo, pela certeza de sua divina oricntaçãoe inspiração. Com gratidão imensa, reconhecemos na pre-sença de vocês a proximidade e bondade de:>Senhor, enesse espírito de gratidão proclamamos que nossas almasrespondem em harmonia com a gloriosa visão do profetaJoseph Smith:

"Ouvi, ó céus, e daí ouvidos, ó terra, e regozijai-vos,vós habitantes dela, pois o Senhor é Deus, e fora d'£lenão há ncnhum Salvador.

"Grande é a Sua sabedoria, maravilhosos os Seuscaminhos, e a cxtensào das 'Suas obras ninguém podedescobrir. '

"Pois assim diz o Senhor - Eu, o Senhor, sou mi-~ericordioso e afável para com aquêles que me temem, eMe deleito em honrar aquêles que M,e servem em retidãoe verdade até o fim." (Vide Doutrina c Convênios76:1-2,5.)

Eu sinto profundamente minha incapacidade de ex-pressar em palavras a mensag-em que tenho em meucoração esta manhã. Oro sinceramente pela sua ajuda eassistência, especialmente para ter a inspiração do Senhor,a fim de que sintamos Sua presença durante esta sessãode abertura da conferência. 'Estou contentíssimo de veras entradas repletas de ouvintes interessados. É uma visãoque todos deveríamos guardar em nossos corações, pois éa manifestação daqueles que amam o Senhor e guardamseus mandamentos.

Não posso deixar de pensar no fato de que há duasgrandes fôrças no mundo, muito mais potentes que antes,cada qual mais determinada a alcançar maior sucesso emseus planos e, por i~so mesmo, apreseutando-se mais enge-nhosas do que nunca.

Essas duas gr:ll1des fôrças são o 6DIO e o AMOR.O ódio teve sua origem na pré-existênCia. Há uma refe-rência significativa em Apocalipse, "uma guerra no céu."Não só é significativa, mas aparentemente contraditória,pois pensamos no céu como um lugar onde habita a feli-cidade, condição impossível para uma guerra ou contendaexistir. A passagem é importante porque implica na liber-dade de escôlha e de ação no mundo espiritual. Na Pérolade Grande Valor, temos esta declaração: "Portanto, porcausa de Satanás ter-se rebelado contra mim e ter pro-cnrado destruir o livre arbítrio do homem, que Eu. oSenhor Deus, lhe tinha dado, e também por querer queEu lhe desse o Meu próprio poder, fiz com que êle fôsseexpulso pelo poder do Meu Unigênito.

"E êle se tornou Satanás, o próprio diabo, o pai detôdas as mentiras, para enganar e cegar os homens elevá-los cativos à sua vontade,' a todos quantos não ouvi-rem r.Iinha voz." (l\loisés 4 :3-4.)

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crtlensar;em de 9nspiração

o Livre Arbítriodo Homem

Preso David O. 111cKa.y

Notamos dois pontos nesta passagem: um, que Sa-tanás estava disposto a destruir o livre arbítrio do homem.O livre arbítrio do homem é um dom de Deus. É partede Sua divindade. O segundo ponto é que êle desejavatomar o lugar de Deus. como está escrito em Moisés 4: 1 :"Dá-me a Tua honra."

O mundo não compreende o significado dêsse divinodom do indivíduo. nle é tão inerente ao homem quantoa inteligência que. como sabemos, nunca foi nem podeser criada.

N o espírito de ódio, como é manifestado hoje nomundo, a existência de Deus é negada, o livre arbítriodo homem lhe é usurpado, e o poder do Estado é suplan-tado. Não sei se houve época na história da humanidadeem que o MaIígno parecesse tão determinado a destruira liberdade do hom('m.

Um dos princípios fundamentais do evangelho é olivre arbítrio e as referências nas escrituras mostram queêste princípio ( 1) é essencial à salvação do homem, e(2) pode tornar-se uma varinha mágica, através da qualas ações dos homens, das organízações e nações poderãoser julgadas.

.•Entretanto," as escrituras nos dizem, "reanimai,pois, vossos corações e lembrai-vos de que estais livrespara agir por vós mesmos; para escolher o canlinho damorte eterna ou o da vida eterna." (2 N efi 10 :23.)

"Pois a terra está repleta, e há bastante e até desobra; sim, Eu preparei tôdas as coisas, e permiti queos filhos dos homens fôssem os seus próprios árbitros."(D&C 104:17.)

"Portanto não é justo que um homem seja escravocle outro.

"E com êsse propósito estabeleci, pelas mãos de ho-mens sábios que ergui para êsse mesmo fim, a Constituiçãoda terra, e redimi a terra pelo derramamento de sangue."(Iclem 101 :79-80.)

"Minha independência é sagrada para mim," disseBrigham Young, "é uma porção claquela mesma Deidade:jue governa os céus. Não há um ser sôbre a face daterra. feito à imagem de Deus, reto e organizado comoDeus, que seja pri\'ac1o do livre exercício cle seu arbítrio.a menos que infrinja o direito dos outros." (Discourses ofBrigham Young. edição de 1943. pág. 62.)

A LIAHONA

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A história do mundo, com tôdas as suas contendas elutas é uma grande demonstração dos esforços do homempara libertar-se da escravidão e da usurpação.

O livre arbitrio do homem é um eterno princípiode progresso, e qualquer forma de govêrno que priva ouinibe o seu livre exercício está errada. O plano de Satanás,no comêço, era o da coerção, e foi rejeitado porque êleprocurou destruir o livre arbítrio que Deus havia confe-rido ao homem.

Quando o homem usa êsse direito dado por Deuspara ir além dos limites do direito de outrem, cometeum crime. A liberdade torna-se um abuso, e o homemum transgressor. É função do estado castigar o violadore proteger o indivíduo.

Além da concessão da própria vida, o direito de diri-gí-la é o maior dom de Deus concedido aos homens.Liberdade de escôlha tem muito mais valor que qualquertesouro na terra. É essencial ao espírito do homem. É umdom divino que todos os indivíduos normais possuem.Seja nascido em grande miséria e privações ou possuindoherança de riquezas imensas, todos têth o dote mais pre-cioso da vida - o dom do livre arbítrio, um direito ina-lienável e intrínseco ao homem.

É a fôrça impulsionadora do progresso espiritual dohomem.

É propósito de Deus que o homem se torne como:ale. A fim de que o mesmo pudesse conseguir isso, foinecessário que o Criador o libertasse primeiro.

.o homem tem um dote especial, que não foi conferidoa nenhum outro vivente. Deus deu-lhe o direito de escôlha.Sàmente ao ser humano disse o Criador: "... poderásescolher segundo tua vontade porque te é dado; ... "(Moisés 3 :17.) Sem êste divino direito de escôlha, ahumanidade não poderia progredir.

Com o livre arbítrio, porém, vem a responsabilidade.Se o homem deve ser recompensado por sua retidão epunido pelo pecado, então, a justiça imparcial requer que~Ie tenha a liberdade de ação.

O conhecimento do bem e do mal é indispensável aoprogresso do homem na terra. Se fôsse compelido a fazersàmente o bem ou impelido a cometer pecado, não me-receria bênção pelo primeiro ato nem punição pelo segundo.

A responsabilidade do homem é correspondente aoseu livre arbítrio. As ações em harmonia com a lei divinae com as leis da natureza trarão felicidade, entretanto, amiséria também virá aos que se opuserem às verdadesdivinas. O homem é responsável, não sàmente por cadauma de suas ações, mas também por tôda palavra oupensamento vão.

A liberdade e a responsabilidade, associadas, são osaspectos fundamentais dos ensinamentos de Jesus. Duranteseu ministério, êle deu ênfase ao valor do indivíduo eexemplificou o que é agora expresso nas revelações mo-dernas. "Sua obra e Sua glória" (Moisés 1 :39). Sàmenteatravés do divino dom da liberdade espiritual torna-sepossível tal progresso.

A fôrça governa o mundo de hoje. A liberdade doindivíduo é ameaçada por rivalidades internacionais e falso.sideais políticos. Certas legislações insensatas, muitas vêzessugeridas pelos políticos, se aprovadas, corroem o direitodo livre arbítrio do homem, roubam-lhe o direito deliberdade, e fazem-no 11m dente insignificante na engre-nagem da arregimentação.

Maio de 1966

Embora não seja um pensamento agradável, devemoscompreender que mais da metade do mundo está sob ainfluência do ódio, como foi manifestado pelos lídereschineses, pelos grupos comunistas da Rússia, e poroutros bem perto de nós, em Cuba. Acompanhar o es-pírito do ódio é negar a existência de Deus. Satanás foiexpulso porque tentou tomar o lugar do Criador. Massua fôrça ainda se manifesta. :ale é ativo e está agorainduzindo a negação da existência de Deus, da existênciade Seu Filho Amado, e negando a eficácia cio evangelhode Jesus Cristo.

Há algum tempo atrás, uma agência noticiosa ameri-cana relatou certos acontecimentos que estavam se dandona China para mudar a mentalidade dos homens de umanação de mais de 600 milhões de habitantes, cujas men-talidades e cujos c.orações têm sido transformados com-pletamente pelo espírito do ódio. Há 45 ou 50 ailOs atráshavia um espírito de tolerância e respeito pelos americanos.N uma escola de Pequim, dirigida por americanos, eu vipessoalmente alguns dos mais ativos jovens ginasianos qucjamais vira cm minha vida. Não vi maior cortesia emoutro país. Agora tudo aquilo está mudado. Eis um relatofeito pela agência citada:

"Há mais ou menos uma década, a recém-criadaRepública Popular da China atirou sua sombra vermelhanuma Ásia alarmada.

Hoje, aquela erande sombra ganhou metade do ca-minho até a América. Ninguém pode dizer com certezaonde isto vai parar... Em seu sexagésimo ano de exis-tência, Mao Tsé Tung, êsse homem de rosto redondo,filho de camponêses, tem sido considerado por seus sc-guidores comunistas como um semi-Deus. Suas palavras,ações, e mesmo seus pensamentos, são escritos sagradosde 630 milhões de pcssoas. :ale é um dos mais poderososhomens na, terra ;? muito do seu poder é baseado nestadebilitante emoção humana - o ódio. ódio aos EstadosUnidos, ao proprietários ricos, aos contra-revolucionários,a Chiang Kai-Shek, ódio a todos aquêles que não se que-rem submeter. O ódio, disse uni viajante recém-chegadoda China de Mao, tornou-se uma instituição, particular-mente o ódio aos Estados Unidos. É horrível ver estavasta maquinaria humana continuar a trabalhar sàmentecom um combustível - ÓDIO! Se êles usassem o amorem seu lugar, ela poderia ser a nação mais poderosa daterra." (Associated Pr~ss, puhlicado no jornal The SaltLake Trihune, domingo, dia 11 de dezembro de 1960.)

N o espírito do ódio, êstes homens tentam suplantara Deus. No mesmo espírito êles negam a sua existênciae a existência de seu Filho Unigênito. :ales queremdestruir o livre arbítrio do homem. Aqui, no espírito doamor, nós louvamos seu nome e ensinamos seus preceitosa tôdas as pessoas.

Por enquanto, consideremos Jesus como um homemde amor. :ale honrou e adorou a Deus e :ale próprioé honrado e adorado por tôdas as nações cristãs e portôdas as classes de indivíduos. "Quaisquer que sejam assurprêsas do futuro," escreveu Renan, "Jesus nunca serásobrepu jado."

l\lilhões de pessoas falando línguas diferentes e aspi-rando diferentes ideais o veneram e adoram hoje. Nós ohonramos e respeitamos porque sua sabedoria e espirituali-dade compreende e excede a de todos. Jesus foi aquêle quedisse "Eu sou a luz elo mundo: aquêle que me segue não

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andarú nas trevas, pelo contrário, teráa luz da vida." (João 8: 12.) Tambémdisse aos discípulos, "... eu vos deium exemplo, para que, como vos fiz,façais vós também." (Idem 13 :15.)

N o espírito do amor consideremos,primeiramente, a atitude de Jesus comrelação a Deus. Esta é a grande per-gunta diante do mundo de hoje. Oscomunistas o negam, Mao o ridicula-riza, e êles têm feito milhões dementes desavisadas ficarem contra osensinamentos de Cristo.E quanto à manifestação de Jesus

na carne? No anúncio de seu nasci-m,ento, a hoste celestial cantou" Glóriaa Deus nas maiores alturas, paz naterra, e boa vontade para com os ho-mens." (Lucas 2 :14.) Nesta mensa-gem há divindad~, paz e irmandade.A divindade foi exemplificada a cadamomento de sua existência terrena.Nas. margens do Jordão, no comêçode seu ministério, ouvimo-lo dizer aJoão: "De~xa por ~nq~tanto,. p~rqu~assim convem cumpnr toda a JustIça.(Mat. 3 :15)N o monte da tentação, que se

eleva logo acima do J ordão, onde Jesusfôra batizado, foi tentado por aquêleque desejara tomar o lugar de D~us.:Ble foi tentado com tôdas as cOIsasda terra e o poder procedente dela.E ouvimos Jesus dizer em sublimemajestade: "Retira-te, Satanás, por-que está escrito: Ao Senhor teu Deusadorarás, e só a me darás culto"(Idem 4 :10).Quando :Ble ensinou a seus discípu-

los como orar, incluiu o Senhor naprimeira petição - "Santificado sejao Teu nome" (Idem 6 :9.):Bste é o espírito de amor, o espírito

da fé em Deus, o Criador do céu eda terra através de Seu Filho Amado.Deus é adorado pelo Seu Filho Uni-gênito.

Mas, e com respeito à paz?A paz foi definida como um estado

natural de felicidade, a "primeira dasbênçãos humanas." Sem ela não podehaver felicidade, e "Felicidade," disseo Profeta Joseph Smith "é o objetivoe intento de nossa existência; e seráa nossa continuação, se seguirmos ocaminho que nos conduz a ela; ... "(Teachings of the Prophet JosephSmith, pág. 255.)Jesus disse, " .. , No mundo passais

por aflições; mas tende bom ânimo,eu venci o mundo." (João 16 :33.) Namesma ocasião :ale disse, "Deixo-vosa paz, a minha paz vos dou; não vo-la

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dou como a dá o mundo. Não se tur-be o vosso coração e nem se atemo-rize." (Idem 14 :27.) Durante tôdasua vida, a paz estava em seus lábiose em seu coração, e quando :me saiudo sepulcro e apareceu aos discipulos,a primeira palavra que saiu de seuslábios, foi, "Paz seja convosco!. .. "(Idem 20:21.)A paz, como ensinada pelo Salva-

dor, é isenção das dificuldades doindivíduo, das brigas em família, pro-blemas e tumultos das nações. A pazrefere-se tanto ao indivíduo como àscomunidades. O homem não teni'pazse não fôr verdadeiro para com o sus-surro de Cristo - a inspiração desua mente. ~Ie não poderá estar empaz se não fôr verdadeiro consigomesmo; transgredirá. a lei da retidão,mesmo tratando-se dêle próprio, vi-ciando-se nas paixões, cedendo àstentações da carne.A paz não vem ao transgressor da

lei. A paz vem pela obediência à lei,e é a mensagem que Cristo quer queestabeleçamos entre os homens - pazao indivíduo que esteja em paz comseu Deus, existindo perfeita harmoniaentre êle e o Criador; harmonia entreêle e a lei, a cujas leis de justiça êleestá sujeito e das quais não pode es-capar; paz no lar, os familiares viven-do em paz uns com os outros e comseus vizinhos. E ainda há gente quediz que seus ensinamentos não maisse aplicam hoje em dia!Há alguns anos atrás, houve um

rapaz que o viu, que o ouviu e rece-beu seus ensinamentos. J oseph Smithviu o Redentor, e deu testemunho dis-so ao mundo, registrou sua mensageme outra vez deu ênfase à eterna ver-dade de que os ensinamentos de Cristosão divinos e tão aplicáveis ao povode hoje quanto ao povo que caminhoue falou com êle.Em todos seus ensinamentos, Jesus

Cristo condenou o crime do pensa-mento errôneo. Condenou veemente-mente a avareza, a inimizade, o ódio,o ciúmes e também o resultado queêsses sentimentos produzem.

A moderna psicologia, como todosos estudiosos sabem, prova a virtudede taís ensinamentos, concernentes aoprejuízo que se segue ao sentimentode ódio. Aquêle (lue acumula ódio eamargura prejudica-se a si mesmomais do que à pessoa a quem manifestaêsses sentimentos.Igualmente aplicáveis à vida atual,

são os seus ensinamentos, relativos ao

valor e santidade da vida humana, avirtude do perdão, a necessidade deprocedimentos justos, o crime da hi-pocrisia, o pecado da cobiça.

Se os homens rejeitarem o fato deque Cristo é nosso Senhor e Salvadore encherem suas almas de ódio, comoaquela nação de 630 milhões de habi-tantes está sendo compelida a fazer,não só negarão a Cristo, mas negarãoque sua missão é redimir o homem desua sórdida vida de egoísmo, indul-gência e pecado e elevá-lo a um do-mínio somente mostrado por êle atra-vés do sacrifício próprio, da genero-sidade, beleza e amor; se a maioriadas nações falhar em reconhecer Cristocomo o único "nome dado, entre oshomens, pelo qual importa que seja-mos salvos." (Atos 4:12); se os ho-mens duvidosos rejeitarem a possibili-dade de conseguir a certeza sôbreCristo, manifestada por Tomé, quan-do declarou reverentemente, "Senhormeu e Deus meu!" (João 20 :28) ; seos atos dos homens estiverem de acôr-do com tal rejeição, ao invés de acei-tá-lo como o Ser Divino, êste mundocontinuará a ser assolado pela conten-da, tornar-se-á miserável devido àsoperações bélicas e naufragará igno-miniosamente nas praias do materia-lismo, indulgência, descrença e ódio.

Sem Jesus de N azaré, o CristoCrucificado, o Senhor Ressuscitado,os jugos selvagens manterão a huma-nidade em cativeiro.Concluindo, é obrigação e dever da

Igreja de Jesus Cristo proclamar apoderosa verdade de que o homemda Galiléia é verdadeiramente o Ca-minho, a Verdade e a Vida - e érealmente o Salvador de tôda a llU-manidade.Esforços mesquinhos e planos sinis-

tros estão sendo encorajados, secretae astutamente, para privar o homemde sua liberdade individual e fazê-loviver uma vida selvagem. Com fé napalavra revelada de Deus, deixemosos que crêem na liberdade individualapreciarem os ideais de Cristo, sem-pre lutando e fazendo com que o sonhode todos os homens, de serem livres,transforme-se em uma realidade e quealgum dia tôdas as nações estejamunidas, não para a guerra, mas paraa paz e estabelecimento do reino deDeus na terra. Que isto possa, bemlogo, ser uma realidade e que os ho-mens lutem para que isto seja pos-sivel, eu humildemente oro em nomede Jesus Cristo. Amém.

A LIAHONA

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mATERniDADE PRESIDENTEWAYNE M. BE(K

Seguidamente diante da congrega-ção, eu dou a definição de materni-dade. Procuro expressar em poucaspalavras o que isso é, porém qualquerpalavra que eu escolha se revela aindafria e inadequada.Maternidade, para mim, é algo

cálido e pessoal: é multidão de expe-riências da vida. Por ser algo tãodlido e pessoal, eu devo referir-mea ela assim: Minha própria existênciaeu devo à decisão de uma excelentemãe que consentiu em conceber e darà luz um filho. É interessante obser-var que o ato mesmo da maternidadetem início na estreita intimidade docorpo materno com o nascituro.Principiei a apreciar isso, como

observador externo, ao acompanhar oprocesso inicial da vida pelas expe-riências da minha própria vida. Aantecipação de uma nova vida é par-tilhada entre marido, espôsa e família.A realidade de uma experiência

íntima da mãe, por saber que temdentro de si uma vida, dá-lhe brilhoaos olhos e ilumina-lhe a fisionomia.O pêso de um nôvo ser aumenta como progresso da gestação e a mãe, numsupremo e enérgico esfôrço concebee o milagre da vida produz-se.Isso não é ainda a maternidade

completa, é apenas o princípio. Nãoimporta quão profundamente a mãetenha dormido antes. ela inicia logoapós o parto uma leve madorna.Tendo o bêrço do recém-nascido pró-ximo ao seu luear de repouso, elacautelosamente observa todos os mo-vimentos do filhinho, levantando-seseguidamente para certificar-se se arespiração dêle é normal, se as cober-tas estão no lugar ou se o bebê dormeprofundamente.N as semanas seguintes, faz uma

vigília de vinte e quatro horas, pro-movendo o confôrto e a alimentaçãodo seu pequeno ser.Lembro-me quando Gary, o nosso

primogênito, teve espasmos do pilôro.

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Era necessário alimentá-lo cada trêshoras, e quase em seguida, êle vomi-tava tudo que lhe dávamos. Nós opesávamos tôdas as manhãs, para nosc. rtificarmos de que não estava per-dendo pêso. Durante o período detrês meses de aflição, sua ansiosa mãeacompanhou-lhe todos os movimentos,ficando esperançosa com o minimosinal de melhora.Lembro-me quando, ainda rapazi-

nho, tive sarampo. A febre subiutanto enquanto eu guardava o leito,que o teto parecia virar em círculos.Minha mãe refrescava meu corpo eminha cabeça com panos molhados,para fazer baixar a temperatura. Asvêzes ela era chamada para atenderos seus afazeres de dona de casa oupara cuidar dos outros filhos. Quan-do, porém, eu chamava "mamãe," elavinha imediatamente.Durante os anos de crescimento,

penso que uma das coisas mais difíceispara a mãe é retirar suas mãos pro-tetoras do filho e deixar que êle ;edirija por si mesmo, siga suas pró-prias inclinações, de maneira quepossa distinguir o certo do erradoe se torne forte.Isso começa na época em que as

crianças estão aprendendo a comer etêm dificuldade de encontrar a bôca,continua no tempo em que a mãoé retirada e os primeiros passos sãotentados, acompanhados de quedasinevitáveis, quando a rebelião da ju-ventude contra a autoridade dos paistraz o sofrimento da recusa, e vai atéo tempo em que o filho deixa o lar cinicia sua própria vida. Nessa épocaa mãe é completamente eliminada desua vida, salvo numa lembrança rá-pida e ocasional.Vejo claramente a preocupação das

mães na avalanche de cartas que che-gam à :Missão para os rapazes longedo lar.Seguidamente e sob qualquer pre-

texto, os rapazes me procuram após

terem recebido cartas da família, paratrocarem impressões comigo. Suponhoque uma das tarefas mais desagradá-veis é quando sou obrigado a comu-nicar aos pais distantes, a doença deum filho ou de uma filha, ou o que éainda mais penoso, quando tenho decomunicar qualquer transgressão.Mui seguidamente observamos jo-

vens mórmons num festival de teatroou crianças fazendo discursinhos naEscola Dominical. Vocês terão, poracaso, dado uma olhada para observara mãe? Há pouco tempo, no Rio deJaneiro, uma das meninas do Presi-dente João Dias recitou uma poesiasôbre seu pai. Ela o fêz belamentee eu pude observar a mãe e a avó,em pé, a seu lado, repetindo, palavrapor palavra, o que ela dizia. Comcerteza essas duas boas mães apren-deram a poesia bem antes da meni-nazinha.Quando os nossos rapazes estão

longe de casa, quão seguidamente euouço frases assim: "Gostaria de sa-ber se êles estão bem," "Gostaria desaber se está fazendo frio onde êlesestão," "Gostaria de saber se hámosquitos onde êles estão," "Quepoderíamos mandar-lhes para evitarque ,os mosquitos os incomodem?""Estarão êles precisando de um suéterou de um agasalho mais quente?""Gostaria de saber se êle está traba-lhando muito," "Gostaria de saber seêle está se alimentando bem e estácuidando da saúde."Tenho cartas de pais que não rece-

hem cartas dos filhos em missão.Atribuem o fato a extravio, à doençaou a alguma outra infelicidade. J us-tificativas paternas, de (Iue o filhotalvez tenha esquecido do "velho" oudo lar, mas que certamente não pode-ria deixar de escrever por haver seesquecido da mãe. Não, raciocina opai, depois de tudo o que ela fêz,é impossível que êle não se lembrede sua mãe.

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Colunas de mármore epedras empilhadas: tudoo que resta da Igreja deSão João.

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A VELHA EFESO DE HOJEMark E. Petersen

Éfeso - o centro da antiga Ásia Menor - é uma ruína hoje em dia, maspossui uma mensagem para a humanidade.

Aqui e acolá, um pilar ainda perm:mece em pé e ocasionalmente algumaparede. Embora consideràvelmente estragadas pelo uso e pelo tempo, Iíndasrnas de mármore permanecem como eram antigamente.

Os condutos de água, muito semelhantes aos das cidades modernas, aindaestão em evidência. Os remanescentes àos templos e anfiteatros podem servistos, bem como as lendárias vias de acesso ao mar, agora cobertas pelo limoe sujeira de um delta de rio, aIí acumulados durante séculos.

Tudo permanece em mudo testemunho da grandeza do passado. Éfesooutrora foi o orgulho de todo o Oriente Médio.

Foi lá que Díana, conhecida como a grande Artemis, governou a vida dopovo com sua poderosa riqueza e encanto físico.

Não é de se admirar, ao se ler a história de Diana e seus cultos, que osartesãos perseguiram Paulo e consideraram sua profissão em perigo, por causados ensinamentos do apóstolo.

Diana e Paulo estavam em extremos opostos. Nada do que Diana repre-sentava poderia ser aprovado por Paulo. Tudo o que Paulo ensinou contradiziaa religião pagã de Diana. Nada havia em comum, entre os castos princípiosque o apóstolo ensinava aos gentios, e os cultos luxuriosos praticados pelaassim chamada deusa d,L fertilidade.

Mas, com tôda a riqueza c poder, Diana hoje está esquecida e Éfeso, suacidade, nada mais é do que uma coleçflo (de ruínas, vísitada por turistas emascates, os quais procuram ganhar o pão vendendo algumas relíquias.

Mesmo destruída, Éfeso ainda fala l~ sua mensagem traz écos importantes,se bem que silenciosos, dos primeiros líderes cristãos que tiveram a coragemde alí pregar.

Paulo estêve em Éfeso, não há dúvidas quanto a isso. Mas também láestiveram Timóteo, Lucas e João, o Revelador. Há razões de se supor quetambém Maria, a mãe de Cristo, tenha estado nessa cidade, depois de haverfugido de Jerusalém, aIí permanecendo "té seus últimos dias de vida. Éfesopossui muitas atrações para interessar e desafiar os atuais estudiosos de religião.

A LIAHONA

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Um dos lugares mais interessantes é a chamada Igre-ja dupla." ou como hoje é conhecida, Igreja de SantaMaria. Foi e é um lugar fahuloso. Pode-se ver, ainda,as paredes a três metros acima do solo em certas partes,embora bastante cobertas pela terra, em outros lugares.Tais paredes foram feitas de tijolos, em estilo romano.A construção dft a impressão de duas igrejas, erguidaslado a lado, com uma pequena abertura entre si. Ambasestendem-se a uma distància de 21 metros, sendo que sualargura é de aproximaclamente 6 metros.

Nosso guia, um rapaz turco graduado pela Univer-sidade de Oxford, Inglaterra, teve o cuidado de mostrar-nostôda a igreja. Levou-nos a uma sala bem grande, noextremo da construção, onde algumas paredes ainda acha-vam-se em pé.

N o centro dessa sala, existe uma cobertura circularno desgastado chiio de múrmore. É uma abertura curiosa,de cêrca de 1,20 metros de profundi.dade por 2,20 metrosde diàmetro. Havia, também, alguns degraus, que davampara o fundo da referida abertura. Tanto os degraus quan-to a abertura siio revestidos de mármore, atualmente quasetodo fragmentaclo. No fundo há um escoadouro que seliga ao esgôto, o que era característico nessa cidade. Per-guntamos ao guia o que isso poderia ser.

"Outrora foi uma foute batismal," respondeu pron-tamente.

., Mas naqueles lcmpos os batismos não eram feitospor aspersão?" perguntamos.

"Certamente que não. Todos o" batismos, na época,foram feitos por imersão. Isto era uma fonte. Atravésdêstes degraus os conversos eram conduzidos à água, parao hatismo de imersão, o único conhecido pelos cristãosprimitivos. "

Depois o guia disse-nos que a capela havia sido cons-truída no ano de 351 A. D. e que havia estado em usopor cêrca de, pelo menos, um século antes de ser destruída.

Batismo por imersiio em 351 A. D. e mesmo depois!A fonte fôra construida naquele ano e usada por long-otempo. E vidência muda... mas convincente!

Mostrando-uos outra direção, o guia levou-nos à Igre-ja de São João. ou como a chamava, a ruína da mais helaestrutura de mármore.

Certamente aquêle edifício havia sido espaçoso e belo.Em determinada parte do piso de mármore hranco. existiaoutra abertura. entretanto. era diferente daquela localizadana capela de Santa 'Maria. Tinha forma de cruz. mas haviaum círculo no centro, com degraus.

"Outra fonte batismal," informou o guía."Mas com a forma de cruz?" perguntamos."nste edifício foi erigido em 400 A. D. e destruído

um século depois, por invasores que tomaram a cidade.Em 600 A. D., o prédío foi reconstruído e estas são assuas ruínas. Esta fonte data de 600 A. D. e, como vêem.naquela época começavam a usar o símbolo da cruz. Aindabatizavam por imersão, mas tornaram o sinal da cruz partedo ritual. Daí resultou a forma da fonte.

Novamente outra evidência; A imersão era o modooriginal de batismo.

"Vocês gostariam de ver onde Maria viveu?" per-guntou o guia.

., Certamente," foi nossa resposta.. I\.etornamos ao carro, afastando-nos mais ou menos

dois quilômetros da cidade em ruínas c avistamos umacolina de consideráveis proporções.

Diz-se (jue 1\1aria viveu nesta casa. Sõmente quie tude e ruínas permanecem no anfiteatro de Efeso.

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Os degraus carcomidossão muda evidência dosbatismos Tealizados. Afonte batismal da Igrejade São João, constntídaem 600 A.D .. tinha formade cruz.

No tôpo da mesma acha-se erigida uma pequena casade pedras, cercada de árvores, com uma nascente ao lado.O guia explicou-nos que agora é usada como altar doscatólicos romanos; disse também que o cristianismo não épermitido de forma nenhuma na Turquia. (Éfeso é agoraparte da moderna Turquia, cêrca de 40 quilômetros deEsmirna.) Por estar a Turquia desenvolvendo o turismoe por ser tal sacrário de grande valor turístico é que ogovêrno permite à Igreja Católica conservar o altar. Masos sacerdotes encarregados de cuid<1r do mesmo não têmpermissão de usar roupas religiosas e apresentam-se emroupas comuns aos hábitos do pais.

Aproximamo-nos da casa e lá encontramos um sacer-dote jovem e extremamente amável. Conduziu-nos paradentro da pequena construção, cujo interior assemelha-sebastante a uma igreja católica. Chegamos a um pequenocômodo, à direita, na parte dianteira.

"Esta é a casa onde Maria morou. O piso é original;Maria andou sôbre estas pedras. Vêem a parte inferiordesta parede?" Apontou-nos uma linha divisória, comcêrca de 90 cm de altura. "A parte inferior, que é original,data de 400 A. D. Os cristãos reconstruíram a casa, quehavia caído. Tempos depois a casa reconstruída foi quei-mada," disse, mostrando-nos as partes enegrecidas daparede.

Perguntamos porque Tvlaria encontrava-se em Éfeso.O sacerdote explicou que J estls, na cruz, pedira a

João, o Amado, que cuidasse de su:J. mãe. Quando Joãoprecisou sair de Jerusalém, trouxe Maria consigo até Éfeso.Ali viveram por certo tempo Timóteo, Lucas e tambémPaulo. Naquela época havia uma comunidade cristãem Éfeso.

"J oão foi banido para a Ilha de Patmos, onde recebeuas revelações, mas Maria permaneceu na casa até suamorte," explicou o sacerdote.

Perguntamos quanto tempo João permanecera emÉfeso. O sacerdote explicou que é crença da Igreja Ca-tólica que João tenha permanecido ali até o ano de105 A.D.

"Então êle viveu cêrca de 40 anos mais que Pedro?"perguntamos.

"Sim," respondeu o sacerdote. "Pedro foi crucificadopelos romanos em 64 A. D., aproximadamente, ou talvez66 A. D . A data não está bem especificada."

"E João foi o único apóstolo sobrevivente, durantequarenta anos?" continuamos a perguntar.

"Sim. ~le prestou grandes serviços ao cristianismo,durante êsse tempo."

"E Éfeso foi seu quartel general, supomos.""É verdade. João viajava e visitava muitos lugares."Retornamos ao carro, de volta a Esmirna, pensando

Ea história de João e de Maria.Se João foi a autoridade presidente da Igreja durante

quarenta anos depois da morte de Pedro, como dizem queLino, Anac1eto e Clemente lideraram a Igreja após Pedro?

João deve ter vivido muito mai" que êles. E mesmoque não, será que presidiram sôbre João, o Bem-Amado?

E se João foi o único sobrevivente, a autoridade geralda Igreja e sua sede localizavam-se em Éfeso; como Romapode dizer-se o bêrço do cristianismo?

Há muito que pensar. Continuamos nossa jornada,convencidos de que Éfeso possui uma mensagem para ahumanidade, cujo conteúdo assevera ~ veracidade do mor-monismo.

LIVROS DE HINOS

Acham-se à venda os novos hinos da Igreja de JesusCristo dos Santos dos Últimos Dias. Nessa nova edição,apresentamos, além de músicas já conhecidas, hinosinéditos no Brasil. O preço de cada exemplar é de trêsmil cruzeiros; os mesmos podem ser adquiridos nascôres: branco, cinza e verde. Se não puder vir pes-soalmente ao Centro Editorial Brasileiro, mande umcheque visado, pagável na Praça de São Paulo, queteremos o máximo prazer em atendê-lo!

10 A LIAHONA

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Sabemos que o futebol é um jôgoesportivo entre 11 homens que atuamcontra outros 11. Cada grupo tem porobjetivo levar .1 pelota até o setoradversário e lilarcar tantos golsquantos puder, durante o espaço de90 minutos de peleja (dividida emduas etapas de 45 minutos), ao mes-mo tempo, tentando impedir que aequipe contrária consiga invadir seucampo com idêntica finalidade.Cada equipe constitui-se de linha

atacante e defensiva. Há também alinha intermediária, que prepara ojôgo de meio-campo.É interessante observar-se os ata-

ques e contra-ataques por parte deambas as equipes, que procuram exe-cutar uma determinada tática de jôgo,com o fim de romper as barreiraspara, assim, chegar à meta adversá-ria colocando a "bola no barbante" e,apontando, por conseguinte, a equipevencedora.Na partida de futebol em que uma

equipe com uma linha bem articuladajoga contra uma defesa igualmentebem entrosada, l..arece não haver pos-sibilidade de vit6ra de qualquer ladoe as equipes se revezam nos driblese passes.Certa vez, houve uma partida em

que a equipe local começou a domi-nar o quadro visitante de tal modo,que segurou a bola precisamente 8minutos consecutivos. Contudo, obeque adversário deu de cortar tôdasas investidas, brn;lndo-se tão resis-tente para com ~! oposição, que estacomeçou a' se cansar, relaxando umpouco o jôgo. Mais tarde, apesar dasinstruções do técnico, que desejavaque os jogadores de seu time fizessemmarcação cerrada, êstes começarama abrir a defesa, perdendo a partida

quase no final do 2.° tempo, quancloos visitantes conseguiram investir,através da mudança de tática doquadro local. O seu centro-avante,percebendo o deslocamento das posi-ções adversárias, passou a bola parao ponta-direita, o qual imediatamentelançou-a no fundo das rêdes, tentoêste que lhes concecleu a vitória final.Quando o ponta-direita entendeu a

jogada do centro-avante, que por suavez percebera a inesperada mudançade tática da defesa contrária, fêz uma"avaliação da situação" e aproveitouo instante. £sse jogador arrematoutriunfalmente a jogada, coroando deêxito os esforços de seu time.

Assim também se modificam ascondições cios lares. Os mestres-fami-liares devem e"lar atentos a essasnllidanças. Dos lares onde os chefesde família não são ativos e as visitasnão lhes parecem ter qualquer influ-ência, é que se deve fazer um comu-nicado ao centro-avante, que é o líderdo grupo dos mestres familiares ouo presidente do quórum. £ste e.."{a-mina a situação, discute-a e tentasinceramente descobrir uma aberturapara atingir o chefe de família.Para o mestre familiar desanimado,

que sente que não está progredindo,as avaliações orais podem servir demeios eficazes para se descobrir noque consiste a dificuldade. me estáenfrentando o problema de alcançarseu irmão. Alguém do "time" desco-brirá qual o ponto fraco na defesa domembro e conduzirá sua equipe àvitória, que é o restabelecimento dafé e esperança na alma de seu irmão.A avaliação oral torna possível a

solução dos problemas difíceis dosmestres familiares.

Meslres Familiares ...Jogadores de Fulebol?

Maio de 1966

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ESCOLA DOMINICAL

A

HERANçA

Regillald J. LO'lC'C

12

Eis que, dois homens, tendo recebido cada qual umlindo jardim como herança, sentaram-se e olharam suaspossessões, admirando o que haviam recebido.

J anthea, o primeiro, disse a si mesmo: "Amo êstejardim e amo aquêle que foi tão atencioso, que mo deucomo herança. Serei feliz todos os meus dias."

Logo adormeceu e sonhou com seu tesouro e eis que,quando acordou, viu que uma grande sêca havia caídosôbre a terra e as f1ôres estavam murchando e morrendo.

E J anthea chorou: "Meu jardim está murcho e logodesaparecerá. Estou realmente infeliz. Não mais olhareipara êle, até que venham as chuvas." Então retirou-se,lamentando sua perda.

Mas quando anoitecia, voltou, para ver se por acasotudo não passara de um sonho. E eis que, enquanto haviaestado afastado, vieram alguns animais e pisaram no quesobrara.

Dathan, o outro, sentara-se também para apreciar seujardim, e disse a si mesmo: "Amo êste jardim e aquêleque mo deu como herança. Deus é bom."

Mas a sêca era terrível e também o jardim de Dathancomeçou a murchar. "Meneando a cabeça, disse: "Quandovirão as chuvas?"

1'1as as chuvas não vieram e êle temia que seu jardimfenecesse.

Sendo um homem justo, Dathan ajoelhou-se no meiode seu jardim e orou, pedindo que viessem as chuvas. E,ao anoitecer, olhou para os céus, mas não havia nuvens.A chuva não veio e as fôlhas cairam, derrubadas pelovento.

E vieram os animais, que pisaram as f1ôres, acabandocom o que restava.

Dathan levantou-se, dirigiu--se para fora, para umlugar onde havia bastante água; viu o rio e disse: "Ésabedoria de Deus colocar tanta água neste rio, mas aindaassim, meu jardim está fenecendo e a terra está rachan-do por causa da sêca." Depois, um grito saiu de suagarganta e Dathan correu até o jardim, trazendo ferramen-tas, com as quais pudesse cavar.

Ao voltar a segunda vez para o rio, eis que seuvizinho, Janthea, sentado no chão, com o rosto entre asmãos, lamentava-se. Dathan perguntou quais eram suaspreocupações e J anthea gritou com alta voz suas aflições,dizendo: "Deus me abandonou, pois não manda as chuvase meu jardim murcha e os animais pisam meu terreno."

E Dathan respondeu-lhe, dizendo: "Alegrai-vos, poistrago boas novas. Pois eis que orei e o Senhor enviou osanimais ao meu jardim e quando os levava para fora,eis que vi um grande rio. Venha comigo, ajude-me e juntoscavaremos um desvio para que o rio possa trazer suaságuas aos nossos jardins, para que novamente f1oressam. ,.

Mas J anthea não quis; levantou-se e partiu, dizendo,ao sair: "Amava meu jardim e amava aquêle que mo haviadado como herança. Amava a Deus mas 1?le abandouou-meem minhas necessidades."

Quando Janthea foi-se, Dathan começou a cavar aterra ressequida; e depois de muitos dias a água desceuaté seu jardim e tudo floresceu novamente, mais belo queantes; e Dathan agradeceu a Deus e continuou a cultivara terra, plantou vinhas e .figueiras em redor; e muitosvieram de longe para comprar suas frutas e admirar oesplendor que havia conseguido.

A LIAHONA

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E J anthea vagueava pela terra e sua miséria eragrande, pois não tinha mais casa e farrapos eram suasvestes. Mas quando ficou velho, Janthea lembrou-se no-vamente da terra de sua herança e disse: "Vou ver se poralguma chance as chuvas voltaram e meu jardim floresceu."

lVIas, ao chegar perto, não viu cêrca ao redor, a terraesta va ressequida e nada crescia ali.

E J anthea gritou com grande voz: "6, Senhor, por-que me abandonaste? Eu amava êste jardim e amava aquêleque a mim presenteara com uma herança. Amava-te eandava em retidão perante ti e apesar disso, tu me aban-donaste e minha terra perdeu-se."

Mas um homem que trabalhava ali perto, ouviu a voz,veio depressa e disse: "Por que te lamentas dessa ma-neira ?"

E Janthea disse-lhe: "Eis que meu jardim, que mefôra dado como herança. não recebeu chuvas e os animaispisaram tôdas as flôres e nada sobrou."

Aquêle que lhe fizera a pergunta, não lhe respondeu.mas colocou seu braço em volta do ombro de J anthea econduziu-o à sombra de uma figueira e disse-lhe: "Agorasei quem és. És J anthea. Lembras-te de mim?"

J anthea respondeu-lhe. dizendo: "Sim, lembro-me deti e vejo que prosperaste e que tuas árvores estão pesadasde frutos. Sei também que tuas flôres estão lindas e queseu perfume aromatiza 6 ar. Verdadeiramente, Deus oabençoou com tôdas as coisas, mas me mesmo tirou-metudo o que possuia." "

Dathan olhou firmemente para J anthea, seu jardim, asroupas do homem e chorou. J anthea surprêso, perguntou:"Tu és abençoado: porque choras?"

Dathan respondeu: "Choro, não por mim, mas porcausa da miséria que há em ti, pois mesmo que eu tedesse meu próprio jardim, ainda nada terias."

J anthea disse: "Sim, pois o Senhor proibiu-me deprosperar na terra. Seria melhor se minha cabeça tivesse

JÓiA SACRAMENTALpara junho

sido esmagada, em minha juventude."Mas Dathan apontou o riacho que corria para seu

jardim e falou, dizendo: ••Lembras-te quando roguei-teque me ajudasses a cavar a terra, para que a água jor-rasse em nossos jardins? Pois foi o que fiz sozinho."

E J anthea exclamou, atônito: "Mas o Senhor nãoenviou chuva às tuas terras?"

E êle respondeu: "Não; eu orei e vieram os animaise quando os expulsava para fora, encontrei o rio; e oSenhor inspirou-me a cavar a terra, para que o rio che-gasse até o jardim."

J anthea, irado, chorou, dizendo: "Agora sei quc asescrituras não têm valor, pois está escrito: 'Se um homcmamar a Deus, nle não O abandonará'; agora vejo que :meme abandonou."

E Dathan mandou que J anthea se calasse e falou-lhe,dizendo: "Deus foi bom para contigo, pois deu-te umjarditn. como herança. como eu também recebi; e quandoas chnvas não vieram e as f1ôres murcharam, o Senhorenviou os animais para guiarem-me ao rio: e me mos-trou-me o que deveria fazer. Deus, em sua bondade, sa-bendo que teu jardim também iria perecer, enviou-te aorio; e quando lá cheguei, encontrei-te lamentando a perda.Mas quando roguei que me auxiliasses, nada disseste, maspartiste; e nessa hora Satanás tomou-te, pois havias ahan-donado o Senhor. Quem és tu, para dizer como teu jardimreflorescerá? Pois está escrito: Do suor de seu rosto,viverá o homem."

E Janthea ajoelhou-se e chorou pedindo perdão aoSenhor: levantou-se e construiu uma cêrca ao redor desua terra e trouxe água do rio, para que o jardim reflo-rescesse: e quando suas árvores deram frutos, disse: "Deusmostrou-me que o amor e a fé nada valem. se o homemnão tiver caridade e boas obras. Abençoado seja o Senhor.pois mostron-me o que fazer e agora, mesmo sendo velho,ainda poderei servi-lo na terra."

HINOS DE ENSAIOpara junho

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Escola Dominical Sênior". .. todos os que se arrependerem e

vierem a mim como criancinhas, eu osreceberei, pois dos tais é o reino deDeus. Eis que por êstes dei minha vidae tomei-a de nõvo; pOr conseguinte.arrependei-vos e vinde a mim, Ó vós,extremos da terra e salvai-vos!"(3 Néfi 9:22)

Escola Dominical Júnior"Sim, em verdade vos digo que, se

vierdes a mim, tereis vida eterna ... "(3 Néfi 9:14)

Recitação em ConjuntoA ser apresentada dia 3 de julho:Curso 5: "Confia no Senhor de todo

o teu coração e não te estribes no teupróprio entendimento. Reconhece-o emtodos os teus caminhos e :E:leendireitaráas tuas veredas." (Prov. 3:5-6)Curso 7: "E disse Deus: Façamos o

homem à nossa imagem, conforme ànossa semelhança; e domine sõbre ospeixes do mar, e sõbre as aves dos céus,e sõbre o gado e sõbre tôda a terra e

Maio de 1966

Escola Dominical Sênior.. De Sião cantai os hinos", n." 112.

sôbre todo o réptil que se move sôbrea terra. E criou Deus o homem à sua

Escola Dominical Júnior"Diz-me, Senhor", n.O 50 (As Crian-ças Cantam).

imagem; à imagem de Deus o criou;macho e fêmea os criou." (Gen. 1:26-27)

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o QUARTO MANDAMENTO

Página Feminina

o velho relógio cuco anunciava9 horas e 30 minutos quando HelenaSouto beijou sua filhinha caçula e anlandou para a Escola Dominical. Apequena Mila hesitou à porta de saída."Queria tanto que você viesse hojecomigo à Escola Dominical, mamãe!"disse ela, suplicante.

"Eu gostaria de ir com você, que-rida minha," Helena respondeu. m~-lancolicamente, "mas, como voce ve,não estou pronta, c tenho de prepararo almôço, pois papai o quer prontoexatamente ao meio dia."A pequena MiJa, com os olhos ar-

regalados, replicou: "Minha profes-sora da Escola Dominical disse quenão devemos trabalhar no domingo,porque é o Dia do Senhor. Hoje éo Dia das Mães e também o Dia doSenhor. 6, por favor, venha mamãe!"Helena, evitando os olhos de {,fila,

disse: "Realmente, hoje não posso ircom você, coração. Agora vá depres-sinha, senão chegarú atrasada."Um sentimento de culpa apode-

rou-se dela enquanto olhava a criançadesapontada dobrar a esquina. Aslágrimas quentes faziam arder os olhosde Helena. Ela não podia esqueceraquêle rosto ansioso c suplicante. "Eudevia ter deixado tudo e ido com ela,"disse, acusando-se a si própria. "ODia das :Mães é somente uma vez porano e o Dia do Senhor, uma vez emcada sete dias." Com as mãos tre-mendo, enxugou os olhos úmidos naa bainha do avental sujo de farinhae prendeu com um grampo uma me-cha de cabelos grisalhos que não fica-vam no lugar, atrás da orelha. "Eusei que há serviço demais;' porém, seeu me levantasse às "seis para alimen-tá-los e sair na hora, tudo daria certo.Eu devo estar ficando velha." disse.Henrique Souto tinha ido à reunião

do Sacerdócio meia hora antes de co-meçar, e deixou uma advertência paraas crianças apressarem-se e chegaremna hora. Pontualidade, honestidade,

CalJlila Woodbllry Tlldd

confiança e normas eram os legadosque haviam sido herdados. Era fielna observância do Sábado e esperavao mesmo de seus filhos. 1?les deveriamser limpos perante Deus e assistirema tôdas as atividades da Igreja.

Com Helena era diferente. Atravésdos anos de luta, ela tinha feito de siuma serva fiel de Henrique, a quemolhava com um sentimento misto dereverência, admiração e amor. Hen-rique era um marido do qual poder-se-ia orgulhar: inteligente, progres-.sista e pontual nas atividades civis cda Igreja. Um marido amor~so egentil, porém, pouco dado a sentImen-talismos. lHe era, em resumo, um"gentleman", que firmemente acredi-tava ser" a casa de um homem, o seucastelo," c tôda a ambição de sua es-pôsa deveria ser fazê-lo brilhar .. 1?letinha-lhe construido êsse lar, segull1doo estilo de sua terra natal, COIUágua-furtada e teto bem alto. Ficavana parte traseira do terreno. A longaentrada de carro era cercada por buxose sebe bem guarnecida. A casa erao orgulho e a alegria de Helena;nenhum indicio de sujeira escapava-lheaos olhos, Os interêsses de fora nãoeram mais importantes que a tarefado lar.

Ao meio-dia, estava bastante ocupa-da na cozinha, quando a pequena Milaentrou correndo e, cheia de excita-mento, colocou na mão de sua mãeum pequeno livrinho de versos.

"6, mamãe. por que não foi?"choramingou, "tôdas as crianças de-ram uma linda flôr às suas mães, e"ocê não estava lá."

M ila acabou em soluços. .Helenaabraçou a criança infeliz', sussurran-do-lhe palavras de confôrto. Mas elanão se conformava., "Marlene disse .que tinha a mãemais bonita de todos, e eu lhe disseque minha mãe era a mais bonita domundo, bastaria que ela arrumasse ocabelo e usasse umas roupas bonitas."

Henrique olhou r£lpidamente daponta da mesa, onde estava impacien-temente esperando que o resto da fa-mil ia tomasse seus Iuga res . Helenasentiu o olhar crítico, enquanto apres-sava-se para pôr um grampo na obsti-nada mecha de cahelos grisalhos atrásda orelha.

"O desejo de sua mãe ficar em casaé seu privilégio, Mila, e quanto àsroupas, ela n:lO as usaria."

Helcna pegou a grande travessacom a galinha dourada c levou-a àmesa, cnquanto a côr desaparecia descu rosto.

Henrique disse àsperamente: "Serúqne não podemos ter o almôço na horacerta. minha querida espôsa?"

Heleua apressou-se para a cozinha,a fim de escondcr a dor que estavasufocando o seu coração c cegando osseus olhos, c à medida que servia oalmôço, as palavras, "na hora certa,ua hora certa, na hora certa," nãosaíam de seu cérebro.

Durante trinta anos, vivera comoum relógio e agora aquela rápidarevolta a atormentava. Silenciosamen-te saiu de perto do fogão, em direçãoà longa mesa, coberta com uma ele-gante toalha de linho e apresentando

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a melhor louça e prataria da casa;um rico banquete, desde sopa detomate até torta de creme derretido,estava à frente de Henrique Souto.Depois da oração para bênção do

alimento, muito cansada para comer,Helena retirou-se para a sala, ondedeixou-se ficar na pequena cadeira debalanço perto da mesinha. Ajustandoos óculos, pegou a velha Bíblia dafamília e abriu nos dez mandamentos.Seguiu a lista com os dedos, até en-contrar o quarto mandamento, quedizia:

a Lembra-te do dia do sábado parao santificar. Seis dias trabalharáse farás tôda a tua obra. Mas osétimo dia é o sábado do Senhor;não farás nenhum trabalho, nemtu, nem telt filho, nem tua filha,nem o telt servo, nem a tua se1'va,nem o teu animal, nem o forasteirodas tuas portas para dentro; por-que em seis dias o Senhor fêz oscéus, e a terra, o mar c tudo o quenêles há, e ao sétimo dia descansou:por isso o Scnhor abençoolt o diado sábado, e o salltificolf."Helena leu isto vanas vêzes:

" ... nem tu, nem teu filho, nem oteu servo, nem a tua serva, nem oteu animal, nem o forasteiro das tuasportas para dentro ... " Naturalmenteela não estava lendo bem. Limpousuas lentes molhadas de lágrimas eleu outra vez. Sim, ela estava certa,não havia a citação de "tua mulher".Tudo estava mencionado especifica-mente, menos ela. A punição de Eva,não havia dúvida, pela desobediênciade comer o fruto proibido.Helena fechou o livro e colocou-o

de volta ao seu lugar. Sentou-se,abatida e de certa maneira frustrada,pois bem dentro de seu coração queriaencontrar coragem para não trabalharno domingo. A menos que ela pensas-se em ser contada como "tua serva,"pois não era ela a serva dessa casa,cuidando de suas necessidades, sem-pre às suas ordens?

Henrique e seus filhos, todos os seis,tinham aceito a sua servidão comoaceitavam o pôr e o nascer do sol.Se nenê não tivesse pedido o bôlo,e ... Helena voltou a si novamente.Ora, que espécie de marido suas

filhas teriam? Estava ela criandofilhos para serem intransigentes, tra-zendo assim, sofrimento às espôsascom quem casariam um dia?Que cega e tôla tinha sido, pensou,

caindo em soluços - soluços que agi-

Maio de 1966

tavam e despertavam sua alma.Deslisando os dedos dentro do bôlso

do avental, à procura do lenço, tocouno livrinho de Poemas das Mães, quena primeira página tinha escrito:

Querida mamãe,Cordialmente convidamo-la a as-

sistir o programa do Dia das Mães,hoje às 19 horas na capela distrital,o qual foi preparado pelos membrosdo Sacerdócio Aarônico.

Sinceramente,Seus servos,Presidente do Distrito

Um calor repentino subiu ao cora-ção de Helena. De certa maneira apalavra "servo" não tinha, absoluta-mente, má significação. SacerdócioAarônico! ora, dois filhos seus tinhamêste sacerdócio. Era estranho que êlesnão o tivessem mencionado. Entãoela refletiu e notou que não havia tidotempo de tomar parte em suas ativi-dades. Ela tinha estado bastanteocupada e absorvida em manter asjanelas do castelo de Henrique bri-lhando.

Mas iria a êsse programa. Ela lhesmostraria que os amava e reconheciaseus esforços e cuidados.

Tirou o velho vestido de sêda docabide, o qual não usava desde queJorge tirara o diploma do ginásio.Estava quase fora de moda, mas

ficaria bom com uma boa passadade ferro.

O casaco de lã, que êles haviamdado a ela no ano passado, juntamentecom um par de sapatos da mesma côr,ainda não tinham sido usados. E nemtinha encontrado tempo para descansarem seu delicado roupão côr-de-rosa.Isto era coisa para as mulheres indul-gentes, não para ela.

Então viu a caixa comprida, amar-rada com uma fita azul brilhante emcima da cama, com um cartão, no qualse lia aÀ mamãe, com todo nossoalllor".

Helena quase desmaiou. Ajoelhouna cama ao lado da caixa com lágri-mas nos olhos. Henrique estava certo"Ela não usaria mesmo que tivesse."Afinal, culpava-se a si mesma. ~lesjá estavam acostumados às suas des-culpas para ficar em casa. As auto-acusações cresciam dentro dela quan-do, solenemente, .resolveu mudar ascOIsas.

Helena vibrou com uma estranhasensação diante do espelho. As des-

governadas mechas de cabelo estavamem volta de suas orelhas. Seus olhos,azuis como o vestido que Henriquelhe dera, estavam brilhantes. Calçouum par de luvas brancas e colocouo lenço dentro de sua distinta bôlsa.

A capela achava-se quase cheiaquando chegou com Mila, que ia con-tentíssima, segurando-a pela mão.Sentou-se silenciosamente num bancode trás. O púlpito estava lindamentedecorado, e os lugares de honra ar-rumados com uma faixa escrita,"Nossas Mães."Os jovens estavam levando suas

mães aos lugares de honra. Os luga-res estavam quase cheios quando umoutro jovem ficou atrás do púlpito.Ela não o podia enxergar direito, pois

_havia ali um vaso de flôres, mas pa-recia-se com Paulo. O coração deHelena disparou e sentiu-se sufocada.Claro que aquilo não era para ela,mas para as que assistiam as reuniõesregularmente, as que realmente ti-nham fé. O jovem ainda estava láde pé, olhando para os membros.l'.-Staria lá para manter silêncio ouprocurar por alguém? De repente deuuns passos à frente. Era Paulo, seualto e bonito Paulo. ~Ie sorria en-quanto vinha ao seu encontro. "6,mamãe, eu estou feliz!" disse a elae a conduziu ao lugar de honra.

Helena sentiu-se como uma rainhaenquanto ouvia os elogios de admira-ção, devoção e amor às mães presen-tes. Tributos de suas mãos, com-preensão e coração misericordioso; acoragem e amor que os guiou no valedas sombras; tôda sua fé e sofrimento,que triunfaram sôbre a morte. Elaesqueceu-se de sua fraqueza com afragância do cravo branco em seupeito, e com as palavras do bispo:"Eu estou contente porque o Dia dasMães é no domingo. ,o domingo exis-te para o crescimento de nossa fé.Deixemos nosso corpo descansar, parapodermos guardar as leis do Deus danatureza, pois êle criou nosso corpoe sabe o que êle pode aguentar. Euacho que Deus fêz êste domingo paraas mães cansadas."Helena não ouviu mais. Seus olhos

procuraram seu marido; encontrou-ona terceira fileira. Outra vez ela viuo antigo brilho de orgulho e ternuraem seus olhos enquanto êle sorriapara ela. Então, sübitamente, das pro-fundezas de sua alma jorraram lágri-mas de felicidade, que caíam semmedidas sôbre suas mãos desocupadas.

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MEU CANTINHO

o Presente

Otive W. Burt

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"Val11os, ande, lindeza!" Joselito persuadiu seu lhamadc cstimação, desamarrando a corda que o prendia aotronco de uma úrvore alta, próxima a um casebre deadobe que era o seu lar. "Vamos, Blanco! Precisamosaprontar-nos para nossa viagem à feira."

Blanco. um lhama todo branquinho, ajoelhou-se edepois ficou de pé. Seus olhos verdes. amendoados, fita-vam o dono. Parecia estar pensando: Por que serú queme incomoda? No entanto seguiu o rapaz. Josclito con-duziu o animal até a porta do casebre.

Papa e !\fama trouxeram até êl' as coisas que seriam\'enc1idas. Havia alguns ponchos de listras brilhantes que~rama tecera. alguns gorros tricotados com a lã de seuspróprios carneiros. Havia jarras dc cerâmica que Papafizcra e duas lindas taças de prata.

"Essas taças darão um bOI11dinhciro - mucho di-ncro !" dissc Papa. Orgulhava-se (Ias poucas palavras emespanhol que couhecia. Sua própria língua era a dos índios(juíclmas. quc \'iviam nas montanhas do T'erú. acima dacapital. Lima.

l\Iama meneou a cabcça. "É de dinheíro que preci-samos. Não se esqueça, Papa, o remédio para a anJzínha."

"Eu não o deixarci esquecer," prometeu Joselito."Fico triste ao pensar que a avàzinha e a senhora nãovão mais à feira. como costumavam ir."

"É impossível." informou-lhe a mãe. "A avàzinhaestú muito doente para ir e eu devo permanecer aqui paracuidar dela."

Quando tndo estava empacotado e bem colocado nodorso de BIanco. Papa e J oselito rDrtiram pela estradaenpoeirada em di reção a Lima.

Tio Ramon. que morava perto de Joselito. dirigiu-sea êle. Era metade índio e metade espanhol e falava asduas línguas. Tio Ramon possuía muitos lhamas. bodes.carneiros e burros. Tinha até duas 011 três mulas. E hojcestava montando um excelente animal. Olhou na direçãodo rapaz que vinha vindo:

"Buenos días!" disse êle a Papa. Depois a Josclito:"Vejo quc ainda conscrva o lhama. Quando vai vendê-loa mim? Eu lhe darci vinte moedas (Ie prata por êle. Comtanta prata. você ficarú rico. meu pcqueno. Pcnse bem."

J oselito sacudiu a cabeça. "Não, senhor! Não tencionovender meu Blanco. Eu o encontrei ainda behê na mon-tanha, quando a mãe o deixou. Alimentei-o, aqueci-o eêle me pertence. Não é apenas um lhama, é também umamigo. Não posso vender mcu amigo."

"Você pensa assim hoje, meu caro. :Mas qualqueroutro dia considerarú vinte moedas dc prata melhor do queum lhama, sim, muito melhor do que um amigo." Deuuma risadinha e prosseguiu no seu caminho.

"Vinte ou cem moedas," mu rmu rou J oselito, "nãofazcm diferença. Não posso vcnder Blanco."

À tardinha. o pequeno grupo chegou aos arredoresda linda cidade de Lima.

Aos primeiros raios da madrugada. JoseIito e Papaestavam de pé, preparando suas mercadorias para atrairos compradores. J oselito fitava as coisas exibidas por seusvizinhos. Gabava-se: "Nossos ponchos são os mclhores,nossas jarras são as mais resistentes e essas taças estãobrilhando mais do que qualquer outra coisa na rua." afir-mou orgulhosamente. "Vai ser um ótimo dia para nós!"

Todavia, ao escoar elas horas, tanto J oselito comoo pai descohriram que, afinal de contas. o dia não fôra

A LIAHONA

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tão bom assim. Não era por causa do tempo. O sol estavaradiante e a brisa que vinha do oceano era fresca e suave.Não era por causa das mercadorias. Todos que examina-vam os ponchos, cobertores. gorros e jarras admiravam-seda sua exímia confecção. Mas todos tinham o mesmoproblema. As pessoas. se aproximavam - os espanhóisabastados que tinham predileção pelos enfeites originaisfeitos pelos nat ivos: os turistas, que geralmente não pe-chinchavam: os curiosos e o pessoal que costuma semprese aglomerar nas feiras. Olhavam, examinavam, mas nãocompravam.

Parecia que manco teria de le\'ar a malOna dascoisas de volta para a montanha.

"Não podemos levá-Ias de volta para casa," disseJ oselito. "Temos que vendê-Ias. Precisamos de dinheiropara comprar açúcar e arroz, papai! Não devemos esquecerdo remédio!"

"(~ isso mesmo, meu filho. Temos que vender pormenos do valor. mas precisamos vetl(lê-1as."

Por isso, quando um turista começou a regatear opreço, Papa perguntou, "Bem, qual é sua oferta?"

Na manhã seguinte o pai de Joselito depositou-lhenas nlãos algum dinheiro e disse: " Vá, meu filho e procureo médico que tem o consultório na rua da Catedral. £Ieconhece a avàzinha, e certamente lhe darú o remédio ne-cessúrio. Enquanto vai. eu aprontarei as coisas para aviagem de regresso. ,.

J 051'1 ito não teve dificuldade alguma em encontraro médico. Explicou quem era e o que desejava. O médicolhe deu um frasco de remédio.

"Isto darú à velhinha um pouco de alívio," disse êle.mas não a curará. Ela deve ser encaminhada ao hospital.Diga a seu pai que a velhinha deve ser trazida para ohospital. "

"1\ias. senhor, isso custa dinheiro, não é mesmo ?""Claro, custa dinheiro - mas não tanto. Pode-se dar

um jeito."Em casa. mamãe deu uma dose do remédio à <I\'(>zi-

nha, acalmando-a. ?vIas de noite ela tossiu e gemeu. Tose-li.t?, deitado no assoalho sujo do casebre, não podia' con-ciliar o sono, mesmo sob seu poncho quentinho. Oueriamuito bem à avozinha e se entristecia de saber (I~e elaestava sofrendo.

Logo que amanheceu o dia, Toselito levantou-se esaiu. Recolheu alguns punhados d~ grama e levou-os aBIanco. Enquanto o lhama comia, Joselito reuniu algunstalos de grama mais firmes e fêz uma vassourinha. Esco-~'ou Blanc~ da cabeça à cauda. O animal apreciava muitoISSOe mexia-se um pouco para que a escova o alcançasseem cada centímetro de sua pele.

quando BIanco termi.nou seu repasto e seu pêlo es-tava IIso e lustroso, J osellto desamarrou-o. De seu bôlsoretirou um rôlo de [;0 brilhante. Ordenou então: "Ajoelha,Bla,nco !:' E quando o animal ajoelhou, o menino passou-lheo fIO bnlhante sob o pescoço. Amarrou dois sininhos deprata no fio.

"Agora sim, lindeza! Você poderá andar com maisgarbo. Ande, vamos até o tio Ramon! '.' As palavras pare-ciam dif!:eis de passar p~la garganta, mas esforçou-se parapronunCIa-las de uma so vez, embora sentisse dor.

Tio Ramon estava sentado sob as árvores que som-bre~vam sua casa. Olhou para cima quando J oselito chegoumaIs perto.

Maio de 1966

"Eu vim, tio Ramon," disse destemidamente Joselito,"vender-lhe meu lhama."

"Então! Chegou o momento em que o dinheiro lheparece melhor do que o animal."

Os olhos de Josc!ito marejaram. Não podia dizercoisa alguma.

"I~ o que farú no dia de feira? Levará a carga emsuas costas como fazem os pobres? Isso lhe desenvo!verúos músculos sôbre os ossos, meu pequeno!"

"Sim," disse J oselito, .. às vêzes terei que transportarminha carga como diz. ?vias nem sempre. Porque alémdas vinte moedas de prata que me prometeu deverei rece-ber um de seus burros."

"Oh, ni"to!" gritou tio Ramon. "Você acha que podetapear um mestiço. hein? Tapear tio Ramon? Isso ninguémfaz! Ni"to! E além disso, minha oferta de vinte moedasfoi ontem. Hoje, dou-lhe quinze pelo animal."

"Não posso pechinchar," disse Josc!ito firme. "Devepagar-me vinte 1110edas de prata c o burro. Do cont rário,volto para casa COI11meu Blanco!"

O homem franziu o cenho. Mastigava um talo degrama, considerando. .. Por que, meu pequeno? Por quetanta ~Ietcrminação?"

"Devo .adquirir o dinheiro para levar a avozinha aohospital. E preciso do burro para transportá-Ia a Lima.Não pode andar, como o senhor sabe,"

"Quinze moedas de prata! Esta é minha última pa-lavra!" disse tio Ramon.

Joselito deu meia volta com a corda de Blauco emsua mao.

.. Venha, lindeza!" exclamou com alívio. "Eu tentei.Agora vamos para casa."

"l\[uito bem!" berrou tio Ramon, "Volte! Volte!Terá o que quer, mas é um roubo!"

Chamou um (le seus homens pa!"a trazer o burricomais gordo do pútio. Depois dirigiu-se para dentro dacasa. Voltou com uma bôlsa de moedas de prata e pôsvinte na mão de Jose1ito.

O criado trouxe o burrico. Joselito examinou-o eachou-o um belo animal. Foi só então que colocou a pontada corda que segurava nas mãos de tio Ramon.

"Té logo, lindeza." murmurou, com seus braços aoredor do pescoço de Blanco. .. Adeus. Não te lamentes,meu Blanco, por teres agora outro dono. Tio Ramon éum bom homem. me te tratará bem. E saiba que estúsajudando a avàzinha."

Tomou a corda do burro em sua mão e afastou-se deBlanco. Vagarosamente saiu do pátio e desceu a estradaem direção a seu lar.

Quando estava fora da vista de tio Ramon, parou.Apanhou um punhado de grama e usando-o como escôva.passou-o sôbre o pêlo do burro até que brilhasse comoprata. Depois tirou de seu bôlso um fio brilhante e amar-rou-o no pescoço do animal. Em seguida pendurou doissininhos de prata nesses fios.

"Agora você está uma lindeza!" murmurou. "gsteé um dia especial. pois vou dar-lhe um nome. Eu ochamarei de "Presente" - farei presente de você àavàzinha, dando-lhe também o dinheiro que precisa paraser levada ao hospital e curar-se. ficando boa e forte comoera antes. Venha, lindeza!"

J oselito e "Presente" tomaram o caminho de casa,acompanhados pelo tilintar dos sininhos de prata.

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]uVE]VTUDE'

DA

Os Des.

Muitos estudantes que desistem do curso colegial,apresentam-se em meu escritório quando estão resolvidosa abandonar tudo. :Bsses jovens, tanto rapazes como moças,passam a receber a denominação de os "Três Sem's" ...sem formação cultural, sem habilitação, sem emprêgo. Aexperiência que tive com centenas dêles nestes últimosanos leva-me a acrescentar um quarto item, que é ..."sem alegria".

Milhares de palavras e cifras registradas em livrostentam descrever o desistente. Muitas vêzes as descri-ções se contradizem de modo visível. Quando consegui-mos entender mais claramente o problema, percebemosque o desistentc não difere muito "daquele quc não desiste".Seu grau de inteligência se inicia na escala mais baixa evai até a mais alta, oomo a maioria das pessoas. Seular parecc mais ou menos estável quanto um lar comum,no qual os pais são geralmente casados, vivem juntos epossuem residência própria.

O desistente difere no que diz respeito à sua partici-pação junto aos outros estudantes, nas atividades extra-curriculares e raramente é ativo na Igreja. Emborasejam difíceis de se classificar e descrcver, os estudantesquc desistem de seus cursos geralmente sentem-se infelizes- com a escola, com a comunidade, com os colegas, coma Igreja e extremamente infelizes consizo mesmos. SydneyJ. Harris declarou", "a maioria dos desapontamentos davida adulta poderiam ser minorados se pudéssemos apren-der bem cedo - e crer verdadeiramente - que aquiloa que chamamos confusamente de frliridadc é uma direçãoe não um lugar".

A tragédia do desistente é que suas ações freqüente-mente criam um CÍrculo vicioso. difícil de ser rompido.A infelicidade que sente por si próprio e pelos outrosfá-lo desistir e ter conflitos com a sociedade. l\'Iais tarde,a própria sociedade o rejeitarú. causando-lhe maior in-fortúnio ainda.

Quase sempre os estudantes quc têm dificuldadestelHam voltar-se para os pais e amigos, usando a escolacomo um chicote.

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tentesVem W. CaII

É bem comum as moças pensa rem que encontrarãofinalmente a almejada felicidade ao sair do lar para secasarem com o rapaz de seus sonhos. Uma das coisas maistristes que existe é ouvir uma moça dizendo, "Sei queêle não está se importando muito agora, mas mudarádepois de nos casarmos."

Salomão disse. ". " adquire, pois, a sabedoria; sim.com tudo o que pOSsues adquire o conhecimento."

É importante que os jovens entendam que o nível deescolaridade para bons emprêgos é muito mais necessáriohoje em dia do que em tempos passados.

Um diploma universitário sempre é descrito com um"cartão de visitas". porque serão poucos os empre-gadores que, daqui a alguns anos, prestarão atenção a umapessoa com menos do que isso. Os jovens têm de com-preender que a automatização oferece empregos paraperitos em suas profissões. quer liberais ou técnicas, afim de que possam progredir rápida e ilimitadamente,enquanto que as ocupações sem especialização, que reque-rem pouco treinamento, estão diminuindo na mesma pro-porção. A juventnde precisa entender que a felicidadeé conseguida por meio de uma vida bem regulada, queseja produtiva e satisfatória: e que a grande e sagradaquestão do matrimônio é mais importante cio que se en-contrar uma vocação adequada. com a qual suprirá asnecessidades da família.

A juventude precisa compreender, tamhém. que "aglória de Deus é a inteligência," (D&C 93 :36) e "se umapessoa por sua diligência e ohediência adquirir mais conhe-cimento c inteligência nesta vida do que uma outra. elaterá tanto mais. vantagem no mundo futuro. ,. (Idem130: 19) O sucesso resultante da realização de (jualquerprojete, valioso desenvolve a espécie de caráter pelo qual() n1lllldo espera ansiosamente.

Os "4 Sem's" aguardam atrús das portas e páteosescolares os que escolhem ahandonar suas emprêsas. Ameta de cada SUD não deve ser a dos "4 Sem' s", semformação cultural. sem habilidades. sem emprêgo, semalegria - mas a dos" 5 Com's", isto é:

PROMESSA

Page 20: A Liahona 1966-05 Maio

•••., _o,.

,E TEMPO Dl

A maIs maravilhosa quadra da vida é certamente a

juventude. Todo o futuro está diante de nós e nada

parece impossível. Melhor seria dizermos que pada érealmente impossível para os jovens.

A juventude é o tempo das grandes decisões . .'\ cada

passo uma encruzilhada se apresenta diante dos moços. e

há que decidir. escolher os rumos da vida. determinar as

trilhas do futuro. tanto nas coisas espirituais como nas

materiais: desde a maneira como reagiremos aos manda-

mentos de Deus. até à definiçüo da carreira com que dis-

putaremos o nosso sustcnto material. (~um período 1m-

portantíssimo ela vida, porque as decisôes aqui tomadas

influenciarüo todo o restantc da existência. nüo só no tem-po, como através da eternidade.

Entre as decisões mais importantes que devemos tomar

nessa época, certamente nenhuma é maior nem mais car-

rcgada de responsahilidade do que a escôlha da pessoa com

a qual percorreremos os caminhos desta vida mortal e à

qual seremos selados para todo o sempre.

A dificuldade de uma tal escôlha parece maior para as

moças da Igreja do que para qualquer outra jovem que

não alimente os mesmos ideais. Realmente, no caso das

nossas jovens, o prohlema não se resolve apenas por en-

contrar um rapaz bem apessoado e de promissoras possi-

bilidades financeiras porque, muito mais do que isso, a

escôlha envolve a seleção de alguém dig~lO de partilhar tôda

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a nossa vida tanto no quc sc refcrc aos bens materiais

quanto, mais importante ainda, de nossa vida espiritual,

e é preciso que estejamos seguros de que valc a pena

vivermos com êsse alguém por tôda a eternidade.

Ao julgarem os possíveis candidatos. as moças de

ideais elevados procurarão nêles as qualidades morais que

podem fazer de um belo rapaz \1m espôso digno. e depois

dc feita a escôlha. a :nda rcsta o prohlema de fazer saber

ao candidato que é tempo de iniciar a "conquista" da moça.

Felizmente as nossas jovens são inteligentes e supe-

ram tüo hàhilmente essa dificuldade que os rapazes, quando

menos csperam. estão empenhados em conquistar aquelas

quc já de antemão os desigparam como futuros esposos.

Elas conhecem o jeito ...

Infelizmente. ao fazerem a sua escôlha. muitas moças

verificam que tôdas as qualidades sonhadas para o scu

príncipe encantado acumularam-se, exat~mente, em algum

dos nossos... missionários. Infelizmente por que? Por-

que justamcnte êles são inelegíveis. Estão temporàriamente

fora de circulação. Por si mesmos e livremente decidiram

dedicar dois anos ou mais de ~uas vidas. em caráter exclu-

sivo, ao trabalho do Reino de Deus, mediante um voto

sagrado, de não sc desviarem dêsse rumo ncm para a di-reita nem para a esquerda.

Os que são fiéis à sua palavra c cumprem com dedi-

cação a sua chamada, crescem em poder espirítual e cre-

A LIAHONA

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MAR... Q VEM?Preso Hélio da Rocha Camargo

denciam-se para receber mais abundantes bênçãos de Deus

no futuro. Aos que não souberem cumprir com seus deve-

res, sàmente o d~sprêzo c a amargura caberão como he-

rança do futuro. Desprêzo de si mesmos. a amargura

de sentirem, como expressa o poeta: "a tristeza do que

tcnho sido e o espendor do quc deixei dc ser."

Quem gostaria de se casar com um fracassado? Que

moça estaria dcsejosa dc unir sua vida eternamente a

alguém que não é capaz dc guardar a palavra empenhada?

Que valor teriam as promessas de amor de um homem que

não cumpre ncm mesmo o quc promete ao Senhor?

Isto é o que gostariamos de dizcr às moças de nossa

Igreja: os jovcns missionários fazem uma promessa so-

lene a Deus, e dcvcm ser ajudados a cumpri-Ia. Não são

mandados a lugar licnhum do mtllldo para escolhcr espô-

sas, c não devem scr tentados à quebra de seus votos

justamentc por aquêles quc devcriam apoiar sua missão.

Se os amamos, se admiramos suas qualidades, nossa obri-

gação é fortalecê-los em suas posições para que se digni-

fiquem executando sua tarefa, em lugar de colocar tropeços

em sua frente, para que caiam e se degradem diante de

SI mesmos e do Pai Celestial.

De mais a maIs. suponhamos que uma moça consiga

interessar um dêsses jovens. cegando-lhe o entendimento

a ponto de fazê-lo desobe(lecer à voz de sua própria cons-

ciência e o conquistc para marido; ()ue tipo de espôso

Maio de 1966

cstá ganhando? Quc qualidadc de missionário está rece-

bendo? O pior. A própria espôsa passará a desprezá-lo

ou, quando menos, a duvidar dêle, por mais solenes quc

sejam as promcssas quc lhe faça. E o moço? Como se

sentirá em relação à espôsa, depois de passada aquela fugaz

privação de julgamento que o fêz cair? Como poderá

olhar com carinho e respeito aquela que o levou a quebrar

a palavra e a ser, por isso, espoliado das mais elevadas

bênçãos que o Senhor prometeu para os que se mantivessem

fiéis até o fim?

Moças, Iidcres da juventude dc Sião, pais que têm

responsabilidade na orientação dos filhos e filhas no ca-

minho da felicidade, nós rogamos a todos vocês, que co-

operem com nossos missionários, moços e moças esplên-

didos, que deixaram seus lares acompanhados de tantas

oraçõcs c esperanças, para que retornem glorificados,

felizes, engrandecidos espiritualmente, tendo cumprido com

fidelidade sua tarefa.

Quc as nossas jovens se abstenham de atitudes re-

prováveis, de olhares insistcntcs, de cartinhas insinuantes.

de situações propositalmcnte criadas, para desviar de scu

caminho os embaixadores de Deus, e quc os paIs igual-

mente coeperem, com compreensão e amor, para que a

obra de Deus avance c os Scus missionários voltem a seus

lares dignificados e merecedores das bênçãos promctidas

aos fiéis.

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Mães, ocupa vosso amor o ~evi~o lugar1Bispo Victor L. Brown.Discurso feito naConferôncirt Geral de abril de 1965.

Meus irmãos e irmãs, quando mesentei ao vosso lado esta manhã,emocionado pelas mensagens inspi-radas, pouco a pouco se me afigurouque o discurso que eu iria vos dirigirjá havia sido proferido. Quandocoloquei o papel em que iria escre-vê-lo sôbre minha escrivaninha, nahora do almôço, meditei sôbre o quevos deveria dizer, caso fôsse chamadoesta tarde. Duas experiências vie-ram-me à mente, ambas ocorridasnestas duas semanas.

Há uma semana atrás, minha es-pôsa e eu visitamos nosso filho ea espôsa, que acabara de ser mãepela primeira vez. Ao visitarmosnossa nora e tomarmos nos braçosaquela preciosidade feita de carne,que deixara a presença de nosso PaiCelestial, maravilhamo-nos diante daexpressão daquela mãe estreante como seu primogênito. Uma estranhasensação se apoderou de mim ante aalegria e admiração estampada najovem mãe por ter trazido a êstemundo um dos filhos prediletos denosso Pai Celestial.Refleti como seria maravilhoso se

ela pudesse lembrar tôda a vida deque Deus lhe havia confiado umfilho seu.

Ontem à noite, visitamos a casade outro filho nosso. Não faz muitassemanas, esta nora nos presenteoucom a segunda netinha, que ficouconosco o tempo suficiente para vi-rar-se no bêrço e erguer a cabecinhaquando levada ao colo. Ao presen-ciar seu riso e testemunhar sua ale-gria, meu coração transbordou dejúbilo. Ela é feliz porque sua mãea ama e ela bem o percebe. Nãopelo fato de ter sido informada, maspelo modo com que a mãe a tomaem seus braços, pela maneira quefala e canta para ela e através dacomunicação entre suas almas.

Não pude evitar de pensar comoseria maravilhoso se estas jovens

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mães pudessem recordar-se de ondevieram os dois filhos que lhes foramconfiados. Creio mesmo que elas selembrarão porque os amam.É muito arriscado um sogro ins-

truir suas noras na tarefa de educarseus filhos. Nunca me aventurei nestecampo e suponho que esta seja aúltima vez. Entretanto, gostaria dedar uma ou duas sugestões:

Em tôdas as sessões de conferên-cia, os irmãos nos dão conselhos arespeito da família. Espero que estasjovens escutem êsses conselhos. Seincorporarem êsses ensinamentos àssuas vidas e dispuserem de uma boaporção de amor, com a qual êstesadoráveis sêres f10rescam e transfor-mem-se em indivíduo; normais, feli-zes, robustos e espiritualmente fir-mes, terão cumprido suas responsa-bilidades de mãe.O amor pode ser mal interpretado.

As vêzes torna-se dominador e egoís-ta. Éste não é o verdadeiro amor,pois, se o fôsse, manifestar-se-ia demodo altruístico.A história de certa mãe que amava

a filha, chamou-me a atenção. Ama-va-a profundamente. A filha não eramuito popular, pois não tinha ami-gas. Freqüentava o curso superior ea mãe se sentia magoada por nãoa ver apreciada e querida. No intuitode grangear maior popularidade paraa filha e, realmente preocupada comtal problema, decidiu que já estavana época de afrouxar as rédeas do-mésticas que a prenderam durantetôda sua infância e adolescência.Assim, esta mãe tão dedicada foia outra cidade e matriculou-a naUniversidade. Encontrando um apar-tamento próximo à escola, alugou-o.Era um tanto espaçoso e caro demais,mas nada a impediria de conseguirpopularidade para a filha. Depois;voltou para casa, feliz por ter a cer-teza de que finalmente tomara tôdasas providências para que sua jovem

e doce filha pudesse tornar-se bempopular.

Aí começaram a chegar notíciasde que esta doC!e jovem SUD come-cara a fumar - era inacreditável!Quando chegaram os relatórios queincluiam bebidas alcoólicas, o fatotornou-se inconcebível. Ora, sua fi-lha crescera nos ensinamentos deguardar a Palavra de Sabedoria. Equando a moça viu-se envolvida coma lei, quase partiu o coração da mãe.Ao perder a virtude, apunhalou ocoração da mãe.Mães, ocupa vosso amor o devido

lugar? Desejais que vossas filhasrealizem aquilo que vós não reali-zásteis? Ou desejais que elas cres-cam, a fim de serem ótimas SUD,possuidoras dos padrões sôbre osquais temos ouvido falar tanto du-rante esta conferência?

Mães, ocupa vosso amor o devidolugar?Para vocês, minhas noras, que vão

criar meu nôvo netinho e minha ou-tra netinha, almejo que os ensinema serem honestos e verdadeiros. Masnão poderão ensinar-lhes isto a nãoser que vocês mesmas sejam ver-dadeiras.Certa vez, um líder escoteiro co-

mentou a respeito de um dos maio-res problemas de liderança da atuali-dade: o de tentar ensinar os escotei-ros principiantes a serem honestosquando os pais são desonestos.

Gostaria de contar a vocês a his-tória de um jovem, cuja mãe, deorigem mexicana, ensinou-o a serhonesto. Vou lê-Ia, porque se a nar-rasse, omitiria algo:"Hoje eu enxerguei a verdade. Por

um momento vivi e respirei na pre-sença fortalecedora da verdade esenti sua doçura calar fundo emminh'alma.Sou treinador de Educação Física

de um ginásio. Trabalho com 50meninos por dia. Isso tem sido mi-nha ocupação por mais de 20 anose eu a aprecio muito.

Por tradição, tenho a fama de seráspero, duro e rabugento; sim, emuitas vêzes até mesmo. severo -mas sob esta aparência, demonstrosentimento e compreensão, se a ta-refa a ser feita o necessitar.

Hoje foi um dia de competiçõesde salto. Iniciamos com a marca dos15 pés de altura. Uma de minhastarefas nestas duas semanas pas-sadas, foi a de treinar e ensinar os

A LIAHONA

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meninos a cobrir esta distância nomenor espaço de tempo possível.O recorde anterior tinha sido o de

3 segundos e 1 décimo. O mesmopermanecia por três anos. Hoje êsserecorde já foi superado. Contudo,não é isso que interessa. Como foibatido é o que nos importa agora,como também os esforços que faze-mos no decorrer de nossa vida.Há três anos atrás, Bob Palacio,

um rapaz mexicano de 14 anos emeio, treinava e dedicava-se, e su-ponho, que sonhava em bater aquêlerecorde. Era sua grande aspiração,parecendo-lhe que tôda a sua vidadependia de conseguir tal recorde.Em suas três primeiras tentativas,

Bob atingiu a corda em 2,1 segundos,confirmando o recorde. Na segundatentativa o relógio parou nos dois~egundos justos, um autêntico re-corde! Porém, quando a classe inteirareuniu-se em tôrno do relógio paraverificar, compreendi que precisavaperguntar algo a Bob. Havia umaleve dúvida em minha mente: se êletocara ou não a prancha na alturade lS_pés. Se não tivesse acontecido!Êle esteve tão perto - não mais quea fração de uma polegada - masapenas Bob sabia a resposta.Assim que se dirigiu a mim, sem

expressão, eu lhe disse, 'Bob, vocêtocou?' Se respondesse afirmativa-mente, o recorde sonhado desdequando era franzino e trabalhavaquase que diàriamente para conse-guí-Io seria seu; êle percebeu a con-fiança que depositei em sua palavra.Com a classe tôda em alvorôço

pela alegria de seu feito, o garôtomoreninho e franzino sacudiu a ca-beça negativamente. E neste simplesgesto, testemunhei um momento depura grandeza d'alma.Os treinadores não choram. Dizem

que somente os bebês é que choram.Contudo, quando me aproximei dêsserapaz para o consolar, havia lágrimasem meus olhos. E não foi sem es-fôrço que conseguí pronunciar asseguintes palavras, emitidas de minhagarganta apertada de emoção: 'Esterapaz não estabeleceu um recordenessa modalidade de esportes. Não,pois realmente estabeleceu um re-corde muito maior, quase que inatin-gível para todos nós. Contou a sim-ples verdade.'Virei-me para Bob e disse, 'Bob,

estou orgulhoso de você, pois acaboude bater um recorde que muitos

Maio de 1966

atletas nunca obtiveram. Agora, emsua última tentativa, gostaria quesaltasse um pouco mais alto na par-tida. Você vai bater êsse recorde:Depois que os outros rapazes tive-

ram sua vez, Bob chegou perto dacorda para sua tentativa. Um estra-nho silêncio pairou sôbre o ginásio.Cinqüenta rapazes e um treinador,todos silenciosos, sem quase respirar,estavam dispostos a ajudar Bob Pa-lacio a estabelecer o nôvo recorde.E êle saltou em 1 segundo e 9 déci-mos!Quando soou a sineta e me afastei

dos rapazes, olhos semi-cerrados, iapensando: 'Bob, você com sua tezbronzeada, seus olhos brilhantes eescuros e sua figura delgada - Bob,você com apenas 14 anos, é maishomem do que eu. Agradeço-lhe porter subido tão alto hoje." (BoyLife. )Minhas queridas noras, encora-

jo-as a ensinar seus filhos a seremverdadeiros e honestos. Aconselho-asa fazerem suas noites familiaresdêste dia em diante; apesar de suascriancinhas não entenderem o que édito, sentirão a atmosfera que rei-nará. Compreenderão à medida queforem crescendo e bendirão o seunome por lhes terem ensinado oEvangelho em seus lares.Concluindo, gostaria de ler a "Pa-

rábola às Mães.""Certa jovem mãe iniCIOU seus

passos pela jornada da vida. 'Serálongo o caminho?' perguntou ela.E o Guia disse, 'Sim, e também di.fícil. Ficarás velha antes que possasalcançar o final da trilha. Contudo,o fim será bem melhor do que oinício.'"Entretanto, a jovem mãe estava

feliz e acreditava mesmo que nãopoderia haver coisa alguma melhordo que aquêles anos. Assim, brincavacom seus filhos, colhia flôres paraêles enquanto caminhavam. E o solbrilhava sôbre êles e a vida era boae a jovem mãe exclamou: 'Nada podeser melhor do que isto!'"Depois veio a noite tempestuosa.

o caminho tornou-se escuro e o~filhos começaram a tremer de mêdoe de frio. Porém, a mãe aconche-gou-os a si e cobriu-os com seu man-to e êles afirmaram: 'Mãe, não maistememos, porque você está perto enenhum mal pode nos atingir.'"E disse a mãe, 'Isto é ainda me-

lhor do que a claridade do dia, pois

ensinei meus filhos a terem. coragem.'"Chegou a manhã do dia seguinte

e havia um monte adiante e os filhoso escalaram e se fatigaram. Mas dis-,se ela aos filhos, 'Um pouco mais depaciência e lá estaremos.'"E assim êles o galgaram até o

pico e disseram, 'Não poderíamostê-lo feito sem a senhora, mamãe!'"E naquela noite a mãe contem-

plou as estrêlas e disse, 'Êste dia foiainda melhor do que o último, por-quanto meus filhos aprenderam a serfortes diante das dificuldades. Ontemlhes dei coragem, hoje fôrça!'"E no dia seguinte surgiram certas

nuvens que escureceram a terra -nuvens de guerra, de ódio e males,e os filhos andavam trôpegos e comdificuldade. A mãe 'lhes disse, então"'Ergam-se! Fitemos a luz.'"E os filhos olharam e viram aci-

ma das nuvens a Luz Eterna, que osguiou e os tirou das trevas."E naquela noite a mãe disse, 'Este

foi o melhor dia de todos, pois con-segui que meus filhos buscassema Deus.'"E os dias sucederam-se, seguidos

de semanas, meses e anos e a mãeenvelheceu e já estava encarquilhadae franzina. Entretanto, os filhoseram altos e fortes e caminhavamdestemidamente. E quando o cami-nho se tornava árduo, êles a suspen-diam nos lugares difíceis. Afinal,chegaram a um monte e além domonte puderam enxergar uma es.trada cintilante, com portões doira-dos, e quiseram se afastar."E a mãe lhes disse: 'Cheguei ao

fim de minha jornada e sei agoraque o final é bem melhor do queo início, pois meus filhos podemcaminhar sós e seus filhos o farãoapós êles.' E os filhos disseram, 'Asenhora caminhará sempre conosco!'E ali permaneceram e a observaramcaminhar, enquanto atravessava osportões doirados, os quais se fecha-ram após sua passagem. E disseram,'Não podemos ver nossa mãe agora,mas ela ainda está conosco e suapresença perdurará." (Stepping Sto-nes Magazines, maio de 1946.)Que Deus abençôe tôdas as mães

de todos os lugares, onde quer quese encontrem! Possam elas ensinaro Evangelho a seus filhos! Que asabedoria guarneça o amor que pos-suem pelos seus filhos, é o que rogohumildemente em nome de JesusCristo. Amém.

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Page 24: A Liahona 1966-05 Maio

Jóias do Pensamento

MÃES: A ÂNCORA DA VIDA

Rir!lard L. f~1'allS

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I. Na sequência diúria das coisas. freqüentemeute. é difícil. .. expressar empalavras nossas mais íntimas emoções ... dizer o que sentimos profundamente pornossas mães". Mas estamos cientes de que, dentro dos maiores penhôres davida estú o amor de uma mãe virtuosa e boa e as maiores dúdivas oferecidasàs .mães são o amor e reconhecimento de "eu incessante trabalho - não só peloserviço da casa, importante como é, mas pelas virtudes de um fundamento sólido.pela completa confiança da alma, curando e orientando com firmeza pelo caminhoda vida - saber "que você ama e é amado por sua mãe, que por sua vezama os filhos de todo o coração. é o privilégio, a glória, o dever e a profundaalegria da maternidade."

Um eminente senador disse que "a maior virtude de lima miie não é ir atéo vale da morte para trazer uma uova vida ao mundo, mas é a de dedicar suavida inteira ao bem-estar de seus filhos. ,. O amor materno. sua orientação e en-sinamentos são as melhores influências na civilização do mundo. "A âncoramais forte que tive em minha vida, ,. disse outro homem, "... era o amorque eu sabia que ela tinha por mim. £sse sentimento para com minha mãetornou-se uma barreira que me defendia das tentações." ,. Ela ensinou-me duascoisas. " constantemente," disse um notú vel cientista, "assegurar minha edu-cação e permanccer fiel aOS meus ideais... a atmosfera de luta e o profundoamor que ela enraizou em nosso lar fêz com quc o progress fôsse inc\'itú vel. ..a lembrança que eu tcnho dela, de nossas confidências c conversas é sagrada(' não pode ser transcrita no papel".

"Dentre os mais preciosos tesouros dc minha alma, cst;'l a lembrança dasorações de minha m~le ao lado da cama. de seu toque afetuoso. enquanto cohriameu irmão e eu. e do heijo de hoa-noite ... era a demonst ração mais profundado amor de mãe .,. que mais de uma vez, durante a impetuosa jm'entude.tirou meus passos do precipicio da tentação. Se o amor de mãe fi)sse. pelo menoscinqüenta por cento. dedicado a causas justas c se os pais fôssemo pelo menosa metade do que deveriam ser em exemplo e honra. muil.as das infelicidades einiqüidades do mundo seriam superadas," disse o Preso McKay.

Tudo isso nos faz lembrar as significativas palavras de l<uskin ... Afinal.propicie a êles, não sàmente nobres ensinamentos. como também nobres profes-sôres." Que as mães. jovens e idosas. amem e sejam amacias pelas lemhranças.confiança e dedicação que proporcionaram às nossas vidas e sejam como disseo escritor dos PrO\.érhios: "Levantam-se seus filhos e chamam-na bem-aven-turada ... "

A LIAHONA

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o EXPEDICIONÁRIO DA PAZ

Os jornais falam diàriamente de nOvas armas nuclearese mais possantes foguetes cósmicos. Atualmente é quaseimpossível ligarmos o televisor ou assistirmos a uma sessãocinematográfica em que não apareça alguma notícia arespeito. O mundo, nos dias que correm, teme o poderdestruidor de tais engenhos e, paradoxalmente, confia nêlespara a manutenção da paz e o estabelecimento de relaçõesmais amistosas entre os homens do futuro. Por seu lado,a corrida espacial também empolga as mentes e muita genteparece ver na conquista da lua ou dos planêtas do sistemasolar a solução de muitos dos mais aflitivos problemas dahumanidade, enquanto outros mais pessimistas trememdiante da ameaça indiscutível que representaria para omundo o contrôle do satélite da terea por qualquer naçãoimbuída de idéias agressivas.

Muito se tem escrito a respeito da ameaça terrívelque as armas modernas e os foguetes transportadores levamem seu bôjo; ameaça de destruição total da raça humana.Comparada com o morticínio produz.ido pelas bombas deTNT lançadas pelos aviões na últim'l guerra, medida pelasmortes causadas pelos tanques deguerra e pela hecatombe gerada pelasprimeiras bombas atômicas, chega aparecer quase inconcebível a carnifi-cina que poderão trazer ao mundo asarmas atualmente em estoque ou emfase de aperfeiçoamento.

Acho que há, entretanto, um êrrofundamental em tôdas essas esperan-ças e temores: nunca houve até o diade hoje, um homem sequer que tivessesido assassinado por um revólver;jamais existiu no mundo uma guerramovida pelas bombas TNT; aindanão se viu neste planêta qualquernação ser ameaçada de destruiçãopor aviões, foguetes ou dispositivosnucleares. Tôdas as lutas, desentendi-mentos, guerras e devastações têmsido iniciadas, movidas e sustentadaspela mão que empunha o fuzil,pelo dedo que aciona os contrôles delançamento de bombas ou pelo braço que comanda o lemedos encouraçados. O perigo reside no coração do homeme não nas armas em si ou nos foguetes, isolados de seuscomandantes. É sempre o homem que mata, assola, quei-ma, destrói, usando as armas como simples instrumentos.

Ainda antes da invenção das armas de fogo, quandonão constava nem mesmo que os homens já se houvesseminiciado no uso do arco e da flecha, em tempo em quenem referência se faz ao uso de uma simples faca, foicometido o primeiro crime de morte. O impulso assassinonão reside na potência da arma; êle instalou-se no coraçãode Caim como se pode abrigar na alma de qualquer serhumano, e o armamento representa tão sàmente o meiopelo qual o coração cheio de ira executa seus intentos.

Se alguma esperança pode existir para a humanidade,se algum temor deve o homem alimentar em sua vida,tudo há de depender do coração do próprio homem. Aesperança única de harmonia e entendimento entre oshomens, não reside na paz armada, a paz pelo temor, oentendimento pelo mêdo de destmição mútua; a esperança

Maio de 1966

Preso H élia da Rocha Camargoé o evangelho, o grande plano de vida instituído por Deuspara a felicidade dos seus filhos.

Ao lermos nos jornais as notícias alarmantes ou asdeclarações esperançosas dos líderes políticos, baseados nopoder das armas modernas, temos vontade de dizer-lhes,repetindo as palavras do Mestre: "Errais desconhecendoas escrituras e o poder de Deus."

Por isso é que dizemos com absoluta convicção queo maior trabalho atualmente em andamento no mundo éo de pregação do evangelho. Obra feita sem alarde nemmanchetes nos jornais; trabalho que se realiza em surdina,com humildade, de porta em porta, de coração em coração,falando do amor de Deus e de seu maravilhoso plano deprogresso eterno para todos os que aceitarem o sacrifíciode seu Filho Unigênito e a sua liderança para a vida. Euma existência transformada pelo poder do evangelho, umcoração purificado pela fé, são garantias certas de paz eboa vontade entre os homens. Que importa o poder des-truidor que reside em uma bomba de hidrogênio, de cobalto.ou seja lá o que fôr, se ela estiver nas mãos de um homem

nascido de nôvo, cheio de amor paracom seus semelhantes e disposto adar a sua vida para salvar a de seusirmãos, antes que abrigar no peito oódio e a malquerença?

Dentro dês se estupendo plano desalvação, na qualidade dessa milíciaque luta com as silenciosas armas doespírito para destruir o ódio do co-ração dos homens, e tornando inúteisas armas e inofensivos os foguetes,partiu para a Europa no dia 1.0 demarço passado, o primeiro missioná-rio brasileiro a atravessar o Atlântico.

Luiz Lombardi, filho dos queridosirmãos José e Antonieta Lombardi,membros antigos da Igreja em SãoPaulo, onde o Irmão José Lombarditem desempenhado funções de maiorresponsabilidade, tanto como 1.0 Pre-sidente do Distrito de São Paulo, comona qualidade de membro da Presidên-

cia da Missão, é o 1:0SS0 primeiro expedicionário da Igrejana Itália, terra de onde provieram os seus avós. Expedi-cionário da paz, embaixador do reino de Deus, certamentehaveria uma multidão de jornàlistas a postos no aeroportode Congonhas na têrça-feira, quando você embarcou. Elessaberiam que parti<l. naquele avião uma concentração defôrça infinitamente maior que a de qualquer dispositivoatômico e saberiam que os destinos da Itália e do mundodependeriam muito mais da atuação de jovens como vocêdo que do comportamento dos diplomatas nas mesas deconferências ou do adestramento de soldados.

A fôrça de nossas orações estará com você, e o Espí-rito do Senhor O fortalecerá. Seja digno de sua chamadacomo até aqui tem sido em sua vida na Igreja entre nós,e teremos a maior alegria de nossas vidas quando formosesperá-lo no dia do regresso, após terminada a tarefa queo Senhor agora lhe confia, coberto de louvor, acompanhadopelas orações e a gratidão daqueles que tiveram, pelo seuministério, alcançado a salvação e a promessa segura devida eterna. Até breve, Luiz.

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Page 26: A Liahona 1966-05 Maio

Sacerdócio Aarônico

• NOTfCIA • NOTfCIA • NOTfCIA • NOTfCIA

Healizaram-se no dia 19 de março p. p .. as finais do II Cam-peonato de Futebol de Salão do Sacerdócio Aarônico da MissãoBrasileira. Os seguintes ramos foram proclamados campeões:Vila Mariana, Campinas I e Casa Verde, nas categorias juvenil,aspirante e adulto, respectivamente.Os resultados dos jogos finais foram:Juvenil: - Vila Mariana (Oist. Piratininga) 5

x Santo Amaro (Dist. Bandeirante) 3

Aspirante: - Campinas I (Di/st. Campinas) 2x Bosque II (Dist. Piratininga) 1

Adultos: - Casa Verde (Distrito Tietê) 1x Pinheiros I (Dist. Bandeirante) O

O Comitê do Sacerdócio go~<;tariade expressar o seu sinceroagradecimento pela colaboração de todos os que tomaram parte,especialmente os jogadores, pelo seu espírito de luta e espor-tividade.

Os times demonstraram "afiados" ... I

fotos do IrmãoReinholt Kraft,do Comitê do Sacerdócio

que estavam

Page 27: A Liahona 1966-05 Maio

1." SEMANA

Programa Noite FamiliarLIÇÕES PARA JUNHO

PERfODO DE ATIVIDADE FAMILIAR

7.

4.

5.6.

A família deverá ser avisada comantecedência de que esta noite famíliaré de natureza recreativa. Deixe ascrianças na expectativa de uma noitefeliz.A seguir sugerimos vários jogos que

poderão ser feitos. Se não quiseremexperimentar todos, joguem os que maisagradarem. Se os jogOS aqui apresen-tados lembrarem outros que já conhe-cem, use êsses em lugar dos sugeridospor nós. O importante é que todostenham oportunidade de participar edivertir-se. Não se esqueça, entretanto,de que os jogos serão melhor aprovei-tados se ensinarem principios relaciona-dos com as lições que têm estudadojuntos. Sugestões:

1. O programa de rádio ou televisão

Sua família pode passar bons momen-tos ao participar de uma noite familiarcomo se esta fôsse um programa derádio ou de televisão. Vocês poderãoimaginar que estão realizando umafesta no lar, na qual todos os membrosda família tomarão parte. A transmis-são será para uma audiência imaginária.(Poderão, Se o desejarem, convidar osavós ou vizinhos para terem uma au-diência real ou para participarem datransmissão, conforme o que mais lhesagradar.)Os participantes terão um microfone

de "faz de conta:" uma escôva umacolher, uma batedeira de claras ou' outroqualquer utensílio de cozinha servirápara êsse propósito.O pai ou o membro mais velho da

família, que tenha imaginação e entu-siasmo, poderá ser convidado para sero apresentador.:Êste começará declarando que o pro-

grama é patrocinado e realizado pelafamili?, mais simpática do mundo. O paipodera fazer a apresentação da espôsada seguinte forma: "Senhoras e senho-res! qu~ro apresentar-lhes minha espô-sa, a Ulllca senhora João Cardoso. Comoespôsa ela é formidável; é uma dasmelhores cozinheiras dêste país. Não éegoísta e contribui para tornar nossolar igual ao céu. Eu a amo muito."As apresentações poderão ser muito

apreciadas, se forem ensaiadas com an-tecedência . Nessa ocasião tôda a familiadeverá dar demonstrações de seus dotesmusícais, vocálicos, humoristicos, etc.Os pais poderão ajudar os filhos peque-nos na preparação de seus números.

2. O que está na caixa?

Antes do início da hora famíliar,arranje três caixas de papelão. Coloqueem cada uma um objeto diferente. Porexemplo: numa delas coloque um re-trato da familia; uma régua de 20 cm,

Maio de 1966

na outra e um espelho na terceira. Oap~e~entador dará sete pistas para queadlvmhem o nome dos objetos escondi-dos em cada caixa. O pai fará a mar-cação .d?s pontos e dará as pistas. ÉnecessarlO que o nome de todos osparticipantes seja escrito em pedaçosde papel.Quando alguém julgar que sabe o

nome do objeto que está sendo descritolevantará a mão e o dirá ao pai en~voz baixa, para não ser ouvido. Seestiver certo, o número correspondenteao da pista será escrito em seu papel.As adivinhações continuarão até quetôdas as pistas tenham sido dadas. Nofinal, os números de cada pessoa serãosomados e a que tiver menos pontosserá a vencedora. As pistas poderão sercomo as seguintes:

I - (A fotografia da família)

1. O que está aqui dentro é amadopelo Pai Celestial e também porvocê.

2. O que está aqui dentro veio do altoe sempre estará unido a você.

3. O que está aqui dentro tem laços,mas não renda.

4. Na hora das refeições os encontra-mos em lugares certos.

5. Continuam juntos, apesar da chuva,sol, mau tempo.

6. Cada um dos que estão aqui temum nome.

7. A união do que está aqui dependemuito de você.

II - (A régua)

1. O que está aqui dentro faz parauma linha o que Os mandamentospodem fazer para a sua alma.

2. Medir uma alma, só Deus pode; isto,porém, pode ser usado para mediro homem.

3. O que está aqui dentro nuncamente.

4. Acha-se em quase todos os lugares,especialmente escolas, escritórios,lares.

5. Tem doze partes, porém um só pé,que não cresce nem corre. (A ré-gua tem um pé de comprimento eo pé tem doze polegadas.)

6. Para fazer linhas, embora pequena,ela é realmente grande.

7. Se você estiver nervoso, ela come-çará a tremer em suas mãos.

III - (O espelho)

1. Olhe ... e embora não goste, o queêle diz é verdade.

2. Algumas vêzes chora e outras ri -depende de você.

3. O que procede dêle é sempre ver-dade.

Quando êle é usado as coisas semultiplicam. ':Êle o ajudará a ser mais perfeito.Embora pequeno, nêle cabem coisasmaiores do que êle.Existe de todos os tamanhos e asmulheres o adoram.

3. A procura de um tesouro espiritual

Anuncie que a próxima brincadeiraserá uma caçada ao tesouro espiritual.Prepare, com a ajuda da familia 22

pedaços de papel de 3x5 cm cada 'um.Divida-os em duas pilhas; Os mesmosformarão as pilhas A e B. Divida af?-mília em dois grupos, que você con-SIdera de igual habilidade. Pelo menosuma pessoa em cada grupo deverá saberler. Se tôdas as crianças estiverem emidade pré-escolar, é necessário jogarcom elas.Numere os papéis de ambas as pilhas.

Depois disso, reuna-se com a turma Aem um lugar onde os outros não pos-sam ouvi-los e escôlha com êles umasentença a ser usada. A mesma deveráter onze palavras. Suponhamos que afrase seja, "Nosso Pai Celestial nos amae o demonstra de muitas maneiras."Marque a palavra "Nosso" no papelno 1 e assim por diante. Depois repitao processo com a turma B, escolhendo,naturalmente, outra frase. O tesouroespiritual será o conteúdo da frase, aqual deverá trazer alguma mensagemà familia.Quando tudo isso estiver preparado,

o grupo A deverá deixar a sala, enquan-to o grupo B esconde (em baixo dotapête, atrás da poltrona, etc.) os seuspapéis. Depois entra o grupo A e co-meça a procurar. A pessoa que fizermais pontos será a vencedora do grupo.O número de pontos será o que estivermarcado nos papéis. Outra coisa a serlembrada, é que o tempo que êsse grupolevar para achar a frase tôda deveráser cronometrado. Após saber-se quemfoi o vencedor do grupo A (se houverempate no número de pontos, o vence-dor será o que achou o papel primeiro),repete-se o processo com o grupo B.Como a caçada foi cronometrada, o

grupo vencedor será o que achar asentença mais ràpidamente. O vencedorde cada grupo deverá ler a frase inteirapara a familia.

pnOGR,~l\IA SUGERIDOla. semana.

111110: Tudo é helo em derredorn.o 11216. 'Ornc;iio:l'I~nfODO IH'} A'I'I\'IDADE

FA~[JI,I,Ul111110: De que rumo vêrr.' os ho-mer.s, n.O 9(1.Orn«..'''o:

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Page 28: A Liahona 1966-05 Maio

2." SEMANA o PAI NOS DEU O LIVRE ARBíTRIO PARA AGIRMOS SABIAMENTE

Para conseguir êste objetivo, vocêdeverã ajudar a familia a consideraro livre arbitrio, não como concessão,mas como um grande privilégio pos-sibilitado pelo Pai Celestial. O sãbiouso do livre arbítrio pode ajudã-Ios aprogredirem, tornando-os melhores. Oprimeiro passo para essa realização éestimulã-Ios a usar o livre arbítriocomo o Senhor ordenou, quando disse:••... fazer muito de sua própria e livrevontade e realizar muito bem," (D&C58:27)

1. O significado de livre arbítrio

O pai deverã dizer: Tenho um plano:vou mostrar-lhes como tomar decisõesimportantes. De agora em diante esco-lherei as roupas de mamãe; quandoRoberto sair com a namorada, irei juntopara ver onde vão; construirei os brin-quedos de Paulo, para ver se funcionambem e irei com êle à escola para di-zer-lhe tudo o que deve fazer.Pergunte: Como a familia iria sen-

tir-se com um projeto dêsses? Não ha-veria felicidade no lar e não teriamoportunidade de aprender por si pró-prios. As pessoas seriam como fanto-ches, que não conseguem fazer coisaalguma sõzinhas. Assim agindo, o paitiraria o livre arbítrio de tôda a familia.

2. O Pai Celestial preservOlt nossolivre arbítrio

Apesar de a familia estar acostumadacom o livre arbitrio, é necessãrio quesaiba como usar êsse privilégio. A fimde conseguir isso, peça a um filho paradirigir êste questionãrio; quase tôdas asrespostas acham-se em PGV, Moisés 4:- Onde viviam nossos espiritos antes

de virmos à terra? Com o Pai e irmãosem outro mundo.- Quais os assuntos relativos à vida

terrestre que foram discutidos lã, nareunião de conselho? Quem nos guiariana vida mortal e nos ajudaria a retor-nar ao Pai, e de que forma isso seriarealizado.- Quem disse, "Redimirei a humanida-

de tôda, de modo que nem uma só almase perca"? Satanãs, vide Moisés 4:1.- Quem disse, "Portanto, dã-me a tua

honra"?- Quem disse, "Faça-se a tua von-

tade"?- Com que palavras o Pai rejeitou o

plano de Satanãs? "... ter-se rebeladocontra mim e ter procurado destruir olivre arbitrio do homem,"Após o questionãrio, saliente que o

plano de Satanãs era errado por duasrazões: lo) desejou tirar o livre arbítriodo homem e 20) desejou para si tôda aglória do mundo. A proposta' dêle foicomo a do pai que mencionamos hã

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pouco. Você, como pai, não pode desejarfazer tudo por seus filhos. Deve aju-dã-Ios a tomar decisões enquanto sãojovens, mas quando crescerem deverãoagir por si próprios. Isto é o que oPai Celestial tem feito por seus filhos.

3. O livre arbítrio traz bênçãos, mastambém traz problemas

O Pai compreendeu que haveria pro-blemas quando nos desse o livre arbí-trio. Sabia que quando tivéssemos deescolher, talvez o fizéssemos da maneiraerrada. Alguns escolhem guerras, outrosassassinatos, roubos, mentiras, etc.Assim sendo, por que o Pai nos deu

o livre arbitrio, mesmo sabendo do re-sultado? Não seria melhor evitar todoêsse sofrimento? (Deixe a familiaexpressar seu ponto de vista; depoisesclareça: )- Se o Pai dirigisse nossas vidas como

se fôssemos marionetes, se todos osnossos movimentos dependessem de suavontade, não teriamos qualquer opor-tunidade e, no fim da vida, teriam ostanta maturidade espiritual quanto nocomêço.- Dando-nos o livre arbitrio, o Pai

mostrou seu amor por nós. Apesar deficar bastante aflito quando abusamosdêsse privilégio, O Pai não deseja pri-var-nos dêle.

4. Os mandamentos restringem o livrearbítrio?

Somos realmente livres, apesar determos as leis da terra, normas do lar,da escola e os mandamentos do Senhor?(Deixe a familia expressar sua opinião,depois continue:)- Se todos agissem do modo que lhes

agrada, ninguém teria liberdade.- O nosso arbitrio possibilita-nos obe-

decer ou não; entretanto, devemos estarpreparados para arcar com as respon-sabilidades, se resolvermos não obedecer.- Quanto mais desobedecemos os man-

damentos, menos livre arbitrio temos,pois mais nos aproximamos de Satanãs.

5. Devemos fazer mltitas coisas segltn-do a nossa vontade

Apesar de o Pai nos dar os manda-mentos, cuja obediência é essencial paraa nossa liberdade, l1:le não deseja Queo obedeçamos meramente. As ínstruçõesque nos deu sôbre o assunto acham-seem D&C 58:27-29. Peça para a famílialer em voz alta, omitindo a últimasentença do versiculo 28.

6. Jesus nos ensinou a agir segundonossa vontade

Jesus disse certa vez, "E Se qualquerte obrigar a caminhar com êle uma

milha, vai com êle duas," (Mt. 5:41)Naquela epoca, os soldados romanos

dominavam a Palestina e eram odiadospelo povo. Com frequencia um soldadoordenava a um cidadao que carregasseseu pesado equipamento por longo tem-po e a pessoa tmha de obedecer. Vocêsjã imaginaram o que pensou o povoquando Jesus disse as palavras aCima?Jesus não quis dizer que o povo car-regasse o equipamento dos romanos porduas mílhas, mas foi o modo de seexpressar para que usassem seu livrearbitrio fazendo mais do que o orde-nado - mais do que os outros teriamdireito de pedir. Para complementarêste tópico, leiam Mt 5:39-42. Jesus,durante sua vida, fez mais do que oexigido dêle e no fim deu sua vída pornós. Leiam João 10:17-18.

7. Como aprender a usar o livre ar-bítrio

Pergunte: no lar fazemos apenascoisas essenciais e obrigatórias? De quemodo uma pessoa lavaria os pratos seestivesse sendo obrigada? Durante estasemana os familiares deverão propor-sea fazer pequenas tarefas sem que sejamsolicitados; procurar fazer pequenasgentilezas uns aos outros. Para que adesignação seja executada com maisanimação, crie o "Clube da SegundaMilha": Para tanto, arranje algunscartões e escreva:

Clube da Segunda MilhaCertificado

........... é membro dêste clubee, de acôrdo com as possibilidadesfarã suas designações sem qU~precise ser lembrado e tentarã fa-zer alguma gentileza não exigida.

(ass. do pai)

.O certificado poderã ser carregado nobolso ou colocado no quarto da pessoa.Os ad~ltos t.ambé~ deverão participar.Os P?IS cUJos filhos estão casados,poderao fazer surprêsas e gentilezasum. para ? .outro e também para netos,amIgos, vlzmhos, etc.

PIlOG.JlAJIA SUGERIHO

2a. sen:'anaIIlno: A alma (; Hvre, 7~.,Oru\"üo:Put"Hln: Sôbre tem caipiraJ4ic",.iio: .

Olljell",,: Inspirar a famllia ausar o livre arlJltrio, ajudanrlo/Outros em assuntos que e,stãof'(}ra de suas possiblli(jades.IIlemorlzll\"lo: D&'C fiíl:2,7-29.AtI"I<I: ••le: Dar uma volta pelo\:I,uarteirão.lllno: Doce (; o trabalho n.o 125.Orn~í\o:I,nnelle: Pinhão cozido.

A LIAHONA

Page 29: A Liahona 1966-05 Maio

3."SEMANA ATRAVÉS DOS ERROS APRENDEMOS A FAZER ESCÔLHAS ACERTADAS

Inicie a lição dizendo que o Pai Ce-lelõtial não se volta contra nós quandocometemos erros, apesar de não apreciarnossa atitude. Êle continua a nos amare deseja guiar-nos para que cresçamose nos desenvolvamos.

Durante a semana você teve a opor-tunidade de verificar quem realmentetentou andar a segunda milha por von-tade própria. Ê provável que cada qualtenha tido sucesso em algumas coisase falhado em outras. Mencione umincidente qualquer ocorrido nesse inte-rim, onde um familiar caminhou a se-gunda milha quando teve pela freJ;lteuma tarefa dificil de executar.

Depois deixe cada um expressar comose sentiu quando fêz coisas acertadassegundo sua própria vontade e qual osentimento que teve quando fêz algoerrado.

1. Todos erramos, mas devemos esfor-çar-nos para fazer sõmente o certo

Peça a um familiar para ler I João1:8 e depois explicar o que significa.Esclareça que ainda não somos perfei-tos e por isso erramos algumas vêzes.

Escreva num papel ou grãfico: "Fa-zemos escôlhas erradas algumas vêzes."Parece ser mais fácil fazermos o erradoem vez do certo. Use qualquer incidenteocorrido na família para ilustrar me-lhor êsse ponto.

O Pai nos enviou à terra a fim deprogredirmos e nos aperfeiçoarmos gra-dualmente, até nos tornarmos como Êle.

2. Aprendendo através dos erros

Quando erramos. podemos ser condu-zidos a repetir o êrro ou a não fazê-lomais. Isso depende da atitude da pessoa.Na maioria das vêzes, um êrro torna-seo degrau que subimos na escada daexoeriência e passamos a fazer coisascertas. Conte histórias ocorridas emsua família, que ilustrem êsse pontomais efetivamente.

3. O Pai nos ama quando fazemoscoisas erradas?

A seguinte história demonstra comoo Pai continua a amar as pessoas quecometem êrros e deseja vê-las arrepen-didas e de volta a Êle:

Há muitos anos atrãs, VIViam nacidade de Ninive cêrca de 120 mil pes-soas. Como não tinham aprendido liçãonenhuma dos erros praticados, êstes asconduziram a pecados maiores. Apesardisso o Senhor as amava e desejavaajudá-las. Assim, enviou o profeta Jonaspara exortá-las a viver os mandamentos.Jonas lhes transmitiu o que foi orde-nado pelo Pai, dizendo que se nãoouvissem a admoestação, seriam destrui-das dentro de quatro dias. As pessoasacreditaram em Jonas. O rei promulgouum decreto, obrigando todos a jejuar,abandonar os maus caminhos e "clamar

Maio de 1966

fortemente a Deus." Todos obedecerame isso agradou a Deus; como seus filhoscomeçassem a viver em retidão, a cidadenão foi destruida.

Relembre a família sôbre as históriasque Jesus contava para mostrar que oPai continua a nos amar, apesar de.:ometermos erros. Peça para abrirema Biblia em Lucas 15; antes de lerem,explique o seguinte: os publicanos epecadores aproximaram-se de Jesuspara ouvir seu discurso. Os publicanosnão eram apreciados pelo povo porquecoletavam impostos e suspeitava-se desua honestidade. Os fariseus e escribas,que se julgavam justos e superioresdiziam de Jesus, "êste recebe pecadorese come com êles." Então Jesus con-tou-lhes uma história (Leia Lucas15:4-7). Isso nos ensina a respeito doamor do Pai. Escreva no gráfico, "OPai nos ama, mesmo quando agimoserrado."

4. Somos perdoados do êrro cometidosõmente quando paramos de fazê-lo

Certifique-se de que os famíliarescompreenderam que o júbilo dos céuspela ovelha perdida não sugere que émelhor pecar do que não fazê-lo. Istosomente significa que o amor do Paialcança o pecador e o traz de volta,se êste paga o preço.

Outra razão para o júbilo é que opecador não pode ser aceito no reinode Deus enquanto continuar pratiCIlT'nno mal. Escreva no grãfico: "O perdãovem sOmente quando paramos de come-ter erros."

Certa vez o Preso Marion D. Hanksdisse a um grande grupo de Cavalheirose Ceifeiras: "Vocês podem limItar opoder de Deus para abençoá-los, nãopodem, entretanto, limitar seu amor.Êle estã ansiando pelo seu sucesso.Tôdas as suas fôrças estão empenhadasem ajudá-los a voltar a Êle." (ChurchNews, 24-4-65, p. 6)

5. Estamos tentando aprender atravésdos erros

Peça aos familiares que, um por vez,leiam e expliquem as sentenças marca-das no gráfico. Depois disso feito, per-gunte: Como poderemos aprender atra-vés dos nossos erros? Eis algumassugestões:

- Continuaremos tentando caminhar asegunda milha.

- Sabendo que nossos pais nos amame desejam nos ajudar, iremos até êlese falaremos a respeito dos nossos erros.

Atividade:Os familiares deverão fazer um exame

introspectivo, verificando alguma coisaque estejam fazendo errado e desejemabandonar. A seguinte lista os ajudará:

- Provocar rusgas com os familiares.- Enganar na escola ou no lar.

- Tratar algum familiar indelicada-mente.

- Negligenciar a família para exe-cutar outras responsabilidades.

Depois dêsse exame interior, deverãoescrever o êrro num pedaço de papel,como estimulo a que o abandonem. Po-derão falar particularmente aos pais sô-bre êsse êrro, se o caso fôr de naturezapessoal. Outra coisa importantissima éque deverão falar sôbre o assunto tam-bém com o Pai Celestial.

Mantenha a designação ativa durantea semana, contando, durante o jantar,incidentes que surgirem com algum fa-miliar que já aprendeu sua lição. lJmbom exemplo é a história de Pl'cro, quenegou conhecer a Jesus e depois chorouamargamente. Ê provável que a memó-ria dessa experiência tenha ajudadoPedro a dizer isto, quando o sumo-sa-cerdote o advertiu para que não pre-gasse em nome de Cristo: "Df'vemosobedecer a Deus e não aos homens."

Aos pais:Quando um filho vier falar sôbre um

êrro que está sinceramente tentandosobrepujar, você precisa fazer o possivelpara ajudá-lo. Êle necessita da fôrçae determinação que seu amor e con-fiança lhe transmitirão. Se você semostrar chocado ou desapontado. anula-rá a determinação dêle de sobrepujaro êrro. Isso também poderá fazer comque deixe de confiar em você no futuro.

Jôgo:Arranje alguma vasilha ou mesmo

caixa com 4 a 6 cm de abertura. Dêa cada familiar 15 feijões. Cada qualtentará jogar um grão de feijão por vezna abertura. A pessoa deverá ficar empé. a 5 passos de distância da vasilha(as crianças pequenas poderão ter algu-ma vantagem, ficando, por exemplo, adois ou três passos de distância). Oque conseguir jogar mais feijões norecipiente será o vencedor. Depois dojôgo, faça a seguinte observação: Cadavez que a pessoa errava a abertura aojogar o feijão. na outra rodada miravacom mais cuidado. E é exatamenteassim que devemos agir com relaçãoaos erros que praticamos: se mirarmoscuidadosamente, não os repetiremosmais.

PIlOGltAJUA SUGERIDOlla. sema"",-

IIlno. Que firme alicerce, 1149.o rn\'1.1 o IE""" •.te. Sôbre tema caipira.LI~nozO••.••.th.o. Inspirar os familiares"'" tirar lições de seus erros.lUe•••orl •..••l.'ilo. I João 1,8.Ath'hlnde O pai ou mãe conta-rão histórias sertanejas.IIlno. Para sempre exaltai, n.•n.Orlll.'ilo.Lunche, Canglca.

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1L.. 4_o"_SE_M_AN_A °_A_R_R_E_p_E_N_D_IM_E_N_T_°._:_UM_A_E_V_I_D_~_N_C_IA_D_O_A_M_O_R_D_O_P_A_I _C_E_L_ES_T_IA_L__

Durante esta lição, você terá opor-tuninade de ensinar aos familiares, queo arrependimento traz muitas bênçãospara suas vidas. Faça-os compreenderque o Pai possibilitou-nos o arrepen-dimento de nossos pecados porque nosama.Se a familia constitui-se de várias

crianças, nuo mencIOne a palavra "ar-rependimento"; deixe que elas a des-cubram sozmhas. Para tanto, faça 14tracmhos num papel e vá perguntandoa cada qual uma letra, até que a pa-lavra esteja formada. (1!:ste jôgo éuma variação da "fôrca".)

1. O significado de "arrependimento"

Peça a todos que fiquem de pé eouçam cuidadosamente, porque Irá dar--lhes um mandamento; para avisaremque podem executá-lo, deverão moveros pés. Diga, "arrepender;-se;" êles fi-carão embaraçados, pois não compreen-derão direito. Explique que vai pedira mesma coisa de modo diferente; diga,"dêem meia-volta." Com certeza, dessavez êles entenderão.Tudo isso foi feito a fim de que en-

tendam que a palavra "arrependimen-to" significa "dar meia-volta." Nooriginal grego, em cuja lingua o NôvoTestamento foi escrito, com frequênciausava-se "meia-volta", querendo signi-ficar arrependimento.. Ressalte que "arrependimento" real-mente significa que nós voltamos para ooutro lado. Por exemplo, uma pessoaque tem o hábito de dizer mentirásdeve mudar completamente seu modode agir, (ou dar meia-volta), se estiverarrep~ndida dessa fraqueza.

2. O Pai Celestial possibilita-nos oarrependimento porque nos ama

o Senhor planejou que viríamos àterra para progredir. Mas para con-seguirmos isso, precisamos seguir seusmandamentos. 1!:le sabe que isso levatempo; não conseguimos aprender aguardá-los de uma só vez. O Senhornos ama e deseja nos ajudar a sobre-pujar nossos erros; para tanto, possi-bilitou-nos o arrependimento.O apóstolo Paulo disse, "A benigni-

dade de Deus te leva ao arrependi-mento." (Rom. 2:4) Essa passagemexpressa claramente que, devido à bon-dade do Pai, somos capazes de nosarrepender.

3. O arrependimento traz bênçãos àsnossas vidas.

O Senhor deseja que tenhamos trêsimportantes bênçãos, as quais somentevêm através do arrependimento:a. Sobrepujar nossos pecados e fi-

carmos livres dêles através do arrepen-dimento. (Conte algum incidente quepossa ilustrar êsse ponto)

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b. Através do arrependimento sere-mos perdoados do pecado que prati-camos.Escolha três pessoas para lerem as

seguintes escrituras: Mosiah 26:29;Isaías 1:18 e Ezequiel 33:15-16. Depoisde lidas, pergunte:Cada uma dessas escrituras, oriundas

dos livros-padrão da Igreja, ensinama mesma coisa sôbre o perdão dos pe-cados através do arrependimento?Qual a mensagem que os três versiculosensinam?c. O arrependimento traz felicidade

e vida eterna. Peça a um filho paraler Alma 22:15-16; se preferir, contea história com suas próprias palavras.Depois disso feito, pergunte: O que orei esperava ter de fazer para obterfelicidade e vida eterna?Ajude os familiares a aplicarem a

mensagem apresentada por Aarão nessapassagem, em suas próprias vidas.Através do arrependimento o Pai possi-bilitou-nos:A - as bênçãos que todos procuram,

mas que ninguém pode comprar.B - a maior de tôdas as bênçãos

- viver com êle em seu reino.Que grande amor 1!:le tem para com

cada um de nós!

4. Como apl'61uier a nos arrepender

Voces já deram um presente a alguéme essa pessoa o colocou de lado? Comose sentiram? Já deram um presente aalguém que o apreciou? O que sen-tiram?Isso é mais ou menos o que acontece

com o arrependimento: é um magnífi-co presente que o Senhor nos deu. Aseguir, peça à familia para ler as es-crituras abaixo, as quais nos mostramque devemos fazer do arrependimentouma parte importante de nossa vida:_ Convidem ao rico, ao soberbo, aos

humildes e aos pobres (D&C 11:9)- O qual é o evangelho do arrepen-

dimento (D&C 84:27)- Os pais são solenemente encarre-

gados de ensinar a doutrina do arre-pendimento aos filhos (D&C 68:25)

Designação

Devido ser o arrependimento um dommaravilhoso, peça aos familiares paralerem as seguintes frases tôdas as noitesdesta semana, antes de irem para acama, verificando qual frase estã deacôrdo com o seu comportamento. Sepossível, cada um deverá ter uma cópiadas mesmas, para colocá-las em seuquarto. Antes de dizer as frases, façaesta explicação:"Se qualquer das duas frases A ser-

vir para a pessoa, esta deverá tentarfazer melhor uso do arrependimento nodia seguinte e agradecer ao Pai Ce-lestial por 1!:le ser tão bom e amoroso,que nos dá uma segunda oportunidade.

Se as frases B forem as mais apro-priadas, isto demonstra que a pessoaestá aprendendo a usar o arrependi-mento, sendo que tôdas as bênçãosdecorrentes dêsse dom lhe serão dadas".

Admitindo erros

A. Eu não admiti que estava errado- apesar de saber que estava.B. Tive a coragem de, pelo menos

uma vez, admitir que estava errado.

Sobrepujando erros

A. Não consigo achar um modo demelhorar minhas ações.B. Pelo menos uma vez deixei de'

.fazer o errado para fazer o certo.Relembre à familia para agradecer o

Pai Celestial, pois 1!:le nos ama tanto •.que tornou possível nos arrependermose nos livrarmos de nossas faltas eerros.

"Jôgo do êrro"

Essa brincadeira visa divertir e aomesmo tempo mostrar aos membros dafamilia que progridem quando dizem,"cometi um êrro".Um familiar será escolhido para

deixar a sala. Os outros escolherão umobjeto qualquer, cujo nome deverá ser"adivinhado" por quem está lá fora .Quando a pessoa voltar, devem pergun-tar o tamanho, côr, forma, etc., do obje-to, sem contudo dizer-lhe o nome. Sena terceira tentativa a pessoa ainda não'acertou, deve dizer, "cometi um êrro."Dizendo esta senha, a família lhe daráuma pista, até ,que adivinhe o que é.O jôgo poderá ser repetido quantasvêzes quiserem.O objetivo do jôgo, como dissemos

acima, é salientar a idéia de que dizer"cometi um êrro" traz beneficios querepresentam um .passo dado pela pessoaem prol de seu desenvolvimento espi-ritual. Neste caso, por exemplo, os be-neficios são as pistas dadas pela fami-lia, que tenta ajudar o "adivinhador."

PIlOGRAUA SUGERIDO4a. semana

IIlno: À glória nós Iremos, n."11508.Orn«,:fio:CUJI\"üo: Ainda RÔhr€l tema cai-pira.Llc:i\o:ObJetl •.•" Ajudar a fam!llaA. fazer mais uso do arrependimento reconhecendo que o mes.mo é üma evidência do amor duPai Celestial.MeUl0rl7.nc:üo: TIonl. 2,:4.Ath'leI •••le: Dançar a quadrilha.HI••••: Dá-nos tu, ó Pai bondos.),n." 7~.Orn\"i\o:IJunche: Pizza conl g'uuraná.

A LIAHONA

Page 31: A Liahona 1966-05 Maio

4 H T I G O DE ~ !P A

Preso Hélio da Rocha Camargo

Maio de HJ66

A água escachoante desce em bor-botões por entre as pedras, revolu-teando e saltando em cortinas erendados preciosos, refluindo aqui.arrepiando-se além para atirar-se emcatadupas que se desmancham emhorrifos irisados ou se desfazem maisadiante em lànguielos coleios. O riot':stourando ondas nos cachopos doleito, é um organismo vivo e eloadorele vida, que anda e corre e rumorejae salta num gorgulhar sem fim. Aqui.acocorado à margem. um pescadoraguarda o emocionante momento emque o peixe estira a linha e faz vibrar:\ vara c o coração: além, muitasl)raças abaixo. uma mulher que cantaenquanto bate contra as pedras elamargem, as brancas roupas que lavapara o sustento da vida: elepois sãoos canais que sangram ela correnteprincipal a viva seiva que há de regaros campos, fertilizar a terra. vitalizaras plantações: quilômetros abaixo,onde o rio se afunila numa gargantarle pedra. enorme barragem corta ofluxo às águas (Iue se acumulam eespraiam em lago imenso. Domadae conduzida ao longo elas tubulações.a água tempestuosa elesce ao coraçãodas turbinas gigantescas. gerando afôrça que há de mover as máquinasdo nrogTesso. aliviando o nêso elastarefas. enchendo o mundo ele luz, desom e de alegria.

Assim é o rio: um orgauismo vivoa eucher ele vida o vale em que seestende. 1

Mas há rios e rios, O Tigre e oEufrates, tal como o Nilo, anos maistarele, viram crescer às suas margens,civilizações que foram o orgulho doshomens através dos séculos. Reba-uhos pastavam uos seus férteis cam-pos, o trigo alourava em suas margens,suavemente agitaelo pela brisa, e ascasas pontilhavam ele vida a planícieimensa. São rios serenos. constantes.cujas enchentes regulares. a caela anotrazem ao vale em tôrno o humusnecessário às plantações.

Rezam, por outro lado as cromcaselos viajantes das regiões elesérticas eressequidas que hú no globo, que tam-bém nessas áreas infelizes existemrios. Rios poderosos. largos. de águasagitadas, que entretanto não servemaos homens, porque não criam pasta-gens, não fecundam plantações, não

movem máquinas, mas tudo destroemao passar elas águas turbulentas. Oque os torna diferentes? O que os fazmaléficos? N aela mais que a sua pró-pria inconstància. Hoje, intumescidosrolam águas turvas pelo vale abaixo,levando de roldão tudo que encontram:amanhã, passada a fúria, minguam-se-lhes as águas e logo de todo secam.Seu leito se torna em uma estradamaldita onde nada medra e ninguémtrafega, Sàmente o sol se faz presente,cresta-lhe o vale. ressecando-lhe asmargens. até que novas tempestadeslhe restituam as ;'tguas, que virão rolarmais uma vez impetuosas, porém des-providas do poder vitalizante . Nelasnão se criam os insetos, nelas não sedesenvolvem os moluscos, nelas nãonadam peixes. nem se vêm dessedentaros animais. Tampouco trazem o limofertilizante para as margens, mas aocontrário, lavam da superfície doscampos o pouco humus que ,encontram.lançando-o além. inútil e maldosamen-te no mar. Não movem máquinas,não promovem progresso, não criamfelicidade e a diferença reside na suainconstància, na incerteza com que oshomens olham para o seu vale, conje-turando se terão aIí no dia seguinteapenas uma estrada estorricada ouborbotões de água que tudo arrastamno seu turbilhão maléfico. Ninguémnêles pode confiar e porC]ue instáveise inconstantes, são também amaldi-çoados em si mesmos e incapazes devitalizar a Natureza.Talvez pensando nisso foi que uma

poetiza brasileira anos atrás extrava-sou seus sentimentos cantando assim:"Agua corrente, água corrente, o teudestino é igual ao destino da gente."Se formos constantes, cheios de vidaespiritual, dignos de confiança, pron-tos a vitalizar e abençoar as vidas denossos semelhantes, então seremoscomo um rio vivo que rola águas<1bençoadas pelo vale da existência.

Se nossa vida fôr incerta e incons-tante, nosso falar dúbio e o pensa-mento errático, as afeições de curtaduração e os esforços nobres de poucofôlego, havemos de ser como os riosmalditos, cujas águas não vitalizam ovale sêco e miserável da peregrinaçãoterrena."Aguá corrente, água corrente, o teu

destino é igual ao destino da gente."

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